sábado, 6 de novembro de 2021
Um ministério em “roda livre”.
Rastreios atrasados deixam 4500 cancros por diagnosticar.???
Oncologia é a ponta do iceberg e há muito mais doenças por identificar, alertam médicos e administradores. Utentes com menos 2,8 milhões de idas aos hospitais em 2020 e em 2021 comparativamente com 2019.
A incidência dos cancros da mama, do colo do útero e do cólon e reto está a diminuir. Podia ser uma boa notícia, mas não é. O que está a acontecer é que os doentes não estão a ser diagnosticados por incapacidade do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente dos rastreios oncológicos, profundamente afectados pela pandemia de Covid-19. Entre 2020 e 2021, pelo menos 4422 pessoas com aqueles tumores malignos ficaram por identificar e, consequentemente, por tratar, revela o mais recente estudo para o "Movimento Saúde em dia", apresentado esta quarta-feira. Para muitos, quando o diagnóstico chegar, poderá ser tarde de mais.
"É a ponta do iceberg", alertam a Ordem dos Médicos e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, que integram o movimento criado durante a pandemia, juntamente com a farmacêutica Roche. Além do cancro, há milhares de doentes por diagnosticar com outras patologias como a diabetes e as doenças cardiovasculares. "Isto é apenas o que se pode contabilizar com base em dados públicos", refere Miguel Guimarães, notando que várias sociedades científicas têm vindo a alertar para a redução dos diagnósticos.
Aristides e a eutanásia.
A legalização da eutanásia, que era uma prática recorrente no regime nazi, é uma ofensa à memória de Aristides de Sousa Mendes.
Foi com pompa e circunstância que Aristides de Sousa Mendes recebeu honras de Panteão Nacional. O Ex-Cônsul de Portugal em Bordéus destacou-se pela sua acção humanitária durante a Segunda Guerra Mundial, dando vistos a judeus que, de outra forma, poderiam ter sido exterminados nos campos de concentração nazis. Por este motivo, foi reconhecido, em 1966, pelo Estado de Israel, como “Justo entre as Nações”.
É certo que Sousa Mendes, ao facultar os vistos a quem não se encontrava nas condições previstas para os receber, infringiu as ordens que tinha recebido. Também é sabido que pagou cara essa desobediência: foi demitido da carreira consular. Embora lhe tenha sido facultada uma pensão, a verdade é que era manifestamente insuficiente para garantir a sua sobrevivência, bem como a dos seus 14 filhos. Por isso, para além da humilhação da sua demissão dos quadros da carreira consular do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que seu irmão César viria a chefiar, Aristides de Sousa Mendes também padeceu, a nível económico, as consequências do seu acto humanitário, vivendo, até à sua morte, uma dolorosa indigência.
Do caso Sousa Mendes, cuja complexidade histórica ultrapassa o âmbito desta crónica, interessa apenas o dilema moral: o cônsul ou cumpria as instruções que tinha e negava os vistos aos judeus perseguidos, ou lhes concedia esses salvo-condutos, desobedecendo às indicações que lhe tinham sido dadas. Por estar a cumprir ordens, era mínima a sua responsabilidade no extermínio dos judeus que, por esse motivo, não pudessem ser salvos, mas a sua desobediência era razão suficiente para a sua demissão compulsiva, que aconteceu, ficando seriamente ameaçada a sua sobrevivência.
Sousa Mendes, como é óbvio, não ignorava a responsabilidade em que incorria, mas não se escudou nas ordens recebidas, nem na legítima defesa, para optar pela atitude mais cómoda. Nem sequer pôs a subsistência da sua família à frente do direito à vida dos judeus, que só podia proteger com a concessão de vistos não autorizados. Consta que, nesse contexto, terá dito: “Se há que desobedecer, prefiro que seja a uma ordem dos homens, do que a uma ordem de Deus”.
Se Aristides tivesse agido como um escrupuloso funcionário, não teria incorrido, em termos estritamente jurídicos, em falta. Também do ponto de vista ético, se cumprisse os regulamentos vigentes, não cometeria nenhum ilícito, desculpado como estava pela obediência devida aos seus superiores, bem como pela obrigação moral de zelar pelo bem próprio e da sua família. Portanto, se o cônsul em Bordéus se negasse a conceder esses vistos, não teria sido nenhum criminoso, como o não foram, decerto, muitos outros funcionários que, em igualdade de circunstâncias, se limitaram a cumprir com as suas estatutárias obrigações. Mas, tendo desobedecido a essas ordens, prejudicando-se gravemente, tanto a nível pessoal como familiar, em termos profissionais e socioeconómicos, Aristides de Sousa Mendes foi heróico.
Infelizmente, a reabilitação do Ex-cônsul não aconteceu em sua vida. Readmitido, postumamente, na carreira de que foi compulsivamente exonerado, Aristides passou a ser, não obstante outros aspectos menos exemplares da sua vida, uma referência ética para todos os portugueses. O Estado, depois de o honrar com a distinção do Panteão Nacional, não pode agora ignorar, nem contradizer, o seu legado moral.
