sábado, 19 de dezembro de 2020

Covid–Suécia - 4

"Estamos a assistir a uma subida do número de casos nos lares outra vez, esperamos que estas novas medidas consigam refrear melhor a mortalidade do que na Primavera. Mas, por outro lado, este é um padrão que também vemos em muitos outros países — em Espanha, no Reino Unido —, as pessoas que vivem nos lares de idosos, infelizmente, são muito propensas a ser atingidas com muita força por esta pandemia e parece ser muito difícil mantê-las completamente a salvo”

Anders-Tegnell, epidemiologista-chefe da Agência de Saúde Pública Suécia

Semelhanças entre Sá Carneiro e André Ventura?

"Sá Carneiro era um social-democrata convicto. A resposta é esta e não precisa de mais nada."


Aníbal Cavaco Silva

Covid–Suécia - 3

“O que está a acontecer é uma grande discriminação dos idosos, porque toda a restante sociedade tem acesso aos hospitais e, uma vez lá, têm óptimos tratamentos — nos hospitais salvam-se vidas, não as de toda a gente, mas as pessoas recebem os cuidados adequados. Estas pessoas que vivem nos lares de idosos não têm nada. Pensamos que vivemos num país em que coisas como estas não acontecem, mas pelos vistos acontecem”


Thomas Andersson, consultor Suécia

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Covid–Suécia - 2

“Nunca me disseram, mas estavam a dar-lhe morfina. Na Suécia chamamos-lhes cuidados paliativos, quando deixam de tentar que as pessoas melhorem e passam a tentar que não sofram. O meu pai foi posto nos cuidados paliativos sem nunca o informarem, nem a ele nem a mim — foi uma decisão que o médico tomou sozinho, e isso é ilegal na Suécia”


Thomas Andersson, consultor Suécia

Covid–Suécia -1

“O que está a acontecer é uma grande discriminação dos idosos, porque toda a restante sociedade tem acesso aos hospitais e, uma vez lá, têm óptimos tratamentos — nos hospitais salvam-se vidas, não as de toda a gente, mas as pessoas recebem os cuidados adequados. Estas pessoas que vivem nos lares de idosos não têm nada. Pensamos que vivemos num país em que coisas como estas não acontecem, mas pelos vistos acontecem”

Thomas Andersson, consultor Suécia

Com estes amigos, a liberdade dispensa inimigos

Em 1980, Sá Carneiro percebeu que perante uma esquerda como a de Ana Gomes e de Marisa Matias, a direita, para governar, precisava de um governo, uma maioria e um presidente. Continua a precisar.

Ilegalizar o Chega? Recusar a posse a um governo assente numa maioria parlamentar de que faça parte o Chega? Do PS ao BE, estas ameaças parecem ser agora de bom tom. Fizeram-nas, pelo menos, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e as candidatas presidenciais Ana Gomes e Marisa Matias. É um disparate? É, sem dúvida que é.

O Chega é um partido cujo programa e estatutos, como já agora todos deviam saber, não violam nenhum preceito da Constituição. Em nenhum lugar do programa, o Chega “perfilha a ideologia fascista” (motivo de proibição, segundo o artigo 46 da Constituição de 1976). O Chega também não é “uma associação armada nem de tipo militar, militarizada ou paramilitar” (mais um motivo de proibição, segundo o citado artigo), nem assume a violência como um dos meios de atingir os seus fins – o que, aliás, deveria ser o único critério de ilegalização de um partido ou organização política (ser uma associação armada ou de tipo militar com vista à prática de actos violentos). Logo, a ilegalização do Chega só poderia estar fundada na apreciação judicial das opiniões de alguns dos seus dirigentes e activistas. Lembremos que em 2017, já André Ventura fazia as declarações que tem feito como presidente do Chega. Lembremos ainda que Ventura era, então, candidato autárquico do PSD. Se o Chega tem de ser ilegalizado por causa das opiniões de Ventura, deveria o PSD também ter sido ilegalizado em 2017? Mas lembremos também ainda que, por causa dessas opiniões, Ventura chegou, em 2017, a ser chamado à polícia, que nada lhes notou de ilegal. Logo, a única razão que Medina, Gomes e Matias têm para ilegalizar o Chega é uma divergência de opinião. Mas se a divergência de opinião bastasse para ilegalizar um partido, então a política em Portugal passaria desde já para as secretarias dos tribunais, com todos os partidos a tentarem iniciar o processo de ilegalização uns dos outros.

Mas suponhamos que sim, que mesmo assim, Medina, Gomes e Matias conseguiam que uns quantos juízes amigos ilegalizassem o Chega. Como é que, depois dessa decisão do tribunal, se proporiam Medina, Gomes e Matias resolver o problema da ilegalização de um partido com um deputado e, segundo fontes do próprio partido, uns milhares de militantes? Que fariam se a direcção do Chega e os activistas do partido insistissem, como já prometeu André Ventura, em continuar a reunir-se, a dar entrevistas, a escrever artigos, a publicar nas redes sociais? Estariam Medina, Gomes e Matias dispostos a restabelecer a polícia política e a censura à comunicação social, de modo a parar e a calar o Ex-Chega? Segundo André Ventura, o Chega tem 20 000 militantes. Admitamos que pelo menos 5 000 são gente convicta e determinada. Estarão Medina, Gomes e Matias decididos a mandar prender 5 000 pessoas? Faria sentido uma democracia com 5000 presos políticos (o Estado Novo, quando caiu, em 1974, tinha 85 presos no Forte de Caxias e 43 no Forte de Peniche)? A verdade é esta: enquanto os cidadãos, por eles próprios, não decidirem esvaziar o Chega, deixando de votar ou de militar no partido, não há democracia em Portugal sem o Chega, porque qualquer outra maneira de eliminar o partido implicaria alguma forma de regime autoritário e policial. A este respeito, fazia bem a Medina, Gomes e Matias lerem um livro antigo, de Cornelius Castoriadis. Chama-se Devant la Guerre, e o seu primeiro volume (Les Réalités) foi publicado em 1981. Aí, Castoriadis examina as implicações da proibição de um partido como o Partido Comunista Francês. Sim, era um partido ao serviço da União Soviética, em que a democracia francesa, no caso de um confronto entre a França e a União Soviética, não poderia confiar, e cujas actividades lhe conviria restringir a bem da defesa nacional. Mas a conclusão de Castoriadis não permite ilusões: ao proibir o  PCF, o governo teria de prender, de vigiar e de restringir os direitos de tanta gente, que a França deixaria de ser uma democracia.

Um disparate, portanto, para encolher os ombros e não levar a sério? Não, de modo nenhum. A proibição do Chega não ocorreu a Medina, a Gomes e a Matias por acaso. Na tradição política em que se anicham, festeja-se com carinho o tempo em que os seus antecessores podiam exigir e conseguir a proibição de partidos. Porque não foi só no Estado Novo que houve partidos proibidos. Em Setembro de 1974, foram proibidos vários partidos políticos ditos de “direita”, como o Partido do Progresso, ou o Partido Liberal. Como era costume na época, foram acusados de organizarem um “golpe da reacção”.  Porquê? Porque participaram numa manifestação de apoio ao Presidente da República, o general Spínola, por sua vez suspeito do crime hediondo de querer honrar o compromisso do MFA de que haveria eleições livres em todos os territórios sob administração portuguesa (não houve).  Muitos dos seus dirigentes foram presos e mantidos na prisão meses a fio sem culpa formada, sem visitas e sem acesso a advogados.

Mas o que aconteceu então? O país ficou, finalmente, sem partidos de direita? Não, porque no momento em que o Partido do Progresso e o Partido Liberal foram proibidos, o PSD (então PPD) e o CDS, que então faziam todos os esforços para ser, respectivamente, um partido de centro-esquerda e um partido do centro, tornaram-se os partidos de direita. Não havendo outros, tiveram de ser eles. E passaram também imediatamente, apesar dos seus compromissos com a revolução, até pelas posições que ocupavam ou tinham ocupado no Governo Provisório ou no Conselho de Estado, a ser tratados pelas esquerdas como tinham sido os partidos antes proibidos, isto é, como agentes abomináveis do golpismo reaccionário. Nunca mais o PPD e o CDS, onde a esquerda tinha força, tiveram licença para fazer um comício ou, sequer, terem uma sede. A sede do CDS em Lisboa foi assaltada e incendiada duas vezes. O CDS nem conseguiu concluir o seu primeiro congresso no Porto, em Janeiro de 1975, sob as pedradas e os ataques dos Medinas, Gomes, Matias e demais anti-fascistas da época. Nunca valeu a pena ao CDS dizer que a direita tinha sido o Partido do Progresso e o Partido Liberal, já proibidos, e com os seus dirigentes presos. A revolução precisava de uma extrema-direita para perseguir, proibir e prender. Nunca uma verdadeira revolução esquerdista pôde dispensar a invenção constante de “contra-revolucionários” e “fascistas”: na União Soviética, Estaline acabou por os encontrar já entre os próprios camaradas que tinham feito a revolução de 1917 com ele.

Por isso, não haja ilusões: neste momento, uma hipotética ilegalização do Chega, que só se pode conceber, como em 1974, num ambiente de alarmismo revolucionário esquerdista, teria como único efeito fazer o CDS voltar a ser a “extrema-direita”, o partido do “fascismo”, como já várias vezes foi no passado, em 1975, com Freitas do Amaral, ou em 2002,  com Paulo Portas. É que os Medinas, as Gomes e as Matias não sabem viver sem fascistas: basta-lhes que haja quem não pense exactamente como eles.

