domingo, 10 de março de 2019

Os 19 maiores desastres ocorridos em Portugal nos últimos 75 anos

Porque é importante aprender com os erros do passado para não os repetir no futuro e não se percam mais vidas. Os maiores desastres ocorridos em Portugal.

Precisamente na altura em que mais uma tragédia se abate sobre o país, importa relembrar outras tragédias do passado para que nada de grave volte a acontecer. Os incêndios não são inevitáveis e podem ser prevenidos e/ou combatidos. Basta que haja inteligência e vontade de quem governa o país.

De acidentes provocados pelo homem a desgraças naturais, fica uma cronologia das maiores catástrofes que assolaram o território português nos últimos 75 anos. Já agora… acha que é normal que em Portugal, um incêndio mate mais gente do que um sismo de grau 7 em alguns países?


1954 – COMBOIO RÁPIDO DO ALGARVE – 34 MORTOS

A 13 de Setembro de 1954, um descarrilamento do comboio rápido que ligava o Algarve a Lisboa (Barreiro), entre Pereiras-Gare e Sabóia (Odemira), ceifou a vida a dezenas de pessoas que nunca chegariam ao seu destino. O comboio partira de Vila Real de Santo António às 13h16, com hora prevista de chegada ao Barreiro pelas 20h36. Segundo o jornal “O Século”, em Tunes, a composição esgotou a capacidade, tendo ainda recebido passageiros nas estações de Messines e S. Marcos.

Cerca das 16h30, entre as estações de Pereiras e de Santa Clara – Sabóia, no sítio das Covas (Km 261,427), a máquina “descarrilou arrastando o furgão e as duas carruagens de terceira classe imediatas. A segunda carruagem, entrando pela primeira, cortou-a completamente ao meio, galgando ambas uma barreira de mais de três metros de altura. Em baixo, estendia-se uma grande vala, com 10 a 12 metros, onde mais tarde, foram encontrados cadáveres, para ali projectados”. Foi desta forma que “O Século” descreveu o acidente.

A 30 de Maio de 1961, um avião que fazia a ligação Lisboa-Açores caiu ao mar na Fonte da Telha, tendo morrido todos os 61 ocupantes. Após o acidente, uma comissão conjunta de Portugal e Holanda assumiria a tarefa de investigar o acidente.

O inquérito seria apresentado apenas em 1 de Março de 1963, quase dois anos depois do acidente. Por conta da falta de informações, nunca seria descoberta a causa da perda de controle do DC-8, tendo sido especuladas desde falhas em instrumentos como também uma possível desorientação espacial do comandante durante uma prolongada curva (graveyard spiral).


1962 – CHEIAS MONDEGO E DOURO – N.º INDETERMINADO DE MORTOS

As segundas maiores cheias do século XX conduziram a uma tragédia nas terras entre o Mondego e o Douro, causando um número indeterminado de mortos.

No Peso da Régua, são consideradas cheias grandes as que inundam a Avenida João Franco (que esta à cota a 58 m), implicando uma subida do nível do rio em 13 metros de altura (caudal a 6 000 m3/s). Na Régua, essa cheia do rio de 1962, a segunda maior do século XX, (a maior cheia é de 1909 com um caudal de 16.700 m3/s) atingiu um caudal de 15.700 m3/s (cota 67,7 m), o equivalente a 23 metros de altura para além do nível médio do leito normal.

1963 – DESASTRE DO CAIS DO SODRÉ – 49 MORTOS

Às 16 horas e 7 minutos do dia 28 de Maio de 1963, hora em que se registava um movimento normal na estação, a cobertura dos alpendres ruiu, soterrando mais de uma centena de pessoas, das quais 49 morreram e 69 ficaram feridas.

Pouco tempo antes do acidente, tinha sido construído um novo alpendre sobre as plataformas da estação do Cais do Sodré, em ferro e betão. Esta obra foi motivada pela necessidade de aumentar o número de vias na estação, e por isso remover algumas plataformas, as quais suportavam pilares da cobertura metálica, que também teve de ser substituída.


1964 – DESASTRE FERROVIÁRIO DE CUSTÓIAS – 90 MORTOS

Na noite de 26 de Julho de 1964, um reboque de passageiros soltou-se do comboio em que circulava e chocou contra um paredão, matando 90 pessoas. Na Linha do Porto à Póvoa e Famalicão, a unidade de cauda de uma composição formada por automotoras da Série 9300 dos Caminhos de Ferro Portugueses desengata-se do resto da composição, descarrilando e colidindo com um pontão.

Este acidente foi provocado pelo excesso de peso devido a sobrelotação, embora também se aponte um possível excesso de velocidade como causa. Há números contraditórios sobre este acidente e há relatos que as vítimas teriam sido 102 e não 90, o número oficial.


1966 – INCÊNDIO DE SINTRA – 25 MILITARES

Em Setembro de 1966, a serra de Sintra era motivo de notícia, nos jornais nacionais e estrangeiros. Não pela sumptuosidade do seu património histórico-natural, mas antes, devido à violência com que o fogo a devastava e às circunstâncias dramáticas em que haviam morrido, durante os trabalhos de extinção, 25 militares do Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa de Queluz (RAAF).

