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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Os vikings podem ter devido o seu sucesso aos seus acampamentos.

De acordo com um novo estudo, os vikings podem dever o seu sucesso a algo inesperado para muitos: os seus acampamentos.

Durante muitos anos, arqueólogos e historiadores forneceram uma visão cada vez mais informada do mundo dinâmico dos vikings, destruindo os clichés de um povo louco e caprichoso preocupado com barbas e derramamento de sangue.

Uma abordagem particular para compreender a actividade viking tem sido estudar os acampamentos que montaram ao longo das costas e rios da Europa Ocidental, permitindo-lhes substituir os seus navios por uma posição fixa em terra sempre que o frio, fadiga, fome ou outras condições os forçassem.

Frequentemente chamados de “acampamentos de Inverno” ou longphuirt, mais de 100 desses locais foram testemunhados em todo o arquipélago atlântico e no continente europeu durante o século IX.

Mais recentemente, potenciais acampamentos viking também foram identificados perto de Zutphen, na Holanda, bem como no Vale Coquet, na Nortúmbria.

Mas onde estes acampamentos costumam ser considerados pelas suas funções estratégicas mais amplas, muito menos tempo foi gasto no seu planeamento e operação.

Um novo estudo, a juntar essas diferentes evidências, revela agora uma imagem muito mais intrincada da logística do acampamento, desafiando as noções de vikings simplesmente à espera do inverno e a pilhar.


Paraísos seguros

Dois acampamentos viking nunca seriam iguais e poderiam durar de apenas algumas horas a muitos meses ou até mesmo anos.

Estabelecidos em ambientes hostis, muitos usaram ilhas, pântanos e outras posições naturalmente defendidas em seu benefício. Outros ocuparam estruturas anteriores feitas pelo homem: por exemplo, o palácio carolíngio em Nijmegen foi confiscado por vikings em 880, apenas para que os seus novos ocupantes o incendiassem no ano seguinte.

Onde necessário, os vikings também teriam construído as suas próprias muralhas, como visto em Repton, onde a igreja da abadia de St. Wystan parece ter sido incorporada a uma nova muralha.

Mas a proteção contra ataques teria sido apenas metade da batalha, já que a segurança contínua de qualquer stock local de alimentos, gado e não-combatentes teria sido tão importante para a sustentabilidade de qualquer acampamento.


Local para comer

Como qualquer força armada, os grupos viking precisavam de fontes estáveis e confiáveis de comida e água para manter os seus acampamentos viáveis. Sob o espectro crescente da fome e da desnutrição, diversificaram os seus métodos de obtenção de provisões, tanto quanto possível.

Além da caça, pesca e recolha de alimentos ao redor dos acampamentos, existem evidências de que eles próprios faziam plantações e cuidavam do gado.

De forma menos inesperada, os vikings também obtinham o seu alimento através da violência — ou da ameaça de violência. Os acampados fora de Paris em 885-886, por exemplo, foram vistos a levar colheitas e rebanhos, enquanto outros recebiam grandes quantidades de farinha, gado, vinho e sidra como parte do pagamento de tributos regionais.

De volta ao acampamento, esse alimento precisaria de ser preparado para consumo e armazenamento.

Pedras de quern — usadas para transformar grãos em farinha — foram recuperadas de bases viking em Inglaterra e na Irlanda, e um acampamento em Péran, na Bretanha, produziu vários caldeirões de ferro e outros recipientes para cozinhar.

Registos escritos também descrevem vikings a fazer banquetes com carne e vinho dentro dos limites dos seus acampamentos.


Comércio

Além das noções básicas de proteção e alimentação, os vikings tinham uma ampla gama de atividades em campos, com abrigos, estábulos e oficinas; navios a serem consertados; e armas, ornamentos e outros bens a serem fabricados. Para apoiar esses esforços contínuos, um fluxo constante de recursos — incluindo madeira, pedra e metais (preciosos) — teria que chegar aos campos.

Locais como estes podem não ter ficado completamente fora dos limites para estranhos e podem até ter fornecido oportunidades valiosas de comércio. Os Anais de São Bertin do século IX, por exemplo, descrevem como os vikings procuravam “manter um mercado” numa ilha no rio Loire (hoje França).

Pouco depois, os Anais de Fulda também mencionam soldados francos a pôr os pés dentro de um acampamento viking no rio Mosa (hoje Holanda) — não para lutar, mas para negociar. Vestígios físicos desse comércio — incluindo moedas, barras de prata e pesos comerciais — foram encontrados em sítios arqueológicos como Torksey e Woodstown.

Além de oferecer aos vikings mais uma forma de obter os seus suprimentos, ocasiões como essa podem ter permitido que bens anteriormente roubados ou extorquidos voltassem a circular.

Ao todo, os acampamentos viking não estavam de forma alguma dormentes ou desorganizados, e também serviam como postos de comando, arsenais, tesouros, celeiros, prisões, oficinas, mercados, portos e casas.

Hospedando comunidades diversas e dinâmicas de dezenas, centenas, ou às vezes até milhares de pessoas, alguns forneceram suporte a grupos viking regionais muito além do período de um único inverno.

Manter acampamentos como esses em funcionamento não seria uma façanha pequena, contando com níveis de planeamento e disciplina não comummente associados à atividade viking. Como resultado, o sucesso dos acampamentos fornece uma visão chave sobre um fenómeno viking mais amplo que não era nem arbitrário nem sem objetivo quando atingiu o continente europeu.

(dr) Christian Cooijmans

ZAP // The Conversation

sábado, 6 de novembro de 2021

Desrespeito das novas regras para anúncios de casas dá multa de 250 a 44 890 euros.

Os anúncios para arrendamento de casas têm novas regras a partir desta quinta-feira e o desrespeito será punido com multa de 250 a 3740 euros para particulares e de 2500 a 44 890 euros para as empresas. Todos os textos publicitários têm de incluir a autorização de uso do imóvel, a tipologia e a área útil. Caso a publicidade seja da responsabilidade de uma empresa de mediação imobiliária, então é obrigatório indicar o número de licença.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Nova travessia sobre o Douro ou o ensoleiramento geral?

    Ouvindo a discussão entre os dois candidatos - no Observador – o Eduardo Vítor Rodrigues (PS) e José Cancela Moura (PSD/CDS-PP/PPM), fiquei surpreendido, pela “necessidade” de mais uma travessia.

    Os argumentos a favor de construções são por norma sempre aceitáveis e benignos, desde que haja dinheiro e não se seja responsabilizado civil e criminalmente pela adjudicação e construção.


