terça-feira, 31 de dezembro de 2019

A alegada caça às bruxas e a Justiça.

Nos Estados democráticos, as mudanças de poder político, endógenas ou exógenas, acabam sempre por serem acompanhadas de correcções e um novo “modus operandi” do poder político que, não raras vezes, divide as sociedades entre os que abraçam a nova realidade e os que ficam retidos no passado.


Estes últimos, quando constituídos por beneficiários do estado de coisas anterior e porque grande parte das vantagens obtidas indevidamente, adoptam em tudo o que for diferente o papel de vitimização, se confrontados com o fim dos privilégios.

Em África, todas as individualidades e os seus próximos que passaram pelo poder se dizem, sempre e permanentemente, perseguidas pelo novo poder, mesmo quando arroladas oportuna e legalmente pela justiça.

A ideia de perseguição é sempre levantada, ainda que infundada e desprovida de quaisquer provas que a sustentem perante os órgãos policiais e de justiça que, como se espera, devem ser as destinatárias das queixas e situações que eventualmente envolvam a segurança, liberdades, direitos e garantias fundamentais dos mesmos.

Desde há algum tempo que temos sido confrontados com relatos de supostas perseguições de individualidades angolanas, algumas das quais com pronunciamentos feitos no estrangeiro, alegando a permanência fora de Angola por razões de segurança. Inclusive ouvimos relatos de alegadas caças às bruxas por parte dos órgãos de justiça quando, na verdade, tais personalidades deviam fazer jus ao velho ditado segundo o qual “quem não deve, não teme”.

No país ou fora, como fez referência muito recentemente o procurador-geral da República, “o importante é fazer a denúncia e reunir ou contar as provas necessárias”.

Na sexta-feira, citado por uma agência de notícias estrangeira, Hélder Pitta Grós, quando questionado sobre os alegados casos de perseguição e ameaça de que se queixam pessoas próximas do antigo Presidente, disse que as pessoas em causa devem ser mais concretas na descrição do que sofrem ou passam.

Em vez do discurso fácil de perseguição ou de caça às bruxas, é recomendável que as pessoas que se dizem visadas injustamente pelos órgãos judiciais recorram às instituições do Estado angolano, em que os operadores de Justiça trabalham, confiam e contribuem para a sua contínua melhoria.

Não há nenhum sistema de justiça perfeito, razão pela qual o angolano, da mesma maneira como os demais, procura melhorar a cada dia que passa com o contributo daqueles que nele operam e, fundamentalmente, com os casos que a ele chegam.

É preciso que se diga que temos um Estado de Direito, signatário de um conjunto de Tratados e Convenções Internacionais, comprometido com acordos inter-Estados que incidem sobre o funcionamento do Sistema de Justiça para, entre outros fins, consolidar os direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos. Não faz qualquer sentido evocar perseguição, caça às bruxas ou intimidações sem apresentar provas quando o recomendável é, tão simples e elementar para qualquer pessoa consciente dos seus direitos, fazer chegar aos órgãos competentes.

Justiça angolana arresta contas bancárias de Isabel dos Santos e do marido.

O Tribunal Provincial de Luanda decretou o arresto preventivo das contas bancárias pessoais de Isabel dos Santos, do marido, Sindika Dokolo, e de Mário Filipe Moreira Leite da Silva, no BFA, Banco BIC, BAI e Banco Económico, além das participações sociais que os três detêm enquanto beneficiários efectivos no Banco BIC, Unitel, SA, BFA e ZAP Media.


A medida, segundo um comunicado da Procuradoria-Geral da República, surge em função de uma acção intentada pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos, ao Tribunal Provincial de Luanda, contra as três personalidades. A sentença foi decretada pela Primeira Secção da Sala do Cível e Administrativo do Tribunal Provincial de Luanda.

Para garantir o normal funcionamento das empresas, cujas participações sociais foram arrestadas, a pedido da Procuradoria-Geral da República, o Tribunal indicou como fiel depositário os próprios Conselhos de Administração e o Banco Nacional de Angola.

De acordo com o comunicado, “a presente providência cautelar não afecta os postos de trabalho das empresas supra referidas, nem os compromissos por elas assumidos, pois visa apenas acautelar o cumprimento de uma obrigação”.

O comunicado esclarece que, no Banco BIC, Isabel dos Santos detém 25 por cento das participações sociais, através da empresa SAR-Sociedade, de Participações Financeiras, e 17 por cento por intermédio da Fonisantoro Holding Limited, de direito maltês. Na Unitel tem 25 por cento das participações, através da Vidatel, Limited; no BFA tem 51 por cento, por intermédio da Unitel, e na ZAP Media tem 99, 9 por cento, através da FINSTAR - Sociedade de Investimentos e Participações, SA.

De acordo com o comunicado da PGR, os requeridos celebraram negócios com o Estado angolano através das empresas SODIAM-EP e Sonangol-EP. Com a Sonangol -EP, constituíram a Sociedade Esperanza Holding BV, detendo a Sonangol 60 por cento do capital social e a Exem Energy BV, empresa de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo e Mário Filipe Moreira Leite da Silva são beneficiários efectivos de 40 por cento.

Para a concretização do negócio, segundo o comunicado, o Estado angolano, através da Sonangol-EP, entrou com 100 por cento do capital, correspondente a 193.465.406,23 euros, tendo emprestado à Exem Energy BV 75.075.880 euros, valores não devolvidos até à presente data. “Houve uma tentativa de pagamento da dívida por parte dos requeridos em kwanzas, facto que foi rejeitado, em virtude de a dívida ter sido contraída em euros e esta cláusula resultar do próprio contrato”, lê-se no comunicado da Procuradoria-Geral da República.

Por outro lado, segundo o comunicado, para investir na empresa suíça De Grisogono (joalharia de luxo), os requeridos constituíram, igualmente, a sociedade Victória Holding Limited, cujos sócios são as empresas Exem Mining BV (de que os requeridos são beneficiários efectivos) e a Sodiam-EP, com participações sociais de 50 por cento cada.

Deste negócio, a SODIAM-EP investiu 146.264.434.00 de dólares, por intermédio de um crédito concedido pelo Banco BIC, mediante Garantia Soberana do Estado angolano, que continua a pagar a dívida, sem nunca ter recebido qualquer lucro até à presente data. Com a realização destes negócios, refere o comunicado da PGR, o Estado teve um prejuízo de 1.136.996.825,56 dólares.

De acordo ainda com o comunicado, os requeridos são beneficiários últimos de 100 por cento das participações sociais da FINSTAR (Sociedade de Investimentos e Participações S.A), Cimangola II SA e Ciminvest (Sociedade de Investimentos e Participações S.A), cujos beneficiários são Isabel dos Santos e Sindika Dokolo. Já na CONDIS (Sociedade Distribuição Angola, SA), Isabel dos Santos detém 90 por cento das participações sociais e Sindika Dokolo 7 por cento. No Continente Angola, Lda, Isabel dos Santos é beneficiária última, tal como na Sodiba - Sociedade de Distribuição de Bebidas de Angola, Lda. e Sodiba Participações S.A.

domingo, 29 de dezembro de 2019

Frase

“Quem pertence  a uma associação secreta e não o pode dizer não tem condições para exercer um  cargo político”

André Silva Deputado do PAN

O tecido económico e social português.

1. “Manuel, sei que estás a organizar a Junta de Freguesia, agora que ganhámos. É preciso por esses tipos fora, que só nos vão sabotar. E não te esqueças de arranjar alguma coisa para a minha filha, que está a acabar o curso e é das nossas. Está já há um ano inscrita na Juventude e é de confiança. Diz-me alguma coisa”.

2. “Doutor, lembra-se do que falámos quando lhe estive a arranjar as janelas em casa? Fiz-lhe um preço de amigo. Estou agora a telefonar-lhe porque me dá jeito aquele trabalhinho no centro de saúde. E o senhor doutor podia falar de mim ao dr. Silveira.”

3. “O meu filho acabou o curso de Gestão, diga ao Eduardo da contabilidade para o pôr a trabalhar com ele, e que o coloque na folha dos pagamentos com um ordenado jeitoso. O rapaz merece e precisa de se endireitar”.

4. “Esse tipo é um lacaio do monhé e por onde passa rouba tudo. Os socialistas são todos assim.”  (Comentário não moderado).

5. “A minha amiga não se esqueça de deixar uns dinheiritos para o Alfredo, que nos arranjou a camioneta mais barata. Ele espera ganhar algum e como fez tudo sem recibo, ficou-nos mais barato”.

6. “O que nós precisávamos era de um Salazar para pôr todos estes políticos na ordem”.

7. “Sabes onde é que eu tenho arranjado algum dinheiro? A agência do Frederico, aquela na Estefânia, tem lá um informático que pede a pessoas para dizerem mal de uns restaurantes e bem dos outros e paga-me para pôr comentários no Facebook. Não é muito, mas dá para tomar umas bicas”.

8. “Ó sr. Doutor, aconselha-me a comprar umas antiguidades e ir a umas galerias comprar quadros? É que eu tenho aqui uns dinheiros em cash que queria usar sem problemas. É que agora os bancos fazem muitas perguntas. Como eu não conheço nada dessas coisas, o senhor doutor podia indicar-me aos seus amigos. Ainda tens uns daqueles Dalis com a assinatura? Pede-lhe bom dinheiro porque se ele vir o nome do Dali vai logo atrás e está com pressa de tirar o dinheiro do cofre da tia. Percebes?”.

9. “Olá, Simão. Tenho uma encomenda da vereadora da câmara, sabes aquela que viveu com a Simone, para organizar uma exposição e eu preciso de um curador. Eles têm dinheiro para pagar, não te acanhes.

— Mas para essa exposição não é preciso nenhuma trabalho de curadoria…

— Pois é, mas eles têm dinheiro e assim habituam-se a ter que pagar as artes.

— Está bem, mas aqueles quadros são uma merda e aquilo não presta para nada.

— Pões o teu nome em letras pequeninas na folha de sala.”

10. “O que é que você quer beber? Temos que comemorar o nosso negócio… Ó senhor Lima, uma garrafa de Moët & Chandon…

— Mas isso não é muito caro?

— Não te preocupes: o Estado paga, que é para isso que servem os impostos.”

11. “Não estás a pôr pouca camada de alcatrão?

— Não faz mal, é suficiente.

— E o engenheiro não vem cá verificar?

— Vir, vem, mas ele sabe que eu sou amigo do presidente da câmara e eu mando-lhe um cabaz de Natal.”

12. “Tenho as estufas cheias de nepaleses e se fosse preciso ainda trazia mais. Trabalham com quase 50º nas estufas e para a terra deles ganham muito. — E não veio aí um grupo da Igreja ver as condições em que eles viviam? — Vieram. É tudo do Bloco de Esquerda, mas eu disse-lhes que punham em risco a competitividade da agricultura alentejana. E eles não podem fazer nada porque o secretário de Estado pensa o mesmo.”

