terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Clamídia: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção.

O que é clamídia?

Clamídia é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), que na maioria das vezes causa infecção nos órgãos genitais, mas pode afectar também a garganta e os olhos. Pode afectar homens e mulheres com vida sexual activa.

Não existem dados epidemiológicos no Brasil sobre a clamídia, porque não é uma doença de notificação obrigatória. Mas dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC/2017) mostram que a maioria dos casos acontece em pessoas na faixa etária entre 15 e 24 anos.

IMPORTANTE: Manter relações sexuais sem o uso do preservativo (masculino ou feminino) é o principal factor de risco para contaminação por clamídia.


Como a clamídia é transmitida?

A clamídia é transmitida por meio do contacto sexual (anal, oral ou vaginal) ou pela forma congénita (infecção passada da mãe para o bebé durante a gestação).

A clamídia não é transmitida por meio de transfusão sanguínea. Porém, se a pessoa infectada deseja doar sangue, deve informar ao profissional de saúde a presença da infecção.

Quais são os sintomas da clamídia?

A maioria dos casos da clamídia não apresenta sintomas (em torno de 70% a 80% das situações). Quando presentes, os sintomas mais comuns nas mulheres são:

  • corrimento amarelado ou claro;
  • sangramento espontâneo ou durante as relações sexuais;
  • dor ao urinar e/ou durante as relações sexuais e/ou no baixo ventre (pé da barriga).

Nos homens, os sintomas mais comuns da clamídia são:

  • ardência ao urinar;
  • corrimento uretral com a presença de pus;
  • dor nos testículos.

IMPORTANTE: Algumas doenças, inclusive a clamídia, podem ter seu quadro agravado em pessoas com imunidade baixa.


Quais são as complicações da clamídia?

Quando não tratada, a clamídia pode provocar algumas complicações, como:

  • infertilidade (dificuldade para ter filhos);
  • dor crónica na região pélvica (“pé da barriga”);
  • dor durante as relações sexuais;
  • gravidez tubária (quando ocorre nas trompas);
  • complicações na gestação.

Quais riscos de infecção por clamídia na gravidez?

A clamídia na gravidez pode provocar diversas complicações durante e depois da gestação, tais como:

  • gravidez tubária (que ocorre nas trompas);
  • aborto espontâneo;
  • inflamação da camada interna do útero (endometrite);
  • parto precoce (com risco de parto antes das 37 semanas de gravidez);
  • infecção pós-parto (se a clamídia for contraída durante a gestação).

IMPORTANTE: Além da possibilidade de transmissão da infecção durante o parto vaginal, a criança infectada pode nascer com conjuntivite neonatal. Esta, quando não tratada adequadamente, pode levar à cegueira.


Como é feito o diagnóstico da clamídia?

Na presença de qualquer sinal ou sintoma, recomenda-se procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento com o antibiótico adequado.

As parcerias sexuais, mesmo sem sinais e sintomas, devem ser tratadas. Em situações específicas, serão indicados exames para pacientes sem sintomas.

Tanto o diagnóstico quanto o tratamento são ofertados, de forma integral e gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Qual o tratamento para a clamídia?

O tratamento da clamídia é feito com o uso de antibióticos, como por exemplo azitromicina ou doxiciclina, receitados pelo médico conforme cada caso. Com o tratamento adequado é possível erradicar completamente a bactéria.

No caso das gestantes com clamídia, o tratamento com antibiótico adequado será indicado pela equipe de saúde conforme cada caso. Desta forma, a gestante deve fazer o acompanhamento pré-natal regular, com a realização dos exames prescritos.

A clamídia, se não tratada adequadamente, aumenta os riscos de contaminação e transmissão do HIV.

IMPORTANTE: Qualquer sintoma necessita ser relatado aos profissionais para avaliação diagnóstica precisa.


Clamídia tem cura?

Sim, a clamídia pode ser facilmente curada com o uso de antibióticos. No entanto, para garantir a cura total, durante o período de infecção é aconselhado evitar contacto sexual desprotegido.

As parcerias sexuais também devem ser avaliadas e orientadas pelo profissional de saúde para evitar nova contaminação.

Fonte: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/clamidia

Algoritmo continua a preferir Ivo Rosa a Carlos Alexandre Alexandre (???)

Bastante curioso este algoritmo (e quem o fez…)

Confrontado pelo SOL com a preferência do Citius em relação a Ivo Rosa, o Ministério da Justiça garantiu que será analisado o algoritmo no âmbito da modernização dos sistemas de informação de suporte à actividade dos tribunais.

