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quarta-feira, 13 de março de 2024

Mais de 70 % dos embalsamadores encontraram coágulos estranhos nos cadáveres a partir de 2021.

 Mais de 70% dos embalsamadores referiram ter encontrado estranhos coágulos de sangue branco e fibroso nos cadáveres em 2023 – fenómenos que não observavam antes da campanha de vacinação contra a Covid-19.


Esta foi a conclusão de um inquérito recente que inquiriu 269 embalsamadores em quatro países e três continentes. Um inquérito semelhante realizado no final de 2022 revelou que 66% dos embalsamadores começaram a encontrar os invulgares coágulos em meados de 2021. Este resultado sugeriu uma ligação com o lançamento das vacinas contra a Covid, que teve início em Dezembro de 2020.

O ex-major da Força Aérea norte-americana Thomas Haviland, que realizou a pesquisa no universo dos embalsamadores em 2022 e 2023, disse que concebeu o projecto depois de assistir  a “Died Suddenly”, o documentário que mostra embalsamadores relatando que encontraram massas fibrosas sem precedentes obstruindo as artérias dos cadáveres.

A propósito dos resultados da sua investigação, Haviland comentou:

“Eu sei que correlações não são necessariamente causalidade, mas há uma enorme quantidade de correlações a acontecer aqui”.

Haviland enviou os resultados do seu inquérito a três agências norte-americanas – os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, a Food and Drug Administration e os Institutos Nacionais de Saúde – a 9 de Janeiro deste ano. No entanto, ainda não recebeu resposta.

Haviland, um aviador de longa data, perdeu o seu emprego na Força Aérea em Outubro de 2021, quando se recusou a cumprir o mandato da administração Biden relativo à vacina contra a Covid A sua recusa deveu-se à falta de dados sobre a segurança e a eficácia da vacina. Haviland pesquisou amplamente o assunto, mas não conseguiu encontrar respostas satisfatórias nas informações oficiais.

Mais tarde, encontrou um briefing técnico de Setembro de 2021 da agora extinta Public Health England (PHE). O briefing mostrava centenas de milhares de casos de Covid-19 registados entre os totalmente vacinados – minando as alegações de que as vacinas impediriam a transmissão.

“A taxa de mortalidade de casos [no documento da PHE] para os não vacinados foi mais de 3,6 vezes menor do que para os totalmente vacinados”.

Após a sua demissão, Haviland decidiu verificar as alegações dos embalsamadores. O investigador elaborou um formulário de 12 perguntas utilizando a plataforma SurveyMonkey, questionando os inquiridos sobre os tipos de coágulos sanguíneos que estavam a observar quando as anomalias começaram a aparecer, a percentagem estimada de corpos que apresentavam as massas fibrosas e as idades dos falecidos. Embora Haviland tenha encontrado dificuldades de amostragem, obtendo inicialmente apenas 14 respostas, o seu inquérito acabou por ganhar força.

De acordo com o estudo, os embalsamadores relataram um aumento global de todos os tipos de coagulação em todos os grupos etários – mas especialmente entre indivíduos com 36 anos ou mais. Segundo Haviland, este facto reflecte os dados reais das tendências do sector dos seguros, que mostram um aumento das indemnizações por morte para os mais jovens.

Haviland relatou a sua experiência de contacto pessoal com alguns dos indivíduos da amostra:

“Os embalsamadores com quem estou em contacto insistem que isto acontece antes da morte, porque não é possível que se tenham formado apenas numa ou duas horas, quando o corpo ainda estava quente.”

De uma maneira geral, os profissionais da indústria funerária que falaram com Haviland correlacionam o aparecimento dos coágulos fibrosos com o lançamento das vacinas Covid-19 e não com o vírus em si. O ex-major da Força Aérea sublinhou:

“Eles não estão qualificados, obviamente, para dizer por que ou como os coágulos se estão a formar, mas podem dizer quando viram algo que nunca viram antes… E a explosão da coagulação ocorreu a partir de 2021, depois das vacinas Covid-19 terem sido lançadas.”

Haviland teorizou que os coágulos brancos e fibrosos parecem ser compostos de plaquetas feitas de proteína de fibrina e proteína amiloide. Segundo o investigador, esta proteína amiloide, “é basicamente um termo pomposo para uma proteína mal formada. O corpo tem dificuldade em decompô-la, o que leva à formação de coágulos.”

https://contra-cultura.com/2024/03/01/mais-de-70-dos-embalsamadores-encontraram-coagulos-estranhos-nos-cadaveres-a-partir-de-2021/

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

A lenda da geração mais bem preparada

 Não nego que possa haver alguns jovens licenciados com melhor formação do que no passado, mas, de acordo com a minha experiência, devem ser os que emigram. Porque em relação aos restantes tenho todas as razões para pensar o contrário, a começar pelas empresas que é o sector que conheço melhor. O número de falências das empresas cresce, em particular das pequenas e médias que são mais de 90% do total, o que não revela grande melhoria na qualidade da gestão. Quanto às grandes empresas, do panorama geral aceito que exista melhor formação entre os jovens que ali consigam empregos e que não são muitos, porque se trata de um sector da economia, nomeadamente a indústria, em estagnação.

Entretanto, vejo sinais preocupantes em geral, na economia e na sociedade, de que os jovens que chegam ao mercado de trabalho têm enormes deficiências de formação e estão longe da tão apregoada geração mais bem preparada. Desde logo a grande quantidade de jovens a que o Partido Socialista e o Governo têm dado empregos, porque, apesar de geralmente bem pagos, os resultados da sua formação não são brilhantes e tem resultado em serem paus mandados dos menos jovens que chegaram antes deles, sem ideias diferentes e com uma enorme tentação de transformar as fantasias governativas em realidade virtual. Além de trazerem para a vida política e económica a falta de exigência existente no sistema de ensino.
Também na minha experiência resultante do contacto com o Estado, com os bancos, empresas de telecomunicações, hospitais e clínicas, serviços em geral, só vejo desorganização, péssimo serviço aos clientes e aos cidadãos, arrogância despropositada e um grave desconhecimento das normais regras da boa educação. Nomeadamente os velhos como eu são tratados como incapazes e inúteis e basta telefonar para uma empresa de telecomunicações para tentar resolver um qualquer problema, ou ir a uma das suas lojas, para se perceber do que estou a falar.
Pessoalmente não vou aos jogos de futebol, mas vejo televisão e não poucas vezes dou comigo a ver hordas de jovens e outros menos jovens, certamente muitos deles licenciados, a caminharem encurralados como animais entre a polícia e a comportarem-se nas mais diversas ocasiões como selvagens analfabetos, sem culpa para os que realmente o são por nascimento. Não sei contar quantos destes jovens pertencem à geração mais bem formada dos últimos anos, mas alguns serão.
Vou frequentemente a cafés, pastelarias, restaurantes, supermercados, bem como a repartições públicas, e vejo alguns jovens entre os funcionários, que tento evitar porque, por experiência, prefiro o conhecimento e a atenção dos mais velhos relativamente à ignorância demonstrada por muitos jovens.
Penso, apesar de tudo, não ser um velho rabugento que não gosta da juventude; tenho netos que adoro e convivo com jovens a quem tento explicar os problemas da nossa sociedade. Não poucas vezes, quando me pedem uma opinião sobre como encontrar uma futura carreira profissional, aconselho aos jovens e às suas famílias sempre a mesma receita: façam uma licenciatura numa boa universidade portuguesa da área da vossa escolha e depois prossigam, se puderem pagar, o mestrado numa escola da especialidade escolhida no estrangeiro, porque se forem pelo menos alunos razoáveis os empregos chegarão até vós, bem pagos e sem grandes problemas. Trata-se, em princípio, de passar a ter uma melhor qualidade de vida, melhor salário, melhor sistema de segurança social, reforma certa e filhos integrados em sociedades mais avançadas e mais justas.
Sempre gostei muito de Portugal, na minha juventude e na vida adulta lutei modestamente pela democracia e pela justiça social, dei algum contributo para o desenvolvimento da economia, adoro os cantos e recantos do nosso país, mas não sou estúpido e vejo com clareza cristalina que a governação de grande parte dos últimos trinta anos nos condenou à pobreza e ao atraso no contexto da União Europeia. Causa de muitos jovens, que também não são estúpidos, emigrarem.
Hoje a única contribuição que dou ao meu país são os meus escritos, onde há muitos anos defendo um sistema de educação que privilegie as creches e o pré-escolar de qualidade com alimentação e transporte, com o objectivo de todas as crianças chegarem ao ensino oficial aos seis/sete anos com níveis de desenvolvimento semelhantes. Depois, é a pedagogia da exigência e do trabalho, a meias com os conhecimentos, os comportamentos e as competências que todo o sistema de ensino deve garantir, já que na maioria das famílias mais pobres e mais ignorantes isso não é provável. Não será culpa minha que os nossos governantes não compreendam nada dessa estratégia e prefiram a fantasia da geração mais bem preparada de sempre. ■
Nota: O ministro da Educação disse recentemente, na Assembleia da República, que os problemas da educação são antigos. É obra que passados oito anos da governação de António Costa apenas a antiguidade dos problemas tenha crescido. 
Henrique Neto
O diabo