13. “Como é que te chamas? — Maria Alberta. — E de que é que te queixas? — Faltei para levar o meu bebé ao hospital que estava com febre. — Mas não disseste nada ao supervisor. — Não tive tempo. — Pois é, mas vais ter multa, e põe-te a pau, que houve quem te visse naquele ajuntamento à entrada a que os comunistas dos sindicatos chamam ‘concentração’. Não te concentres mas é no emprego que não vais ter sorte nesta casa.” 14. “Eu vou é votar no Chega, é metade a trabalhar e metade a roubar” (Comentário no Facebook).

15. “Estás como o Sócrates. Grande escola! Quanto é que eu tenho de pagar por fora?”

16. “Ó Jaime, o chefe de gabinete do ministro não é aquele com quem passas férias no Algarve? Organiza lá um almoço porque precisava de lhe dar uma palavrinha.”
“Ó Jaime, o chefe de  gabinete do ministro não  é aquele com quem passas férias no Algarve?”

José Pacheco Pereira – Publico

Frase

Os empregados têm de sentir as recompensas que vêm com a vitória — na alma mas também na carteira

Jack Welch (1935-), executivo

O país continua à venda

No tempo em que a Troika governou o país e limitando-se a cumprir o acordado com o governo de José Sócrates, Passos Coelho que lhe sucedeu, tinha razões objectivas, mas agora…

A venda ao exterior de activos valiosos da economia portuguesa continua animada. Só este mês a Altice desfez-se de metade da sua rede de fibra óptica, vendida à Morgan Stanley Infraestructures Partners, o grupo Vasco de Mello e o seu parceiro Arcus vão alienar 80% dos direitos de voto na Brisa, a EDP fechou negócio com um consórcio de empresas francesas liderado pela Engie que lhes permitirá controlar seis barragens e, outra vez a Altice,
transferiu para um grupo do Bahrein 85% da gestora dos fundos de pensões da TLP, Marconi e TDP. Quem julgava que o fim das restrições da troika, o crescimento económico dos últimos anos, o regresso da confiança ou o alívio da dívida das empresas iriam permitir uma nova vaga de ambição ao capitalismo português desengane-se: o país continua à venda. Haverá quem, munindo-se da cartilha dos mercados abertos e da livre circulação de capitais, considere esta situação normal. Poder-se-á dizer que, entre o controlo francês ou americano da fibra óptica, ou entre o controlo chinês ou francês das barragens não há diferença de maior. Não é descaso afirmar-se também que as teorias dos centros de decisão que, em tempos, faziam parte do
léxico corrente do empresariado serviam apenas para proteger a gula predatória ou a ineficiência de uma certa estirpe de negociantes da corte. Mas depois da terrível destruição de riqueza nacional na era da troika e dos exemplos de incúria e dos abusos que destruíram a PT, que expurgaram a EDP de capital nacional ou entregaram a banca nacional ao capital espanhol ou angolano seria de esperar uma leve pausa para se respirar. Não é isso que acontece. Por muito que todos os Estados europeus façam a apologia da liberdade de negócios, na penumbra todos se esforçam por proteger os seus activos mais estratégicos e valiosos. O Estado português deve estar atento a essa sangria de recursos e olhar para a Espanha ou para a
França como exemplo. Não se trata de impor barreiras proteccionistas em favor de tecido económico já de si demasiado submisso ao patrocínio do Estado. Nem de criar novas clientelas de protegidos que um dia darão origem a novos donos disto tudo. Trata-se, sim, de exigir contrapartidas duras. Que a exploração de recursos nacionais pague impostos nacionais. Que os quadros e demais trabalhadores que gerem os negócios se instalem em Portugal. Que haja abertura para que empresários portugueses tenham acesso a esses negócios. Medidas que afinal têm uma única finalidade: evitar que Portugal se torne ainda mais uma banal plataforma de negócios gerida  e mantida a partir do exterior. Manuel Caralho – Publico

Israel.

Mesmo acusado de corrupção, a primeira vez que tal acontece em Israel a um primeiro-ministro em funções, Netanyahu é o líder incontestado do Likud, cujas primárias venceu com grande margem. A dimensão da vitória levou analistas a dizer que o Likud é o partido de Netanyahu, o que cria um problema ao Likud, já que concorrerá com um candidato acusado às terceiras legislativas num ano e que não consegue formar governo.

Vacinas para a meningite B, HPV para rapazes e rotavírus

Depois da polémica criada pelo facto de as vacinas para a meningite B, HPV para rapazes e rotavírus (esta só a grupos de risco) ter sido aprovada pelo Parlamento, ao arrepio da prática que deve ser seguida e que passa pela aprovação dos especialistas, as três vacinas vão mesmo fazer parte do Programa Nacional de Vacinação. Entre um momento e o outro passou mais de um ano e a decisão foi tomada após o aval da Comissão Técnica de Vacinação.

sábado, 28 de dezembro de 2019

Dimensionar uma Gaiola de Faraday

Ficou conhecida como “Gaiola de Faraday” uma experiência realizada por Michael Faraday (1971 – 1867) para a demonstração de uma propriedade do campo eléctrico. Conta a história que Faraday construiu uma gaiola de metal em grande escala, carregada por um gerador eletroestático de alta voltagem, entrando nela para provar que o seu interior era seguro.

O princípio de funcionamento de uma Gaiola de Faraday consiste em dividir o maior número de vezes possível a corrente resultante de uma descarga atmosférica por meio de uma rede de condutores. Este tipo de sistemas assegura uma dissipação eficiente da corrente associada ao processo da descarga.

A concepção de uma Gaiola de Faraday consiste na construção de uma malha de condutores de forma a criar um meio equipotencial com os condutores ligados entre si. Pela equipotencialização das malhas, a Gaiola de Faraday minimiza os riscos de sobretensões induzidas, habitualmente geradas por diferenças de potencial, e que danificam os equipamentos mais sensíveis.

https://www.infocontrol.pt/artigos-tecnicos/5-passos-dimensionar-gaiola-de-faraday/

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Centeno tira dinheiro do Banco de Portugal (e chama a si liquidez do Estado).

A almofada de liquidez, que se encontra em grande parte no Banco de Portugal (BdP), tem vindo a crescer nos últimos anos. Porém, de acordo com a proposta do OE2020, Mário Centeno estará a preparar-se para deslocar o dinheiro para outras contas da esfera mais direta do Estado e do Ministério das Finanças.

A almofada financeira serve para suportar embates financeiros, pagar mais rapidamente aos fornecedores e poupar dinheiro em transações mais caras, mas está a ser guardado cada vez menos dinheiro no banco central português.

Segundo os cálculos do Dinheiro Vivo, até ao final de novembro estavam depositados 8.779 milhões de euros no BdP. No entanto, este valor representa uma queda de 5% face à verba disponível no final de 2018 (9.226 milhões de euros). A discrepância é maior no final de 2017, já que dos 11.845 milhões depositados no final de 2016, havia apenas 8.953 milhões no final do ano seguinte – uma queda de mais de 24%.

Por outro lado, as Finanças garantem que houve um reforço de 50% no valor das aplicações financeiras em bancos para 750 milhões de euros. Uma das contas da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) têm agora 237 milhões de euros, um aumento de cerca de 48%. As alfândegas e os serviços de finanças têm 308 milhões de euros, um aumento de mais de 3000% face ao final do ano passado.

A ideia do Ministério das Finanças passa por, segundo o Dinheiro Vivo, modernizar a rede de pagamentos das instituições públicas, controlar melhor os riscos de liquidez e ser mais rápido a pagar e poupar.

De acordo com a proposta do OE2020, um dos objetivos desta medida será “minimizar o recurso do Estado ao financiamento junto do mercado financeiro, com o aumento do valor das disponibilidades de terceiros na tesouraria do Estado, aplicadas em instrumentos de dívida pública”.

Além disso, explica o jornal ECO, o Ministério das Finanças pretende “garantir que os valores cobrados são entregues tempestivamente na tesouraria do Estado”, bem como “incentivar a utilização dos canais de cobrança eletrónicos próprios”, “acelerar o prazo de disponibilização dos fundos públicos na tesouraria”; e “deduzir os custos do Estado associados à realização de operações bancárias”.

Mário Centeno quer ainda “melhorar a articulação entre recebimentos e pagamentos, contribuindo para o cumprimento das obrigações do Estado e para a respetiva minimização do custo da dívida”.

Esta semana, foi noticiado que a proposta do OE2020 – além de outros erros – foi apresentada sem que a almofada financeira – o dinheiro que o Governo guarda para fazer gastos imprevistos – estivesse inscrita no documento.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Rainha Jinga Mbandi.

“Para a deputada Joacine Katar Moreira, que aprecia fazer-se fotografar defronte de quadros que ilustram a escravatura na História portuguesa, recomendo uma célebre gravura de Cavazzi. Pode ser ampliada para o tamanho desejado e afixada numa qualquer parede do Palácio de S. Bento para o tempo da sessão fotográfica.
A gravura retracta uma célebre sessão de negociações de paz entre o governador português João Correia de Sousa e a celebérrima Rainha Jinga Mbandi. Esta foi acolhida pelos portugueses, em Luanda, com grande pompa e solenidade.
Mas, no momento da reunião, Jinga verifica rapidamente que, na sala, havia poucas cadeiras e que o governador ficaria sentado, enquanto ela teria de ficar de pé. Aí, chama uma das suas escravas e ordena-lhe que se ajoelhe por forma a sentar-se nas suas costas.
A gravura representa esse quadro: a rainha Jinga, sentada em cima da sua escrava prostrada, negociando de igual para igual com o governador português, sentado na sua cadeira.
Destas negociações, que foram muito bem sucedidas, reza a história do encontro que, no final, Jinga levantou-se para os cumprimentos de despedida. Como a escrava continuava acocorada na posição para servir de assento, o governador perguntou por que não a mandava levantar. Ao que a guerreira angolana respondeu de forma altiva: “Já não preciso dela, nunca me sento duas vezes na mesma cadeira!” E deixou a escrava para trás.
É um quadro de dominação e subjugação muito adequado às preocupações retardatárias da deputada Joacine Katar Moreira.
Devo sublinhar que, ao citar este episódio, não pretendo diminuir minimamente o perfil da Rainha Jinga Mbandi, grande figura da História de Angola, que manteve com os portugueses relações intermitentes, ora de conflito, ora de grande proximidade.
Jinga, apesar de não só ter tido muitos escravos e escravas, como haver sido uma grande senhora do tráfico esclavagista, foi uma personagem notável, que merece ser conhecida e admirada.
É um grande sinal de estupidez e de desvario querer avaliar as pessoas e os povos fora do tempo e dos lugares em que viveram e em que ocorreram os factos que relatamos.”
José Ribeiro e Castro

sábado, 21 de dezembro de 2019

Parlamento polaco aprova lei que permite sancionar juízes.

Será que os polacos se fartaram dos juízes porque não faziam o seu trabalho de forma seria e justa?

Será que os juízes na Polónia prestavam serviços incompatíveis com a sua função?

