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quinta-feira, 22 de junho de 2023

O melhor amigo do vinho é o vinho barato

Miguel Esteves Cardoso

Publico

O vinho, que todos dizem estar barato de mais, já está caro que chegue. Já está caro que chegue para quem tem pouco dinheiro. E é quem tem pouco dinheiro que mais precisa de beber vinho.

O vinho tem de ser barato. Em Portugal o vinho tem de ser barato. O vinho em Portugal tem de ser barato para não ser um luxo.

Como os adolescentes, por exemplo. O grande inimigo do vinho é a cerveja. O grande inimigo do vinho é não beber álcool. O grande inimigo do vinho é a imagem do vinho como produto de luxo, para as horas livres de quem está bem na vida.
Esses têm —​ nós temos — bom remédio. Compramos vinho melhor. Temos mais dinheiro. De resto, fica mal a quem jamais beberia o vinho mais barato queixar-se que está barato de mais.
Mas é o que acontece.
O vinho ainda faz parte da nossa cultura. Na cultura não há bom nem mau: são os hábitos enraizados de uma comunidade, que se distingue das demais comunidades precisamente pelos hábitos enraizados que pratica.
Esses hábitos incluem a língua e, por enquanto, ainda incluem o vinho. É o vinho como hábito quotidiano, tão quotidiano como o pão. Não é o vinho nas culturas nórdicas, em que o vinho é uma recompensa exótica, uma maneira de nos embebedarmos e de parecermos mais finos do que os cervejistas.
Portugal é um país de uvas e num país de uvas o vinho é banal. É a banalidade do vinho que é preciso defender. É a banalidade que o torna cultural. Em vez de estar sempre a arranjar maneiras de tornar o vinho mais caro, deveríamos era arranjar novas maneiras de banalizá-lo.
O vinho, como todas as coisas, tanto pode ser bom como mau. O mau tende a ser muito mais barato mas, assim como é fácil arranjar vinho caro que não presta para nada, também não é difícil arranjar vinho barato que se beba com gosto.
Um euro por litro é um belo ponto de partida.
Sobretudo quando se tem pouco dinheiro. Mas são as pessoas com pouco dinheiro que definem a base de uma cultura. A questão básica — e são escusados os bailados que se coreografam e se dançam à volta dela — é só uma: qual é a maneira mais barata de me embebedar?
A quantos cêntimos sai cada unidade de álcool? Ou seja, a quanto é que estou a pagar a água? Neste aspecto, atendendo às uvas e à trabalheira que dão, é óbvio que é a cerveja que é relativamente cara e o vinho relativamente barato. Assim se tem de manter a relação, sob pena de nos tornarmos todos alemães.
E quanto é que me vai custar no dia seguinte? Esta questão só raramente conduz à embriaguez mas, para que não conduza, é preciso aprender a beber.
E como é que se aprende a beber vinho? A beber à mesa, sob o olhar carinhoso dos pais? Está bem, está. Aprende-se a beber vinho quando se é adolescente. Aprende-se a beber vinho bebendo vinho quando não se deve.
As primeiras ressacas, tão terríveis que só um masoquista aceitaria repeti-las, fazem parte da aprendizagem. Constituem a memória dolorosa que leva ao "nunca mais!"
É evitando a embriaguez que se aprende a beber vinho. O vinho não é fácil de beber e digerir e incorporar. O vinho é perigoso porque escorrega bem e está cheio de álcool. É mesmo preciso aprender a beber vinho. E, para aprender, é preciso fazer asneiras. E, para fazer asneiras, o vinho tem de ser acessível: tem de ser barato, e tem de estar em toda a parte.
Outra vantagem do vinho barato mas não muito bom, é puxar pela imaginação dos jovens. Como é que se trabalha com tantos taninos? Como é que faço para poder beber toda a noite? Como é que transformo um vinho rasca numa bebida deliciosa?


Eis a minha contribuição:
Sangria dos Quarenta
A Sangria dos Quarenta custa 40 euros e dá para 40 litros. Se cada adolescente só beber um litro ao longo da noite, até dá para 40 pessoas.
20 litros de tinto (20 euros), 17,5 litros de Sumol de laranja (17,5 euros) e 2,5 quilos de laranjas e limões.
Só falta o gelo. O gelo é essencial para refrescar e fazer render. É o primeiro princípio coqueteleiro: pode-se poupar em tudo, excepto no gelo.
Na versão de luxo, podem juntar-se umas garrafas de Vinho do Porto (o quinado da Ramos Pinto, por exemplo) ou de Moscatel.
A combinação de tinto com Sumol de laranja é extraordinariamente deliciosa. Mas também se podem usar outros refrigerantes. A clássica é a mais barata de todas: a gasosa de marca branca. O litro de gasosa sai a 35 cêntimos, enquanto a Sumol, a Seven-Up e a Fanta saem a 85-90 cêntimos por litro.
A melhor maneira de servir a sangria é fazer o caldo de véspera. O vinho e os citrinos ficam a fermentar com a ajuda de duas colheres de açúcar. No dia da festa, cada um serve-se do caldo e gelo e junta o refrigerante que preferir, na quantidade que prefere.
A sangria branca, para mim, é melhor com Seven-Up, pêssegos e maçãs. Mas o princípio é o mesmo.
Um raminho de hortelã fica sempre bem. Pois se é de cultura que estamos a falar, a hortelã não pode faltar.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Alimentos para soltar o intestino do bebé

Alguns alimentos que podem ser incluídos na alimentação do bebé a partir dos 6 meses, para ajudar a soltar o intestino, são:

  • Frutas, como mamão, laranja, abacate, banana nanica, uva, kiwi, melão, figo, ameixa, melancia, manga, abacaxi;
  • Legumes, como abóbora, almeirão, tomate, pepino, couve, espinafre, batata doce, vagem e vegetais folhosos;
  • Cereais integrais, como aveia em flocos, arroz integral, macarrão integral e milho;
  • Leguminosas, como grão de bico, ervilha, lentilha e feijão.

Além disso, bebés acima de 1 ano também já podem consumir iogurte natural, que contém probióticos que melhoram a flora intestinal e combatem a prisão de ventre. Veja alguns laxantes caseiros para bebés.


4 laxantes naturais e seguros para bebés e crianças

A prisão de ventre é comum em bebés e crianças, principalmente nos primeiros meses de vida, porque o sistema digestivo ainda não está bem desenvolvido, e por volta dos 4 a 6 meses, quando começam a ser introduzidos novos alimentos. Existem alguns remédios caseiros que são considerados seguros e que podem ser usados para regular o trânsito intestinal da criança, auxiliando no tratamento da prisão de ventre, como a água de ameixa ou o xarope de figo com ameixa.

No entanto, no caso dos bebés com menos de 4 meses os remédios caseiros podem não ser indicados, sendo recomendado pelo pediatra medidas que ajudam a melhorar o funcionamento do intestino do bebé e aliviar as cólicas, como massagem na barriga do bebé, e que a mão evite o consumo de alimentos que podem causar gases. Veja mais dicas do que fazer para aliviar as cólicas no bebé.

Mesmo com a ajuda destes remédios caseiros, se o bebé não ganhar peso, se chorar com dores e não conseguir evacuar, deve-se estar atento para levá-lo ao pediatra, caso o problema se mantenha.

1. Água de ameixa

Colocar 1 ameixa num copo com cerca de 50 ml de água e deixar descansar durante a noite. Dar ½ colher de sopa da água ao bebé pela manhã e repetir o processo 1 vez por dia, até o intestino voltar a funcionar.

Para bebés com mais de 4 meses, pode-se espremer a ameixa através de uma peneira e dar 1 colher de chá por dia do suco.

2. Xarope de figo e ameixa

O xarope de figo e ameixa está indicado para crianças maiores de 3 anos de idade.

Ingredientes

  • 1/2 xícara de figos picados com casca;
  • 1/2 xícara de ameixas picadas;
  • 2 xícaras de água;
  • 1 colher de melaço

Modo de preparo

Colocar numa panela os figos, as ameixas e a água e deixar descansar por aproximadamente 8 horas. Em seguida, levar a panela ao fogo, acrescentar o melaço e deixar ferver por alguns minutos, até que as frutas amoleçam e o excesso de água evapore. Retirar do fogo, bater tudo no liquidificador e guardar num pote de vidro com tampa, que tenha sido esterilizado em água a ferver por 10 minutos.

Pode-se tomar 1 colher do xarope por dia, sempre que houver necessidade.

3. Papa de aveia

Substituir as papas de arroz, trigo ou maisena pela papa de aveia, pois é rico em fibras que ajudam a melhorar o trânsito intestinal do bebé e da criança.

Além disso, é importante oferecer bastante água no intervalo das refeições, que ajuda a hidratar as fezes e tornar mais fácil a sua passagem pelo intestino.

4. Suco de laranja e ameixa

Espremer 50 ml de sumo de laranja lima, adicionar 1 ameixa preta e bater no liquidificador. Para crianças maiores de 1 ano, dar o sumo 1 vez por dia, por, no máximo, 3 dias consecutivos. Se a prisão de ventre persistir, deve-se falar com o pediatra.