Quanto a uma presidente Gomes ou Matias recusar dar posse a um governo apoiado na Assembleia da República por uma maioria de direita de que fizesse parte o Chega, como é o caso na Região Autónoma dos Açores, teria dois efeitos óbvios: o primeiro era a necessidade de a presidente Gomes ou Matias dissolver a Assembleia da República e convocar novas eleições, dispondo-se, no caso de a maioria ser renovada, a demitir-se, como Jorge Sampaio confessou que estava mentalmente preparado para fazer em 2005, no caso de se repetir a maioria PSD-CDS; o segundo efeito seria a direita, depois de ter percebido, em 2015, que para voltar a governar precisa de uma maioria absoluta no parlamento, perceber que também precisa de um Presidente da República. Mas já Sá Carneiro em 1980 compreendera que, perante uma esquerda do mesmo tipo da que hoje é representada por Fernando Medina, Ana Gomes e Marisa Matias, a direita, para governar, precisava de uma maioria, um governo e um presidente. Pelos vistos, continua a precisar.

Rui Ramos – Observador

Acordo de fundo de recuperação da UE pode fazer com que dinheiro flua no Verão.

Os negociadores fecham um acordo que inclui gastos verdes e digitais para combater a recessão do coronavírus.

Os países europeus poderão ver o primeiro dinheiro do fundo de recuperação de pandemia da UE neste Verão, sob um acordo político alcançado entre os legisladores na madrugada de sexta-feira.

Negociadores do Parlamento Europeu e do Conselho da UE chegaram a um acordo preliminar sobre o Mecanismo de Recuperação e Resiliência (RRF) de 672,5 bilhões de euros em um impulso final que começou na manhã de quinta-feira. Isso se seguiu a um frenesi de reuniões esta semana, incluindo uma noite inteira de terça à tarde até quarta-feira.

O fundo, criado para funcionar por seis anos entre 2021 e 2026, é o produto de um acordo sem precedentes entre os líderes da UE para tomar dinheiro emprestado colectivamente, para abastecer os gastos necessários para superar as cicatrizes económicas do surto do coronavírus. …

De Bjarke Smith-Meyer e Paola Tamma

Politico

O alho.

    Alimentos uteis, tais como o alho.

    O alho é uma parte de uma planta, o bulbo, que é muito utilizado na cozinha para temperar e condimentar os alimentos, mas que também pode ser usado como um medicamento natural para complementar o tratamento de vários problemas de saúde, como infecções por fungos ou pressão alta, por exemplo.

    Este alimento é rico em compostos sulfurados, em que o principal é a alicina, que proporciona o cheiro característico do alho, sendo um dos grandes responsáveis pelas suas propriedades funcionais. Além disso, o alho também é rico em vários minerais que nutrem o organismo, como potássio, cálcio e magnésio.

    Os principais benefícios do alho são:

    1. Combater vírus, fungos e bactérias

    O alho possui um composto sulfurado, conhecido como alicina, que confere lhe acção antimicrobiana, inibindo o crescimento e proliferação de bactérias, vírus e fungos. Aliás, ajuda até a eliminar as toxinas e bactérias patológicas que afectam a flora intestinal, sendo muito útil para completar o tratamento de infecções por vermes.

    2. Prevenir o câncer de cólon

    Graças à acção da alicina, da aliina e do alhoeno, que são compostos sulfurados, o alho também tem potente ação antioxidantes que previne a formação de radicais livres e protegem as células do organismo. Além disso, estes compostos também ajudam a estimular algumas enzimas que desintoxicam o organismo de agentes que causam o câncer de cólon.

    3. Proteger a saúde do coração

    O alho ajuda a reduzir os níveis de colesterol "ruim" LDL, e de triglicerídeos no sangue, pois inibe a sua oxidação, reduzindo assim o risco de aterosclerose que pode levar ao surgimento de várias doenças cardiovasculares.

    Além disso, o alho ajuda a regular a pressão arterial por possuir um ligeiro efeito anti-hipertensor, assim como a capacidade para melhorar a circulação do sangue, diminuindo a pressão sobre os vasos. Também evita a formação de coágulos por inibir a agregação plaquetária excessiva.

    4. Melhora doenças inflamatórias

    Os compostos sulfúricos do alho também têm ação anti-inflamatória, diminuindo a resposta do organismo a algumas doenças que causam inflamação crônica. Assim, o alho pode ser usado em algumas doenças inflamatórias, para diminuir a dor e regular a resposta dos sistema imune.

    5. Evitar doenças respiratórias

    O alho ajuda a estimular as funções respiratórias graças às suas propriedades expectorantes e antissépticas que facilitam a respiração. Por isso, o alho pode ser usado para tratar gripes, tosse, resfriados, ronco, asma, bronquite e outros problemas pulmonares.

    6. Manter o cérebro saudável

    Devido à ação antioxidante e anti-inflamatória proporcionada pela alicina e pelo enxofre, e devido ao seu teor em selênio e colina, o consumo frequente de alho ajuda a proteger as células do cérebro e a diminuir os danos causados ​​pelos radicais livres, que estão envolvidos no surgimento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e demência.

    Por isso, o alho é um alimento com um grande potencial para melhorar a memória e promover o aprendizado, melhorando a saúde do cérebro.

    Como usar o alho

    Para obter os seus benefícios, deve-se consumir 1 dente de alho fresco por dia. Uma dica para aumentar o seu poder benéfico é picar ou amassar o alho e deixá-lo descansando por 10 minutos antes de usar, pois isso aumenta a quantidade de alicina, a principal responsável pelas suas propriedades.

    O alho pode ser usado para temperar carnes, saladas, molhos e macarrão, por exemplo. Além disso, também se pode preparar chá de alho ou água de alho, que, quando consumidos frequentemente ajudam a diminuir o colesterol e a proteger o coração.

    Informação nutricional e como usar

    A tabela a seguir traz a composição nutricional em 100 g de alho:

    Quantidade em 100 g de alho fresco

    Energia: 113 kcal

    Proteína 7 g  Cálcio 14 mg

    Carboidratos  23,9 g  Potássio  535 mg

    Gordura 0,2 g  Fósforo  14 mg

    Fibras 4,3 g  Sódio  10 mg

    Vitamina C  17 mg  Ferro  0,8 mg

    Magnésio  21 mg   Alicina  225 mg

    Selênio 14,2 mcg   Colina  23,2 mg

    O alho pode ser usado para temperar carnes, massas, saladas e para fazer molhos e patês. Além disso, também pode-se utilizar o chá ou a água de alho para obter seus benefícios de diminuir o colesterol e proteger o coração. Veja como fazer aqui.

    Como comprar e como armazenar

    No momento da compra, deve-se preferir cabeças de alho redondas, sem manchas, cheias e bem formadas, com os dentes de alho unidos e firmes, evitando os que estejam soltos, moles e murchos.

    Além disso, para preservar o alho por mais tempo e evitar o mofo, ele deve ser armazenado em local fresco, seco e levemente arejado.

    Efeitos colaterais e contraindicações

    O consumo excessivo de alho pode causar problemas digestivos, cólicas, gases, vômitos, diarreia, cabeça, dor nos rins e tonturas.

    Além disso, o consumo de alho cru como remédio natural está contraindicado para recém nascidos, durante a cicatrização de cirurgias e em casos de pressão baixa, dor no estômago, hemorragias e uso de remédios para afinar o sangue.

    Opções de receita com alho

    1. Chá de alho

    O chá deve ser preparado com 1 dente de alho por cada 100 a 200 mL de água. Para isso, deve-se colocar o alho picado e amassado na água fervente e deixar repousar por 5 a 10 minutos. Depois retirar do fogo, coar e deixar esfriar.

    Para melhorar o sabor do chá pode ser adicionado à mistura gengibre ralado, umas gotas de limão ou 1 colher de sobremesa de mel, por exemplo.

    2. Água de alho

    Para preparar a água de alho, deve-se colocar 1 dente de alho esmagado em 100 mL de água e depois deixar repousar por toda a noite ou, pelo menos, por 8 horas. Esta água deve ser ingerida em jejum, para ajudar a limpar o intestino e reduzir o colesterol.

    3. Creme de alho para carnes

    Ingredientes

    • 1 copo americano de leite;

    • 3 dentes de alho;

    • 1 pitada de sal, de salsa e de orégano;

    • Azeite.

      • Modo de Preparo

        Bater no liquidificador o leite, o alho, o sal, a salsa e o orégano. Em seguida, adicionar o azeite aos poucos até encontrar o ponto de creme da receita. Pode-se usar esse creme para acompanhar carnes de churrasco ou para fazer pão de alho.

      Como a cidade de Nova York vacinou 6 milhões de pessoas em menos de um mês.

      Quando um único caso de varíola chegou a Manhattan em 1947, um grave surto foi possível. Um funcionário público decidido tomou uma decisão ousada.

      Por John Florio e Ouisie Shapiro

      • Dez 18, 2020

        No fim de semana da Páscoa de 1947, a cidade de Nova York zumbia com um ar de invencibilidade. As misérias da Segunda Guerra Mundial finalmente acabaram, e Nova York, como o resto do país, estava animada. O futuro prometia grandes coisas. A câmara Polaroid Land acabava de ser inventada. Aparelhos de TV de consumo apareciam nas salas de estar. O rádio transístor estava em andamento.

        O que o público não sabia era que a varíola, o flagelo das civilizações, improvavelmente ressurgira na cidade cinco semanas antes.