Será que os tiques fascizantes ou totalitários de país condicionado pelo partido comunista soviético, ainda perduram?

https://pt.euronews.com/2019/12/21/parlamento-polaco-aprova-lei-que-permite-sancionar-juizes

Sobre a Global Notícias Media Group.SA

Do site da empresa, em: http://www.globalmediagroup.pt/o-grupo/quem-somos/
“O Global Media Group é um dos maiores grupos de Media em Portugal, marcando presença nos sectores da Imprensa, Rádio e Internet.
No universo do grupo contam-se marcas de referência como a TSF, marcas centenárias como o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias, a marca desportiva O Jogo e a marca económica Dinheiro Vivo. A estas juntam-se a informação no feminino com o Delas e a informação relativa à mobilidade humana com o Motor 24, bem como o título de informação de entretenimento N-TV. Na área de revistas contam-se a Evasões, a Volta ao Mundo, a Notícias Magazine, a Men’s Health e a Women’s Health. A este portefólio juntam-se as novas marcas DN Ócio, DN Life e DN Insider, que constituem o portefólio do Diário de Notícias com a sua presença digital. São ainda complementadas pela revista semanal 1864.
No âmbito da fotografia, vídeo e conteúdos multimédia inclui-se a Global Media Play.
Na Imprensa regional, o Global Media Group marca presença no Açoriano Oriental (o mais antigo jornal de Portugal) e o Diário de Notícias da Madeira.
O Global Media Group tem ainda uma presença relevante no mundo digital através de sites e aplicações mobile das suas marcas de informação, bem como de outras operações relacionadas com a venda de produtos e serviços.
Por forma a apoiar o negócio das publicações impressas, o Global Media Group detém uma forte presença no sector da impressão através de duas empresas gráficas (Naveprinter, no Porto e da participada Empresa Gráfica Funchalense, em Lisboa) bem como no sector da distribuição, através de duas empresas, a participada VASP, S.A., focada em pontos de venda e a Noticias Direct, Lda., no porta-a-porta de jornais e revistas e com licença de operador postal.
O Grupo participa ainda na estrutura accionista da Lusa, agência de notícias e nas cooperativas VisaPress e Notícias Portugal.
O capital do Global Media Group passou a distribuir-se da seguinte forma Detentores de 5% ou mais do capital da empresa: KNJ Global Holdings Limited – 35,25%; José Pedro Carvalho Reis Soeiro – 24,5%; Olivemedia, Unipessoal, Lda. – 19,25%; Novo Banco, S.A. – 10,5%; Grandes Notícias, Lda. – 10,5%.
A Administração do Global Media Group é composta por Daniel Proença de Carvalho (Chairman), Kevin Ho (Vice-Chairman), Philip Manuel Eusébio Yip, Rolando Oliveira, Jorge Carreira, José Pedro Soeiro, Paulo Rego, Guilherme Pinheiro (CFO) e Afonso Camões (Vogal), desempenhando os dois últimos funções executivas.
O Global Media Group detém marcas relevantes no panorama dos media portugueses e que percorrem já 3 séculos de história – facto único no panorama nacional.”

O que se pode depreender deste documento que me fizeram chegar. serão subsídios encapotados? se são a troco de quê?

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Há um hospital todo equipado no Interior, mas está fechado há meio ano. Miranda do Corvo.

Falta de acordo entre a Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional e a Administração Regional de Saúde do Centro tem impedido a abertura da unidade hospitalar em Miranda do Corvo.

O Hospital Compaixão, em Miranda do Corvo, apetrechado para funcionar há meio ano, permanece por abrir, devido à falta de um acordo de cooperação com a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Ao queixar-se de a Fundação ADFP (sem fins lucrativos), proprietária do equipamento, estar a ser marginalizada, o médico Jaime Ramos aponta a agentes do Estado "práticas sectárias" e imputa-lhes "desejo de proteger interesses instalados, avessos a concorrência". "Sentimos que só por isso não está a ser negociado connosco um acordo de cooperação", declarou à SÁBADO Jaime Ramos, em cujo ponto de vista há agentes do Estado que "não gostam dos dirigentes da Fundação".

Antigo líder do Município de Miranda do Corvo, eleito em quatro ocasiões pelo PSD (há mais de 30 anos), Ramos também se queixa de indiferença por parte da Câmara local (PS), independentemente do apoio proporcionado pela autarquia, e estranha o alheamento da presidente da ARS/Centro, Rosa Reis Marques.

Em ofício que acabou de chegar à Fundação ADFP, presidida pelo médico, o Ministério da Saúde diz que a ARSC não dispõe para 2020 de qualquer verba no esboço do seu orçamento capaz de lhe permitir dar início ao processo conducente a uma proposta de acordo de cooperação ao abrigo do Decreto-lei nº. 138/2013.

O Hospital Compaixão possui 40 camas para cuidados continuados (30 de convalescença e 10 para cuidados paliativos), mas o único gesto da ARS/Centro tendente a aproveitar o equipamento não passou de um aceno da Equipa Regional de Cuidados Continuados.

"Fomos visitados pela drª Maria José Hespanha, em 2018, e ficámos com a ideia de que tratando-se de camas necessárias à Equipa Regional de Cuidados Continuados seriam alvo de contratação para começarem a funcionar no ano seguinte", assinala o antigo autarca, que também foi deputado à Assembleia da República.
Instalado num terreno cuja superfície é superior a um hectare – perto da primeira Casa do Gaiato que o Padre Américo [Monteiro de Aguiar] criou em Portugal – o Hospital Compaixão corresponde a uma área de construção de 4.000 metros quadrados.

A unidade assistencial, projectada pela engenheira Gabriela Morais, está dotada de meia centena de camas para internamento, em quartos duplos e individuais, com instalações sanitárias privativas, televisão, climatização e gases medicinais. A edificação importou em cerca de 4,50 milhões de euros e o equipamento em 2,50 milhões.

A par de tomografia computorizada, o Hospital Compaixão está apetrechado com quatro valências de imagiologia clínica e com intensificador de imagem (concebido para auxiliar as equipas médicas na realização das mais exigentes intervenções cirúrgicas).

Segundo Gabriela Morais, o bloco operatório dispõe de condições físicas e tecnológicas de excepção, graças a um sistema de iluminação que melhora substancialmente a visualização da área de intervenção e elimina o efeito de sombra.

Interior, parente pobre
Para o presidente da Fundação ADFP - Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional, "o esforço feito para inverter o esvaziamento característico da interioridade está a ser injustamente desprezado".

Ao fazer notar que "em toda a sub-região do Pinhal Interior não há uma cama de cuidados continuados de convalescença ou de paliativos", o médico deixa a seguinte pergunta: "qual a razão capaz de justificar que o Estado só tenha sido sensível a contratualizar unidades de convalescença com entidades ligadas à banca"?

Se o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra tem, "diariamente, ente 70 e 100 camas ocupadas por internamentos sociais" (pacientes já com alta médica), "por que não contratualiza a ARS/Centro 40 camas existentes no Hospital Compaixão, mais baratas, mais humanizadas, mais próxima das famílias"?, questiona Jaime Ramos.

Propriedade de uma instituição do sector social, a unidade hospitalar, se for abrangida por acordo de cooperação outorgado pela ARSC, não acarreta aumento de encargos públicos. "A generalidade dos serviços que iremos prestar corresponde a outros que, hoje em dia, são pagos pelo Estado a entidades privadas, de natureza lucrativa, algumas de capitais multinacionais", acentua o presidente da Fundação ADFP.

O Hospital Compaixão traduz o maior investimento privado, de interesse público, realizado no concelho de Miranda do Corvo desde a construção do convento de Semide (século XII), assinala Jaime Ramos.

https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/ha-um-hospital-todo-equipado-no-interior-mas-esta-fechado-ha-ano-e-meio?ref=DET_Recomendadas_pb

Pela calada do Natal aconteceu o saque partidário – Parte II

As multas e sanções que deviam ser aplicadas aos partidos e aos seus responsáveis financeiros pelas irregularidades e ilegalidades praticadas em 2009, 2010 e 2011 prescreveram. Um bónus da nova lei.

Lembram-se quando, há dois anos, também no remanso da época natalícia, os partidos conseguiram um raro entendimento – de fora ficaram apenas o CDS e o PAN – para aprovarem no Parlamento novas regras para o seu financiamento?

Lembram-se que quiseram atribuir a si próprios um jackpot de devolução do IVA do Estado e abolir limites ao financiamento privado através de acções de angariação de fundos?

Recordam-se como tudo foi sendo discutido à porta fechada durante meses, sem actas que registassem o golpe, e foi aprovado em contra-relógio no Parlamento quando o bacalhau já estava de molho para a consoada?

O esquema só não beneficiou integralmente os infractores porque a indignação pública que se seguiu os levou a recuar em parte – na devolução de alguns milhões de IVA do Estado, por exemplo.

O Presidente da República lá chumbou a lei e ela lá foi parcialmente revista, tendo sido aprovada uma versão menos gravosa no início de 2018.

Mas para os partidos o mais importante é que alguma nova lei de financiamento tenha sido aprovada, independentemente de conter mais ou menos vantagens para o seu próprio financiamento.

Porquê? O Público deste domingo explica porquê: “Nova Lei de Financiamento dos Partidos fez prescrever processos de contra-ordenação de partidos e seus responsáveis financeiros. Alguns destes eram deputados que estiveram na linha da frente da revisão da lei em 2018.”

Em resumo, todas as multas e sanções que deviam ser aplicadas aos partidos e aos seus responsáveis financeiros pelas irregularidades e ilegalidades praticadas em 2009, 2010 e 2011 prescreveram. Não valem. É como se nunca tivessem acontecido. Tanto para os partidos como para os seus responsáveis.

Com uma agravante, uma espécie de cereja em cima do bolo: alguns dos que deveriam ser responsabilizados pelas trapalhadas financeiras nos partidos foram depois os deputados que em 2017 e 2018 promoveram e aprovaram a nova lei.

Digam lá se isto não é o golpe perfeito, praticado na “chamada casa da democracia”, por distintos deputados e representantes do povo, por responsáveis pelos pilares do regime que são os partidos?

A imoralidade desta prática não tem nome e não vale a pena gastar adjectivos com ela. Os factos falam por si e auto-classificam mentores e praticantes.

Os legisladores que trabalham, em benefício próprio, o rendilhado das leis para gozarem destas prescrições são os mesmos que fazem as regras que se aplicam de forma implacável aos cidadãos.

Este é o mesmo Estado que faz emboscadas a cidadãos à saída da auto-estrada para cobrar dívidas fiscais.

Este é o mesmo Estado que cobra o que está na lei e o que não está, sem contemplações e na lógica do “pague primeiro e reclame depois”.

Este é o mesmo Estado que multiplica obrigações burocráticas para os cidadãos, sujeitas a pesadas multas.
Como resume a Provedora de Justiça, este é “o Estado exige dos cidadãos o que não exige de si próprio”.

O que está em causa são centenas de milhares de euros – chegará aos milhões? É dinheiro devido ao Estado. É dinheiro que pertence aos contribuintes e que fica por pagar porque há leis feitas em causa própria e em benefício próprio sem que isso seja motivo de incómodo, quanto mais de vergonha.

Tudo isto se passa numa daquelas zonas do regime pouco recomendáveis que dá pelo nome de financiamento partidário onde tudo se vai fazendo para fingir que há regras e controlo. Mas depois também tudo se faz para esvaziar de meios as entidades de controlo ou ir mudando as leis para que não possam actuar.