Para crianças menores de 1 ano, deve-se oferecer de 10 a 30 colheres de chá apenas do sumo de laranja lima.

Quando usar supositórios e levar ao médico

Deve-se procurar o pediatra se a prisão de ventre durar mais de 48 horas, pois ele pode recomendar o uso de supositórios e lavagem intestinal.

Além disso, é preciso estar atento à presença de feridas no ânus do bebé ou de sangue nas evacuações, pois as fezes ressecadas podem causar fissuras anais. Essas fissuras fazem a evacuação ser muito dolorosa para o bebé, e ele automaticamente retém as fezes para evitar a dor. Nestes casos, também é preciso procurar o pediatra o mais brevemente possível. Saiba mais sobre fissura anal.

Veja outros alimentos que são bons para soltar o intestino do bebé.

https://www.tuasaude.com/

10 alimentos laxantes que soltam o intestino

Os alimentos ricos em fibra, como mamão, ameixa, abóbora, laranja, aveia e chia, têm efeito laxante, pois contribuem para a formação do bolo fecal, sendo uma excelente opção para soltar o intestino.



Muitos destes alimentos também têm óptimas quantidades de água, outro elemento fundamental para ajudar na eliminação das fezes. Por isso, é também recomendado beber

É importante incluir esses alimentos laxantes diariamente numa dieta balanceada não só para ajudar a soltar o intestino, mas também para evitar as crises de prisão de ventre.

Principais alimentos

Alguns dos principais alimentos com efeito laxante que que ajudam a soltar o intestino são:

1. Mamão

Cada 100 g de mamão tem em torno de 2g de fibras, além de ter boas quantidades de magnésio, um mineral que estimula os movimentos intestinais, ajudando na eliminação das fezes. Além disso, o mamão também é rico em água, elemento essencial para ajudar a soltar o intestino.

Como consumir: para manter uma dieta variada e balanceada, a quantidade recomendada da fruta é de ½ mamão papaia ou 1 fatia pequena de mamão formosa por dia, na forma natural, que pode ser consumido no pequeno almoço, lanche da manhã ou da tarde. Outras formas de incluir mamão na alimentação é em salada de frutas, sucos ou vitaminas.

2. Aveia

A aveia é um cereal rico em beta-glucanas, uma fibra solúvel com funções pré-bióticas, que serve de alimento para as bactérias benéficas do intestino, os probióticos, ajudando a equilibrar a flora intestinal, regulando o funcionamento do intestino.

Como consumir: para ajudar a soltar o intestino, é importante consumir 1 colher de sopa de aveia em flocos por dia, que pode ser usada em mingaus ou adicionada a frutas ou iogurte.

3. Iogurte natural

O iogurte natural é um alimento probiótico, pois contém as bactérias benéficas Bifidobactérias e Lactobacilos, que ajudam a equilibrar a flora intestinal, mantendo o bom funcionamento do intestino.

Como consumir: é importante priorizar a forma mais natural do iogurte, evitando as versões com adição de corantes, açúcar ou adoçantes, podendo ser consumido 1 vez por dia, junto com frutas, aveia ou sementes, no pequeno almoço, no lanche da manhã ou da tarde.

4. Ameixa

Por ser uma fruta com boas quantidades de fibra, a ameixa é um alimento que ajuda a soltar o intestino. Além disso, a versão fresca da fruta também é rica em água, amolecendo e facilitando a eliminação das fezes.

Como consumir: a ameixa pode ser consumida na forma fresca, sendo aconselhada a ingestão de 1 a 2 unidades por dia, ou na forma desidratada (sem açúcar), sendo recomendada a ingestão de no máximo 2 unidades por dia.

5. Laranja

A laranja é uma fruta com óptimas quantidades de água, que ajuda a amolecer as fezes, facilitando o trânsito intestinal. O bagaço da fruta também é rico em fibras, que ajudam a formar o bolo fecal, soltando o intestino.

Como consumir: para ajudar a soltar o intestino, a laranja deve ser consumida inteira e com o bagaço, sendo sugerido consumir 1 laranja por dia, que pode ser após o almoço ou jantar.

6. Abóbora

Por ser um vegetal com óptimas quantidades de fibra e água, a abóbora é importante para formar e umedecer as fezes, melhorando o trânsito intestinal.

Como consumir: a abóbora pode ser consumida assada ou ainda pode ser usada em ensopados, sopas e saladas, ao longo da semana, intercalando com outros vegetais com propriedades laxantes.

7. Sementes

As sementes, como chia, linhaça, girassol e gergelim contêm boas quantidades de ómega 3, uma gordura saudável que, entre outros benefícios, ajuda a lubrificar o intestino, facilitando a eliminação das fezes.

Por serem ricas em fibras, as sementes também ajudam na formação do bolo fecal e melhoram o trânsito intestinal.

Como consumir: a quantidade de ingestão diária das sementes pode variar, sendo normalmente recomendada 1 colher de sopa por dia, que pode ser adicionada em saladas, iogurtes ou frutas.

8. Vegetais folhosos

Os vegetais folhosos, como espinafre, bertalha, acelga, rúcula, alface e couve são ricos em fibras com propriedades laxantes, soltando o intestino. Além disso, quando esses vegetais são consumidos crus, fornecem óptimas quantidades de água, facilitando a eliminação das fezes.

Como consumir: os vegetais folhosos podem ser consumidos diariamente no almoço e jantar e de preferência na forma crua, quando possível, como saladas ou em sumos. Outra possível forma de consumo desses vegetais é como refogados ou ensopados.

9. Leguminosas

As leguminosas, como feijão, grão de bico, tremoço ou lentilha são ricos em fibras solúveis que promovem a formação das fezes, ajudando a soltar o intestino. Além disso, as leguminosas também possuem boas quantidades de magnésio, um mineral importante para estimular o movimento do intestino.

Como consumir: a recomendação de ingestão diária de leguminosas é de 3 a 6 colheres de sopa por dia, que pode ser na forma de caldos, sopas ou saladas, no almoço e no jantar.

10. Cereais integrais

Os cereais integrais naturais, como o arroz integral, o trigo integral ou quinoa, têm óptimas quantidades de fibras insolúveis que aumentam o volume das fezes e estimulam o movimento peristáltico, soltando o intestino.

Como consumir: os cereais integrais, como arroz integral, pão integral, quinoa ou amaranto, podem ser consumidos diariamente no pequeno almoço, almoço e jantar.

Cardápio para soltar o intestino

A tabela a seguir traz o exemplo de um cardápio de 3 dias com alimentos laxantes para ajudar a soltar o intestino:

Este cardápio é apenas um exemplo que varia de acordo com o estado de saúde actual e as preferências individuais, sendo aconselhado realizar uma consulta com um nutricionista para uma avaliação completa e elaboração de um cardápio personalizado.

Além dos alimentos laxantes, é fundamental beber de 1,5 a 2,0 litros de água por dia, para hidratar as fezes, soltando o intestino e evitando a prisão de ventre.

Veja com a nutricionista Tatiana Zanin outras dicas para soltar o intestino:

https://youtu.be/9774cBPI-2Q

Como fazer: Panqueca de banana com linhaça

Receitas saudáveis com semente de linhaça.



Ingredientes:

    • 1 banana;

    • 2 colheres de sopa de aveia;

    • 1 ovo;

    • 1 colher de chá de linhaça triturada;

    • Canela a gosto;

    • 1 fio de mel.

      Modo de preparo:

      Amassar a banana com um garfo. Adicionar o ovo, a aveia, a linhaça e misturar bem com uma colher, ou espátula. Aquecer, no fogo, uma frigideira antiaderente e fazer a panqueca, dourando dos dois lados. Transferir a panqueca para um prato, polvilhar com a canela em pó, colocar o mel e servir.


      https://www.tuasaude.com/

      Como fazer: Pão de linhaça

        Receitas saudáveis com semente de linhaça.



        Ingredientes:

        • 2 ½ xícaras de chá de farinha de trigo integral;

        • 2 ½ xícaras de chá de farinha de trigo comum;

        • 2 xícaras de chá de farinha de centeio;

        • 1 xícara de chá de semente de linhaça triturada;

        • 1 colher de sopa de fermento químico em pós;

        • 1 colher de chá de mel;

        • 2 colheres de chá de manteiga;

        • 2 ½ xícaras de chá de água morna;

        • 2 colheres de chá de sal;

        • 1 ovo para pincelar.

          • Modo de preparo:

            Misturar todos os ingredientes em uma bacia e sovar até a massa ficar homogênea e lisa. Cobrir a massa com um pano e deixar descansar por 30 minutos. Modelar os pães e colocá-los em forma untada, assando em forno pré-aquecido a 180ºC por 40 minutos.

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          sexta-feira, 24 de março de 2023

          O que é compostagem e como fazer?