        Em 1º de Março, um empresário americano de 47 anos, Eugene Le Bar, chegou a Nova York após uma longa viagem de autocarro saindo da Cidade do México. Ele estava a caminho do Maine, mas estava se sentindo mal e se hospedou em um hotel em Midtown com sua esposa. Depois de passear, ele caiu na cama, exausto, com dor de cabeça e uma dor na nuca.

        Em 5 de Março, Le Bar estava no Hospital Bellevue com febre de 40 graus e uma erupção de aparência peculiar no rosto e nas mãos. Três dias depois, ele foi transferido para Willard Parker, o hospital de doenças transmissíveis da cidade. Seus médicos consideraram vários diagnósticos, nenhum definitivo. Porque ele tinha uma cicatriz de vacinação, eles descartaram a varíola. Em 10 de Março, o Sr. Le Bar estava morto.

        Logo, mais pacientes em Willard Parker começaram a exibir sintomas semelhantes aos de Le Bar: primeiro, um bebé de 22 meses do Bronx chamado Patrícia, depois um homem de 27 anos do Harlem, Ismael Acosta. Um bebé de 30 meses, John, o seguiu. Os médicos pensaram que eles estavam olhando para a varicela, mas ficaram confusos com as erupções cutâneas dos pacientes, que não se encaixavam no diagnóstico.

        Em 4 de Abril, os resultados chegaram do Laboratório da Escola de Medicina do Exército dos EUA, em Washington. Todos os três eram casos confirmados de varíola, que não eram vistos na cidade de Nova York desde antes da guerra. As autoridades de saúde começaram a conectar os pontos, e os pontos levaram de volta a Eugene Le Bar, paciente zero.

        O comissário de saúde da cidade, Israel Weinstein, havia assumido o cargo dez meses antes. Ele era uma criança no Lower East Side quando um surto de varíola deixou a cidade de joelhos no início dos anos 1900, matando 720 nova-iorquinos em um período de dois anos. Agora ele era médico e cientista; ele obteve um doutorado pela New York University, junto com um Ph.D. e um MD da Columbia.

        Então, quando ele recebeu os resultados do laboratório, ele sabia o que estava enfrentando.

        A varíola assolou a humanidade por milhares de anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, ele ceifou a vida de 300 milhões de pessoas só no século 20.

        Para que a varíola se espalhe, basta uma tosse, um espirro ou um toque. Depois disso, é apenas uma questão de dias até que o vírus desencadeie febre, dores e náuseas. Uma erupção aparece no rosto e logo cobre o corpo, gerando pústulas cheias de líquido. Três em cada 10 casos são fatais. Os que sobrevivem ficam frequentemente com cicatrizes profundas, cegos ou ambos.

        A rota da infecção: um mapa da Life Magazine mostrando o trajeto da viagem de ônibus de Eugene Le Bar até Nova York.

        A rota da infecção: um mapa da Life Magazine mostrando o trajecto da viagem de ónibus de Eugene Le Bar até Nova York. Crédito … Revista Life

        “No panteão das doenças infecciosas, a varíola está entre as cinco primeiras”, disse o Dr. Charles DiMaggio, professor de cirurgia e saúde populacional da Escola de Medicina Grossman da NYU. “Foi horrível porque desfigurou as pessoas que não matou e matou indiscriminadamente.”

        Graças a uma vacina desenvolvida no final do século XVIII e aprimorada nas décadas seguintes, os surtos de varíola foram geralmente contidos.

        Recorte de artigo de jornal sobre o surto de varíola.

        Recorte de artigo de jornal sobre o surto de varíola.

        Em 1980, a Organização Mundial da Saúde declarou oficialmente a erradicação da varíola.

        “O programa de erradicação da varíola é absolutamente considerado uma das maiores conquistas da saúde pública global”, disse DiMaggio. “E nunca foi duplicado. Só a ideia de que uma doença foi erradicada - uma doença que devastou a humanidade por milénios - é notável. E a razão pela qual fomos capazes de fazer isso é por causa das vacinações. ”

        Em 1947, a maioria dos nova-iorquinos foi vacinada contra a varíola. Disseram que a inoculação os protegeria para o resto da vida - mas não havia garantia. Em alguns casos, a vacina não funcionou. Em outros, a imunidade acabou. O Sr. Le Bar era prova disso.

        A fabricação da vacina contra a varíola em 1947 nos Lederle Laboratories em Pearl River, NY

        A fabricação da vacina contra a varíola em 1947 nos Lederle Laboratories em Pearl River, NY. Crédito … Fritz Goro / The LIFE Picture Collection, via Getty Images

        O Dr. Weinstein teve que tomar algumas decisões difíceis.

        Os resultados do laboratório chegaram a ele na Sexta-feira Santa, 4 de Abril. Em dois dias, os nova-iorquinos estariam se reunindo para o Desfile de Páscoa anual da cidade. Se apenas um deles tivesse varíola, mesmo entre uma população vacinada, o surto resultante poderia ser devastador.

        “Imagine o Desfile de Páscoa e todas essas pessoas aglomeradas na Quinta Avenida”, disse o Dr. Howard Markel, director do Centro de História da Medicina da Universidade de Michigan. “Todos eles aplaudindo e gritando, e potencialmente tossindo e espirrando, e você tem varíola introduzida nessa imagem. Isso é um pesadelo de saúde pública. ”

        Dr. Weinstein não perdeu tempo. Sabendo que havia apenas uma maneira de lidar com o vírus - a vacinação - ele agiu. Às 2 horas daquele dia, ele deu uma entrevista colectiva, pedindo a todos os moradores da cidade que se vacinassem imediatamente, mesmo que tivessem sido vacinados quando crianças. As revacinações são necessárias, disse ele, caso as pessoas tenham perdido a imunidade.

        Não era isento de riscos. Não apenas o anúncio poderia causar histeria em massa, mas, em 1947, as vacinas não eram testadas como são hoje. A vacina disponível na época poderia desencadear efeitos colaterais raros, mas perigosos, especialmente em pessoas com sistema imunológico enfraquecido ou problemas de pele específicos.

        Segundo o Dr. David Oshinsky, professor de medicina da NYU Langone Health, o Dr. Weinstein actuou em linha com o conhecimento científico da época. Ele tomou a atitude certa, que foi vacinar o máximo de pessoas possível.

        Dr. Israel Weinstein, o comissário de saúde da cidade de Nova York, vacinou um membro de sua equipe, Doris Wendroff, em abril de 1947.

        Dr. Israel Weinstein, o comissário de saúde da cidade de Nova York, vacinou um membro de sua equipe, Doris Wendroff, em Abril de 1947. Crédito … Arthur Brower / The New York Times

        Dr. Markel concorda. “Weinstein estava fazendo seu trabalho o melhor que podia”, disse ele. “O risco de propagação da varíola e de causar doenças e morte era muito, muito maior do que o pequeno risco de contrair encefalite ou morrer devido à vacina. Então, não venho enterrar Weinstein, mas elogiá-lo. ”

        Em uma série de discursos diários de rádio, o Dr. Weinstein enfocou a transparência e uma mensagem consistente. A vacina, disse ele, era gratuita e não havia, em suas palavras, "absolutamente nenhuma desculpa para ninguém ficar desprotegido". Com voz calma e clara, promoveu o grito de guerra que apareceria em cartazes por toda a cidade: “Tenha certeza. Ser seguro. Vacine-se! ”

        “A primeira coisa que ele fez foi ser sincero com o público”, disse Oshinsky. “Ele disse a eles que a varíola havia chegado à cidade e que era possível que houvesse uma propagação - e que era uma doença extremamente transmissível e perigosa. E ele disse: 'Forneceremos frascos de vacina suficientes para proteger a cidade com eficácia' ”.

        Mas o estoque municipal não continha nem de longe o suficiente para vacinar todos os 7,8 milhões de residentes da cidade.

        Com a cooperação total do prefeito William O'Dwyer, o Dr. Weinstein garantiu 250.000 unidades de vacina do depósito de suprimentos médicos navais no Brooklyn. Ele transportou 780.000 doses de bases militares na Califórnia e no Missouri. Ele comprou mais dois milhões de fabricantes privados e depois pediu mais.

        Ele instruiu seu Bureau o Laboratories a converter seus suprimentos a granel em unidades de dose única e iniciou um programa de rastreamento para localizar e vacinar aqueles que haviam entrado em contacto com as vítimas.

        O lançamento da vacina foi incrivelmente rápido e descomplicado, e quase certamente não poderia acontecer hoje.

        “Em 1947, a cidade foi capaz de agir sozinha, ao invés de navegar por uma relação complicada com o governador de Nova York e o governo federal”, disse o Dr. Irwin Redlener, director da Pandemic Resource and Response Initiative no Earth Institute da Columbia University . “A cidade foi capaz de dizer, 'Nós vamos atrás disso', e então fazer acontecer.”

        No início, a resposta do público foi sem brilho. O domingo de Páscoa foi surpreendentemente quente e ensolarado - a temperatura atingiu o recorde de 79 graus - e mais de um milhão de nova-iorquinos compareceram ao desfile. Naquele fim de semana, apenas 527 pessoas solicitaram vacinas. Mas dias depois, quando surgiu a notícia de que a esposa de Ismael Acosta, Carmen, havia morrido de varíola e que mais três casos haviam sido descobertos, as pessoas mudaram de ideia - e, como aconteceu, o tempo também.

        Os nova-iorquinos logo ficavam parados por horas, geralmente sob chuva fria, do lado de fora de hospitais públicos e privados, clínicas e delegacias de polícia, esperando para receber as vacinas. Para eles, a vacinação não era novidade. Muitos serviram como soldados na Segunda Guerra Mundial; eles haviam sido vacinados contra uma série de vírus e viam as inoculações como algo natural. Além disso, o movimento anti vacinação de hoje não existia.