    Lamentavelmente já não existe a Ponte das Barcas (1369-   ) e a das 33 barcaças (1806-1829), nem a Ponte Pênsil  / Ponte D. Maria II (1842 e demolida em 1887)

    O Porto liga a Gaia por seis ( 6) pontes. Elas distam entre si, em linha recta 5 km.:


A saber, as pontes são as seguintes:

    1. Ponte Maria Pia (1878)

    2. Ponte D. Luís I (1886)

    3. Ponte da Arrábida (1963) Assisti á sua inauguração, pela mão do meu pai. (Que era um homem das “pontes”)

    4. Ponte de São João (1991)

    5. Ponte do Freixo (1995)

    6. Ponte do Infante D. Henrique (2003)

    As pontes do Porto em Números:

      Ponte Pênsil: 170 metros de comprimento | 8 metros de largura | 10 metros do nível do rio | 4 colunas com 18 metros de altura

      Ponte Maria Pia: 354 metros de comprimento | 61 metros do nível do rio

      Ponte D. Luís: tabuleiro superior – 395 metros de comprimento | tabuleiro inferior – 174 metros de comprimento | arco – 172 metros

      Ponte da Arrábida: 500 metros de comprimento | 70 metros do nível do rio | 242 mil contos

      Ponte de São João: 1140 metros de comprimento | 2 vãos de 125 metros | 1 vão de 250 metros

      Ponte do Freixo: 8 vãos | 8 faixas de rodagem

      Ponte do Infante D. Henrique: 371 metros de comprimento | 20 metros de largura | 4 faixas de rodagem | arco de 280 metros.

    Proposta:

      Perante estas perspectivas, de mais uma ponte, seguindo o ideal de 1991-2003; e quem sabe se o ideal não seriam duas, ou mesmo três…proponho que se faça um ensoleiramento geral, no Rio Douro.

      O ensoleiramento geral, é um elemento estrutural de betão que constitui uma base ou fundação contínua, destinada a evitar assentamentos, é uma laje de grande superfície e espessura reduzida.

      As vantagens são de apenas se necessitar de uns pinturas, sobre a laje ou eventualmente uns triefs ou new jerseys, para dar mais alguma segurança.

      Para transito automóvel e ferroviário (além do já existente) e outros quaisquer assuntos, posteriormente pode-se construir uns tuneis, eventualmente também uns seis, mas se for necessário fazem-se mais uns quantos.

      Os tuneis seriam idênticos ao Eurotúnel que por baixo do mar liga França a Inglaterra. No caso português as vantagens são o comprimento que é menor e já tem o ensoleiramento por cima.

      As pontes do Porto – Hey Porto

      Eurotúnel – Wikipédia, a enciclopédia livre




      referência:

      http://portoby.livrarialello.pt/

      https://www.engenhariacivil.com/



    sábado, 3 de julho de 2021

    Vamos falar da Cidade de São Paulo

    Vejamos:

    • Tem a maior frota de jactos particulares. Ultrapassou Nova York em (2008). 830 jactos
    • A maior revendedora Ferrari do Mundo. A 2ª. é Los Angeles. O bairro do Itaim, existe uma Oficina Mecânica especializada somente em Ferraris
    • A 4ª. maior revendedora Maserati, a 2ª. Porche e a 2ª. Lamborghini
    • A única cidade da América Latina com revendedor Rolls Bentley
    • 6 Bugati Veyron circulam na cidade. Existe encomenda para pelo menos mais 5
    • 9 encomendas de Pagani. 5 milhões de reais e leva 6 meses para entregar. A Pagani é a única montadora que possui o privilégio de equipar seus veículos com motor que leva a assinatura da Mercedes.
    • A maior frota de helicópteros do mundo. Nova York, Tókio ???
    • O maior comprador de Yatches de longo curso. FERRETTI VIAREGGIO LUCCA
    • A única cidade do mundo que tem 4 lojas TIFFANY´S.
    • A única cidade do mundo que tem 3 lojas Bulgari.
    • A filial que deu mais lucro em 2007. Luis Vuitton
    • A filial Mont Blanc que mais vende caneta fora da Suiça.
    • 80 mil paulistas têm residência na Europa e Estados Unidos como 2ª. opção
    • É cidade que mais consome Romanée Conti.Assim como vinhos Grand Crus, Champagnes Küg Rosé, Cristal e Gran Dame
    • Grande São Paulo. São Paulo já cresceu tanto que "emendou-se" com 38 cidades ao seu redor, sendo a população da Grande São Paulo por volta de 22.000.000 de pessoas
    • População na cidade é de 10.434.252 milhões. ( 3º maior cidade do Mundo).
    • A cidade de São Paulo tem um território de 1.530 km2. (Tamanho de Cuba)
    • A taxa de alfabetização está em 95,4% da população
    • O PIB da cidade de São Paulo é de US$ 76 bilhões. A Região Metropolitana possui PIB de US$ 147 bilhões
    • São mais de 70 shoppings. ( Maior número do Brasil ). Os shoppings da cidade recebem mais de 30 milhões de pessoas / mês
    • São mais de 5,5 milhões de automóveis circulando em toda a cidade.
    • Meio milhão de pessoas andam diariamente pela Rua 25 de Março
    • 60% de todos milionários do Brasil, vivem na cidade de São Paulo
    • São efetuados 10 compras por segundo via cartão de crédito / débito
    • Pela Avenida Paulista passam mais de 5.700 carros e 1.400 ônibus por hora em horários de pico
    • A cidade tem mais de 120 teatros e casas de show, 71 museus e 11 centros culturais
    • São Paulo é a maior realizadora de eventos da América Latina, com 70 mil eventos por ano
    • Na cidade são mais de 100 peças teatrais por semana, ou 4.800 peças por ano
    • A cidade tem em torno de 1.500 agências de bancos nacionais e internacionais
    • Aeroporto de Congonhas, Campo de Marte e Guarulhos têm mais de 380 mil pousos e decolagens
    • São Paulo é a 3ª maior cidade italiana do mundo. É a maior cidade japonesa fora do Japão . A maior cidade portuguesa fora de Portugal. 3ª maior cidade libanesa fora do Líbano .
    • A Cidade de São Paulo é muito grande !
      Sempre caberá mais um ...

    quinta-feira, 27 de maio de 2021

    Os 15 bairros mais perigosos de Portugal.

    Estes são os bairros mais perigosos de Portugal e, infelizmente, a situação parece não melhorar. São os bairros mais problemáticos de Portugal e situam-se na periferia das grandes cidades e neles abundam os problemas sociais e a criminalidade, sobretudo praticada por gangues de jovens. As autarquias têm apostado no apoio social e na inclusão dos seus habitantes, mas muito há ainda para fazer.

    A existência destes bairros faz com que existem zonas a evitar em Lisboa e no Porto (e nas suas áreas metropolitanas, ou seja, na periferia de Lisboa e do Porto).

    Muitos destes bairros são os designados “bairros sociais”, ou seja, bairros que foram construídos para realojar pessoas que viviam anteriormente em bairros de lata (favelas) ou em barracas.