          Fazer compostagem doméstica reduz gases do efeito estufa, lixo orgânico e faz bem para saúde

          1. Como se faz a compostagem?

          2. Quais são as 3 fases da compostagem?

          2.1. 1ª) Fase mesofílica

          2.2. 2ª) Fase termofílica

          2.3. 3ª) Fase da maturação

          3. História da compostagem

          4. O que é uma composteira?

          5. Minhocas na compostagem

          6. Composteira automática

          7. Factores que influenciam na geração e na qualidade do composto

          7.1. Organismos

          7.2. Temperatura

          7.3. Umidade

          7.4. Aeração

          8. Cuidados

          9. Para que serve a compostagem

          10. Chorume

          Compostagem é o processo biológico de valorização da matéria orgânica, seja ela de origem urbana, doméstica, industrial, agrícola ou florestal, e pode ser considerada como um tipo de reciclagem do lixo orgânico. Trata-se de um processo natural em que os micro-organismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de certos tipos de resíduos, transformando-a em húmus, um material muito rico em nutrientes e fértil.

          A prática feita em casa ainda faz bem para a saúde. De acordo com um estudo, o contacto com uma bactéria presente no húmus pode ser usado como antidepressivo e diminui alergias, dores e náuseas.

          A compostagem ajuda na redução das sobras de alimentos, tornando-se uma solução fácil para reciclar os resíduos gerados em nossa residência. Confira o vídeo acima, do Canal do Portal eCycle do YouTube, para entender, de forma bem resumida, o que é compostagem. Se curtir, inscreva-se no canal! Confira abaixo mais detalhes de como ela ocorre e como realizá-la.

          Como se faz a compostagem?

          A compostagem do lixo acontece em fases, sendo elas muito distintas umas das outras.

          Quais são as 3 fases da compostagem?

          1ª) Fase mesofílica

          Nessa fase da compostagem, os fungos e as bactérias mesófilas (activas a temperaturas próximas da temperatura ambiente) começam a se proliferar na matéria orgânica aglomerada na composteira, fazendo a decomposição do lixo orgânico. Primeiro são metabolizadas as moléculas mais simples. Nessa fase, as temperaturas são moderadas (cerca de 40°C) e dura em torno de 15 dias.

          2ª) Fase termofílica

          É a fase mais longa, podendo se estender por até dois meses, dependendo das características do material que está sendo compostado. Nessa fase, entram em cena os fungos e as bactérias denominados de termófilos, que são capazes de sobreviver a temperaturas entre 65°C e 70°C, à influência da maior disponibilidade de oxigénio – promovida pelo revolvimento da pilha inicial. A degradação das moléculas mais complexas e a alta temperatura ajudam na eliminação de agentes patógenos.

          3ª) Fase da maturação

          É a última fase do processo de compostagem, podendo durar até dois meses. Nessa fase, há a diminuição da actividade microbiana, da temperatura (até se aproximar da temperatura ambiente) e da acidez. É um período de estabilização que produz um composto maturado. A maturidade do composto ocorre quando a decomposição microbiológica se completa e a matéria orgânica é transformada em húmus, livre de toxicidade, metais pesados e patógenos.

          O húmus é um material estável, rico em nutrientes e minerais, que pode ser utilizado em hortas, jardins e para fins agrícolas, como adubo orgânico, devolvendo à terra os nutrientes de que necessita e evitando o uso de fertilizantes sintéticos.

          História da compostagem

          A compostagem orgânica não é uma prática nova, mas está ganhando popularidade ao passo que há uma tendência maior de preocupação com a sustentabilidade. Há muito tempo agricultores já utilizavam o método de reciclagem do lixo doméstico para obtenção de adubo orgânico.

          No oriente médio, principalmente na China, a compostagem vem sendo aplicada há séculos. Já no ocidente, ficou conhecida em 1920, a partir dos primeiros experimentos de Sir Albert Howard. O Inglês Howard era considerado um dos propulsores da compostagem doméstica na província Indiana de Indore, onde tentou efectuar o processo com resíduos de uma só natureza e concluiu que era necessário misturar diversos tipos.

          Também na Europa, a técnica era usada durante os séculos XVIII e XIX pelos agricultores que transportavam os seus produtos para as cidades em crescimento e, em troca, regressavam às suas terras com os resíduos sólidos urbanos das cidades para utilizá-los como corretivos orgânicos gerados do solo. Assim, os resíduos eram quase que completamente reciclados por meio da compostagem e da agricultura.

          Com a expansão das áreas urbanas e o aumento populacional e do consumo, houve mudanças na qualidade dos resíduos sólidos, que acabaram tornando-se cada vez mais inadequados para o processo de compostagem de lixo. Logo, a técnica perdeu popularidade.

          Entretanto, nos dias de hoje, com a pressão para a utilização de métodos direccionados para a preservação do meio ambiente, há um novo interesse em compostagem de restos de comida em casa como uma solução para a redução do volume de lixo que é encaminhado para aterros e lixões todos os dias.

          Esse hábito ainda pode fornecer uma opção saudável de adubo orgânico para plantas e hortas. Com isso, cada vez mais pessoas querem colocar a mão na massa e fazer a sua própria compostagem, mas muitas não sabem por onde começar.

          O que é uma composteira?

          A composteira nada mais é do que o lugar (ou a estrutura) próprio para o depósito e a compostagem do material orgânico, onde o lixo orgânico será transformado em húmus.

          A composteira pode assumir diversos formatos e tamanhos – isso depende do volume de matéria orgânica que é produzida e também do espaço livre disponível para sua alocação, mas todas têm a mesma finalidade.

          As composteiras podem ser instaladas em casas ou apartamentos e possuir tamanhos e preços variados. Para além disso, o processo também pode ser realizado directamente no solo.

          Minhocas na compostagem

          Uma forma de acelerar a compostagem orgânica é por meio do uso de minhocas californianas (espécie Eisenia foetida mais indicada para o processo). Isso porque as minhocas digerem a matéria orgânica, facilitando o trabalho dos micro-organismos.

          Esse tipo de compostagem recebe o nome de vermicompostagem ou compostagem com minhocas. Para saber mais sobre esse tema, dê uma olhada na matéria: “Vermicompostagem: conheça as vantagens dessa técnica que reduz o lixo orgânico“. Para conhecer mais de perto as minhocas dê uma olhada na matéria: “Minhoca: importância ambiental na natureza e em casa“.

          Composteira automática

          A compostagem também pode ser feita por meio da composteira automática, que envolve maior praticidade, pois a decomposição é mais rápida e, ao em vez de minhocas, utiliza-se poderosos micro-organismos patenteados (dentre eles, o Acidulo TM), capazes de se multiplicarem em altas temperaturas, salinidade e acidez, saiba mais sobre esse tema lendo a matéria “Composteiras automáticas trazem agilidade e eficiência no reaproveitamento de resíduos domésticos“. Com isso, é possível inserir alimentos ácidos, carne, ossos, espinhas de peixe, frutos do mar, ao contrário da compostagem com minhocas, ou vermicompostagem.

          Nessa última, também não se recomenda a deposição em excesso de gorduras e lacticínios, pois retardam a decomposição. Também existem resíduos que não vão para nenhum dos tipos de composteira, porém devemos destinar correctamente. Para saber mais a respeito, dê uma olhada na matéria: “O que pode colocar na composteira?“.

          Ao identificar o melhor tipo de processo (compostagem ou vermicompostagem) e de composteira para a casa, família e orçamento, muitas pessoas ainda têm uma dúvida: se a composteira caseira é higiénica. Essa dúvida é recorrente devido a existência de chorume e pela necessidade de lidar com restos de alimentos que podem exalar mau odor e atrair animais.

          O fato de haver minhocas nas composteiras também assusta. Mas esse receio não tem muito fundamento como mostra a matéria “Entrevista: composteira caseira é higiénica” com Cesar Danna, do site de soluções para resíduos orgânicos Minhocasa.

          Factores que influenciam na geração e na qualidade do composto

          São muitos os factores que podem influenciar na quantidade e qualidade dos compostos gerados durante esse processo, os principais são os seguintes:

          Organismos

          A transformação da matéria orgânica bruta para húmus é um processo, basicamente, microbiológico, operado principalmente por fungos e bactérias, que, durante as fases da compostagem, alternam espécies de micro-organismos envolvidos. Também há a colaboração da macro e mesofauna, como minhocas, formigas, besouros e ácaros, durante o processo de decomposição;

          Temperatura

          Um dos factores de grande importância no processo de compostagem. Esse processo de decomposição da matéria orgânica por micro-organismos se relaciona directamente à temperatura, por meio de micro-organismos que produzem o calor, pela metabolização da matéria orgânica, estando a temperatura relacionada a vários factores, como materiais ricos em proteínas, baixa relação carbono/nitrogénio, umidade e outros.

          Materiais moídos e peneirados, com granulometria mais fina e maior homogeneidade, originam uma melhor distribuição de temperatura e menor perda de calor. Veja mais detalhes na matéria “Condições básicas para manutenção da composteira: temperatura e umidade“.

