quinta-feira, 14 de março de 2019

Aprovadas novas regras para reduzir crédito malparado na UE

O Parlamento Europeu votou esta quinta-feira novas regras com vista a reduzir os elevados níveis de crédito malparado dos bancos e evitar a sua acumulação no futuro.

Uma ampla maioria de eurodeputados — 426 votos a favor, 151 contra e 22 abstenções –, apoiou o relatório que confirma o acordo político sobre as novas regras alcançado em Dezembro pelas instituições europeias.

O regulamento aprovado relativo à cobertura mínima das perdas para exposições de mau desempenho insere-se num pacote de medidas relativas à União dos Mercados de Capitais que a Comissão Europeia apresentou no ano passado. Pretende reduzir o elevado volume acumulado de crédito malparado e evitar a sua possível acumulação no futuro, e representa um passo decisivo para a conclusão da União Bancária.

As novas regras visam assegurar que os bancos dispõem de reservas de fundos suficientes para cobrir os riscos associados a empréstimos, introduzindo níveis mínimos comuns de cobertura para empréstimos recém-concedidos que se tornem crédito malparado.

No caso de um banco não cumprir o nível mínimo aplicável será sujeito a deduções dos seus fundos próprios. Esta medida destina-se a reduzir o risco de um banco não dispor de fundos suficientes para cobrir perdas decorrentes de futuro crédito malparado e a evitar a sua acumulação. Este mecanismo de salvaguarda será também aplicável às instituições que operam no mercado secundário.

O regulamento será agora submetido à aprovação do Conselho — mas já tinha sido alvo de acordo político com os governos — sendo directamente aplicável em todos os Estados-membros.

O crédito malparado é um dos principais riscos herdados do passado do sistema bancário da Europa, apesar de uma diminuição nos últimos anos do volume acumulado a nível dos bancos e dos países da UE.

Num relatório apresentado em Novembro, a Comissão Europeia enalteceu o reforço considerável da estabilidade financeira na União Europeia, destacando a redução do crédito malparado, nomeadamente em Portugal. Bruxelas incluiu o país num lote de seis Estados-membros onde a diminuição do crédito malparado foi de 3% ou mais. Com o reforço da estabilidade financeira e a redução dos riscos no sector bancário, a Comissão apelou ao desenvolvimento mais rápido da União dos Mercados de Capitais.

Sete em cada 10 famílias vive com dificuldades financeiras

As dificuldades financeiras e a falta de margem para fazer face a todas as despesas relacionadas com saúde, habitação, educação, alimentação, mobilidade e tempos livres afetam 70% das famílias portuguesas, segundo um estudo da Deco Proteste, hoje divulgado.

Aquele resultado consta do primeiro Barómetro Deco Proteste que pretendeu avaliar o nível de vida das famílias portuguesas com base na sua facilidade ou dificuldade em fazer face àqueles seis grandes grupos de despesa.

As 1998 respostas permitiram também perceber que apenas 23% se sentem confortáveis para suportar as suas despesas e que 7% consideram viver em nível de pobreza.

O estudo procurou perceber de forma detalhada em que cortam as famílias quando o orçamento não chega para tudo e os resultados revelaram que muitas sacrificam as idas ao dentista, a compra de óculos ou mesmo alguns produtos alimentares, como a carne e o peixe.

Os portugueses valorizam a casa, mas 46% afirmam ter dificuldade em fazer face a todas as despesas que a habitação implica, sendo que para 55% destes que reportaram dificuldades o orçamento de que dispõem não lhes dá margem de manobra para gastos com a manutenção e 50% afirmam ter de fazer alguma 'ginástica financeira' para ter as contas da luz, água e do gás em dia.

Na saúde, os constrangimentos do orçamento doméstico afetam, de um modo geral, 45% das famílias que, por esse motivo, acabam por sacrificar as idas ao dentista ou a compra de óculos.

De acordo com o barómetro, 59% admite cortar na saúde oral e um quarto refere mesmo não ter dinheiro para este tipo de despesa. Os óculos e aparelhos auditivos são também sacrificados em 59% dos casos.

No que toca à alimentação, baixa para 32% os que assinalam que o rendimento de que dispõem lhes impõe restrições, mas quase metade assinala que não consegue comprar as quantidades de peixe e de carne de que necessitaria.

As despesas com educação causam preocupação a quase um terço das famílias (32%) e são os gastos relacionados com o ensino superior que mais contribuem para desequilibrar os orçamentos.

Perante um panorama em que sete em cada dez famílias afirma sentir constrangimentos financeiros para fazer face às despesas quotidianas e em que 7% afirma mesmo viver em condições de pobreza, não é de estranhar que mais de metade apenas disponha de margem de manobra para fazer face às despesas correntes e que 47% considerem que o lazer e a cultura sejam "luxos" difíceis de sustentar.

Dois terços afirmam, por isso, que fazer férias fora de casa é uma miragem e esta é também a sensação que 60% têm sobre a possibilidade de passar fins de semana fora.

No capítulo da mobilidade, o custo dos bilhetes e passes com transportes públicos obriga 25% a alguma ginástica financeira e 47% reportaram restrições quando chega a hora de suportar despesas com o carro.

Os resultados do inquérito que suportou este primeiro barómetro Deco Proteste indicam que as perspetivas para 2019 não são mais animadoras, com metade dos inquiridos a acreditarem que continuarão a 'contar tostões' e 25% a anteciparem que se avizinha um ano mais difícil.

