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quarta-feira, 8 de março de 2023

Retracto de uma Desconhecida de Daniel Silva

Sinopse

Na nova e deslumbrante obra-prima de Daniel Silva, autor número um do top de vendas do The New York Times, Gabriel Allon embrenha-se numa aventura trepidante para descobrir o maior falsificador de arte de todos os tempos.
Após o seu afastamento dos serviços secretos israelitas, o lendário espião e restaurador de arte Gabriel Allon instala-se discretamente em Veneza, o único lugar onde conseguiu ter paz. A sua bela esposa, Chiara, dirige a Restauro Tiepolo e os seus dois filhos de tenra idade frequentam uma scuola elementare do bairro. Enquanto isso, Gabriel dedica os dias a deambular pela ruas e pelos canais da cidade aquática, libertando-se dos demónios do seu passado trágico e violento.
Mas quando Julian Isherwood, o extravagante e marchand de arte londrino, lhe pede para investigar as circunstâncias que rodeiam a redescoberta e lucrativa venda de um quadro centenário, Gabriel não demora a descobrir que a obra em questão, o retracto de uma mulher anónima atribuído a Anton van Dyck, é quase com toda a certeza uma falsificação feita com uma mestria diabólica.
Para encontrar a misteriosa personagem que pintou o quadro — e desvendar uma fraude multimilionária na cúspide do mundo da arte —, Gabriel arquiteta um dos planos mais complexos da sua carreira. E para ser bem-sucedido, vai ter de se converter na imagem especular do homem que persegue: o maior falsificador de quadros da história.

Bertrand.pt - Retrato de uma Desconhecida

A Cortina de Ferro de Anne Applebaum

SINOPSE

No final da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética controlava um vastíssimo território na Europa de Leste. Estaline e a sua polícia secreta estavam determinados em transformar doze países radicalmente diferentes num novo sistema político e moral: o comunismo.
Anne Applebaum (vencedora do Prémio Pulitzer com Gulag) apresenta nestas páginas o trabalho definitivo sobre como surgiu a Cortina de Ferro e como era a vida do outro lado. A autora descreve em pormenor o modo como os partidos políticos, a Igreja, os meios de comunicação, as organizações juvenis, em suma, todas as instituições da sociedade civil foram rapidamente desmanteladas. Explica como a polícia secreta foi organizada e como todas as formas de oposição foram atacadas e destruídas. Como resultado, num período de tempo surpreendentemente curto, a Europa de Leste foi completamente estalinizada.
Recorrendo a documentos que estiveram inacessíveis por muito tempo e a fontes desconhecidas no Ocidente, Anne Applebaum segue as táticas comunistas a caminho do poder, as ameaças, os abusos e os assassínios. Conta ainda histórias individuais para mostrar as opções que foram apresentadas aos intervenientes: lutar, fugir ou colaborar.
A Cortina de Ferro constitui uma espantosa história de um período brutal e uma lembrança preocupante de quão vulneráveis são as sociedades livres.

Bertrand.pt - A Cortina de Ferro

CRÍTICAS

«A Cortina de Ferro é um livro excecionalmente importante que desafia de forma eficaz muitos dos mitos das origens da Guerra Fria. Um trabalho sábio, percetivo, notavelmente objetivo e brilhantemente pesquisado.»
Antony Beevor, autor de Rússia – Revolução e Guerra Civil (1917-1921), A Queda de Berlim (1945), A Segunda Guerra Mundial
«Este livro de ótima leitura de Anne Applebaum distingue-se pela sua capacidade de descrever e evocar a experiência pessoal e humana da sovietização em detalhes vívidos, com base em extensas pesquisas originais e entrevistas com aqueles que se lembram.»
Timothy Garton Ash, autor de Liberdade de Expressão – Dez princípios para um mundo interligado e Free World – A América, a Europa e o Futuro do Ocidente
«Despende-se tanto esforço a tentar compreender a democratização nos dias de hoje, e tão pouco se faz para tentar compreender os processos opostos. Anne Applebaum corrige esse desequilíbrio, explicando como e por que motivo as sociedades sucumbem ao domínio totalitário. A Cortina de Ferro é uma descrição profunda e eloquente dos acontecimentos que ocorreram há pouco tempo e em lugares não muito distantes – eventos que contêm muitas lições para o presente.»
Fareed Zakaria, autor de O Mundo Pós-Americano

CRÍTICAS DE IMPRENSA

«Um relato tragicamente íntimo da imposição do comunismo na Europa Central. Eis um mundo em que as autoridades políticas encerram sociedades de canto coral, clubes de observação de aves, tudo o que possa alimentar uma esfera social independente. A história é contada com engenho e com domínio científico.»
David Frum, The Daily Beast «A Cortina de Ferro de Anne Applebaum é certamente a melhor obra de história moderna que já li.»
A. N. Wilson, Financial Times

terça-feira, 7 de março de 2023

A PERSEGUIÇÃO



Michel Foucault

A perseguição é mais ou menos como o amor: não precisa de reciprocidade para ser verídica. A perseguição, creio, não consiste em ter perseguidores mas, antes, em ser perseguido. Experiência irredutível e autónoma, no sentido de que prescinde muito bem dos outros. No fundo, não precisamos dos outros para sermos perseguidos.

Claro, o rosto de outrem se contrai, os outros estão extremamente próximos, sem nenhuma distância, iminentes, debruçados sobre suas vítimas. E, no entanto, na experiência da perseguição, não é isso o essencial. Ser perseguido é ter uma certa relação com a linguagem. É não poder usar a primeira pessoa, não poder dizer eu, sem sentir esse eu como aberto, como fracturado pelos outros, por eles, por todos esses eles que me cercam. Ser perseguido é não poder falar sem que essa fala escape àquele que fala, fuja ao seu controle e, girando ao redor de si mesma, se volte contra ele, pronunciada agora por um outro, pelos outros. Ser perseguido é falar num mundo absolutamente silencioso, onde ninguém, onde ninguém responde; mas, inversamente, logo que paramos de falar e nos empenhamos um pouco em ouvir, escutamos nossas próprias palavras, refluindo até nós, confiscadas pelos outros, metamorfoseadas e, agora, hostis e letais.

