sexta-feira, 27 de março de 2020

quinta-feira, 26 de março de 2020

Pensamentos para relaxar…

“ Quando Galileu demonstrou que a Terra girava… já os bêbados sabiam disso há séculos!

“As nuvens são como os chefes… quando desaparecem fica um dia lindo…

97% da população não acredita nos políticos, os outros 3% são os políticos.”

“ A hierarquia é como uma prateleira: quanto mais no alto, mais inútil.”

“ Alguns homens gostam tanto das suas mulheres que, para não as gastarem, preferem usar as dos outros.”

“ Por maior que seja o buraco em que te encontras, sorri, porque por enquanto ainda não há terra por cima.”

“Se te estás a sentir sozinho, abandonado, a achar que ninguém te liga… atrasa um pagamento.”

“ Se não puderes ajudar, então atrapalha, afinal o importante é participar.”

" Errar é humano… colocar a culpa em alguém é estratégico.”

“ Antes, eu tinha amnésia, hoje não me lembro.”

“ Não bebas enquanto conduzes! Porque podes entornar a cerveja.”

“ Bebo porque sou egocêntrico… gosto quando o mundo gira à minha volta.”

“ Vivemos tempos em que o fim do mundo não assusta tanto quanto o fim do mês.”

“ Eu não sou contra nem a favor, muito pelo contrário!”

“ O pára-quedas é o único meio de transporte que, quando avaria, você chega mais depressa.

Matemática alternativa. Por favor, não perca isto. É muito actual..

Isto está também a passar-se em Portugal em diversas áreas e circunstâncias… isto tem de parar, para bem das gerações que virão depois de nós.

https://www.youtube.com/watch?v=8l1FAQGsVlo&feature=youtu.be

Stop ao contágio

bom jogo, para fazer sozinho ou em família. Um jogo para toda a família!

Vamos todos aprender mais sobre os vírus, o novo coronavírus e como nos protegermos.

https://www.stopcontagio.pt/

O nosso modo de vida acabou

Concordo com o “levantamento”, pois eu próprio o tenho elencado em conversas possíveis.

"Sentindo-se inseguras, as pessoas começarão a desejar governos fortes, pulsos firmes, autoritários, musculados. E não há dúvida de que, em momentos de aflição, as ditaduras funcionam melhor do que as democracias"

As pessoas estão metidas em casa – as que podem – esperando que o vírus passe.

E todas acreditam que, quando a epidemia passar, daqui a dois ou três meses, tudo voltará ao normal.

Ora isso, infelizmente, não vai acontecer.

O nosso modo de vida vai mudar radicalmente.

Nada voltará a ser como dantes.

Pensemos nos restaurantes De um momento para o outro ficaram vazios.

Perante isso, muitos decidiram fechar as portas: para quê manter a cozinha a funcionar, o serviço de mesas a funcionar, para meia dúzia de clientes?

E os que ainda o não tinham feito fizeram-no por força do estado de emergência – e poucos se adaptarão tão cedo aos novos moldes de funcionamento.

Ora, o que farão aos empregados: continuarão a pagar-lhes, despedi-los-ão ou recorrerão à ajuda especial do Estado?

Se continuarem a pagar-lhes, nalguns casos haverá falências, até porque não se sabe quanto tempo isto irá durar; mas o dinheiro do Estado não chegará para tudo…

E os fornecedores dos restaurantes, o que será deles? Sem clientes, pararão.

E com os bares e os fornecedores dos bares vai acontecer o mesmo: fecharão as portas e deixarão de laborar.

E a maior parte do comércio com porta para a rua, mesmo aquele que não foi obrigado a encerrar, seguirá este caminho: com as pessoas fechadas em casa, para quê manter a porta aberta?

E com os quiosques, as papelarias e as livrarias fechadas, reduzir-se-ão brutalmente os locais para comprar jornais, revistas e livros.

E toda esta indústria tenderá a parar: redacções, tipografias, distribuidoras, fornecedores de papel…

E, claro, tudo o que é espetáculo parou.  O cinema, o teatro, os concertos, as touradas, o futebol.

O caso do futebol é particularmente grave, pois constituía uma poderosíssima indústria.

Para já, este campeonato de futebol e a Taça de Portugal dificilmente chegarão ao fim.

E, sem jogos, não há transmissões televisivas, que eram uma das principais fontes de receita dos clubes; sem jogos, também acabam as receitas de bilheteira e os patrocínios; e os sócios a pouco e pouco desistirão: para quê ser sócio de um clube se não há jogos para ver?

E como poderão os clubes sobreviver durante meses sem receitas televisivas, sem receitas de patrocínios, de bilheteira, de quotização, de merchandising?

Com que dinheiro continuarão a pagar salários milionários a jogadores e treinadores?

E o que vai suceder a todo o negócio que gira à volta do futebol: as estações desportivas de televisão, como a SportTV, os programas desportivos que ocupavam praticamente todas as noites dos canais de informação, os jornais desportivos, etc.?

E toda esta gente – cameramen, locutores, comentadores, jornalistas – vai fazer o quê?

E, de uma forma geral, as pessoas ligadas à área do espetáculo como irão sobreviver?

Os cantores, os actores, os bailarinos, os elementos das orquestras, os operadores de som e de luz…

E as gravações de telenovelas vão continuar, sabendo-se que abundam as cenas íntimas?

E todo o pessoal ligado às viagens e ao turismo?

O comércio internacional vai reduzir-se brutalmente; e as viagens de lazer, bem como os cruzeiros, foram canceladas.

Como vão viver as pessoas ligadas ao sector?

O pessoal das agências de viagens, dos portos e aeroportos, as tripulações de barcos e aviões, os guias turísticos, as empresas de catering?

E o que será do pessoal das muitas fábricas que já pararam, seja por razões de segurança, por falta de matérias-primas ou porque as encomendas não justificavam que se mantivessem em laboração?

Enfim, é um mundo de questões que de repente desaba sobre nós sem respostas à vista.

O leitor já percebeu que vai haver uma vaga gigantesca de desemprego, que o Estado não terá condições para suportar.

Não haverá dinheiro para pagar tudo: aos desempregados, aos que vão para casa cuidar dos filhos, aos reformados.

Com o desemprego, as receitas do Estado diminuirão bruscamente – e, portanto, a capacidade do Governo para cumprir os compromissos diminuirá na mesma medida.

Dificilmente não haverá fome…

É impossível neste momento avaliar toda a extensão da catástrofe.

E não se pense que, quando o vírus passar, tudo recomeçará a funcionar como por milagre.

Há muita empresa que faliu e não voltará a abrir as portas.

Em todas as áreas.

Muita coisa recomeçará do zero.

Por outro lado, os nossos hábitos mudaram.

E instalou-se o medo – que perdurará por muito tempo. Recorde-se a repulsa que os ratos ainda hoje causam, vários séculos após as pestes.

No contacto humano, vamos ser muito mais contidos.

Tão cedo não haverá beijinhos, nem abraços, nem mesmo apertos de mão.

Tudo o que implique grandes concentrações de gente – futebol, concertos, feiras, manifestações políticas, celebrações religiosas – será evitado.

As relações sexuais esporádicas e a prostituição levarão uma grande pancada.

A vida das famílias também vai mudar.

O medo das aglomerações levará muito mais crianças a ficar em casa até à idade escolar, obrigando um dos membros da família a não trabalhar.

A xenofobia e o racismo crescerão, pois tudo aquilo que nos é estranho passará a ser visto com desconfiança. Note-se que as lojas chinesas foram as primeiras a fechar. Qualquer oriental será olhado como potencial portador de um vírus esquisito.

As pessoas vão estar ainda mais tempo ao computador e as redes sociais vão ter um incremento brutal.

Muita gente desenvolverá doenças mentais, porque o isolamento potencia esses problemas.

Mas nem tudo são más notícias.Os canais de televisão informativos Verão aumentar muito as audiências, embora percam publicidade, porque ninguém agora anuncia nada.

As empresas de distribuição ao domicílio também se desenvolverão bastante. Haverá que levar tudo a casa das pessoas: comida, produtos de mercearia, jornais, eventualmente livros, filmes e outros entretenimentos.

Os grandes hospitais darão lugar a unidades mais pequenas e vulgarizar-se-á o internamento em casa.

O teletrabalho também sofrerá um grande empurrão – e as empresas onde ele for agora implementado com sucesso poderão adotá-lo em definitivo.

As crianças estarão mais tempo com os pais em casa.

Além disso, a globalização arrepiará caminho, o que para mim é uma vantagem.

A globalização globaliza o bem e o mal.

Doenças que estão circunscritas a determinadas regiões espalham-se rapidamente por todo o globo.

Já vimos isso com a gripe A (H1N1), agora é o covid-19, amanhã será outra doença qualquer. Se não travarmos a circulação descontrolada de pessoas, as pandemias serão cada vez mais frequentes.

Reduzir-se-ão as viagens de férias para destinos estranhos como o Vietname ou o Camboja.

As fronteiras tenderão a ser mais vigiadas – e Schengen será uma memória progressivamente mais distante.

Com as limitações às viagens, deixará de haver tanta circulação de mercadorias.

Parar-se-á um pouco o consumo desenfreado – e, ao mesmo tempo, as produções brutais que nunca serão vendidas e causam imensa poluição.

E, já agora, esfriará a ‘reunite aguda’, a mania das reuniões por tudo e por nada, que só causam perdas de tempo.

Paradoxalmente, se não houver uma travagem na globalização, a democracia poderá estar em risco, mesmo na Europa.

Sentindo-se inseguras, as pessoas começarão a desejar governos fortes, pulsos firmes, autoritários, musculados.

E não há dúvida de que, em momentos de aflição, as ditaduras funcionam melhor do que as democracias: veja-se o modo como a China conseguiu dominar a doença, em circunstâncias aparentemente muito mais desfavoráveis.

Enfim, muita coisa vai mudar.

O nosso modo de vida acabou.

Haverá um antes e um depois do coronavírus.

José António Saraiva

https://sol.sapo.pt/artigo/689853/o-nosso-modo-de-vida-acabou

Se a Rússia tem poucos casos de coronavírus, por que então construir um novo hospital enorme?

No último dia 10 de Março, o prefeito da capital russa, Serguêi Sobiânin, anunciou que Moscou começaria a construir às pressas um centro de doenças infecciosas para pacientes com coronavírus. Mas, diante do número de casos, a pergunta é por quê?

“Como parte do regime de alerta máximo, decidimos construir uma instalação móvel de um novo hospital de doenças infecciosas”, escreveu o prefeito de Moscou, Serguêi Sobiânin, em seu site em 10 de Março. Ainda segundo ele, o hospital seria construído em um curto período de tempo e equipado com os mais modernos equipamentos.

Duas semanas após o início das obras, as fundações de concreto já foram colocadas, e a construção de um centro de tratamento, composto por 12 edifícios, começou, anunciou o vice-prefeito Andrêi Botchkarev. Em breve, será construída uma unidade de terapia intensiva, com 10 edifícios e capacidade para 250 pacientes.

“Actualmente, cerca de 2.000 trabalhadores e 500 equipamentos estão envolvidos na construção do hospital. No pico de trabalho, mais de 5.000 pessoas estarão envolvidas na construção do centro”, disse Botchkarev.

O hospital terá uma área total de cerca de 70.000 metros quadrados e poderá acomodar 500 pacientes, incluindo a unidade de terapia intensiva. O hospital terá mais de 30 edifícios e diversos departamentos, incluindo:

- Unidade de Emergência

- Centro de Tratamento

- Unidade de Terapia Intensiva

- Laboratório

- Centro de Diagnóstico

- Unidade Infantil, Unidade Cirúrgica e Maternidade

O prefeito ressaltou que o hospital está localizado a 250 metros da área residencial mais próxima, a uma distância “150% maior que a zona sanitária necessária”, portanto, o complexo não apresenta qualquer perigo para os moradores locais.