Mais um ano que acabou, mais um ano em que o sistema informático Citius preferiu o juiz Ivo Rosa na hora de distribuir processos. O sorteio é aleatório, garantem, mas os números a que o SOL teve acesso mostram que continua a haver um desnível que se acentua ano após ano.

No total, entre 1 de Janeiro de 2017 e o final de 2019, Ivo Rosa conseguiu mais 31 distribuições - entre cartas rogatórias, processos em fase de inquérito e instruções - do que Carlos Alexandre.


O que é um algoritmo?

- “al·go·rit·mo

(latim medieval algorismus ou algorithmus, do árabe al-Huuarizmi, nome de um matemático árabe do século IX)

substantivo masculino

1. [Matemática] Sequência finita de instruções não ambíguas utilizadas para resolver um problema ou fazer um cálculo.

2. [Matemática] Processo de cálculo.

3. [Informática] Conjunto de regras e operações bem definidas e não ambíguas, que, aplicadas a um conjunto de dados e num número finito de etapas, conduzem à solução de um problema.

"algoritmo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/algoritmo [consultado em 14-01-2020].”


- “Em ciência da computação, um algoritmo é uma sequência finita de acções executáveis que visam obter uma solução para um determinado tipo de problema.[1][2] Segundo Dasgupta, Papadimitriou e Vazirani, "algoritmos são procedimentos precisos, não ambíguos, mecânicos, eficientes e corretos".[3]

O conceito de algoritmo existe há séculos e o uso do conceito pode ser atribuído a matemáticos gregos, por exemplo a Peneira de Eratóstenes e o algoritmo de Euclides.

O conceito de algoritmo é frequentemente ilustrado pelo exemplo de uma receita culinária, embora muitos algoritmos sejam mais complexos. Eles podem repetir passos (fazer iterações) ou necessitar de decisões (tais como comparações ou lógica) até que a tarefa seja completada. Um algoritmo corretamente executado não irá resolver um problema se estiver implementado incorretamente ou se não for apropriado ao problema. Jean Luc Chabert

Um algoritmo não representa, necessariamente, um programa de computador,[4] e sim os passos necessários para realizar uma tarefa. Sua implementação pode ser feita por um computador, por outro tipo de autômato ou mesmo por um ser humano. Diferentes algoritmos podem realizar a mesma tarefa usando um conjunto diferenciado de instruções em mais ou menos tempo, espaço ou esforço do que outros. Tal diferença pode ser reflexo da complexidade computacional aplicada, que depende de estruturas de dados adequadas ao algoritmo. Por exemplo, um algoritmo para se vestir pode especificar que você vista primeiro as meias e os sapatos antes de vestir a calça enquanto outro algoritmo especifica que você deve primeiro vestir a calça e depois as meias e os sapatos. Fica claro que o primeiro algoritmo é mais difícil de executar que o segundo apesar de ambos levarem ao mesmo resultado. Algorithmics

O conceito de um algoritmo foi formalizado em 1936 pela Máquina de Turing de Alan Turing e pelo cálculo lambda de Alonzo Church, que formaram as primeiras fundações da Ciência da computação. “ Wikipédia

-

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

2020 em vez de 20.


Opinião.

Todos estamos casados em comunhão de bens com o Estado. Este matrimónio Estatal tem uma diferença face ao matrimónio civil: só nos podemos divorciar deste cônjuge abandonando o país que amamos.

Bebés que nascem de cesariana têm riscos acrescidos de ter asma, diabetes e obesidade.

Profissionais menos experientes e equipas mais depauperadas “geralmente têm tendência a ter uma taxa de cesarianas maior”, afirma Diogo Ayres de Campos, secretário-geral da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia e Ex-presidente da Comissão para a Redução da Taxa de Cesarianas. A comissão conseguiu que a taxa de partos cirúrgicos baixasse para níveis considerados aceitáveis nos hospitais públicos, na sequência de medidas que passaram, entre outras coisas, por equiparar o valor do pagamento dos partos normais e das cesarianas no Serviço Nacional de Saúde.

Porque é que as cesarianas são desaconselhadas quando não há indicações clínicas para isso?