          Umidade

          A presença de água é fundamental para o bom desenvolvimento do processo, pois a umidade garante a actividade microbiológica, isso se deve porque, entre outros factores, a estrutura dos micro-organismos consiste de aproximadamente 90% de água e, na produção de novas células, a água precisa ser obtida do meio, ou seja, neste caso, da massa de compostagem.

          Porém, a escassez ou o excesso do líquido pode desacelerar a compostagem – se houver excesso, é necessário acrescentar matéria seca, como serragem, ou folhas secas.

          A faixa de umidade óptima recomendada para se obter um máximo de decomposição está próxima de 50%, devendo haver uma maior atenção ao teor de umidade durante a fase inicial, pois esta precisa de uma adequação do suprimento de água para promoção do crescimento dos organismos biológicos envolvidos no processo e para que as reacções bioquímicas ocorram no tempo certo, durante o processo de compostagem. Saiba mais detalhes na matéria “Umidade dentro da composteira: factor muito importante“.

          Aeração

          No processo de compostagem, é possível dizer que a aeração é o factor mais importante a ser considerado, isso porque o arejamento evita a formação de maus odores e a presença de insectos, como as moscas de frutas, por exemplo, o que é importante tanto para o processo como para o meio ambiente.

          Também deve-se levar em conta que, quanto mais húmida está a massa orgânica, mais deficiente será sua oxigenação. É recomendado que o primeiro revolvimento seja feito em duas ou três semanas após o início do processo, pois esse é o período em que se exige a maior aeração possível. Em seguida, o segundo revolvimento deve ser feito aproximadamente três semanas após o primeiro, e dez semanas após o inicio de processo de compostagem deve ser feito o terceiro revolvimento para uma incorporação final de oxigénio.

          Uma massa orgânica com uma dose apropriada de nitrogénio e carbono ajuda no crescimento e na actividade das colónias de micro-organismos envolvidos no processo de decomposição, possibilitando a produção do composto em menos tempo.

          Sabendo que os micro-organismos absorvem o carbono e o nitrogénio numa proporção de 30 partes de carbono para uma parte de nitrogénio, ou seja, uma razão de 30/1, essa é a proporção ideal para o material orgânico depositado na composteira, mas também são recomendados valores entre 26/1 e 35/1, como sendo as relações C/N mais propícias para uma rápida e eficiente compostagem.

          Cuidados

          Resíduos com relação C/N baixa (C/N<26/1) são pobres em carbono e perdem nitrogénio na forma amoniacal durante o processo de compostagem. Nesse caso, recomenda-se juntar restos vegetais celulósicos, como serragem de madeira, sabugo e palha de milho e talos e cachos de banana, ricos em carbono, para elevar a relação a um valor próximo do ideal.

          No caso contrário, ou seja, quando a matéria-prima possui relação C/N alta (C/N>35/1), o processo de compostagem torna-se mais demorado e o produto final apresentará baixos teores de matéria orgânica. Para corrigir esse erro, deve-se acrescentar materiais ricos em nitrogénio, como folhas de árvores, gramíneas e e legumes frescos.

          Além do que até aqui mencionado, outros cuidados recomendados estão relacionados ao local onde a composteira estará alocada: o preparo prévio do material orgânico, a quantidade de material a ser compostado e as dimensões das leiras (quando a compostagem é feita em leiras, pilhas de resíduos em linha).

          Você também deve tomar cuidado com quais materiais orgânicos colocar na sua composteira, como, por exemplo, no caso da vermicompostagem, onde há restrições a alguns tipos de alimentos já mencionados, como excesso de frutas cítricas, cebola ou alho, pois alteram o pH do composto.

          Para que serve a compostagem

          Segundo dados do IPEA, Instituto de Pesquisa Económica Aplicada, o material orgânico corresponde a cerca de 52% do volume total de resíduos produzidos no Brasil e tudo isso vai parar em aterros sanitários, onde são depositados com os demais e não recebem nenhum tipo de tratamento específico.

          A compostagem traz muitas vantagens para o meio ambiente e para a saúde pública, seja aplicada no ambiente urbano (domésticos ou industriais) ou rural. A maior vantagem que pode ser citada da compostagem é que, no processo de decomposição, ocorre somente a formação de dióxido de carbono ou gás carbónico (CO2), água (H2O) e biomassa (húmus).

          Por se tratar de um processo de fermentação que ocorre na presença de oxigénio (aeróbico), permite que não ocorra a formação de gás metano (CH4), gerado nos aterros por ocasião da decomposição destes resíduos, que é altamente nocivo ao meio ambiente e muito mais agressivo, pois é um gás de efeito estufa cerca de 21 vezes mais potente que o gás carbónico.

          Ao reciclarmos o lixo destinado aos aterros por meio da compostagem, haverá, por consequência, uma economia nos custos de transporte e de uso do próprio aterro, ocasionando o aumento de sua vida útil (veja sobre o uso da compostagem em grandes cidades).

          Chorume

          Além de tudo que percorremos até aqui, a compostagem promove a valorização de um insumo natural e ambientalmente seguro, adubo orgânico, actuante sobre a reciclagem dos nutrientes do solo e no reaproveitamento agrícola da matéria orgânica, assim evitando o uso de fertilizantes inorgânicos, formados por compostos químicos não naturais, cujos mais comuns levam em sua composição substâncias como nitrogénio, fosfatos, potássio, magnésio ou enxofre (veja mais informações na matéria “O que são fertilizantes?”).

          Os efeitos desses compostos, sobretudo os fertilizantes nitrogenados, se apresentam igualmente nocivos ao desequilíbrio do efeito estufa. Também é possível mencionar os riscos que esses fertilizantes podem trazer devido à presença de metais pesados em sua composição.

          O chorume produzido no processo da compostagem com minhocas pode ser utilizado como adubo líquido (na proporção de dez partes de água para uma de chorume) e como pesticida (na proporção de meia parte de chorume e meia de água borrifada nas plantas).

          Se suas dúvidas sobre compostagem foram solucionadas com essa matéria e você está querendo praticar a sua em casa, você pode comprar uma composteira doméstica em nossa loja. Encontre o melhor tipo para sua casa e sua família. Você também pode conferir como fazer uma composteira em casa na matéria: “Aprenda como fazer uma composteira doméstica com minhocas“.

          Curta o vídeo (em inglês) sobre como é o processo de compostagem.

          https://www.ecycle.com.br/compostagem/

          quinta-feira, 9 de março de 2023

          Já sabe o que é reduflação? menos quantidade e o mesmo preço - Minuto Consumidor

          Para combater a inflação algumas empresas estão a adoptar a estratégia da reduflação: menos qualidade e mesmo (ou mais alto) preço. Conheça ao que tem de estar atento neste espaço dedicado a responder às dúvidas dos consumidores.

          Nos dias que passam é difícil tirar da cabeça a palavra “inflação”. A média da inflação em 2022 alcançou os 7,8%, valor que contrasta com a média da inflação de 2021, que se fixou nos 1,3%.

          Por causa da escalada da inflação, os consumidores estão a comprar os mesmos produtos, mas a gastar muito mais dinheiro. É geral, está a acontecer em todos os sectores, e nós já lhe demos algumas dicas para poupar ao máximo.

          Mas a inflação traz muitas vezes inerente a reduflação, uma estratégia empresarial. Este conceito não é tão falado, nem tão notório. A reduflação acontece quando o tamanho dos produtos é diminuído e o seu preço continua o mesmo - ou até aumenta - é como uma inflação dissimulada.

          A maior parte das vezes são diferenças que o próprio consumidor não consegue notar à primeira vista. Esta prática já é comentada de forma generalizada há alguns anos, em frases como “os sacos das batatas fritas cada vez têm mais ar do que batatas” ou “este gelado já foi maior”, a verdade é que esta prática se tem alargado a diferentes áreas e a DECO PRO TESTE já o confirmou em marcas conhecidas por todos.

          A prática não constitui um crime desde que a informação no rótulo e na etiqueta do preço estejam correctas. A verdade é que é raro o consumidor reparar na redução de algumas gramas do produto, o que leva esta prática a ser considerada enganosa, já que induz os consumidores em erro. Mas se as informações estiverem correctas, é legal.

          A justificação nunca chega ao consumidor e como não há fiscalização, é muito difícil encontrar o “culpado”.

          Segundo a DECO PRO TESTE, um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais custa agora mais €45 do que há um ano. Neste momento, são precisos mais de €230,38 para comprar este conjunto de produtos considerados de primeira necessidade. Estes valores representam uma subida de 24,4% relativamente ao dia 23 de Fevereiro de 2022, véspera da invasão da Rússia à Ucrânia.

          Para poupar no supermercado, faça uma lista do que realmente precisa e siga-a à risca. Compare os preços por unidade -é a melhor forma de conseguir fugir à reduflação - aproveite as promoções e opte por marcas brancas quando a qualidade é assegurada. Evite o desperdício e poupe ao mesmo tempo ao aproveitar os produtos que tem no frigorifico e na despensa para pratos novos.

          O "Minuto Consumidor" é um projecto onde procuramos, todas as semanas, responder às suas dúvidas. Para acompanhar no Expresso Online e na antena da SIC Notícias, com o apoio da DECO Proteste.