O hospital ficará pronto em um mês, informou a agência de notícias Moskva.

Hospital por precaução

As notícias de que um novo centro de doenças infecciosas estaria sendo construído às pressas fez com que usuários de redes sociais levantassem suspeitas e indagações.

“Por que, se existem apenas 60 infectados a cada 100.000 habitantes [na Rússia]? E não é tarde demais?”, comentou um usuário no Twitter.

“Há uma semana, eles informaram que um hospital totalmente novo havia sido alocado para os doentes. Se eles estão construindo um novo, por quê?”, questionou outro usuário na rede.

“Eis aqui uma óptima ideia: por que não reabrir hospitais fechados? Mas tudo isso é para gastar dinheiro, não construir hospitais”, comentou uma usuária chamada Elena Valies sobre as notícias relacionadas ao novo hospital.

Ao explicar a decisão de construir o novo instituto, o prefeito disse que, “actualmente, Moscou acaba de isolar casos do novo coronavírus, e as instalações hospitalares existentes estão lidando com isso. No entanto, cada novo caso requer a hospitalização não apenas da pessoa doente, mas de várias outras pessoas”.

“Todos que entraram em contacto com um portador do vírus e estão mostrando sintomas de uma infecção viral respiratória aguda são levados ao hospital”, explicou.

“Existem muitos outros casos de hospitalização ‘preventiva’, quando um caso suspeito de coronavírus não é confirmado posteriormente. E, é claro, a cidade deve estar pronta para qualquer cenário”, concluiu o prefeito.

Isolamento por dentro

Além do novo complexo, uma unidade de um hospital recém-construído no vilarejo de Kommunarka, nos arredores de Moscou, foi especialmente destinada a receber os casos já confirmados e suspeitos de covid-19.

Segundo o médico-chefe, Denis Protsenko, a instalação atende a todos os requisitos de um hospital de doenças infecciosas, com antessalas em todas as entradas da área de pacientes com covid-19. “Cada vez que um membro da equipe entra, eles usam roupas de protecção e material descartável de desinfecção. Até agora, nenhum membro da equipe foi infectado [pelo novo coronavírus]”, disse Protsenko.

“Todos os pacientes em quarentena têm acesso a internet gratuita e cinco refeições por dia”, relata Katerina Nazarova, uma das pacientes do hospital. Todos os alimentos são entregues em recipientes descartáveis ​​individuais.

Os pacientes são testados para coronavírus no primeiro, terceiro e décimo dia da estadia no hospital. Os pisos são lavados com uma solução de água sanitária uma ou duas vezes ao dia. Não é permitida a entrada de visitantes no hospital.

“Estou sozinha em um quarto com dois leitos. Os corredores são amplos e desertos, como na Umbrella Corporation de Resident Evil”, conta Katerina.

O médico-chefe admite que alguns pacientes tentam fugir do hospital, não por causa de más condições, mas porque têm medo de permanecer em uma ala de isolamento por 14 dias – um requisito padrão para todos os pacientes com suspeita de covid-19.

“Alguns pacientes recebem ajuda psicológica. É preciso entender que o auto-isolamento e a quarentena são alguns dos meios mais eficazes. Sou a favor de fechar totalmente a cidade. Acho que isso nos tornaria mais seguros ”, diz Protsenko.

A maioria dos pacientes no hospital também concorda com a posição do médico. Alguns até gravaram um apelo em vídeo para que as pessoas de fora se auto-isolem para se protegerem contra o coronavírus.

“Estou em um hospital de doenças infecciosas com suspeita de coronavírus. Sempre me perguntam: ‘Como vai está, como vai?’ Gente, eu estou bem, está tudo bem. Estou isolado em um momento em que há uma pandemia por aí. E você, não”, diz um dos pacientes em vídeo. “Você está andando pelas ruas, se comunicando com pessoas potencialmente infectadas, tocando os mesmos corrimãos, respirando o mesmo ar. Esteja atento e assuma a responsabilidade por você e por seus entes queridos, faça-o agora. Nas condições actuais, a única maneira de superar esse desastre é se isolando.”

24 de Março de 2020

Victória Riabikova

https://br.rbth.com/estilo-de-vida/83626-poucos-casos-russia-porque-novo-hospital?utm_source=Newsletter&utm_medium=Email&utm_campaign=Email

Coreia do Sul combate "transmissores silenciosos" do coronavírus.

Graças a seu programa abrangente de testes de covid-19 rápidos, descomplicados e, sobretudo, gratuitos, governo sul-coreano está sendo bem-sucedido na detecção de contaminados que não apresentam sintomas.

As estratégias governamentais para combater o novo coronavírus são tão diversas quanto os países que as adoptam. As autoridades nacionais de saúde avaliam de formas diversas, por exemplo, a transmissão assintomática. Normalmente os contagiados mostram os primeiros sintomas dentro de cinco dias, embora em casos excepcionais o período de incubação possa durar até três semanas.

Segundo dados do governo chinês, divulgados pelo jornal South China Morning Post, seria de 30% a percentagem dos "portadores silenciosos", ou seja, aqueles cujos testes do vírus são positivos, mas não apresentam sintomas, ou só bem mais tarde.

Esses números são confirmados por um grupo de especialistas japoneses liderados pelo epidemiologista Hiroshi Nishiura, da Universidade de Hokkaido. Ele constatou que, entre os pacientes japoneses evacuados da cidade de Wuhan, na China, o local de origem da pandemia, a proporção dos infectados sem sintomas era de 30,8%.

São muitos os indícios de que "um volume considerável de casos fica subdiagnosticado", afirmou a equipe japonesa em carta à revista médica International Journal o Infectious Diseases.

Esses números contrastam fortemente com declarações da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a qual a transmissão assintomática seria "extremamente rara" na União Europeia, constituindo apenas de 1% a 3% dos casos.

Testes descomplicados e gratuitos

Na maioria dos países europeus e nos Estados Unidos, onde só são testados os que apresentam sintomas, o número das infecções segue crescendo rapidamente.

Na Alemanha, por exemplo, onde só é submetido ao teste de coronavírus quem tem sintomas semelhantes aos da gripe e esteve nos últimos 14 dias numa região onde houve casos ou teve contacto com um caso confirmado, nesse mesmo prazo. Quem teve o contacto mas não apresente os sintomas é enviado sem testes em quarentena auto-imposta de 14 dias, que no entanto praticamente não é monitorada. 

Até agora, o coronavírus foi detectado principalmente com a técnica de reacção em cadeia da polimerase em tempo real

Nos epicentros originais do vírus Sars-CoV-2, China e Coreia do Sul, por outro lado, cai sensivelmente o número de novas incidências. Em ambos, são testados todos os que tiveram contacto com um infectado, mesmo que não apresentem sintomas. Em caso positivo, a quarentena de 14 dias, sob vigilância telefónica estrita.

Na Coreia do Sul, as infracções à quarentena são punidas com multas de até 3 milhões de won (2.500 dólares). Um novo projecto de lei prevê elevar as penas a 10 milhões de won e até um ano de prisão.

Após o vertiginoso incremento no fim de Fevereiro, a Coreia do Sul conseguiu reduzir significativamente o número das novas infecções. Actualmente, 9 mil dos cerca de 50 milhões de habitantes foram contaminados, e a eles juntam-se diariamente mais 100. A covid-19 já provocou 120 mortes no país.

Em muitos locais, há pontos de controle e tendas onde qualquer um pode se submeter ao teste de coronavírus de forma rápida, descomplicada e, sobretudo, gratuita. Até o momento, 300 mil cidadãos já participaram, e diariamente podem ser realizados cerca de 20 mil testes, também graças aos mais de 40 postos de teste tipo drive-through por todo o país, que outros governos nacionais também já imitam.

Ao todo, foram testados muito mais indivíduos na Coreia do Sul do que em qualquer outro país: 5,6 por cada mil habitantes. Em comparação, na Alemanha podem ser realizados no máximo 160 mil testes de coronavírus por semana, o equivalente a 1,9 por mil habitantes. Nos EUA só houve até o momento cerca de 30 mil testes.

Interferência na liberdade pessoal

Os sul-coreanos, portanto, estão conseguindo conter o vírus sem decretar toque de recolher nem restrições drásticas às viagens. A vida pública foi, de fato, também fortemente cerceada, e todos devem manter distância interpessoal, mas o país ainda não quer se fechar completamente.

"A Coreia do Sul é uma república democrática. Acreditamos que confinamentos não são uma opção razoável", comentou o especialista em doenças infecciosas Kim Woo-Joo, da Korea University, citado pela revista especializada Science.

Em vez disso, o país asiático empreendeu "o programa de testes mais abrangente e mais bem organizado de todo o mundo, combinado a esforços intensos para colocar os infectados em quarentena, assim como a seus contactos" explicou Kim.

Os exames intensivos possibilitaram também descobrir muitos "portadores silenciosos" no círculo mais próximo dos contaminados, antes de poderem infectar outros. "No momento, a Coreia tem uma parcela de casos assintomáticos bem mais alta do que outras nações, o que talvez se deva a nossos testes abrangentes", comentou Jeong Eun-kyeong, director do Centro Coreano de Controle e Prevenção de Pestes (KCDC).

Paralelamente, Seul interfere drasticamente nos direitos individuais de sua população. Para reduzir ao mínimo o perigo de contágio, os cidadãos recebem informações personalizadas sobre os riscos em sua vizinhança imediata. As autoridades locais têm acesso a informações detalhadas sobre os infectados, incluindo idade, sexo e perfil de deslocamentos.

Desde a crise da síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers-CoV) em 2015, o governo coreano está autorizado por lei a coletar dados de celular e cartões de crédito, a fim reconstituir os movimentos de indivíduos testados positivos. Despersonalizados, esses dados são então transmitidos a aplicativos onde qualquer cidadão pode ver se possivelmente encontrou-se com alguém contaminado.

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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.

quarta-feira, 25 de março de 2020

SEF trava ‘turistas’ brasileiros, mas Ministério deixa-os entrar

Ver também em: https://sicnoticias.pt/especiais/coronavirus/2020-03-21-SEF-recusou-entrada-de-14-brasileiros-em-Portugal-mas-MAI-revogou-a-decisao

Surrealista: nos últimos dias, 21 de Março de 2020, os inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras quiseram aplicar a legislação de emergência em vigor barrando a entrada a um grupo de brasileiros que aterrou em Lisboa para “fazer turismo” num país fechado, mas o Ministério da Administração Interna revogou a ordem e deu-lhes entrada.

Tudo se passou no Aeroporto da Portela, em Lisboa. Num voo oriundo de São Paulo, o pessoal do SEF identificou 14 passageiros que se propunham deambular por Portugal em “turismo”, quando toda a

gente é severamente aconselhada a manter-se em casa, de quarentena.

A decisão preliminar dos inspectores foi impedir a entrada dos potenciais “turistas”, confinando-os nas instalações do aeroporto até confirmação superior. Eram seis da manhã.

Por volta das oito da noite, chegou a resposta do Ministério, ditada verbalmente pelo próprio ministro Eduardo Cabrita ao director de Fronteiras de Lisboa: as recusas de entrada em Portugal tinham de ser “imediatamente revogadas” e os “turistas” autorizados a entrar no país, sob pena de serem instaurados “processos disciplinares” aos inspectores envolvidos.

E os 14 “turistas” lá entraram em Portugal pela passadeira vermelha, sem terem sido sujeitos a qualquer teste de despistagem do vírus, sem que tivessem sequer de indicar em que locais ficariam alojados durante a sua visita “turística” ao país – e apenas com a vaga recomendação de que “fizessem quarentena”.