O barómetro permitiu ainda identificar os segmentos da população mais vulneráveis, tendo concluído que as famílias em que algum dos elementos se encontra no desemprego enfrentam níveis de pobreza acima da média (11%) e que estes níveis aumentam para os 32% quando estão em causa famílias monoparentais.

A nível regional, as médias para os três níveis analisados (pobreza, dificuldades e conforto) são semelhantes à média nacional, ainda que no caso de Lisboa as percentagem de pessoas que afirmam viver com conforto (25%) e em pobreza (10%) superem a média nacional.

terça-feira, 12 de março de 2019

Oito banqueiros em Portugal receberam mais de um milhão de euros

O número de gestores bancários da União Europeia que receberam uma remuneração superior a 1 milhão de euros aumentou, em termos homólogos, 5,69% em 2017, segundo um relatório da Autoridade Bancária Europeia.

Há mais 5,69% de gestores bancários na União Europeia a receber uma remuneração superior a 1 milhão de euros do que em 2016. O número aumentou de 4.597 para 4.859 em 2017. Em Portugal foram oito os banqueiros que auferiram este ordenado no conjunto de 2017.

A conclusão é de um relatório divulgado esta semana pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla inglesa). Segundo a agência reguladora da banca europeia, ainda assim, o rácio médio entre as remunerações variáveis e fixas para estes «grandes ganhadores» continuou a cair em termos homólogos, de 104% para 101,08%.

O “EBA Report on High Earners” revelou ainda que esses oito líderes de bancos em Portugal constituíam todos “funcionários identificados” – o que não aconteceu noutras instituições bancárias da comunidade única –, sendo que a remuneração total média por indivíduo foi de 1.334.317 euros para a banca de retalho e de 1.865.670 euros para funções de gestão.

“Um aumento significativo [dos gestores com ganhos superiores a um milhão] pode observar-se na Noruega, onde o número duplicou de 12 para 25. Fortes taxas de crescimento também foram registadas na Alemanha, de 253 para 390 (+54,2%), na Itália, de 172 para 201 (+16,9%), na Áustria, de 43 para 50 (+16,3%), em França, de 205 para 233 (+13,7%) e em Espanha, de 152 para 161 (+5,9%)”, refere a EBA.

O estudo do regulador mostrou ainda que, em 2017, em quase todas as áreas deste negócio (exceto órgãos de administração na sua função de supervisão, gestão de ativos e funções de controlo independente), a proporção de pessoas com rendimentos elevados com impacto material no perfil de risco no banco diminuiu ligeiramente em comparação com o ano anterior.

O documento com os salários de 2018 será revelado no início do próximo ano.

O Essencial Sobre o Conflito Israel-Palestiniano. Por José Manuel Fernandes- Observador

https://observador.pt/explicadores/o-essencial-para-entender-o-conflito-israelo-palestiniano/


Independentemente da exactidão ou não exactidão das explicações sobre os vários items (28 ao todo) acerca do conflito israelo/palestiniano,

explicações que podem de alguma maneira estar influenciadas pelo ponto de vista de quem as apresenta, na circunstância o próprio director do Observador, o jornalista José Manuel Fernandes, não podemos deixar de considerar como um interessante trabalho jornalístico acerca de um

conflito que já dura há mais de meio século e sem que se consiga ver indícios de ser encontrada uma solução que agrade a ambas as partes conflituantes.

Porque este é um conflito que tento acompanhar, disposição que remonta já ao rescaldo da Guerra dos Seis Dias (1967), aqui referida, e admitindo

que a leitura deste trabalho possa interessar também a alguém que não o tenha lido, aproveitei para o reencaminhar.

Quanto ao desfecho do conflito propriamente dito, e mesmo para lá da sua enorme complexidade e dificuldade na busca de uma solução duradoura, confesso que gostava de ver encontrada uma saída que trouxesse a paz aquela região e permitisse definitivamente o estabelecimento de dois países

a viverem lado a lado em paz e respeito mútuo.

“Filho da Puta”

Esta pérola veio parar à minha caixa de correio electrónico, através de um amigo,  decidi partilhá-la.

"Uma das histórias judiciais que ficaram célebres, na primeira metade do século XX, teve a ver com a defesa de um arguido acusado de chamar "filho da puta" ao ofendido, expressão que, na altura(só?), era considerada altamente ofensiva.

Nas suas alegações, o escritor e advogado Ramada Curto começou por chamar a atenção do juiz para o facto de muitas vezes se utilizar esta expressão em termos elogiosos:

«Grande filho da puta, és o melhor de todos!», ou carinhosos:

«Dá cá um abraço, meu grande filho da puta!», tendo concluído da seguinte forma:

«E até aposto que, neste momento, V.Exa. está a pensar o seguinte:

"Olhem lá do que este filho da puta não se havia de ter lembrado só para safar o seu cliente!"...»

Chegada a hora da sentença, o juiz vira-se para o réu e diz:

«O senhor está absolvido, mas bem pode agradecer ao filho da puta do seu advogado!»"

segunda-feira, 11 de março de 2019

Steve Jobs

Steve Jobs morreu bilionário por um cancro de pâncreas aos 56 anos.

Estas são as suas últimas palavras na cama:

        "Cheguei ao auge do sucesso no mundo dos negócios. Nos olhos de

outros, minha vida é um epítome do sucesso. No entanto, além do trabalho,

tenho pouca alegria. No final, a riqueza é apenas um facto da vida ao qual

estou acostumado. Neste momento, deitado na cama doente e recordando toda a

minha vida, percebo que todo o reconhecimento e riqueza que eu me orgulhei

tanto, se empalidece e fica sem sentido diante da morte iminente.