          Envie as suas dúvidas para minutoconsumidor@deco.proteste.pt

          https://expresso.pt/multimedia/minuto-consumidor/2023-03-05-Ja-sabe-o-que-e-reduflacao--menos-quantidade-e-o-mesmo-preco---Minuto-Consumidor-f915481a

          quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

          GUIA DE PRODUTOS ESSENCIAIS PARA UM CARRINHO DE COMPRAS COM QUALIDADE NUTRICIONAL, SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL.

          Governo de Espanha – Ministério do Consumo

          Este documento apresenta uma proposta para produtos essenciais saudáveis,
          frescos e processados, para formar um cesto de compras nutricionalmente de qualidade,
          saudável e sustentável. A lista dos produtos seleccionados está definida no anexo I.

          • Para a elaboração desta proposta, foram tidos em conta:
            • Relatório do Comité Científico da AESAN sobre recomendações alimentares sustentáveis e as particularidades da dieta mediterrânica.
            • Trabalhos anteriores desta Agência com outros organismos, em relação à oferta
            de comida para pessoas desfavorecidas.
          • Trabalho anterior sobre impostos saudáveis.
            Na selecção estas recomendações e trabalhos foram tidos em conta, tanto para
            a distribuição dos produtos nas três refeições diárias -pequeno-almoço, almoço e jantar, contemplando também a possibilidade de usar alguns deles como um lanche ou uma ceia, como em modo de consumo, para completar uma ingestão diária nutricionalmente equilibrada por grupos alimentares saudáveis.

           
          1. Legumes e frutas, que devem constituir a principal ingestão diária nas três refeições, e também como um lanche saudável. Os sazonais são preferíveis, e
          vegetais, frescos e congelados.

          2. Cereais (pão, arroz, massa…), que são consumidos diariamente e são recomendados para serem integral, tendo em conta que representam um importante contributo da energia.

          3. As batatas e outros tubérculos podem ser consumidos diariamente, mas a sua contribuição
          nutricional é muito limitado, por isso é recomendado que seja limitado, dado que a sua
          A principal contribuição é calórica.

          4. No que diz respeito às fontes proteicas, tanto animais como vegetais, existe uma ampla
          gama de alimentos para contemplar, que pode ser combinado tanto diariamente como semanalmente para garantir a contribuição das proteínas de uma forma variada e acessível.

          a. Leguminosas destacam-se por ser uma fonte acessível de proteína, com baixo
          O impacto ambiental, que pode ser consumido diariamente, e em diferentes preparações, pelo que são muito versáteis.
          b. Os frutos secos têm a particularidade de uma ingestão calórica elevada, por isso
          o seu consumo, que pode ser diário, deve ser ajustado aos consumos calóricos.

          c. O peixe é uma fonte de proteína no âmbito da dieta mediterrânica;
          Especificamente, peixes oleosos ricos em gorduras saudáveis. Pode ser incluído
          Apresentações enlatadas, preferencialmente naturais ou com azeite ou girassol.
          d. Ovos, de preferência de galinhas ao ar livre, como critério de bem-estar
          animal.
          e. A carne, sendo a mais saudável aves e coelho. Pode ser incluído produtos magros congelados ou enlatados com baixo teor de sal.

          5. Pratos preparados: devem ter uma presença reduzida no carrinho de compras e devem ser fabricados com os produtos acima indicados, minimamente processados e com um teor muito baixo de gorduras saturadas, sal ou açúcares adicionados.

          Água da torneira é a bebida de eleição. Por isso, as bebidas não são recomendadas na cesta básica.

          Para uma alimentação saudável, recomenda-se a seguinte distribuição dietética das categorias acima referidas.

          • 50% de frutas e legumes.
          • 25% de cereais, preferencialmente cereais integrais.
          • 25% de proteína, lembrando que as leguminosas e os frutos secos são uma fonte de proteínas saudáveis.
          Como complemento e recomendação que poderia acompanhar esta medida de promoção do catálogo de produtos básicos da compra, em linha com a situação actual de alto custo de energia, pode ser concluído com recomendações para a elaboração destes produtos. Assim, é preferível preparar-se cozinhando ou vaporizando e a utilização de micro-ondas e panela do ponto de vista do consumo de energia dos aparelhos domésticos. É também aconselhável, neste sentido, preparar grandes quantidades que são congeladas, e consumir mais tarde. Apresentações que minimizam consumo de energia em casa (por exemplo, leguminosas cozidas).

          ANEXO 1




          GUÍA DE PRODUCTOS ESENCIALES PARA UNA CESTA DE LA COMPRA NUTRICIONALMENTE DE CALIDAD, SALUDABLE Y SOSTENIBL

          terça-feira, 8 de novembro de 2022

          Índia: 71% dos habitantes não têm dinheiro para uma refeição saudável

          Um relatório publicado pelo Centre for Science and Environment e a revista Down to Earth, por ocasião do Dia Mundial do Ambiente, revela que 71% dos indianos não conseguem pagar uma refeição saudável. Esta parcela é classificada como “enorme” no relatório, tendo em conta que, a nível mundial, a percentagem de pessoas sem dinheiro para uma dieta saudável desce para 42%. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), quando o custo de uma refeição saudável é superior a 63% dos rendimentos de uma pessoa, é considerada inacessível, indica o portal scroll.in.

          Os hábitos alimentares pobres em frutas, vegetais, grãos integrais e ricos em carnes processadas, carne vermelha e bebidas açucaradas podem conduzir a doenças respiratórias, diabetes, câncer, derrames e doenças coronárias, refere o texto, que destaca os “níveis inaceitáveis de má nutrição que persistem” no país asiático. Ao analisar os preços dos alimentos, o texto afirma que a inflação do índice de preços alimentares ao consumidor (IPAC) registou um aumento de 327% no ano passado, enquanto no índice de preços ao consumidor – que inclui o IPAC –  verificou-se um aumento de 84% no mesmo período.

          Com o aumento recente do preço dos alimentos e dos combustíveis, em Abril deste ano, a Índia bateu um recorde de oito anos, ao nível da inflação. A propósito do relatório agora publicado e numa altura em que o governo de Narendra Modi anda a celebrar oito anos de governo, Sitaram Yechury, secretário-geral do Partido Comunista da Índia (Marxista), afirmou na sua conta de Twitter que o governo indiano “não pode distorcer a verdade do impacto desastroso das suas políticas impiedosas nas vidas das pessoas“.

          https://youtu.be/PPWRrq9VBPw

          Crédito: theweek.in

          Fonte: Texto originalmente publicado no site português AbrilAbril.
          Link directo:
          https://www.abrilabril.pt/internacional/india-71-dos-habitantes-nao-tem-dinheiro-para-uma-refeicao-saudavel

          GEOPOLÍTICA DA FOME

          No seu livro Geopolítica da Fome, o professor Josué de Castro apresenta um dos aspectos mais prementes e, sem dúvida, o mais trágico desta geografia da alimentação, que é o capítulo inicial de toda geografia humana. Realmente, a importância de tais problemas não era desconhecida dos entendidos do assunto. Existe muito de humanidade profunda na obra de um E. Réclus ou de um Vidal de la Blache, para que não se tivesse deles uma clara consciência. Na verdade nossos antigos mestres não estavam enganados a respeito dos tabus que Josué de Castro denuncia. Todavia, ele tem muita razão quando afirmava que o comum dos geógrafos e, principalmente, o comum dos homens, preferiria nada dizer a propósito desse assunto. E muitos há que lançavam um véu discreto sobre essas feias perspectivas. Eis que, apesar disso, nós, civilizados, vimos levantar-se diante de nós o espectro horrível da fome. Coisa que não se imaginaria nos 20 anos passados, nós temos tido fome como nossos avós tiveram fome. Os quadros mais sombrios, nos quais estávamos inclinados a não encontrar senão na literatura, retomaram, a nossos olhos, cor e realidade. Viram os médicos o aparecimento, nos hospitais da Europa Ocidental, de moléstias estranhas, cujas causas mal se conheciam.

          Ano de publicação: 2003

          ’’Quais são os factores ocultos desta verdadeira conspiração de silêncio em torno da fome? Será por simples obra do acaso que o tema não tem atraído devidamente o interesse dos espíritos especulativos e criadores dos nossos tempos? Não cremos. O fenómeno é tão marcante e apresenta-se com tal regularidade que, longe de traduzir obra do acaso, parece condicionado às mesmas leis gerais que regulam as outras manifestações sociais de nossa cultura.

          Trata-se de um silêncio premeditado pela própria alma da cultura: foram os interesses e os preconceitos de ordem moral e de ordem política e económica de nossa chamada civilização ocidental que tornaram a fome um tema proibido, ou pelo menos pouco aconselhável de ser abordado publicamente’’.

