https://www.foxnews.com/politics/tens-thousands-illegal-immigrants-sexual-assault-homicide-convictions-roaming-us-streets
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O PCP perdeu mais de 100 mil votos no Alentejo comparando as primeiras eleições para a Assembleia da República, em 1976, quando conquistou nove mandatos na região, e as legislativas deste domingo, em que ficou sem deputados no território.
Um ano antes, em 25 de abril de 1975, nas eleições para a Assembleia Constituinte, as primeiras eleições livres realizadas em Portugal, o Alentejo elegeu um total de 15 deputados.
Na altura, o PS conquistou nove (três por cada círculo eleitoral, Beja, Évora e Portalegre) e o PCP seis (três por Beja, dois por Évora e um por Portalegre).
Já nas eleições de 1976, as primeiras para a Assembleia da República, deu-se uma 'troca' e foi o PCP a ultrapassar o PS em número de deputados no Alentejo, de acordo com o mapa oficial da Comissão Nacional de Eleições (CNE), publicado em Diário da República.
Dos 16 deputados na região, os comunistas ficaram, então, com nove (quatro por Beja e outros tantos por Évora, além de um por Portalegre), enquanto o PS alcançou sete (três por Portalegre, dois por Évora e mais dois por Beja).
Nesse ato eleitoral, o PCP arrecadou 52 839 votos por Beja (43,99%), 52 291 por Évora (43,15%), 21 135 por Portalegre (22%), pelo que no global do Alentejo conseguiu 126 265 votos.
Nas legislativas deste domingo, a CDU (PCP-PEV) obteve 11 570 votos por Beja (15,03%), 9 771 por Évora (10,93%) e 3 604 por Portalegre (5,94%), o que totaliza 24 945 votos no Alentejo, de acordo com os dados provisórios divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI).
O Alentejo elegeu um total de oito deputados: três para o PS e o mesmo número para o Chega, 'estreante' em mandatos na região (um por cada círculo), e os restantes dois para a Aliança Democrática (AD, coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM), um por Beja e o outro por Évora.
A CDU perdeu, assim, o único deputado que ainda mantinha no Alentejo, antigo bastião comunista, ao não conseguir reeleger João Dias por Beja (em Évora perdeu o deputado nas eleições de 2022 e em Portalegre deixou de ter parlamentares no sufrágio de 1991).
Esta situação acontece pela primeira vez aos comunistas desde o 25 de Abril de 1974, mais precisamente desde as eleições constituintes realizadas no ano seguinte.
Em comparação, entre 1976 e 2024, o PCP perdeu 101 320 votos no conjunto dos três círculos eleitorais alentejanos, dos quais 42 520 em Évora, 41 269 em Beja e 17 531 em Portalegre.
Nas legislativas de 1976, de acordo com os dados da CNE, o total dos três círculos do Alentejo contabilizou 390 925 eleitores inscritos, tendo a taxa de votação rondado entre os 83,81% de Beja e 88,43% de Portalegre.
Já no ato eleitoral deste domingo, segundo a SGMAI, o Alentejo contou com 342 608 eleitores inscritos e a votação variou entre 65,15% em Portalegre e 67,01% em Évora.
O PS venceu nos três círculos alentejanos, tendo o Chega sido a segunda força política mais votada em Beja e em Portalegre, enquanto em Évora foi a AD.
No país, a AD conseguiu 79 deputados na AR, nas eleições legislativas de domingo, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).
A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.
Estão ainda por apurar os quatro lugares da emigração na Assembleia da República, que o PS ganhou em 2022, com três mandatos.
Por: António Franco Preto
Introdução
O nosso curso[1] reune-se mensalmente para almoçar (na 1ª quarta-feira de cada mês, excepto Agosto) desde há mais de 40 anos. No mês de Outubro de 2011 o almoço[2] teve lugar no dia 12 porque a 1ª quarta-feira era feriado nacional.
Durante esse almoço fiquei ao lado do Manuel Arantes e Oliveira (ex-43 de 1949/1955) que me desafiou a aprofundar os meus conhecimentos sobre o ceitil [3].
Tendo recebido a confirmação de que era uma moeda portuguesa do passado, o desafio parecia fácil pois o meu conhecimento de moedas reduzia-se praticamente àquelas com que tenho lidado durante a minha vida.
A curiosidade tomou conta de mim e resolvi então dedicar-me durante vários dias a estudar o assunto. Como 'uma coisa puxa a outra', passei das moedas para o papel-moeda (vulgo, ‘notas’) e ficaram-me na memória vários factos interessantes (pelo menos para mim...), tanto no que diz respeito a umas como a outras. No final, achei que valeria a pena organizar alguns dos conhecimentos adquiridos e escrever um artigo para a nossa revista, poupando-vos assim algum tempo de pesquisa[4].