        Você pode empregar alguém para dirigir o carro para você, ganhar

dinheiro para você, mas você não pode ter alguém para suportar a doença para

você.

        Coisas materiais perdidas podem ser encontradas. Mas há uma coisa

que nunca pode ser encontrada quando está perdida - "Vida".

        Quando uma pessoa entra na sala de cirurgia, ela vai perceber que há

um livro que ela ainda tem que terminar de ler - o "Livro da Vida Saudável".

        Qualquer que seja o estágio da vida em que estamos agora, com o

tempo, enfrentaremos o dia em que a cortina irá cair.

        Presenteie amor para sua família, amor pelo seu cônjuge, amor pelos

seus amigos …

        Cuide-se bem. Valorize os outros.

        À medida que envelhecemos e, portanto, mais sábios ficamos, percebemos lentamente que usar um relógio de US$ 300 ou US$ 30 – ambos marcarão a mesma hora …

        Quer portemos uma carteira/bolsa de US $300 ou US $30 - a quantidade

de dinheiro dentro dela é a mesma;

        Quer dirijamos um carro de US$150.000 ou um carro de US $30.000, a

estrada e a distância são as mesmas e chegamos ao mesmo destino.

        Quer bebamos uma garrafa de vinho de US $300 ou US $10 - a ressaca é

a mesma;

        Se a casa em que vivemos é de 300 ou 3000 Metros quadrados - a

solidão é a mesma.

        Você perceberá que sua verdadeira felicidade interior não vem das

coisas materiais deste mundo. Quer você voe em primeira ou em classe

económica, se o avião cair - você desce com ele …

        Portanto .. Espero que você perceba, quando você tem amigos e velhos

amigos, irmãos e irmãs, com quem você conversa, ri com, brinca, canta

canções, fala sobre o norte-sul-leste-oeste ou céu e terra, …. Isso é a

verdadeira felicidade !!

        Cinco factos inegáveis da vida:

        1. Não ensine seus filhos a serem ricos. Eduque-os para serem

felizes. Então, quando crescerem, saberão o valor das coisas e não o preço.

        2. Melhores palavras premiadas em Londres … "Coma sua comida como

os seus medicamentos. Caso contrário, você terá que comer medicamentos como

sua comida."

        3. Aquele que ama você nunca o deixará por outro, porque mesmo que

haja 100 razões para desistir, ele ou ela encontrará uma razão para ficar.

        4. Há uma grande diferença entre um ser humano e ser humano. Poucos

realmente entendem isso.

        5. Você é amado quando você nasce. Você será amado quando morrer. No

meio, você terá que gerenciar!

        Seis melhores médicos do mundo:

        1. Luz Solar

        2. Descanso

        3. Exercício

        4. Dieta

        5. Auto-Confiança e

        6. Amigos

        Mantenha-os em todas as fases da vida e você desfrutará de uma vida

saudável.

        Se você quer apenas andar rápido, ande sozinho. Mas se você quiser

caminhar longe, ande junto!

        Como diz a 6ª Regra do Budismo;

        “A pessoa mais rica não é a que tem mais, mas  a que precisa menos”!

        É a que sabe viver com o que tem!

Homem vendeu garrafas de água de salsicha por cerca de 40 dólares

O objectivo de Douglas Bevans era criticar todo o marketing por detrás dos produtos que, alegadamente, são benéficos para a saúde e se vendem à velocidade da luz .

Em junho do ano passado, Douglas Bevans engarrafou "água de salsichas" e decidiu vendê-las por quase 40 dólares, o que equivale a cerca de 35 euros.

O homem, que é agente de viagens, cozeu cerca de 100 salsichas que colocou dentro de garrafas de vidro com a água respetiva e montou uma barraca no festival anual Car Free Day Vancouver, que junta multidões nas ruas mais conhecidas da cidade, no Canadá, sem carros a ocupar as vias.

Vestido de cachorro quente, Douglas Bevans tentou a sua sorte: cada garrada tinha o preço de 37,99 dólares, mas quem comprasse duas pagava apenas 75 dólares, um "preço especial" praticado pelo CEO da Hot Dog Water.

O mais surpreendente é que foram vendidos, ao todo, 60 litros desta água não filtrada, já que Douglas Bevans alegava que o líquido ajudava a perder peso e a aumentar a função cerebral. O CEO criou, também, alguns produtos exlcusivos, como um spray corporal e outro para o mau hálito.

Além disso, o produto milagroso era um ótimo auxiliar na manutenção de uma aparência mais jovem, afirmava o homem, ao favorecer o desaparecimento dos pés de galinha, uma vez que era também vendido como protetor labial e podia ser aplicado no rosto.

"As pessoas começaram a colocar o protetor labial no rosto, em cima dos pés de galinha, e juravam que as rugas começavam a desaparecer", conta Douglas ao jornal canadiano National Post, que referiu que um consumidor do produto teria enviado fotografias a mostrar como o produto funcionava, também, para ajudar a fazer crescer o cabelo.

Apesar de haver muitos céticos, vários compradores ficaram, realmente, impressionados com os benefícios para a saúde que observaram - e sentiram - depois do consumo do produto.