A cesariana aumenta o risco de infecção cerca de cinco vezes. O risco hemorrágico [da mulher] aumenta cerca de duas vezes e uma complicação que é rara, o tromboembolismo pulmonar, aumenta quatro vezes. As lesões dos órgãos adjacentes também são raras mas o risco aumenta cerca de 30 vezes. Mesmo as mortes maternas são cerca de cinco vezes superiores nas cesarianas do que nos partos normais. Em relação ao feto, a cesariana aumenta em cerca de cinco ou seis vezes o risco de problemas respiratórios. E aquilo que hoje se sabe é que os bebés que nascem de cesariana têm riscos acrescidos de ter asma (mais 20%), diabetes, obesidade. A taxa de cesarianas está a aumentar ligeiramente desde 2017.

Justifica-se reactivar a comissão a que presidiu?

Esta comissão é uma comissão de profissionais pro bono e não tem poder nenhum. Fizemos um relatório e a tutela aceitou algumas medidas. Uma coisa que funcionou muito bem foi a alteração das normas de financimento pela ACSS [Administração Central do Sistema de Saúde] e começou-se a pagar o mesmo pelas cesarianas [e os partos normais] nos hospitais públicos.  A percentagem de partos normais nos privados é da ordem dos 16% e nos públicos é superior a 50%.

Porque é que isto acontece? 

São perguntas a colocar aos hospitais privados. As normas da Direcção-Geral da Saúde [DGS] aplicam-se a todo o país e são vinculativas. A Ordem dos Médicos [OM] também é soberana em relação a todos os médicos. Há algo que também não compreendo muito bem: em 2013 recomendou-se que fosse alterado o valor de pagamento das cesarianas e partos vaginais de modo que fossem iguais. Na altura, o Colégio de Obstetrícia e Ginecologia da OM propôs esta alteração. Mas isso nunca chegou a entrar em vigor.

Até que ponto é que a taxa global de cesarianas de Portugal é afectada pela taxa elevadíssima do sector privado?

Portugal está [globalmente] à volta dos 33%, devido à influência enorme [da taxa] dos privados. Se não fosse isso, estava à volta dos 27%, 28%, o que já é aceitável. Não é o ideal mas, pelo menos, não nos coloca, no ranking europeu, em má posição. Nos países escandinavos, a taxa de cesarianas anda à volta dos 16%, 17%, em Inglaterra e França ronda os 24%. A Itália também reduziu, anda à volta dos 35%, enquanto os países do Leste subiram enormemente, tal como a Turquia. Mas todas as sociedades cientificas internacionais dizem que este é um problema de saúde pública. Há obstetras que relatam que, com frequência, os hospitais públicos recebem mulheres que vêm de hospitais privados quando esgotam os plafonds dos seguros.

Isto é mesmo assim?

Que vêm mulheres dos hospitais privados no final da gravidez, vêm. Não sei dizer se é uma percentagem alta ou baixa, mas vêm bastantes mulheres do privado que não têm dinheiro, aí, para pagar as despesas. Abaixo das 32 semanas, os privados não deveriam fazer partos? Com menos de 32 semanas é preciso assegurar que há cuidados intensivos neonatais. Alguns já têm, a questão é que estes não são todos iguais. Há cuidados intensivos para bebés muito prematuros. No Serviço Nacional de Saúde temos os hospitais organizados entre os que podem dar apoio a bebés muito pequeninos [e os que não podem]. 

O facto de algumas equipas estarem mais depauperadas pode justificar este aumento?

Se houver menos pessoas disponíveis para dar resposta a várias situações ao mesmo tempo, quando o trabalho de parto demora em média oito a dez horas e uma cesariana demora em média 30 minutos, o resultado pode ser que tenham tendência a resolver de forma mais simples. Há muitas pessoas que resistem a essa tendência, por uma questão de princípio. Mas profissionais menos experientes e equipas mais depauperadas geralmente têm tendência a ter uma taxa de cesarianas maior.

No sector privado só um sexto dos partos é normal

Coitadas de todas aquelas mulheres que não tem condições monetárias para ir a um hospital privado!

Partos por cesariana voltaram a aumentar. Nos hospitais privados, a taxa é o dobro da registada nos públicos. Razões financeiras e de falta de experiência das equipas dos hospitais privados são algumas das razões avançadas por especialistas

Governo estima défice zero no SNS

Este governo quer repetir o milagre das rosas! Onde param os milhões de euros em falta? O Governo estima um défice zero este ano para o Serviço Nacional de Saúde, segundo a previsão numa nota explicativa do Orçamento do Estado. O Ministério da Saúde calcula que o total das receitas seja de 11 milhões de euros.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Contracto de habitação fica válido até à morte

Acordo vitalício prevê pagamento de uma caução, além das prestações mensais de renda.