O fogo lavrou – com intensidade brutal – entre os dias 6 e 12 de Setembro. As chamas irromperam na Quinta da Penha Longa, alastrando à Quinta de Vale Flor, Lagoa Azul e Capuchos. Em diversos momentos, a situação apresentou-se incontrolável, sendo favorecida por elevadas temperaturas e constantes mudanças de vento forte. Vários pontos de referência de Sintra estiveram sob risco elevado, caso do Palácio de Seteais, Palácio de Monserrate e Parque da Pena, entre outros. A própria localidade de S. Pedro de Sintra chegou a correr perigo. A presença, no ar, de corpos incandescentes, originou focos de incêndio noutros pontos do concelho – Albarraque, Cacém, Colares, Gouveia, Magoito, Mucifal, Pinhal da Nazaré, Praia Grande e Praia das Maçãs – obrigando à dispersão dos meios de combate.


1967 – CHEIAS DA GRANDE LISBOA – 462 MORTOS

No século XX, estas foram as maiores cheias registadas. Além disso, a água que correu em Lisboa a 26 de Novembro é considerada a maior tragédia que aconteceu em Portugal nos últimos 50 anos.

As inundações percorreram a capital e à sua frente levaram tudo, desde Alenquer até ao Dafundo, já em Oeiras. As condições precárias de habitação e a falta de ordenamento que se faziam sentir então na capital vitimaram mortalmente 462 pessoas e deixaram ainda milhares de pessoas sem abrigo.


1976 – ACIDENTE AÉREO NAS LAJES – 68 MORTOS

Na aproximação à pista da base das Lajes, nos Açores, por volta das 22 horas do dia 3 de Setembro de 1976, um avião C-130H da Força Aérea Venezuelana despenhou-se com 68 passageiros a bordo. O C-130 que seguia caminho para Espanha, transportando o Orfeón Universitário da Universidad Central de Venezuela, que se deslocava pela primeira vez a Barcelona para participar num festival.

Na origem do acidente estiveram as condições meteorológicas adversas resultantes da proximidade do furacão Emmy. Por razões desconhecidas, o piloto do C-130 não conseguiu contactar a torre, tendo decidido fazer várias aproximações à pista. Numa dessas aproximações, o avião despenha-se a pouco mais de mil metros da pista, não deixando sobreviventes.


1977 – ACIDENTE AÉREO NO FUNCHAL – 36 MORTOS

No dia 18 de Dezembro de 1977, quando se aproximava da pista do aeroporto de Funchal, caiu no mar. Dos 57 ocupantes, morreram 36 (35 passageiros e uma hospedeira) e 17 passageiros e os 4 tripulantes restantes sobreviveram.

A Direcção-geral da Aeronáutica Civil concluiu que o acidente aconteceu essencialmente por falha humana. Na sequência deste acidente, a empresa suíça que realizava o charter abriu falência no ano seguinte.


1977 – ACIDENTE AÉREO NO FUNCHAL – 131 MORTOS

Era a terceira vez que o avião que fazia a ligação Bruxelas-Funchal se fazia à pista do Aeroporto de Santa Catarina, no Funchal, naquele dia. A 19 de Novembro de 1977 a chuva não queria dar tréguas. E não deu mesmo. Depois de duas tentativas falhadas, João Costa, o piloto, tinha a sua última oportunidade de enfrentar as condições meteorológicas que se faziam sentir e aterrar as 164 pessoas que seguiam a bordo do aparelho, em segurança. Não conseguindo, teria que se dirigir para o aeroporto de Las Palmas de Gran Canária. Esta última oportunidade revelou-se fatal e, às 21h48, o avião sofreu um acidente: aterrou muito para lá do normal na pista do aeroporto, conhecida por ser curta.

O avião deslizou pelas águas acumuladas devido à chuva intensa, saiu da pista e caiu em cima de uma ponte, uns metros mais abaixo. Com o impacto o avião partiu-se em dois, tendo ficado uma das partes em cima da ponte e a outra parte, que foi consumida pelas chamas, um pouco mais abaixo, na praia. Dos oito tripulantes que seguiam a bordo, seis morreram, assim como 125 dos 156 passageiros que o avião transportava. Depois deste acidente, o único com vítimas mortais da TAP – que tudo fez para evitar a má imagem da companhia. No dia seguinte ao do acidente, a companhia pintou a cauda da aeronave, fazendo desaparecer o logótipo da empresa. A pista do Aeroporto de Santa Catarina foi aumentado duas vezes, possuindo actualmente 2781 metros de comprimento.


1980 – SISMO NA ILHA TERCEIRA – 71 MORTOS

Foi no primeiro dia do ano que a Natureza decidiu pregar uma (grande) partida aos açoreanos, que habitavam a Ilha Terceira. Com 7,2 na escala de Richter, um sismo tomou conta da ilha e destruiu grande parte da cidade de Angra do Heroísmo. O sismo ocorreu às 15h42 (hora local) e teve o epicentro no mar, a cerca de 35 quilómetros de Angra do Heroísmo.