Esteve bem a Assembleia da República quando homenageou a memória do cônsul português, agora evocado em Santa Engrácia. Mas esta distinção só faz sentido na medida em que o parlamento valorizar a vida humana. Por isso, a legalização da eutanásia é uma ofensa à memória de Aristides de Sousa Mendes.
O Marechal Rommel colaborou na operação Valquíria, que pretendia a eliminação de Hitler. O fracasso do atentado implicou a morte dos conspiradores, mas como o mítico ‘leão do deserto’ era um herói nacional, foi-lhe dada a possibilidade de se matar a si próprio. Caso contrário, seria condenado à morte por um tribunal de guerra, e a sua viúva e filho ficariam desamparados. O marechal, tendo em conta o bem dos seus, aceitou pôr termo à vida – na realidade não se suicidou, porque a sua morte era já certa e inevitável – e teve um funeral de Estado. Mas, quando um general ofereceu à viúva o seu braço, a Senhora Rommel recusou, dizendo: Não é preciso levar tão longe a hipocrisia!
Também fez bem o Chefe de Estado quando remeteu, para o Tribunal Constitucional, a primeira versão do diploma pró-eutanásia aprovado pela Assembleia da República. Certamente, a objecção principal era e é a da inviolabilidade da vida humana, mas também os outros reparos, de carácter mais formal do que substantivo, eram pertinentes e, por isso, obrigaram à revisão do diploma, que iludiu a questão essencial. Em relação ao novo texto, o Professor Paulo Otero, catedrático da Faculdade de Direito, onde foi colega do Professor Marcelo Rebelo de Sousa e do actual Presidente do Tribunal Constitucional, considerou que foi pior a emenda do que o soneto. Foi da mesma opinião a Dr.ª Teresa de Melo Ribeiro, em excelente artigo aqui publicado no passado dia 3. Sendo esta nova versão ainda mais deficiente do que a primitiva, segundo o parecer dos ditos juristas, será de toda a justiça que, mais uma vez, seja chamado a pronunciar-se o Tribunal que tem por especial missão cumprir e fazer cumprir a Constituição, a qual consagra a inviolabilidade da vida humana.
Quer o Tribunal Constitucional se pronuncie sobre a inconstitucionalidade das normas constantes no novo diploma, ou não, o Chefe de Estado tem sempre a última palavra. Como qualquer outro cidadão, tem o direito e o dever de agir de acordo com a sua consciência. Foi, aliás, o que fizeram os deputados, na medida em que os programas partidários sufragados nas últimas eleições legislativas eram omissos sobre este particular e, nesta matéria, não foi imposta a disciplina de voto. Como católico, o Professor Marcelo Rebelo de Sousa é, obviamente, pró-vida – nenhum verdadeiro cristão pode ser a favor da eutanásia – mas esta questão não é confessional, como se provou pelo voto contra dos deputados do Partido Comunista Português. Claro que o Presidente se poderia desculpar com a reiterada votação parlamentar, a eventual não discordância do Tribunal Constitucional, a crise política em curso, a recuperação económica pós-pandemia, etc. Mas estes argumentos, ou quaisquer outros, porventura suficientes para um Pilatos, não bastam para legitimar uma promulgação que seria, inevitavelmente, uma traição à letra e ao espírito da Constituição e a todo o povo português, em especial à ampla maioria que, conhecendo as convicções humanistas do Chefe de Estado, não só o elegeu como, recentemente, o reelegeu.
Promulgar, à pressa, uma lei que legaliza a eutanásia, que não foi referendada pelo povo português, nem suficientemente debatida pela sociedade civil – da nova versão deste diploma nem sequer ao Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) foi dado conhecimento! – e que foi, agora, aprovada à pressão, por um parlamento moribundo, de duvidosa legitimidade política, seria, decerto, levar a hipocrisia longe de mais.
Para a cobardia há sempre razões sem razão: é nos momentos difíceis que se conhecem os heróis. O Cônsul de Portugal em Bordéus soube sê-lo, como o Santo Condestável, que hoje se celebra no nosso país, num contexto particularmente trágico e sofreu as terríveis consequências desse seu acto. O futuro de Portugal depende agora, mais do que nunca, de alguém que conhece bem a Constituição, assim como a nossa História e cultura humanista cristã. Já que não faltam razões jurídicas para vetar um diploma inconstitucional, tem os poderes necessários para legitimamente o fazer e conta com a oração dos crentes e a confiança dos portugueses, espera-se que o Presidente da República, para o bem da nação e da sua alma, saiba honrar o legado moral de Aristides de Sousa Mendes. Chegou a hora de salvar Portugal de uma reforma legislativa que pode conduzir, segundo a CNEVC, à “liberalização incontrolável da ‘licença para matar’ e à barbárie”.
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Observador
sexta-feira, 5 de novembro de 2021
Hino proibido.
O Ministro da Defesa Nacional, mais o militar CEMGFA, proibiram os militares paraquedistas em desfile no dia do exercito , que cantassem o seu hino como habitualmente, que existe há mais de sessenta anos, para além da proibição do uso da Boina Verde.Só hoje é que veio a público qual o motivo para esta proibição.