O perseguido ouve o silêncio do mundo — mas um silêncio todo murmurante de palavras que são o avesso de sua própria linguagem.

Publicado na Folha de S.Paulo, domingo, 21 de Abril de 1985

VAMOS CONVERSAR

(Adaptado dum texto recebido)

Uma professora de português deu uma aula especial.

Não sou homofóbica, transfóbica, gordofóbica. Eu sou professora de português.

Estava eu a explicar um conceito de português e chamaram-me desrespeitosa.

Estava eu a explicar por que razão não faz diferença nenhuma mudar a vogal temática de substantivos e adjectivos para ser "neutre".

Em português, a vogal temática na maioria das vezes não define o género. Género é definido pelo artigo que acompanha a palavra.

Passo a exemplificar:

O motorista. Termina em A e não é feminino.

O poeta. Termina em A e não é feminino.

A acção, depressão, impressão, ficção. Todas as palavras que terminam em acção são femininas, embora terminem com O.

Boa parte dos adjectivos da língua portuguesa podem ser tanto masculinos quanto femininos, independentemente da letra final: feliz, triste, alerta, inteligente, emocionante, livre, doente, especial, agradável, etc..

Terminar uma palavra com E não faz com que ela seja neutra.

A alface. Termina em E e é feminino.

O elefante. Termina em E e é masculino.

Como o género em português é determinado muito mais pelos artigos do que pelas vogais temáticas, se querem uma língua neutra, precisam criar um artigo neutro, não encher um texto de X, @ e E.

E mesmo que fosse o caso, o português não tem género neutro. Teriam que mudar um idioma inteiro para combater o "preconceito".

O meu conselho é: em vez de insistir tanto na questão do género, entendam, de uma vez por todas, que género não existe, é uma coisa socialmente construída.

O que existe é sexo.

Entendam, em segundo lugar, que género linguístico, género literário, género musical, são coisas totalmente diferentes de "género".

Não faz absolutamente diferença nenhuma mudar géneros de palavras.

Isso não torna o mundo mais acolhedor.

E entendam em terceiro lugar, que podiam tirar o dedo do mostrador e pararem de dizer patetices e dedicarem-se a alguma coisa que realmente fizesse a diferença para melhorar o mundo, em vez de ficarem a arranjar discussões sem sentido.

Tenham atitude! (Palavra que termina em E e é feminina).

E parem de ficar militando no sofá! (palavra que termina em A e é masculina).

Quando me perguntam porque sou de direita, esta é a explicação:

Quando um tipo de direita não gosta de armas, não as compra.

Quando um tipo de esquerda não gosta de armas, quer proibi-las.

Quando um tipo de direita é vegetariano, não come carne.

Quando um tipo de esquerda é vegetariano, quer fazer campanha contra os produtos à base de proteínas animais.

Quando um tipo de direita é homossexual, vive tranquilamente a sua vida.

Quando um tipo de esquerda é homossexual, faz um alvoroço e inventa que está a ser vítima de homofobia.

Quando um tipo de direita é ateu, não vai à igreja, nem à sinagoga, nem à mesquita.

Quando um tipo de esquerda é ateu, não quer que alusões a Deus ou a uma religião sejam feitas em público.

Quando a economia vai mal, o tipo de direita diz que é necessário arregaçar as mangas e trabalhar mais.

Quando a economia vai mal, o tipo de esquerda diz que os malvados dos patrões são os responsáveis e param o país.

Conclusão final:

Quando um tipo de direita lê este texto, sorri, concorda que infelizmente é uma realidade e até compartilha.

Quando um tipo de esquerda lê este texto, insulta-te e rotula-te de fascista, nazi, genocida, etc..

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A pergunta sem resposta’:

Como é que posso respeitar quem se diz de esquerda, actuando como está exemplificado no texto acima?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Descendem de portugueses estas 26 celebridades mundiais

Descendentes de corajosos emigrantes de sangue lusitano

Fique a conhecer algumas das celebridades mundiais de origem portuguesa, descendentes de corajosos emigrantes de sangue lusitano.

Apesar da excelente gastronomia, do clima, da história, das pessoas, Portugal viveu durante vários períodos da sua existência crises financeiras e vários portugueses viram-se forçados a procurar melhores condições de vida noutros pontos do globos.

Comecemos com uma rápida visita ao mundo musical:

  1. Glenn Alan Medeiros

    1. Nos anos 80, a música “Nothing’s Gonna Change My Love For You” fez sucesso mundial. O cantor deste êxito, Glenn Alan Medeiros, que nasceu no Havai, e que actualmente é professor de música nos Estados Unidos, é descendente de portugueses, mais especificamente de açorianos.

  2. Daniela Mercury

    1. Daniela Mercury é uma das mais populares cantoras brasileiras e seguramente uma das que mais vezes visita o nosso país. Diz sentir-se “em casa” quando se desloca e não é de estranhar: afinal tinha uma ligação forte com a sua avó paterna, que era portuguesa.

  3. Joe Perry

    1. O homem da guitarra dos AeroSmith, Joe Perry, também tem uma “costela” portuguesa. O seu avô madeirense, ao fixar-se nos Estados Unidos, decidiu mudar o seu apelido Pereira para Perry, de forma facilitar a sua integração na sociedade norte-americana.