    No entanto, importa ressalvar que, mesmo sendo alguns dos locais mais problemáticos das áreas urbanas de Lisboa e do Porto, aqui também moram boas pessoas, trabalhadoras e cumpridoras das regras cívicas mais elementares e que não devem ser confundidas com quem, efectivamente, comete crimes e causa problemas. Descubra os 15 bairros mais perigosos de Portugal.


    1. Bairro da Bela Vista (Setúbal)

    bairros mais perigosos de Portugal

    Os primeiros realojamentos de famílias residentes em barracas e de refugiados das Ex-colónias datam de 1980. O bairro tem sido palco de vários desacatos. A 7 de Maio de 2009 voltou a ficar a ferro e fogo quando os moradores se revoltaram contra a PSP, após o funeral de um amigo, morto a tiro pela GNR.

    A Câmara de Setúbal disse, depois, que quer desmantelar o bairro. Agora, o Sindicato Profissional da Polícia juntou-se ao Centro Cultural Africano e aos Sapadores Bombeiros para criarem um gabinete de gestão de conflitos.


    2. Chelas (Lisboa)

    Chelas


    Notícias de tiroteios, perseguições de última hora, agressões à polícia e nas escolas. É assim que Chelas é apresentada nos telejornais e nas manchetes dos jornais portugueses. Um antro de violência a menos de dez estações de metro ou 15 minutos de carro da Praça do Comércio, onde turistas queimados pelo sol bebem gins tónicos e comem petiscos “portugueses” de óculos escuros na cara.

    Para muita gente, Chelas é só mais um “bairro periférico”. Mas o estatuto de periferia é uma decisão política – Chelas não é mais longe da Praça do Comércio do que as Amoreiras, o Areeiro, Campo de Ourique, Campolide, Parque das Nações ou Alcântara. Ainda assim, taxistas não conduzem para o bairro, pizzarias recusam-se a levar lá comida.


    3. Bairro da Jamaica (Seixal)

    Bairro da Jamaica (Seixal)

    Bairro da Jamaica (Seixal)

    A Urbanização do Vale de Chícharos no Seixal, concelho do distrito de Setúbal (Grande Lisboa), acolhe, na sua maioria, imigrantes dos países africanos de língua portuguesa. Há quem viva no bairro há mais de 20 anos. Os prédios inacabados, propriedade da Urbangol, uma sociedade sedeada num paraíso fiscal com dívidas ao fisco, foram ocupados por pessoas de baixa renda que não tinham condições para comprar uma casa. Aguardam, ao longo destes anos, pela promessa de realojamento por parte da autarquia local.

    Por uma das entradas do Jamaica, os visitantes são recebidos por estes murais pintados na parede que cerca a instalação de transformadores da EDP, Energias de Portugal. As pinturas expõem os sentimentos de mudança e a visão do mundo por parte dos artistas que aspiram viver em um bairro melhor.


    4. Bairro Amarelo (Almada)

    Bairro Amarelo (Almada)

    Bairro Amarelo (Almada)

    Também conhecido pelo Bairro do Picapau Amarelo, na outra banda, perto da Costa de Caparica, este aglomerado de casas e prédios tem sido muitas vezes cenário de reportagens pelos piores motivos. Alguns realojamentos feitos sem planeamento prévio têm gerado conflitos entre vizinhos e famílias realojadas.


    5. Bairro Portugal Novo (Lisboa)

    Bairro Portugal Novo

    Bairro Portugal Novo

    Construído na década de 70 por uma cooperativa de habitação (Ex-SAAL ou “Serviço Ambulatório de Apoio Local”), entretanto falida, este bairro situa-se perto da Rotunda das Olaias e está hoje numa situação confusa no que respeita à propriedade das habitações apresentando hoje um elevado grau de degradação e abandono. Ocupações de casas, arrombamentos seguidos de ocupação de casas de idosos recentemente falecidos, vendas e alugueres ilegais e até empréstimos com agiotagem são hoje comuns.

    Está tudo chamuscado de pequenas fogueiras junto das empenas dos prédios e nas entradas. Não existe um canteiro, um parque para as crianças brincarem, uma bica de água, um banco na sombra de uma árvore. O que há são janelas e portas entaipadas ou completamente destruídas, lixo espalhado por ruas que nem ruas são. Dura isto há vinte anos.


    6. Bairro Pinheiro Torres (Porto)

    Bairro Pinheiro Torres (Porto)

    Bairro Pinheiro Torres (Porto)

    Assumiu nos últimos anos um novo protagonismo, com o tráfico de droga a ser o maior flagelo. As autoridades referem que é um dos principais focos de criminalidade da cidade. Já houve homicídios, em 2008, motivados por confrontos motivados por tráfico de droga.


    7. Bairro Quinta da Fonte (Loures)

    bairros mais perigosos de Portugal

    Bairro Quinta da Fonte (Loures)

    É um bairro de construção clandestina que recebeu, depois de 1977, muitas pessoas que viviam em bairros de lata na área de Lisboa e arredores. Trata-se de um bairro jovem: cerca de 50% dos seus habitantes têm menos de 20 anos. A grande maioria é de origem africana: 75% são cabo-verdianos, mas há também guineenses e angolanos.

    Nos últimos anos, trabalhadores dos países de leste também encontram abrigo no bairro. Quanto a portugueses são essencialmente oriundos do interior do País. Bairro de má fama, foi palco de vários confrontos violentos entre polícia e traficantes.

    A maioria da população activa masculina trabalha na construção civil (44,5%). As mulheres trabalham essencialmente no serviço doméstico e de limpeza.


    8. Quinta do Mocho (Loures)

    bairros mais perigosos de Portugal

    Quinta do Mocho (Loures)

    A ocupação do bairro começou na década de 70, com imigrantes das antigas colónias.

    Hoje, 90% dos habitantes são de origem africana. Em Agosto de 2008, um tiroteio entre dois gangues rivais originou a morte de um rapaz de cerca de 20 anos.


    9. Bairro do Cerco (Porto)

    bairros mais perigosos de Portugal

    É o segundo maior bairro do Porto, com muitos problemas de crime e toxicodependência. Recebeu parte da população desalojada pela demolição do bairro de São João de Deus.

    Roubos e apreensões de armas são habituais. Existe um Contracto Local de Segurança, que ontem inaugurou o seu espaço no bairro.


    10. Quinta da Princesa (Seixal)

    bairros mais perigosos de Portugal

    Quinta da Princesa (Seixal)

    Inaugurada há cerca de 30 anos, a Quinta da Princesa é um bairro social onde várias raças se cruzam, sendo a esmagadora maioria de origem africana.

    A 10 de Dezembro de 2008 o bairro foi notícia porque alguns moradores mantiveram presos cinco rivais da Cova da Moura, guardados por cães de raça ‘pit bull’. O caso, conhecido como “Cárcere Privado”, resultou de um ajuste de contas por alegados negócios de tráfico de droga mal sucedidos em 2006.