"Quando se bebe água de salsichas, ela vai ignorar o sistema linfático, enquanto outras águas têm de passar pelo sistema de filtragem. Por isso, esta água absorve três vezes mais do que a água de coco", dizia Douglas, para tentar convencer as pessoas de que este produto era, realmente, benéfico para a saúde.

O seu objetivo, explicou, era criticar todo o marketing por detrás dos produtos que, alegadamente, fazem bem à saúde e se vendem à velocidade da luz, e ajudar as pessoas a tomarem decisões informadas e conscientes sobre as suas compras, "principalmente nesta era dos cliques e gostos nas redes sociais que, muitas vezes, envolvem também celebridades.

Este projeto, assim diz Douglas, foi uma performance de arte que pretendeu desenvolver o pensamento crítico. E, de caminho, o agente de viagens embolsou uns milhares de dólares...

Água desidratada a 16 euros e outros produtos "milagrosos"

E se alguém lhe vendesse uma lata de água desidratada por 16 euros, compraria? Este produto da marca Future Essentials está à venda na Amazon como "água desidratada biológica " e apresenta-se como "sem glúten, sem glutamato monossódico e sem corantes nem sabores artificiais". Na descrição, também é referido que o produto "sabe melhor fresco, mas pode ser consumido à temperatura ambiente ou aquecido".

Nunca se afirma claramente que a "água desidratada" é apenas uma lata vazia que custa €16, mas a descrição do produto menciona o assunto. "Este produto é uma piada? Sim e não. Se achar que água desidratada existe, é consigo. Se comprar este produto, receberá mesmo uma lata de água desidratada", lê-se.

Além de não ter glúten e ser biológica, a água desidratada "não tem açúcar nem gordura, e tem zero calorias". A ironia é confirmada pela frase "A prenda perfeita para aquela pessoa 'que já tem tudo'".

Saindo da moda dos produtos relacionados com saúde, também surgiu em 2016, em Portugal, uma lata "milagrosa", desta vez com "ar abençoado de Fátima". As latas, criadas por um russo, foram postas no mercado e colocadas à venda em lojas de recordações e artigos turísticos por três euros. A ideia atraiu principalmente os turistas e a tendência começou a surgir noutros países.

Sara Borges dos Santos

Visão

domingo, 10 de março de 2019

Amílcar Morais Pires: “Ya no hay bancos genuinamente portugueses. Se pagará caro”

El exdirector financiero del Banco Espírito Santo da su versión de cómo se produjo la caída y posterior rescate de la entidad y culpa a las decisiones del Banco de Portugal

Afinales de siglo XX y principios del XXI, decir Espírito Santo era decir Portugal. El banco de la familia del mismo nombre, el BES, era hasta junio de 2014 la mayor entidad financiera privada del país. Su presidente ejecutivo, Ricardo Salgado (Espírito Santo), recibía el sobrenombre de Dono disto tudo (dueño de todo). Ponía y quitaba ministros. En junio de ese año, el BES valía en Bolsa 6.300 millones de euros. Un mes después, nada. Tras cinco años de silencio, el director financiero del BES, Amílcar Morais Pires, habla por primera vez a un medio y culpa de aquella catástrofe, que le costó el cargo, a las malas decisiones —por acción u omisión— del Banco de Portugal, aún hoy dirigido por Carlos Costa. Esta institución la impuso una multa en enero pasado de 1,2 millones. por ocultar información sobre transferencias a la filial de Angola.

Amílcar Morais Pires posa tras la entrevista. 

Pregunta. En 15 días el BES pasó del elogio del presidente del país a la intervención del Banco de Portugal. ¿Qué pasó?

Respuesta. El banco había tenido dos problemas para los que se habían encontrado soluciones. En 2013 fue detectada una deuda oculta del grupo familiar. El BES había vendido a sus clientes, a través de la red de oficinas, deuda de ese holding por valor de 1.200 millones. Un problema similar al vivido en España con las preferentes. La familia Espírito Santo dio como garantía su empresa de seguros Tranquilidade (valorada en 700 millones), con lo cual el problema estaba en vías de solución. El segundo problema era la falta de liquidez de la filial en Angola (BESA), donde el BES tenía el 55%. Yo conseguí una garantía soberana del Estado de Angola por valor de 5.700 millones, que cubría el 70% de la cartera de crédito.

P. Entonces, ¿por qué la intervención del BES en agosto de 2014?

R. Fue una decisión incomprensible e injustificada del Banco de Portugal. Fue mala para los accionistas, los clientes, los empleados y para el Estado, que puso 4.000 millones y cuatro años después los ha perdido.

P. Usted acababa de cerrar con éxito una ampliación de capital de 1.000 millones y era propuesto para suceder a Salgado, pero no llegó a ocupar el cargo. ¿Qué sucedió?

R. El consejo aprueba que la familia Espírito Santo se retire de la dirección y me nombra a mí como primer ejecutivo para asegurar la estabilidad del banco. Horas después, el gobernador del Banco de Portugal, Carlos Costa, bloquea mi nombramiento.

P. ¿Cómo reaccionó la Bolsa?

R. En cuatro días las acciones cayeron un 15,7%, los spreads de la deuda del banco subieron 45 puntos y los clientes retiraron millones de depósitos, sobre todo en España. El gobernador provocó la tormenta perfecta, con su intervención durante dos meses destruyó los 6.300 millones que valía el BES.