Bem prega frei Tomás!

segunda-feira, 23 de março de 2020

Biólogo orienta cuidados contra o Coronavírus com informações técnicas.

https://diariodegoias.com.br/biologo-orienta-cuidados-contra-o-coronavirus-com-informacoes-tecnicas/

    As pessoas precisam de algumas referências para acreditar nas palavras de alguém. Pois bem, tenho 67 anos, sou biólogo aposentado, trabalhei na Seção de Raiva e Encefalomielite do Instituto Biológico de São Paulo, fui assistente do cientista Moacyr Rossi Nilson, trabalhei com o vírus da raiva, um vírus que causa 99% de letalidade. Trabalhei na Seção de Bacteriologia Animal também. Sou professor de biologia.

    Os vírus são muito menores que as bactérias e não são visíveis ao microscópio óptico comum MOC, só com microscópio electrónico ME é possível visualizar e fotografar os vírus. Para exames rápidos de diagnóstico da raiva usamos microscópia de imunofluorescência mas não é um diagnóstico definitivo, requer confirmação e para tal injectamos o material suspeito no meio dos cérebros de 5 ratos brancos, espeta agulha na moleira do rato, afunda e injecta. Após 5 dias os ratos apresentam os sintomas da raiva e o diagnóstico se torna definitivo. Sou especialista nisso.  Bem, agora vou comentar sobre outro vírus.

    Coronavírus é o nome de uma Família de vírus que se divide em dois Géneros, o Género Alphacoronavirus que possui duas Espécies, a CCoV que causa gastroenterite em cães e a Espécie FCoV que causa peritonite infecciosa felina PIF, ambas doenças não atacam os humanos.

    Família coronavírus, Género Betacoronavirus que contém três Espécies que atacam os humanos:

  1. Espécie Mers-Cov -Causa a doença Síndrome respiratória do Oriente Médio 

  2. Espécie SARS-Cov – Causa a doença Síndrome respiratória aguda grave.

  3. Espécie SARS-Cov 2 – Causa a doença CoVID-19 essa que está nos atacando agora.

      Muito bem…Quando nos confrontamos com um inimigo, a primeira providência é examinar quais são os pontos fracos do inimigo.

      Esses vírus possuem uma estrutura extremamente primitiva e muito frágil. É apenas um filamento de RNA envolvido por uma película lipoproteica ou seja, uma fina membrana esférica de gordura e proteína, muito fina e que não é eficiente contra a desidratação e nem como isolante térmico. Ao ar livre o vírus desidrata, seca e morre. Ele necessita sair do doente infectado e entrar pela boca, nariz ou olhos da vítima sadia e assim infectar mais um e causar a doença nele.

      Na China constataram que esse vírus se mantém vivo por algumas horas fora do corpo do doente e esse tempo de vida vai depender de onde esse vírus caiu após ter saído do corpo do doente.

      Se esse vírus cair em um local exposto à luz solar, ele morre em minutos, se for sob o Sol do meio dia, morre em 2 ou 3 minutos, ele não suporta os raios ultravioleta e também desidrata rapidamente se tomar a luz do Sol directamente. Em tempo nublado dura um pouco mais, talvez até uns 15 minutos.

      Se esse vírus sair do doente num lugar sem luz solar incidindo directamente nele, um local sombreado como dentro de casa ou dentro de algum veículo e o vírus cair sobre papel, madeira, roupas e cabelos, ele sobrevive por 6 horas.

      Se o vírus cair sobre superfícies lisas, sombreadas e frias como vidro, mármores, azulejos, metais lisos, ele sobrevive por 12 horas.

      Mesmo sendo muito pequenos os vírus possuem algum peso e a tendência é cair assim que saem numa tosse, num espirro ou simplesmente uma pessoa falando está batendo a língua no céu da boca e nos dentes e isso vai espirrando gotículas invisíveis cheias de vírus que saem da boca. Mesmo apenas a respiração do doente já é suficiente para liberar vírus no ar.


      Estratégias explorando as fragilidades do inimigo:

    1. Isolamento social: Fundamental isso. As pessoas não devem se aproximar. A pessoa infectada pode não apresentar sintomas mas está produzindo trilhões de vírus em seu organismo e esses vírus saem pela respiração dela.

    2. Higiene correcta: Ao usar um transporte público durante uma epidemia, é 100% certeza que em suas roupas e cabelos existem vírus vivos da doença e se apenas (1) um desses vírus atingir as mucosas dos olhos, boca ou nariz, a pessoa será infectada. 

    3. Estratégia: Tendo consciência disso, não passar os dedos nos olhos, na boca e nem no nariz.Chegar em casa e não tocar em nada e nem em ninguém antes de lavar as mãos. Retire a roupa que usou e pendure num local de pouco movimento e deixe a roupa lá por no mínimo 8 horas, lembre que sobre a roupa os vírus ficam vivos por 6 horas. Você pendura as roupas à noite e de manhã os vírus já estarão mortos e você poderá usar essas roupas novamente mesmo que não tenham sido lavadas. 

    4. Lave os cabelos. Não vá dormir com os cabelos infectados. O vírus é altamente sensível ao pH básico do sabão, sabonete, detergente; o shampoo não é muito eficiente pH quase neutro, use sabonete nos cabelos, é melhor. Ao tocar maçanetas, torneiras ou qualquer superfície lisa onde outras pessoas tocaram antes, em seguida não toque nos olhos, nariz nem boca, lave as mãos o quanto antes.

    5. Mantenha sua casa restrita a sua família mais íntima, não receba visitas durante a quarentena. Não adianta você tomar todos esses cuidados se as visitas não fizerem o mesmo. Se possível durmam em cômodos diferentes da casa.

    6. Desinfectantes. O vírus é altamente vulnerável a qualquer desinfectante, água sanitária, Lysoform, Pinho Sol e, com destaque o álcool etílico porque esse pode ser aplicado sobre a pele mas os outros não. As autoridades recomendam á população o uso do álcool gel 70° que contém 70% de álcool e 30% de água, recomendam esse porque esse não é explosivo, contudo quanto menos diluído for o álcool mais desinfectante ele é; em laboratório é comum usarmos o álcool 92° mas a venda ao público é proibida porque esse é altamente inflamável e explosivo mas contudo é esse que eu uso para mim mesmo, precisa ter muito cuidado para não incendia-lo, os acidentes com esse tipo de álcool costumam ser muito graves, a garrafa explode e incendeia tudo ao seu redor. Existe também o álcool absoluto 100% álcool e 0% de água mas esse vai queimar a sua pele e é muito caro também. O álcool 46° usado em limpeza é fraco mas é melhor que álcool nenhum, é útil para as mãos e limpeza de superfícies lisas. 

    7. Use máscara cirúrgica todas as vezes que sair de casa ou for se aproximar de outras pessoas.

    Observações finais:

    Esse vírus possui uma capacidade infectante extraordinária, esse é o ponto forte dele porém a doença que ele causa tem baixo índice de mortalidade se comparado aos piores vírus que existem.

    Vírus rábico da raiva, taxa de mortalidade de 99,9%.

    Vírus Ébola taxa de mortalidade de 66%.

    O vírus SARS-Cov 2 que causa a doença CoVID-19 tem taxa de mortalidade de até 20% em idosos com doenças pré existentes, diabéticos, hipertensos, cardíacos, asmáticos, aideticos, pessoas em tratamento de câncer e principalmente transplantados imunodeprimidos.

    Em adultos a taxa de mortalidade é de apenas 2%, morrem principalmente os fumantes, em crianças a taxa de mortalidade é praticamente zero % com raríssimas excepções.

    Selecção natural:

    Assim como ocorreu na epidemia pelo vírus H1N1 a gripe suína, todas as pessoas pegaram o vírus, a maioria desenvolveu anticorpos e daí em diante ficaram imunes a essa doença.

    Esse vírus SARS-Cov 2 que causa a doença CoVID-19. Todas as pessoas vão pegar também, a maioria desenvolverá anticorpos e ficarão imunes porém nesse processo é necessário frear a velocidade de disseminação do vírus porque se pegar em todos rápido demais o sistema de saúde não dará conta de socorrer 20% da população de idosos e 2% da população de adultos. Que todo mundo vai se infectar com esse vírus é certeza, as medidas restritivas que estão sendo tomadas são apenas para desacelerar a transmissão.

    Sobreviverão os mais fortes e mais sadios, morrerão os mais fracos e mais doentes, a natureza funciona assim e não há como mudar isso.

    Redacção de:
    Luiz Augusto Vassoler
    – Biólogo –

    ALERTA DE UMA MÉDICA

    Não tenho forma de confirmar a autoria e conteúdo mas, como as recomendações em geral estão de acordo com as indicações da OMS, aqui o coloco!

    POST da Dra. ANA MARINHO SOARES (USF FELGUEIRAS)

    “Escrevo isto para que chegue por favor ao máximo de pessoas a minha advertência.

    Estamos perante uma epidemia e é necessário que TODOS façam a SUA parte para a travarmos!

    Como médica sinto-me na obrigação de alertar porque vejo muitas pessoas que chegam a ridicularizar a situação e ignoram as importantes medidas preventivas.

    Estou farta de ler posts a dizerem que há mais pessoas a morrerem de fome, e de acidentes e de outras coisas do que com COVID 19, desvalorizando a epidemia. Isso é verdade, há imensas outras coisas que matam muito mais que o Covid mas são assuntos independentes, não são?!Resolver um assunto é resolver um assunto, resolver outro assunto é resolver outro assunto. Porque é que eu vou estar a comparar a fome ao Covid? Os dois são para resolver, ok? Ou porque há mais pessoas a morrerem de fome e a morrerem de acidentes já não temos de travar esta epidemia?

    Estou farta de Ler que a gripe comum é mais grave que o Covid 19. Isso não é verdade! Não sou eu que o digo é a Organização Mundial de Saúde. Querem entidade mais idónea que esta? O Covid 19 tem-se mostrado mais agressivo e com mais casos que terminam em morte (principalmente em idosos e pessoas com patologias crónicas).

    Acho especialmente que esta ideia errada que foi passada de que Covid 19 é igual a gripe comum foi muito prejudicial porque está a fazer com que as pessoas não tomem as medidas preventivas de uma forma seria e adequada, pensando que não têm de mudar os hábitos porque nunca o fizeram e todos os anos há gripe…

    Neste momento Felgueiras tem casos de Covid por isso controlar a epidemia tem de ser uma PRIORIDADE para os Felgueirenses. Acredito que esta desvalorização pode ser muito prejudicial para o nosso concelho porque pode levar a mais contágios por imprudências evitáveis.

    O nosso concelho já tem como sabem, casos confirmados de Covid 19 e é preciso que TODOS colaborem para “cortarmos” os contágios.

    E o que têm de fazer é muito pouco…

    1- Deixem de espirrar e tossir para o ar…. é sempre, sempre para o braço

    2- Lavem as mãos muitas vezes, e é fundamental lavar sempre as mãos antes de tocar no rosto, antes de comer, depois de mexer em algo que passe por “muitas mãos” como o dinheiro por exemplo

    3-Não cumprimentem ninguém com aperto de mão e não dêem beijinhos a ninguém! Mesmo aos vossos pais, avós, filhos, não dêem beijos…

    4- Depois de limparem o nariz deitem o lenço logo ao lixo

    5- Se estão de quarentena… façam a quarentena!!!

    6- Se tiver tosse, febre, falta de ar e viajou recentemente ou esteve em contacto com um caso de COVID 19 deve ligar para a linha 24 ( não deve ir nem ao centro de saúde nem à urgência hospitalar)

    7- Evitem multidões, estar em sítios fechados com muita gente, etc.

    8- Aconselho os cafés, lojas comerciais, serviços, etc. a desinfectarem regularmente as maçanetas das portas ao longo do dia

    9- Muitas pessoas não têm Facebook… não consigo que esta mensagem chegue principalmente aos mais idosos (que são também os que mais riscos correm). Transmitam-lhes todos os cuidados que eles devem ter… sejam portadores das medidas preventivas que eles devem tomar.