          Josué de Castro, Geografia da Fome

          De todos os estudiosos sobre o fenómeno social, político e económico da fome, o mais importante continua sendo o brasileiro Josué de Castro. Resgatar esta literatura reflexiva em um momento grave como o presente é necessário para compreender as grandes transformações sistémicas actuais e o impacto sobre as pessoas comuns, a partir do tipo de sociedade imposta sobre boa parte do mundo nos últimos séculos, por uma classe dominante dos países ocidentais. O esgotamento do presente modelo económico, social e político ficou evidenciado durante a pandemia da Covid-19. No entanto, já existiam sinais anteriores de que a estratégia do ’’caos social’’ e de militarização de todas relações sociais, políticas e económicas do capitalismo encaminhavam o mundo para a catástrofe.

          As crises migratórias oriundas das guerras da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Iugoslávia, Iraque e Afeganistão resultaram em um espaço de três décadas no surgimento do maior grupo de pessoas refugiadas no mundo desde a Segunda Guerra Mundial. O neoliberalismo na América Latina e em países africanos apontava em uma direcção de instabilidade política geral em razão da ampliação da pobreza e da fome estrutural em níveis semelhantes ao século XIX. Mesmo nos países do grupo das sete principais economias do mundo (G7), a desigualdade social, a fome e outros problemas que até a década de 1980 eram muito mais presentes em países do Sul-Global passaram a estar presentes.

          Nenhum dos problemas actuais nascem com o início da operação militar russa na Ucrânia a partir de 24 de Fevereiro de 2022. Culpar o governo russo de todos os males da Terra para ’’cancelá-lo’’ do sistema internacional é um subterfúgio confortável para os verdadeiros responsáveis do caos- alguns do quais também são responsáveis pela situação ucraniana. A grave crise de abastecimento de produtos básicos em andamento no mundo actual esteve também presente durante a pandemia na forma da negligência ocidental de vacinas e medicamentos para os países pobres.

          Crédito: Popa Matumula/ Cartoon Movement.

          sexta-feira, 28 de outubro de 2022

          Ministros nórdicos escrevem à UE sobre nova rotulagem de alimentos

          O novo rótulo alimentar europeu deve basear-se em investigação científica e não em interesses comerciais. Foi o que escreveram os ministros nórdicos responsáveis ​​pela política alimentar numa carta conjunta à UE.

          Na UE, está em andamento um processo para realizar a rotulagem obrigatória de todos os alimentos, o que orientaria o consumidor a fazer escolhas saudáveis ​​ao comprar alimentos.

          Isso pode ser na forma de um rótulo na frente da embalagem dos alimentos, exibindo se o conteúdo é bom ou não tão bom para nossa saúde.  

          Pode competir com o Keyhole

          Um rótulo obrigatório da UE poderia competir com os rótulos nacionais e regionais existentes, como o rótulo Nordic Keyhole, que é usado na região nórdica há 30 anos.  

          O Keyhole, juntamente com o símbolo do coração finlandês, é baseado em recomendações nutricionais nórdicas baseadas em pesquisas.

          Os ministros nórdicos responsáveis ​​pela alimentação e saúde esperam agora que o esquema de rotulagem nórdico possa inspirar o europeu. 

          Experiência com rotulagem funcional

          “Como a Comissão Europeia vai desenvolver um rótulo na frente da embalagem para a qualidade nutricional dos produtos alimentícios, gostaríamos de contribuir. A Região Nórdica tem uma vasta experiência no desenvolvimento e uso de rotulagem nutricional como uma ferramenta para fazer escolhas mais saudáveis”, diz Ingvild Kjerkol, Ministro de Serviços de Saúde e Cuidados da Noruega.

          Incentivando o desenvolvimento de produtos

          Embora a responsabilidade pelo desenvolvimento do rótulo de alimentos nórdicos seja dos governos, isso ocorre em estreita cooperação entre consumidores, pesquisa e indústria.

          Isto produziu um rótulo amplamente reconhecível e credível e, ao mesmo tempo, motivou a indústria alimentar a garantir a evolução contínua dos seus produtos.

          Em sua carta à Comissão Europeia, os ministros nórdicos escreveram que esperam um processo semelhante aberto e baseado em conhecimento em que pesquisadores e partes interessadas estejam envolvidos no desenvolvimento dos regulamentos para o novo rótulo da UE. 

          Preocupações com a deterioração das exportações de alimentos

          É crucial que o rótulo seja baseado em evidências e pesquisas. Os ministros nórdicos acreditam que o foco de qualquer rótulo deve ser o valor nutricional do alimento e quão saudável ele é, não interesses comerciais.

          O processo da UE para desenvolver um rótulo alimentar comum suscitou a discussão e a preocupação de muitas partes interessadas que temem que o rótulo resulte em má publicidade para importantes produtos gastronómicos de exportação.

          A região nórdica contribui com conselhos dietéticos actualizados

          Na região nórdica, os esforços para actualizar as recomendações nutricionais nórdicas estão chegando ao fim. As recomendações actualizadas serão publicadas em Junho de 2023. Pela primeira vez, critérios de sustentabilidade serão incluídos nas directrizes alimentares.

          Os ministros esperam que as novas recomendações nutricionais nórdicas sejam úteis para os novos esquemas de rotulagem de alimentos da UE.

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          Fotógraf: Johannes Jansson/norden.org

          Leia a carta à Comissão Europeia

          https://www.norden.org/en/news/nordic-ministers-write-eu-about-new-food-labelling

          terça-feira, 11 de outubro de 2022

          Os cereais açucarados são alimentos saudáveis? E o salmão? Os EUA propõem mudar as regras para alimentos saudáveis

          A agência de alimentos dos EUA estabelece que os alimentos devem atender aos limites exigidos para gorduras saturadas, sal e açúcares adicionados.

          A Food and Drug Administration (FDA na sigla em inglês) do governo dos Estados Unidos acaba de propor uma nova definição do que é saudável na alimentação. O novo significado será aplicado às informações que aparecem nos rótulos nutricionais dos alimentos processados . Para dar dois exemplos do que entra e do que sai desta definição, a partir de agora o salmão e o abacate são considerados alimentos saudáveis, quando antes não eram devido ao seu alto teor de gordura, e os cereais com adição de açúcares, que se consideravam saudáveis, parem de se considerar assim.

          Além disso, a FDA anunciou que está desenvolvendo um símbolo gráfico que os fabricantes de alimentos processados ​​podem usar para marcar seus produtos como saudáveis ​​quando atendem aos novos requisitos estabelecidos pelo governo, e um novo rótulo nutricional que deve estar na frente e não, como é o caso agora, na parte de trás ou na lateral. A Casa Branca anunciou que o novo sistema nutricional proposto pela FDA será comunicado nos alimentos por meio de símbolos facilmente identificáveis ​​pelos consumidores, como "uma classificação por estrelas ou um sistema de semáforo".

          O novo sistema de informação nutricional americano contempla dois aspectos. Por um lado, novos alimentos saudáveis ​​devem conter uma quantidade "significativa" de nutrientes de pelo menos um dos grupos ou subgrupos recomendados pelas directrizes alimentares, como frutas, vegetais ou lacticínios. E, além disso, devem atender aos limites exigidos para gorduras saturadas, sódio (sal) e açúcares adicionados; portanto, o pão branco também não pode ser considerado saudável neste novo guia. Para a professora de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Navarra, Maira Bes Rastrollo, esta actualização “é um passo em frente”. “E é um ponto muito favorável que tenham incluído açúcares adicionados, algo que o Nutri-Score não faz, o sistema que temos na Espanha”, acrescenta Bes Rastrollo, especialista em epidemiologia da nutrição.

          Na Espanha, e por regulamentos comunitários, a informação nutricional é obrigatória em alimentos processados ​​desde 2011 e deve incluir a lista de ingredientes e a tabela de informações nutricionais. Mas esse mesmo regulamento da Comissão Europeia reconheceu que nem todas as pessoas conseguem compreender bem esse rótulo, pelo que propôs que, de forma complementar e voluntária, fosse acompanhado de informação na parte frontal do produto alimentar. E é isso que a Espanha fez com o sistema Nutri-Score em vigor desde 2021 e que é um dos que existem para transferir informações sobre se um alimento processado é saudável ou não.

          O Nutri-Score é um algoritmo que dá uma nota a cada produto avaliado, de 1 a 5. Cada nota é associada a uma cor, de verde escuro a vermelho, e cada uma dessas cores a uma letra, de A a E. Quanto maior a nota, menor o valor nutricional do produto, pois o algoritmo soma pontos quando contém gorduras saturadas, sal, açúcares ou mais calorias, e subtrai pontos pela percentagem de frutas e verduras, óleos vegetais como azeitona ou soja e a contribuição de vitaminas e fibras.

          Melhor que Nutri-Score

          Outro aspecto em que a proposta norte-americana melhora o Nutri-Score , segundo Bes Rastrollo, é que o sistema norte-americano leva em consideração o tipo de alimento ao estabelecer os limites nutricionais: “Por isso surgiu o problema Na proposta norte-americana, o limite máximo de gordura é função do tipo de alimento considerado. Isso permite que você se adapte muito melhor”.