P. ¿No había soluciones alternativas a la intervención?

R. Hubo tres en 20 días; la más simple, que tomara el control el segundo accionista, el banco francés Crédit Agricole (20%). Una solución rápida, fiable y gratis para los portugueses. La segunda fue una oferta firme del fondo Black­stone de 2.000 millones de euros de aumento de capital. El Banco de Portugal no la aceptó. La tercera ocasión es cuando el Gobierno de Angola propone un aumento de capital del BESA y el Banco de Portugal decide no ir, con lo cual se perdió la mayoría y la garantía soberana de 5.700 millones de dólares. En estas dos últimas decisiones, el gobernador ya había colocado al frente del banco a Vítor Bento, un economista sin ninguna experiencia en gestión bancaria [dimitió dos meses después].

P. El gobernador justificó la intervención porque el BES había perdido 3.500 millones.

R. En esos 20 días, desde mi salida (13 de julio) a la intervención (3 de agosto), hubo una connivencia del gobernador con la auditora, que había emitido un juicio muy favorable a la deuda del holding familiar, para la distorsión material de las cuentas, con contabilidad artificiosa, aumento innecesario de provisiones… Todo con el fin de bajar el ratio de capital del 8,25% que tenía al 5,1%, por debajo del 7% mínimo aceptable en los test de estrés.

P. Con la desaparición del BES, prácticamente también ha desaparecido la banca privada portuguesa.

R. Se podía haber aprovechado aquel momento para fusionar el BES y el BCP, creando un banco relevante. Fue un gran error estratégico. En la próxima crisis, el ministro de finanzas no tendrá en el sistema bancario nacional los interlocutores necesarios para, por ejemplo, diseñar un plan de contingencia de las empresas públicas. En Portugal dejó de haber bancos genuinamente portugueses. Al margen del público Caixa Geral, el primero, el Santander, es español; el segundo, BCP, chino-angoleño; el tercero, BPI, español; Bankinter, también español. Todos dejan de tener el centro de sus intereses en Portugal o países lusófonos. Eso se pagará caro.

P. El Banco de Portugal le acusa —y condena— a usted y a Salgado de todos los males.

R. El gobernador tiene esa prerrogativa de acusar y condenar; en la vía judicial van cayendo sus acusaciones. A mí me acusa de no haber montado planes de riesgo. Primero, los había, y segundo, los directores del control de riesgos eran otros, uno de ellos José Maria Ricciardi (Espírito Santo), al que, curiosamente, el gobernador le ha dado la idoneidad para dirigir bancos. En el universo de los negocios de la familia Espirito Santo había dos realidades, el BES, donde la familia y Crédit Agricole tenían el 46%, y luego los BES de Suiza, Dubái y Panamá, donde la familia tenía el 100%. Yo nunca fui ejecutivo de esos bancos.

P. Ha presentado una acción popular contra el Banco de Portugal.

R. Sí, para que indemnice al Estado por los 4.330 millones perdidos por culpa de sus decisiones erróneas. El gobernador Carlos Costa dilapidó los ahorros de muchas familias, de muchos accionistas. Yo era accionista. Durante mis 28 años en el banco invertí más de medio millón de euros en acciones. En mi banco, deposité la indemnización por el despido. El Banco de Portugal se quedó con ella. ¿Si hubiera cometido cualquier irregularidad habría dejado el dinero allí 20 días antes de la intervención?

https://elpais.com/economia/2019/02/05/actualidad/1549392457_432189.html

Os 19 maiores desastres ocorridos em Portugal nos últimos 75 anos

Porque é importante aprender com os erros do passado para não os repetir no futuro e não se percam mais vidas. Os maiores desastres ocorridos em Portugal.

Precisamente na altura em que mais uma tragédia se abate sobre o país, importa relembrar outras tragédias do passado para que nada de grave volte a acontecer. Os incêndios não são inevitáveis e podem ser prevenidos e/ou combatidos. Basta que haja inteligência e vontade de quem governa o país.

De acidentes provocados pelo homem a desgraças naturais, fica uma cronologia das maiores catástrofes que assolaram o território português nos últimos 75 anos. Já agora… acha que é normal que em Portugal, um incêndio mate mais gente do que um sismo de grau 7 em alguns países?


1954 – COMBOIO RÁPIDO DO ALGARVE – 34 MORTOS

A 13 de Setembro de 1954, um descarrilamento do comboio rápido que ligava o Algarve a Lisboa (Barreiro), entre Pereiras-Gare e Sabóia (Odemira), ceifou a vida a dezenas de pessoas que nunca chegariam ao seu destino. O comboio partira de Vila Real de Santo António às 13h16, com hora prevista de chegada ao Barreiro pelas 20h36. Segundo o jornal “O Século”, em Tunes, a composição esgotou a capacidade, tendo ainda recebido passageiros nas estações de Messines e S. Marcos.

Cerca das 16h30, entre as estações de Pereiras e de Santa Clara – Sabóia, no sítio das Covas (Km 261,427), a máquina “descarrilou arrastando o furgão e as duas carruagens de terceira classe imediatas. A segunda carruagem, entrando pela primeira, cortou-a completamente ao meio, galgando ambas uma barreira de mais de três metros de altura. Em baixo, estendia-se uma grande vala, com 10 a 12 metros, onde mais tarde, foram encontrados cadáveres, para ali projectados”. Foi desta forma que “O Século” descreveu o acidente.

A 30 de Maio de 1961, um avião que fazia a ligação Lisboa-Açores caiu ao mar na Fonte da Telha, tendo morrido todos os 61 ocupantes. Após o acidente, uma comissão conjunta de Portugal e Holanda assumiria a tarefa de investigar o acidente.