        O Dr. Oshinsky, que escreveu o livro vencedor do Prémio Pulitzer “Polio: Na American Story”, oferece ainda outro motivo. “Este foi o auge da poliomielite nos Estados Unidos”, disse ele. “As pessoas têm uma noção muito melhor do impacto das doenças infecciosas. Eles viam isso o tempo todo e, com razão, estavam com medo. Mas eles também estavam optimistas de que a ciência médica poderia vencer isso. Em 1947, havia uma fé tremenda na comunidade médica, ao contrário de hoje. ”

        As filas do Hospital Morrisania, no Bronx, em 14 de abril de 1947, representaram uma fração dos nova-iorquinos que responderam a um apelo municipal para serem vacinados contra a varíola.

        As filas do Hospital Morrisania, no Bronx, em 14 de Abril de 1947, representaram uma fracção dos nova-iorquinos que responderam a um apelo municipal para serem vacinados contra a varíola. Crédito … Bettmann, via Getty Images

        Nas escolas da cidade, 889.000 alunos foram vacinados, como os da Escola Paroquial St. Joan of Arc em Jackson Heights, Queens.

        Nas escolas da cidade, 889.000 alunos foram vacinados, como os da Escola Paroquial St. Joan o Arc em Jackson Heights, Queens. Crédito … Art Edger / NY Daily News Archive, via Getty Images

        Diante das câmaras de notícias, o Dr. Weinstein vacinou o prefeito O'Dwyer, que já havia sido vacinado quatro vezes no Exército. O presidente Harry S. Truman também entrou em acção. Sua visita a Nova York em 21 de Abril foi acompanhada por notícias de que ele também havia enrolado a manga.

        “No vernáculo de hoje, O'Dwyer e Truman eram influenciadores”, disse Lisa Sherman, presidente do Conselho de Anúncios, o grupo sem fins lucrativos que trabalha numa campanha para as vacinas Covid-19. “Eles podiam fornecer informações importantes que as pessoas queriam ouvir. Eles eram mensageiros de confiança. ”

        A resposta foi tão grande que a cidade recrutou milhares de voluntários civis para ajudar a entregar as vacinas. Armados com frascos de vacina, os voluntários, junto com profissionais de saúde, administraram até oito doses por minuto. Percorrendo todas as escolas da cidade, eles inocularam 889.000 alunos. Nas primeiras duas semanas, cinco milhões de nova-iorquinos foram vacinados contra a varíola.

        Em meados de Abril, o estoque da cidade estava quase esgotado. O prefeito O'Dwyer convocou uma reunião de emergência de representantes das empresas farmacêuticas, quase os ameaçando com desprezo público se não acelerassem a entrega. Em 48 horas, mais um milhão de doses chegaram.

        No início de Maio, 10 semanas depois de Eugene Le Bar descer de um autocarro em Manhattan, o Dr. Weinstein anunciou que o perigo havia passado.

        Mais tarde naquele ano, ele resumiu o caso no The American Journal o Public Health. “Em um período de menos de um mês, 6.350.000 pessoas foram vacinadas na cidade de Nova York ”, escreveu ele. “Nunca antes tantas pessoas foram vacinadas numa cidade como essa e em tão pouco tempo.”

        A contagem final foi de 12 infecções e duas mortes.

        “O que o Dr. Weinstein fez em 1947 é algo que ainda estamos estudando e referindo-nos”, disse Markel. “O fato de eles desenvolverem a logística - a entrega da vacina, os grandes espaços públicos onde as pessoas poderiam fazer fila para receber as vacinas, a mão de obra na forma de enfermeiras e médicos que dariam a vacina - é incrível. Weinstein deve ser creditado. ”

        Nas primeiras duas semanas do surto de 1947, cinco milhões de nova-iorquinos foram vacinados contra a varíola.

        Nas primeiras duas semanas do surto de 1947, cinco milhões de nova-iorquinos foram vacinados contra a varíola. Crédito … Colecção Everett

        “Isso se destaca como uma conquista notável em qualquer medida”, disse DiMaggio. “Foi um triunfo da saúde pública.”

        O Dr. Weinstein renunciou ao cargo em Novembro de 1947, sete meses após o surto de varíola. Ele deixou para trás um plano para conter uma doença infecciosa numa cidade grande e densa.

        Mas desta vez, com a pandemia do coronavírus, Nova York enfrenta um obstáculo logístico. Especialistas em doenças infecciosas apontam para um esvaziamento da infra-estrutura de saúde pública - não apenas na cidade, mas em todo o país. No entanto, eles acreditam que o maior obstáculo não é a distribuição, mas a desconfiança do público em relação ao governo, à ciência e à média.

        “Estamos saindo de um acidente de trem de mensagens”, disse Redlener. “Aprendemos que a política é um veneno para uma iniciativa de saúde pública, especialmente durante uma crise. Honestidade e mensagens claras e directas são absolutamente essenciais. ”

        Em 1947, o Dr. Weinstein era a única voz com um megafone. Ele falava e as pessoas ouviam.

        “Naquela época, havia um cenário de média muito mais simples”, disse Sherman ao apresentar a campanha do Conselho de Publicidade, que deve começar no início do próximo ano. “No ambiente de hoje, estamos lidando com uma média altamente fragmentada. Estaremos contando com microinfluenciadores que são as vozes confiáveis. ”

        Portanto, quando a distribuição da vacina Covid-19 na cidade de Nova York começou na semana passada, uma grande questão permanece: a cidade pode chegar perto do que realizou há 73 anos?

        Dr. Redlener, que actua como conselheiro do prefeito Bill de Blasio em resposta a emergências, disse acreditar que Nova York enfrentará o desafio novamente. Mas ele acrescentou: “É quase inconcebível que sejamos capazes de fazer algo semelhante com a mesma rapidez e eficácia”.

        Uma versão deste artigo foi publicada em 20 de Dezembro de 2020 , Seção MB , Página 1 da edição de Nova York com o título: Um tiro no braço para milhões,

        https://www.nytimes.com/


        "Fui esmurrado, pontapeado, algemado a um carrinho de bagagens". Há mais denúncias de agressões no SEF

        O MP estará a investigar as queixas de um cabo-verdiano que acusa agentes do SEF de o terem agredido durante "perto de uma hora" no aeroporto, avança o Expresso. E há mais queixas de práticas ilegais.

        A morte de Ihor, cidadão ucraniano que perdeu a vida em março no aeroporto de Lisboa quando estava à guarda de agentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) português, trouxe consigo mais denúncias e acusações de maus tratos e práticas ilegais de agentes do SEF. Isso mesmo dá conta o semanário Expresso na sua edição semanal desta sexta-feira.

        A morte de Ihor, cidadão ucraniano que perdeu a vida em março no aeroporto de Lisboa quando estava à guarda de agentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) português, trouxe consigo mais denúncias e acusações de maus tratos e práticas ilegais de agentes do SEF. Isso mesmo dá conta o semanário Expresso na sua edição semanal desta sexta-feira.

        Segundo o Expresso, uma das queixas que estão a ser investigada pelo Ministério Público é a de um cidadão cabo-verdiano de 54 anos, Egídio Pina, que acusa agentes do SEF de o terem agredido no ano passado. Egídio, que cumpria uma pena de sete anos de prisão por trágico de droga, foi expulso do país. Quatro agentes tê-lo-ão ido buscar ao estabelecimento prisional de Alcoentre e levado à força para o aeroporto para ser enviado para Cabo Verde. Egídio queixa-se de ter sido mal tratado: “Fui esmurrado, pontapeado, fizeram-me um mata-leão e prenderam-me com algemas nos pulsos e nos tornozelos a um carrinho de bagagens, obrigando-me a ficar de cócoras. Fiquei com escoriações na cara, nas costas e nas pernas”, acusa, citado pelo semanário.

        As agressões, segundo o queixoso, terão durado “perto de uma hora” e foram vistas por seguranças e agentes da PSP, que não intervieram. Além disso, terá estado sem “comer e beber durante dez horas” e não o terão deixado contactar nem a advogada nem a família.

        O caso foi denunciado ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, mas não é a única queixa de práticas ilegais e violentas do SEF. Segundo o Expresso, há suspeitos de tráfico de droga — as chamadas “mulas de droga” — que dizem ter sido trancados durante horas em salas isoladas para confessarem e que garantem ter sido coagidos, ameaçados e agredidos nas instalações do SEF. Os métodos para fazer os suspeitos confessar nem sempre seriam lícitos de acordo com “várias fontes”. Um inspetor do SEF em particular, não nomeado, é acusado de liderar estas ações.

        Idosos suecos infectados não foram levados aos hospitais, receberam morfina. O escândalo que está a abalar os lares da Suécia.

        Metade das mortes na Suécia aconteceram em lares. Para não sobrecarregar o sistema de saúde, idosos infectados foram tratados só com morfina e mantidos longe. "O meu pai não era bem vindo no hospital."

        O Observador publica esta semana uma série de seis reportagens feitas na Suécia, o país que desafiou o confinamento contra a Covid-19. A estratégia, que uns consideram um milagre e outros um desastre; os hospitais, agora com maiores dificuldades; o impacto na economia e os erros que o explicam; o dia a dia de um infectado, com testes em casa e nenhuma punição se violar as regras; o escândalo nos lares de idosos; e Anders Tegnell, o epidemiologista que recebe flores e ameaças de morte. Esta é 5.ª parte.

        Thomas Andersson soube que o pai estava doente com Covid-19 a 24 de Março, quando o médico que dá assistência ao lar de idosos de Märsta, nos arredores de Estocolmo, junto ao aeroporto de Arlanda, lhe telefonou a dar a notícia.