O Direito Real de Habitação Duradoura oferece uma solução estável, sem ter de comprar.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

PAN ESTÁ TRAMADO!!!

" Tenho aqui "uma pulga atrás da orelha": ou há "gato escondido com o rabo de fora" ou então temos mesmo que "agarrar o touro pelos cornos" e preservar os provérbios portugueses carregados de significado semântico. Sempre ouvi dizer que "mais vale um pássaro na mão que dois a voar" e, sinceramente, deixar voar tanta simbologia vai deixar-nos como "peixes fora de água" em algumas conversações. Vale que "cão que ladra não morde" e às vezes há mesmo que "engolir um sapo". Desculpem se estou para aqui a desbobinar "cobras e lagartos" mas eles deviam era estar "caladinhos que nem um rato" e tirar "o cavalinho da chuva", porque, "macacos me mordam", acabar os provérbios com animais é o mesmo que deixar de "falar como um papagaio", que é uma coisa que eu adoro.Os políticos às vezes são "chatos como uma carraça" e só dá vontade de lhes gritar "vai-te embora ó melga! , vai-te encher de moscas!". Não tarda proíbem todas as histórias com bichos e até quem se apaixona fica proibido de sentir "borboletas na barriga" ou de "ir ver a foca" (esta é só para quem é de Coimbra! ). Enfim, "os cães ladram e a caravana passa".E agora, se quiserem, partilhem, que "a cavalo dado não se olha ao dente" e embora "ovelha que berra é bocado que perde" eu não tenho medo pois "quem tem medo compra um cão".Definitivamente, neste país, temos é que aprender a ser "espertos que nem uma raposa" para não "andarmos para trás como o caranguejo".

Pedinte e a matemática.

Um sinal de trânsito muda de estado em média a cada 30 segundos (trinta segundos no vermelho e trinta no verde). Então, a cada minuto um mendigo tem 30 segundos para pedir a 5 motoristas e receber pelo menos de dois deles € 0,20 e facturar em média pelo menos € 0,40 o que numa hora dará: 60 x 0,40 = € 24,00.

Se ele trabalhar 8 horas por dia, 25 dias por mês, num mês terá  facturado: 25 x 8 x € 24,00 = € 4800.

Será que isso é uma conta maluca?

Bom, 24 euros por hora é uma conta bastante razoável para quem está no sinal, uma vez que, quem doa nunca dá somente 20 cêntimos e sim 30, 50 e às  vezes até 1 Euro.

Mas, tudo bem, se ele facturar metade: € 12,00 por hora terá € 2400 no final do mês.

Ainda assim, quando ele consegue uma moeda de  € 1,00 (o que não é raro), ele pode até descansar tranquilo debaixo de uma árvore por mais 9 viradas do sinal de trânsito, sem nenhum chefe para lhe censurar por causa disto.

Mas considerando que é apenas teoria, vamos ao mundo real.

De posse destes dados fui entrevistar uma mulher que pede esmolas, e que sempre vejo trocar seus rendimentos numa conceituada padaria. Então perguntei-lhe quanto ganhava por dia. Imaginem o que ela respondeu?

É isso mesmo, de 120 a 150 euros em média o que dá (25 dias por mês) x 120 = 3000 e ela disse que não mendiga 8 horas por dia.

Moral da História:

É melhor ser mendigo do que estagiário (e muito menos PROFESSOR), e pelo visto, ser estagiário e professor, é pior que ser Mendigo…

Estude a vida toda e peça esmolas; é mais fácil e melhor que arrumar emprego.

E lembre-se:

Mendigo não paga 1/3 do que ganha para sustentar um bando de ladrões.

Viva a Matemática.

Fundador do LIVRE Rui Tavares diz-se perplexo com polémica e promete que o partido regressará ″à trilha″ - DN

Embora esteja sem saber se Rui Tavares tem ou não razão para ficar perplexo (eu estou!), ao menos fico agora com a certeza de que tem toda a oportunidade o título que o filósofo Daniel Innerarity, deu ao seu último ensaio : Política Para Perplexos". Um ensaio publicado muito recentemente e que por sinal é o que ando a ler.