Na ilha Terceira, a mais atingida, 80% dos edifícios da cidade ficaram completamente destruídos e a vila de São Sebastião, assim como as freguesias do Oeste e Noroeste da ilha não se livraram também de estragos. As ilhas Graciosa e São Jorge também foram afretadas pelo sismo, que colheu 71 vidas – 51 na Terceira e 20 em São Jorge – e feriu mais de 400 pessoas, deixando ainda 15 mil pessoas desalojadas. O então Presidente Da Repúblico, Ramalho Eanes, decretou três dias de luto nacional, em memória dos afectados pelo sismo.


1985 – DESASTRE FERROVIÁRIO DE ALCAFACHE – 120 MORTOS

O dia 11 de Setembro só em 2001 ficou para a história do mundo, como um dos piores. Mas antes disso, em Portugal, já desde 1985 que a data marcava um dia de tristeza. No apeadeiro de Moimenta-Alcafache, concelho de Mangualde, um comboio de serviço internacional Porto – Paris (com cerca de 12 carruagens), que circulava com 18 minutos de atraso, e um de serviço regional, que circulava na direcção de Coimbra (com cerca de seis carruagens), colidiram, por volta das 18h30. O comboio de serviço regional recebeu ordens para dar prioridade de passagem ao comboio de serviço internacional. A ordem foi ignorada, porque o serviço regional considerou que os 18 minutos de atraso seriam suficientes para chegar à estação seguinte. Mas não foram.

As duas composições colidiram a uma velocidade de 100 quilómetros à hora, num choque que destruiu carruagens e provocou vários incêndios. O fogo propagou-se rapidamente e ajudou a provocar o pânico entre os passageiros que seguiam a bordo das composições. Muitas pessoas acabaram por ficar presas entre os destroços e outras não saíram a tempo, acabando por morrer nos incêndios ou asfixiadas. O número de mortos no acidente ferroviário nunca foi determinado com exactidão, estimando-se que tenha rondado os 120. Só passados sete dias, a 18 de Setembro, é que volta a circular um serviço internacional neste troço, com destino a França, que leva os 61 sobreviventes do desastre ferroviário.


1989 – ACIDENTE AÉREO EM SANTA MARIA – 144 MORTOS

O voo descolou de Milão, Itália, às 10h04 do dia 8 de fevereiro de 1989. O destino era Punta Cana, na República Dominicana, mas os Açores estavam na rota desta viagem para uma escala de reabastecimento. A bordo seguiam 7 tripulantes americanos, já que o avião era de uma companhia dos EUA – a Independent Air – e transportavam 137 passageiros, todos eles italianos.

Quando o avião se preparava para aterrar em Santa Maria, o aparelho colidiu com o Pico Alto, a 547 metros de altura. O impacto rompeu os tanques de combustível e, poucos segundos depois do embate, seguiu-se uma explosão no ar que espalhou destroços e corpos por centenas de metros quadrados, levando a vida às 144 pessoas que iam a bordo.


1992 – ACIDENTE AEROPORTO DE FARO – 56 MORTOS

A 21 de Dezembro de 1992, um avião proveniente de Amesterdão tentou aterrar no aeroporto de Faro com condições muito adversas, provocando 56 mortos. Segundo a investigação na altura, realizada pelas autoridades aéreas portuguesas, a razão principal do acidente com o aparelho da Martinair no aeroporto de Faro, deveu-se às condições atmosféricas que se faziam sentir na altura da aterragem.

Segundo este inquérito sobre as razões do acidente, este deveu-se a uma rajada inesperada de vento que atirou o aparelho contra o chão no momento da aterragem. Os sobreviventes e familiares de vitimas colocaram sérias dúvidas sobre esta conclusão e realizaram assim um inquérito pela pessoa de Harry Horlings, engenheiro aeronáutico. Depois da análise das caixas negras do aparelho realizada em 2011, as causas do acidente não se deveram apenas às condições atmosféricas, mas sim também a erros de piloto na aterragem.


1999 – ACIDENTE AÉREO EM SÃO JORGE – 35 MORTOS

A 11 de Dezembro de 1999 uma ligação aérea regional nos Açores chocou contra o Pico da Esperança, tendo morrido todos os 35 ocupantes. O Relatório da Comissão de Inquérito, divulgado pelo Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) concluiu que o voo foi planeado para uma rota directa ao Aeroporto da Horta, tendo a aeronave efectuado um desvio “sem que a tripulação se apercebesse”, até que começou a cruzar a linha da costa Norte da Ilha de São Jorge, onde viria a embater.

A tripulação “estava plenamente convencida” que a aeronave se encontrava sobre o Canal de São Jorge, e a sua atenção estava mais concentrada nas más condições meteorológicas da altura. Após soar o alerta de impacto, 3 segundos antes do primeiro impacto, o co-piloto alerta para o facto de estarem “a perder altitude e em cima de São Jorge”. Apesar dos pilotos terem aumentado a potência dos motores, a manobra foi “insuficiente para ultrapassar o obstáculo”.