  4. Kate Perry

    1. Kate Perry é seguramente um dos nomes mais surpreendentes neste artigo. A famosa cantora tem “sangue” português pela via materna. Sabe-se que desse lado tinha 3 trisavós naturais da Ilha do Faial (Açores).

  5. Nelly Furtado

    1. Os seus pais são oriundos da ilha açoriana de São Miguel. Cantora de sucessos como I’m Like a Bird” (pelo qual ganhou um Grammy) e “Turn Off The Light” ou “Promiscuous”, a artista visita com alguma regularidade o país e fala Português.

  6. Fáfá de Belém

    1. Fáfá de Belém, tal como Daniela Mercury, é uma presença regular no nosso país, é uma das mais bem-sucedidas cantoras brasileiras, e claro partilha origem portuguesa. Em 2013 solicitou a nacionalidade portuguesa.

  7. Phil Demmel

    1. Quem também toca guitarra e tem raízes portuguesas é Phil Demmel dos Machine Head. O artista revelou ser filho de uma portuguesa precisamente no Rock in Rio Lisboa 2008.

  8. Demi Lovato

    1. Demi Lovato aos 22 anos já tem um percurso interessante. Em 2012 revelou no seu Twitter a uma fã que Portugal é um dos vários países que descende.

  9. Sean Paul Ryan Francis Henriques

    1. Outro dos ilustres descendentes de portugueses é jamaicano. Sean Paul Ryan Francis Henriques, que é responsável por êxitos como “She doesn’t mind” ou “Temperature”, é neto paterno de um lusitano que decidiu fazer vida longe do seu país.

    2. Após uma rápida visita ao mundo musical, revelam-se agora alguns dos célebres artistas do meio audiovisual que têm sangue lusitano. Atores, apresentadores, realizadores fazem parte dessa lista. Muitos são ícones da actualidade, outros foram no passado. Uma verdadeira constelação de estrelas que elevam /elevaram o nome de Portugal bem alto.

  10. Daniela Ruah

    1. Daniela Ruah é uma cara bem conhecida dos portugueses, a actriz que nasceu em Boston, e que fala perfeitamente português, viveu vários anos em Portugal, tendo feito carreira no nosso país até 2010.

      Brilha desde então em terras de “Tio Sam”. Tem nacionalidade americana e portuguesa. O seu pai é português. Visita todos os anos o nosso país.

  11. Tom Hanks

    1. De todos os nomes aqui apresentado, o ator Tom Hanks é o mais mediático. Vencedor de 2 óscares, um dos mais prestigiados atores mundiais, já confessou publicamente as suas origens por várias vezes.

      Tem do lado materno, origens portuguesas. Os seus bisavós eram naturais dos Açores. Não é assim de estranhar que alguns dos seus antepassados maternos tivessem nomes como: Francisco Gonçalves Fraga, Barbara N. Silveria, Manuel Rosa, ou Josephine Borges.

  12. James Franco

    1. James Franco em entrevista a Mário Augusto para a Telecine 3 (a propósito da estreia do seu filme Feiticeiro de OZ”) confessou que Portugal: “É o único país das minhas origens que não visitei.

      Creio que a minha família vem da ilha da Madeira. Sou americano de 4.ª geração. O meu pai não falava português, o meu avô também não, mas adorava lá ir”._

  13. Sam Mendes

    1. Realizador de filmes com ‘SkyFall’, ou ‘Road do Perdiction’ (que lhe valeu um globo de ouro), o inglês Sam Mendes (ou melhor Samuel Mendes) é mais um ilustre descendente de Portugueses.

      O seu pai Jameson Peter Mendes, era natural de Trindad e Tobago, mas tinha antecedentes italianos e portugueses.

  14. Lucile Vasconcellos Langhanke

    1. Lucile Vasconcellos Langhanke, mais conhecida por Mary Astor, foi uma atriz que brilhou entre os anos 20 a 60. Em 1942 venceu um Óscar. Era descendente de portugueses pela via materna.

  15. Keanu Reaves

    1. Keanu Reaves que tem a sua carreira marcada por êxitos como “Matrix” ou “Speed”, nasceu no Líbano, e os seus ancestrais (paternos e maternos) tinham várias origens. Descende de ingleses, irlandeses, chineses, havaianos, e também de portugueses.

  16. Meredith Vieira

    1. Meredith Vieira é um rosto popular da NBC. Apresentou o mítico concurso “Quem Quer Ser Milionário”, mas também já apresentou o programa de informação “60 minutos”. Todos os seus avós eram açorianos, e emigraram para os Estados Unidos.

  17. Andrei Konchalovsky e Nikita Mikhalkov   

    1. Os irmãos russos Andrei Konchalovsky e Nikita Mikhalkov são realizadores de cinema, que alcançaram o respeito internacional. Descendem por via materna de António Vieira (que talvez fosse minhoto).

      Era “um judeu português cuja família fugiu à Inquisição, e encontrou com o czar Pedro I na Holanda ou na Inglaterra, que o levou para a Rússia onde fez uma excelente carreira (…) chegou a conde, título que usou até morrer”, revelou o jornalista José Milhazes ao site Notícias ao minuto.                                                                                                                              Agora é a vez de ficar a conhecer alguns prestigiantes escritores de sucesso que descendem de portugueses. Preparado para conhecer mais “portugueses”? Já ouviu falar de algum dos nomes mencionados? Fique a conhecê-los melhor.

  18. Louisa May Alcott

    1. Louisa May Alcott (1832, Filadélfia – 1888, Boston) destacou-se na literatura juvenil. A sua obra mais marcante foi “The Little Woman” (As Mulherzinhas). Teve antepassados paternos que foram judeus portugueses que imigraram para Inglaterra (possivelmente ainda antes de 1500)._


  19. Jorge Luis Borges

    1. Jorge Luis Borges (1899-1986), natural da Argentina, descendia pela sua via paterna de portugueses (o seu bisavô Francisco Borges habitou em Torre de Moncorvo).