Acontece que, por razões várias, arquivei o projecto (depois de ter escrito um artigo sobre o tema, dedicado a ‘Antigas moedas e notas portuguesas’) sem o ter proposto para publicação na nossa revista. Mais de cinco anos passados, reencontrei nos meus arquivos o ‘escrito’ em causa, resolvi alterar o seu título para ‘Sobre Moedas e Papel-moeda’ e reescrevi-o quase na totalidade para o enviar ao Gonçalo – o Gonçalo Salema Leal de Matos – propondo a sua inclusão na nossa ‘ZacatraZ’.
Antes de iniciar a descrição do que escolhi, aconselho-vos a munirem-se de uma lupa para poderem apreciar melhor as imagens de algumas moedas e papel-moeda que vou incluir no texto.
Nota Inicial - Esta introdução termina com uma ‘imagem-recordação’ de dois exemplares da moeda de um Escudo da república portuguesa (certamente a moeda mais representativa para a minha geração) e uma imagem de um Escudo em ouro, de 1432-1481.
1915
1927
Interessante notar que a efígie da ‘República Portuguesa’ tem orientações opostas. Gostava de conhecer a sua justificação (política ou simples opção artística?).
O Escudo em Ouro
O nome 'escudo' já vem do reinado de D. Duarte, o nosso primeiro rei que terá mandado cunhar moedas em ouro com aquela designação (no que foi seguido por outros monarcas, nomeadamente D. Afonso V, D. João V e os seus sucessores até 1822).
O seu nome é devido a ter numa das faces o escudo das quinas coroado.
Apresentamos - a terminar esta introdução - uma imagem de um escudo em ouro.
Escudo em ouro, D. Afonso V (1432-1481)
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Moedas
A 1ª moeda no mundo (?) - O ‘estáter’
(Século VII B.C. - no reino da Lídia – antiga Turquia – o rei Aliates)
Moeda feita de uma liga natural de ouro e prata , fundida em forma de disco e cunhada com o símbolo dum leão (o símbolo da sua família).
Com esta decisão, o mundo do ‘comércio da troca directa’ (e não só) nunca mais foi o mesmo.
Para informações adicionais consultem o ‘website’ da Casa da Moeda:
https://www.museucasadamoeda.pt/video/4
Moedas Portuguesas (Do Dinheiro, ao Real e ao Escudo)
A primeira moeda portuguesa foi o dinheiro.
ΑΩ - ‘Eu sou o Alfa e o Omega / ‘Eu sou o Princípio e o Fim’
disse o Senhor Deus (Apocalipse 1:8,11)
Uma face desta moeda tem gravadas a 1ª e a última letra do alfabeto grego (alfa e omega) com a cruz latina (o mais conhecido símbolo do cristianismo) entre elas. A outra face tem gravada a cruz judaica de 6 pontas. O ministro das finanças de Portugal era um líder religioso e político judaico e Rabino-Mor de Portugal (Yahia Ben-Yahia).
D. Afonso Henriques mandou em 1180 cunhar - depois de em 23 de Maio de 1179 ter sido reconhecido pelo Papa Alexandre III como rei de Portugal[5] - dinheiros e meios-dinheiros (denominados mealhas[6]). As mealhas deixaram de ser fabricadas por volta de 1220, no reinado de D. Afonso II, mas - por serem necessárias para trocas - mantiveram-se engenhosamente em circulação, com a população a cortar os dinheiros mais ou menos ao meio!
Estas moedas eram feitas de bolhão, uma liga de prata e cobre. A partir de D. Afonso III aumentou consideravelmente a produção de dinheiros nesta liga metálica.
Para efeitos contabilistícos, 12 dinheiros valiam um soldo e 20 soldos valiam uma libra![7]
A designação de soldo vem de uma antiga moeda romana (solidus) e a palavra soldo era na Idade Média utilizada para designar o pagamento aos soldados.
Por volta de 1200, D. Sancho I introduziu o morabitino em ouro que valia 15 soldos (e que era uma resposta ao dinar[8] muçulmano).
O morabitino foi a primeira moeda de ouro a ser cunhada em Portugal. No seu anverso, D. Sancho, coroado, é representado a cavalo, com uma espada alçada numa mão e o cetro encimado pela cruz na outra (grafismo que é perfeitamente visível com o auxílio duma boa lupa). No reverso, vêem-se as armas reais. Além do seu valor económico, a sua cunhagem tinha uma dupla simbologia:
O ‘morabitino’ em ouro
Um século depois, D. Dinis introduziu o ‘tornês’ em prata que valia 5,5 soldos.
O ‘real’em prata de D. Fernando I
Em 1380, D. Fernando I introduziu várias moedas como a dobra em ouro que valia 6 libras, e o real em prata que valia 10 soldos. Igualmente introduziu várias moedas feitas numa liga de prata e cobre, algumas delas com nomes de equipamento de guerra francês (como reconhecimento pela ajuda recebida na guerra com Castela); uma dessas moedas era o pilarte que valia 7 dinheiros.
Durante o reinado de D. João I, foi introduzido um novo real também em prata, designado por real de 3,5 libras ou real branco. Valia 70 soldos (840 dinheiros) e tornou-se a unidade contabilística no princípio do reinado do seu filho, D. Duarte, em 1433. Igualmente foi introduzido o real preto[9] , em cobre, que valia 7 soldos.