Mais até do que os montantes que possam estar em causa, o exemplo que se dá e a legitimidade moral são o mais importante.

O primeiro está, como é bom de ver, nos antípodas do que devia ser. A segunda é inexistente.

Não deixa de ser irónico que se conheça esta amnistia decidida em causa própria na mesma semana em que um dos temas de que se falou foi a polémica entre Ferro Rodrigues e André Ventura sobre a utilização na palavra “vergonha” no Parlamento.

É um enorme erro pensar que o problema do populismo e do extremismo é a utilização de palavras que, afinal, todos usam.

E é desastroso recusar mudar de vida, alterar práticas, tiques e vícios que são inaceitáveis à luz de qualquer análise honesta desprovida de populismo.

A degradação moral começa nos que se acham donos do regime. O populismo só surfa na crista dessa onda. E, como se vê, a onda é gigante, como aquelas da Nazaré.

Não atalhar caminho, e depressa, vai custar-nos muito caro.

A25-BIS-DR2: o gene lusitano que só os portugueses possuem

É único no mundo e só o possui quem descende dos lusitanos. Lança dúvidas sobre a nossa origem mas demonstra que descendemos quase todos do mesmo povo.

O A25-BIS-DR2, é um Gene!  Uma sequência de aminoácidos, que só existe num único Povo: O LUSITANO. A Ciência tem destas coisas.  Procura-se uma coisa, e tropeça-se com o inesperado. E por vezes o inesperado, obriga a que a História seja Reescrita. Foi o que aconteceu quando o Estudo dos Genes de Histocompatibilidade HLA, revelaram que os descendentes do primitivo povo, que habitava o Norte e o Centro de Portugal, que conhecemos por Lusitano, possuíam dois Genes únicos:

A25-BIS-DR2

O A25-BIS-DR2 e o A26-B38-DR13

Viriato

O A26-B38-DR13, é o Gene mais antigo da Humanidade. O A25-BIS_DR2, é único. Só existe nos Lusitanos. Não existe em mais nenhum Povo do Mundo. O nosso código, é diferente dos outros Povos Mediterrânicos, e é único e o mais antigo à face da Terra.

Lusitanos comandados por Viriato a combater os Romanos

São os Lusos de Camões, que um dia pegaram em Antigos Mapas, cópias de cópias de cópias de fontes já extintas, e atravessaram o Mar-Oceano. São os Lusos, de Dom João II, que abdicaram de títulos de cargos e de bens, para reconstruir a Terra dos antepassados.

Morte de Viriato

Invasões por parte de Centro-Europeus (Celtas) durante o primeiro milénio a.c. podem ter tido lugar e dado origem aos Lusitanos, que foram primeiramente definidos como os relativamente unificados guerreiros ibéricos que lutaram contra os invasores Romanos.

Estátua de Viriato em Viseu

Apesar de a língua e arte de Tartessos ser também encontrada no sul de Portugal, é possível que as tribos paleolíticas que povoaram Portugal fossem distintas das outras ibéricas. Estas são os Estrímnios (norte de Portugal) e os Cinetes ou Cónios (sul de Portugal).

Viriato

Assim se comprova que, de facto, em Portugal somos todos mais ou menos primos e que há, apesar das misturas, uma homogeneidade etno-racial de Norte a Sul, que combina, de resto, com a sua unidade linguística e solidez de consciência nacional.

https://www.vortexmag.net/a25-bis-dr2-o-gene-lusitano-que-so-os-portugueses-possuem/

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

PJ detém alegado autor de 11 incêndios florestais

O suspeito, "cozinheiro, natural de Faro, sem antecedentes criminais", vai ser sujeito a primeiro interrogatório judicial.

As autoridades detiveram um homem suspeito da autoria intencional de 11 fogos florestais registados em São Brás de Alportel, concelho do distrito de Faro, entre os meses de Março e Setembro, anunciou hoje a Polícia Judiciária (PJ).

A detenção foi realizada pela Diretoria do Sul da PJ, que acredita haver "fortes indícios" de que o homem em causa, de 23 anos e "candidato a bombeiro", é "suspeito de ter intencionalmente provocado 11 incêndios florestais" em São Brás de Alportel, "por ignição directa, em áreas arborizadas", precisou a Judiciária num comunicado.

A mesma fonte frisou que os fogos alegadamente ateados pelo detido só "não atingiram maiores proporções" devido à "rápida intervenção dos bombeiros com meios aéreos e terrestres", que evitaram a propagação dos incêndios.

"O suspeito, que chegou a exercer funções de bombeiro voluntário, vindo a reprovar em provas de acesso, exibia-se nas redes sociais completamente fardado com a indumentária de bombeiro, alardeando aquela qualidade", destacou a PJ.

O suspeito, "cozinheiro, natural de Faro, sem antecedentes criminais", vai ser sujeito a primeiro interrogatório judicial e, no final, deverão ser aplicadas medidas de coação.

A detenção foi feita no âmbito uma investigação tutelada pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Acção Penal de Faro.

Entrega do Orçamento de Estado para 2020, por Mário Centeno.

O (ainda?) ministro das Finanças, Mário Centeno, entregou a proposta de Orçamento do Estado para 2020 esta segunda-feira, a poucos minutos da meia-noite. (?)

Mário Centeno chegou à Assembleia da República acompanhado pela sua equipa do Ministério das Finanças, Ricardo Mourinho Félix (secretário de Estado Adjunto), João Leão (Orçamento), António Mendonça Mendes (Assuntos Fiscais) e Álvaro Novo (Tesouro), pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, e pelo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas.
O titular da pasta das Finanças dirigiu-se à sala de visitas do presidente da Assembleia da República, onde Ferro Rodrigues o aguardava.

As minhas perguntas:

- É por desprezo pelos deputados?

- É por desprezo pelos jornalistas, que estiveram horas á espera?

- É por desprezo pelos portugueses? Pois este senhor e a sua equipa estão no governo DESDE o inicio da legislatura anterior!

É só incompetência e/ou má-fé!

- “Erro no Orçamento atribui 14 milhões a partidos sem assento na AR que eram para os maiores partidos. Governo admite lapso, mas destaca que mapa em questão não é votado e que, por isso, será facilmente alterado. O erro será corrigido na especialidade ou durante a execução orçamental.”

-Mas será que alguém acredita nisto??? É um erro Robin dos Bosques: tira aos partidos mais ricos, para dar aos mais pobres.

- Há mais erros…

Eleitores do Chega lançam petição para destituir Ferro. Já tem mais de 33 mil assinaturas.

Teor da petição publica:

“Vimos por este meio, pedir a destituição do Dr. Ferro Rodrigues, do cargo de Presidente da Assembleia da República, por ter censurado a palavra "vergonha" ao deputado do CHEGA, André Ventura, na sua intervenção do dia 12 de Dezembro de 2019.
Nós, cidadãos portugueses que elegeram através do seu livre direito de voto, o deputado do partido CHEGA, não admitimos nem toleramos que haja qualquer tipo de censura por parte de quem devia exigir a liberdade de expressão no desempenho das suas funções.
Desta forma, evidenciamos a renúncia do Dr. Ferro Rodrigues, em fazer cumprir o Artigo 37.º - (Liberdade de expressão e informação), da Constituição da República Portuguesa, nos pontos 1, 2 , 3 e 4;
1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de se informar, sem impedimentos nem discriminações.
2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.
3. As infracções cometidas no exercício destes direitos ficarão submetidas ao regime de punição da lei geral, sendo a sua apreciação da competência dos tribunais judiciais.
4. A todas as pessoas, singulares ou colectivas, é assegurado, em condições de igualdade e eficácia, o direito de resposta.
Não podemos tolerar qualquer ataque à liberdade de expressão, nem nos podemos submeter a tal controle linguístico, por parte de quem tem a responsabilidade de o manter na mais importante casa da democracia da nação. Por considerarmos também um vil e atroz ataque à democracia portuguesa, pedimos de imediato a destituição do cargo que desempenha e devida punição pela lei geral vigente.”

Texto da Petição para ver e/ou assinar: Petição

O «puxão de orelhas» do presidente da Assembleia da República ao presidente do Chega provocou a indignação dos apoiantes do Chega. Os eleitores do partido lançaram uma petição pública online, dirigida à Assembleia da República Portuguesa (AR), a exigir a destituição de Ferro Rodrigues «por ter censurado a palavra ‘vergonha’» a André Ventura, que tem já mais de 33 mil assinaturas.

O grupo invoca o incumprimento do Artigo 37.º da Constituição da República Portuguesa, relativo à «Liberdade de expressão e informação». «Não podemos tolerar qualquer ataque à liberdade de expressão, nem nos podemos submeter a tal controle linguístico, por parte de quem tem a responsabilidade de o manter na mais importante casa da democracia da nação. Por considerarmos também um vil e atroz ataque à democracia portuguesa, pedimos de imediato a destituição do cargo que desempenha e devida punição pela lei geral vigente», escrevem os autores da petição.

Esta alegada censura refere-se ao episódio que ocorreu na passada quinta-feira, 12, no Parlamento. Depois de uma intervenção do deputado único do partido Chega, Ferro Rodrigues repreendeu André Ventura por recorrer com «demasiada facilidade» às palavras «vergonha» e «vergonhoso» nas suas intervenções no Parlamento. Ventura intervia no debate sobre a remoção de amianto de edifícios públicos e terminou o discurso com críticas ao Executivo por ter verbas para subvenções vitalícias, mas não as despender para a remoção daquele material cancerígeno.

Em resposta a Ferro Rodrigues, o Chega colocou um cartaz com a palavra «vergonha» em frente à AR.

https://executivedigest.sapo.pt/eleitores-do-chega-lancam-peticao-para-destituir-ferro-ja-tem-28-mil-assinaturas/

Flor Pedroso deixa direcção da RTP debaixo de críticas e elogios

Polémicas com reportagens sobre lítio  e o Iscem levam a pedido de demissão já aceite. Redacção lamenta violação  de deveres deontológicos e de lealdade por parte da directora.

Acho que dos jornalistas que assinaram, alguns  só o fizeram porque desconheciam todos os factos, e portanto vingou algum corporativismo, outros por serem novos e tem medo de futuras repercussões na sua carreira, e, finalmente os avençados do regime socialista e serem de esquerda em geral ou contra a direita (o que no jornalismo dá status!).

Jornalista que se respeite e respeite o “juramento” do seu código deontológico não poderia assinar, nos termos apresentados, aquela petição!