Presidência da República custa o dobro da Casa Real espanhola. Regresso ao tema 6 anos depois... mantém-se tudo, para pior.

 O Chefe do Estado Português continua a sair mais caro aos portugueses do que Felipe VI aos espanhóis. Nos últimos anos, a Casa Real espanhola aplicou um programa interno de austeridade que reduziu as suas despesas, enquanto a Presidência portuguesa conseguiu aumentar ainda mais os custos de manutenção. A comparação negativa não se aplica só a Espanha: o nosso Presidente é mais dispendioso para os cofres públicos do que muitos dos monarcas europeus.



Para Portugal ter um Presidente como Chefe do Estado, os contribuintes vão ter de desembolsar quase 16 milhões de euros este ano – mais do dobro dos 7,7 milhões que a Coroa espanhola custa a ‘nuestros vecinos’. Quando o custo é considerado tendo em conta a população ou o PIB, então conclui-se que o Presidente da República Portuguesa se encontra entre os Chefes de Estado mais dispendiosos da Europa, superando inclusive muitas das cabeças coroadas dos países ricos do velho continente.

Esta é uma realidade que já vem a ser abordada, nomeadamente por este jornal, desde o tempo em que Juan Carlos e Cavaco Silva, respectivamente, ocupavam os cargos de Rei de Espanha e Presidente da República Portuguesa. Desde então, a situação só piorou, razão provável para Marcelo Rebelo de Sousa, actual detentor do cargo, ter pedido uma auditoria às despesas da Presidência, conseguindo com isso obter uma poupança de meio milhão de euros.

Ainda assim, o que a Presidência portuguesa ultimamente reduziu em gastos de funcionamento corresponde apenas a metade das poupanças de um milhão de euros que a Coroa espanhola conseguiu em 2016, isto após ter reduzido o seu orçamento de 8,2 milhões em 2012 para 7,7 milhões em 2016. Em 2012, o orçamento da Presidência da República portuguesa era de 15 milhões, em 2016 superou os 16 milhões.

O problema parece residir na “corte” republicana do Presidente, visto que, na verdade, muito pouco desta larga fortuna é gasta na figura do próprio Chefe do Estado. Para todos os efeitos, Marcelo Rebelo de Sousa é dos líderes mais “pobres” da Europa: apenas aufere 6.700 euros mensais, muito menos do que outros estadistas europeus. Até mesmo Alexis Tsipras recebe mais por ano do que o nosso Presidente, que apenas tem um ordenado maior do que o de alguns líderes de países do Leste. O mesmo se passa com o primeiro-ministro de Portugal, que também recebe muito pouco em comparação com outros líderes.

A maior fatia da despesa recai, assim, sobre os gastos de pessoal. A pequena “corte” de 155 funcionários já é uma redução dos 200 que Belém empregava em 2009, mas ainda representa 72 por cento dos gastos da Presidência da República, o equivalente a 11 milhões de euros. Em comparação, na Casa Real espanhola, a rubrica dos funcionários apenas representa 49 por cento das despesas. E a Casa Real britânica, que serve uma população seis vezes maior do que a nossa e cumpre deveres protocolares de Estado incomparáveis com os da Presidência portuguesa, apenas emprega 400 funcionários.

Note-se que, do Orçamento de Belém, também são pagos os gabinetes dos antigos Chefes do Estado, bem como todas as despesas associadas aos mesmos: os ex-Presidentes (actualmente três) também têm direito ao uso de automóvel do Estado com motorista. Cada antigo Presidente custa, em média, 300 mil euros anuais ao erário público. Em comparação, Juan Carlos (que, por razões excepcionais, abdicou do Trono em favor de seu filho, o actual Rei Felipe VI) custa aproximadamente 200 mil euros – embora, pela própria natureza da instituição monárquica, não seja comum haver Reis aposentados.

Mas não é só o Rei de Espanha que é menos dispendioso do que a Presidência portuguesa. As Casas Reais da Dinamarca e Suécia, países consideravelmente mais ricos, somente custam 13 milhões de euros anuais aos seus contribuintes. Outras Casas Reais, como a belga, norueguesa e holandesa, são mais dispendiosas em termos nominais, mas também reinam sobre países consideravelmente mais ricos do que Portugal, tendo a Noruega uma economia com o dobro do valor da nossa, apesar de apenas ter metade da população. A Monarquia, nesses países, continua a reunir elevados níveis de apoio, enquanto a Presidência portuguesa só recentemente tem sido vista com alguma simpatia – não pela instituição em si, mas pela personalidade característica de Marcelo Rebelo de Sousa.

Mesmo em termos republicanos, a nossa Presidência é dispendiosa. O Presidente alemão, Chefe de Estado do país mais rico da Europa, tem apenas um custo de 25 milhões de euros para o contribuinte. O Presidente de França, embora sendo mais dispendioso do que o nosso (é o mais caro dos líderes republicanos europeus), tem responsabilidades executivas (quando dispõe de uma maioria parlamentar) que o Presidente português nunca teve. Mas se contabilizarmos o custo de ambas as Presidências por cidadão, então concluiremos que os 16 milhões de euros da Presidência portuguesa saem mais caros aos 10 milhões de portugueses do que os mais de 100 milhões de euros da Presidência de França saem aos 67 milhões de franceses.