2001 – DESASTRE DE ENTRE-OS-RIOS – 59 MORTOS

Ficou conhecido como Tragédia de Castelo de Paiva um acidente, ocorrido a 4 de Março de 2001, às 21:15 horas, que consistiu no colapso da Ponte Hintze Ribeiro, inaugurada em 1887, e que fazia a ligação entre Castelo de Paiva e a localidade de Entre-os-Rios. A Ponte Hintze Ribeiro foi projectada pelo engenheiro António de Araújo Silva e a sua construção iniciou-se em 1884, tendo a empreitada ficado a cargo da empresa belga “Société Anonyme Internationale de Construction et Entreprise de Travaux Publics”, de Braine-le-Comte. O nome da ponte ficou a dever-se a Hintze Ribeiro, primeiro-ministro de Portugal nos períodos 1893–1897, 1900–1904 e durante 2 meses em 1906.

Do acidente resultou a morte de 59 pessoas, incluindo os passageiros de um autocarro e três carros que tentavam alcançar a outra margem do rio Douro. O desastre levou a acusações quanto a negligência do Governo Português, levando à demissão do Ministro do Equipamento Social da altura, Jorge Coelho. O Governo decretou dois dias de luto nacional. Em Janeiro de 2003, junto à ponte de Entre-os-Rios, foi inaugurado o monumento de homenagem às vítimas, designado “Anjo de Portugal”, onde estão inscritos os nomes daqueles que morreram no acidente.


2010 – CHEIAS NA MADEIRA – 47 MORTOS

As cheias na ilha da Madeira foram provocadas por uma precipitação fora do normal a 20 de Fevereiro de 2010, levando à morte de 47 pessoas. A parte baixa da cidade do Funchal foi inundada e a circulação viária foi impedida por pedras e troncos de árvore arrastados pelas ribeiras de São João, Santa Luzia e João Gomes.

Na freguesia do Monte, a capela de Nossa Senhora da Conceição, ao Largo das Babosas, foi levada pela força das águas, junto com algumas das residências vizinhas. Alguns populares conseguiram salvar a imagem da virgem e vários ornamentos. Actualmente foram confirmados cerca de 47 mortos, 600 desalojados e 250 feridos.


2017 – INCÊNDIO DE PEDRÓGÃO GRANDE – 66 MORTOS

Pelo menos 66 pessoas morreram nas aldeias ou estradas do concelho de Pedrógão Grande. Outras 250 pessoas ficaram feridas, incluindo doze bombeiros; sete pessoas — cinco bombeiros e uma criança — ficaram em estado crítico.

A maior mortalidade ocorreu na estrada nacional 236-1, numa zona florestal entre Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, onde 47 pessoas morreram dentro dos seus carros ou perto deles, quando um incêndio atingiu a área. 30 delas morreram presas no interior dos seus veículos enquanto as outras 17 morreram nas proximidades, ao tentarem escapar a pé. Uma pessoa morreu atropelada. Apesar de a causa da morte de 30 pessoas ter sido atribuída a carbonização, especialistas dizem que a verdadeira causa da morte poderá ter sido a inalação de fumos e que essas mesmas pessoas só teriam sido carbonizadas muito tempo depois de terem falecido.


2017 – INCÊNDIOS EM TODO O PAÍS – 38 MORTOS CONFIRMADOS

Entre os dias 15 e 16 de Outubro, cerca de 500 fogos deflagraram um pouco por todo o país, especialmente nas zonas norte e centro. 38 pessoas, pelo menos, morreram em várias localidades. Há ainda feridos graves nas unidades de queimados em vários hospitais do país.

Estes incêndios aconteceram 4 meses depois da tragédia de Pedrógrão Grande. Debaixo de imensa polémica, a resposta do governo foi duramente criticada. Uma das maiores queixas da população reside na total descoordenação dos bombeiro e das restantes forças da protecção civil. De notar que, apenas alguns meses antes do início da época de incêndios, o Governo substituiu os responsáveis da protecção civil, com largos anos de experiência no cargo, por pessoas formadas, por exemplo, em Educação de Infância mas, curiosamente, com cartão de militante do Partido Socialista.

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sexta-feira, 8 de março de 2019

Salários baixos? “Muitas pessoas até ganham mais do que deviam”, diz Ferraz da Costa

Pedro Ferraz da Costa

Pedro Ferraz da Costa

No ano em que o salário mínimo nacional (SMN) aumentou para 600 euros, o valor continua a ser um dos mais baixos da Europa. Mas, para Pedro Ferraz da Costa, há no país muitos trabalhadores que recebem “mais do que deviam”. Em entrevista ao jornal i (acesso pago), o presidente do Fórum para a Competitividade falou ainda de política, já que este é um ano com três actos eleitorais. Prevendo umas eleições legislativas pouco fáceis, acredita que António Costa está obrigado a “comprar votos”, custe o que custar.

Foi a 21 de Dezembro que Marcelo Rebelo de Sousa promulgou o diploma apresentado pelo Governo relativos à subida do salário mínimo para 600 euros. Um valor que foi proposto pelo Executivo de António Costa, mas que acabou por não conquistar a aprovação dos parceiros sociais. Os sindicatos pediam mais até porque o aumento do salário mínimo nacional quando medido em paridades de poder de comprar está entre os mais baixos da Europa e regista um aumento inferior por exemplo ao da vizinha Espanha. Contudo, Pedro Ferraz da Costa tem uma opinião diferente: “Os nossos salários são baixos? Muitas pessoas até ganham mais do que deviam”, disse, em entrevista.