        Jan, então com 81 anos, teria sido infectado com o novo coronavírus no Hospital de Danderyd, onde recentemente tinha estado internado, para uma operação aos intestinos. Apesar de não o ter examinado, garantiu na altura o médico, Jan estava com muita tosse, mas perfeitamente estável. Se por acaso viesse a piorar, explicou-lhe também, não ia ser enviado para o hospital — seria tratado no próprio lar.

        “Foi uma mensagem muito estranha de receber, perguntei-lhe porquê, mas ele limitou-se a dizer que havia muita pressão sobre os hospitais e que precisavam de priorizar e o meu pai estava numa categoria que não era bem-vinda no hospital”, recordou Thomas Andersson oito meses depois ao Observador, através de uma videochamada a partir da sala de estar da sua casa, em Uppsala — está com sintomas e em isolamento profiláctico, à espera do resultado de um teste à Covid-19.

        “Foi duro ouvir isto, mas o médico também me informou de que na Suécia há uma organização chamada Assistência Avançada Domiciliar (ASIH é a sigla em sueco), capaz de prestar cuidados de saúde avançados em lares, portanto, se o meu pai piorasse muito, ia chamá-los. Disse-me que tinham equipas com médicos e enfermeiras, oxigénio, e que podiam dar injecções de antibióticos — só não tinham ventiladores. Até fiquei descansado, pensei que talvez fosse o mais adequado para o meu pai.”

        Como as visitas estavam suspensas, Thomas Andersson foi acompanhando por telefone a evolução do pai — tal como o médico, que, desde que a pandemia começou, deixou de se deslocar ao lar. “Disse-me que o trabalho que fazia era demasiado importante, e que não podia arriscar ser infectado”, recorda o consultor do ramo da construção.

        Apesar da tosse, da recusa em comer, beber e tomar os medicamentos e do cansaço, cada vez mais evidente, diziam-lhe do outro lado do telefone, Jan continuava estável e a fase crítica parecia estar ultrapassada. Depois, a 7 de Abril, o médico ligou-lhe e disse-lhe que o pai estava a morrer, não havia forma de o salvar, se queria despedir-se dele tinha de ir ao lar naquela mesma noite.

        “Perguntei-lhe se já tinha chamado a ASIH e ele disse-me que não. Disse-me que não era necessário chamá-los porque também não havia nada que eles pudessem fazer”, recorda Thomas Andersson, que, antes de se pôr a caminho para a viagem de 30 e poucos quilómetros até Märsta, insistiu para que o pai recebesse assistência. “Disse-lhe que o meu pai não bebia água há muito tempo, perguntei-lhe se tinham verificado os níveis de hidratação. Disse-lhe que tinha tido uma sepsis no ombro há dois meses e perguntei se tinham tentado perceber se tinha alguma doença bacteriana. Perguntei-lhe se tinham feito alguma coisa, mas não tinham feito nada.”

        Quando chegou ao lar, o consultor encontrou o pai meio inconsciente, incapaz de comunicar ou de dar sequer pela presença do filho. “Nunca me disseram, mas estavam a dar-lhe morfina. Na Suécia chamamos-lhes cuidados paliativos, quando deixam de tentar que as pessoas melhorem e passam a tentar que não sofram. O meu pai foi posto nos cuidados paliativos sem nunca o informarem, nem a ele nem a mim — foi uma decisão que o médico tomou sozinho, e isso é ilegal na Suécia”, acusa Thomas Andersson que, uma vez no lar, voltou a ligar ao médico. “Pedi que o hidratassem, que lhe dessem soro, para ter água no corpo. E ele disse-me que o meu pai estava demasiado fraco e velho: ‘Vai acumular água nos pulmões e vai asfixiar, vai ser muito dramático e ele vai morrer’”, foi a resposta que recebeu.

        Hoje Thomas Andersson tem a certeza de que, caso se tivesse conformado, teria sido esse o destino do pai, que tem no historial clínico um AVC e uma doença que lhe provoca rigidez nos músculos e o obriga a deslocar-se de cadeira de rodas. Não o fez: telefonou e enviou e-mails para todas as entidades possíveis e deu o alerta nos meios de comunicação. Na manhã seguinte, depois de ter voltado a visitar o pai, ainda vivo e agora consciente, percebeu que Jan, afinal, não se tinha recusado a tomar os medicamentos, só não conseguia engoli-los — e ficou ainda mais revoltado.

        Voltou nesse mesmo dia, com uma equipa de reportagem de uma televisão local: “Aí tudo mudou. De repente já era possível dar-lhe soro e recebeu essa primeira ajuda básica. Depois perguntei ao médico se não era possível injectar-lhe os medicamentos e ele disse que sim. Lentamente começou a melhorar e agora está bem”, revela ao Observador. “O que está a acontecer é uma grande discriminação dos idosos, porque toda a restante sociedade tem acesso aos hospitais e, uma vez lá, têm óptimos tratamentos — nos hospitais salvam-se vidas, não as de toda a gente, mas as pessoas recebem os cuidados adequados. Estas pessoas que vivem nos lares de idosos não têm nada. Pensamos que vivemos num país em que coisas como estas não acontecem, mas pelos vistos acontecem.”

        Reguladora da Saúde detectou “deficiências graves” no tratamento dos utentes dos lares em todas as regiões

        Cerca de metade das mais de sete mil mortes associadas à pandemia na Suécia aconteceram em lares de idosos. O assunto é particularmente polémico e aquilo que aconteceu a Jan Andersson — que entretanto fez 82 anos, continua a morar no mesmo lar e, garante o filho, ainda não foi visto pelo médico — só por um motivo não pode generalizado ao resto do país — o idoso em causa sobreviveu.

        Desde os primeiros meses, têm sido vários os profissionais de saúde e familiares de utentes a denunciar a situação nos lares, cuja gestão está a cargo dos municípios, mas subordinada às regras emanadas por cada uma das 21 administrações locais de saúde, que, por sua vez, respondem à Folkhälsomyndigheten, a Agência Nacional de Saúde Pública da Suécia.

        Ao longo de uma série de meses, as denúncias sobre a forma como os hospitais estavam de portas fechadas para os cidadãos idosos e as indicações que os lares tinham para não encaminharem pacientes para as urgências, devendo, em vez disso, prestar-lhes cuidados paliativos nas suas instalações, foram-se acumulando sem consequências visíveis — a não ser para os denunciantes (já lá iremos).

        Até que no passado dia 24 de Novembro, a IVO, a agência que supervisiona o sector da saúde no país, revelou as conclusões da investigação feita à acção dos lares de idosos durante a primeira vaga da pandemia: foram detectadas “deficiências graves” no atendimento e tratamento dos pacientes em todas as 21 regiões. As decisões para a implementação de cuidados paliativos nos lares, diz o documento, “não foram tomadas de acordo com os regulamentos actuais para a pandemia de Covid-19”, mas decididas de forma local — ou seja, não terão partido da Folkhälsomyndigheten, pelo menos não de forma oficial.

        “Há uma grande indefinição sobre aquilo que aconteceu nos lares”, já tinha dito ao Observador o economista e professor Lars Calmfors, dias antes, acusando as autoridades de falta de transparência. “Aquilo que é claro é que morreram muitas pessoas e que muitas pessoas, que estavam doentes e que já tinham outras condições prévias, não foram levadas para os hospitais; aquilo que já não é tão claro é por que motivos isso aconteceu, é uma espécie de área cinzenta. Há algumas indicações de que isso foi o que aconteceu, que essas recomendações foram feitas, mas não foram feitas de forma explícita, terá ficado implícito… Tem havido muitas críticas sobre o assunto, na Suécia gostamos de ser transparentes, mas neste aspecto não houve transparência, as decisões foram tomadas nos bastidores e sem que as pessoas se tenham apercebido delas.”

        Segundo o relatório da IVO, um em cada cinco idosos nunca chegou sequer a ser avaliado individualmente por um médico, sendo que 40% destes (cerca de 8% do total) também não foram examinados por enfermeiros. Mais: a grande maioria destas avaliações, quando aconteceram, foram feitas por telefone. De acordo com o regulador, para além de muitos dos idosos residentes em lares, infectados ou com suspeitas de Covid-19, não terem recebido tratamento diferenciado, também não foram informados sobre o seu estado de saúde nem sobre os cuidados que lhes iriam, ou não, ser prestados.

        A situação, disse Sofia Wallström, directora da IVO, aquando da divulgação do relatório e frisando que na Suécia todos têm de ter direito a cuidados de saúde diferenciados e individualizados,  é “inaceitável” — “Não me parece que algum de nós aceitasse ser objecto de uma avaliação de grupo”. No final, as 21 regiões foram intimadas a tomar medidas para colmatar as falhas até ao próximo dia 15 de Janeiro de 2021 — um prazo de quase dois meses, oito meses depois do início da pandemia.

        Contactada pelo Observador, a presidente da Câmara de Estocolmo, região onde mais pessoas morreram, recusou falar sobre o assunto e passou a bola para a Agência Nacional de Saúde Pública. Numa curta entrevista através do Zoom, justamente no dia em que as conclusões da IVO foram tornadas públicas, o epidemiologista principal da Suécia, Anders Tegnell, garantiu que as mudanças nos lares de idosos já começaram a ser feitas, mas também assumiu que o mais certo é que o resultado final nesta segunda vaga não seja muito diferente. “Estamos a assistir a uma subida do número de casos nos lares outra vez, esperamos que estas novas medidas consigam refrear melhor a mortalidade do que na Primavera. Mas, por outro lado, este é um padrão que também vemos em muitos outros países — em Espanha, no Reino Unido —, as pessoas que vivem nos lares de idosos, infelizmente, são muito propensas a ser atingidas com muita força por esta pandemia e parece ser muito difícil mantê-las completamente a salvo.”