Nunca foi dado aos portugueses a oportunidade de votarem democraticamente sobre se preferem continuar a eleger Presidentes ou se desejam aclamar popularmente (conforme a tradição nacional) o Rei de Portugal. Números como os que atrás referimos mostram que talvez seja o momento de se fazer esse debate.


Orçamento Assustador (2024)

A maratona da discussão e aprovação do Orçamento do Estado para o próximo ano de 2024 começou já há duas semanas, tendo-se realizado o debate parlamentar da discussão e aprovação na generalidade, nas segunda e terças-feiras, dias 30 e 31 de Outubro.
À hora que escrevo esta crónica não sei ainda qual o desfecho da votação. Porém, com um Governo do Partido Socialista, suportado por uma maioria absoluta de deputados (embora conseguida por apenas 41% dos votos), quase todos pouco exigentes senão mesmo acefalamente palmistas – como faz de forma brilhante todos os dias o seu líder parlamentar – fácil será de prever a aprovação na generalidade deste Orçamento.
Curiosamente, a data não poderia ser mais adequada, pois este é mesmo um Orçamento perfeitamente “halloweenesco”. Só não se trata de nenhuma brincadeira carnavalesca, nem tampouco de uma mentirinha inócua que apenas assusta, sem fazer mal. Pelo contrário, este Orçamento “Halloween” para 2024 é absolutamente sinistro e fatal para o país.
Assim, temos um ministro das Finanças que não se apresenta mascarado de Michael Myers, mas, antes, é, ele próprio, uma arrepiante encarnação portuguesa do conhecido vilão. Aqui, “Medina Myers”, numa estranha versão de um sociopata económico. Alguém que desenvolveu de forma fulminante um transtorno de personalidade anti-económico-social muito grave. Que pretende liquidar, irreversivelmente, a economia portuguesa, bem como resgatar não apenas a página – dita virada – da austeridade, como imprimir na acção política do Governo todo um manual com vários capítulos de um severo neo-austeritarismo que vai impor com o beneplácito do mestre do ilusionismo político e primeiro de todos os ministros, António Costa.
Um impiedoso regime austerizante que nem Vítor Gaspar – naqueles aflitivos e obscurantistas momentos em que não havia dinheiro para mandar cantar um cego e nem sequer para pagar salários aos funcionários públicos, em virtude da inesquecível bancarrota “socratina” de 2011 – alguma vez conseguiu idealizar e ponderar pôr em prática...
O diabo



 

TUDO FECHADO: GRÁVIDAS SEM URGÊNCIAS DE VILA FRANCA DE XIRA A COIMBRA

 

‘IRRESPONSABILIDADE CRIMINAL’ DO GOVERNO? E não só…

Dos jornais de hoje:

TUDO FECHADO

GRÁVIDAS SEM URGÊNCIAS

DE VILA FRANCA DE XIRA A COIMBRA

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Decisões do meu amigo ‘PAUL’ – o ET cá residente:

·        Proibição imediata das mulheres engravidarem de Vila Franca de Xira a Coimbra (sexo sem protecção, só para Norte e para Sul desta área geográfica).         Infrações serão consideradas ‘crime público’.   

·        Execução sumária do responsável primeiro, o Passos Coelho.  

·        Prisão domiciliária por dez anos (com vencimento por inteiro, mas sem internet nem TV e com o telemóvel só com capacidade para enviar SMS’s para o SNS-24, mas receber só durante uma hora, das 03 às 04h) para todos os ministros e secretários de estado da saúde, desde então (e para o actual primeiro-ministro).



quinta-feira, 22 de junho de 2023

O melhor amigo do vinho é o vinho barato

Miguel Esteves Cardoso

Publico

O vinho, que todos dizem estar barato de mais, já está caro que chegue. Já está caro que chegue para quem tem pouco dinheiro. E é quem tem pouco dinheiro que mais precisa de beber vinho.

O vinho tem de ser barato. Em Portugal o vinho tem de ser barato. O vinho em Portugal tem de ser barato para não ser um luxo.

Como os adolescentes, por exemplo. O grande inimigo do vinho é a cerveja. O grande inimigo do vinho é não beber álcool. O grande inimigo do vinho é a imagem do vinho como produto de luxo, para as horas livres de quem está bem na vida.
Esses têm —​ nós temos — bom remédio. Compramos vinho melhor. Temos mais dinheiro. De resto, fica mal a quem jamais beberia o vinho mais barato queixar-se que está barato de mais.
Mas é o que acontece.
O vinho ainda faz parte da nossa cultura. Na cultura não há bom nem mau: são os hábitos enraizados de uma comunidade, que se distingue das demais comunidades precisamente pelos hábitos enraizados que pratica.
Esses hábitos incluem a língua e, por enquanto, ainda incluem o vinho. É o vinho como hábito quotidiano, tão quotidiano como o pão. Não é o vinho nas culturas nórdicas, em que o vinho é uma recompensa exótica, uma maneira de nos embebedarmos e de parecermos mais finos do que os cervejistas.
Portugal é um país de uvas e num país de uvas o vinho é banal. É a banalidade do vinho que é preciso defender. É a banalidade que o torna cultural. Em vez de estar sempre a arranjar maneiras de tornar o vinho mais caro, deveríamos era arranjar novas maneiras de banalizá-lo.
O vinho, como todas as coisas, tanto pode ser bom como mau. O mau tende a ser muito mais barato mas, assim como é fácil arranjar vinho caro que não presta para nada, também não é difícil arranjar vinho barato que se beba com gosto.
Um euro por litro é um belo ponto de partida.
Sobretudo quando se tem pouco dinheiro. Mas são as pessoas com pouco dinheiro que definem a base de uma cultura. A questão básica — e são escusados os bailados que se coreografam e se dançam à volta dela — é só uma: qual é a maneira mais barata de me embebedar?
A quantos cêntimos sai cada unidade de álcool? Ou seja, a quanto é que estou a pagar a água? Neste aspecto, atendendo às uvas e à trabalheira que dão, é óbvio que é a cerveja que é relativamente cara e o vinho relativamente barato. Assim se tem de manter a relação, sob pena de nos tornarmos todos alemães.
E quanto é que me vai custar no dia seguinte? Esta questão só raramente conduz à embriaguez mas, para que não conduza, é preciso aprender a beber.
E como é que se aprende a beber vinho? A beber à mesa, sob o olhar carinhoso dos pais? Está bem, está. Aprende-se a beber vinho quando se é adolescente. Aprende-se a beber vinho bebendo vinho quando não se deve.
As primeiras ressacas, tão terríveis que só um masoquista aceitaria repeti-las, fazem parte da aprendizagem. Constituem a memória dolorosa que leva ao "nunca mais!"
É evitando a embriaguez que se aprende a beber vinho. O vinho não é fácil de beber e digerir e incorporar. O vinho é perigoso porque escorrega bem e está cheio de álcool. É mesmo preciso aprender a beber vinho. E, para aprender, é preciso fazer asneiras. E, para fazer asneiras, o vinho tem de ser acessível: tem de ser barato, e tem de estar em toda a parte.
Outra vantagem do vinho barato mas não muito bom, é puxar pela imaginação dos jovens. Como é que se trabalha com tantos taninos? Como é que faço para poder beber toda a noite? Como é que transformo um vinho rasca numa bebida deliciosa?