O inquérito seria apresentado apenas em 1 de Março de 1963, quase dois anos depois do acidente. Por conta da falta de informações, nunca seria descoberta a causa da perda de controle do DC-8, tendo sido especuladas desde falhas em instrumentos como também uma possível desorientação espacial do comandante durante uma prolongada curva (graveyard spiral).


1962 – CHEIAS MONDEGO E DOURO – N.º INDETERMINADO DE MORTOS

As segundas maiores cheias do século XX conduziram a uma tragédia nas terras entre o Mondego e o Douro, causando um número indeterminado de mortos.

No Peso da Régua, são consideradas cheias grandes as que inundam a Avenida João Franco (que esta à cota a 58 m), implicando uma subida do nível do rio em 13 metros de altura (caudal a 6 000 m3/s). Na Régua, essa cheia do rio de 1962, a segunda maior do século XX, (a maior cheia é de 1909 com um caudal de 16.700 m3/s) atingiu um caudal de 15.700 m3/s (cota 67,7 m), o equivalente a 23 metros de altura para além do nível médio do leito normal.

1963 – DESASTRE DO CAIS DO SODRÉ – 49 MORTOS

Às 16 horas e 7 minutos do dia 28 de Maio de 1963, hora em que se registava um movimento normal na estação, a cobertura dos alpendres ruiu, soterrando mais de uma centena de pessoas, das quais 49 morreram e 69 ficaram feridas.

Pouco tempo antes do acidente, tinha sido construído um novo alpendre sobre as plataformas da estação do Cais do Sodré, em ferro e betão. Esta obra foi motivada pela necessidade de aumentar o número de vias na estação, e por isso remover algumas plataformas, as quais suportavam pilares da cobertura metálica, que também teve de ser substituída.


1964 – DESASTRE FERROVIÁRIO DE CUSTÓIAS – 90 MORTOS

Na noite de 26 de Julho de 1964, um reboque de passageiros soltou-se do comboio em que circulava e chocou contra um paredão, matando 90 pessoas. Na Linha do Porto à Póvoa e Famalicão, a unidade de cauda de uma composição formada por automotoras da Série 9300 dos Caminhos de Ferro Portugueses desengata-se do resto da composição, descarrilando e colidindo com um pontão.

Este acidente foi provocado pelo excesso de peso devido a sobrelotação, embora também se aponte um possível excesso de velocidade como causa. Há números contraditórios sobre este acidente e há relatos que as vítimas teriam sido 102 e não 90, o número oficial.


1966 – INCÊNDIO DE SINTRA – 25 MILITARES

Em Setembro de 1966, a serra de Sintra era motivo de notícia, nos jornais nacionais e estrangeiros. Não pela sumptuosidade do seu património histórico-natural, mas antes, devido à violência com que o fogo a devastava e às circunstâncias dramáticas em que haviam morrido, durante os trabalhos de extinção, 25 militares do Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa de Queluz (RAAF).

O fogo lavrou – com intensidade brutal – entre os dias 6 e 12 de Setembro. As chamas irromperam na Quinta da Penha Longa, alastrando à Quinta de Vale Flor, Lagoa Azul e Capuchos. Em diversos momentos, a situação apresentou-se incontrolável, sendo favorecida por elevadas temperaturas e constantes mudanças de vento forte. Vários pontos de referência de Sintra estiveram sob risco elevado, caso do Palácio de Seteais, Palácio de Monserrate e Parque da Pena, entre outros. A própria localidade de S. Pedro de Sintra chegou a correr perigo. A presença, no ar, de corpos incandescentes, originou focos de incêndio noutros pontos do concelho – Albarraque, Cacém, Colares, Gouveia, Magoito, Mucifal, Pinhal da Nazaré, Praia Grande e Praia das Maçãs – obrigando à dispersão dos meios de combate.


1967 – CHEIAS DA GRANDE LISBOA – 462 MORTOS

No século XX, estas foram as maiores cheias registadas. Além disso, a água que correu em Lisboa a 26 de Novembro é considerada a maior tragédia que aconteceu em Portugal nos últimos 50 anos.

As inundações percorreram a capital e à sua frente levaram tudo, desde Alenquer até ao Dafundo, já em Oeiras. As condições precárias de habitação e a falta de ordenamento que se faziam sentir então na capital vitimaram mortalmente 462 pessoas e deixaram ainda milhares de pessoas sem abrigo.


1976 – ACIDENTE AÉREO NAS LAJES – 68 MORTOS

Na aproximação à pista da base das Lajes, nos Açores, por volta das 22 horas do dia 3 de Setembro de 1976, um avião C-130H da Força Aérea Venezuelana despenhou-se com 68 passageiros a bordo. O C-130 que seguia caminho para Espanha, transportando o Orfeón Universitário da Universidad Central de Venezuela, que se deslocava pela primeira vez a Barcelona para participar num festival.

Na origem do acidente estiveram as condições meteorológicas adversas resultantes da proximidade do furacão Emmy. Por razões desconhecidas, o piloto do C-130 não conseguiu contactar a torre, tendo decidido fazer várias aproximações à pista. Numa dessas aproximações, o avião despenha-se a pouco mais de mil metros da pista, não deixando sobreviventes.


1977 – ACIDENTE AÉREO NO FUNCHAL – 36 MORTOS

No dia 18 de Dezembro de 1977, quando se aproximava da pista do aeroporto de Funchal, caiu no mar. Dos 57 ocupantes, morreram 36 (35 passageiros e uma hospedeira) e 17 passageiros e os 4 tripulantes restantes sobreviveram.