        “Se não temos oxigénio nos lares não podemos deixar lá as pessoas, porque elas vão sufocar até à morte”

        A Suécia tem um sistema público de acompanhamento domiciliário a idosos que permite que os cidadãos se mantenham nas próprias casas até uma idade mais avançada, recebendo um máximo de seis visitas diárias de pessoal de apoio, para ajudar com limpezas, refeições, toma de medicação e apoio à higiene pessoal — e muitos dos idosos que beneficiam destes serviços também foram afectados pela Covid-19, engrossando o número de óbitos da pandemia, mas não dos lares: cerca de 90% dos mortos tinham mais de 70 anos.

        Nas suas casas, como nos lares, os idosos suecos não têm a supervisão permanente de pessoal médico, sempre que é necessário são os médicos de medicina geral e familiar quem assegura esse acompanhamento, explica ao Observador Jon Tallinger, que, quando a pandemia começou, trabalhava numa clínica em Tranås, uma cidade no sul do país, entre Estocolmo e Gotemburgo.

        “Assim que descobri como é que era suposto tratarmos dos idosos, pedi uma licença sem vencimento e empenhei todos os meus esforços em impedir a tragédia que estava prestes a acontecer”, conta o médico, em vídeo-chamada a partir de Frederikshavn, a pequena cidade dinamarquesa para onde se mudou em agosto com a mulher, em consequência, diz, da sua exposição pública como denunciante.

        “Logo no início de abril, recebemos orientações do governo regional e do Conselho de Saúde: não era suposto enviarmos os idosos para os hospitais se eles tivessem Covid-19, era suposto que tratássemos deles nos seus lares. Mas nos lares não há instalações com condições e não há oxigénio, por exemplo, que é vital nesta pandemia. Se não temos oxigénio nos lares, não podemos deixar lá as pessoas, porque elas vão sufocar até à morte”, diz Jon Tallinger, que abriu um canal de YouTube para denunciar a situação — “Dr. Whistleblower” foi o nome que escolheu para si próprio.

        “Havia orientações em toda a Suécia para darmos morfina se as pessoas tivessem falta de ar. E também havia orientações para que fizéssemos planos para providenciar cuidados paliativos aos idosos, em vez de lhes darmos cuidados curativos, se eles fossem frágeis e velhos. Em alguns lares, algumas pessoas foram avisadas previamente de que se os seus familiares fossem infetados e tivessem Covid-19 iam receber cuidados paliativos”, revela o médico.

        Se concorda que as pessoas acima de determinada idade são demasiado frágeis para poderem ser admitidas em unidades de cuidados intensivos e entubadas — “ é um tratamento severo” —, Jon Tallinger recorda que nos hospitais há outros recursos e que nem só de ventiladores se fazem os tratamentos para a Covid-19. “As pessoas podiam ir simplesmente ao hospital receber oxigénio. Muita gente concordou com que os familiares ficassem nos lares sem ter sequer acesso a esta informação.”

        O que se passou na Suécia é tanto mais grave, acrescenta o médico, que chegou a receber ameaças de morte e diz que foi vítima de uma campanha pública de descredibilização — “Chamaram-me adepto de teorias da conspiração, tentaram fazer-me passar por maluquinho e houve quem me acusasse de ser um extremista de direita a tentar desestabilizar a nação. Não sou. Não tenho opiniões extremadas sobre nada e não me parece que seja extremismo querer bons cuidados de saúde para os idosos” — porque os hospitais, que se tentaram poupar com esta linha de atuação, nem sequer chegaram a estar sobrecarregados.

        “Numa situação de guerra, se tivéssemos de escolher entre alguém jovem e alguém muito frágil, a maior parte de nós ia escolher salvar primeiro o jovem. Mas os hospitais não estavam cheios quando fizeram esta priorização, portanto não havia necessidade de o fazer, e não houve comunicação entre os médicos e os hospitais para perceber”, diz. “A coisa trágica em Estocolmo, por exemplo, é que havia um hospital de campanha com 600 camas onde não foi tratado um único paciente com oxigénio durante toda a pandemia, porque ainda havia espaço nos hospitais. A situação nunca ficou fora de controlo, podia ter sido usado. Isto é um escândalo colossal em toda a linha. Se sabes que não vais conseguir tratar de todos os doentes, não deves deixar o vírus soltar-se entre a população.”

        “Chamei médicos várias vezes. Nunca vieram”

        A enfermeira Latifa Löfvenberg, membro do Partido dos Democratas Suecos, nacionalista, conservador, anti-imigração e contra a União Europeia, diz que perdeu o emprego depois de denunciar o que estava a acontecer nos vários lares a que prestava assistência, em Gävle, cidade 170 quilómetros a norte de Estocolmo. Na altura, garante, os idosos, que na maior parte das vezes não eram testados para a Covid-19, não só não eram enviados para os hospitais como começavam a ser tratados com morfina aos primeiros sinais da doença.

        “Não tratávamos os pacientes para eles ficarem melhor, tratávamo-los para morrerem, para não sofrerem. Não consigo contar todos os que vi morrer e não sei quantos tinham ou não Covid, mas muita gente morreu ali. Só num fim de semana morreram quatro pessoas, e no seguinte outras três. Toda a primavera foi assim, muitas pessoas perderam a vida”, contou ao Observador em Estocolmo, horas antes de começar o turno da noite no Hospital Universitário Karolinska, onde agora está a trabalhar no serviço de doenças infecciosas. “Não havia oxigénio nos lares em Gävle, essa foi outra luta que travei. Aqui, quando tratamos os doentes, damos-lhes oxigénio, mesmo que saibamos que vão morrer.”

        Os relatos que faz são sustentados pelas conclusões do relatório do regulador da Saúde sueco: muitos dos idosos residentes em lares nunca foram consultados por médicos nem receberam os cuidados de saúde adequados. “Sempre me chamaram muito tarde. Na maior parte das vezes, quando cheguei, os idosos já estavam a receber injeções de morfina e de Midazolam, um relaxante muscular, é isso que costumamos usar quando as pessoas estão a morrer. Mas aqui nem sequer confirmávamos que não era uma pneumonia, podia ser uma pneumonia bacteriana, curável com antibióticos”, argumenta a enfermeira, que acrescenta ainda que, no início da pandemia, não havia equipamentos de proteção disponíveis para os trabalhadores dos lares da sua região, nem regras a recomendar a sua utilização. “Não tínhamos máscaras, eu e o meu filho fizemos umas viseiras, para pelo menos termos qualquer coisa para usar.”

        “Chamei médicos várias vezes. Nunca vieram. Tinha o meu próprio aparelho para medir a saturação e perceber se os pacientes eram capazes de respirar, liguei várias vezes aos médicos, a dar estes parâmetros todos, mas eles só me diziam que devia dar mais morfina, porque quando se começa a dar morfina os pacientes ficam apenas ali, não comem, não bebem, ficam só à espera da morte”, descreve Latifa Löfvenberg.

        Médica no serviço de urgência do Hospital Universitário de Linköping, a quinta maior cidade da Suécia, a portuguesa Lisa Caiado Thorfinn não pode pronunciar-se sobre esta roda da engrenagem, mas atesta: ao serviço onde trabalha, estes pacientes de facto nunca chegaram. “A maior parte dos doentes com suspeitas de Covid que vivem em lares e que já tinham uma idade avançada e comorbilidades associadas não foram enviados para o hospital, ficaram nos lares, portanto não tivemos aquela sobrecarga”, tinha dito dias antes ao Observador.

        “Nos outros países, pelo que percebi das notícias que nos chegam, um idoso que está num lar, tem suspeita de Covid e não está a sentir-se bem vai para o hospital. Aqui eles tentaram aguentar até à última e morreu muita gente nos lares, houve muitos lares que ficaram a menos de metade, o que se tem estado aqui a fazer é quase eutanásia.”

        Tinha 96 anos e demência, mesmo assim “autorizou” tratamento paliativo com morfina

        Como aconteceu com o pai de Thomas Andersson, também Ulla, mãe das gémeas Susanne Matteuzzi e Hélene Ohrn, de 61 anos, começou a ser tratada com morfina sem que a família fosse consultada. Tinha 96 anos, morreu no dia 16 de abril, dois dias depois de as filhas terem recebido um telefonema do lar a avisar que estava com dificuldades respiratórias.

        Apesar de nunca ter sido diagnosticada com Covid-19, os sintomas relatados, associados aos casos da doença que sabiam existir no lar de Årsta Havsbad — uma pequena cidade balnear a 30 quilómetros de Estocolmo onde moram e toda a gente se conhece —, fazem com que, para as irmãs, não se coloque outra opção. “Acho que teve Covid, porque é que havia de ter dificuldade a respirar se nunca tinha tido antes? E porque é que dizem que morreu de demência se ninguém morre de demência?”, questiona Susanne Matteuzzi, citando o relatório da autópsia, que só foi entregue à família dois meses após a morte.

        “Ligaram-me eram 16h30 do dia 14 de abril e disseram-me que a minha mãe estava com dificuldades em respirar, e eu disse-lhes: ‘Levem-na para o hospital, ajudem-na, chamem uma ambulância!’. Mas eles disseram-me que iam tratar bem dela, disseram-me que lhe tinham dado duas injeções, uma de morfina, outra de um medicamento para a ansiedade. E eu pensei que era o que se fazia com as pessoas mais velhas. No dia seguinte disseram-me que ela estava melhor. No outro ligaram-me e disseram-me que a minha mãe tinha morrido”, recorda Susanne Matteuzzi, no jardim da casa onde vive, na orla de uma zona de floresta, a 450 metros do Báltico.