          A declaração da FDA anunciando o novo significado de alimentos saudáveis ​​afecta os efeitos sobre a saúde daqueles que não o são. “Mais de 80% das pessoas nos Estados Unidos não consomem frutas, vegetais e lacticínios suficientes. E a maioria deles consome açúcares adicionados em excesso, gorduras saturadas e sódio. De acordo com os próprios dados do governo dos EUA, “O sobrepeso e a obesidade, que estão associados a comportamentos alimentares inadequados e actividades físicas, são os principais contribuintes para doenças crónicas nos Estados Unidos. A obesidade aumenta o risco de morbidade por doenças crónicas, como diabetes tipo 2, doença coronariana e alguns tipos de câncer, e também está associada a um risco aumentado de mortalidade por todas as causas”.

          De acordo com os dados fornecidos pela própria FDA na apresentação do novo rótulo saudável, “em 2019, 42% dos adolescentes e 39% dos adultos afirmaram comer frutas menos de uma vez ao dia, enquanto 41% dos adolescentes e 21% dos os adultos disseram que comiam vegetais menos de uma vez por dia. E é isso que o governo americano quer mudar. "O passo que eles deram é positivo", diz Bes Rastrollo, "porque há evidências de que a informação nutricional correcta ajuda a mudar os hábitos de compra, mas acho que mais do que informação sobre o que é saudável, o consumidor precisa de informação sobre o que não é, pois fazem, por exemplo, os rótulos nutricionais no Chile”. Neste país, a informação nutricional dos alimentos industrializados é baseada em quatro selos que os alimentos que ultrapassam o limite estabelecido como saudáveis ​​devem levar: rico em açúcares, rico em gorduras saturadas, rico em sódio, rico em calorias.

          A FDA lançou sua primeira definição de alimentos saudáveis ​​em 1994, mas as directrizes alimentares mudaram desde então, juntamente com os avanços na pesquisa nutricional. Em 2016, a Food and Drug Administration dos EUA iniciou o processo de actualização do que é considerado saudável na alimentação, que agora está culminando. Mas esse trabalho teve uma pausa, pois durante a presidência de Donald Trump o comité encarregado de definir as directrizes alimentares do país foi proibido de considerar os efeitos à saúde da carne vermelha, do sal e dos alimentos ultraprocessados. A administração Joe Biden, ao contrário, reactivou a adequação científica dos rótulos nutricionais que agora chega aos consumidores americanos.

          EL PAÍS Salud y Bienestar

          touro da vitória

          VICTORIA TORO

          Ela é jornalista científica. Foi correspondente científica e chefe da Society for Diario16 e correspondente em Nova York do La Voz de Galicia. É autora de dois livros, as biografias de Severo Ochoa, "Da bioquímica à biologia molecular", e "Marie Curie". Ele também criou e dirigiu exposições de ciência popular.

          segunda-feira, 20 de junho de 2022

          Concorrência multa três cadeias de supermercado e fornecedor em 19,5 milhões de euros.

          Os acontecimentos foram entre 2011 e 2017!!! Durante seis anos (o que se sabe) fizeram o que quiseram. Estamos em 2022!!!

          O que AdC vai fazer sobre o esbulho que estas cadeias estão a fazer agora, com os produtos a preços duas e três vezes o seu preço normal? Note-se que começaram a aumentar os preços logo imediatamente á declaração de guerra da Russia á Ucrania, sem que nada o justificasse, pois os produtos já estavam armazenados e com os preços assumidos.

          Auchan, Modelo Continente e Pingo Doce são suspeitas de, a par com o fornecedor comum de produtos de higiene e cosmética, Beiersdorf, terem participado num esquema de fixação de preços de venda ao consumidor.

          A Autoridade da Concorrência (AdC) aplicou uma coima de 19,5 milhões de euros à Auchan, Modelo Continente (grupo Sonae) e Pingo Doce (grupo Jerónimo Martins) que acusa, a par da Beiersdorf e um responsável daquele fornecedor comum, de terem participado num esquema de fixação de preços de venda ao consumidor dos produtos de higiene pessoal e cosmética.

          Em comunicado, divulgado esta segunda-feira, a AdC indica que a prática terá durado sete anos - entre 2011 e 2017 – e versado sobre diferentes produtos daquela marca, tais como desodorizantes, protetores solares e labiais a cremes de rosto.
          "A investigação conduzida pela AdC permitiu constatar que as empresas de distribuição participantes asseguraram o alinhamento dos preços de retalho nos seus supermercados mediante contactos estabelecidos através do fornecedor comum, sem necessidade de comunicarem diretamente entre si", diz a entidade liderada por Margarida Matos Rosa.
          "Trata-se de conspiração equivalente a um cartel, conhecido na terminologia do direito da concorrência como 'hub-and-spoke'", reforça a AdC, apontando que tal prática "elimina a concorrência, privando os consumidores da opção de melhores preços, mas assegurando melhores níveis de rentabilidade para toda a cadeia de distribuição, incluindo fornecedor e cadeias de supermercados".
          A infração resultou na aplicação de uma coima no valor global de 19,46 milhões de euros. O Modelo Continente foi o que teve a sanção mais pesada (7,5 milhões), seguido do Pingo Doce (4,8 milhões) e da Beiersdorf Portuguesa (4,4 milhões). Seguem-se, por ordem de grandeza, a Auchan Retail Portugal (2,6 milhões) e o responsável individual (9,2 mil euros).
          As decisões sancionatórias da AdC podem ser objeto de recurso, embora este não suspenda a execução das coimas.
          Desde as diligências de busca e apreensão desencadeadas em 2017 na grande distribuição, a AdC já sancionou seis cadeias de supermercados e oito fornecedores pela prática anticoncorrencial de 'hub-and-spoke'.
          As decisões condenatórias emitidas entre 2020 e 2022 resultaram num montante total de coimas que ascende a mais de 664 milhões de euros.

          terça-feira, 4 de janeiro de 2022

          A cultura da dieta não é saudável. Também é imoral.

          Por Kate Manne

          Dr. Manne é professor associado de filosofia na Cornell University.

          No outono passado, minha filha, de 20 meses, ficou fascinada com o umbigo. A cada chance que tinha, ela começava a levantar a camiseta para mostrar isso com alegria. A inferência de que mamãe e papai também tinham umbigos não ficou muito atrás, nem tampouco outros esforços de exploração. Mas quando ela levantou minha camisa, eu pude sentir meu estômago encolher. Senti vergonha - e vergonha da minha vergonha. E foi aí que me dei conta: tenho que ordenar minha cabeça, em relação ao meu corpo, pelo bem da minha filha.

          Meu relacionamento com meu corpo é, para dizer o mínimo, tenso. Nem sempre, mas geralmente, estive gorda. Sempre odiei esse fato, embora tenha tentado não o fazer. Eu tenho tido um peso considerado normal, pelos padrões das diretrizes draconianas de índice de massa corporal, apenas quando estou passando fome ou comendo uma dieta altamente restritiva e muitas vezes totalmente estranha. No ano passado, perdi quase 22 quilos, movida por um vago senso de obrigação de me encolher de volta ao tamanho normal. Como de costume, o peso saiu apenas com esforços tão extremos que hesito em admitir para eles: Ao longo de um mês no inverno passado, não comi por 17 dos 30 dias.

          E eu sou alguém que sabe melhor. Eu reconheço todos os motivos pelos quais não deveria fazer isso. Reconheço que a relação entre gordura e saúde está longe de ser simples - que muitas pessoas gordas são saudáveis ​​e muitas pessoas magras não, que a correlação entre ser gorda e ter certas doenças é complexa e geralmente mediada por outros fatores de risco, incluindo pobreza e o estigma social que impede as pessoas gordas de receberem os cuidados de saúde que merecem .

          Há muito admiro o trabalho de ativistas gordos - Marilyn Wann, Sonya Renee Taylor e Aubrey Gordon entre eles - e reconheço que corpos gordos podem ser não apenas saudáveis, mas também atléticos, bonitos, sexy. Acredito nos conceitos de alimentação intuitiva e saúde em todos os tamanhos - pelo menos, para outras pessoas. Eu reconheço que a grande maioria das dietas não consegue tornar as pessoas mais magras ou saudáveis ​​a longo prazo. Eu reconheço que mesmo se você for uma pessoa gorda que seria mais saudável se você perder peso, você não deve isso a ninguém; você não deve a ninguém ser saudável em geral. E eu sei o quanto minha fatfobia internalizada deve às forças patriarcais opressoras - as forças que dizem às meninas e mulheres em particular para serem pequenas, mansas, leves, magras e quietas.

          Eu reconheço tudo isso no abstrato. Na prática, entretanto, eu luto.

          Ultimamente, tenho me perguntado o quanto minha fatfobia autodirigida deve à minha carreira de filósofo acadêmico. Mais de um autor observou que há uma escassez de corpos femininos gordos na academia em geral e na filosofia especificamente . A filosofia, com sua ênfase característica na razão, muitas vezes concebe implicitamente a racionalidade como a jurisdição dos homens brancos magros, ricos, que dominam minha disciplina.