Ver aqui : Código

“Maria Flor Pedroso esperou quase até ao fim: só a poucas horas do início do plenário de jornalistas para discutir a polémica em torno da sua actuação tanto na questão da reportagem do lítio como sobre a investigação conduzida pela equipa do programa Sexta às 9 a alegadas práticas irregulares no Iscem, e que levou ao cancelamento da reportagem, a directora de Informação da RTP pediu à administração a demissão do cargo. A equipa de Gonçalo Reis anunciou que aceitou, deixou-lhe rasgados elogios por estes 14 meses de trabalho e prometeu uma nova solução para breve. Mas a apreciação da redacção ao caso acabaria por ser diferente. Do plenário da tarde saiu uma resolução em que os jornalistas lamentam a “violação dos deveres deontológicos dos jornalistas e de lealdade” de Maria Flor Pedroso para com a redacção na investigação do caso Iscem. E sobre a directora adjunta, Cândida Pinto, que terá desvalorizado a necessidade de se fazer a investigação jornalística em “conivência” com Flor Pedroso, também lamentaram a “falta de explicações”. No comunicado divulgado já à noite, os jornalistas da televisão vincam ainda a rejeição de “qualquer tentativa de ingerência externa nas decisões que [lhes] competem exclusivamente” e reafirmam a “independência e a liberdade como pedras basilares do jornalismo”, assim como a “unidade da redacção” no compromisso de prosseguir esse caminho. Ao meio-dia, a equipa liderada por Gonçalo Reis confirmara que Maria Flor Pedroso colocara o seu lugar à disposição argumentando que, “face aos danos reputacionais causados à RTP” e à “reiterada exposição pública de insinuações, mentiras e calúnias” a que a sua equipa “é alheia”, não tinha “condições para a prossecução de um trabalho sério, respeitado e construtivo”. O conselho de administração considerou não ter “outra alternativa que não seja aceitar essa decisão”. Na carta que enviou à administração, a directora garantiu nunca ter cedido a outra motivação “que não a da causa de uma informação livre, isenta, plural e independente” e vincou não se rever na “construção de realidades alternativas a partir de meias verdades”. O PÚBLICO apurou que os directores adjuntos António José Teixeira, Cândida Pinto, Helena Garrido e Hugo Gilberto também puseram os respectivos lugares à disposição, como é habitual nestes casos. Ainda não há resposta da administração. A situação de Maria Flor Pedroso tornou-se insustentável depois de, na passada semana, se saber que havia falado com a directora do Instituto Superior de Comunicação Empresarial (Iscem), encerrado compulsivamente em Setembro, que estava a ser alvo de uma investigação pela equipa do Sexta às 9 sobre “suspeitas de corrupção”. A directora de informação da RTP, que também foi docente daquele instituto, admitiu perante o conselho de redacção que recomendou à directora Regina Moreira que respondesse às questões colocadas por escrito. 

Caso relatado à ERC

O caso do Iscem foi relatado pela jornalista Sandra Felgueiras, coordenadora do programa, ao departamento de análise de media da ERC há uma semana, quando foi ouvida no âmbito do processo de averiguações aberto devido a queixas de espectadores sobre a suspensão do programa de reportagens durante o mês de Setembro, alegadamente por causa da campanha eleitoral. A jornalista e a directora foram chamadas à Assembleia da República a pedido do PSD e deram versões contraditórias: a primeira disse que a reportagem nem sequer estava pronta em Setembro; a segunda contrapôs que era possível emiti-la nessa altura. Na nota que enviou às redacções sobre a demissão da directora, a administração realça a sua “idoneidade e currículo irrepreensível” e agradece o trabalho “desenvolvido de forma dedicada, competente e séria” nos meses em que foi directora. A equipa de Gonçalo Reis vinca que esta direcção de informação estava a desenvolver uma linha editorial “assente num jornalismo objectivo e rigoroso, livre e independente, isento e plural” — a “matriz” do serviço público  —, em “absoluto contraste com a crescente tendência para um jornalismo populista e sensacionalista que [a equipa repudia] veementemente e que é imperativo combater”. O conselho de administração do canal de televisão público remata o comunicado afirmando que vai nomear “em breve” uma nova direcção, “à qual continuará a exigir a implementação das melhores práticas, para que o jornalismo feito pela RTP seja o mais complexo, o mais sério, o mais credível e o mais isento, de serviço do público”. O conselho de redacção da RTP tinha convocado para ontem um plenário de jornalistas sobre o conflito entre a equipa do Sexta às 9, coordenada pela jornalista Sandra Felgueiras, e a directora de informação da televisão pública, Maria Flor Pedroso. Numa reunião com o conselho de redacção na passada semana, a jornalista “acusou” — o termo é do próprio conselho de redacção — a directora de informação “de violação do dever de sigilo, ao transmitir à principal visada na reportagem [sobre o Instituto Superior de Comunicação Empresarial] informação privilegiada”. O Iscem estaria a exigir aos alunos pagamentos em dinheiro vivo para a transferência dos processos dos alunos após o encerramento do instituto em Setembro deste ano, que foi decretado pela Agência de Avaliação do Ensino Superior (A3ES). Seria ainda investigada uma acusação de um arquitecto que alegava que Regina Moreira, directora daquele instituto, lhe devia dois milhões de euros. Depois da intervenção de Flor Pedroso, o programa televisivo cancelou a reportagem. Segundo a directora, tratou-se apenas de uma tentativa de “ajudar” a investigação. A controvérsia motivou um pedido de debate de actualidade no Parlamento para a próxima quinta-feira, por iniciativa do PSD — o mesmo partido que tem insistido em falar do caso Sexta às 9 no plenário. Numa nota enviada ao PÚBLICO, na sexta-feira, a direcção de informação da RTP explicava que Maria Flor Pedroso foi docente de Jornalismo Radiofónico no instituto desde 2006. No final de uma “reunião de docentes”, no dia 8 de Outubro, foi interpelada por Regina Moreira, que lhe deu “conta de que tinha recebido vários contactos e chamadas do Sexta às 9 com um pedido de entrevista que ela não queria dar”. Numa tentativa de defender “os interesses da RTP” perante a “reiterada recusa da entrevista”, Maria Flor Pedroso sugeriu que a directora do Iscem respondesse por escrito, “sem nunca a ter informado da investigação do Sexta às 9” (??? a serio?). Entretanto, um abaixo-assinado em defesa da “integridade profissional” de Maria Flor Pedroso lançado na sexta-feira conta já com cerca de 150 subscrições de jornalistas de várias gerações e meios de comunicação, como Adelino Gomes, Henrique Monteiro, Anabela Neves, Francisco Sena Santos, Rita Marrafa de Carvalho, São José Almeida, Sérgio Figueiredo.  Referem o percurso de “jornalista exemplar” há mais de 30 anos, “sem mácula”, “reconhecida e respeitada pelos pares”, tendo chegado “por mérito ao cargo que actualmente ocupa” — uma referência para contrariar as acusações de falta de isenção devido aos laços familiares por afinidade com o primeiro-ministro.” maria.lopes@publico.pt

A lista dos apoiantes, segundo a SIC:

Lista completa dos subscritores (até às 21h00 de sábado 14-12):

Adelino Gomes – 123 A

Alexandra Monteiro – 2722 A

Alexandre Santos – 1845 A

Anabela Mota Ribeiro – 4113 A

Anabela Neves – 512 A

Ana Clotilde – 4650 A

Ana Daniela Soares - 7637 A

Ana de Freitas - 2197 A

Ana Gonçalves 1254 A

Ana Jordão – 1708 A

Ana Silva Fernandes 1362 A

Ana Sousa Dias 119 A

Anselmo Crespo – 4275 A

António Borga – 314 A

António Caeiro – 197

António Macedo

António Pedro Ferreira – 570 A

António Pinto Rodrigues – 594 A

Augusta Henriques - 1321 A

Bárbara Reis – 779 A

Carla Pinto – 1615 A

Carlos Andrade – 252 A

Carlos Branco – 151 A

Carolina Reis 5391 A

Célia de Sousa 2094

Cesário Borga – 37 A

Cláudia Costa – 1197 A

Cristina Ferreira - 738 A

Dina Soares - 693 A

Elsa Gonçalves – 1369 A

Emídio Fernando – Rádio Essencial (Angola)

Eugénio Alves - 58

Fernanda de Oliveira Ribeiro – 877 A

Fernando Alves – 285 A

Filipe Caetano – 2797 A

Filipe Garcia - 4224 A

Francisco Sena Santos – 333 A

Gonçalo Ventura 3677 A

Goulart Machado – 75 A

Guilhermina Sousa – 1593 A

Henrique Monteiro - 246 A

Inácio Ludgero - 63

Inês Escobar de Lima – 4367 A

Inês Forjaz – 5192 A

Isabel Cunha 1698

João Garcia – 255 A

João Paulo Guerra 302 A

João Pinheiro de Almeida – 91 A

João Torgal - 10266

Joana Garcia – 4861 A

Joana Latino – 1985 A

Joana Reis - 6609

José António Santos – 120 A

José Carlos Vasconcelos - 52

José Manuel Mestre – 566 A

José Mário Costa – 49 A

José Pedro Castanheira – 204 A

José Pedro Santos – 764 A

José Silva Pinto 4 A

Judith Menezes e Sousa – 838 A

Lígia Veríssimo – 1619 A

Lourenço Medeiros – 787 A

Luciano Alvarez – 1101 A

Luís Nascimento – 1619

Luísa Tito de Morais - 706

Luísa Meireles - 196 A

Madalena Salema – 550 A

Manolo Bello – 393 A

Manuela Pires – 2066 A

Manuela Teixeira - 8304

Marcos Borga - 1199 A

Mário Carneiro – 2225 A

Mário Galego 1105 A

Margarida Vaz 1294 A

Marta Pacheco 3943 A

Matilde Ramalho- 248

Natal Vaz – 90 A

Natália Carvalho – 510 A

Nicolau Santos – 646

Nuno Amaral – 5133 A

Nuno Simas – 807 A

Patrícia Bentes - 6033 A

Patrícia Fonseca - 2054 A

Patrícia Mouzinho – 2692 A

Paula Costa Simões - 2803-A

Paula Mesquita Lopes - 750 A

Paulo Barriga – 1333 A

Paulo Martins – 449 A

Paulo Nobre – 2539 A

Paulo Pedro Varanda – 1128 A

Pedro Coelho – 820 A

Pedro Morais Fonseca - 1163 A

Pedro Sá Guerra 2286 A

Raquel de Melo 4673 A

Rebecca Abecassis – 2910 A

Ricardo Costa – 1416 A

Ricardo Mota – 1284 A

Rita Costa – 3660 A

Rui Cardoso - 245 A

Rita Marrafa de Carvalho 3195 A

Rui Pêgo 1811 A

Rui Manuel Silva 3054 A

Sandra Antunes – 3232 A

Sara Madeira - 3234 A

São José Almeida – 909 A

Sérgio Figueiredo – 1170 A

Sérgio Infante 2549

Simão Martinho 3652 A

Sónia Ferreira 3048 A

Teresa Abecasis – 5356 A

Tiago Carrasco 5291 A

Vasco Rosendo - 1392 A

Viriato Teles – 273 A

Mário Soares e as mulheres, no livro de Joaquim Vieira

Era um homem bem resolvido. E as mulheres?

Sim, sempre atrás de mulheres, toda a vida. Um homme a femme, é o que o define. Não perdoava uma. Ele próprio fazia gala disso nas conversas com os homens. Contava-me isso: "Estava com aquela, mas queria escrever… Mas escrever?… Eu queria era estar com ela… Mas não ponha isto no livro. Não é por causa da minha mulher, é por causa da minha filha…"

Com a mulher isso já não era um problema?