A Direcção-geral da Aeronáutica Civil concluiu que o acidente aconteceu essencialmente por falha humana. Na sequência deste acidente, a empresa suíça que realizava o charter abriu falência no ano seguinte.


1977 – ACIDENTE AÉREO NO FUNCHAL – 131 MORTOS

Era a terceira vez que o avião que fazia a ligação Bruxelas-Funchal se fazia à pista do Aeroporto de Santa Catarina, no Funchal, naquele dia. A 19 de Novembro de 1977 a chuva não queria dar tréguas. E não deu mesmo. Depois de duas tentativas falhadas, João Costa, o piloto, tinha a sua última oportunidade de enfrentar as condições meteorológicas que se faziam sentir e aterrar as 164 pessoas que seguiam a bordo do aparelho, em segurança. Não conseguindo, teria que se dirigir para o aeroporto de Las Palmas de Gran Canária. Esta última oportunidade revelou-se fatal e, às 21h48, o avião sofreu um acidente: aterrou muito para lá do normal na pista do aeroporto, conhecida por ser curta.

O avião deslizou pelas águas acumuladas devido à chuva intensa, saiu da pista e caiu em cima de uma ponte, uns metros mais abaixo. Com o impacto o avião partiu-se em dois, tendo ficado uma das partes em cima da ponte e a outra parte, que foi consumida pelas chamas, um pouco mais abaixo, na praia. Dos oito tripulantes que seguiam a bordo, seis morreram, assim como 125 dos 156 passageiros que o avião transportava. Depois deste acidente, o único com vítimas mortais da TAP – que tudo fez para evitar a má imagem da companhia. No dia seguinte ao do acidente, a companhia pintou a cauda da aeronave, fazendo desaparecer o logótipo da empresa. A pista do Aeroporto de Santa Catarina foi aumentado duas vezes, possuindo actualmente 2781 metros de comprimento.


1980 – SISMO NA ILHA TERCEIRA – 71 MORTOS

Foi no primeiro dia do ano que a Natureza decidiu pregar uma (grande) partida aos açoreanos, que habitavam a Ilha Terceira. Com 7,2 na escala de Richter, um sismo tomou conta da ilha e destruiu grande parte da cidade de Angra do Heroísmo. O sismo ocorreu às 15h42 (hora local) e teve o epicentro no mar, a cerca de 35 quilómetros de Angra do Heroísmo.

Na ilha Terceira, a mais atingida, 80% dos edifícios da cidade ficaram completamente destruídos e a vila de São Sebastião, assim como as freguesias do Oeste e Noroeste da ilha não se livraram também de estragos. As ilhas Graciosa e São Jorge também foram afretadas pelo sismo, que colheu 71 vidas – 51 na Terceira e 20 em São Jorge – e feriu mais de 400 pessoas, deixando ainda 15 mil pessoas desalojadas. O então Presidente Da Repúblico, Ramalho Eanes, decretou três dias de luto nacional, em memória dos afectados pelo sismo.


1985 – DESASTRE FERROVIÁRIO DE ALCAFACHE – 120 MORTOS

O dia 11 de Setembro só em 2001 ficou para a história do mundo, como um dos piores. Mas antes disso, em Portugal, já desde 1985 que a data marcava um dia de tristeza. No apeadeiro de Moimenta-Alcafache, concelho de Mangualde, um comboio de serviço internacional Porto – Paris (com cerca de 12 carruagens), que circulava com 18 minutos de atraso, e um de serviço regional, que circulava na direcção de Coimbra (com cerca de seis carruagens), colidiram, por volta das 18h30. O comboio de serviço regional recebeu ordens para dar prioridade de passagem ao comboio de serviço internacional. A ordem foi ignorada, porque o serviço regional considerou que os 18 minutos de atraso seriam suficientes para chegar à estação seguinte. Mas não foram.

As duas composições colidiram a uma velocidade de 100 quilómetros à hora, num choque que destruiu carruagens e provocou vários incêndios. O fogo propagou-se rapidamente e ajudou a provocar o pânico entre os passageiros que seguiam a bordo das composições. Muitas pessoas acabaram por ficar presas entre os destroços e outras não saíram a tempo, acabando por morrer nos incêndios ou asfixiadas. O número de mortos no acidente ferroviário nunca foi determinado com exactidão, estimando-se que tenha rondado os 120. Só passados sete dias, a 18 de Setembro, é que volta a circular um serviço internacional neste troço, com destino a França, que leva os 61 sobreviventes do desastre ferroviário.


1989 – ACIDENTE AÉREO EM SANTA MARIA – 144 MORTOS

O voo descolou de Milão, Itália, às 10h04 do dia 8 de fevereiro de 1989. O destino era Punta Cana, na República Dominicana, mas os Açores estavam na rota desta viagem para uma escala de reabastecimento. A bordo seguiam 7 tripulantes americanos, já que o avião era de uma companhia dos EUA – a Independent Air – e transportavam 137 passageiros, todos eles italianos.

Quando o avião se preparava para aterrar em Santa Maria, o aparelho colidiu com o Pico Alto, a 547 metros de altura. O impacto rompeu os tanques de combustível e, poucos segundos depois do embate, seguiu-se uma explosão no ar que espalhou destroços e corpos por centenas de metros quadrados, levando a vida às 144 pessoas que iam a bordo.