      O escritor John Maxwell Cotzee em “Borges’s Dark Mirror”, considera que “Borges, mais do que ninguém, renovou a linguagem de ficção e, assim, abriu o caminho para uma geração notável de romancistas hispano-americanos”.

  20. Daniel Silva

    1. Daniel Silva é um escritor de sucesso. Entre as várias obras ligadas à temática da espionagem constam por exemplo A Death in Vienna, ou The Messenger. Nascido em 1960 nos Estados Unidos, é filho de açorianos.

  21. Ema Lazarus

    1. Ema Lazarus foi uma poetisa, descendente de judeus sefaraditas de origem portuguesa que nasceu em Nova Iorque em 1849.

      Ficou especialmente conhecida pelo seu soneto “Novo Colosso”, que foi redigido em 1883, 4 anos antes de falecer. Em 1912, o “Novo Colosso” foi exposto numa placa de bronze na Estátua da Liberdade.

  22. John Dos Passos

    1. “Apesar de John Dos Passos ser considerado um dos melhores escritores de sempre, e de haver uma prémio nacional com o seu nome, os seus livros causam pouco interesse e continua a não ser um autor prioritário para as editoras (…)”, revelou à RTP, o escritor Tiago Patrício que prepara uma peça sobre este autor. Com origens madeirenses, nasceu em Chicago em 1896 e faleceu em 1970 em Baltimore.

    2. São ou foram nomes influentes da política de vários países. Alguns marcaram mesmo a história mundial. Todos têm em comum a ligação a Portugal. Conheça algumas das figuras emblemáticas de sangue lusitano.

    3. De acordo com um estudo da New England Historic Genealogical Society, dos 43 presidentes que os Estados Unidos tiveram até hoje, 26 descendem de portugueses! Todos eles têm em comum Afonso Henriques. No caso concreto dos presidentes Bush, descendem de D. Urraca (a filha do primeiro rei português).

      Sabe-se que D. Urraca nasceu em Coimbra em 1150, 15 anos mais tarde casou com Fernando II, rei de Leão. A rainha Isabel de Inglaterra era sua trineta.

      Os familiares da rainha inglesa rumaram nos primeiros navios à América e deram origem a várias famílias presidenciais (garante o estudo que a família Bush certamente é resultado desta emigração). Entre os vários presidentes americanos com sangue português constam: George Washington, Thomas Jefferson, Gerard Ford, Bill Clinton, Ronald Reagan e  Richard Nixon.

  23. François Mitterrand

    1. François Mitterrand, que viveu entre 1916 e 1996, foi um dos mais emblemáticos presidentes franceses que também descende de Afonso Henriques._

  24. Luis Alberto Lacalle Herrera

    1. O antigo presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Herrera, que nasceu em 1941 na capital daquele país (Montevídeo), vem de famílias das Ilhas do Pico e de S. Jorge.

  25. Benjamin N. Cardozo

    1. Benjamin N. Cardozo foi Juíz do Supremo Tribunal Americano. Descendente de judeus portugueses, nasceu em 1870 e faleceu em 1938. Nascido em Londres em 1804, e falecido na mesma cidade em 1881,

  26. Benjamin Disraeli

    1. Benjamin Disraeli foi Primeiro-Ministro Conservador do Reino Unido no tempo da Rainha Vitória. Também foi escritor. Descendia de judeus portugueses.

https://ncultura.pt/

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

“Portugueses eram melhores navegadores. Espanhóis foram mais conquistadores”

Os alemães dão uns belos juízes: três portugueses entre os sete grandes navegadores da humanidade. É o que afirma o magnífico museu da navegação que existe em Hamburgo, grande cidade portuária. Lá estão à entrada os bustos de Bartolomeu Dias, de Vasco da Gama e de Fernão de Magalhães. Também os do viking Leif Eriksson, do chinês Zheng He, do italiano Cristóvão Colombo e do inglês James Cook. Nenhum espanhol!

Durante os séculos XV e XVI, os portugueses foram muito bons em algumas coisas: navegar, guerrear, criar filhos com mulheres de outras raças, comerciar de tudo um pouco, traficar escravos. De umas podemos orgulhar-nos ainda hoje, de outras não. Mas sim, como navegadores não havia igual. Nenhum mar ficou por explorar, nenhuma terra por descobrir, tirando os polos. Não é por acaso que mesmo os historiadores anglo-saxónicos falam de Portugal como o primeiro grande império marítimo: já tínhamos começado a povoar a Madeira e os Açores, também Cabo Verde e São Tomé, já Gil Eanes, Nuno Tristão, Diogo Cão e Bartolomeu Dias tinham descido toda a costa ocidental africana e ainda nem sequer Colombo tinha chegado às Antilhas.

Ora, falemos de Colombo. O francês Erik Orsenna dedica-lhe A Empresa das Índias, livro que mostra como o italiano (de Génova) aprende cartografia e navegação em Portugal e só se apresenta aos Reis Católicos quando D. João II não acredita no seu projecto de chegar à Ásia navegando para Ocidente (nunca chegaria lá, e teve sorte de as Américas estarem no meio do caminho). Já Fernão de Magalhães, que navegou ao serviço de Portugal até ao Oriente pela rota do cabo da Boa Esperança, pôs os seus conhecimentos ao serviço de Carlos V, depois de se zangar com D. Manuel I. Teve o imperador alemão e rei espanhol o mérito, tal como os seus avós Isabel e Fernando com Colombo, de aproveitar a oportunidade que lhe era oferecida por um estrangeiro.