        “Não somos profissionais de saúde, não sabíamos o que significa dar morfina a alguém que está com dificuldades em respirar, não sabíamos que isso vai fazer com que a pessoa piore e morra. Ninguém nos disse, o médico não nos disse nada. Devíamos ser nós a decidir sobre se a queríamos levar ao hospital”, reforça a irmã, Hélene Ohrn.

        Só depois de alguma insistência, explicam, é que conseguiram ter acesso ao processo da mãe. Se a IVO explicou nas suas conclusões que a investigação aos lares foi particularmente dificultada pelos registos “deficientes” sobre os pacientes suspeitos de terem Covid-19 ou mesmo com a doença confirmada, no caso de Ulla Matteuzzi, que sofria de demência em estado avançado, isso não aconteceu.

        “Tenho o diário clínico da minha mãe. Diz que falaram com ela sobre que tratamento deviam dar-lhe”, começa a explicar Susanne Matteuzzi, continua logo a seguir a irmã. “Ela concordou com o tratamento com morfina. Tinha 96 anos e às vezes, quando a visitávamos, não nos reconhecia. Não podiam ter falado com ela, ela não pode ter confirmado nada.”

        “Quando alguém diz que morreram idosos na Suécia por falta de cuidados é a pior das mentiras”

        Apesar da onda de consternação que tem varrido o país sobre a forma como a pandemia foi gerida e das críticas cada vez mais audíveis sobre o assunto, também há quem garanta que a situação não foi igual em toda a Suécia. O português Bruno Simplício, que entre março e agosto trabalhou como auxiliar num lar no município de Gagnef, na região de Dalarna, onde mora com a mulher e os dois filhos bebés, diz que desde que foi detetado o primeiro caso entre os utentes, no fim de março, foram imediatamente implementadas uma série de medidas de segurança e contenção do vírus.

        “Começámos logo a usar máscara, viseira, bata e luvas, que tínhamos de descartar e desinfetar quando mudávamos de quarto. A roupa era tirada e colocada dentro de sacos de milho, que se desfaziam na lavagem, e os copos, talheres e plásticos eram todos descartáveis também”, enumera. “Quando detetávamos que alguém estava com sintomas, nem que fosse uma tossezinha de nada, era automaticamente colocado de quarentena — aqui os quartos são todos individuais, o que facilita. As visitas dos familiares foram suspensas e todos os idosos que vinham do apoio domiciliário para o lar ficavam 48 horas isolados no quarto, até chegar o resultado do teste Covid.”

        Ainda assim, apesar dos cuidados, no lar onde Bruno Simplício trabalhou temporariamente, e onde quatro dezenas de idosos tinham residência, dez morreram, presumivelmente infetados com Covid-19. Quase todos os funcionários do lar, incluindo o próprio português, também adoeceram, mas recuperaram entretanto.

        Para além das enfermeiras residentes, garante o português, natural de Sesimbra, os idosos puderam sempre contar com a assistência do médico do lar, que era chamado apenas nas “situações mais graves”, mas não tinham à disposição nem ventiladores nem garrafas de oxigénio. O tratamento administrado aos idosos doentes, explica, era igual ao recomendado aos não idosos.

        “Tomar ben-u-ron e deixar o corpo trabalhar, foi o que me disseram a mim. Quando a situação piorava, a maior parte das vezes a decisão sobre se devíamos ou não fazer alguma coisa era tomada pelos familiares, que se resignavam ao que se estava a passar”, diz o português, há oito anos a viver na Suécia.

        “Essa é a parte injusta, se calhar não iam dar um ventilador a uma pessoa idosa, que já tinha vivido a vida, para o tirar a um jovem, mas quando alguém diz que morreram idosos na Suécia por falta de cuidados é a pior das mentiras”, assegurou o português, um dia antes de ser conhecido o relatório do IVO. “Os meus colegas que trabalham nisto já há 10 ou 15 anos dizem que sempre morreram, mais coisa, menos coisa, estes idosos por ano, só não era da Covid, era da influenza.”

        Por muito que em 2020 a gripe tenha praticamente desaparecido do território sueco, não será exatamente assim. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística da Suécia, em 2019 morreram 88.766 pessoas no país — este ano, só até ao final de outubro, já foram registados 79.627 óbitos, 10.552 deles apenas durante o mês de abril, sendo que só em janeiro e outubro é que houve menos mortes do que no ano anterior, portanto tudo leva a crer que esse número seja ultrapassado.

        Logo no início da pandemia, a equipa do geneticista Ville Pimenoff, no Instituto Karolinska, recuou dez anos nas estatísticas para perceber se, não na Suécia toda mas apenas em Estocolmo, a Covid-19 estava a provocar um excesso de mortalidade. “Os números mostraram muito rapidamente que havia um surto local, que não era visível através dos números da Covid, porque os diagnósticos vêm com algum atraso. E também observámos que uma grande fração das mortes por Covid não estava a acontecer nos hospitais. Percebemos, através da informação que recebemos por parte das morgues, que muitos casos estavam a acontecer em lares de idosos — facto que hoje é bem conhecido sobre a situação em Estocolmo”, explicou o investigador finlandês ao Observador.

        No lar de Axelsberg morreram 10 pessoas. Foram tratadas com o “pacote”

        Passa pouco das 15h de uma sexta-feira de fim de novembro na Casa de Repouso de Axelsberg, um lar de idosos público na periferia da capital sueca. Lá fora está a cair a noite, no interior, nas zonas comuns e nos corredores, os funcionários vão andando para cá e para lá, sem máscaras nem viseiras — só são obrigatórias no contacto direto com os utentes, que, por causa da pandemia, só saem dos apartamentos (individuais, com casa de banho, cozinha equipada, zona de estar e varanda) à hora das refeições e para as atividades de grupo.

        “Temos dança, música, comida e roupas tradicionais e atividades históricas. E quando alguém morre fazemos sempre uma homenagem, juntamos toda a gente em volta de uma fotografia da pessoa — agora, por causa da Covid, com distância — e todos dizem alguma coisa. Somos como uma família”, conta a enfermeira Ana Adamah, moçambicana a viver na Suécia há 32 anos.

        Durante a primavera, na primeira vaga da pandemia, dez dos 55 utentes morreram, ali mesmo, no lar. O relato, feito por Maria Borowski, Novka Beginisic e Ana Adamah, três das cinco enfermeiras residentes, com a moçambicana a servir de intérprete, consubstancia uma vez mais o relatório do regulador sueco da Saúde.

        “No princípio ninguém tinha informação e não tínhamos nenhuma regra que dizia que tínhamos de levar [os idosos] para o hospital. As pessoas que morreram são pessoas que já tinham outras doenças, eram pessoas idosas, e não sabemos se morreram da pandemia ou da idade. Essas pessoas não foram testadas, naquela altura não havia testes, só a partir de maio é que houve. Podemos dizer que morreram com Covid, mas não sabemos se morreram de Covid”, começam por descrever.

        “Quando começou, tínhamos as regras que já existiam há muito tempo: a pessoa está doente, se é da idade fazemos uma reunião com o médico e os familiares onde discutimos se a pessoa quer ficar aqui ou se quer ser enviada para o hospital — porque o que se faz no hospital nós também fazemos aqui — e chegamos à conclusão que o melhor para estas pessoas velhas é morrer em casa, aqui. E isso fica tudo num documento, para quando chegar a vez não precisarmos de levar a pessoa desnecessariamente para o hospital”, continuam a explicar as enfermeiras, a dois tempos, para permitir a discussão e a conversão para o português.

        Apesar de frequentemente parecer que algo se perde na tradução, Ana Adamah, que chegou à Suécia vinda de Maputo em 1988, tinha 27 anos, sorri e garante que não. Recorda os dias de março em que se improvisaram máscaras com guardanapos, admite que não há oxigénio para socorrer os doentes e explica logo a seguir que pode facilmente ser encomendado, se for necessário — não que tenha alguma vez sido, ao longo dos meses da pandemia. “Essas pessoas não precisam todas de oxigénio, as pessoas já tomaram a sua decisão, nós não precisamos de fazer muita coisa, é só acompanhar a pessoa todos os dias até ao final”, explica, garantindo que todos os doentes que morreram, morreram com febre, cansaço e falta de apetite — “Dificuldades de respiração não houve.”

        Depois, fala no “pacote” de medicamentos que habitualmente se utiliza nos lares da Suécia, para tratar os utentes “na última fase da vida” e que também ali foi administrado durante a primavera. “Quando a pessoa está doente e nós vemos que está nos últimos dias, com aqueles sintomas todos que já conhecemos; quando já não aguenta engolir os comprimidos, nem a comida, começamos a utilizar esse pacote, que tem mais ou menos cinco medicamentos, incluindo morfina. Tudo para que essa pessoa tenha o final da sua vida em condições.”

        Apesar de o médico adjudicado ao lar nunca ter deixado de lá ir, todas as terças-feiras, como era habitual, nunca chegou a dar ordem para que algum doente fosse encaminhado para o hospital — “E só o médico é que dá ordem para ir ao hospital”, explicam as enfermeiras.

        “No princípio vimos casos em que a pessoa não teve possibilidade de ir para o hospital, porque as portas estavam fechadas, não recebiam todos. Nessa altura havia muitas pessoas, já não havia lugares para tomar conta de todas as pessoas. E havia prioridades também.”