Mas perplexidades à parte, este diferendo tem tanto de impensável como lamentável

https://www.dn.pt/poder/fundador-do-livre-mostra-se-perplexo-com-polemica-do-partido-11548364.html
"Sei que muitos estão perplexos e quero que tenham consciência de que nós também estamos". Foi assim que Rui Tavares reagiu à polémica em que o seu partido está envolto, devido à abstenção da deputada eleita Joacine Katar Moreira numa votação de condenação da nova agressão israelita a Gaza.

A Banca e os Milhões Voadores. Notícia do "Expresso"

O quê … não me digam que há quem não soubesse que há Euros voadores ?! Claro que há euros voadores, só que voam em bando. Em bando de Milhões, de muitos Milhões. É que se fosse coisa de centenas ou, sei lá, de alguns milhares, as espingardas da banca sempre pontas a abater peças miúdas, não lhes deixavam escapatória. Agora quando (e como) se trata de números avultadíssimos, é deixá-los voar, voar. É o que fez a Banca, essa mesma banca que tem levado o erário público a acorrer em seu auxílio. Com que valores? Com milhões, claro! Enfim, á guiza de desabafo, UMA VERGONHA!

Expresso | Os créditos de milhões que voaram dos bancos em 2019

Os Melungos: uma tribo descendente de portugueses?

Autor: João Mendes
Esta tribo norte-americana parece apresentar algumas provas sobre uma origem portuguesa. Conheça um pouco mais sobre os Melungos.
Os Melungos: uma tribo descendente de portugueses?

É nos Estados Unidos, mais concretamente nas montanhas dos Apalaches, que habita o misterioso povo dos Melungos. Há mais de 300 anos que esta tribo se auto-intitula de “portugee” (portugas).

Os Melungos apresentam vários traços físicos que combinam uma mistura de origens diferentes: índia, negra, árabe e o branca.
Suspeita-se que esta tribo estivesse instalada nos Montes Apalaches ainda antes de se concretizar o domínio inglês na América. Porém, também existem alguns relatos de que estão instalados ali desde o século XVII.

Radicado nos Estados Unidos há vários anos, o investigador amador Manuel Mira é um interessado estudioso por este povo. Em declarações ao “Livro dos Porquês”, revelou que as suas investigações tiveram início graças a uma expressão curiosa de uma docente: ” (…) Uma professora, Barbara MacRae, ao saber que era português, a primeira coisa que me disse foi ‘então você conhece os Melungos’ “.

Sneedville

A partir daí procurou saber realmente se a ligação daquele misterioso povo com Portugal era verdadeira. O primeiro passo foi conhecer Sneedville, uma das localidades onde os Melungos viveram após a vida dificultada nas montanhas.
Manuel Mira afirma ao “Livro dos Porquês” que “eles estavam com medo que eu fosse jornalista. Os que lá foram antes trataram-nos como pessoas pobres e incultas”.

Porém, seria numa conversa tida com o escriturário da Câmara Municipal, Scott Collins (também ele Melungo), que obteve dados curiosos: “Disse-me que as lendas rezavam que os Melungos eram os descendentes dos náufragos de um navio português que afundara na época das Descobertas”, refere Manuel Mira.
Mira tentou obter mais informações sobre estas histórias, agora através de documentação. Nada conseguiu saber sobre a altura das Descobertas portuguesas, mas conseguiu encontrar o primeiro censo de 1784, no qual o fundador do Tennessee, John Sevier, afirmava que a origem dos Melungos era portuguesa.

Juan Pardo

Mira disse ao “Livro dos Porquês” que se focou noutro tipo de pista que parece relacionar este povo com Portugal: uma placa que sinaliza um sítio histórico: ” Em 1567 passou por aqui uma expedição de espanhóis comandada por Juan Pardo”.
Aparentemente, não é prova de qualquer relação com Portugal, mas é apenas impressão. Manuel Mira, na mesma obra mencionada anteriormente, conta que esta é uma grande prova: “Eu sabia, a partir de antigas investigações, que Juan Pardo tinha sido um explorador espanhol que trouxera portugueses para Florida nos seus barcos. Não tinha era noção que chegara tão longe”.

Melungos
Embora não tenha provas, Manuel Mira realça que “haveria camponeses portugueses nestas viagens”. Entretanto, refere a obtenção de um apoio importante na sua investigação: o da Biblioteca Marinha, que confirmou um naufrágio português.
 