Eis a minha contribuição:
Sangria dos Quarenta
A Sangria dos Quarenta custa 40 euros e dá para 40 litros. Se cada adolescente só beber um litro ao longo da noite, até dá para 40 pessoas.
20 litros de tinto (20 euros), 17,5 litros de Sumol de laranja (17,5 euros) e 2,5 quilos de laranjas e limões.
Só falta o gelo. O gelo é essencial para refrescar e fazer render. É o primeiro princípio coqueteleiro: pode-se poupar em tudo, excepto no gelo.
Na versão de luxo, podem juntar-se umas garrafas de Vinho do Porto (o quinado da Ramos Pinto, por exemplo) ou de Moscatel.
A combinação de tinto com Sumol de laranja é extraordinariamente deliciosa. Mas também se podem usar outros refrigerantes. A clássica é a mais barata de todas: a gasosa de marca branca. O litro de gasosa sai a 35 cêntimos, enquanto a Sumol, a Seven-Up e a Fanta saem a 85-90 cêntimos por litro.
A melhor maneira de servir a sangria é fazer o caldo de véspera. O vinho e os citrinos ficam a fermentar com a ajuda de duas colheres de açúcar. No dia da festa, cada um serve-se do caldo e gelo e junta o refrigerante que preferir, na quantidade que prefere.
A sangria branca, para mim, é melhor com Seven-Up, pêssegos e maçãs. Mas o princípio é o mesmo.
Um raminho de hortelã fica sempre bem. Pois se é de cultura que estamos a falar, a hortelã não pode faltar.

terça-feira, 13 de junho de 2023

Causas da morte dos Reis Portugueses

Curiosidade e, porque não, conhecimento!

"Entre os 34 reis que ocuparam o trono português, apenas  um  atingiu e excedeu os 80 anos de idade: a rainha reinante, D. Maria I;

somente outros três atingiram e excederam os 70 anos: D. Afonso I, D João I e Filipe II de Espanha.


1ª Dinastia

- D. Afonso Henriques, senilidade,  morre com 76 anos, encontra-se sepultado na Igreja de St.ª Cruz de Coimbra;

- D. Sancho I, lepra (?), morre com 57 anos, encontra-se sepultado na Igreja de St.ª Cruz de Coimbra;

- D. Afonso II, lepra, morre com 38 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro de Alcobaça;

- D. Sancho II, lepra (?), morre com 45 anos, encontra-se sepultado na Catedral de Toledo;

- D. Afonso III, reumatismo, morre com 69 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro de Alcobaça;

- D. Dinis, (?), morre com 64 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro de Odivelas;

- D. Afonso IV, (?), morre com 67 anos, encontra-se sepultado na Sé de Lisboa;

- D. Pedro I, epilepsia, morre com 47 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro de Alcobaça;

- D. Fernando, tuberculose, morre com 38 anos, encontra-se sepultado na Igreja de S. Francisco de Santarém.

(média dinástica de vida 56 anos).


2ª Dinastia:

- D. João I, senilidade, morre com 76 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro da Batalha;

- D. Duarte, peste, morre com 47 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro da Batalha;

- D. Afonso V, psiconeurose, morre com 49 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro da Batalha;

- D. João II, nefrite, morre com 40 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro da Batalha;

- D. Manuel I, peste, morre com 52 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos;

- D. João III, trombose cerebral, morre com 55 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos;

- D. Sebastião, morte violenta, morre com 24 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos;

“Ficou tal túmulo no transepto da Igreja dos Jerónimos, do lado da Epístola, onde se vê ainda hoje (…)”.

“ Que o sebastianismo se instaurasse como uma espécie de religião patriótica, enquanto durou o cativeiro espanhol, compreende-se.

Mas que ele se mantenha durante quatro séculos, aguardando-se a manhã de nevoeiro em que o infeliz monarca há-de surgir,

isto é que já custa a compreender”.

“Desde o milagre de Ourique (…) e o envenenamento de todos os filhos do infante D.Pedro até ao carácter intriguista e maldoso do

1º Duque de Bragança, o qual “com certeira seta matou o seu irmão, D. Pedro”, em Alfarrobeira; desde o feitio justiceiro do sanguinário D. Pedro I

até à ineficácia das vastas reformas pombalinas, a nossa História anda cheia de lendas e de especulações, que cumpre eliminar.”

- D. Henrique, tuberculose, morre com 68 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.

(média dinástica de vida 51 anos).


3ª Dinastia:

reis castelhanos

- Filipe II, gota, morre com 71 anos, encontra-se sepultado no Panteão do Escorial;

- Filipe III, erisipela, morre com 43 anos, encontra-se sepultado no Panteão do Escorial;

- Filipe IV, neurastenia, morre com 60 anos, encontra-se sepultado no Panteão do Escorial.

(média dinástica de vida 58 anos).


4ª Dinastia:

- D. João IV, litíase vesical, morre com 52 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;

- D. Afonso VI, tuberculose, morre com 40 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;

- D. Pedro II, Tuberculose? Sífilis? *, morre com 58 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;

- D. João V, epilepsia, morre com 61 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;

- D. José, trombose cerebral, morre com 63 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;

- D. Maria I, psicopatia, morre com 82 anos, encontra-se sepultada na Basílica da Estrela;

- D. João VI, envenenado, de acordo com recentes investigações (ano de 2000)  realizadas  por especialistas às vísceras do rei*,  

  morre com 59 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;

- D. Pedro IV, tuberculose, morre com 36 anos, encontra-se sepultado na Catedral de Petrópolis, Brasil;

- D. Miguel, edema pulmonar? enfarte do miocárdio?*, morre com 64 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;

- D. Maria II, parto distócico, morre com 34 anos, encontra-se sepultada no Panteão de S. Vicente de Fora;

- D. Pedro V, febre tifóide, morre com 24 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;

- D Luís, neurosífilis*, morre com 51 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;

- D. Carlos, morte violenta, morre com 45 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;

- D. Manuel II, edema da laringe, morre com 43 anos; encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora.

(média dinástica de vida 51 anos).


(ref.  “Causas de Morte dos Reis Portugueses”, J.T.Montalvão Machado)

* In  “A Doença e a Morte dos Reis e Raínhas da Dinastia de Bragança” - José Barata.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Alimentos para soltar o intestino do bebé

Alguns alimentos que podem ser incluídos na alimentação do bebé a partir dos 6 meses, para ajudar a soltar o intestino, são:

  • Frutas, como mamão, laranja, abacate, banana nanica, uva, kiwi, melão, figo, ameixa, melancia, manga, abacaxi;
  • Legumes, como abóbora, almeirão, tomate, pepino, couve, espinafre, batata doce, vagem e vegetais folhosos;
  • Cereais integrais, como aveia em flocos, arroz integral, macarrão integral e milho;
  • Leguminosas, como grão de bico, ervilha, lentilha e feijão.

Além disso, bebés acima de 1 ano também já podem consumir iogurte natural, que contém probióticos que melhoram a flora intestinal e combatem a prisão de ventre. Veja alguns laxantes caseiros para bebés.


4 laxantes naturais e seguros para bebés e crianças

A prisão de ventre é comum em bebés e crianças, principalmente nos primeiros meses de vida, porque o sistema digestivo ainda não está bem desenvolvido, e por volta dos 4 a 6 meses, quando começam a ser introduzidos novos alimentos. Existem alguns remédios caseiros que são considerados seguros e que podem ser usados para regular o trânsito intestinal da criança, auxiliando no tratamento da prisão de ventre, como a água de ameixa ou o xarope de figo com ameixa.