A partir de certa altura a relação já era mais de conveniência.

Há cartas de Maria Barroso nos anos 60 muito sofridas…

São muito curiosas. Ele não queria saber. Estava lá fora, a gozar a sua vida. Estava-se um pouco nas tintas. Era um homem à antiga portuguesa. Tinha a mulher e as amantes. Mas a mulher era sagrada, não se ia separar nem fazer nada contra a família. Era um bocado a lógica das profissões liberais da Baixa: arquitectos, advogados e médicos. Conheciam-se todos e as amantes uns dos outros. Era o velho macho ibérico, latino. Fazia gala de contar as suas proezas sexuais. Ele chateou-se muito comigo por ter contado tudo isto. Mas acho que ele tinha um prazer secreto em se saber. Durante os almoços em São Bento, quando estavam só homens, acabava sempre com histórias de mulheres e ele contava as suas aventuras. Classificava as mulheres: as de que tinha gostado, as de que não tinha gostado.

Soares ficou zangado com as histórias da biografia?

Uma hora depois de eu ter comentado com um antigo colaborador dele que o livro falava de mulheres e de Macau, telefonou-me furioso. "Então você anda aí a dizer nos cafés que escreveu sobre as minhas relações… Olhe que vou processá-lo! Não sabe que sou um homem casado?" Não foi possível ter uma conversa calma. Ao fim do dia, depois de ter recebido o livro, telefonou-me e disse: "Fui lá procurar ao índice remissivo e não encontrei nomes nenhuns." A preocupação dele era que aparecessem os nomes. Isso é que era terrível. Quebrava o código de honra do macho latino. O cavalheiro não ia revelar o nome das senhoras. Ainda estava zangado, mas mais calmo.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Na margem sul, toujours!

Em princípio, todos os aviões vão ser obrigados a aterrar em ponto morto. As aeronaves que se dirigirem para aquele aeroporto terão de ir mascaradas de cegonha, para não atemorizar a avifauna local.

Primeiro, um ministro do PS disse que um aeroporto, na margem sul, jamais. Depois, o presidente do PS acrescentou que fazer um aeroporto na margem sul facilitava a vida aos terroristas, porque lhes bastava dinamitar uma ponte para criar um grande problema em termos de aviação internacional. A seguir, toda a gente passou a ser intensamente ambientalista. Pilinhas ambientalistas foram medidas para verificar quem amava mais o nosso planeta e a sua biodiversidade, campeonato que decorre ainda, com participantes empenhados em demonstrar a sua devoção ecológica. E agora, ao que parece, o governo do PS vai avançar para a construção do novo aeroporto no Montijo, a seis quilómetros da Reserva Natural do Estuário do Tejo, habitat natural ou ponto de passagem migratória para milhares de aves. Os altares em talha dourada que se ergueram durante a campanha eleitoral em homenagem a Greta Thunberg precisam certamente de ser limpos, porque as imagens da santa sueca devem estar a chorar lágrimas de sangue.

A não ser que o governo tenha tomado medidas que amenizem o impacto ambiental do aeroporto. Como não duvido da sinceridade dos novos ambientalistas, até porque fico impressionado com a força com que eles batem no peito ecologista, imagino que essas medidas sejam reais e importantes. Por exemplo, em princípio, todos os aviões vão ser obrigados a aterrar em ponto morto. As aeronaves que se dirigirem para aquele aeroporto terão de ir mascaradas de cegonha, para não atemorizar a avifauna local. Cada turista, além de pagar uma taxa extra, será obrigado a trazer consigo um saquinho de alpista, para que as aves do estuário se habituem a associar a chegada dos aviões ao almoço. Antes de tudo, no entanto, os pontos cardeais serão invertidos em Portugal por decreto, para que o aeroporto fique na margem norte do Tejo, contribuindo assim para não desfeitear os governantes do passado e estragando os planos aos terroristas do presente e do futuro. Tenho a certeza de que estas e outras medidas serão tomadas, para efectiva conciliação do aeroporto do Montijo com a saúde do planeta.

Ricardo Araújo Pereira

Ricardo Araújo Pereira

( Crónica publicada na VISÃO 1392 de 7 de novembro)

Este é o teste de Q.I. mais curto do mundo.

O teste de quociente de inteligência mais curto do mundo tem apenas três perguntas.

O Teste de Reflexão Cognitiva, elaborado por um professor da Universidade de Yale, em 2005, é composto por apenas três questões mas, para o caso de estar a pensar que não pode ser assim tão difícil, diga-se que um terço das pessoas falham e que mais de 80% erram pelo menos uma.

Vamos a isso? (As respostas estão no final da página)

1 – Um taco e uma bola de basebol custam 1,10 euros no total. O taco custa mais um euro do que a bola. Quanto custa a bola?

2 – Se cinco máquinas demoram cinco minutos para produzir cinco peças, quanto tempo seria preciso para 100 máquinas produzirem 100 peças?

3 – Num lago, há um campo de nenúfares. Todos os dias o campo duplica de tamanho. Se são precisos 48 dias para que o campo cubra o lago todo, quanto tempo demoraria para o campo cobrir metade do lago?

Sinais cerebrais traduzidos, pela primeira vez, diretamente em palavras

Se já respondeu, aqui fica a solução correcta:

1 – A bola custa 5 cêntimos. Como o taco custa mais 1 euro, sabemos que o taco custa 1 euro e cinco cêntimos, o que dá o tal total de 1,10 euros.

2 – São precisos 5 minutos. Se 5 máquinas levam 5 minutos para produzir 5 peças, quer dizer que cada máquina demora 5 minutos para fazer uma peça. Nesse caso, 100 máquinas produziriam em conjunto 100 peças nesses mesmos 5 minutos.

3 – 47 dias. Se o campo de nenúfares duplica a cada dia, no 47º dia tem de estar a meio do lago para que, no dia seguinte, ao duplicar, possa cobrir todo o lago.

https://visao.sapo.pt/sociedade/2019-10-23-este-e-o-teste-de-q-i-mais-curto-do-mundo-2/

Admirável mundo Glovo.

A humanidade não gosta de calor humano mas gosta de frieza humana. Nada contra o contacto com outros seres humanos, desde que seja à distância.

Descobrir o significado de frases que eram comuns há 20 anos é agora trabalho de historiadores. Por exemplo, “discar um número”, expressão oriunda do longínquo tempo em que os números, num telefone, figuravam num disco. Ou “deixar o telefone fora do descanso”, frase contemporânea da altura em que a única maneira de evitar chatos era evitar toda a gente. Era o tempo em que, quando o telefone tocava, perguntávamos “quem será?”, porque o nome de quem contactava não estava escrito no mostrador (até porque não havia mostrador). Mesmo algumas frases que se mantêm, tais como “se pretende informações, prima 1”, são resquícios de um tempo em que as teclas do telefone se premiam – verbo que hoje é exagerado uma vez que, em geral, nem há teclas nem, em rigor, se prime uma imagem. Ah, fascinantes arqueologias linguísticas! Todas elas relativas, curiosamente, ao universo dos telefones. A humanidade resolveu desenvolver o telefone com um empenho que não dedicou a qualquer outro objecto. Isso deve-se, provavelmente, ao facto de a humanidade ter descoberto que não gosta de calor humano. Toda a gente preza calor humano em teoria, mas na prática ninguém o estima. Isso é especialmente evidente quando – e este é um dos casos em que a crueza do exemplo é desculpada pela pertinência da observação – quando, dizia, nos sentamos na retrete e a argola ainda está morna por causa do utilizador que nos antecedeu. Ninguém aprecia a sensação e, no entanto, aquilo que nos repugna não pode ser definido de outra forma: é, sem dúvida nenhuma, calor humano.

Sucede então que a humanidade não gosta de calor humano mas gosta de frieza humana. Nada contra o contacto com outros seres humanos, desde que seja à distância. Donde, o telefone. A melhor qualidade de um produto é, aliás, oferecer ao consumidor a possibilidade de não sair de casa. Trabalhe a partir de casa, adquira este sistema de cinema em casa, agora já pode ir ao ginásio sem sair de casa. O que significa que, além do telefone, a casa também mudou muito. Antigamente, o que se valorizava eram os pretextos para sair de casa. Aliás, sair de vez em quando de casa era uma condição essencial para suportar melhor a vida em casa. Tendo em conta a nova realidade, não sei para onde vai o mundo. Mas, em princípio, é para casa.

(Crónica publicada na VISÃO 1393 de 14 de Novembro)

Ricardo Araújo Pereira

TAP paga 5,75% para se financiar em 375 milhões a 5 anos.

A companhia aérea vai suportar um custo superior para se financiar junto de investidores institucionais  do que particulares. Ninguém está preocupado?

Esta empresa está praticamente falida e isso deve-se á incúria dos governos, com predominância para o actual de António Costa.

A TAP na passada sexta-feira no mercado com uma emissão de dívida a cinco anos, sendo que a rendibilidade oferecida é 5,75%, de acordo com os dados da Bloomberg.

Segundo a agência de informação, a emissão ficará fechada hoje, com os livros de ordens a encerrarem pelas 14:30 em Londres. Apesar de os livros só fecharem às 14:30, a Bloomberg diz que as condições da operação já foram estipuladas: uma "yield" de 5,75% (inferior aos 5,875% iniciais) para uma emissão de 375 milhões de euros (mais 75 milhões do que o valor inicial).

A companhia aérea liderada por Antonoaldo Neves anunciou na segunda-feira que ia avançar com uma emissão de obrigações a cinco anos de 300 milhões de euros com o objectivo de refinanciar dívida existente e estender a maturidade média.

Para avançar com a emissão, a TAP solicitou rating das agências de notação financeira. A Standard & Poor’s atribuiu um "rating" inicial de "BB-" à empresa de transporte aéreo portuguesa, o que se situa no terceiro patamar do nível considerado "lixo".

Já a Moody’s atribui uma notação de B2, classificação corresponde ao quinto nível do chamado "lixo" – sendo, pois, considerado um investimento especulativo (por oposição ao investimento de qualidade).

Prémio elevado face a emissões comparáveis

Os gestores da TAP estiveram em "road show" nos últimos dias e os bancos responsáveis pela operação são o Morgan Stanley, o Citi e o JPMorgan.

A confirmar-se esta taxa de juro próxima dos 6%, a TAP vai suportar um custo superior à emissão de obrigações para o retalho realizada há cinco meses. A companhia aérea colocou 200 milhões de euros em títulos a 4 anos com uma taxa de juro de 4,375%.

Apesar do prazo da emissão de hoje ser ligeiramente superior, os investidores institucionais estão assim a exigir um prémio superior aos particulares para comprar dívida da TAP.

A confirmar-se a taxa de 5,875%, a TAP está a pagar um prémio próximo de 5,8 pontos percentuais face às obrigações soberanas portuguesas ("yield" de -0,06% a cinco anos) e acima de 6 pontos percentuais tendo em conta a taxa de juro do euro ("yield" de -0,22%).