    10- Evite viajar para fora do país

    11- Nada de pânico! Concentrem-se em fazer estas medidas todas bem. Nós sabemos que em média uma pessoa infectada transmite a doença a duas ou a três pessoas. Nós podemos ser mais rápidos que a infecção se cada um de vocês fizer tudo direitinho e passar a mensagem a 3, 4, 5 pessoas que também façam tudo direitinho e por sua vez cada uma delas faça tudo direitinho e continue a transmissão de informação adequada, quebrado assim muitas, muitas correntes de transmissão

    12- Se todos fizermos tudo bem os danos serão mínimos e quem sabe no S Pedro e nas Vitórias já poderemos beijar-nos e abraçar-nos e brindarmos à união da nossa terra, do nosso concelho e do que juntos podemos fazer por um bem maior, pela saúde de todos.”

    sábado, 21 de março de 2020

    O que é a: LASEFOIA

    Enfermidade não aceite pela classe médica.Entretanto, milhões de pessoas em todo mundo padecem deste mal e esperam a aprovação da Organização Mundial de Saúde para que se estude e se encontre a cura para esta  enfermidade que, cada dia, é adquirida por milhares de pessoas.Se tiveres 3 ou mais sintomas indicados abaixo é sinal de alerta vermelho!!!!

    SINTOMAS QUE DEFINEM O APARECIMENTO DESTA PATOLOGIA:

    1.- Se um café te provoca insónia.

    2.- Se uma cerveja te leva directo ao  quarto de banho.

    3.- Se tudo te parece muito caro.

    4.- Se qualquer coisa te altera.

    5.- Se todo o pequeno excesso alimentar te provoca aumento de peso.

    6.- Se a feijoada "cai" como chumbo no estômago.

    7.- Se o sal sobe a tua tensão arterial.

    8.- Se numa festa pedes a mesa mais distante possível da música e das pessoas.

    9.- Se  apertar os sapatos te provoca dor nas costas.

    10.- Se a TV te provoca sono.

    Então todos estes sintomas são prova irrefutável de que padeces de La-SE-FOI-A juventude!

    quinta-feira, 19 de março de 2020

    UMA CRONOLOGIA DA INCOMPETÊNCIA

    O meu destaque vai – acima de tudo - para a frase (pelo ‘ridículo’ de que de facto se tem revestido a actuação de ‘sua excelência’):

    A piedade impede comentários à prestação do presidente da República em título

    O ‘resto’ são só a incompetência e a mediocridade generalizadas (leiam devagar – e façam intervalos para não apanharem uma indigestão com a ‘estupidez’ revelada).

    E é tão grande (a ‘estupidez’ revelada) que decidi não pôr em evidência nenhuma. Escondidas no texto, há verdadeiras ‘pérolas’.

    Mas, leiam. E guardem! Para memória futura.

    Texto de Alberto Gonçalves)

    5 de Fevereiro
    A ministra da Agricultura diz que o coronavírus “pode ter consequências bastante positivas” para as exportações portuguesas do sector agro-alimentar para os mercados asiáticos.

    6 de Fevereiro
    A ministra da Agricultura diz que o seu sentimento perante o coronavírus é de “preocupação e solidariedade”.

    24 de Fevereiro
    O prof. Marcelo declara que “tudo está a ser feito para lidar com o coronavírus”.

    25 de Fevereiro
    A ministra da Saúde sugere o isolamento das pessoas vindas de zonas onde há transmissão do coronavírus.

    26 de Fevereiro
    A Direcção Geral da Saúde não sugere o isolamento das pessoas vindas de zonas onde há transmissão do coronavírus.
    A ministra da Saúde sugere que a sua sugestão acerca do isolamento das pessoas constituiu um lapso.
    A ministra da Saúde garante que Portugal está preparado para responder ao surto de coronavírus.
    O ministro dos Negócios Estrangeiros garante que Portugal está preparado para responder ao surto de coronavírus.
    A Federação Nacional dos Médicos garante que Portugal não está preparado para responder ao surto de coronavírus.

    28 de Fevereiro
    A directora-geral da Saúde alerta que “não nos devemos beijar todos os dias e a toda a hora”.

    29 de Fevereiro
    A directora-geral da Saúde admite que Portugal poderá ter um milhão de infectados.
    O dr. Costa recomenda que não se levem as mãos à “boca, nariz ou olhos”.
    O ministro dos Negócios Estrangeiros assegura que “estamos a aprender [a lidar com o coronavírus] e julgo que estamos a aprender depressa.”
    BE: “O coronavírus deve dar-nos esperança de que somos capazes de enfrentar a crise climática”
    Numa escola secundária do Porto, os alunos não podem lavar as mãos porque não há sabão. E não há sabão porque, explica uma directora, não há dinheiro.

    2 de Março
    Surgem os primeiros casos de infectados com coronavírus em Portugal. São dois.

    3 de Março
    O dr. Costa corre ao Porto para visitar os pacientes. O prof. Marcelo diz que, por sua vontade, “já lá estava”.
    Após gesticular para os doentes, o dr. Costa garante que Portugal está preparado para responder ao surto de coronavírus.
    A ministra da Saúde implora que não se use a Linha SNS 24 para pedir informações sobre o coronavírus.
    O responsável pela Linha SNS 24 alerta que a Linha SNS 24 está nas últimas.

    4 de Março
    A Linha SNS 24 não atende boa parte das chamadas.

    5 de Março
    Após acabar demitido, o responsável pela Linha SNS 24 reagiu através de um poema. Fica um excerto: “Como velas de pavio forte/Queimamos ao luar/Das madrugadas passadas/A Trabalhar/A escrever, a digitar/A Criar o digital na saúde em Portugal/9 anos acessos, pela força e paixão/Como velas que ardem dentro do coração.” Eu seja ceguinho se isto não é verdade.
    O ministro da Economia jura que o impacto do coronavírus no sector que “tutela” é “bastante reduzido”, salvo em minudências como os “transportes, das viagens e da hotelaria”.

    6 de Março
    A directora-geral da Saúde, que começou por achar que o vírus nunca chegaria a Portugal e depois passou a prever um milhão de infectados, encontrou um ponto intermédio e agora aconselha as visitas a lares de idosos, por não haver “esse grau de risco”.

    7 de Março
    O dr. Costa garante que Portugal está preparado para responder ao surto de coronavírus.

    8 de Março
    O prof. Marcelo, sem sintomas de gripe mas não de outras maleitas, anuncia o próprio exílio em casa.

    9 de Março
    Não tendo sido testado a mais nada, os testes do prof. Marcelo ao coronavírus são negativos. O dr. Costa envia-lhe felicitações pelo Twitter.
    O prof. Marcelo, que sem vírus decretou a quarentena de si mesmo, assoma à varanda e informa o povo de que lava a louça e a roupa, além de cozinhar.
    O dr. Costa admite fechar as escolas e etc. antes de qualquer parecer técnico.

    10 de Março
    Apenas dois secretários de Estado e um autarca vão ao aeroporto receber o português que estava infectado e deixou de estar.
    Em Setúbal, um homem ficou fechado numa casa de banho durante 4 horas à espera do INEM.
    Para o Bloco de Esquerda, “As forças de extrema-direita tentam lucrar com o medo para impulsionar imundas respostas malthusianas e racistas. (…) O Covid-19 é apenas um aviso, mais um aviso: é preciso acabar com o capitalismo que conduz a humanidade à barbárie”.

    11 de Março
    Em Gaia, um homem ficou fechado no carro durante 4 horas à espera do INEM.
    75% dos portugueses não acreditam que o SNS esteja preparado para uma pandemia, o que significa que 25% acreditam ou pelo menos não rejeitam a hipótese.
    Na Trofa, uma turma ficou fechada na sala durante 11 horas à espera de orientações da Linha SNS 24.
    Em Lousada, uma médica ficou fechada no consultório com uma doente durante 6

    horas à espera de auxílio.
    O hospital de Coimbra compra fatos de pintor para proteger os médicos.
    A Direcção Geral da Saúde desatou a engasgar-se na actualização do número de infectados.
    Nos aeroportos, os passageiros continuam a chegar sem qualquer inspecção.
    Oportunamente, o Bloco de Esquerda lembra-se de que a Linha SNS 24 “não deve ser explorada por entidades privadas”, não se fosse estragar.
    A directora-geral da Saúde diz para os cidadãos evitarem a “corrida aos supermercados” e, em vez disso, recorrerem à “horta de um amigo”.
    Há 3.000 pessoas “sob vigilância” enquanto se aguardam os resultados de 80 testes. Faz sentido, embora não se perceba qual.
    Em organismos públicos, distribui-se gel desinfectante com a validade expirada em 2013.
    Uma adolescente internada com gravidade foi três vezes às urgências e, como na Bíblia, três vezes negada.
    À revelia de toda a civilização, em Portugal continua tudo aberto – incluindo as praias, aliás repletas.
    Um obscuro Conselho de Saúde avisa a população da sua existência e de uma reunião marcada para o dia seguinte, de tarde que não há pressa.
    A ministra da Saúde proclama o reforço da Linha SNS 24, que não dá uma para a caixa.
    Enquanto 39 países já impuseram o fecho de escolas e etc. (e alguns o “lockdown”), o dr. Costa vai a Berlim desenvolver a tese de que o coronavírus é uma oportunidade para a Europa “mostrar a sua força”.
    O dr. Costa não admite fechar as escolas e etc. sem ouvir os pareceres dos técnicos.
    O dr. Costa promete proteger todos os portugueses, “estejam em que parte do mundo estiverem”.

    12 de Março
    O tal Conselho de Saúde, representado por um sujeito que acha o coronavírus inofensivo, irrompe da reunião e comunica não aprovar o fecho das escolas e etc.
    A ministra da Saúde e a directora-geral fazem uma conferência em dueto onde harmonizam no vazio absoluto, ou na necessidade de lavar as mãos, actividade em que esta gente é tão exímia quanto Pilatos. Ambas rejeitam o fecho das escolas.
    Comentadores isentos aplaudem a decisão de não fechar as escolas.
    O Sindicato Independente dos Médicos nota que o SNS não tem camas para internamento, não tem camas  de cuidados intensivos, não tem profissionais suficientes, não tem máscaras, não tem desinfectantes, não tem nada excepto a distinção de “melhor do mundo”.
    Descobre-se um piloto da TAP infectado. As “autoridades” de saúde não quiseram descobrir a lista dos passageiros conduzidos pelo piloto.
    O dr. Francisco George, ilustre antecessor da sua ilustre sucessora, anda pelas televisões a falar com a lucidez de um dependente de metanfetaminas. O objectivo, palpita-me, é fazer as “autoridades” actuais parecerem sensatas por comparação. Não foi inteiramente alcançado.
    23 crianças (e seis adultos) estão retidas num jardim de infância da Maia, por suspeitas de infecção em uma delas.
    O dr. Costa, que com escassas semanas de atraso ouviu os partidos à tardinha, ignorou o parecer dos técnicos e, invocando uma instituição europeia avulsa, anunciou o fecho das escolas – mas só a partir de segunda-feira, que na sexta o vírus

    faz jejum.
    Em 24 horas, ou menos, as medidas que eram “excesso desnecessário” transformaram-se em critérios indispensáveis à “sobrevivência”. Num ápice, o país saltou do “Toy Story” para o “Mad Max”.
    Comentadores isentos aplaudem a decisão de fechar as escolas.

    13 de Março
    Na Maia, oito ou nove horas depois, as crianças e os adultos saíram do jardim de infância.
    Misteriosamente, o melhor SNS do mundo é o pior da Europa: somos o país com menos camas em cuidados intensivos em toda a EU (4,2 por 100.000 habitantes; a média é de 11,5).
    O Bloco de Esquerda apela à requisição sumária dos “meios, material e instalações” dos hospitais privados, aqueles que o BE quer erradicar a pretexto do lucro ou lá o que é.
    O ministro da Educação explicou o que iria acontecer nas escolas encerradas ao longo da quarentena. Evidentemente, ninguém percebeu. Nem ele, um matarruano que supõe dirigir-se a semelhantes seus: “Ninguém está de férias”. O matarruano trabalha em quê?
    A Linha SNS 24 continua a não funcionar em condições.
    Portugal tem 112 doentes confirmados, 1308 suspeitos, 5674 vigiados e 172 testados.
    A Coreia do Norte e a Venezuela continuam sem infectados.
    A ministra da Saúde teme que Portugal não esteja preparado para responder ao surto de corona vírus.