    11. Cova da Moura (Amadora)

    bairros mais perigosos de Portugal

    Cova da Moura (Amadora)

    A ocupação maciça aconteceu em 1977. 75% da população é cabo-verdiana. O bairro, de construção clandestina, tem uma população jovem.

    É conhecido pelas ligações ao tráfico de droga e de armas, e relatórios associam-no a muita da criminalidade violenta verificada em Lisboa.


    12. Bairro Branco (Almada)

    bairros mais perigosos de Portugal

    No aglomerado de habitação social no Monte de Caparica (Almada), o chamado Bairro Branco é identificado pela população como um local pouco seguro. Os prédios pintados de branco, pouco cuidados, não convidam à permanência.

    O tráfico de droga é um dos crimes mais frequentes, mas também há relatos de furtos de carros e lutas ilegais de cães. A esquadra mais perto fica no Pragal. Está prevista a construção, no Monte de Caparica, de um posto da GNR.


    13. 6 de Maio (Amadora)

    bairros mais perigosos de Portugal

    6 de Maio (Amadora)

    Juntamente com a Cova da Moura, o Estrela d’África e o Santa Filomena, é um considerado um dos mais perigosos bairros do concelho da Amadora.

    Tráfico de estupefacientes e de armas e roubo são os principais crimes identificados ali pelas autoridades policiais, que quase sempre têm dificuldade em entrar neste labirinto à beira da Estrada Militar. Não são raros os episódios de confronto entre os moradores e a PSP, com detenções, feridos e desacatos.


    14. Bairro Casal da Mira (Amadora)

    Bairro Casal da Mira

    Quem vive no Casal da Mira, na Amadora, onde foram realojadas mais de 700 famílias que viviam em barracas, ainda sente o preconceito que o estigma de bairro problemático constrói, mas já trabalha para “um bairro melhor”. O realojamento aconteceu entre 2004 e 2005 para dar casa a milhares de pessoas que viviam em barracas na Azinhaga dos Besouros, na zona envolvente ao que é agora a Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL), e permitir construir a via.

    Vivem no bairro cerca de 2.500 pessoas. Durante anos, o espaço viveu isolado. Está no alto de uma colina e nem o autocarro lá subia. O Casal da Mira foi aparecendo nos jornais e na televisão pelas piores razões: desacatos, armas, drogas. Foi envergonhando quem ali vive, criando em torno do nome do bairro um preconceito difícil de gerir, por exemplo, na escola ou quando se procura um emprego.


    15. Bairro do Aleixo (Porto

    Bairro do Aleixo (Porto)

    Bairro do Aleixo (Porto)

    É conhecido como o hipermercado da droga do Grande Porto, registando frequentes incidentes. No ano passado, um tiroteio entre famílias levou à intervenção da PSP. Há relatos de várias agressões.

    A polícia só entra no bairro, em especial na Torre 1, com um contingente especial. Constituído por cinco torres, está anunciada a sua demolição, mas os moradores têm lutado para travar essa medida.

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    sexta-feira, 21 de maio de 2021

    Viver em grande em casas pequenas. 42 imagens de micro-apartamentos pelo mundo.

    Nas grandes cidades, entre arranha-céus e asfalto, o espaço é um bem precioso. Por isso é que arquitectos e designers se juntaram para criar micro-casas, onde se pode viver em grande. Conheça algumas.

    No mundo, há 31 cidades com população superior a 10 milhões de pessoas. É como se Portugal inteiro coubesse numa única cidade em expansão, dominada por arranha-céus e por auto-estradas cruzadas. Cidades tão desenvolvidas como Londres, Manhattan em Nova Iorque ou Hong Kong sofrem agora de uma crise de espaço, que passou a ser um bem precioso (e muito, mas muito caro) nestes grandes centros urbanos.

    Encontrá-lo não é fácil. Por isso é que arquitetos e designers se juntaram para criar um novo conceito de apartamentos: são muito pequenos e compactos, mas primam pela modernidade e pelo conforto que oferecem. São as micro-casas. Mas dentro delas, pode viver-se em grande.

    É esta a conclusão que a CNN encontrou no livro “Small Homes, Grand Living”. A obra de Gestalten fala sobre os pontos positivos de viver em apartamentos pequenos — ou mesmo minúsculos — construídos às portas de uma cidade socialmente agitada e em expansão. E tudo parece resumir-se num ponto: um apartamento mais pequeno do que a média pode poupar-nos tempo e dinheiro. Agora, importa menos ter móveis luxuosos ou peças de design a enfeitar a sala: o luxo agora é sinónimo de tempo. Mais do que isso, opina o arquiteto alemão Sigurd Larsen, estes apartamentos têm a vantagem de serem energeticamente mais eficientes e serem amigos do ambiente.

    Conheça catorze desses apartamentos, incluindo um português, na fotogaleria com 42 imagens.

    https://observador.pt/2017/05/08/viver-em-grande-em-casas-pequenas-42-imagens-de-micro-apartamentos-pelo-mundo/

    Marta Leite Ferreira

    quinta-feira, 20 de maio de 2021

    Como pode um agricultor belga mover acidentalmente a fronteira com a França? É surpreendentemente fácil, como mostra a história.

    Um agricultor recentemente levantou a possibilidade de um incidente internacional quando inadvertidamente redesenhou a fronteira entre a Bélgica e a França . Ele teria ficado irritado com um pedaço de rocha que bloqueava o caminho de seu tractor, e então ele o moveu. Mas esta rocha acabou por ser uma pedra de fronteira que estava no lugar desde 1819. Ao jogá-la para fora do caminho de seu tractor, ele redesenhou a fronteira franco-belga em 2,29 metros (7,5 pés), tornando a Bélgica maior e a França menor.

    O incidente foi, felizmente, recebido com bom humor - mas se o fazendeiro se recusar a devolver a pedra à sua posição original, ele pode enfrentar acusações criminais, e o caso precisará ser encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores da Bélgica. O ministério, por sua vez, precisaria convocar uma comissão de fronteira franco-belga. Não houve uma reunião de tal órgão desde 1930.

    A fronteira franco-belga foi estabelecida sob o Tratado de Kortrijk - assinado em 1820 após a derrota de Napoleão em Waterloo cinco anos antes. Este foi um de uma série de tratados de fronteira assinados pela França no século XIX. Mas esses tratados nunca encerraram o assunto. A posição exacta da fronteira precisava acomodar a paisagem e, portanto, no caso da fronteira franco-belga, as negociações entre os administradores locais de ambos os lados duraram até 1825.

    Em outras áreas da França, as fronteiras ao longo dos rios mudaram quando os rios foram redireccionados ou estouraram suas margens. Algumas cidades foram completamente ignoradas pelas comissões de fronteira. Na fronteira franco-alemã, todos os que viviam na área presumiram que uma floresta pertencente à cidade de Leidingen ficava no lado alemão da fronteira. Em 1918, foi descoberto que o protocolo de 1833 não havia feito nenhuma provisão para isso e que a floresta estivera na França o tempo todo. Enquanto isso, travessias regulares para trabalhar ou fazer compras, combinadas com poucas (se houver) restrições na fronteira, significava que as pessoas que moravam ao lado da fronteira geralmente prestavam pouca atenção a ela.