Se a UGT pedia um aumento para 615 euros, a CGT pedia ainda mais: 650 euros. O valor acordado deixou, assim, muitos descontentes, principalmente os partidos de esquerda, com quem o primeiro-ministro criou uma aliança. Para Ferraz da Costa, “a esquerda portuguesa sempre quis acabar com os ricos”, disse, contrapondo os partidos que apoiam o Governo no Parlamento à esquerda escandinava, que, em contrapartida, “queria acabar com os pobres”.

Com o aproximar das eleições os conflitos entre PS e parceiros da geringonça são cada vez mais mediáticos. Mas António Costa já admitiu abrir a porta a uma nova geringonça, até porque as sondagens parecem afastar o objectivo do PS de conseguir uma maioria absoluta nas próximas legislativas. Para já, em cima da mesa estará um novo acordo de incidência parlamentar e não uma coligação governamental, que o Bloco de Esquerda já se mostrou disponível em formar, mas que o primeiro-ministro já descartou.

O caminho até às eleições promete não ser fácil, com um forte aumento da contestação social — professores, enfermeiros, juízos, funcionários do Fisco, guardas prisionais, etc. Ferraz da Costa defende que “o primeiro-ministro está refém da necessidade de comprar votos a qualquer preço”. Contudo, admite que o país já vive “em guerrilha ideológica praticamente desde 1974”.


https://www.msn.com/pt-pt/financas/emprego-e-carreira/salários-baixos-“muitas-pessoas-até-ganham-mais-do-que-deviam”-diz-ferraz-da-costa/ar-BBUwljG?ocid=spartanntp#image=1

Los portugueses huyen del cine nacional

Apenas el 1,9% de los espectadores vio el pasado año una película casera

'Cartas de guerra', de Ivo Ferreira.

'Cartas de guerra', de Ivo Ferreira.

Javier Martín del Barrio

4 MAR 2019

Portugal tiene nobeles en diferentes disciplinas, medallas olímpicas, ganó la Eurocopa de fútbol y hasta Eurovisión, incluso un portugués dirige la ONU. Solo hay algo que Portugal no ha conseguido jamás, ganar un Oscar. Ni un Oscar ni un Oso de Berlín ni un León de Venecia ni una Palma de Cannes. Películas de países como Mauritania o Jordania fueron nominadas en alguna ocasión al una de esas estatuillas, Portugal jamás. En cuestión de cine, Portugal es un páramo mundial que el Gobierno no hace mucho por remediar.

Apenas el 1,9% de los portugueses que fueron al cine el pasado año pagaron por ver una película nacional, según el Instituto de Cinematografía y Artes Visuales (ICA). Solo Croacia tiene un porcentaje inferior en la Unión Europea. En España, por ejemplo, el porcentaje fue del 17,5%. El cine portugués recaudó 1,1 millones de euros, casi cien veces menos que, por ejemplo, el español.

El desinterés por el cine propio se arrastra desde hace tiempo. El gran cineasta portugués Manoel de Oliveira, que fallecido en 2015 a los 106 años de edad, apenas atrajo a 34.000 compatriotas en los 28 filmes que realizó en su vida.

El distanciamiento entre público y cineastas portugueses nunca había llegado a los niveles actuales, pese a las ayudas al sector. El pasado año el ICA destinó 20 millones de euros a la producción de 71 películas, la cifra más alta en una década.

El dinero no parece que sea invertido muy bien a tenor de la respuesta del público. Películas como Ramiro, por ejemplo, recibió 600.000 euros de subvención y tuvo 2.538 espectadores, una media de 236 euros por cada uno de ellos, 47 veces más que el precio de la entrada (5 euros). Las 10 películas portuguesas más taquilleras recaudaron 200.000 euros, un tercio que la más vista del año, Los increíbles.

Mientras se pudre el sector, pasan los ministros de cultura sin que se apruebe una nueva ley de cine a gusto de todos, en concreto, quién y cómo se decide el reparto del dinero.

En la parálisis política del sector, el Gobierno tiene congelada la transposición de la directiva europea que obliga a Netflix a incluir en su catálogo un 30% de producción europea. Ahora, los portugueses pueden ver en Netflix muchas series y películas brasileñas y españolas, pero no hay nada made in Portugal. El Gobierno corta, con su inacción, una vía de promoción y recaudación de la industria nacional de las artes visuales, diferente de la tradicional y decaída sala de cine.

https://elpais.com/internacional/2019/02/25/mundo_global/1551094241_342944.html

quinta-feira, 7 de março de 2019

Avieno

Rúfio Avieno (em latim: Postumius Rufius Festus Avienius) foi um escritor latino do século IV, natural da cidade de Volsínios (atual Bolsena), na Etrúria.[1] Procedia da família dos Rufii Festi, uma importante família da nobreza.