    Ponto da situação

    Vocês comprariam um carro usado ao dr. Costa? Não brinquem comigo: vocês aceitam que esse vulto coordene a reacção a uma pandemia. Há líderes valentes e até certo ponto confiáveis. Não é o caso. Ninguém aprendeu coisa nenhuma com o Siresp, Pedrógão, Tancos e o que calha. O dr. Costa também não, e permanece incompetente como sempre e dissimulado como nunca. Desde o início desta história que o homem não deu um espirro, salvo seja, sem medir previamente o impacto directo e indirecto do dito na sua popularidade. Para cúmulo, o dr. Costa rodeia-se de figuras compatíveis, uma corte de laparotos que competem pela atenção do chefe e pelo prémio do mais desnorteado. A piedade impede comentários à prestação do presidente da República em título. Quanto à oposição, cabe destacar o BE e dispensar a piedade: aquilo, para quem tinha dúvidas, é da ordem do sub-humano.

    Portugal beneficiou do atraso do vírus, compreensivelmente hesitante a aparecer por cá. Porém, não tivemos sorte nem jeito na escolha de quem manda nisto: de rábula em rábula, frente ao cenário de um país arruinado, ignoraram-se os bons e difíceis exemplos do “estrangeiro” e seguiram-se os exemplos péssimos e fáceis de Espanha e Itália. Pelo caminho, salpicado de cobardia, perdeu-se tempo vital (para muitos literalmente). A culpa morrerá solteira. Os culpados ainda se vão rir disto, se é que não riem já.

    segunda-feira, 16 de março de 2020

    As 20 loucuras de Marcelo Rebelo de Sousa

    Irrequieto por natureza, o Presidente da República é conhecido entre os amigos pelas suas 'marcelices'. No primeiro dia depois de ser eleito, fez duas: estacionou num lugar para deficientes e andou sem cinto numa reportagem para a SIC. Mas o seu historial de travessuras é muito longo. O i escolheu 20 das mais divertidas.

    • A cama da avó Joaquina
      Quando resolveu candidatar-se à Assembleia Municipal de Celorico de Basto, Marcelo começou a falar na avó Joaquina para justificar a ligação à terra. Mas a verdade é que o maior contacto que teve com a avó foi em Lisboa, com quem ficou a viver enquanto os pais estavam em Moçambique. Nessa altura divertia-se a pregar partidas à senhora. Uma vez, depois de tremor de terra de 1968, pôs-se debaixo da cama da avó e simulou uma réplica de forma tão real que ela ia saindo para a rua em pânico, ainda em camisa de dormir.
    • Balsemão lelé da cuca
      Tudo começou com um desafio da amiga Margarida Salema, irmã de Helena Roseta, durante um jantar no Pabe. “Não és capaz de dar porrada no Balsemão”, desafia Margarida, contestando a isenção do “Expresso”. Marcelo não resiste e pede aos gráficos para, numa página que já está fechada, encaixarem uma frase que lhes entrega numa folha escrita à mão e onde se lê: “O Balsemão é lelé da cuca.”A frase aparece desgarrada e fora de qualquer contexto a meio de um pequeno texto na “Gente”, a secção satírica do “Expresso”, a 5 de Agosto de 1978. Francisco Pinto Balsemão, que estava de férias no Algarve, nem queria acreditar quando leu o jornal. Mal chegou à redacção, chamou Marcelo e deu-lhe uma descompostura. Aflito, Rebelo de Sousa desculpou-se como pôde. E anos mais tarde diria que estava só a testar até que ponto a revisão do semanário estava a funcionar bem. A verdade é que Balsemão quase o despediu. Quase, porque nessa altura Marcelo era já demasiado valioso para ser despedido.
    • Enforcamento no “Expresso”
      Balsemão chamou Marcelo para uma entrevista para o semanário que ia lançar. Estava-se em 1972 e o jovem jurista começava a dar nas vistas. A ideia inicial era que fosse trabalhar para a administração, mas rapidamente os seus talentos o levaram para a redacção, onde brilhava verdadeiramente. Nesse dia, Marcelo encenou o seu enforcamento para divertir as secretárias enquanto esperava pelo início da reunião. Dizia que se enforcava se não fosse contratado e pôs um cordão do estore atado ao pescoço para o ilustrar. Quando Balsemão entrou, ainda apanhou Marcelo pendurado e de língua de fora.
    • Ignorar a censura
      Marcelo aproveitou o facto de Francisco Pinto Balsemão estar fora, em Madrid, para praticar uma das maiores irreverências que ficaram com o seu cunho na história do “Expresso”. Rebelo de Sousa resolveu fazer uma primeira página como se já não existisse censura, em Maio de 1973. O semanário foi para as bancas com uma “autópsia política do 28 de Maio” e uma história sobre um massacre na Guiné, um tema tabu, politicamente muito sensível para a época. A façanha custou caro ao jornal. O “Expresso” passou a ser sujeito a prova de página, o que implicava que a censura tinha de ver todas as páginas já terminadas. Isso atrasava e muito o fecho das edições, com consequências financeiras desastrosas para o jornal de Balsemão.
    • Receber o embaixador em cuecas
      Marcelo estava na sede do PSD, na São Caetano à Lapa, à espera de um embaixador do Irão, quando um acidente fez com que molhasse as calças. Sem tempo para secar a roupa ou arranjar outras calças, José Luís Arnaut ainda se oferece para emprestar as suas ao líder. Só que a diferença de tamanhos torna a troca impossível. A solução é receber o diplomata em cuecas e peúgas, sempre sentado à secretária, com a justificação de que receber os convidados sentado é um costume cultural que não deve ser contrariado. O iraniano passou toda a reunião sem perceber que Marcelo estava, afinal, em trajes menores.
    • Mergulho no Tejo
      Em 1989, Marcelo era famoso entre as elites, mas um quase desconhecido do grande público. Com a tarefa quase impossível de correr contra o então secretário-geral do PS, Jorge Sampaio, para a Câmara de Lisboa, Rebelo de Sousa teve de fazer uma campanha criativa para ganhar notoriedade. Fica para a história das campanhas o seu mergulho no rio Tejo nessas eleições autárquicas. A ideia era chamar a atenção para a poluição do rio de forma suficientemente espectacular e inusitada, para receber a maior atenção possível dos media. Convocados os jornalistas, Marcelo vai até a meio do Tejo num cacilheiro, mas desce para um barco de borracha de onde mergulha. Em óptima forma física, o candidato só temia apanhar alguma doença no mergulho. Mas as coisas iam acabando mal quando foi apanhado por uma corrente forte e quase perdeu os calções brancos às riscas verdes.
    • Tocar às campainhas com Guterres
      Marcelo Rebelo de Sousa e António Guterres conheceram-se através de António Barahona, um colega dos tempos do Liceu Pedro Nunes, quando ambos andavam na faculdade. Alunos brilhantes e católicos fervorosos, Marcelo e Guterres tinham muito em comum e, em conjunto com o padre Vítor Melícias, fundaram o Grupo da Luz – uma associação de jovens católicos – em 1970. Próximos a ponto de Marcelo ser um dos cerca de 20 convidados do casamento de Guterres com Luísa, foram grandes amigos. Mas quando ambos eram já líderes dos seus partidos, o secretário-geral do PS não resistiu a uma ferroada no seu velho companheiro. “Como é que se pode confiar num tipo que, quando saía de minha casa de madrugada, acordava a vizinhança toda tocando-lhes às campainhas?”, perguntou Guterres numa declaração ao “Expresso” que ficaria para sempre colada à imagem de Marcelo
    • Permanentemente preocupado com a saúde,

    Marcelo adora entrar em farmácias para descobrir as últimas novidades em medicamentos. Tanto que, na campanha das presidenciais, fez questão de entrar numa para comprar comprimidos para o estômago, antevendo a azia que Belém lhe pode provocar. Amigo há quase 40 anos de Marcelo, o médico Germano de Sousa conhece bem este lado do seu antigo vizinho. Quando moravam porta com porta, Germano não resistia a provocar o amigo quando o via de manhã, dizendo-lhe que estava com muito má cara. “Era o suficiente para ficar aflito”, conta o antigo bastonário da Ordem dos Médicos, a quem Marcelo pediu conselhos antes de se atirar ao Tejo na campanha para a Câmara de Lisboa, em 1989. “Devia ter tomado uma vacina, mas como só me perguntou na véspera, já não dava tempo de tomar nada.” Rebelo de Sousa ficou aflito com a resposta, mas arriscou. E não consta que tenham ficado sequelas do mergulho.