Magalhães mostrou sempre ser um navegador extraordinário. Partiu de Espanha em 1519 e não só descobriu a passagem para o Pacífico em terras hoje argentinas e chilenas (o estreito de Magalhães) como convenceu a tripulação a cruzar o maior de todos os oceanos. Teve de se impor e não poucas vezes usou a força contra quem desanimava e o contrariava.

Foi morto nas Filipinas em 1521, ilhas que seriam depois espanholas e baptizadas em homenagem ao filho de Carlos V, e a viagem de regresso foi comandada por Juan Sebastián Elcano. Basco, portanto espanhol, Elcano não ousou voltar pelo caminho do Pacífico, atravessou sim os mares controlados por Portugal. Desobedeceu às ordens e arriscou ser capturado, mas em 1522 desembarcou em Espanha, completando a circum-navegação. Morreu poucos anos depois no Pacífico, tal como Magalhães. Era um homem do mar e justo herói espanhol.

Neste ano iniciam-se as celebrações dos cinco séculos da viagem que Magalhães planeou para chegar às ilhas das especiarias e que Elcano finalizou (de forma diferente da pensada pelo português). É justo que seja uma celebração conjunta: foi de um português o génio, foi do monarca espanhol a genialidade de ver o mérito do projecto e o financiar. Na época, tempo de Tordesilhas e de rivalidade ibérica, Portugal pode ter preferido ter visto o insucesso de Magalhães, mas hoje só lhe resta ter orgulho em que um dos seus dê nome até a uma galáxia.

Tem havido uma pequena polémica em torno de Magalhães e de Elcano nos jornais portugueses e espanhóis. Mas sem sentido. Portugal e Espanha foram grandíssimos naqueles séculos, um mais com navegadores, o outro mais com conquistadores (Hernán Cortés e Francisco Pizarro). Basta olhar para a geografia e para a história de cada um dos países para se perceber essa diferença de destino. E lembro que se Luís Vaz de Camões fala de "mares nunca antes navegados" no poema épico que define Portugal, já Ortega y Gasset diz que a Espanha "é a poeira que se levanta em turbilhão no caminho da história, depois de um grande povo por ele ter passado a galope".

sábado, 21 de janeiro de 2023

SOME ‘WORDS OF WISDOM’ FOR 2023

Taken out of the ‘The Epoch Times’ during the last two weeks

The spread of communism starts when people are silenced. Free speech is the first freedom citizens lose.

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“Devotion to the truth is the hallmark of morality; there is no greater, nobler, more heroic form of devotion than the act of a man who assumes the responsibility of thinking.”

AYN RAND

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“The best remedy for those who are afraid, lonely or unhappy, is to go outside, somewhere where they can be quite alone with the heavens, nature, and God.”

ANNE FRANK

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“The truth is, once you learn how to die, you learn how to live.”

MITCH ALBOM

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“When you go in search of honey (the truth) you must expect to be stung by bees.”

JOSEPH JOUBERT

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“The best revenge is to be unlike him who performed the injury.”

MARCUS AURELIUS

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“Pleasure in any task increases the level of perfection “

ARISTOTLE

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“The sun himself is weak when he first rises and gathers strength and courage as the day gets on."

CHARLES DICKENS

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“The mind, once stretched by a new idea, never regains its original dimensions.”

OLIVER WENDELL HOLMES

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"There must be a limit to the mistakes one person can make, and when I get to the end of them, then I'll be through with them. That's a very comforting thought."

L. M. MONTGOMERY

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"Good manners will open doors that the best education cannot."

CLARENCE THOMAS

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"Kindness in words creates confidence. Kindness in thinking creates profoundness. Kindness in giving creates love."

LAO TZU

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Let’s finish with a ‘non-sense’ thought (which might be very useful to understand our government objectives):

“Mais vale um homem todavia nunca, do que sem comparação jamais. Não só porque ora essa é boa, mas também porque ainda assim até mesmo.”

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Mosteiro de São Vicente de Fora

1 – Coração e Vísceras dos Reis debaixo do chão

A partir do reinado de D. Pedro II, institucionalizou-se a prática de embalsamamento dos corpos dos monarcas, que visava preservar o corpo após a morte e implicava o retirar dos órgãos internos. Por uma questão de respeito aos monarcas falecidos, evitava-se o descarte dos órgãos. Em vez disso, o coração e as vísceras de alguns reis e consortes da dinastia de Bragança foram guardados em vasos de porcelana chinesa e enterrados no chão da Capela dos Meninos de Palhavã, onde ainda hoje se encontram. As análises realizadas aos intestinos de D. João VI, revelaram que o rei morreu envenenado por arsénico.

@Mosteiro de São Vicente de Fora

2 – Santo António estudou no Mosteiro de São Vicente de Fora

Antes de ser monge franciscano, Santo António de Lisboa foi um Cónego Regrante de Santo Agostinho, ordem monástica que habitou o Mosteiro de São Vicente de Fora. Nascido em frente à Sé de Lisboa, onde iniciou os seus estudos, Fernando de Bulhões, futuro Santo António, foi para São Vicente de Fora para se dedicar a uma vida de oração. Contudo, a proximidade da família e dos amigos levaram a que o Santo fosse para Coimbra, para ter menos distrações. Hoje, no Mosteiro, encontra-se a Capela de Santo António que está a marcar o lugar onde se pensa ter sido a sua cela.

@Mosteiro de São Vicente de Fora

3 – Erros históricos no painel de azulejos da Conquista de Lisboa aos Mouros

A sala da Portaria do Mosteiro ostenta uma magnífica coleção de azulejos da autoria do mestre Manuel dos Santos. O painel mais impressionante e detalhado retrata a conquista da cidade de Lisboa aos Mouros por D. Afonso Henriques no ano de 1147. No entanto, Manuel dos Santos, que fez os azulejos no século XVIII, desconhecia como era a realidade no tempo do primeiro rei de Portugal e acabou por cometer uma série de erros: pintou a Sé de Lisboa, quando ela ainda não existia, e galeões a transportar cruzados. Para além de tudo, D. Afonso Henriques surge trajado como cavaleiro da Época Moderna, segurando um escudo com o brasão de armas de Portugal…antes deste existir. No tempo de D. Afonso Henriques, o símbolo de Portugal não era ainda o escudo, mas sim uma cruz azul sobre fundo branco.