Algum tempo depois descobriu num livro sobre os Melungos uma carta de 1907: ” (Os Melungos) são descendentes de espanhóis e portugueses, do grupo de Hernando de Sotto, que se aventuraram na Florida para certas regiões da Carolina do Norte à procura de ouro e que foram capturados ou auxiliados pelos índios Cherokee“.

A origem dos Melungos merece um estudo ainda mais aprofundado: “Ainda hoje não posso dizer com toda a certeza que os Melungos são descendentes de portugueses”, confessa Manuel Mira.
Do Suriname à Indonésia: 7 tribos que descendem dos portugueses
Estão espalhados um pouco por todo o mundo e são a maior prova do legado dos Descobrimentos, quando os portugueses partiram para terras distantes em busca de glória e riqueza. A grande maioria deles ainda fala crioulo de origem portuguesa e ainda mantém vivas algumas tradições dos seus antepassados. É comum, em muitos locais, ainda cantarem em português e a religião católica é outro factor que os une. Existem muitas tribos e povos que descendem dos portugueses, desde a América até à Ásia. Alguns estão a desaparecer, outros ainda conseguem manter viva a chama dos seus ancestrais e o amor por Portugal. Descubra 7 povos que descendem dos portugueses.
 
1. Lamno (Indonésia)
Os portugueses foram os primeiros europeus a chegar à Indonésia, no início do século XVI e, apesar de terem-se estabelecido sobretudo na região oriental do país, alimentaram o sonho de controlar o comércio da pimenta desde a zona estratégica do Norte da Samatra até ao mercado chinês.

Criança de Lamno, Indonésia
Os portugueses da província indonésia de Aceh, conhecidos localmente como “olhos azuis”, estão em risco de se extinguirem desde que o tsunami de 2004 reduziu a comunidade de centenas de pessoas a menos de uma dezena. Antes do tsunami, a comunidade teria talvez cerca de 500 pessoas, enquanto que agora é difícil apontar um número, porque a região conta com descendentes de outros europeus e árabes.
2. Bayingyis (Birmânia)
A hegemonia portuguesa no Índico e no Pacífico durou perto de um século e seria profundamente abalada com a chegada dos holandeses àqueles mares. Com a substituição da dominação portuguesa pela holandesa – permanecendo nas terras que as viram nascer; deportados para outras paragens; ou forçados à emigração – as cristandades mestiças euro-asiáticas do Oriente talharam a identidade colectiva de cada uma que perdurou até aos nossos dias e que assenta em dois pilares principais: a religião católica e a língua crioula.

Bayingyis
Entre essas comunidades destaca-se a dos descendentes dos muitos soldados portugueses que na época de Seiscentos lutaram ao lado dos soberanos de Ava e do Pegu, reinos da antiga Birmânia, ou que faziam parte do pequeno exército de Filipe de Brito, ou do seu companheiro de armas Salvador Ribeiro de Sousa, senhores feudais em terras do Oriente, ambos empossados com o título de ‘rei do Pegu’, e que são hoje conhecidos em Myanmar (actual Birmânia) como os ‘bayingyis’.
 3. Ziguinchor (Senegal)
A actual Ziguinchor remonta a uma feitoria fundada pelos portugueses em 1645, na margem sul do rio Casamansa. Segundo a tradição, o seu nome deriva da expressão em língua portuguesa “cheguei e choram”, uma vez que os nativos pensavam que os europeus os vinham escravizar. Subordinada à capitania de Cacheu, o seu objectivo era o comércio com o reino de Casamansa, um fiel aliado na região, descrito pelos cronistas coevos como o reino mais amigo dos portugueses ao longo da costa da Guiné.

Ziguinchor

Nos censos de 1963, dos 42.000 habitantes de Ziguinchor, 35.000, falavam o crioulo (83%), e 30.000 tenham o crioulo como língua materna (71,4%). O crioulo de Casamansa é uma língua crioula baseada no português que é considerado um dialecto do crioulo da Guiné-Bissau falado principalmente na região de Casamansa no Senegal e também na Gâmbia.