    • Irritar a Opus Dei
      No Verão de 1970, Marcelo Rebelo de Sousa estava a recuperar do desgosto amoroso de acabar o namoro com Teresa Beleza, irmã de Leonor Beleza, quando Mota Amaral o convenceu a participar num retiro da Opus Dei. Não era a primeira vez que a Obra tentava seduzir o jovem Marcelo para aderir à causa. Já antes, Adelino Amaro da Costa tinha feito essa aproximação. As coisas acabaram, porém, por não correr bem. Rebelo de Sousa aceitou ir para o retiro nos arredores de Coimbra, mas não resistiu às rotinas exigentes, que incluíam acordar às seis ou sete da manhã, tomar um banho de água fria e ir em jejum meditar sobre castidade e obediência. Ao fim de alguns dias, Marcelo junta um grupo de amigos – do qual faziam parte Miguel Beleza e Carlos Santos Ferreira – e vão para os copos em Coimbra. A graça correu mal aos jovens, que apanham uma grande repreensão e se afastam da Opus.
    • A clandestinidade na faculdade
      No ano lectivo de 1969/70, Marcelo Rebelo de Sousa resolveu criar “uma corrente estudantil que não fosse maoista nem PCP nem socialista” e surge o MAI (Movimento de Acção Académica). Apesar do nome pomposo, o MAI resumia-se basicamente ao próprio Marcelo e ao colega, dez anos mais velho, Cândido Igrejas Barreiro. Juntos, redigiam comunicados que espalhavam pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, defendendo a democracia e a demissão do ministro da Educação, José Hermano Saraiva. Marcelo diria ao jornalista Vítor Matos, autor da sua biografia, que o movimento deixou a PIDE perplexa por ter “um grau de clandestinidade exemplar”. Mas isso não corresponde à verdade, como o próprio Vítor Matos escreveu no seu livro: a polícia política do regime estava a par de todas as movimentações clandestinas do jovem estudante de Direito, que incluíam escrever artigos à mão e lançá-los dos andares superiores da faculdade para o átrio ou afixá-los nas paredes durante a noite.
    • Embaixador no futebol
      Em pleno PREC, Marcelo estava no Brasil quando foi assistir a um jogo amigável entre a selecção nacional e a selecção canarinha, enquanto vogal da direcção da Federação Portuguesa de Futebol. A situação era explosiva: Portugal estava em revolução, o Brasil oprimido por uma ditadura militar. Mas o clima em campo era ainda mais tenso, sobretudo depois de o português Nené se ter lesionado num choque com o guarda-redes brasileiro. José Maria Pedroto quis substituí--lo, mas já tinha feito três substituições e a conversa subiu de tom, com a selecção portuguesa a ameaçar abandonar o campo. No meio da confusão, foi Marcelo quem entrou no relvado do Estádio Serra Dourada de Goiânia e convenceu os jogadores a ficar, lembrando-lhes que, se não o fizessem, perderiam os 30 mil dólares que cabiam à Federação Portuguesa de Futebol. O argumento vingou. Portugal perdeu por 2-1. E o presidente do Brasil abandonou o estádio. Mas Marcelo salvou o dia.
    • A vichyssoise
      A vingança, como a vichyssoise, serve-se fria. E foi assim que Paulo Portas a serviu, quando tornou pública a história do que considerou ser uma traição de Marcelo, no “Parabéns”, um programa de Herman José na RTP1 que era, à época, um sucesso de audiências. O episódio serviu para colar à pele de Rebelo de Sousa a imagem de pessoa pouco confiável. Rezava a versão de Portas que Marcelo, como fonte do então director do “Independente”, lhe passou o relato de um suposto jantar no Palácio de Belém. Além do que por lá se tinha falado, Marcelo foi ao ponto de descrever a ementa, que começaria com a famosa sopa fria. Mas o acaso fez com que Paulo Portas encontrasse um dos constitucionalistas que supostamente teriam estado no dito jantar. Foi o suficiente para perceber que a história não correspondia à verdade. “Herman, era tudo mentira! Tudo mentira! Os nomes, as pessoas, o que cada um tinha dito e até a ementa”, contou Portas na televisão.
    • Pontos na língua
      Marcelo era líder do PSD, quando foi a uma reunião do PPE em Toulouse, onde era um dos oradores convidados. O problema foi ter partido um dente, quando estava a comer. O dente partido rasgou-lhe a língua e rapidamente o professor começou a sangrar da ferida. Foi preciso levar vários pontos na língua para conter a hemorragia. Mas isso não impediu Marcelo de discursar na reunião, falando em inglês e em francês, a muito custo, e com a língua cheia de pontos.
    • Fuga aos paparazzi em mota de água
      Quando Marcelo Rebelo de Sousa chegou à liderança do PSD, a sua vida pessoal começou a despertar o interesse da imprensa cor-de-rosa, que chegou a fotografá-lo com a namorada Rita Amaral Cabral para mostrar a mulher que o líder do PSD andava a “esconder” ao país. Por essa época, um fotógrafo do Tal&Qual foi para o Algarve com a missão de fotografar as férias do professor. Marcelo estava na praia com o filho Nuno quando se apercebeu de que estava a ser perseguido pelo paparazzo. Para evitar a reportagem indiscreta, atirou-se à água e começou a nadar. Nadador experimentado, Marcelo afastou-se a braçadas largas do repórter e foi a nado para outra praia. Ficou tão longe do sítio onde tinha deixado as coisas na praia que foi o filho Nuno quem o foi resgatar de mota de água, já a salvo dos olhares indiscretos dos fotógrafos.
    • Conversa com o bêbado
      Terminado um comício em Fafe, o líder do PSD procurava um sítio para jantar com a namorada Rita Amaral Cabral e o assessor de imprensa Zeca Mendonça quando foram parar a uma tasca, o único sítio aberto para comer àquelas horas. É aí que um homem já bêbado o aborda e lhe pede ajuda. Explica-lhe que a mulher está zangada com ele, mas que é uma grande fã do professor e que a única maneira de o perdoar e de o deixar entrar em casa é ser o próprio Marcelo a ir lá convencê-la. Marcelo vai. A mulher, que já estava de pijama, nem queria acreditar. Mas comoveu-se. E convidou o líder do PSD para uma patuscada que durou até às cinco da manhã.
    • As noites loucas
      “As noites loucas de Marcelo” era mesmo o nome de acções de campanha de Rebelo de Sousa na já célebre candidatura para a Câmara de Lisboa em 1989. A sessões decorriam numa das então mais famosas discotecas da capital, o Alcântara-Mar. Mas a veia noctívaga de Rebelo de Sousa – conhecido por dormir quatro a cinco horas por dia – não se fica por aí. Como professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Marcelo era conhecido pelos alunos por os acompanhar depois dos jantares de turma pela movida lisboeta. Consoante os estudantes eram mais ou menos betinhos, o professor seguia com eles para a Kapital ou para o Plateau, depois das grandes jantaradas que organizava e onde muitas vezes acabava a pagar a conta dos alunos que discretamente saíam antes da chegada da “dolorosa”. Pelas noites, o catedrático também abria os cordões à bolsa, pagando os copos dos universitários que o acompanhavam na ronda das capelinhas nocturnas.
    • Sopa na jornalista
      Marcelo é famoso pela forma como se retracta quando percebe que fez alguma coisa mal. Mas a jornalista do “Expresso” Cristina Figueiredo nem queria acreditar quando, à hora de jantar, o então líder do PSD lhe apareceu em casa, em Alfragide, para se desculpar por não lhe ter dado uma entrevista que lhe tinha prometido, preferindo ir ao programa de Margarida Marante, na SIC. Sozinha em casa com a filha bebé, Cristina foi apanhada de surpresa por um telefonema de José António Lima, director-adjunto, que a avisou de que Marcelo se preparava para ir lá a casa. Leva-lhe uma moldura e um pedido de desculpas por lhe ter “dado sopa”. Mas acabou por ser a jornalista a aquecer-lhe uma sopa, depois de o líder do PSD estar quase duas horas em sua casa sem ter jantado. “Então o que tem que se coma?”, perguntou Marcelo, depois de Cristina lhe ter perguntado se já tinha comido. Acabou nessa noite por tirar uma fotografia a Marcelo com a sua filha bebé ao colo que ainda tem na moldura na sala.
    • Mãos-largas
      As aventuras na política têm custado caro a Marcelo Rebelo de Sousa. Foram várias as vezes que pagou do seu próprio bolso acções de campanha, como aconteceu também nestas presidenciais. Uma das vezes foi na corrida à Câmara de Lisboa, quando resolveu comprar rosas para oferecer às senhoras. Noutra ocasião, já líder do PSD, lembrou-se de patrocinar a vinda de todas as crianças de todas as escolas de Celorico de Basto à Expo 98. A história é contada pelo jornalista Vítor Matos, na biografia de Marcelo Rebelo de Sousa, onde se revela que muitos dos miúdos a quem o líder social-democrata pagou a viagem nunca tinham ido sequer a Guimarães, quanto mais à capital. Ao todo, foram 2100 crianças em 38 autocarros. A brincadeira custou a Marcelo cerca de seis mil contos na moeda antiga, cerca de 30 mil euros.
    • Fazer chorar Ferreira Leite
      Quando Durão Barroso escolheu para ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, Marcelo fez um comentário contundente na TVI. “Quem não tem cão caça com gato”, avaliou o comentador, implacável na análise apesar de Manuela ser sua amiga. Ferreira Leite é que, conta o jornalista Vítor Matos na biografia de Marcelo, não terá gostado nada do comentário. A ministra social-democrata chegou a chorar com a avaliação feita pelo amigo. A verdade é que, noutras alturas, um elogio de Marcelo às “belas pernas” de Ferreira Leite arrancou uma sonora gargalhada à normalmente contida e sisuda social-democrata.
    • Tortura de sono a Vitorino
      As negociações para a revisão constitucional foram duras. Marques Mendes negociou horas com Jorge Lacão no parlamento. Mas no final foi Marcelo quem afinou os últimos pontos com António Vitorino, então ministro da Defesa e da Presidência de António Guterres e seu antigo aluno na Faculdade de Direito. Rebelo de Sousa esteve das três às seis e meia da manhã ao telefone com Vitorino para desbloquear os últimos pormenores da longa negociação. O ministro socialista tinha uma reunião com militares no dia seguinte às nove da manhã e, à medida que a conversa se alongava, ia ficando nervoso com a ideia de não conseguir dormir e muito ensonado. Para o líder do PSD, habituado a dormir pouco, era uma táctica negocial: com as resistências em baixo, António Vitorino cederia mais facilmente ao argumentário de Marcelo Rebelo de Sousa.


    © Fornecido por Jornal i

    https://ionline.sapo.pt/artigo/494376/as-20-loucuras-de-marcelo-rebelo-de-sousa?seccao=Portugal  - Margarida Davim 27/01/2016

    Coronavírus – (covid-19) Situação.

    situação do covid-19, segundo a OMS.

    https://experience.arcgis.com/experience/685d0ace521648f8a5beeeee1b9125cd

    Obras públicas: manipulação política dos processos de decisão.


    Mário Lopes


    Na sequência do “chumbo” da Linha Circular do Metro de Lisboa na Assembleia da República e do “chumbo” do aeroporto do Montijo por algumas autarquias, levantou-se um coro de “indignados” no PS e na comunicação social, contra a intromissão da AR na esfera do poder executivo, contra as coligações negativas, contra a “estupidez”, contra o bota-abaixo na AR, contra aqueles que são sempre do contra, contra os irresponsáveis que bloqueiam projectos que foram sujeitos a debate público, pareceres técnicos e Estudos de Impacte Ambiental (EIA), que há um tempo para debate, outro para decisão e agora é o tempo da execução, etc. Sobre a manipulação dos processos de decisão destes projectos pelo Governo, que pouco mais foram que encenações para induzir em erro a opinião pública de forma a justificar projectos indefensáveis do ponto de vista do interesse público, nem uma palavra.  O facto de os argumentos apresentados no debate público que demonstram que estes projectos estão mal fundamentados e são extremamente negativos para a competitividade da economia terem sido ignorados não lhes interessa nada. O facto de o Governo se recusar a divulgar alguns dos estudos que fundamentam estes projectos não lhes interessa nada. O facto de outros estudos terem conclusões mal fundamentadas e aparentemente encomendadas não lhes interessa nada. A única coisa que interessa aos boys e opinadores “indignados” é que, como o Governo montou estas encenações, agora o país tem a obrigação de o deixar desperdiçar centenas de milhões de euros de dinheiros públicos e comprometer o futuro da nossa economia.

    Vejamos em detalhe ambos os casos.

     

    Aeroporto do Montijo

    1. O estudo de procura, para justificar a longevidade do projecto: as conclusões, por não estarem fundamentadas, parecem ter sido encomendadas. Neste estudo, datado de 2016, as taxas de crescimento do tráfego de passageiros na Portela, de 2016 até ao presente, são muito inferiores às verdadeiras. E quanto ao médio e longo prazo, o estudo admite que a partir de 2025 a procura de tráfego aéreo de passageiros em Lisboa crescerá de forma igual ao PIB, a 2% ao ano. No entanto, como o próprio estudo reconhece, o tráfego aéreo tem crescido mais do que o PIB de forma consistente ao longo do tempo. O crescimento médio na Portela, entre 1970 e 2017, foi de 5,4% ao ano. Os estudos de procura da Airbus apontam para um crescimento de 4,8% a nível mundial durante a próxima década. E o tráfego em Lisboa tem subido mais do que a média mundial de forma consistente há muitos anos. Se se admitir o valor da Airbus, que não tem o menor interesse em falsear este tipo de estudos para não perder dinheiro, a solução Portela+Montijo saturará em 2030 e não em 2062, ou seja, não é uma solução para a falta de capacidade aeroportuária de Lisboa, mas apenas um remendo temporário e um desperdício de recursos. 2. No EIA, afirma-se que a solução Montijo é mais barata e rápida de construir que um aeroporto novo em Alcochete. É verdade se se comparar com um aeroporto novo com duas pistas e uma capacidade cinco vezes maior do que o aeroporto do Montijo. Mas é falso se se comparar com uma 1.ª fase em Alcochete de capacidade semelhante ao aeroporto do Montijo. Ou seja, o EIA é intelectualmente desonesto na comparação com a principal alternativa.