No entanto, no caso dos bebés com menos de 4 meses os remédios caseiros podem não ser indicados, sendo recomendado pelo pediatra medidas que ajudam a melhorar o funcionamento do intestino do bebé e aliviar as cólicas, como massagem na barriga do bebé, e que a mão evite o consumo de alimentos que podem causar gases. Veja mais dicas do que fazer para aliviar as cólicas no bebé.

Mesmo com a ajuda destes remédios caseiros, se o bebé não ganhar peso, se chorar com dores e não conseguir evacuar, deve-se estar atento para levá-lo ao pediatra, caso o problema se mantenha.

1. Água de ameixa

Colocar 1 ameixa num copo com cerca de 50 ml de água e deixar descansar durante a noite. Dar ½ colher de sopa da água ao bebé pela manhã e repetir o processo 1 vez por dia, até o intestino voltar a funcionar.

Para bebés com mais de 4 meses, pode-se espremer a ameixa através de uma peneira e dar 1 colher de chá por dia do suco.

2. Xarope de figo e ameixa

O xarope de figo e ameixa está indicado para crianças maiores de 3 anos de idade.

Ingredientes

  • 1/2 xícara de figos picados com casca;
  • 1/2 xícara de ameixas picadas;
  • 2 xícaras de água;
  • 1 colher de melaço

Modo de preparo

Colocar numa panela os figos, as ameixas e a água e deixar descansar por aproximadamente 8 horas. Em seguida, levar a panela ao fogo, acrescentar o melaço e deixar ferver por alguns minutos, até que as frutas amoleçam e o excesso de água evapore. Retirar do fogo, bater tudo no liquidificador e guardar num pote de vidro com tampa, que tenha sido esterilizado em água a ferver por 10 minutos.

Pode-se tomar 1 colher do xarope por dia, sempre que houver necessidade.

3. Papa de aveia

Substituir as papas de arroz, trigo ou maisena pela papa de aveia, pois é rico em fibras que ajudam a melhorar o trânsito intestinal do bebé e da criança.

Além disso, é importante oferecer bastante água no intervalo das refeições, que ajuda a hidratar as fezes e tornar mais fácil a sua passagem pelo intestino.

4. Suco de laranja e ameixa

Espremer 50 ml de sumo de laranja lima, adicionar 1 ameixa preta e bater no liquidificador. Para crianças maiores de 1 ano, dar o sumo 1 vez por dia, por, no máximo, 3 dias consecutivos. Se a prisão de ventre persistir, deve-se falar com o pediatra.

Para crianças menores de 1 ano, deve-se oferecer de 10 a 30 colheres de chá apenas do sumo de laranja lima.

Quando usar supositórios e levar ao médico

Deve-se procurar o pediatra se a prisão de ventre durar mais de 48 horas, pois ele pode recomendar o uso de supositórios e lavagem intestinal.

Além disso, é preciso estar atento à presença de feridas no ânus do bebé ou de sangue nas evacuações, pois as fezes ressecadas podem causar fissuras anais. Essas fissuras fazem a evacuação ser muito dolorosa para o bebé, e ele automaticamente retém as fezes para evitar a dor. Nestes casos, também é preciso procurar o pediatra o mais brevemente possível. Saiba mais sobre fissura anal.

Veja outros alimentos que são bons para soltar o intestino do bebé.

https://www.tuasaude.com/

10 alimentos laxantes que soltam o intestino

Os alimentos ricos em fibra, como mamão, ameixa, abóbora, laranja, aveia e chia, têm efeito laxante, pois contribuem para a formação do bolo fecal, sendo uma excelente opção para soltar o intestino.



Muitos destes alimentos também têm óptimas quantidades de água, outro elemento fundamental para ajudar na eliminação das fezes. Por isso, é também recomendado beber

É importante incluir esses alimentos laxantes diariamente numa dieta balanceada não só para ajudar a soltar o intestino, mas também para evitar as crises de prisão de ventre.

Principais alimentos

Alguns dos principais alimentos com efeito laxante que que ajudam a soltar o intestino são:

1. Mamão

Cada 100 g de mamão tem em torno de 2g de fibras, além de ter boas quantidades de magnésio, um mineral que estimula os movimentos intestinais, ajudando na eliminação das fezes. Além disso, o mamão também é rico em água, elemento essencial para ajudar a soltar o intestino.

Como consumir: para manter uma dieta variada e balanceada, a quantidade recomendada da fruta é de ½ mamão papaia ou 1 fatia pequena de mamão formosa por dia, na forma natural, que pode ser consumido no pequeno almoço, lanche da manhã ou da tarde. Outras formas de incluir mamão na alimentação é em salada de frutas, sucos ou vitaminas.

2. Aveia

A aveia é um cereal rico em beta-glucanas, uma fibra solúvel com funções pré-bióticas, que serve de alimento para as bactérias benéficas do intestino, os probióticos, ajudando a equilibrar a flora intestinal, regulando o funcionamento do intestino.

Como consumir: para ajudar a soltar o intestino, é importante consumir 1 colher de sopa de aveia em flocos por dia, que pode ser usada em mingaus ou adicionada a frutas ou iogurte.

3. Iogurte natural

O iogurte natural é um alimento probiótico, pois contém as bactérias benéficas Bifidobactérias e Lactobacilos, que ajudam a equilibrar a flora intestinal, mantendo o bom funcionamento do intestino.

Como consumir: é importante priorizar a forma mais natural do iogurte, evitando as versões com adição de corantes, açúcar ou adoçantes, podendo ser consumido 1 vez por dia, junto com frutas, aveia ou sementes, no pequeno almoço, no lanche da manhã ou da tarde.

4. Ameixa

Por ser uma fruta com boas quantidades de fibra, a ameixa é um alimento que ajuda a soltar o intestino. Além disso, a versão fresca da fruta também é rica em água, amolecendo e facilitando a eliminação das fezes.

Como consumir: a ameixa pode ser consumida na forma fresca, sendo aconselhada a ingestão de 1 a 2 unidades por dia, ou na forma desidratada (sem açúcar), sendo recomendada a ingestão de no máximo 2 unidades por dia.

5. Laranja

A laranja é uma fruta com óptimas quantidades de água, que ajuda a amolecer as fezes, facilitando o trânsito intestinal. O bagaço da fruta também é rico em fibras, que ajudam a formar o bolo fecal, soltando o intestino.

Como consumir: para ajudar a soltar o intestino, a laranja deve ser consumida inteira e com o bagaço, sendo sugerido consumir 1 laranja por dia, que pode ser após o almoço ou jantar.

6. Abóbora

Por ser um vegetal com óptimas quantidades de fibra e água, a abóbora é importante para formar e umedecer as fezes, melhorando o trânsito intestinal.

Como consumir: a abóbora pode ser consumida assada ou ainda pode ser usada em ensopados, sopas e saladas, ao longo da semana, intercalando com outros vegetais com propriedades laxantes.

7. Sementes

As sementes, como chia, linhaça, girassol e gergelim contêm boas quantidades de ómega 3, uma gordura saudável que, entre outros benefícios, ajuda a lubrificar o intestino, facilitando a eliminação das fezes.