    Boas fronteiras fazem bons vizinhos

    As fronteiras da França mudaram novamente após a primeira guerra mundial, quando a Alsácia-Lorena voltou da Alemanha. Como o Tratado de Kortrijk, o Tratado de Versalhes estabeleceu a fronteira , mas depois deixou para os administradores locais definirem para onde deveria ir. Em resposta, ambos os lados contactaram as prefeituras locais para garantir que a linha evitasse dividir aldeias, cortar estações ou separar os fazendeiros de suas terras, então a linha fixada em Versalhes se moveu como resultado.

    Na nova aldeia francesa de Schonecken , por exemplo, a fronteira planeada cortou duas casas pela metade e deixou uma terceira casa na Alemanha, o que significa que os residentes teriam que cruzar a fronteira toda vez que fossem às lojas, pubs ou igrejas. Depois que os habitantes protestaram, a fronteira foi mudada.

    Para a França, esse exercício de consulta massiva tinha o objectivo de evitar um incidente de fronteira com a Alemanha e o reinício do conflito após a primeira guerra mundial, trabalhando com o princípio de que boas fronteiras fazem bons vizinhos.

    Depois que a fronteira franco-alemã foi consertada, alguns incidentes deixaram as autoridades nervosas. Em 1923, uma pedra da fronteira entre a França e o vale do Saar foi revirada e cortada em duas. Esse vandalismo deixou os administradores locais preocupados por representar uma forma de protesto de um local insatisfeito com o governo francês. Não sabemos se eles descobriram a verdade.

    No ano seguinte, a linha da fronteira entre a França e Luxemburgo foi redesenhada quando as pedras da fronteira em Audun-le-Tiche foram roubadas, deixando os moradores incertos sobre onde ficava a fronteira.

    E o redireccionamento do Reno em 1872 significou que muitas aldeias descobriram que suas terras comuns agora ficavam do lado alemão da fronteira. De repente, eles precisaram cruzar a fronteira nacional para pescar ou caçar. Quando chegaram ao Ministério das Relações Exteriores relatórios de moradores locais sendo detidos sob pretextos espúrios , isso aumentou os temores franceses sobre tensões na fronteira. Mas nenhum incidente aconteceu. Isso foi um alívio para o governo francês, que fazia questão de evitar o confronto com a Alemanha, mas também estava preocupado em manter a estabilidade dentro da França. Tendo acabado de recuperar a Alsácia-Lorena, eles estavam particularmente interessados ​​em manter a população feliz.

    Em Setembro de 1939, os temores da França se concretizaram quando um incidente encenado na fronteira se tornou o pretexto para a invasão alemã da Polónia. No Verão seguinte, as tropas na fronteira entre a França, a Alemanha e a Suíça agiram como uma isca enquanto as tropas alemãs invadiam a França pelo norte. Hitler cruzou a fronteira do rio Reno em Junho de 1940 quando a Alsácia-Lorena foi anexada ao Terceiro Reich e a fronteira foi fechada e cercada por uma zona proibida. O fim da segunda guerra mundial viu a Alsácia-Lorena retornar à França e uma nova identidade para a região como um símbolo da reconciliação franco-alemã.

    Fronteiras no século 21

    Embora possamos imaginar as fronteiras fixas ou inamovíveis, elas mudaram e mudaram como resultado da guerra e ajustes territoriais - mas também como resultado das acções de pessoas comuns.

    Seja o aborrecimento com uma pedra bloqueando o caminho de um tractor ou um apelo ao Itamaraty por intervenção, os moradores locais têm uma longa história de mudança e mudança de fronteiras. A forma como os estados respondem a tais incidentes depende de seu relacionamento com os países adjacentes. O fato de o recente movimento da fronteira franco-belga ter sido visto com bom humor por ambos os lados é uma prova da relação da França e da Bélgica como bons vizinhos, mesmo que suas fronteiras sejam um pouco vagas.

    Laura Hood

    Editor de Política, Editor Assistente

    quarta-feira, 19 de maio de 2021

    O composto de turfa deve ser banido - felizmente, alternativas verdes são tão boas para o seu jardim.

    A turfa tem sido um ingrediente básico dos compostos vendidos nos centros de jardinagem britânicos desde 1960, embora não seja realmente tão nutritiva para as plantas. A razão pela qual esse gramado esponjoso é cobiçado pelos jardineiros é que ele pode reter água e ar e geralmente está livre de pragas e doenças. Isso torna a turfa o ambiente perfeito para as sementes germinarem e estabelecerem raízes fortes.

    Mas poucos percebem que o composto de turfa que as pessoas compram a cada Primavera para seus jardins leva milhares de anos para se formar. Extraída de pântanos, pântanos e pântanos, a turfa é os restos parcialmente decompostos de plantas e animais antigos. As turfeiras na Europa contêm cinco vezes mais carbono do que as florestas e a turfa perturbadora para a agricultura ou a colheita para compostagem libera CO₂ para a atmosfera, acelerando as mudanças climáticas.

    Tratores escavando turfa de dentro de uma cratera de pântano.Turfa extraída de um pântano na Irlanda. Kevin Foy / Alamy Foto de stock

    O governo do Reino Unido planeia proibir o uso de turfa entre jardineiros amadores até 2024 . Originalmente, esperava que os centros de jardinagem na Inglaterra parassem voluntariamente de vender produtos à base de turfa até 2020. Mas a turfa é um recurso barato e trocá-la por composto feito de alternativas faz pouco sentido financeiro para essas empresas sem regulamentação vinculativa. Como resultado, a turfa ainda representa cerca de 35% de todas as vendas de composto - um aumento de 9% apenas em 2020.

    Com a proibição proposta e a promessa de restaurar 35.000 hectares de turfeiras em todo o país até o ano seguinte, os lojistas não podem mais atrasar a transição para o composto livre de turfa. Felizmente para os consumidores de dedos verdes, as evidências sugerem que um composto mais ecologicamente benigno ainda pode manter os jardins florescendo lindamente.

    Misturas de composto sem turfa

    A pesquisa para encontrar substitutos para a turfa começou na década de 1970, quando as consequências ambientais da destruição das turfeiras começaram a atrair preocupação no Reino Unido. A primeira geração de alternativas de compostagem era geralmente feita de resíduos que haviam sido compostados, como grama e aparas de árvores de parques e jardins (conhecidos como resíduos verdes), subprodutos do processamento de alimentos, como grãos usados ​​de cervejaria e estrume animal.