A melhor comparação é contudo com outras emissões de empresas com o mesmo nível de rating e aqui a TAP também vai pagar um prémio considerável. A taxa de juro de 5,75% está 335 pontos base (3,35 pontos percentuais) acima da yield de 2,4% com que negoceiam as obrigações com rating "BB-", de acordo com o índice do Barclays.
A Bloomberg salienta que os investidores estarão a exigir um prémio mais elevado tendo em conta a elevada alavancagem da TAP. Segundo a Moody's, a empresa tem uma dívida ajustada que equivale a sete vezes o EBITDA.

Sevícia Nacional de Saúde.

Um dos aspectos mais intrigantes da Black Friday é que nenhuma loja se tenha lembrado ainda de construir uma tribuna na qual um imperador romano faz o sinal de polegar para cima ou para baixo.

Adoptando mais uma vez a estratégia vencedora de instituir efemérides em estrangeiro, os estabelecimentos comerciais preparam-se para celebrar a Black Friday. Em português, Sexta-feira Negra não soa tão bem. E, no entanto, a formulação portuguesa consegue descrever melhor o espírito da data. Mais uma vitória para a nossa língua, novamente superior às outras em termos de expressividade e precisão. Escuso de recordar que ingleses e franceses não sabem o que é quentinho nem devagarinho – e ninguém faz nada. Claro: eles sabem o que é quente e devagar. Mas quentinho e devagarinho é outra coisa, e passar pela vida sem saber a diferença parece-me inconcebível e cruel. “Toma este chá, que está quente”, é um aviso; “toma este chá, que está quentinho”, é um convite – e os falantes de línguas bárbaras não distinguem um do outro. Ora, a ONU não lança um plano, não elabora uma convenção, não manda capacetes azuis armados com gramáticas de português a França, a Inglaterra, a todo o lado. Há países em que as pessoas nunca vestiram um casaco quentinho, nunca fizeram nada devagarinho. Pior: num dia de inverno, nunca ficaram no quentinho, até porque não fazem ideia de que quentinho também pode ser substantivo. Até quando, meu Deus?

Com a Sexta-feira Negra sucede o mesmo. Na nossa formulação ressoa a lembrança da peste, que é importante para prevenir os ingénuos em relação ao que os espera. Vai haver muito contacto físico com gente suada e furiosa, pode haver feridas abertas e transmissão de vírus. Está lá o negrume que alerta para a amargura gerada pela disputa de produtos, que avilta mesmo quando se ganha. Um dos aspectos mais intrigantes da Black Friday é que nenhuma loja se tenha lembrado ainda de construir uma tribuna na qual um imperador romano faz o sinal de polegar para cima ou para baixo, conforme o consumidor tenha ou não conseguido resgatar um LCD com 30% de desconto das mãos de outro. E a expressão Sexta-feira Negra também contém uma referência subtil à obscuridade da cerimónia, seja porque as lojas oferecem 50% de desconto sobre os 50% de aumento que levaram a cabo na Quinta-feira Incolor, seja porque às vezes se limitam a escrever a palavra “desconto” na etiqueta, sem retirar nada ao preço – uma operação de marketing que é também uma interessante lição de filosofia da linguagem.

Portanto, é por causa da língua portuguesa que eu, sempre que há Black Friday, fico em casa. No quentinho.

Ricardo Araújo Pereira

(Opinião publicada na VISÃO 1395 de 28 de novembro)

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Os dez pilares do pacto

O Pacto Ecológico Europeu apresentado ontem pela presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, é um conjunto de iniciativas que serão apresentadas e postas em prática durante os próximos anos. Algumas devem começar a ser lançadas já em 2020. A arquitectura do Pacto Ecológico Europeu assenta em dez pilares, que sustentam as 50 iniciativas propostas para converter o combate às alterações climáticas no novo modelo de crescimento económico do continente.  O roteiro já tem um calendário previsto, mas não uma previsão orçamental. O dinheiro para o financiar terá de ser reencaminhado do orçamento dos fundos estruturais no próximo quadro financeiro plurianual.

Ambição climática

Março de 2020

Introdução de uma lei climática europeia para consagrar o objectivo de conseguir que os países da União Europeia alcancem a neutralidade climática em 2050 

Verão de 2020

Apresentação das metas para a redução em 50% ou 55% das emissões de CO2 até 2030 

Junho de 2021

Revisão de todas as medidas legislativas destinadas a combater as alterações climáticas

Junho de 2021

Revisão da directiva para a taxação da energia Junho de 2021 Apresentação da proposta para o Mecanismo de Ajustamento de Carbono nas Fronteiras

2020/2021

Nova estratégia europeia de Adaptação às Alterações Climáticas

Energia limpa

Junho de 2020

Avaliação dos planos nacionais de Energia e do Clima dos Estados-membros

2020

Iniciativa para duplicar a taxa de renovação energética de edifícios públicos e privados 2020 Iniciativa para promover a energia eólica offshore

Junho de 2021

Revisão das directivas de Eficiência Energética e Energias Renováveis

2023

Actualização dos planos nacionais de Energia e do Clima para reflectir as novas ambições da UE

Economia circular

Março de 2020 Apresentação da nova estratégia industrial europeia

Março de 2020

Plano de Acção da Economia Circular, focada nos sectores intensivos como têxteis, construção, produtos electrónicos e plásticos

Outubro de 2020
Nova legislação sobre baterias

2020

Definição de novas políticas para fabricação de produtos mais sustentáveis, através do recurso a materiais reutilizáveis e/ou recicláveis

2020

Apresentação de plano para a transição para as emissões zero na produção de aço em 2030 2020

Proposta de reforma da legislação sobre resíduos

Poluição zero

Verão de 2020

Estratégia de químicos sustentáveis

2021

Plano de acção para a poluição do ar, da água e do solo 

2021

Revisão das medidas de combate à poluição originada pelas grandes instalações industriais

Ecossistemas e biodiversidade

Março de 2020

Nova estratégia europeia para a biodiversidade em 2030

2020

Nova estratégia florestal da UE, para plantar mais árvores, incluindo nas cidades, e restaurar áreas florestais degradadas ou exauridas

2021

Divulgação de medidas para mitigar a perda de biodiversidade

Agricultura verde

Primavera de 2020

Apresentação da nova Estratégia da Quinta à Mesa

2021

Divulgação do plano de acção para reduzir a utilização de pesticidas químicos, fertilizantes e antibióticos na produção agrícola e pecuária.

Mobilidade

2020

Divulgação da estratégia para a mobilidade inteligente e sustentável 2020 Instalação de um milhão de pontos públicos de carregamento de automóveis eléctricos até 2025

2020

Instalação de um milhão de pontos públicos de carregamento de automóveis eléctricos até 2025

2020

Propostas para a promoção das energias alternativas no abastecimento de transportes, incluindo aviões

2021

Revisão da directiva dos Transportes Combinados

2021

Iniciativas para aumentar a capacidade do tráfego ferroviário e fluvial 2021 Revisão da legislação dos standards de emissões automóveis para chegar a zero numa década

Mecanismo de Transição Justa

Janeiro de 2020

Apresentação da proposta para um novo mecanismo para a Transição Justa,  com o objectivo de mobilizar 100 mil milhões de euros entre verbas da União e recursos privados

Janeiro de 2020

Lançamento do novo Plano de Investimento para Uma Europa Sustentável

Outono de 2020

Nova estratégia para o Financiamento Sustentável

2020

Integração dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável no Semestre Europeu

2021

Revisão e flexibilização das regras de ajudas de Estado para o ambiente e a energia

Investigação  e inovação

Março de 2020

Lançamento do Pacto Europeu para o Clima

2020

Alinhamento de todas as medidas da Comissão Europeia com os objectivos do Green Deal e a promoção de inovação

2020

Apresentação da proposta para o 8.º Programa de Acção Ambiental

UE na vanguarda mundial

2020

UE na liderança das negociações internacionais do clima e da biodiversidade

2020

Divulgação da Agenda Verde para os países dos Balcãs Ocidentais

2020

Fortalecimento da diplomacia verde em cooperação com os Estados-membros 

2020

Construção de alianças verdes com os países da América Latina e Caraíbas, e Ásia e Pacífico

A decisão sobre a nossa meta para 2030 não será deixada ao acaso. […] Queremos ser ambiciosos, mas também queremos ser realistas” Ursula von der Leyen Presidente da Comissão Europeia

Público • Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2019

Projecto Mercúrio: o plano secreto da maçonaria para recrutar políticos.

O candidato à liderança do PSD, Miguel Pinto Luz, e o Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, foram dois dos muitos recrutados no âmbito desta estratégia de poder da Grande Loja Legal de Portugal.

Foi através de um plano secreto e estrategicamente montado pela Grande Loja Legal de Portugal que a maçonaria recrutou figuras estratégicas do PSD, como Miguel Pinto Luz, e Marco António Costa e também do PS, como Duarte Cordeiro e Francisco André, chefe de gabinete do Primeiro-ministro

Baptizado dentro da maçonaria como Projecto Mercúrio visava captar personalidades influentes para combater a cada vez maior influência da outra obediência maçónica, o Grande Oriente Lusitano. Começou por ter como objectivo o recrutamento de pessoas ligadas à comunicação, mas acabou apostar na área política, tanto em deputados e figuras de destaque, como também em jovens promissores que estavam nas juventudes partidárias.

A teia de ligações foi exposta recentemente por Rui Rio, que acusou os seus adversários de serem maços. Mas não só Miguel Pinto Luz – que esteve na Loja Mercúrio e na Loja Prometeu) e Luís Montenegro – que admite ter participado em, pelo menos, um evento da Loja Mozart – têm ligações com maçons. O homem que o próprio Rui Rio escolheu para fazer a sua comunicação é um activo maçon do Grande Oriente Lusitano.

Na edição desta semana da VISÃO, conheça toda a teia de ligações, os políticos iniciados, os esquemas de recrutamento e veja quem foram os maçons que integraram todos os governos das últimas três décadas.

O que a Troika queria aprovar e não conseguiu!!!

NENHUM GOVERNANTE FALA NISTO… PUDERA!!!!…

1. Reduzir as mordomias

(gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros atestados, motoristas, etc.) dos Ex-Presidentes da República.

2. Redução do número de deputados da Assembleia da República

para 80, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode.

3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas

que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego.

4. Acabar com as empresas Municipais,

com Administradores a auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.

5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê?

E os aparelhos não são verificados, porquê?! É como um táxi, se uns têm de cumprir, porque não cumprem os outros? e se não são verificados como podem ser auditados*?

6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais,

numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821.

7. Redução drástica das Juntas de Freguesia.

Acabar com o pagamento de 200 euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 euros nas Juntas de Freguesia.

8. Acabar com o Financiamento aos partidos,

que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades.

9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc.,

das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;.

10. Acabar com os motoristas particulares

20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias… para servir suas excelências, filhos e famílias e, até, os filhos das amantes…

11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado

e entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos.

12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado.

Não permitir, de modo algum, que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc.

13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira

e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas, pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis.

14. Controlar o pessoal da Função Pública(todos os funcionários pagos por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES.

15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos

que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCIPESCAMENTE PAGOS… pertencentes ás oligarquias locais do partido no poder.

16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos,

caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar.

17. Acabar com as várias reformas por pessoa,

de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.