Segundo inscrições preservadas nos Museus do Vaticano, foi casado com Plácida e teve vários filhos, um dos quais se chamava Plácido, tendo sido duas vezes procônsul e célebre poeta.[1] Referências contidas em suas obras permitem deduzir que nasceu na época de Constantino e que exerceu sua carreira durante a segunda metade do século IV.[1] Foi procônsul da Província de África (366) e, provavelmente, da Acaia.[1]

Como escritor, fez-se conhecido pela adaptação do poema astronómico Phaenomena do grego Arato.[2][3] Também traduziu e adaptou ao latim uma obra geográfia de Dinis (ou Dionísio) o Periegeta, chamada Descriptio orbis terrae em 1394 versos.[3] Apesar de bastante fiel ao original, Avieno incorporou ao Descriptio dados geográficos tomados de Estrabão.[2]

Outra obra de Avieno é Ora maritima (Costas marítimas), poema descritivo geográfico que nos chegou incompleto. Conservam-se 713 versos do livro primeiro, sendo provável que a obra constasse de ao menos dois.[2] Está dedicado a seu amigo Probo e contém uma descrição geográfica das costas europeias, desde a atual França até a Península Ibérica.[3] Acredita-se que esteja baseado em fontes já desaparecidas que remontariam aos séculos V e VI aC.[3] O próprio Avieno faz referência, na Ora, a um périplo escrito pelo cartaginês Himilcão (séc V-VI aC).[3][4]

Referências

  1. Ir para: a b c d Julián Garzón Díaz. En torno a Rufo Festo Avieno. Memorias de historia antigua, ISSN 0210-2943, Nº 7, 1986, págs. 147-150 (em castelhano)
  2. Ir para: a b c David Paniagua Aguilar El panorama literario tecnico-cientifico en Roma (siglos I-II |.), Parte 3 Universidad de Salamanca, 2006 ISBN 8478004629 (em castelhano)
  3. Ir para: a b c d e Ana M. Suárez Piñeiro. Galicia, ¿En la Ora maritima de R.F. Avieno?. Cuadernos de Estudios Gallegos, Vol 49, No 115 (2002):9-26 (em castelhano)
  4. José María Blásquez Martínez Fuentes griegas y romanas referentes a Tartessos. Tartessos. V Symposium Internacional de Prehistoria peninsular. Jerez de la Frontera, septiembre 1968, Barcelona 1969, 91-110. (em castelhano)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

sexta-feira, 1 de março de 2019

Como se explica a crise do Real? Muito fácil, basta fazer comparações…

Ao fim de 40 partidas disputadas na presente temporada - contabilizando as competições praticamente fixas dos merengues: campeonato, taça e Champions - o Real Madrid apresenta números nunca registados quando Cristiano Ronaldo se encontrava em Espanha. A começar nos golos marcados e a acabar na pontuação da liga espanhola.

Golos marcados ao fim de 40 jogos*

Época       Golos  Golos Ronaldo  % golos/equipa

2009/10  100       25 (em 27J)     25%

2010/11    91         34 (em 39J)    37,4%

2011/12   126      41 (em 37)         32,5%

2012/13    97      37 (em 37)       38,1%

2013/14   110     36 (em 33)      32,7%

2014/15  110      40 (em 35)       36,4%

2015/16  115       42 (em 39)      36,5%

2016/17  113      22  (em 31)     19,5%

2017/18  106     28 (em 29)     26,4%

2018/19  78   (Juventus)   (Juventus)

notório, o Real Madrid tem apresentado índices de finalização muito fracos em comparação às épocas anteriores, o que se reflecte na classificação actual. A equipa de Solari - que substituiu Lopetegui no final de Outubro do ano passado depois da goleada sofrida em Camp Nou (5x1) - cria oportunidades, mas na hora da verdade…revela-se um fracasso no processo de finalização.

Vejamos. O Real de Cristiano Ronaldo terminou sempre as suas épocas entre os 119 (2009/10) e os 170 (2011/12) golos marcados nas três competições acima referidas, excluindo-se provas isoladas como a Supertaça de Espanha, a Supertaça Europeia e o Mundial de Clubes.

Desde 2009/10, só por uma duas vezes os merengues chegaram ao quadragésimo encontro da época com menos de 100 golos, na época 2010/11 (91 golos) e na época 2012/13 (97 golos). No entanto, o cenário actual é bem pior, com um registo de apenas 78 golos. Nas restantes temporadas, registaram-se números entre 100 (2009/10) e 126 golos (2011/12).

Somatório de pontos é outro problema…

A lei do futebol dita que uma equipa para vencer tem sempre de marcar, pelo menos, mais um golo do que o seu adversário. Não necessita de ser um registo de goleadas atrás de goleadas, mas este Real também tem desiludido nesse aspecto. Olhando a resultados, resultados esses que ditam a classificação do campeonato, há uma sensação de profunda desilusão no Santiago Bernabéu.

Nas três competições, a formação de Madrid regista 25 triunfos, 4 empates e 11 derrotas. No campeonato, com 25 jornadas decorridas, a equipa segue no 3º lugar com 48 pontos, a dois do rival Atlético e a nove do líder Barcelona. Se olharmos às distâncias, a coisa até já chegou a estar pior em épocas como a de 2012/13 (16 pontos de atraso) e 2017/18 (14 pontos de desvantagem), mas tendo em consideração o somatório de pontos…novo recorde, pela negativa, claro.