    Esses compostos eram inconsistentes por uma série de razões. As misturas eram frequentemente alteradas de um ano para o outro, dificultando a adaptação dos jardineiros. Muitos continham níveis mais elevados de nutrientes do que o necessário para algumas plantas e a estrutura física de algumas alternativas era bastante diferente da turfa, tornando necessário alterar o regime de rega das plantas, o que era confuso para jardineiros amadores. Na época, esses compostos eram vendidos principalmente no sector de varejo para o público em geral, decepcionando muitos que estavam acostumados a trabalhar com turfa. Isso promoveu uma resistência duradoura às alternativas de turfa.

    Pesquisas mais recentes lideradas por fabricantes, cultivadores profissionais e consultores revelaram uma nova geração de compostos. Diferentes materiais - especialmente casca, madeira e fibra de coco - podem ser misturados para formar compostos que têm um desempenho tão bom quanto a turfa . Essa nova fase de pesquisa examinou de perto como os diferentes materiais interagem nas misturas e levou os fabricantes a reduzir a quantidade de lixo verde que usam, que tende a variar em qualidade.

    Um saco branco cheio de folhas e galhos.Resíduos verdes foram um substituto para a turfa na maioria dos primeiros compostos alternativos. Ellyy ​​/ Shutterstock

    Um projecto testou essas diferentes misturas de casca, coco e fibra de madeira e descobriu que essas misturas poderiam substituir efectivamente a turfa em tudo, desde a semeadura de sementes até o cultivo de plantas jovens e maiores estoques de viveiros ornamentais e frutas macias. A análise detalhada da capacidade de cada material de reter água e ar nas proporções necessárias - bem como sua capacidade de drenagem - revelou uma fórmula que pode prever o desempenho de diferentes materiais em qualquer mistura, ajudando os fabricantes a desenvolver compostos de qualidade confiável.

    Embora a maior parte das pesquisas recentes envolvam testes de desempenho de misturas sem turfa em viveiros de plantas comerciais , não há razão para que os jardineiros amadores não tenham o mesmo nível de sucesso.

    Novas misturas de compostos sem turfa já estão disponíveis nos centros de jardinagem. A New Horizon, uma mistura de argila e fibra vegetal, superou as vendas de muitas marcas à base de turfa . Infelizmente, apenas um em cada 20 lojistas anunciou planos para eliminar a turfa em suas lojas neste ano.

    A renovação da pressão do governo e o aumento da conscientização do consumidor podem levar a uma acção mais ampla. Um novo esquema de abastecimento responsável dentro da indústria de horticultura ajudará a garantir que as novas misturas de composto atendam aos padrões de sustentabilidade acordados em seu abastecimento e fabricação. O cenário está armado para que os sacos de composto à base de turfa desapareçam dos centros de jardinagem, mas a transição para uma jardinagem sem turfa dependerá de os jardineiros compartilharem suas experiências de como obter os melhores resultados possíveis com novos produtos sem turfa.

    https://theconversation.com/

    Autores
    1. David Bek

      Reader in Sustainable Economies, Coventry University

    2. Margi Lennartsson Turner

      Professor Associado de Horticultura, Coventry University

    quarta-feira, 28 de abril de 2021

    Couto Misto: o país que existiu durante 800 anos entre Portugal e Espanha

    Durante 800 anos, existiu um pequeno país entre Portugal e Espanha, perto de Montalegre e Chaves. Descubra a fantástica história do Couto Misto.

    Se gosta de história, já deve ter ouvido falar do Couto Misto, um estado independente situado em território que hoje é português e espanhol, e que durante mais de 9 séculos fez parte da história dos dois países.

    O Couto Misto (Couto Mixto, em galego) tinha 27km2 e situa-se na fronteira entre Montalegre o a actual província de Ourense.

    Apesar da sua situação geográfica peculiar, entre dois países, os habitantes do Couto Misto não tinham problemas com isso, celebrando a história de Portugal, de Espanha e a sua própria cultura.

    As diferenças de escrita e na pronúncia eram, por isso, irrelevantes para esta população.

    Os primeiros registos do Couto Misto são datados de 1147, mas pensa-se que a origem deste microestado é anterior e que remonta à independência da Coroa de Portugal do Reino de Leão.



    Após o nascimento de Portugal, as fronteiras não estavam ainda bem definidas, colocando aldeias e vilas raianas numa situação um pouco incerta.

    Chegado a este ponto, existe uma divisão nas teorias: para uns, o Couto Misto seria um refúgio de criminosos; para outros, seria um

    local constituído legalmente pelo rei português D. Sancho I, através de Carta de Foral.

    Segundo a tradição oral, existe uma outra história que conta a origem do Couto Misto: ao que parece, uma princesa desterrada ficou presa durante um nevão, grávida, enquanto atravessava a serra.

    Os habitantes da região que mais tarde seria o Couto Misto salvaram-na e ajudaram-na a dar à luz em segurança.

    Agradecida, a princesa concedeu-lhes então a independência e os respectivos privilégios a que esta estava associada.

    Certo é que os habitantes do Couto Misto gozavam e benefícios que espanhóis e portugueses da altura não tinham.

    Podiam escolher a sua nacionalidade (espanhola, portuguesa, ambas ou nenhuma) no dia do casamento, sem restrições de qualquer espécie.

    Caso decidissem não ter nenhuma nacionalidade, não eram obrigados a prestar serviço militar em nenhum dos países, nem poderiam ser recrutados em caso de guerra.

    O Couto Misto estava também isento do pagamento de impostos e taxas aos Reis dos dois países (uma vez que não respondia a nenhuma das Casas Reais) e os seus habitantes podiam escolher livremente o que cultivar.

    Existia neste microestado uma estrada, chamada de Caminho do Privilégio, que o atravessava e ligava as suas 3 principais localidades (Meaus, Santiago e Rubiás) a Tourém.

    Qualquer pessoa podia passar nesta estrada e as autoridades estavam interditas de prender ou perseguir alguém na estrada, mesmo que essa pessoa transportasse contrabando (especialmente tabaco).

    Assim, era comum ver-se portugueses a percorrer o Caminho do Privilégio com sapatos muito usados, e a voltar depois com sapatos novos.

    O transporte de sal, medicamentos, sabão, açúcar ou bacalhau para dentro do Couto Misto era também frequente, e nenhuma autoridade podia prender ou interceptar quem fazia este transporte.

    Quem procurava asilo poderia também dirigir-se ao Couto Misto: mesmo que fossem criminosos procurados pela justiça de um dos dois países, não poderiam ser presos ou privados das suas riquezas e direitos dentro do Couto Misto.

    Mas isto não significava que o Couto Misto não era governado.

    No fundo, este microestado era uma República, onde as cabeças de família elegiam por voto um governo, cuja autoridade máxima era um juiz.

    Cabia a este juiz escolher outros dois por cada povoação, chamando-se estes homes de acordos.