@Mosteiro de São Vicente de Fora

4 – Túmulos descobertos por debaixo do chão da Sacristia

O soalho da Sacristia do Mosteiro é extremamente frágil, isto porque assenta sobre um antigo cemitério medieval.Foram descobertos túmulos antropomórficos esculpidos em pedra e virados a nascente, conforme a tradição. Pensa-se que terão pertencido aos cruzados que auxiliaram D. Afonso Henriques na conquista da cidade de Lisboa aos mouros.

@Mosteiro de São Vicente de Fora

5 – Uma protecção muito especial contra terramotos

O Mosteiro de São Vicente de Fora não sofreu muitos danos com o terramoto de 1755. O teto da Sacristia foi das poucas coisas que ruiu, na sequência da queda de uma cúpula no cimo da igreja. Por esta sala ter sido das poucas partes afetadas, quando foi re-decorada recebeu uma pintura muito especial. Trata-se da pintura “A Virgem com o Menino e os Santos” da autoria de André Gonçalves. O santo em maior destaque que se encontra a oferecer uma coroa à Virgem, é São Francisco de Borja, o santo que em Portugal é o protetor contra terremotos. Foi pintado propositadamente para proteger a Sacristia contra catástrofes futuras.

@Mosteiro de São Vicente de Fora

6 – O Liceu Gil Vicente foi fundado no Mosteiro

Depois da extinção das ordens religiosas em 1834, o Mosteiro, já sem monges, teve vários usos, desde serviços administrativos até arquivos municipais. Em 1915 foi aqui fundado o primeiro liceu da República portuguesa: o Liceu Central de Gil Vicente, um dos mais prestigiados de Lisboa, que só iria abandonar o Mosteiro em 1949, quando mudou de instalações.

@Mosteiro de São Vicente de Fora

7 – A maior coleção de azulejos barrocos do país

O Mosteiro de São Vicente de Fora alberga a maior coleção de azulejos barrocos de Portugal e a segunda maior do mundo.São azulejos in situ, isto é, no seu local original, e correspondem às várias fases da azulejaria barroca portuguesa, desde o século XVII ao século XIX. O primeiro inventário foi feito em 1912 e contava com 120 mil azulejos, estimando-se que já cerca de 20 mil se teriam perdido ao longo dos tempos. Hoje desconhece-se o seu número exacto, mas estima-se que sejam mais de 100 mil.

@Mosteiro de São Vicente de Fora

8 – O lugar original das Fábulas de La Fontaine

Entre os muitos azulejos do Mosteiro, destaca-se a coleção permanente das Fábulas de La Fontaine: trata-se de 38 painéis de azulejos, cada um contendo uma fábula do autor francês do século XVIII. Muitos visitantes questionam sobre a proveniência dos painéis expostos. A verdade é que os claustros dos Mosteiro de São Vicente de Fora já foram fechados no passado. A revestir a parede interior encontravam-se os painéis com as fábulas de La Fontaine. São 38 painéis pois os claustros contam com 40 arcos, sendo que dois estavam abertos para circulação das pessoas, e os outros 38 estavam então fechados e revestidos no interior com estes painéis.

@Mosteiro de São Vicente de Fora

9 – D. Maria I e D. Pedro IV não estão no Panteão Real dos Bragança

O Mosteiro de São Vicente de Fora alberga o Panteão Real dos Bragança, última dinastia reinante em Portugal. Desde o fundador da dinastia, D. João IV, ao último rei de Portugal, D. Manuel II, passando por várias consortes, infantas e infantes, os únicos monarcas desta dinastia que não se encontram aqui sepultados são D. Maria I, que se encontra na Basílica da Estrela, mandada erguer por ela mesma, e D. Pedro IV, cujos restos mortais repousam em São Paulo, no Brasil.

@Mosteiro de São Vicente de Fora

10 – De fora das muralhas de Lisboa

O nome completo do mosteiro, Mosteiro de São Vicente de Fora, suscita sempre curiosidade. Porquê “de Fora”? Esta expressão remete-nos para a fundação do próprio mosteiro, há 873 anos atrás. Após conquistar a cidade de Lisboa aos mouros no ano de 1147, D. Afonso Henriques mandou erguer este mosteiro para cumprir a promessa que havia feito antes da tomada da cidade. A escolha do lugar para a construção da igreja e mosteiro recaiu sobre onde havia sido montado o acampamento de cruzados germânicos que auxiliaram o primeiro rei de Portugal. Por ficar do lado de fora das muralhas da cidade, o mosteiro recebeu a expressão “de Fora” no seu nome, que perdurou até aos nossos dias.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

JUDAS: SÍMBOLO DA TRAIÇÃO, MAS TÍTULO DE UM GRANDE LIVRO.

Já tinha cotação alta nos meios literários, tão alta quanto o necessário para ser recorrentemente apontado como um sério candidato ao Prémio Nobel da Literatura.

Mas com este seu livro “JUDAS”, Amos Oz terá dado mais um passo que encurtou significativamente a distância que o separa do galardão maior das letras universais.

O título do livro “JUDAS” pode não ser entusiasmante, e muito menos ainda apelativo, dir-se-ia até que é um tanto desencorajante para quem não conheça a valia do autor, mas a verdade é que o mais recente romance deste israelita a viver em Jerusalém, escrito a partir da figura daquele que ficou conhecido para a História como o símbolo da traição, Judas Iscariotes, é uma obra marcante em toda a sua produção literária.