Por serem ricas em fibras, as sementes também ajudam na formação do bolo fecal e melhoram o trânsito intestinal.

Como consumir: a quantidade de ingestão diária das sementes pode variar, sendo normalmente recomendada 1 colher de sopa por dia, que pode ser adicionada em saladas, iogurtes ou frutas.

8. Vegetais folhosos

Os vegetais folhosos, como espinafre, bertalha, acelga, rúcula, alface e couve são ricos em fibras com propriedades laxantes, soltando o intestino. Além disso, quando esses vegetais são consumidos crus, fornecem óptimas quantidades de água, facilitando a eliminação das fezes.

Como consumir: os vegetais folhosos podem ser consumidos diariamente no almoço e jantar e de preferência na forma crua, quando possível, como saladas ou em sumos. Outra possível forma de consumo desses vegetais é como refogados ou ensopados.

9. Leguminosas

As leguminosas, como feijão, grão de bico, tremoço ou lentilha são ricos em fibras solúveis que promovem a formação das fezes, ajudando a soltar o intestino. Além disso, as leguminosas também possuem boas quantidades de magnésio, um mineral importante para estimular o movimento do intestino.

Como consumir: a recomendação de ingestão diária de leguminosas é de 3 a 6 colheres de sopa por dia, que pode ser na forma de caldos, sopas ou saladas, no almoço e no jantar.

10. Cereais integrais

Os cereais integrais naturais, como o arroz integral, o trigo integral ou quinoa, têm óptimas quantidades de fibras insolúveis que aumentam o volume das fezes e estimulam o movimento peristáltico, soltando o intestino.

Como consumir: os cereais integrais, como arroz integral, pão integral, quinoa ou amaranto, podem ser consumidos diariamente no pequeno almoço, almoço e jantar.

Cardápio para soltar o intestino

A tabela a seguir traz o exemplo de um cardápio de 3 dias com alimentos laxantes para ajudar a soltar o intestino:

Este cardápio é apenas um exemplo que varia de acordo com o estado de saúde actual e as preferências individuais, sendo aconselhado realizar uma consulta com um nutricionista para uma avaliação completa e elaboração de um cardápio personalizado.

Além dos alimentos laxantes, é fundamental beber de 1,5 a 2,0 litros de água por dia, para hidratar as fezes, soltando o intestino e evitando a prisão de ventre.

Veja com a nutricionista Tatiana Zanin outras dicas para soltar o intestino:

https://youtu.be/9774cBPI-2Q

Como fazer: Panqueca de banana com linhaça

Receitas saudáveis com semente de linhaça.



Ingredientes:

    • 1 banana;

    • 2 colheres de sopa de aveia;

    • 1 ovo;

    • 1 colher de chá de linhaça triturada;

    • Canela a gosto;

    • 1 fio de mel.

      Modo de preparo:

      Amassar a banana com um garfo. Adicionar o ovo, a aveia, a linhaça e misturar bem com uma colher, ou espátula. Aquecer, no fogo, uma frigideira antiaderente e fazer a panqueca, dourando dos dois lados. Transferir a panqueca para um prato, polvilhar com a canela em pó, colocar o mel e servir.


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      Como fazer: Pão de linhaça

        Receitas saudáveis com semente de linhaça.



        Ingredientes:

        • 2 ½ xícaras de chá de farinha de trigo integral;

        • 2 ½ xícaras de chá de farinha de trigo comum;

        • 2 xícaras de chá de farinha de centeio;

        • 1 xícara de chá de semente de linhaça triturada;

        • 1 colher de sopa de fermento químico em pós;

        • 1 colher de chá de mel;

        • 2 colheres de chá de manteiga;

        • 2 ½ xícaras de chá de água morna;

        • 2 colheres de chá de sal;

        • 1 ovo para pincelar.

          • Modo de preparo:

            Misturar todos os ingredientes em uma bacia e sovar até a massa ficar homogênea e lisa. Cobrir a massa com um pano e deixar descansar por 30 minutos. Modelar os pães e colocá-los em forma untada, assando em forno pré-aquecido a 180ºC por 40 minutos.

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          quinta-feira, 6 de abril de 2023

          Manga (estilo de banda desenhada oriunda do Japão) virada para adultos

          Sueca, filha de pai português, Natália Batista é um dos nomes europeus de referência da manga - um estilo de banda desenhada oriunda do Japão. E lançou um livro de manga que não é aconselhável a crianças.

          Muitos de nós crescemos a ver filmes animados de origem japonesa. "Marco" e "Heidi" foram dos primeiros grandes exemplos de grande sucesso deste estilo de desenho - manga -, que conquistou os mais novos nos quatro cantos do Mundo. Um estilo que marcou gerações de crianças e que continua a ser uma marca da escola japonesa, mas que se alargou a muitos outros países, nomeadamente na Europa. Muitas das crianças de ontem são, hoje, dedicados desenhadores de manga. Em alguns países da Europa, como na Suécia, a exemplo do Japão, surgiram escolas com cursos especializados em desenho manga, permitindo o surgimento de uma nova geração de cartunistas.

          É o que acontece com Nátalia Batista, uma jovem sueca de 23 anos, filha de pai português e mãe polaca. Natália é mesmo considerada uma das principais desenhadoras do movimento "euromanga", que envolve um largo número de cartunistas europeus. Recentemente, lançou um livro de banda desenhada, "A song for Elise", que está a alcançar grande êxito, mas também alguma polémica, pois a publicação é dedicada aos adultos, isto num estilo de desenho associado ao público infantil e adolescente.

          Embora a manga proibida a crianças não seja novidade, pois existem filmes e livros com manga erótica e pornográfica - o que, aliás, acontece com todos os géneros de banda desenhada -, esta variante é vista pela comunidade internacional de desenhadores como algo quase pirata, que não é devidamente reconhecido. Mas com "A song for Elise", Nátalia Batista lança "pela primeira vez" um livro de manga para adultos, mas com uma temática completamente diferente, elogiado e reconhecido pelos "puristas". Um novo estilo temático, que até já tem nome, japonês, naturalmente: "Yaoni manga".

          "Cresci a ler e a ver filmes de manga, mas como as crianças crescem, a manga, naturalmente, também deve evoluir", comentou ao JN Nátalia Batista, admitindo que "a manga é sempre associada às crianças", pelo que o seu livro surpreende, mas "pode levar até aos jovens assuntos que os interessam, num estilo de desenho de que sempre gostaram".

          A sua paixão pela manga é de inteira dedicação: estudou este estilo numa escola de artes sueca, em Malmo, e profissionalizou-se neste tipo de desenho. O estudo da língua e cultura japonesas é outro dos seus principais interesses, pois "a manga continua a ser uma imagem de marca japonesa". Mas também com uma larga legião de seguidores na Europa. O movimento "euromanga" já chegou a Portugal, sobretudo através das publicações "NCreatures".

          Em "A song for Elise", a autora aborda questões como o suicídio e a homossexualidade, construindo uma história à volta de três personagens, Andi, Marcus e Elise, que, revelou, se baseia "em situações semelhantes" vividas por amigos seus. O livro, "o primeiro deste tipo a ser publicado na Europa", pretende ser "um reflexo das questões actuais da nossa sociedade, envolvendo ambientes e situações próprias dos jovens de hoje". Com desenhos a preto e branco e texto em Inglês, "A song for Elise" está disponível na Internet, em asongforelise.smackjeeves.com.