    As decisões do governo eram tomadas em praça pública pelos moradores, estando prevista a possibilidade de revogar o poder dos eleitos antes do mandato acabar, elegendo-se um novo juiz, em caso de incumprimentos.

    Assim, os habitantes do Couto Misto raramente precisavam da intervenção das autoridades portuguesas ou espanholas, embora pudessem recorrer a elas (sendo que cada família recorreria à Casa com a qual se identificasse).

    Esta liberdade do Couto Misto não agradava a todos, e por isso as regras deste microestado foram por vezes desrespeitadas pelas autoridades espanholas e portuguesas.

    Nem sempre se respeitava o direito de asilo, e por isso havia prisões de habitantes do Couto, e nem sempre estes habitantes negavam passagem ou alojamento a forças militares de um ou outro país.

    Com o tempo, aqueles que se identificavam como espanhóis passaram a pagar impostos a Espanha, e os que se declaravam portugueses pagavam impostos ao Rei de Portugal para poderem cultivar tabaco – o que, por si, era uma violação dos direitos destes habitantes.

    As relações entre o microestado e ambos os países foi-se deteriorando ainda mais com o tempo, criando-se a lenda de que os habitantes do Couto Misto seriam todos criminosos, e dos mais ferozes, incluindo-se na população assassinos, contrabandistas e malfeitores no geral, segundo a lenda que então corria de ambos os lados da fronteira.

    Em 1851, formou-se a Comissão Mista, que pretendia dissolver o Couto Misto e repartir o seu território por Portugal e Espanha.

    A 29 de Setembro de 1864, com o Tratado de Lisboa, o Couto Misto teve o seu fim definitivo. Rubiás, Meaus e Santiago passariam a pertencer a Espanha, e uma faixa desabitada do Couto Misto seria portuguesa.

    Portugal ficaria também com Soutelinho, Lamadarcos e Cambedo, como moeda de troca.

    Assim, o Couto Misto já não existe oficialmente.

    No entanto, em 1990, iniciaram-se esforços de protecção e conservação da identidade daquele pequeno estado histórico.

    Foram criadas associações e foram recuperadas certas tradições, como o Juiz Honorário e os homes de acordo.

    Graças a este esforço, pode ainda visitar a zona e percorrer caminhos e trilhos ainda disponíveis, ou ver outras atracções relacionadas ao Couto Misto, como umas pinturas que foram descobertas em 2013.

    Se quer visitar o Couto Misto, saiba que este se encontra hoje na província de Ourense, dividido entre as vilas de Baltar e Calvos de Randín, e fazendo fronteira com as freguesias de Padroso, Donões e Mourilhe, em Montalegre.

    Para além da visita ao território do Couto Misto, recomenda-se uma passagem demorada por todas estas regiões!

    segunda-feira, 19 de abril de 2021

    COMO PLANTAR UM BONSAI – EM 10 PASSOS.

      Em comemoração ao dia da Árvore que tal plantar uma em sua casa? Mas é muito grande? Que tal um Bonsai então? Eles são arvores cultivadas em pequenos vasos, com isso eles não crescem muito, podendo cultiva-las dentro da sua casa!

      Confira esse passo a passo que fizemos para vocês, iniciantes!


      koukaen-bonsai-garden

      Passo 1

      Primeira coisa a se fazer é escolher o vaso! Existem vários modelos de vasos para Bonsais, mas preste atenção pois as árvores  novas, que estão sendo estilizadas devem ser colocadas em recipientes maiores, para dar às raízes espaço suficiente para que se desenvolvam. Já as mais velhas, que passam apenas pela poda de manutenção,  podem ser plantadas em vasos menores.


      Passo 2

      Agora vamos drenar o vaso! Como os vasos são baixos, o sistema de plantio é muito simples. É somente  utilizar um pedaço pequeno de Bidim ou sombrite, para tampar os buracos do vaso. Com isso você deve passar um arame de cobre pelos buracos do vaso, passando pela tela e prender no sistema radicular da planta para firma-la.

      img55e7565014453 - Como plantar um Bonsai - em 10 passos

      Passo 3

      Prepare o solo do seu Bonsai. Para melhores resultados misture 85% de xisto de 8 mm e 15% de terra de Algarrobo, mas caso não encontre pode ser qualquer outra mistura standard.

      soil 04 - Como plantar um Bonsai - em 10 passos

      Passo 4

      Hora de escolher a planta que será usada!

      Recomendamos você iniciante começar com uma muda de planta, pois comprar sementes o processo é mais difícil e demorado.

      As plantas mais usadas para Bonsais são os pinheiros, juníperos e ciprestes. Você pode escolher a que preferir, floríferas, frutíferas ou folhagens, todas são possíveis! O ideal é que possuam lignina (tecido  grosso, iguais as árvores que vemos por aí) no caule. Escolha plantas velhas com musgos com caules grossos e galhos tortos para facilitar na hora da poda.

      bonsai oriental spruce 04 - Como plantar um Bonsai - em 10 passos

      Passo 5

      Mãos a obra!

      • Pegue a muda de planta, esfarele o torrão para deixar as raízes nuas.

      • Lave as raízes delicadamente, tomando muito cuidado com elas.

      • Antes de realizar a poda nas raízes, esterilize a tesoura com fogo.  

      • Com isso retire as raízes mais grossas, deixando apenas as mais finas, aplique canela em pó (a mesma que você utiliza na cozinha) para cicatrizar rapidamente o corte. Já as raízes mais finas devem ser cortadas somente o comprimento de 10 cm da base da planta escolhida.

      • Amarre o arame no sistema radicular da planta, após isso coloque o restante do substrato para o solo e pressione com as mãos para firma-lo.

        poda de raiz - Como plantar um Bonsai - em 10 passos

        Passo 6

        Como cultiva-la?

        Como qualquer outra planta, ela necessita de luz, água e protecção dos ventos para sobreviver. Evite que o Bonsai tome sol nos horários mais quentes do dia (+- das 10hrs até as 14hrs). Caso não tenha como controlar isso, utilize um sombrite com 50% de luminosidade para amenizar a luz solar sobre o seu Bonsai. Para rega-la, não esqueça que toda planta que for regada em excesso acaba morrendo, então recomendamos rega-la 1 vez a cada 2 dias, ou quando você perceber que o solo está seco. Lembre sempre de verificar se a água está escorrendo pelo vaso ( se estiver a sua drenagem está funcionando!).

        watering bonsai  - Como plantar um Bonsai - em 10 passos

        Passo 7

        Como você vai estiliza-lo? Já decidiu? Confira alguns estilos de Bonsais que você pode seguir na hora da poda e estilização.

        Chokkan (forma vertical), Sokan (tronco duplo na mesma base),  Kabudachi (multi tronco na mesma base), Yose-eu (floresta, várias árvores crescendo em harmonia), Hokidachi (vassoura), Han-kengai (Semi cascata), Kengai (cascata), Bunjingi (verde no topo), Fukinagashi (varrido pelo vento), Ishisuki (raízes nas rochas), Sharimiki (tronco morto), entre outros.