Embora construído a partir de uma figura que não colherá a simpatia de ninguém, muito em especial entre os que professam a religião católica, o livro não se confina à análise do comportamento daquele que ironicamente teria sido um dos mais fiéis discípulos de Jesus, que Judas veio a trair com um falso beijo e em troca por trinta dinheiros.

Com efeito, Amos Oz não deu à estampa uma obra que se limita ao que corresponde a um dos grandes Dogmas da Religião Católica, para alguns uma questão ainda não resolvida, mas paralelamente lança para a discussão o conflito que opõe israelitas e palestinianos, há mais de 50 anos. Muito tempo na vida de uma pessoa, mas não para a História segundo o autor, que também é acusado de traidor pela velha hortodoxia judaica.

Sendo muito embora um livro centrado no povo judeu e na sua relação com Jesus, ele é acima de tudo uma obra sobre o amor, a desilusão, a perda e, claro, sobre a traição.

No fundo, é um livro sobre a condição humana, que assenta a sua estrutura fundamentalmente na participação de três personagens com ideias e personalidades muito distintas. A saber:

De Samuel Asch, um jovem estudante universitário, revolucionário, simpatizante dos ideais do socialismo e sonha com a elaboração de uma tese de doutoramento subordinada ao tema “Jesus Visto Pelos Judeus”.

Porém, e para sua enorme frustração, vê o seu mundo desmoronar-se como um castelo de cartas. Por um lado, pelo abandono da sua namorada que o deixa para ir casar com um antigo apaixonado. E por outro, vê a sua família entrar em irremediável falência, facto que o obriga a abandonar os estudos por lhe retirar os meios financeiros para os custear, o que acabou por consumar uma tremenda desilusão para Samuel.

Gershom Wald, septagenário, com grandes dificuldades de mobilidade, quase não anda, mas homem de vasta cultura, e de certa maneira deveras propenso para grandes discussões político-filosóficas e de história, sobretudo na que se refere a Israel.

Atalia Abravanel, é uma viúva de 45 anos, mulher amarga, mas atraente de tal modo que consegue pôr andar à roda a cabeça de qualquer homem que passe por aquela casa, onde vive sob grande mistério com Gershom Wald. Foi casada com o filho de Wald, que veio a morrer na flor da idade durante uma das guerras travadas entre Israel e o mundo árabe.

Para além destes três personagens pairava ainda, como que um fantasma, a lembrança de Shaaltiel Abravanel, pai de Atalia, antigo dirigente sionista caído em desgraça entre os judeus porque, embora lutasse por um estado para o povo judeu, achava que devia ser conseguido por processo diferente daquele que era defendido pelos restantes sionistas, incluindo o próprio Ben-Gurion. (1)

Perdida a oportunidade de continuar os estudos e a elaboração da sonhada tese de doutoramento, cujas bases já preparava, o jovem Samuel aceita um emprego, a tempo parcial, muito mal remunerado, que consistia em pouco mais que fazer companhia e simultaneamente servir de interlocutor ao velho Wald.

É bom que se fique já a saber que naquele livro não encontramos respostas de espécie nenhuma, seja para a questão da traição de Judas para com Jesus, em quem acreditava mais que nenhum outro discípulo na medida em que o considerava o verdadeiro filho de Deus (tu és o HOMEM, dizia-lhe Judas), seja para a velha questão israelo-palestiniana.

O próprio escritor Amos Oz se encarrega de esclarecer que as ideias são para os ensaios e com este romance pretendeu apenas reflectir sobre a condição humana. De resto, como é sabido, a verdadeira função da literatura ficcionada não é preparar respostas prontas a servir.

Pelo contrário, destina-se mais a fazer perguntas, a levantar questões e fazer reflectir sobre elas, quando não obriga mesmo o homem a confrontar-se consigo mesmo, com os seus próprios dilemas, interiores e exteriores. Será talvez por isso que há quem defenda que o verdadeiro conhecimento está nas perguntas e não nas respostas.

Não tenho a pretensão - até porque outros muito mais qualificados o farão infinitamente melhor que eu - de discorrer mais longa e pormenorizadamente sobre todos os aspectos essenciais do livro “JUDAS”. Nessa perspectiva redutora, direi apenas que com esta obra Amos Oz faz inteiro jus à fama de ser um escritor de craveira nobelizável.

E tanto assim é que, perguntado sobre como lidava com o facto de todos os anos aparecer como candidato ao Nobel, respondeu: “Se morrer sem receber o Prémio Nobel, não morrerei infeliz”. Pois não, não morreria infeliz, mas decerto morreria com o sentimento de ter sido injustiçado.

Odivelas, 13 de março de 2016

C. Quintino Ferreira

(1) Ben-Gurion foi, como se sabe, considerado o grande constructor do Estado de Israel. Não do Sionismo, enquanto doutrina política que defendia a criação de um Estado Judaico na Palestina, mas como casa comum de todos os judeus espalhados pelas quatro partidas do mundo. O conceito de Sionismo, esse foi criado pelo Congresso de Basileia de 1897, convocado pelo igualmente judeu Theodor Herzl.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

42



42 é o número de milhares de anos atrás que o campo magnético da Terra pregou uma partida, eliminou os Neanderthais e levou os Sapiens a criarem arte em grutas para sempre. 42 é o meu número da porta.

16 out 2022 -Tiago Tribolet de Abreu – ‘Observador’

Em 1978, uma série de ficção científica em episódios foi transmitida pela BBC Radio 4. O seu título era The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy, e era escrita por um inglês chamado Douglas Adams. A série teve tanto sucesso que Douglas Adams a escreveu depois numa trilogia de cinco livros (não é erro, foi mesmo descrita como uma trilogia de cinco livros) com nomes estranhos, como So Long, and Thanks For All the Fish, ou então The Restaurant at the End o the Universe, e o meu título favorito: Life, the Universe and Everything.