A partir do reinado de D. Manuel I (1495-1521) o seu nome passou a ser simplesmente, real, e passou a ser cunhado em moedas de cobre (o que significa uma enorme desvalorização da moeda).
Moedas houve que foram alterando o seu valor ao longo dos séculos. Como exemplo disso temos o 'cruzado' que valia 324 reais (ou réis) brancos no reinado de D. João II, 400 reais (ou réis) durante o reinado de D. João III e 480 reais (ou réis) no reinado de D. Pedro II. Posteriormente regressou ao valor de 400 reais (ou réis).
Em 1835, durante o reinado de D. Maria II, passou a ser utilizado o sistema decimal para as moedas. Existiam então as seguintes:
Moedas em cobre (em bronze a partir de 1882) para moedas de 3, 5, 10 e 20 réis.
Moedas em prata para as moedas de 50, 100, 200, 500 e 1.000 réis.
Moedas em ouro para as moedas de 1.000, 2.000, 2.500, 5.000 e 10.000 réis.
A moeda de 100 réis foi conhecida com a designação popular de 'tostão'.
Um 'vintém' era a designação da moeda de 20 réis (posteriormente, 2 centavos do escudo). Um 'conto de réis' era a designação de 1 milhão de réis (mil escudos). A 'coroa' era uma moeda de ouro valendo 5.000 réis, havendo ainda moedas de meia-coroa e de um quinto de coroa.
(Em 1875 foram emitidas as últimas moedas de 3 réis e as moedas de 50 e 100 réis passaram a ser produzidas numa liga de cobre e níquel). Em resumo, temos:
O dinheiro foi a primeira moeda-base[10] portuguesa (de 1180 a 1433), seguida pelo real e pelo escudo.
O real foi a moeda-base de Portugal desde 1433 até 1911, tendo substituído o dinheiro com a relação 1 real = 840 dinheiros
Em 1911 a moeda-base passou a ser o escudo com a relação
1 escudo = 1.000 réis (o plural de real).
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Exemplos da moeda-base real:
Moeda em cobre de 10 réis; 1853
Reinado de D. Maria II
Moeda em prata de 1.000 réis; 1837 Moeda em ouro de 5.000 réis; 1851
Reinado de D. Maria II
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Então e o ceitil ?[11]
O ceitil foi uma moeda portuguesa de cobre, criada no reinado de D. Afonso V.
A sua designação tem origem no nome 'sextil', ou seja, um sexto. O seu valor era de 1/6 do real .
Saiu de circulação no reinado de D. Sebastião.
Eis dois exemplares dela:
[1] Habitualmente identificado como o curso de 1950-1957. Na realidade aqueles que fizeram a totalidade deste percurso juntos, não são provavelmente a maioria. Recebemos valiosos 'reforços' (principalmente no 3º ano) e alguns daqueles que continuam a considerar-se (e muito bem) pertencentes ao nosso curso, sairam antes de 1957, por motivos vários.
[2] Actualmente, realiza-se sempre no 'nosso' restaurante no largo da luz.
[3] O 'malandro' disse-me que ceitil se escrevia 'seitil'...
[4] Eventualmente o que o Manuel Arantes e Oliveira queria era que eu tivesse o trabalho para ele se limitar a ler! Se era, 'ganhou'! A minha curiosidade levou a melhor...!
[5] Refª meu artigo 'Em que dia é que Portugal faz anos?' na nossa revista do 2º trimestre de 2010. Certamente não foi por mera coincidência que D. Afonso Henriques só mandou cunhar moeda depois de ter sido reconhecido como rei de Portugal pelo Papa. Este facto só vem dar força à minha opinião de que Portugal 'nasceu de facto' a 23 de Maio de 1179. Foi a ‘bula’ do Papa (dessa data) que ‘promoveu’ D. Afonso Henriques de um temível ‘senhor da guerra’ a um Rei reconhecido e respeitado em todo o Ocidente cristão, com extensão dessa qualidade a todos os seus descendentes (assim diz a ‘bula papal’).
[6] De onde deriva a palavra mealheiro.
[7] Em Inglaterra (antes da conversão monetária para o sistema decimal) uma 'pound' valia 20 'shillings' e este valia 12 'pence' (tal como em Portugal no século XIII: 1libra=20 soldos e 1 soldo=12 dinheiros).
E no século XIV em Florença, uma lira valia 20 'soldi' e este valia 12 'denari'.
'Quem influenciou quem'(nas relações entre as moedas)? - é uma pergunta para a qual não tenho resposta firme. Provavelmente foi o Império Romano a influenciar todo o mundo que conquistou.
[8] A descoberta de ouro nos túmulos Egípcios trouxe - na sequência da expansão Árabe - um afluxo daquele metal precioso para a Europa, com reflexos nos reinos muçulmanos de Espanha.
[9] Um real 'branco' valia 10 réis 'pretos'.
[10] Ou moeda-padrão.
[11] Que foi o motivo de toda esta 'história'...