     

    Linha Circular do Metro  de Lisboa

    1. Os principais argumentos que o Metro e o Governo apresentam para a justificar são: permite melhorar a frequência, ou seja, reduzir os intervalos de tempo entre comboios, e permite uma ligação directa do Cais do Sodré ao eixo central (Entrecampos a Marquês de Pombal), para onde se dirige a maior parte dos passageiros vindos da Linha de Cascais. É verdade, mas só comparando com a situação em 2017, quando o Governo anunciou a construção da Linha Circular, pois a falta de material circulante  e pessoal obrigava a aumentar os espaçamentos entre comboios e a Linha Amarela não liga à Linha de Cascais. É falso se se comparar com a alternativa do anterior plano de expansão, o prolongamento do Rato para Alcântara. Ou seja, para enganar a opinião pública bastou a nuance de não comparar a Linha Circular com a alternativa mas com a situação existente. Ainda por cima, a alternativa de Alcântara é mais barata se a linha aí chegar em viaduto. 2. O Governo diz que tem um estudo que mostra que a Linha Circular é a melhor alternativa para atrair mais passageiros para  o Metro. Para “concluir” isso, comparou com uma alternativa ainda pior, que seria o prolongamento da Linha Vermelha só até Campo de Ourique, portanto sem ligar à Linha de Cascais. Ou seja, o estudo não demonstra que a Linha Circular é a melhor opção, apenas demonstra que não é a pior, o que é diferente. Além disto, o Governo não mostra o estudo, diz que é confidencial, mas não diz porquê. É como se dissesse: “Temos um estudo que mostra que a nossa opção é a melhor, mas não queremos que ninguém possa comfirmar isso.” Isto é um processo de decisão transparente e credível?


    Professor auxiliar do Instituto Superior Técnico

    CTT

    Empresa tem oito meses para reabrir 27 estações  de correios em todo o país.

    CTT: Aljustrel passou “a ter pessoal competente que sabe do ofício”. Os Correios reabriram em Aljustrel.  No mesmo edifício onde era frequente  o protesto dos cidadãos pelo mau serviço prestado pela gestão privada, observa-se agora um ambiente de satisfação. A loja dos correios de Aljustrel foi o quinto estabelecimento reaberto depois de Vila Flor, Alpiarça, Melgaço e Redondo, dos 33 que foram encerrados em sedes de concelho de norte a sul de Portugal ao longo dos últimos anos.

    Ainda há 27 municípios sem estações de correio!!!

    A Anacom exigiu então que todos os municípios tivessem uma estação ou um posto com toda a panóplia de serviços assegurados nas estações, e em condições equivalentes.

    sexta-feira, 13 de março de 2020

    O “menino bonito” (Rui Rangel)

    Quem levou Rui Rangel ao colo até aos píncaros da fama também tem de reflectir sobre o que fez e deixou de fazer!

    Conheci mal o Ex-juiz Rui Rangel. Quando cheguei à carreira, no princípio dos anos 90, estava ele a sair muito mal visto e chamuscado do cargo de secretário-geral da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP). Tirando a participação num curso de jornalismo judiciário que ele organizou e meia dúzia de contactos fugazes há muitos anos, nunca foi pessoa com quem tivesse intimidade ou relacionamento social ou profissional próximo. A última vez que falámos foi em 2007 e a conversa acabou mal. Por causa de uns disparates que tinha escrito num artigo de opinião sobre o “caso Esmeralda”, teve um processo disciplinar por violação do dever de reserva e queria que a ASJP o apoiasse publicamente. Não gostou da resposta que ouviu e nunca mais falámos. Rui Rangel era um severo crítico da justiça e dos juízes e serviu-se bem desse papel de “maledicente útil”, que lhe abriu portas em muitos lados. Gabava-se de ter pouquíssimos amigos na magistratura e era verdade. A generalidade dos juízes não gostava dele. As histórias que se ouviam do passado não ajudavam e sobretudo ninguém lhe reconhecia legitimidade ética nem representatividade para passar a vida nas televisões e nos jornais a puxar orelhas e dar sermões sobre tudo e mais alguma coisa, com indisfarçável sobranceria. Agora é fácil dizer que os sistemas internos de controlo e responsabilização foram complacentes com um juiz à volta de quem já existiam demasiadas dúvidas, visíveis para toda a gente. Já não é o primeiro jornalista que me diz isso em conversas informais. Talvez. Mas isso não explica tudo. As análises sobre as causas e consequências da ascensão e queda do mediático Rui Rangel não podem passar ao lado de um segmento de responsabilidade moral de que também se tem de falar. Se ele caiu pelos erros que cometeu e se demorou tanto a cair por inércia do sistema, é preciso dizer que a queda só foi tão estrondosa porque alguém o fez subir mais alto do que ele valia e merecia. Rui Rangel era irmão de um jornalista famoso, muito querido e influente na classe, que criou dois órgãos de comunicação social importantíssimos e deu trabalho a muita gente. Isso contribuiu muito para que o levassem ao colo como o “menino bonito” da imprensa durante mais de 20 anos. Rui Rangel tinha escancaradas as portas das televisões, das rádios e dos jornais e não eram poucos os jornalistas que se derretiam com a sua presença. Se havia um caso na justiça, lá estava ele a comentar. Se vinha uma lei nova sobre qualquer coisa, lá iam a correr saber o que ele achava. Se mudava o ministro, era preciso perguntar a opinião dele. Deram-lhe um programa semanal para se exibir e ganhar mais notoriedade. Até nas revistas cor de rosa a dançar com as namoradas ou a entrar em festas VIP o dr. Rangel tinha lugar. Depois, criou a Associação de Juízes pela Cidadania, com 13 juízes amigos, bem-intencionados mas ingénuos, e foi todo um outro novo palco que se abriu. Para a imprensa era indiferente que a associação em nome de quem passou a falar não tivesse qualquer tipo de representatividade. Agora já nas vestes de uma legitimidade que nunca teve, continuava a ser o “menino bonito” com lugar cativo nas televisões. No mundo da política passou a ser um interlocutor válido, a quem se pediam pareceres sobre projectos legislativos. É evidente que toda esta exposição desmedida colocou Rui Rangel num pedestal de notoriedade e influência, que certamente lhe deu uma rede de contactos e proximidade a outros centros de interesse e influência que como simples juiz nunca teria. E é aqui que começam a surgir algumas questões ao lado das quais não podemos passar. Se for verdade o que se diz, então essas pessoas todas que agora acusam o sistema de justiça se ter fechado os olhos também não viram nada? Os carros de alta cilindrada, os fatos caríssimos, os jantares em restaurantes de luxo, a presença nas festas dos famosos? Tudo isso de que agora falam não era visível? Pois é, quem levou o “menino bonito” ao colo até aos píncaros da fama também tem de refletir sobre o que fez e deixou de fazer. A imprensa tem o poder de endeusar, de criar personalidades e de promover pessoas, sem que algumas tenham qualidade ou merecimento, esquecendo a sua relevante função social. Depois, quando a pessoa inevitavelmente cai, são os primeiros a apontar o dedo. O Pinóquio teve um pai.


    Manuel Soares

    Presidente da Direcção da Associação Sindical dos Juízes Portugueses

    quarta-feira, 11 de março de 2020

    EVITAR O DESPERDÍCIO TAMBÉM É POUPAR

    O desperdício alimentar acontece todos os dias com milhares de famílias portuguesas. Mas saber evitar o desperdício também é poupar.

    Por isso, decidimos reunir algumas dicas que o vão ajudar a evitar o desperdício em sua casa e a transformar este problema numa solução de poupança.

    https://www.intermarche.pt/momentos-intermarche/momentos-de-poupanca-e-sustentabilidade/acabe-com-o-desperdicio-alimentar/?utm_source=plista&utm_medium=display&utm_term=&utm_content=banner&utm_campaign=Intermarche_Março_2020

    Morreu o banqueiro que deixou uma conta de 4,7 mil milhões para o Estado pagar.

    O Estado… isto é todos nós!

    O valor final do caso BPN ainda pode chegar aos 10 mil milhões de euros, mas ainda assim Oliveira Costa, que morreu esta terça-feira, pôde viver na sua casa de luxo em Lisboa sem cumprir um dia de prisão a que foi condenado.

    Eram 18h45 de um fim-de-semana quando José de Oliveira Costa saiu da sua casa em Lisboa, entre o Largo do Rato e a Estrela. Era Novembro de 2018 e assinalavam-se exactamente 10 anos desde as primeiras notícias de irregularidades no Banco Português de Negócios (BPN) e o homem que geriu o banco entre 1998 e 2008 passava agora ao lado da marisqueira Sem Vergonha, situada ao lado de sua casa.
    Oliveira Costa mora no 5º andar de um prédio de luxo. Cá em baixo, à sua espera estava alguém que se identificou apenas como "um amigo de longa data". O Ex-banqueiro não quis falar com a SÁBADO e o amigo disse apenas que Oliveira Costa ia "fazer fisioterapia".
    Os dois homens viraram costas e seguiram lentamente, de braço dado, a conversar. Sobre os ombros de Oliveira Costa pesavam talvez dois números: 15 e 12 anos de prisão. O primeiro é a pena a que foi condenado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento e fraude fiscal qualificada no âmbito do processo principal do caso BPN.
    Na decisão de Maio de 2017 (rectificada há poucos dias, a 16 de Novembro), o Juízo Central Criminal de Lisboa não poupou nos termos: "culpa elevada (…) excepcionalmente grave ilicitude (…) estratégia pensada delineada e estruturada ao pormenor, que permitiu durante oito anos a omissão de registos contabilísticos (…) comportamento delituoso em vários negócios concretos (…) um montante de €9.253.246,09 de que se apropriou".
    Também em Novembro, Oliveira Costa foi condenado a 12 anos de prisão por dois crimes de burla relacionados com negócios não financeiros, tendo a sentença termos como "gravíssimo dolo" e atitudes "oportunistas, gananciosas e sem escrúpulos".
    Os processos estão em sede de recurso e não há horizontes para saber se o Ex-banqueiro alguma vez será preso. Em seu crédito tem oito meses de prisão preventiva (entre Novembro de 2008 e Julho de 2009) e 16 meses de prisão domiciliária (de Julho de 2009 a Novembro de 2010).
    Usufruto em vida
    Oliveira Costa reformou-se em Fevereiro de 2008, meses antes de rebentar o escândalo BPN. Em Março separou-se judicialmente de pessoas e bens, mas continuou a viver com a mulher, com quem tem dois filhos. Isolou-se socialmente e como trabalhou três décadas no Banco de Portugal tem uma reforma de €2.600 (metade retida para fazer face às dívidas).
    Desde 2010, o Estado injectou 4,725 mil milhões de euros no BPN. Ou seja, há oito anos que cada português dá €59,06 todos os meses para pagar a gestão de Oliveira Costa. Para 2019, o Orçamento do Estado pede mais 548 milhões, e o enredo está a meio. Segundo o Jornal de Negócios, as sociedades-veículo criadas pelo Estado para ficarem com os activos do BPN (Parvalorem, Parups e Parparticipadas) tinham em 2017 capitais próprios negativos de 4,9 mil milhões de euros.
    O saldo final do BPN pode então custar mais de 10 mil milhões de euros - verba que daria para pagar toda a despesa com saúde pública prevista para 2019.
    Apesar destes números desastrosos para as contas públicas, o Ex-banqueiro conseguiu compaixão do Estado. Oliveira Costa mora no apartamento da Avenida Álvares Cabral em regime de usufruto em vida. O Estado - neste caso a Parvalorem - só vai alienar o imóvel quando Oliveira Costa morrer.
    O património foi um dos episódios do processo. Parecendo adivinhar o que aí vinha, Oliveira Costa fez uma partilha de bens com a mulher a 10 de Março de 2008. No documento, a que a SÁBADO teve acesso, o casal dividiu entre si 6,5 milhões de euros. Cada um ficou com metade, mas à mulher calhou o que era seguro (ver caixa).
    O Ministério Público (MP) não acreditou na bondade da separação e foi deitando a mão ao que pôde. Em 2013, Maria Yolanda acordou passar para a Parvalorem os imóveis, com um valor patrimonial tributário de 887 mil euros. Foi neste acordo que o Estado cedeu o usufruto em vida da casa de Lisboa. Um dos imóveis que passaram para o Estado, apurou a SÁBADO, foi vendido este ano (ver caixa).
    Oliveira Costa, nascido em 1935 em contexto rural e humilde, caminhou em frente até ao Jardim da Estrela, que atravessou vagarosamente e depois para casa, uma hora após a partida. Estava feita a "fisioterapia". O Ex-banqueiro do BPN subiu depois no elevador até ao seu quinto andar, de onde, com vista para Lisboa e o rio, espera sentado.

    https://www.sabado.pt/dinheiro/detalhe/morreu-o-banqueiro-que-deixou-uma-conta-de-475-mil-milhoes-para-o-estado-pagar?ref=Geral_DestaquesHP_portugal

    Teste Rápido para despistagem de racistas…

    Este teste foi aprovado pela mesma entidade que   aprovou as recentes OPAs em Portugal, por isso é 100% fiável e de natureza altamente intelectual.