Nas primeiras seis temporadas de Cristiano Ronaldo ao serviço do emblema madrileno, à 25ª jornada, registaram-se oscilações entre os 61 (2010/11 e 2014/15) e os 67 pontos (2011/12), exceptuando a temporada de 2012/13, em que o Real Madrid somava 52 pontos, ao fim de 25 jornadas decorridas.

Nas últimas três temporadas do português em Espanha - tendo ganho a Champions nas três ocasiões - o Real atingiu marcas pontuais mais baixas, com 54 em 2015/16, 59 em 2016/17 e 51 na temporada passada. Esta época, sem o português, o Real soma apenas 48 pontos.

A conclusão parece evidente: um Real sem Cristiano é um Real mais fraco. Prova disso são os números acima apresentados, com destaque para o (fraco) somatório de pontos ao fim de 25 jornadas para o campeonato e o tímido registo de golos marcados com 40 encontros disputados.

*Contabilizamos apenas campeonato, taça e Champions

Luís Rocha Rodrigues*

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Medalhas da pátria… em tantos peitos ilustres…

“””Que belas peitaças de honra”””

No país em que as condecorações têm um significado depreciativo…

Lembram-se de um dito de um escritor do século XIX:

"Foge cão que ainda te fazem barão!  Mas para onde se me fazem visconde?"

Reparemos na actualidade:

O nosso Presidente comentador da TV Marcelo  e beijoqueiro mor do País, pediu ao Conselho das Ordens para avaliar se Ronaldo pode manter condecorações nacionais?

Ó Sr Presidente, agora tive de rir. O Ronaldo ??? Tem mesmo a certeza? E então a pequena lista abaixo?

Zeinal Bava - Grã-cruz da Ordem do Mérito Empresarial

Valentim Loureiro - Comendador da Ordem do mérito

Hélder Bataglia - Comendador da Ordem do Infante D. Henrique

Armando Vara - Grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique

Macário Correia - Grande-oficial da Ordem do Mérito

Jardim Gonçalves - A grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique

Henrique Granadeiro - A grã-cruz da Ordem Militar de Cristo

José Sócrates - A grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique

Miguel Horta e Costa - A grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique

Manuel Espírito Santo - A grã-cruz da Ordem do Mérito Empresarial

João Teixeira - Comenda da Ordem do Mérito

Lino Maia - Grau de grande-oficial da Ordem do Mérito

Carlos Cruz - A medalha de grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique

Jorge Ritto - O grande-colar da Ordem do Infante D.  Henriques


Razão tinha o abade de Baçal quando o condecoraram: «Para que me serve o chocalho?»

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Optimismo

https://www.youtube.com/watch?v=8WFXc07R6m8

Margem zero para ano eleitoral

António Costa precisa de usar toda a sua habilidade política para enfrentar um ciclo eleitoral que começa com erosão nas sondagens, arrefecimento na economia, contestação social e sem dinheiro para distribuir. No momento em que o Governo se prepara para regressar à mesa das negociações com os enfermeiros, funcionários públicos e professores, o ministro das Finanças avisa: não há espaço para aceitar quaisquer exigências. Em declarações ao Expresso, Mário Centeno assume que “não há margem nenhuma para acomodar novos aumentos de despesa”. A economia europeia está a desacelerar, o PIB português fechou 2018 com um crescimento duas décimas abaixo da meta do Governo e o Estado deverá ter de meter mais de mil milhões de euros no Novo Banco. Mas, mesmo assim, Centeno não se desvia da meta do défice de 0,2% do PIB para este ano. “A meta do défice é para manter”, garante. Mais um teste à resiliência do primeiro-ministro. Expresso.

Oslo, o inferno dos eléctricos

Por

Francisco Mota

A capital da Noruega, Oslo, é apontada como o paraíso dos automóveis eléctricos, mas o crescimento das vendas foi tão rápido que se está a transformar num inferno. Fartos de tanta poluição de origem automóvel no centro de Oslo, as autoridades norueguesas decidiram, no início do século, seguir uma política de incentivo à compra de carros eléctricos. Apostaram desde logo na instalação de postos públicos de recarga, incluindo a construção do maior parque de carregadores rápidos do mundo, com 28 postos, disponíveis para os automóveis eléctricos recarregarem as suas baterias “à borla.” Depois, abriram os cordões à bolsa, no que aos incentivos fiscais diz respeito. Quem comprasse um carro eléctrico passava a não pagar IVA, nem nenhuma taxa de propriedade ou de circulação associada ao uso do automóvel. Além disso, também não pagava estacionamento nos parquímetros da cidade, nem portagens nos vários túneis. Até as travessias em “ferryboat” passaram a ser de borla e, para terminar, as faixas “BUS” puderam passar a ser usadas também pelos veículos eléctricos.

Realidade superou expectativas

A ideia era manter estes incentivos em prática até se chegar a um parque rolante de 50 000 veículos eléctricos no país, ou até ao final de 2017, aquilo que ocorresse primeiro.Mas o resultado superou largamente as expectativas e o que aconteceu foi uma explosão nas vendas, com a barreira dos 50 000 a ser ultrapassada ainda em 2015. Mesmo assim, o governo decidiu manter os incentivos por mais dois anos e hoje quase 40% do total do mercado automóvel na Noruega é composto por automóveis eléctricos ou híbridos “plug-in.”