 4. Kristang (Malásia)
Os portugueses chegaram há quinhentos anos a Malaca. A diáspora lusitana subsiste, com inusitado fulgor e entusiasmo, num pequeno bairro piscatório malaio, onde se luta pela manutenção da cultura portuguesa. Hoje e sempre. Em Malaca (Melaka, i.e., “O Estado Histórico”), o terceiro mais pequeno Estado da Malásia, existe um povo conhecido por Kristang (“cristão”), que descende dos portugueses e que sobrevive desde o século XVI como uma pequena comunidade de cerca de 5000 pessoas.
kristang
A numerosa colónia luso-descendente não abdicou da identidade cultural. Meio milénio após a chegada lusa e 370 anos após a sua partida, todos continuam a afirmar-se, orgulhosamente, portugueses, sem nunca terem pisado solo nacional. A cultura popular portuguesa transmite-se de pais para filhos, por via oral. Contam-se histórias, ensinam-se costumes e tradições, transmite-se «o portugis antigo», que falavam os primeiros colonos, corrompido por séculos de transmissão oral sem um único registo escrito ou resquício de ensino oficial.

5. Burghers (Sri Lanka)
Burgher é o nome pelo qual são conhecidos os descendentes de portugueses e holandeses no Sri Lanka. Os Burghers Portugueses são um grupo étnico do Sri Lanka descendentes de cingaleses e portugueses, católicos e falantes do indo-português do Ceilão, uma linguagem crioula de origem portuguesa. Os Burghers portugueses são maioritariamente descendentes de mestiços de origem portuguesa e cingalesa, geralmente pai português e mãe cingalesa ou mãe descendente de portugueses com pai cingalês. A sua origem remonta à chegada dos portugueses, após a descoberta do caminho marítimo para a Índia, em 1505.
Burghers
Quando os holandeses tomaram as costas do Sri Lanka em 1656, antigo Ceilão Português, os descendentes dos portugueses refugiaram-se nas montanhas centrais do reino Kandyan, sob domínio cingalês. Com o tempo descendentes de portugueses e holandeses casaram entre si. Embora a língua portuguesa tivesse sido banida sob o domínio holandês, estava tão difundida como língua franca do índico que até os holandeses a falavam. No Censo de 1981 os Burghers (holandeses e portugueses) contavam cerca de 40.000 (0,3% da população total do Sri lanka). Numerosos apelidos de origem portuguesa permanecem até hoje, como Perera, Pereira, Abreu, Salgado, Fonseca, Fernando, Rodrigo e Silva que se tornaram parte da cultura do Sri Lanka.

6. Korlai (Indía)
Korlai é uma aldeia que fica perto das ruínas da antiga cidade fortaleza de Chaul construída pelos portugueses no séc. XVI, em 1534. Chaul foi uma das cidades mais importantes e estratégias do Império Português do Oriente, de tal forma que era uma cidade bem apetecida para os adversários dos portugueses. Os portugueses começaram a frequentar aquelas águas a partir de 1501, com o apoio do potentado local que se fizera vassalo do rei de Portugal para se livrar da influência do Samorim de Calecut.
korlai
A povoação conta com cerca de 900 falantes no entanto encontra-se ainda por estudar, pois ainda não há nenhum estudo sobre a língua ou sobre os costumes deste povo. A descendência de Korlai resulta da presença de soldados Portugueses que se casaram com as nativas, bem como um pequeno grupo de mulheres de Goa que se casaram com portugueses. Os seus costumes e tradições indicam essa origem e incluem a religião cristã, a celebração de diversas festividades e até músicas populares.

7. Tugu (indonésia)
Não é fácil chegar a Tugu, a nordeste de Jacarta, capital da Indonésia. Mesmo ao fim-de-semana, o trânsito que liga à aldeia é caótico, devido à proximidade do porto de Tanjung Priok, o principal do país, com cerca de 430 hectares. Apesar dos inúmeros camiões que entopem a estrada principal, sente-se uma tranquilidade ao chegar a Tugu, um ex-líbris de Portugal. Junto ao cemitério e à igreja branca datada do século XVII, há um espaço aberto e arvoredo que lembra o centro de algumas aldeias portuguesas, até pelos idosos que por ali vão deixando cair o tempo.
Tugu
Os ancestrais dos tugu estão ligados aos escravos dos portugueses na Índia que foram levados para a Batávia, antiga Jacarta, por holandeses. Ainda no século XVII, após o fim do império colonial português no Sudeste Asiático, chegaram àquela zona comerciantes, artesãos e aventureiros oriundos de Malaca, Ceilão, Cochim e Calecute. O cruzamento entre os dois grupos fez nascer os chamados “Portugueses Negros”, que tinham em comum a língua portuguesa e a religião cristã.

https://descobrirportugal.pt/os-melungos-tribo-descendente-portugueses/