Existe um partido de esquerda que considera este hino: HINO RACISTA.
Não divulgaram qual o partido.Já houve quem quisesse alterar a bandeira nacional.
Já existe quem quer demolir o Padrão dos Descobrimentos.
Existe uma cidadã estrangeira deputada na Assembleia da República que quer demolir uma parede por haver uma pintura que considera racista.
Tornou-se normal a palavra PROIBIR.
Depois disto, continuamos todos sentados impávidos e serenos.
À, é verdade, o Salazar é que proibia tudo.
Auditoria às sondagens das autárquicas. Não houve erro, mas “mecanismos” que mudaram opiniões.
Se estas empresas de sondagens não estavam a trabalhar para o governo socialista, com preponderância para o PS e apêndices, parecia!
Inventem agora as desculpas que quiserem… ou afinal são só incompetentes?
O problema não está só na ultima, está nas anteriores com especial incidência nos resultados do PSD e CDS… é significativo…
“A auditoria interna realizada pela Intercampus às sondagens pré-eleitorais das últimas eleições autárquicas, que foram muito criticadas, não detectou erros. Assim, o que pode explicar as divergências são “mecanismos” que fazem mudar a opinião das pessoas.
Esta explicação é avançada pelo consultor Luís Valente Rosa que apresentou os resultados da auditoria.
“As sondagens pré-eleitorais foram criticadas, mas as sondagens de boca de urna acertaram na perfeição, como é habitual”, aponta o consultor citado pelo Correio da Manhã (CM).
As sondagens pré-eleitorais foram especialmente criticadas pelo PSD que conquistou a Câmara de Lisboa, com Carlos Moedas à cabeça, quando todas as sondagens davam a reeleição de Fernando Medina como certa.
Portugal. Criminosos não são escrutinados e têm porta aberta para entrar no desporto
A corrupção no desporto é uma matéria cada vez mais complexa. Longe vão os tempos em que se resumia ao pagamento ao árbitro em troca de um resultado. As apostas desportivas vieram dar uma dimensão global a este fenómeno e as entradas de investidores nas SAD podem ser convites ao crime.
Portas giratórias. "A Entidade da Transparência não passa de areia para os olhos"
Susana Coroado, presidente da Transparência e Integridade, braço português da Transparência Internacional, diz que a regulação das chamadas "portas giratórias" nas entidades reguladoras está "bem consolidada". Já na política, muito pelo contrário, as novas regras aprovadas em Junho de 2019, foram-no só para "cumprir calendário". A nova Entidade da Transparência, criada então, foi "areia para os olhos"
Ideias Feitas: Eu é que tenho medo físico da dra. Isabel Moreira
Alberto Gonçalves comenta as declarações da deputada socialista no debate sobre a eutanásia.
https://observador.pt/programas/ideias-feitas/eu-e-que-tenho-medo-fisico-da-dra-isabel-moreira/
Cecília Meireles “vira a página” e diz adeus à vida política.
Lamento que se vá embora uma das melhores parlamentares, que passou pela AR. Com um parlamento digno de dó, e uma baixíssima qualidade de deputados, perder a Cecília Meireles é mesmo uma tragédia.
Devo dizer que não sou apoiante do CDS, nem de algumas das suas ideias, mas a forma clara e sustentada como expõe é digna de admiração.
“Deputada centrista, que está há mais de dez anos no Parlamento, diz adeus à vida política. Cecília Meireles entende que é hora de “virar a página para uma vida nova”.
Cecília Meireles anunciou, em declarações à TSF, que irá abandonar a vida política depois de
concluído o actual mandato parlamentar. É a mais recente centrista a bater com a porta, afastando-se da liderança de Francisco Rodrigues dos Santos.
Apesar de admitir que não irá entregar o seu cartão de militante, a deputada decidiu deixar o Parlamento e não voltará a ser candidata nem a assumir “cargos partidários” em nome do CDS-PP.
Dada a situação que se vive no partido, esta é “a única decisão possível”. “Deixo o Parlamento e planeio virar uma página e começar uma vida nova.”
Para Cecília Meireles, as declarações de Francisco Rodrigues dos Santos, no Conselho Nacional, terão sido a gota de água.
“O presidente dirigiu-se a um grupo de pessoas de que também faço parte, dizendo que fazíamos terrorismo político, que passávamos a nossa vida a defender uma coisa e a fazer outra e que toda esta confusão era por causa de lugares de deputados. Isto são coisas graves de se ouvir e que não podem passar em branco”, explicou à TSF.
Vai mais longe ao afirmar que, por várias vezes, tornou-se “impossível” ter “condições para voltar a ser candidata no CDS ou pelo CDS” a qualquer cargo.
Ainda assim, salientou que “não é sem emoção que ponho um ponto final neste ciclo”, explicando que o CDS fez a “diferença” na vida política nacional, ainda que agora não esteja a “cumprir o seu papel”.