          A comunidade de desenhadores de manga é crescente na Europa, "contactamos uns com os outros", e Portugal não é excepção. Já com uma publicação traduzida para Português, "Only you", Natália Batista espera que este novo livro possa chegar a um largo número de jovens adultos, pois a sua manga cresceu como eles, prolongando nos desenhos os seus sonhos e ansiedades.

          jn 21 Agosto 2009

          Se for anunciado para você online, você provavelmente não deveria comprá-lo. Aqui está o porquê.



          Se você viu recentemente um anúncio no Facebook do Jeremy's Razors, que se autodenomina um aparelho de barbear "sem acordar" para homens, você pode muito bem ser pai de crianças em idade escolar que gostam de Ultimate Fighting, chocolate Hershey's, caça ou Johnny Cash. Isso está de acordo com [a biblioteca de anúncios do Facebook] , que descreve o público para o qual os profissionais de marketing direccionam seus anúncios.
          Eu posso ver por que Razors de Jeremy está concentrando seus dólares em anúncios em homens que podem apreciar sua mensagem hipermasculina. Mas o inverso não é tão claro: esses homens estão em melhor situação por terem recebido uma navalha “anti-acordada”?
          No mundo da média tradicional, os anúncios são vendidos no contexto da área em que as publicações são vendidas: talvez a Jeremy's Razors possa favorecer a publicidade na revista Deer & Deer Hunting, por exemplo. Mas online, muitos anúncios são vendidos com base nos muitos detalhes que os anunciantes colectaram sobre seu comportamento e interesses com base em sua actividade online.

          As empresas de tecnologia rastreiam quase todos os cliques de um site para outro, desenvolvendo perfis detalhados de seus interesses e desejos e disponibilizando esses dados para os anunciantes. É por isso que você recebe aqueles anúncios assustadores em seu feed do Instagram ou em sites que parecem saber do que você está falando.A capacidade de rastrear pessoas tornou-se uma vantagem imbatível para a indústria de publicidade online, que cresceu para um mercado de US$ 540 bilhões em todo o mundo, de acordo com a agência de média GroupM, superando todas as outras formas de publicidade, incluindo TV, rádio e jornais. Ele impulsionou o crescimento maciço do Google e do Facebook, bem como de centenas das chamadas empresas “adtech” que actuam como intermediárias entre os compradores e vendedores de informações de segmentação.

          Mas a ascensão do microtargeting veio com um preço exorbitante. “Há evidências limitadas que sugerem que os ganhos de eficiência e eficácia para anunciantes e editores desse sistema superam o impacto social”, conclui um estudo de 274 páginas publicado pela Comissão Europeia no início deste ano. Ele exige a reforma do modelo de negócios de vigilância.

          Já sabemos que o rastreamento da web dizimou os editores. Isso foi particularmente devastador para os meios de comunicação tradicionais: a receita global de jornais caiu de US$ 107 bilhões em 2000 para quase US$ 32 bilhões em 2022, de acordo com o GroupM. Isso é um golpe para a democracia: estudos mostram que a votação diminui e a corrupção aumenta em comunidades sem veículos de notícias fortes.

          O microtargeting também permitiu que os anunciantes discriminassem de maneiras difíceis de serem detectadas pelos reguladores. É ilegal, por exemplo, que os anunciantes usem linguagem em seus anúncios sugerindo que empregos, moradia ou oportunidades de crédito estão sendo oferecidos a pessoas de uma determinada raça, sexo, idade ou outras características protegidas. Mas a segmentação de anúncios significa que os anunciantes podem ocultar suas preferências no algoritmo. O Facebook demonstrou repetidamente ter activado a publicidade discriminatória . (A empresa sempre argumentou no tribunal que não é responsável pelas escolhas que os anunciantes fazem em sua plataforma e, desde então, concordou em mudar seu sistema de entrega de anúncios.)

          O microtargeting também permite que os políticos transmitam mensagens divisivas directamente a grupos de nicho. Em 2019, a equipe de campanha do presidente Donald Trump inundou o Facebook com anúncios direccionados com mensagens inflamatórias. Em 2016, uma investigação do Senado descobriu que agentes russos espalharam anúncios no Facebook direccionados a negros americanos com o objectivo de desencorajá-los a votar. Além de tudo isso, os anúncios direccionados também não estão ajudando os consumidores. No ano passado, pesquisadores da Carnegie Mellon e da Virgínia Tech apresentaram um estudo sobre as implicações dos anúncios direccionados para o bem-estar do consumidor. Os resultados foram tão surpreendentes que eles repetiram para garantir que suas descobertas estivessem correctas.

          O novo estudo , publicado online esta semana, confirmou os resultados: os anúncios direccionados exibidos para outro grupo de quase 500 participantes estavam lançando produtos mais caros de fornecedores de qualidade inferior do que produtos idênticos que apareceram em uma simples pesquisa na web.

          Os produtos exibidos em anúncios direccionados eram, em média, cerca de 10% mais caros do que os que os usuários poderiam encontrar pesquisando online. E os produtos tinham duas vezes mais chances de serem vendidos por fornecedores de qualidade inferior, conforme medido por suas classificações pelo Better Business Bureau.

          “Ambos os estudos destacaram consistentemente um problema generalizado de fornecedores de baixa qualidade em anúncios direccionados”, escrevem os autores, Eduardo Abraham Schnadower Mustri, Ph.D. da Carnegie Mellon University. aluno, Idris Adjerid, professor da Virginia Tech, e Alessandro Acquisti, professor da Carnegie Mellon. Os autores postulam que os anúncios direcionados podem ser uma maneira de fornecedores menores alcançarem os consumidores – e “uma parte considerável desses fornecedores pode, de fato, ser indesejável para os consumidores porque são de qualidade inferior”.

          A qualidade parece ser um problema com a Jeremy's Razors, que gastou mais em publicidade no Facebook durante o período de 30 dias encerrado em 26 de março, gastando mais de US$ 800.000. Quando verifiquei as avaliações de Jeremy no Facebook, muitos clientes disseram que gostaram mais da mensagem política do produto do que da própria navalha. “Se você gosta de navalhas que dão a sensação de que alguém está puxando seus pelos faciais com uma pinça, uma de cada vez, então as navalhas de Jeremy são as suas navalhas”, escreveu um deles . A navalha tem uma classificação de 2,7 estrelas (de 5) com base em mais de 280 avaliações. O governo pode finalmente estar começando a tomar medidas para conter a vigilância comercial. O Congresso está considerando um projeto de lei de privacidade abrangente , a Comissão Federal de Comércio está redigindo novos regulamentos de privacidade e uma improvável coalizão de senadores, incluindo Ted Cruz e Elizabeth Warren, propôs na semana passada um projeto de lei que encerraria conflitos de interesse entre empresas de rastreamento de anúncios.

          A indústria publicitária está se preparando para a guerra. “Os extremistas estão vencendo a batalha por corações e mentes em Washington DC e além”, declarou o CEO da associação comercial de mídia digital e marketing em janeiro no elegante retiro anual da indústria em Marco Island, Flórida. “Não podemos deixar isso acontecer.”