OS QUASE 40% DE ELÉTRICOS VENDIDOS NA NORUEGA EM 2016, SÃO UMA PARCELA INCRIVELMENTE ALTA, QUANDO COMPARADA COM OS 0,2% A NÍVEL MUNDIAL


As emissões locais de poluentes diminuíram e o país começou a ser apontado por muito defensores do automóvel elétrico como um exemplo a seguir: o paraíso dos automóveis elétricos na europa, dizem alguns interessados. Em termos de parque rolante, somando elétricos e híbridos “plug-in”, de passageiros e comerciais, apenas a China lhe fica à frente, com 600 000 automóveis, empatando em segundo lugar com a Holanda, nos 500 000 e superando os EUA, que ficam ligeiramente abaixo desse número. Claro que, num país de apenas 5,2 milhões de habitantes, estes valores são circunstanciais. A China tem como objetivo chegar aos cinco milhões de veículos eletrificados já em 2020 e ninguém duvida que o consiga. Mas, ainda assim, os quase 40% de carros elétricos vendidos na Noruega em 2016, são uma parcela incrivelmente alta, quando comparada com os 0,2% que se registam no mercado automóvel mundial. Para completar o cenário ideal, os dados oficiais das autoridades norueguesas dizem que 98% da energia elétrica consumida no país vem de fontes renováveis, neste caso de centrais hidroelétricas. Tudo perfeito, portanto.

Quem paga a conta?

Só que ninguém estava à espera do que aconteceu depois. As vendas dos automóveis elétricos foram, em grande parte, para ocupar o lugar de segundo carro da família. Os consumidores não fizeram uma substituição sistemática de modelos com motor a combustão por modelos elétricos. Em muitos casos, acrescentaram mais um automóvel à sua frota pessoal. Mas o pior ainda estava para vir. Com a desregulamentação da circulação dos veículos, Oslo passou a ter as faixas “BUS” cheias de carros elétricos e os transportes públicos, tradicionalmente muito eficientes nos países nórdicos, sofreram com isso. Depois veio a questão do estacionamento que, ao deixar de ser pago pelos automóveis elétricos, passou a monopolizar os lugares disponíveis, que rapidamente se provou não serem suficientes para todos, nascendo o fenómeno do parqueamento desordenado, mais comum nos países do sul da europa. Até as empresas que exploram os “ferryboats” se começaram a queixar de que, com tantos automóveis elétricos a usar os seus serviços sem pagar, não conseguiam rentabilizar o negócio. Isto para não falar das reclamações de quem decidia continuar a comprar um carro com motor de combustão, mais barato, mas que se mantém obrigado a pagar mais 50% de impostos do que os compradores dos elétricos, independentemente de estes serem dos mais caros ou dos mais baratos.

Marcha-atrás

O governo percebeu o erro de ter dado demasiados incentivos de uma só vez e decidiu recuar, anunciando, para 2018, um plano de retorno progressivo das taxas de circulação e de cobrança de IVA para os carros elétricos, que em 2020 poderão voltar a pagar tanto quanto os carros com motor de combustão. Quanto à cobrança de estacionamentos, portagens, ferryboats e túneis, vão ficar à descrição das entidades que prestam esses serviços, nomeadamente as autoridades autárquicas. E, claro, a recarga das baterias dos automóveis elétricos em postos públicos, também vai passar a ser paga.Um especialista da área dos automóveis elétricos, que trabalhou em duas marcas alemães disse-me que “são precisos três coisas para os automóveis elétricos serem um sucesso: infraestrutura, incentivos fiscais e condutores com poder de compra.” A Noruega tinha tudo isto e o sucesso foi maior do que alguém poderia imaginar, ao ponto de se tornar negativo.


Conclusão

Mas a suprema ironia desta história é que a riqueza da Noruega vem, em grande parte, dos poços de petróleo e de gaz natural que o país tem na sua zona económica do Mar do Norte e que são responsáveis por uma subida de 80% nas emissões poluentes do país desde 1990. Aliás, o país é um de apenas dois na europa, que continua a ver subir o seu volume global de emissões, devido à indústria do petróleo. É a exportação destes recursos que permite ao estado dar-se ao luxo de oferecer incentivos aos compradores de carros elétricos e ter como objetivo, para 2025, que o mercado de automóveis novos seja apenas de carros elétricos, banindo a venda de carros com motor de combustão. De uma forma irónica, pode dizer-se que acaba por ser o petróleo a “alimentar” o sucesso dos automóveis elétricos na Noruega.

http://targa67.motor24.pt/author/franciscomota/

O jardim da Celeste

A artista experimental francesa Céleste Boursier-Mougenot cria as suas composições usando ritmos baseados em detalhes da vida para produzir sons inesperados.

http://www.aeiou.pt/video/2019-2-21

Os atropelamentos em Portugal estão a aumentar.

Os atropelamentos em Portugal estão a aumentar e Lisboa regista 24% das ocorrências. O Observatório ACP lançou um plano com soluções rápidas, eficazes e de baixo custo.

Inimigo Publico

Endogamia em massa no governo: 4 Santos,
4 Vieiras, 3 Silvas e um Costa

O pai de todos os pecados

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