    Tem de responder rápido (instintivamente):

                 Num galinheiro existiam 30 galinhas.

                 Um preto levou 10.

                 Quantas galinhas ficaram no galinheiro?


    Resultado:


                 Se respondeu 20 galinhas - É RACISTA

                 Se respondeu 40 galinhas - Não é racista.


    Explicação:


    Se havia 30 e o preto levou mais 10, ficaram 40 galinhas.

    Ninguém disse que o preto as tinha roubado.

    Sinfonia nº 8 em si menor, D. 759, “Inacabada”

    Um administrador de Empresa adepto da doutrina neoliberal recebeu um convite para assistir a um concerto e ouvir a "Sinfonia Incompleta" de Franz Schubert.

    Estando impossibilitado de comparecer, deu o convite ao seu Consultor para a Organização, Sistemas e Métodos.


    Na manhã seguinte o administrador perguntou-lhe se tinha gostado do concerto. Ao invés de comentários sobre o que ouvira e vira, recebeu o seguinte Relatório:

    R. nº 13/04

    De: Organização, Sistemas Métodos

    Para: Administração

    Refª: Schubert - Sinfonia Incompleta

    1- Por um período considerável de tempo, os músicos com oboé não tinham nada para fazer. O seu número deveria ser reduzido e o seu trabalho redistribuído pelos restantes membros da orquestra, evitando-se assim estes picos de inactividade;

    2- Todos os violinos da primeira secção, doze ao todo, tocavam notas idênticas. Isso parece ser uma duplicação desnecessária de esforços e o número de violinos nessa secção deveria ser drasticamente reduzido. Se for necessário um volume de som alto, isso poderia ser obtido através do uso de um amplificador;

    3- Muito esforço foi despendido ao tocarem semitons. Isto parece ser um preciosismo desnecessário e seria recomendável que as notas fossem executadas no tom mais próximo. Se isso fosse feito, poder-se-iam utilizar estagiários em vez de profissionais;

    4- Não há utilidade prática em repetir com os metais a mesma passagem já tocada pelas cordas. Se toda esta redundância fosse eliminada, o concerto poderia ser reduzido de duas horas para apenas vinte minutos;

    5- Enfim, resumindo as observações dos pontos anteriores, podemos concluir que se o Sr. Schubert tivesse dado um pouco de atenção a estes pontos, talvez tivesse tido tempo para terminar a sua sinfonia.

    Desconheço a autoria, mas está fantástico.

    terça-feira, 10 de março de 2020

    Indemnizações a futebolistas alarmam seguradoras e clubes.

    O caso Brassard abriu o caminho em 2003.

    As seguradoras queixam-se de perdas substanciais  e os prémios pagos pelos clubes ultrapassam os 18 milhões  de euros anuais. Sá Pinto, Liedson ou Abel Ferreira  são alguns dos Ex-futebolistas a quem os tribunais  deram razão por lesões ocorridas anos antes.

    “As seguradoras discordam  dos valores das indemnizações calculadas, em muitos casos, com base em elevadas remunerações.”

    “1,3 valor, em milhões de euros, que Abel Ferreira recebeu de indemnização por uma lesão, diluído numa pensão mensal actualizada anualmente”

    “Existem muitos outros custos que podem e devem ser reduzidos, como, por exemplo, os custos crescentes com a intermediação”

    “O meu caso tomou proporções tais,  que levou o Governo  a mudar a lei.”   Fernando Brassard Ex-futebolista”

    O caso Brassard abriu o caminho em 2003. Antigo jogador e agora treinador de guarda-redes na Federação Portuguesa de Futebol recebeu uma pensão vitalícia de 3300 euros mensais por causa de uma lesão contraída num treino. Antigo jogador e agora treinador de guarda-redes na Federação Portuguesa de Futebol recebeu uma pensão vitalícia de 3300 euros mensais por causa de uma lesão contraída num treino.

    “A UE está a fazer o sonho de Trump: militarizar a fronteira”

    Gerald Knaus Considerado o arquitecto do plano entre a União Europeia e a Turquia, defende uma segunda versão do acordo aproveitando o que funcionou e melhorando o que falhou.

    “Este é um momento de grande perigo, não só para o regime  de refugiados  que vigora desde 1951 mas para  o Estado  de direito que é o que une a UE”.

    “Se algo que está nos tratados europeus, nas convenções internacionais, pode ser abolido, o que impede  os países de abolir o direito  de liberdade de expressão?”

    Aeroporto de Lisboa: ética precisa-se.

    Felizmente,  os engenheiros têm uma Ordem que saberá avaliar quem, neste caso, violou os seus estatutos”

    Opinião: O engenheiro Pompeu Santos escreveu um artigo de opinião na edição de 24 de Fevereiro do PÚBLICO com o sugestivo título “Aeroporto de Lisboa: ética precisa-se”, onde tece um  conjunto de considerações sobre  a proposta de um aeroporto em Alverca que, por serem falsas, exigem correcção. Por outro lado, não se cingindo a uma análise técnica da questão, resolveu questionar a idoneidade profissional dos engenheiros que subscrevem essa proposta, considerando que os mesmos “desprestigiam a engenharia e a confiança dos cidadãos nela”. Dadas as incorrecções propaladas pelo eng.º Pompeu Santos e as insinuações que faz, somos a requerer o direito de resposta que nos assiste. Comecemos pelos factos. Não é verdade que a pista proposta para o Mouchão da Póvoa, frente a Alverca, se situe “dentro do Tejo”.  A pista desenvolve-se, toda ela, sobre uma parte do terreno do mouchão, que se encontra completamente inviabilizado no seu aproveitamento agrícola desde que, em 2016, um dique de protecção colapsou e nada foi feito para evitar a completa salinização do mouchão. Aliás, só devido a esse facto é que se começou a encarar a possibilidade de aproveitar essa área para aí localizar uma pista com 4200m, tal como previa o caderno de encargos da privatização da ANA, e que o designado aeroporto do Montijo não respeita. Por outro lado, o eng.º Pompeu Santos contesta que a “estimativa de custo do aeroporto em Alverca (tenha um) valor de 1750 milhões de euros”, comparando-o com o valor de €4 a 5 milhões estimado para o aeroporto de Alcochete (CTA), concluindo daí que essa estimativa “não é séria”. O eng.º Pompeu Santos omite duas coisas nesta sua comparação. A primeira é que no CTA a área a terraplanar para a construção das suas duas pistas é incomensuravelmente maior do que a área necessária para a pista de Alverca, sendo este valor da mesma ordem de grandeza da do Montijo, localizado em solos do mesmo tipo, caso seja executado o taxiway que o caderno de encargos exige. Em segundo lugar, omite que o processo construtivo proposto para a pista de Alverca é idêntico ao realizado no aeroporto da Madeira, com a diferença de aí os pilares terem cerca de 50m de altura (contra os 6m em Alverca), assentes sobre estacas com uma profundidade que varia entre os 30 e os 40m. Ora, foram exactamente estes valores que foram considerados pelo eng.º Segadães Tavares (autor do projecto do aeroporto da Madeira) para estimar o custo da pista em Alverca, sendo que as áreas de segurança envolventes da pista de Alverca, com 60m de largura, podem aqui ser realizadas em aterro, ao invés das áreas de segurança da pista do aeroporto da Madeira em que se desenvolvem numa laje de betão armado suportada por pilares assentes em estacas. Segue-se a questão da possibilidade de subida do nível do Tejo e a eventual inundação da pista de Alverca, atendendo a que o mouchão se desenvolve em cotas da ordem dos 2m. Como atrás referido, a pista ficaria à cota de 6m, com folga acima do nível de máxima cheia do Tejo conjugada com o nível de preia-mar de águas vivas acrescida da subida do nível médio do mar de acordo com os cenários oficiais mais pessimistas do IPCC. Contrariamente ao que afirma o eng.º Pompeu Santos, nunca os subscritores da proposta de Alverca manifestaram a sua preocupação “com a possibilidade de, com a subida do nível do mar, o aeroporto do Montijo vir a inundar”, pois, como é sabido, um dos custos da sua realização reside precisamente em elevar a área da plataforma aeroportuária para a cota de 5m. Em Alverca, a cota seria ainda superior (6m). Trata-se, por isso, de uma manobra de desinformação para iludir os leitores sobre o que está verdadeiramente em causa. O mais surpreendente, porém, é a afirmação de que, caso o aeroporto de Alverca fosse realizado, “teria de ser construída uma nova auto-estrada até Lisboa”, dado que o tráfego gerado pelo novo aeroporto (apontado como sendo “da ordem de 50 a 60 mil passageiros (?) por dia”) esgotaria a capacidade da A1. Ora, essa situação nunca ocorreria devido a um conjunto de razões, que são omitidas pelo eng.º Pompeu Santos. Desde logo porque a acessibilidade a Alverca pode ser feita pela CREL (para todo o tráfego dos corredores de Loures, Sintra e Cascais, que geram mais de 40% do tráfego na Portela, não utilizando por isso a A1), como pelo IC2, que funciona como alternativa à A1 para o tráfego de Lisboa. Mas o mais importante é que Alverca tem uma estação de comboio contígua, da Linha do Norte, quadruplicada até Lisboa, que permite ligações à estação do Oriente, Santa Apolónia e a todas as estações da linha de Cintura, e daí às linhas do Metropolitano de Lisboa (ML). Numa altura em que se fala em potenciar a utilização do transporte colectivo (e em que a chegada do ML à Portela se revelou um sucesso em termos de procura), esta possibilidade é indiferente ao eng.º Pompeu Santos. Por último, a proposta do aeroporto em Alverca prevê a construção de um comboio ligeiro automático que o liga ao da Portela, ao mesmo tempo que serve um parque de estacionamento dissuasor servido pela CRIL e IC2. Pelos vistos, esta possibilidade também não entra nas “contas” do eng.º Pompeu Santos. Para além desta forma (essa sim pouco séria) de abordar a alternativa de Alverca, o que não pode deixar de se lamentar é o facto de estas questões terem sido discutidas e esclarecidas num debate realizado a 16 de Janeiro na Casa da Imprensa, para o qual o eng.º Pompeu Santos foi convidado a defender o aeroporto do Montijo, e onde lhe foram demonstrados os erros em que baseava a sua crítica à alternativa de Alverca. Ao contrário do seu artigo, nunca nesse debate se pôs em causa a sua idoneidade, centrando-se a discussão nas questões técnicas relativas a cada uma das soluções e nas suas implicações para o aeroporto e população de Lisboa. Quanto à necessidade de ética no exercício da profissão de engenheiro, felizmente, os engenheiros nacionais têm uma Ordem profissional que saberá avaliar quem, neste caso, violou os seus estatutos.

     

    António Segadães Tavares engenheiro civil, autor dos projectos premiados da ampliação do aeroporto da Madeira e do Pavilhão de Portugal da Expo 98, entre outros

    António Carmona Rodrigues engenheiro civil, professor da UNL, Ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa 

    António Gonçalves Henriques, engenheiro civil, professor do IST, Ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente Fernando Nunes da Silva engenheiro civil, urbanista, professor do IST

    José Furtado, engenheiro civil especialista em planeamento estratégico de infra-estruturas de transporte

    Luís Póvoas Janeiro  professor da Universidade Católica

    Ricardo Reis  professor da Universidade Católica

    Rui Vallejo de Carvalho  professor da Universidade Católica