          Em março, uma coalizão de organizações comerciais e empresas, incluindo grupos de publicidade – que se autodenomina Privacy for America – enviou uma carta ao Congresso alertando que qualquer dano ao modelo de negócios de vigilância “responsável orientado por dados” poderia custar aos consumidores US$ 30.000 em valor econômico cada. ano.

          No entanto, o número de US$ 30.000 vem de um estudo publicado em 2019 , no qual os pesquisadores pediram aos participantes que considerassem perder o acesso a serviços de internet como mecanismos de busca, mapas digitais e e-mail. Em seguida, foi perguntado aos participantes quanto eles pagariam para manter o acesso a esses serviços por um ano. Os participantes estavam dispostos a pagar mais de US$ 17.000 para manter o acesso à pesquisa, mais de US$ 8.000 para manter o acesso ao e-mail e mais de US$ 3.000 para manter o acesso aos mapas, constatou o estudo.

          Pesquisa, mapas e e-mail não justificam anúncios assustadores. A pesquisa e os mapas são financiados principalmente por anúncios contextuais - anúncios relacionados à consulta que os usuários digitam no mecanismo de pesquisa ou no mapa. Enquanto isso, a maioria dos serviços de e-mail é gratuita para uso limitado, mas ganha dinheiro com a venda de recursos adicionais. Existem alguns anúncios em e-mail gratuito, mas não é uma grande parte do ecossistema de publicidade. Acontece que esse número de $ 30.000 é um argumento melhor para o valor da publicidade contextual do que da publicidade de vigilância.

          Jeremy's Razors não precisa saber sua estrutura familiar, seu desporto favorito ou o nome do seu cantor favorito. A Jeremy's poderia simplesmente colocar os seus anúncios anti-despertar perto do conteúdo anti-despertar.

          Não é hora de considerarmos um futuro que não envolva empresas espionando-nos?

          Por: Julia Angwin

          https://www.nytimes.com/2023/04/06/opinion/online-advertising-privacy-data-surveillance-consumer-quality.html

          quinta-feira, 30 de março de 2023

          Portugueses gastaram 32,4 milhões de euros por dia no supermercado

          As vendas totais do retalho alimentar cresceram 9,6% em 2022 para 11 821 milhões de euros. São 1036 milhões a mais do que no ano anterior, apesar da contracção do consumo.

          O ano de 2022 marca novo período de crescimento nas vendas de bens de grande consumo, à boleia da subida da inflação. Os dados do Scantrends da NielsenIQ mostram que, no total, os portugueses gastaram 11 821 milhões de euros nos super e hipermercados, um aumento de 9,6% face ao ano anterior, correspondentes a mais 1036 milhões. Significa isto que abastecer a despensa custou, em média, 32,4 milhões de euros diários às famílias portuguesas.

          Isto não significa que os consumidores estejam a comprar mais, estão é a pagar tudo mais caro. Pedro Pimentel, director-geral da Centromarca, garante mesmo que estas taxas de crescimento são "balofas", porque correspondem apenas ao efeito inflação. "Vendeu-se menos, embora mais caro, e a prova disso é que o consumo retraiu a vários níveis, desde a compra de produtos mais baratos, mantendo o mesmo padrão de consumo, à escolha de produtos complementares, mas de qualidade inferior. E há mesmo redução de compra, com o consumidor a preferir fazer mais idas ao supermercado, mas comprando apenas o que precisa", diz.

          O que ajuda também a explicar o "crescimento brutal" das marcas próprias das cadeias de supermercados que registaram acréscimos de vendas de 18,3%, quase o dobro do mercado. Mantiveram sempre taxas a dois dígitos a partir de março, tendo atingido um acréscimo de 26,9% em dezembro. Em contrapartida, os artigos de marcas de fabricantes só cresceram 4,5%, menos de metade dos 9,6% da variação homóloga do mercado.

          Não admira, por isso, que, em termos de mercado, quem mais ganha quota são as cadeias de hard discount, como Aldi, Lidl ou Mercadona - é um segmento que cresce 11%, contra os 9,3% dos hipermercados e os 9,5% dos pequenos supermercados - sendo, por consequência, elas próprias, um dos motores de crescimento das marcas próprias, já que a preponderância deste tipo de produtos nestas cadeias é substancialmente superior às restantes.

          Já o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) fala num ano "altamente complexo" para toda a cadeia de distribuição, com um aumento generalizado dos preços. No entanto, Gonçalo Lobo Xavier assegura que só 35% do aumento dos custos reais tenha sido passado ao cliente final. "São custos difíceis de suportar para o consumidor, mas seria muito pior se não tivesse havido este esforço por parte das empresas", sustenta.

          Mesmo assim, reconhece, registam-se já "perdas importantes" nas vendas de peixe e carne, com um consumo maior de carne de aves, de ovos e de conservas e outros enlatados.

          Sobre o retalho especializado, que a APED também representa, Gonçalo Lobo Xavier diz que se assistiu, em 2022, a uma recuperação, com os consumidores a serem "cada vez mais racionais" no processo de compra, procurando online o que pretendem e indo às lojas com objetivos já predefinidos. "Apesar do consumo estar já muito próximo dos valores pré-pandemia, sobretudo na moda, na eletrónica de consumo e na cosmética, a compra por impulso diminuiu acentuadamente", refere este responsável. Que considera que, apesar da grande incerteza que marcou o ano, o setor mostrou-se "resiliente", com "alguma capacidade de investimento, ainda, na abertura de lojas e na criação de emprego".

          Quanto às perspetivas para 2023, a APED refere que já se começa a notar alguma tendência de estabilização dos custos energéticos e consequentes efeitos sobre os custos de produção. Gonçalo Lobo Xavier acredita que isso se comece a fazer sentir na carteira dos consumidores "no fim do primeiro trimestre".

          O setor, garante, "continua a investir em eficiência energética e em energia limpa, mas também, na formação dos seus recursos humanos. "Há uma batalha muito grande pelo talento, que só se consegue vencer com inovação, modernidade, e com melhores salários. E esse foi um esforço que se viu, não só com a assinatura do novo contrato coletivo de trabalho, que prevê um aumento de quase 9% em média, mas também pelo esforço individual das empresas de partilha e distribuição de resultados". Suster a inflação, manter a cadeia de abastecimento a funcionar, sem riscos de ruturas de stocks, e reter e atrair talento são as grandes preocupações da APED e dos seus associados para 2023.

          Já a Centromarca destaca o receio dos efeitos da recessão. "Vamos continuar a ter perda de poder de compra, porque o crescimento da inflação não será acompanhado do crescimento dos salários e é natural que o mercado contraia", diz Pedro Pimentel. Para este responsável, a grande incógnita é se o verão será, em 2023, "tão forte" como foi o ano passado, "ajudando a compor, um bocadinho, as perdas do mercado interno".

          Do ponto de vista dos fabricantes, a preocupação está também no crescimento das "marcas brancas" que "parece estar para durar", o que poderá "criar condições para um aumento da tensão negocial" entre o retalho alimentar e os seus fornecedores. " Tememos que esta compressão do mercado e das rentabilidades possa extravasar para tensões e exigências mais exageradas e é muito importante fazer perceber às autoridades que é preciso estar com uma atenção muito grande ao mercado", diz Pedro Pimentel.

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          Ilídia Pinto

          https://www.dinheirovivo.pt/economia/portugueses-gastaram-324-milhoes-de-euros-por-dia-no-supermercado--15791790.html