          Elogiamos os argumentos por ser musculoso e compacto e criticamos a prosa por ser flácida, florida e, implicitamente, feminina. Quando se trata de nossa metafísica - nossas imagens do mundo - temos orgulho de nosso gosto pela austeridade, ou como WVO Quine colocou, “paisagens desérticas”. E o que é o corpo gordo no imaginário popular senão excesso, extravagância, redundância?

          Eu luto como filósofa para reconciliar minha imagem de meu corpo com a sua tarefa no mundo de ser o emissário de minha mente. Eu penso nisso, ironicamente, como meu problema corpomente. Muitas vezes, não consigo suportar a ideia de enviar meu “animal macio” de um corpo, nas palavras da poetisa Mary Oliver, para lutar por visões feministas que são nervosas e polêmicas e para representar uma disciplina que se orgulha de nitidez, clareza e precisão. Sinto-me traído por minhas fronteiras suaves.

          Este falso binário existe parcialmente em minha própria cabeça, sim, mas também em outras pessoas: recentemente fui informada de uma legenda num retrato de David Hume, o filósofo do século 18, em um livro introdutório à filosofia : “A leveza e a rapidez de sua mente estava inteiramente oculta por sua aparência grosseira. ” Assim, outros filósofos gordos foram avisados ​​de que nossos corpos podem, da mesma forma, mascarar nossos intelectos.

          O psicólogo cognitivo Steven Pinker não é um filósofo, mas seu último livro, “Racionalidade”, demonstra com folga a visão de mundo que iguala a magreza à razão. Depois de lamentar o fato de que a racionalidade não é mais considerada "phat" (como em "legal"), ele repreende o idiota irracional que prefere o "pequeno prazer" de comer lasanha agora ao invés do suposto "grande prazer de um corpo esguio" na perpetuidade. Eles “sucumbem” ao “desconto míope” de recompensas futuras - um termo (apta) para pensamento de curto prazo, ilustrado com um exemplo fatfóbico.

          Esses exemplos proliferam também na filosofia: o exemplo padrão do fenômeno muito estudado da acrasia, a fraqueza da vontade, é sucumbir a um biscoito. O apetite humano natural por alimentos ricos e açucarados é, portanto, ridicularizado não apenas como contrário à razão, mas também como algo a ser domesticado, evitado e até mesmo envergonhado. A privação constante e, às vezes, a fome absoluta de alguém que segue uma dieta rigorosa é vista como algo inequivocamente bom e como uma conquista, até mesmo uma virtude.

          É mesmo? Como alguém que recentemente fez dieta com algum sucesso ("sucesso"), é óbvio para mim que dei um mau exemplo para minha filha de agora 2 anos - um exemplo que só se tornará mais problemático com o tempo, à medida que ela se torna cada vez mais ciente do que estou ou não estou comendo. Eu contribuí um pouco para uma sociedade que enaltece certos corpos e deprecia outros por razões mais ou menos arbitrárias e que levam a muita crueldade e sofrimento. (A base mais comum para o bullying infantil é o peso de uma criança .) Neguei a mim mesma o prazer e causei a mim mesma a dor torturante e a ansiedade que exauria a fome.

          Essas são coisas que geralmente consideramos males éticos diretos. Quase todas as versões da família de teorias morais conhecidas como consequencialismo sustentam que o prazer é moralmente bom e que a dor e o sofrimento são moralmente ruins. Mesmo que isso não seja toda a verdade da ética, é plausivelmente parte da verdade.

          E tem a implicação superficialmente surpreendente de que fazer dieta inflige custos morais reais, danos morais reais, aqueles que em grande parte impomos a nós mesmos (embora sob a influência de poderosas forças sociais). Se as chances de perda de peso a longo prazo (e os supostos benefícios e prazeres que isso significa) são muito pequenas, por que continuamos fazendo isso? Suspeito que a resposta não seja apenas o hábito e um falso senso de obrigação, mas também a isca da aspiração: a sensação perpétua de quem está fazendo dieta de chegar a algum lugar, ficar menor e, assim, se tornar mais aceitável, mais razoável , como um corpo.

          Mas, embora a filosofia em sua forma atual possa fetichizar a magreza, ela também tem em si o poder de desafiar essas idéias e até mesmo de reconfigurar inteiramente nossa relação moral com elas.

          Estamos num momento durante o ano em que muitas pessoas tentarão, e até se considerarão obrigadas a fazer uma dieta. Mas se fazer dieta é uma prática que causa muitos danos - na forma de dor, sofrimento, ansiedade e fome absoluta - e raramente funciona para proporcionar a saúde ou felicidade que há muito anunciada, então é uma prática moralmente ruim. É plausivelmente não apenas permissível, mas obrigatório para os indivíduos se despojarem dele, condená-lo e não ensiná-lo aos nossos filhos, seja explicitamente ou por exemplo.

          Em vez disso, podemos nos esforçar para cumprir “ deveres libertadores ” novos e melhores , para usar uma noção de Joseph Raz. Nesse caso, o dever - para nós que temos a sorte de ter os recursos - é simplesmente, ou não tão simplesmente, comer quando estamos com fome.

          Kate Manne é autora de dois livros, incluindo, mais recentemente, “Intitled: How Male Privilege Hurts Women.”

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          quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

          Uvas, Vinhos e Videiras

          desconheço o autor.



          *Videiras*

          Aprendi o Nome das Uvas.

          Cada lenda, cada história,

          Guardei na memória,

          Pra conversar bonito,

          Pra passar por erudito,

          Por um bom entendedor.

          Eu sou um bom bebedor.

          Gosto de uma boa bebida,

          Com uma boa comida,

          Harmonizando o sabor :

          Cabernet Sauvignon

          Presente em toda taverna

          Cabernet vem de caverna

          Sauvignon de selvagem

          Vai do calor à friagem

          Se adaptando a cada clima

          Um cruzamento “obra-prima”

          É do século dezesseis

          E vou dizer pra vocês

          É uva de minha estima.

          A francesa Merlot

          O seu significado

          Diz-se ter se originado

          Do pássaro “merle”, pequeno,

          Abundante em terreno,

          Onde a uva era plantada.

          Sua cor preto azulada

          Seu gosto por ela, madura

          Era a praga da cultura,

          Em outra época passada.

          E veio lá da Borgonha,

          A uva pinot Noir,

          Depende do terroir

          De onde é extraída,

          O buquê, sua bebida

          A sua coloração

          É a uva camaleão,

          Muda de aroma, de cor

          Uva de fino sabor,

          Requer harmonização.

          Sucesso do Uruguai,

          Tannat, a uva francesa,

          Vai bem com a sobremesa

          Com um assado de vitela,

          Um churrasco de costela

          Pois, seus taninos marcantes,

          Tem poderes antioxidantes.

          Eu mesmo acho adorável,

          Final longo, memorável,

          Vinhos Intensos e elegantes.

          De nome Petit Verdot,

          Uva de cacho pequeno,

          Própria de clima ameno,

          Demora amadurecer

          Entre o plantar e o colher.

          Ela mostra-se resistente,

          Brota precocemente

          Me garantiu meu vizinho

          Que é expert em vinho

          E de Bordeaux, é procedente.

          Chianti, Rosso, Brunello,

          Favorece a minha tese

          Que a uva Sangiovese,

          Essa cepa italiana

          Da região da Toscana,

          É história engarrafada.

          Na Itália ela é amada,

          Desde a Roma antiga.

          Existe quem contradiga

          A história aqui contada.

          A uva perdida de Bordeaux,

          Carmenére, me encanta

          Seu sabor se agiganta

          Com um harmonizar propício.

          Ótimo custo benefício

          E se bem harmonizado,

          Mesmo americanizado,

          É uma de cepa divina,

          Em toda América Latina

          Esse vinho é encontrado

          Syrah, Shiraz “Darou-é-shah”

          Ou, o remédio do Rei,

          Pelo que pesquisei

          E ouvi do meu amigo,

          Se discordarem, não ligo

          Bom de harmonização

          Ótimo pro coração

          Sabor intenso e profundo

          No novo e no velho mundo

          Sempre desperta paixão

          Malbec, uva francesa

          Sucesso na Argentina,

          Sempre uma bebida fina,

          De Mendonza à Patagônia

          Eu digo, sem parcimônia,

          O Patagão prefiro eu

          Estando no apogeu

          Com o seu sabor marcante

          É um vinho mais elegante

          Bem ao estilo europeu

          Nebbiolo vem de “nebbia”,

          Que traduz-se em nevoeiro,

          Foi o meu amor primeiro.

          Um vinho piemontês

          Eu vou dizer pra vocês

          Se bebo sinto saudade

          Sem nenhuma vaidade

          Se junto à pessoa amada

          Com uma boa macarronada

          Meu nome é felicidade

          Que dizer da Tempranillo

          Uva ilustre da Espanha

          Com uma enorme façanha

          De três mil anos de história,

          Se não me falha a memória,

          É a que primeiro amadurece.

          E, pelo que me parece,

          “Temprano” é precocidade

          O vinho é a felicidade

          Que em garrafa se oferece.