18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos

dos contribuintes ao BPN e BPP.

19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos,

onde quer que estejam e por aí fora.

20. Acabar com os salários milionários da RTP

e os milhões que a mesma recebe todos os anos.

21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP

que custam milhões ao erário público.

22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP,

com milhares de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD).

23. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP

(Parcerias Público Privado), que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem".

24. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito,

perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela precisam;

25. Controlar rigorosamente toda a actividade bancária

por forma a que, daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise".

26. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune,

fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida.

27. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores

de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de  adjudicações decididas pelos ditos.

28. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois.

29. Pôr os Bancos a pagar impostos.

Assim e desta forma, Sr. Ministro das Finanças, recuperaremos depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado.

Ao "povo", pede-se o reencaminhamento deste postal, até percorrer todo o País.
POR TODOS NÓS, POR NOSSOS FILHOS E NETOS.

Num CONDOMÍNIO imaginário!

O PS é o quarentão do segundo andar, cheio de guita, que se divorciou o mês passado.
.
O PSD é o vizinho velho, que foi administrador e tem a mania que ainda manda.
Ainda por cima, lá em casa ninguém se entende e tem altas cenas de violência doméstica.
.
O BE é aquela vizinha trintona, enxuta, que nunca casou.
Está disposta a namorar com o quarentão do segundo andar, mas nada de casamento.
Cada qual tem a sua casa.
.
O PCP também anda enrolado com o quarentão, mas ninguém pode saber.
É a típica gaja que só lá vai para… e baza!
.
O CDS é o tio de bigode do Primeiro andar, que veste Pierre Cardin de 1997 e anda num Mercedes emprestado.
A mulher bazou de casa para casar com outro, mas ele continua a dizer que ela foi de férias com uma prima...
Há dois anos!
.
O PAN é aquele gajo que vive com sete cães, três gatos, duas galinhas, nove periquitos e uma tartaruga albina.
Só come nabiças... e faz sexo tântrico com a mulher durante o fim de semana todo!
.
O CHEGA é a porteira que diz mal de tudo e todas.    Não gosta de nada nem de ninguém.
A filha casou com um cigano e foi deserdada...
.
O INICIATIVA LIBERAL mudou-se esta semana para o terceiro andar, mas ainda ninguém o viu...
.
O LIVRE é aquele vizinho que nos bate à porta e passados dez minutos ainda não se percebeu uma palavra...

Mitos sobre apenas uma criança desmascarados

Ser filho único tem uma má reputação. Eles são muitas vezes percebidos como egoístas, mimados, ansiosos, socialmente ineptos e solitários. E a minha profissão, a psicologia, pode ser parcialmente culpada por estes estereótipos negativos. Na verdade, Granville Stanley Hall, um dos psicólogos mais influentes do século passado e o primeiro presidente da Associação Americana de Psicologia, disse que "ser filho único é uma doença em si".

Stanley Hall took a dim view o only children. Frederick Gutekunst/Wikimedia Commons

Felizmente, fizemos algumas reparações desde então. O mais recente é um estudo de quase 2.000 adultos alemães que descobriu que apenas as crianças não são mais propensos a ser narcisista do que aqueles com irmãos. O título do estudo é "O Fim de um Estereótipo".

Mas muitos outros estereótipos permanecem, então vamos olhar para o que a pesquisa científica diz.

Se olharmos para a personalidade,não são encontradas diferenças entre pessoas com e sem irmãos em traços como extroversão, maturidade, cooperação, autonomia, controle pessoal e liderança. Na verdade, apenas as crianças tendem a ter maior motivação de realização (uma medida de aspiração, esforço e persistência) e ajuste pessoal (capacidade de "aclimatar" a novas condições) do que as pessoas com irmãos.

A maior motivação de realização de apenas crianças pode explicar por que elas tendem a completar mais anos de educação e alcançar ocupações mais prestigiadas do que as pessoas com irmãos.

Mais inteligente, mas não por muito tempo

Alguns estudos descobriram que apenas as crianças tendem a ser mais inteligentes e têm maior desempenho académico do que as pessoas com irmãos. Uma revisão de 115 estudos comparando a inteligência de pessoas com e sem irmãos, descobriu que apenas as crianças pontuaram mais em testes de QI e fizeram melhor academicamente do que as pessoas que crescem com muitos irmãos ou com um irmão mais velho. Os únicos grupos que superaram apenas as crianças em inteligência e no desempenho académico foram primogénitos e pessoas que tinham apenas um irmão mais novo.

É importante notar que a diferença de inteligência tende a ser encontrada em crianças pré-escolares, mas menos ainda nos alunos de graduação, sugerindo que a diferença diminui com a idade.

A saúde mental das pessoas com e sem irmãos também foi examinada. Mais uma vez, os resultados não mostram diferença entre os dois grupos nos níveis de ansiedade, auto-estima e problemas comportamentais.

Há muito tempo tem sido sugerido que apenas as crianças tendem a ser solitário e têm dificuldades para fazer amigos. A pesquisa comparou as relações entre pares e amizades durante a escola primária entre apenas crianças, primogénitos com um irmão e primogénitos com um irmão. Os resultados mostram que apenas as crianças tinham o mesmo número de amigos e da mesma qualidade que as crianças dos outros grupos.

É melhor ser filho único?

Tomados em conjunto, esses achados parecem sugerir que ter irmãos não faz uma grande diferença na formação de quem somos. Na verdade, quando há diferenças, parece que pode ser ainda melhor não ter irmãos. Então, por que este pode ser o caso?

Em contraste com as crianças com irmãos, apenas as crianças recebem a atenção, o amor e os recursos materiais indivisos de seus pais ao longo de suas vidas. Sempre se supôs que isso trouxe consequências negativas para essas crianças porque as tornava mimadas e desajustadas. Mas também pode-se sugerir que a falta de concorrência pelos recursos parentais pode ser uma vantagem para as crianças.

Dado que o número de famílias com apenas um filho está a aumentar em todo o mundo, talvez tenha chegado a altura de parar de estigmatizar apenas os filhos e condenar os pais que optam por ter apenas um filho. Apenas as crianças parecem estar indo absolutamente bem, se não melhor, do que aqueles de nós que têm irmãos.

https://theconversation.com/myths-about-only-children-debunked-126127

São Vicente, abre alas para a Greta Thunberg

Desde que, em 1173, D. Afonso Henriques transladou o corpo de São Vicente, de Sagres para a capital, que a chegada a Lisboa de um barco com um santo não causa tanta comoção.

03 Dez 2019,

À hora a que escrevo (todos os artigos que falam do aquecimento global devem começar com um “à hora a que escrevo”, não vá o mundo entretanto acabar, deixando o texto desactualizado), não sei quando está prevista a chegada de Greta Thunberg à Doca de Santo Amaro. Como os utentes da Transtejo bem sabem, é muito difícil acertar no horário dos barcos em Lisboa. No entanto, a expectativa é grande. Desde que, em 1173, D. Afonso Henriques transladou o corpo de São Vicente, de Sagres para a capital, que a chegada a Lisboa de um barco com um santo não causa tanta comoção.

Esperam-se milhares de pessoas na recepção à jovem ambientalista sueca. Como não podia deixar de ser, serei uma delas. Vou levar o meu frigorífico, que já é velhinho e não anda a funcionar bem. Tem perdas de frio que o tornam pouco eficiente em termos energéticos. Quero ver se Greta lhe toca, para o electrodoméstico voltar a ter a classe A+. Se não der, que pelo menos lhe dê uma mirada, nem que seja ao longe. Deve ser suficiente para uma classe B.

Entretanto, Greta recusou o convite para ir à Assembleia da República. O que se percebe. Se eu estivesse convencido que o mundo ia acabar em 10 anos, também não ia perder tempo a visitar um Parlamento tão pouco interessante que os próprios deputados inventam desculpas para se baldarem. Mas é pena Greta ter vindo agora. Bastava esperar seis meses, para, conforme as profecias, as águas do Tejo subirem e o cais passar a ser a meio da escadaria do Palácio ade São Bento. Aí, seria difícil escapar-se. Para o vexame dos deputados não ser maior, proponho que alguém do PSD marque a presença da jovem sueca na sessão parlamentar, apesar de não ter lá posto os pés. Fica para a, digamos, imposteridade. Tomo nota que que os partidos têm mais interesse numa suposta extinção em massa do que na comprovada extinção da massa. Pelo menos, não foram anfitriães tão simpáticos quando chegou a troika.

Mas tenho pena que Greta não vá a AR ouvir os nossos deputados. Tenho pena, sobretudo, que não ouça Joacine Katar Moreira. Estou muito curioso por ouvir a opinião de Joacine sobre este tema. Ou muito me engano, ou está aqui mais um motivo de discórdia com o partido. Por um lado, o Livre é super-ecologista e advoga uma redução drástica de emissões de CO2; por outro, Joacine nasceu na Guiné, um país muito pobre a quem dava jeito um aumento de consumo energético baseado na queima de combustíveis fósseis, para ver se começa a sair da miséria a que o uso de energias renováveis (fogueiras dentro de casa, alimentadas com a biodegradável lenha e o sustentável estrume) o remete. Gosta de a ver mandar a Greta dar uma volta. Ia ser preciso um esquadrão de GNR a cavalo para proteger Joacine das perguntas dos jornalistas.

Ainda assim, Greta não vai conseguir livrar-se de um comité de boas-vindas formado por deputados e pelo Presidente da Câmara de Lisboa. Obviamente, conto que, quer Fernando Medina, quer os parlamentares, estejam todos nus. Historicamente, é como os chefes das tribos selvagens recebiam um navegador mais civilizado.

Trata-se de uma recepção de fãs, aquilo que nos concertos de rock se chama um meet & greet. Desta vez, como é com políticos que se querem aproveitar do prestígio de Greta, é um meet & greed. É tanta a excitação entre eles, que, com o nervoso miudinho, não conseguem controlar as emissões de metano.

Em princípio, a presença de políticos vai fazer com que Greta acelere a sua ida para Madrid.  (Fica a dica para quem é contra o excesso de turismo em Portugal. A solução passa por enviarmos políticos portugueses para o Aeroporto da Portela, pô-los a receberem os estrangeiros e a quererem ser seus amigos, para os fazerem ir-se embora mais depressa.)

Quem não vai estar no desembarque de Greta Thunberg é Marcelo Rebelo de Sousa, que receia que isso possa ser considerado aproveitamento político. Vai, assim, desperdiçar esta oportunidade de aparecer. O que, convenhamos, é contra a ideia de sustentabilidade, que preconiza zero desperdício. Por outro lado, trata-se de um Presidente que tira fotos com toda a gente, telefona para programas da manhã e aparece em qualquer sítio onde estejam mais do que três repórteres. Se há uma situação digna de notícia em que ele resolve não aparecer, aí sim, a notícia ganha logo uma maior relevância. Logo, há um claro aproveitamento político. Portanto, não se percebe muito bem esta atitude de Marcelo. A não ser que tenha medo que Greta, ao vê-lo cheio de energia como é costume, se assuste e incentive a multidão de seguidores a desligar o Presidente da ficha.

José Diogo Quintela