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        Passo 8

        Para o cultivo ser um sucesso você precisa realizar 3 tipos de poda:

        1. Poda de manutenção (para manter o formato que você escolher do bonsai),

        2. Poda de estilização (para dar um estilo ao bonsai)

        3. Poda de raiz (para transplantio no vaso e engrossamento).

          1. A poda de manutenção é muito simples, só retirar as folhas e galhos mais finos que estão crescendo.

            A poda de estilização é já é mais complicada, pois cada estilo requer uma poda e modos diferentes de realização, por isso quando escolher o estilo do seu Bonsai, pesquise a fundo ou pergunte para quem tem conhecimento.

            A poda de raiz também é perigosa, pois traz um alto risco da sua planta não sobreviver ao acto. Porém, quanto mais você praticar, melhor e mais conhecimento você terá, por isso não fique triste se não der certo na primeira vez! 

            maxresdefault - Como plantar um Bonsai - em 10 passos

            Passo 9

            Armação do Bonsai!

            É um processo muito importante,  pois através do arame você conduz o galho no estilo que você quiser. Porém tenha cuidado para não sufocar os galhos com os arames, os proteja com plásticos/borrachas.

            Confira aqui algumas técnicas e jeitos de armação de Bonsai!

            img55e5efbcb1c36 - Como plantar um Bonsai - em 10 passos

            Passo 10

            Adubação!

            Não esqueça que sua plantinha precisa de nutrientes para crescer forte e saudável. Utilize adubos foliares completos! Confira aqui alguns os cuidados que se deve ter com a adubação!

            fertilizing 02 biogold - Como plantar um Bonsai - em 10 passos

            https://www.marabraz.com.br/

          quinta-feira, 1 de abril de 2021

          Renascimento Urbano medieval,

          Mais ou menos…

          A Idade Média europeia foi marcada por uma organização social e económica predominantemente rural. As invasões bárbaras do século V levaram ao declínio das cidades do Império Romano, aumentando a importância dos campos para a habitação e produção económica. Essa situação iria mudar a partir do século XI quando teve início o chamado Renascimento Urbano.

          A ruralização da sociedade medieval não significou a extinção das cidades. Apenas resultou na diminuição de sua importância no conjunto da sociedade, mudando ainda seu carácter se comparadas às funções desempenhadas pela cidade durante a Antiguidade romana.

          A cidade medieval – também conhecida como burgo – até o século XI era, de certa forma, uma extensão do mundo senhorial. Por se localizarem em terras que eram dominadas por um senhor, as cidades estavam sujeitas a seu poder. Além disso, habitavam as cidades principalmente os nobres, reis, bispos e comerciantes, mostrando que era também espaço de concentração do poder político e religioso. Geralmente ao centro das cidades encontravam-se mercados e igrejas.

          Os senhores conseguiam exercer influência sobre as cidades ao enviar os excedentes da produção agrícola das terras sob seu domínio e comercializá-los nesse espaço urbano. Estabeleciam ainda relações de dependência entre si e o conjunto dos moradores das cidades, principalmente através da cobrança de tributos.

          Muralha da cidade medieval francesa de CarcassoneMuralha da cidade medieval francesa de Carcassone

          A partir do século XI, teve início uma expansão do comércio em decorrência das Cruzadas e da acumulação de excedentes agrícolas. Esses excedentes foram possibilitados pelas inovações técnicas adoptadas na agricultura, como a charrua, novas formas de atrelamento dos animais ao arado e também com a adopção da rotação de cultura. Dessa forma, o comércio com o Oriente possibilitado pelas Cruzadas e as trocas de excedentes levaram paulatinamente as cidades a crescerem de importância no mundo feudal.

          Para realizar as transacções comerciais foram criadas feiras, dais quais se destacaram a de Champagne e de Brie, na actual França. Por serem fortificadas e se localizarem próximas às rotas de comércio, as cidades eram consideradas locais seguros, principalmente para manter as estruturas bancárias necessárias à realização dos negócios.  Uma classe de comerciantes foi se formando internamente aos burgos e também enriquecendo, dando origem aos burgueses.

          Por outro lado, foram se formando grupos de artesãos que também vendiam sua produção nas feiras. Eles passaram a se organizar nas corporações de ofício, que eram organizações que reuniam pessoas que exerciam a mesma profissão. Dentro das corporações havia uma rígida divisão, tendo ao cimo o mestre-artesão, abaixo dele estavam os jornaleiros e, por fim, os aprendizes. Havia regras na adopção das técnicas de produção que buscavam uniformizar as formas de trabalho e os próprios produtos, criando, dessa forma, uma tradição de produção. Era papel do mestre-artesão garantir o cumprimento dessas regras.

          Com o aumento de sua importância económica, as cidades foram se expandindo. Mais pessoas passaram a morar nas cidades, resultando na ampliação dos muros que demarcavam seus limites. Porém, esse crescimento gerou uma grande aglomeração de pessoas para os números da época. Paris chegou a ter cerca de 100 mil habitantes no período, número considerável se for levado em consideração o fato das demais cidades não chegarem a ter mais de 20 mil habitantes.

          Mas não havia práticas de salubridade nesses burgos. O saneamento básico, como o conhecemos hoje, não existia, tornando as cidades um local propício à propagação de epidemias. Foi o que ocorreu no século XIV, quando as pulgas infectadas pela bactéria Yersinia pestis foram transportadas por roedores e peles de animais do Oriente para as cidades europeias. As pulgas infectadas pela bactéria, ao picarem os seres humanos, transmitem a peste bubónica. Nas condições insalubres das cidades europeias, a peste bubónica transformou-se em uma epidemia que dizimou cerca de um terço da população europeia.

          Pintura retratando Segovia, cidade medieval da EspanhaPintura retractando Segóvia, cidade medieval da Espanha


          As cidades sobreviveram à peste negra, outro nome dado à epidemia. O patriciado que controlava politicamente os burgos fortaleceu-se com o desenvolvimento urbano, gerando uma crescente autonomia frente aos senhores feudais. A comuna eram as cidades que se tornavam livres e organizavam-se a partir de relações distintas das que caracterizavam a dependência dos senhores da nobreza rural.

          Essas diferenças foram se tornando maiores ao longo do tempo e opondo a burguesia urbana à nobreza rural. Tal situação iria se resolver apenas ao fim da Idade Moderna, quando a burguesia já havia acumulado um considerável poder económico para também se impor politicamente à nobreza.

          * Crédito da Imagem: Palazzo Pubblico

          Obra de Ambrogio Lorenzetti (1285-1348) retratando uma cidade medieval.*Obra de Ambrogio Lorenzetti (1285-1348) retractando uma cidade medieval.*

          Por Tales Pinto-https://www.historiadomundo.com.br/