        No fim, queixam-se de falta de apoio por parte do médico do lar e das autoridades regionais, que nunca emitiram recomendações nem apareceram para validar o que estava a ser feito, mas garantem que nos últimos meses houve uma aprendizagem, pelo que o desfecho da segunda vaga tem tudo para ser diferente. “Hoje já temos outra experiência, todas as pessoas que dão positivo ficam em quarentena durante 14 dias, só podem sair quando deixarem de ter sintomas. Recentemente tivemos duas pessoas infetadas, a primeira fez quarentena e recuperou, a segunda tinha anticorpos, mas foi contaminada mesmo assim — acaba hoje a quarentena.”

        https://observador.pt/especiais/idosos-suecos-infetados-nao-foram-levados-aos-hospitais-receberam-morfina-o-escandalo-que-esta-a-abalar-os-lares-da-suecia/

        A Democracia…

        A Democracia é uma coisa ‘engraçada 'Na realidade e de acordo com a minha visão de democracia só há um país da Europa que é verdadeiramente democrático – a SUIÇA.

        Os 7 membros do ‘governo’ (Federal Council) são eleitos pelo povo por um determinado número de anos (4) e – pasme-se – a função de presidente roda anualmente ao longo desse período (não há o ‘culto da personalidade’).

        Quando um grupo de 50.000 cidadãos decide que faz falta uma lei nova, faz um requerimento a pedir um referendo nacional (se essa lei alterar a Constituição serão necessários 100.000 cidadãos).

        Em 2016 houve 13 referendos, em 2017 houve 7, em 2018 houve 10.

        O Federal Council não só respeita escrupulosamente as decisões do povo, como sempre que quer introduzir uma nova lei sobre a qual tem dúvidas relativamente à sua aceitação pelo povo, faz mais um referendo (os suíços são mesmo muito esquisitos, não são?...eh eh eh).

        É mais ou menos como por cá, não é?

        Perguntou-se ao povo se queriam entrar para a União Europeia. NÃO.

        Perguntou-se ao povo se queriam entrar para o Euro (abandonando o ‘escudo’)? NÃO.

        Tudo o resto…

        Pequenas reparações domésticas? Damos uma ajuda

        Cada dia é um desafio, e as surpresas menos agradáveis em casa, como entupimentos, podem surgir a qualquer altura. Perante isso, temos duas opções: chamar um técnico especializado, o que pode implicar um gasto imprevisto, ou tentar resolver o problema. Ter um seguro, como o seguro de casa da Tranquilidade, é também uma solução, pois abrange as duas opções: pode chamar o técnico a casa, sem custos de deslocação — pois está incluído no seguro—, e ter o problema resolvido de imediato.

        Mas por muito cético que seja, ou desastrado que se ache, acredite que existem muitas situações ou contratempos que podem ser resolvidos por qualquer um de nós, de forma simples e, espante-se, com sucesso. Falamos de, por exemplo, uma torneira que pinga, uma fuga de água no lava-loiça, um cano que precisa de ser remendado, uma tomada ou interruptor que devem ser mudados, um fusível que precisa de manutenção, um sifão que está entupido e tem de ser limpo. E para ter noção de que se tratam, de facto, de reparações simples, explicamos como fazer.

        > Substituição de um interruptor

        Seja devido a uma avaria, alterar por um outro mais eficiente ou simplesmente porque quer renovar, tenha em atenção as seguintes regras:

        1. Corte a corrente elétrica no quadro geral;
        2. Retire a tampa do interruptor;
        3. Desaperte os parafusos que o prendem à parede;
        4. Com cuidado, puxe os fios que estão ligados e, para os soltar, afrouxe os parafusos interiores, e retire-os;
        5. Pegue no interruptor novo e desaperte ligeiramente os parafusos para conseguir colocar os fios;
        6. Antes de colocar os fios, descarne-os sensivelmente entre 8 a 10 mm;
        7. Depois de os colocar, aperte os parafusos para que a ponta do fio fique bem presa, sem forçar muito;
        8. Encaixe o interruptor na parede, ajustando os fios;
        9. Aparafuse à parede e coloque a tampa;
        10. Ligue o quadro geral, e faça-se luz!

        > Manutenção de torneira misturadora

        Objetos essenciais ao dia a dia de qualquer casa, as torneiras, devido à elevada utilização, estão sujeitas a uma manutenção periódica para assegurar o seu bom funcionamento e evitar perdas de água surpreendentemente elevadas, que derivam de uma fuga gota a gota. Eis o que precisa de saber para que a sua torneira misturadora deixe de pingar.  Mas antes de deitar mãos à obra, certifique-se que tem consigo um alicate de pressão, uma chave de fendas e uma chave inglesa.

        1. Feche a água na ligação do contador com a rede ou na torneira de segurança de ligação ao lavatório (caso exista) para evitar surpresas desagradáveis e um banho forçado;
        2. Retirar o índice (azul, em caso de água fria; vermelho, se quente) do manípulo, com a ajuda da chave de fendas, fazendo o movimento de alavanca;
        3. Também com a chave de fendas, retire o parafuso do índice;
        4. Retire o manípulo com a ajuda de uma chave inglesa;
        5. Desaperte e retire o “castelo” (peça à qual se aperta o manípulo da torneira);
        6. Agora, substitua a junta por uma nova de tamanho e diâmetro idênticos;
        7. Cubra a junta com massa de silicone antes de recolocá-la;
        8. Por vezes, basta limpar a junta para resolver o problema, por isso, tente fazer a devida limpeza da peça. Já que está com a “mão na massa”, aproveite para avaliar o estado do vedante furado de borracha (situada na extremidade do “castelo”) e, se estiver em más condições, substitui-o, evitando previsíveis problemas futuros;
        9. Volte a montar as peças, abra a circulação de água, e tarefa concluída.

        > Mudar um candeeiro de teto

        A razão para tal pode ser uma avaria, a vontade de dar um novo look à casa ou optar por um candeeiro mais adequado às necessidades em termos de luz. Mas, e independentemente da razão, vai ver que é uma tarefa muito simples e relativamente rápida. Dica de limpeza: antes de iniciar esta tarefa, cubra objetos e/ou mobília ao redor do local onde vai furar o teto, de modo a que o pó daí resultante seja mais fácil e rápido de limpar.

        1. Desligue a corrente elétrica no quadro;
        2. Comece por retirar o casquilho velho, se existir;
        3. Corte o fio existente à medida da necessidade para facilitar a instalação e aplicação;
        4. Com uma caneta ou lápis, assinalar os locais onde as buchas vão ser colocadas. Mas tenha o cuidado de fazer a marcação desfasada da aparente direção do tubo onde circula o fio elétrico. É que existem situações em que é possível o tubo “correr” paralelamente ao teto, podendo ter-se o azar de, ao fazer os furos, destruir-se a canalização elétrica;
        5. Faça as furações com uma broca adequada e aplique as buchas. Nunca se esqueça de comprar as adequadas ao tipo de material do teto;
        6. Fixe a chapa do candeeiro no teto;
        7. Una os fios do teto aos do candeeiro de forma coincidir as cores;
        8. Certifique-se que o fio do candeeiro tem o comprimento certo antes de o unir aos terminais;
        9. Antes de colocar as lâmpadas, fixe o topo do candeeiro com a chapa que está no teto;
        10. Ligue a corrente elétrica no e experimente se está tudo a funcionar.

        > Vedar a junta da banheira

        Por vezes, eliminar uma fuga de água na banheira está à distância de aplicar uma camada de silicone nas juntas. Saiba com o fazer.

        1. Com a ajuda de uma faca ou x-ato, remova a camada antiga de silicone;
        2. Limpe toda a zona onde estava o silicone com álcool;
        3. Coloque o tubo de silicone na “pistola”;
        4. Tenha o cuidado em cortar a ponta do tubo num ângulo de 45 graus e não fazer um furo muito grande. Assim permite uma melhor aplicação;
        5. Se nunca trabalhou com uma pistola de silicone, antes de o aplicar na banheira experimente noutra superfície para se habituar ao gesto;
        6. Aplique suavemente o silicone na área desejada, de forma uniforme e constante, sempre com a “pistola” num ângulo de 45 graus;
        7. Certifique-se que não aplica silicone em demasia pois pode ser difícil remover o excedente;
        8. De forma suave, passe um dedo (que deve estar molhado) no silicone para finalizar a selagem;
        9. Deixe secar durante duas horas;
        10. Teste a sua reparação e diga adeus à fuga de água.

        Intervenção profissional

        No entanto, há algumas situações em que é mesmo necessário chamar um profissional especializado. E é nessas situações que o seguro casa da Tranquilidade é o aliado perfeito, pois garante uma ajuda imprescindível e uma enorme variedade de soluções a nível de reparações domésticas.

        A cobertura de assistência engloba o envio à sua residência de técnicos na área da canalização ou eletricidade, para pequenas reparações em que a mão de obra especializada é necessária, ficando o custo da sua deslocação a cargo da seguradora. Além disso, ao optar pelo seguro casa da Tranquilidade, garante a reparação de eletrodomésticos até duas vezes por ano — incluindo o pagamento de peças avariadas até 150 euros por intervenção — e assegura ainda outros serviços domésticos, como limpezas, lavandaria e engomadoria.

        Para saber mais sobre as vantagens desta oferta da Tranquilidade que torna a sua vida mais simples, fale com o seu mediador ou visite o site.

        Saiba mais em
        https://observador.pt/seccao/observador-lab/poupe-quando-proteger/