Toda a obra culmina na resposta à pergunta final sobre a vida, o Universo e tudo mais, que demorou 7,5 milhões de anos a ser calculada por um supercomputador.

E a resposta final foi 42.

Exacto. 42.

42 foi a resposta final. O problema é que ninguém sabia qual era exactamente a pergunta e, por isso, no final do livro, ficamos todos mais ou menos na mesma, ou não fosse Douglas Adams um dos argumentistas da série Monty Python’s Flying Circus e um fiel discípulo e praticante desse humor britânico sem sentido.

Mais recentemente, os cientistas descobriram que, há uns bons milhares de anos, o campo magnético da Terra se inverteu, o Pólo Norte passou para Sul e o Pólo Sul para Norte e isto durou umas centenas de anos até voltar ao normal. O problema é que, durante esses anos, o nosso campo magnético, para além de invertido, ficou reduzido a um décimo da sua força normal, deixando de nos proteger das diversas radiações cósmicas, com múltiplas consequências prejudiciais à Vida não aquática no planeta.

Curiosamente, foi nessa mesma altura que os Neanderthal se extinguiram e que, de forma súbita e simultânea em vários pontos do globo, surgiram obras de arte em grutas, feitas pelos Sapiens de então.

Pensa-se então que a perda da protecção conferida pelo campo magnético terrestre e as suas consequências poderá ter contribuído não só para o desaparecimento dos Neanderthais, mas também terá levado os Sapiens a procurarem refúgio em cavernas, onde terão inscrito a sua arte, que assim se conservou no tempo até aos nossos dias.

O estudo de árvores kauri fossilizadas na Nova Zelândia, que estavam bem vivas nessa altura, permitiu determinar com exactidão quando é que se deu esse fenómeno de inversão do campo magnético.

Foi exactamente há 42 mil anos.

Isso mesmo.

E é por isso que este evento se denomina The Adams Event, em honra ao Douglas Adams que, em 1978, já tinha determinado ser 42 a resposta a uma pergunta que ninguém sabia qual era.

Agora já sabemos. É o número de milhares de anos atrás que o campo magnético da Terra pregou uma partida e eliminou os Neanderthais e levou os Sapiens a inscreverem arte em grutas para sempre.

Bem, quer dizer, 42 é também o número da minha porta.

É pena Douglas Adams já ter falecido. Gostaria de lhe perguntar a qual das questões era 42 a resposta.

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

O conto "A cigarra e a formiga" versão Portugal 2022

Desconheço o autor, mas está muito interessante!!!

.Nenhuma descrição de foto disponível.

O conto "A cigarra e a formiga" versão Portugal 2022.

A burra da formiga trabalha no duro o ano todo, constrói a sua casa e acumula provisões para o Inverno.

Enquanto isso, a cigarra passa os dias no ginásio , no café ou a arranjar as unhas de gel e o caraças

As noites são no Bibá la noche com as amigas. girlpower

Chegado o Inverno ️️☃️, a formiga refugia-se em casa onde tem tudo o que precisa até á Primavera.

A cigarra, cheia de frio e de fome, vai ao programa da Cristina queixar se à Cristina Ferreira que não é justo que a formiga tenha direito a casa e comida quando outros, com menos sorte que ela, passem frio e fome. O Hernâni Carvalho diz que é uma vergonha.

A CMTV não perde a oportunidade e faz um directo à porta de casa da formiga, passando imagens da formiga ao quentinho com a mesa cheia de comida.

O povo fica revoltado ao saber que o seu país, dito desenvolvido, deixa sofrer a pobre cigarra enquanto que outros andam a viver à grande e à francesa.

É organizada uma marcha de apoio à cigarra. jesuiscigarra

É feito um episódio especial do Prós e Contras - RTP onde se questiona como é que a formiga enriqueceu às custas da cigarra. De um lado da bancada, os defensores da igualdade (pró-cigarra). do outro lado, os sem-coração (Que defendem a egoísta e insensível formiga)

Em resposta às mais recentes sondagens. O governo prepara uma lei sobre a igualdade económica com efeitos retroactivos (desde o Verão)

Os impostos da formiga aumentam consideravelmente e ainda incorre numa multa por não ter prestado assistência à cigarra. Os descontos da segurança-social também sobem, de modo a ser justamente partilhados com a cigarra. rendimento mínimo

A casa da formiga é penhorada pela finanças por não ter conseguido pagar os impostos.

A formiga, decepcionada, faz as malas e emigra para um país onde o seu esforço seja reconhecido e onde possa desfrutar dos frutos do seu trabalho árduo.

A antiga casa da formiga é convertida numa habitação social para cigarras. Que, irresponsavelmente, não param de fazer filhos ‍‍‍‍ e que vivem de doações de comida, cerveja e de coca-cola. O pouco que recebem dos descontos da formiga mal dá para os bens essenciais, como por exemplo sapatilhas da Nike e caps da Obey, ️

A casa deteriora-se por falta de cuidados.

O governo é fortemente criticado pela falta de meios colocados à disposição da cigarra, que vive agora em condições quase desumanas.

A oposição propõe uma comissão de investigação multi-partidária que custará milhões de euros.

Entretanto a cigarra morre de overdose.

Os media garantem que a morte da cigarra deveu-se à falta de apoio social por parte do governo, que falhou em acabar com as desigualdades sociais e a injustiça económica.

A casa acaba por ser ocupada por uma família de aranhas imigrantes. traficantes de droga e que aterrorizam a vizinhança.

O governo felicita-se pela diversidade cultural de Portugal

Viva Portugal 2022

publicado no Facebook, por: Sónia Henriques