1992 – ACIDENTE AEROPORTO DE FARO – 56 MORTOS

A 21 de Dezembro de 1992, um avião proveniente de Amesterdão tentou aterrar no aeroporto de Faro com condições muito adversas, provocando 56 mortos. Segundo a investigação na altura, realizada pelas autoridades aéreas portuguesas, a razão principal do acidente com o aparelho da Martinair no aeroporto de Faro, deveu-se às condições atmosféricas que se faziam sentir na altura da aterragem.

Segundo este inquérito sobre as razões do acidente, este deveu-se a uma rajada inesperada de vento que atirou o aparelho contra o chão no momento da aterragem. Os sobreviventes e familiares de vitimas colocaram sérias dúvidas sobre esta conclusão e realizaram assim um inquérito pela pessoa de Harry Horlings, engenheiro aeronáutico. Depois da análise das caixas negras do aparelho realizada em 2011, as causas do acidente não se deveram apenas às condições atmosféricas, mas sim também a erros de piloto na aterragem.


1999 – ACIDENTE AÉREO EM SÃO JORGE – 35 MORTOS

A 11 de Dezembro de 1999 uma ligação aérea regional nos Açores chocou contra o Pico da Esperança, tendo morrido todos os 35 ocupantes. O Relatório da Comissão de Inquérito, divulgado pelo Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) concluiu que o voo foi planeado para uma rota directa ao Aeroporto da Horta, tendo a aeronave efectuado um desvio “sem que a tripulação se apercebesse”, até que começou a cruzar a linha da costa Norte da Ilha de São Jorge, onde viria a embater.

A tripulação “estava plenamente convencida” que a aeronave se encontrava sobre o Canal de São Jorge, e a sua atenção estava mais concentrada nas más condições meteorológicas da altura. Após soar o alerta de impacto, 3 segundos antes do primeiro impacto, o co-piloto alerta para o facto de estarem “a perder altitude e em cima de São Jorge”. Apesar dos pilotos terem aumentado a potência dos motores, a manobra foi “insuficiente para ultrapassar o obstáculo”.


2001 – DESASTRE DE ENTRE-OS-RIOS – 59 MORTOS

Ficou conhecido como Tragédia de Castelo de Paiva um acidente, ocorrido a 4 de Março de 2001, às 21:15 horas, que consistiu no colapso da Ponte Hintze Ribeiro, inaugurada em 1887, e que fazia a ligação entre Castelo de Paiva e a localidade de Entre-os-Rios. A Ponte Hintze Ribeiro foi projectada pelo engenheiro António de Araújo Silva e a sua construção iniciou-se em 1884, tendo a empreitada ficado a cargo da empresa belga “Société Anonyme Internationale de Construction et Entreprise de Travaux Publics”, de Braine-le-Comte. O nome da ponte ficou a dever-se a Hintze Ribeiro, primeiro-ministro de Portugal nos períodos 1893–1897, 1900–1904 e durante 2 meses em 1906.

Do acidente resultou a morte de 59 pessoas, incluindo os passageiros de um autocarro e três carros que tentavam alcançar a outra margem do rio Douro. O desastre levou a acusações quanto a negligência do Governo Português, levando à demissão do Ministro do Equipamento Social da altura, Jorge Coelho. O Governo decretou dois dias de luto nacional. Em Janeiro de 2003, junto à ponte de Entre-os-Rios, foi inaugurado o monumento de homenagem às vítimas, designado “Anjo de Portugal”, onde estão inscritos os nomes daqueles que morreram no acidente.


2010 – CHEIAS NA MADEIRA – 47 MORTOS

As cheias na ilha da Madeira foram provocadas por uma precipitação fora do normal a 20 de Fevereiro de 2010, levando à morte de 47 pessoas. A parte baixa da cidade do Funchal foi inundada e a circulação viária foi impedida por pedras e troncos de árvore arrastados pelas ribeiras de São João, Santa Luzia e João Gomes.

Na freguesia do Monte, a capela de Nossa Senhora da Conceição, ao Largo das Babosas, foi levada pela força das águas, junto com algumas das residências vizinhas. Alguns populares conseguiram salvar a imagem da virgem e vários ornamentos. Actualmente foram confirmados cerca de 47 mortos, 600 desalojados e 250 feridos.


2017 – INCÊNDIO DE PEDRÓGÃO GRANDE – 66 MORTOS

Pelo menos 66 pessoas morreram nas aldeias ou estradas do concelho de Pedrógão Grande. Outras 250 pessoas ficaram feridas, incluindo doze bombeiros; sete pessoas — cinco bombeiros e uma criança — ficaram em estado crítico.

A maior mortalidade ocorreu na estrada nacional 236-1, numa zona florestal entre Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, onde 47 pessoas morreram dentro dos seus carros ou perto deles, quando um incêndio atingiu a área. 30 delas morreram presas no interior dos seus veículos enquanto as outras 17 morreram nas proximidades, ao tentarem escapar a pé. Uma pessoa morreu atropelada. Apesar de a causa da morte de 30 pessoas ter sido atribuída a carbonização, especialistas dizem que a verdadeira causa da morte poderá ter sido a inalação de fumos e que essas mesmas pessoas só teriam sido carbonizadas muito tempo depois de terem falecido.


2017 – INCÊNDIOS EM TODO O PAÍS – 38 MORTOS CONFIRMADOS

Entre os dias 15 e 16 de Outubro, cerca de 500 fogos deflagraram um pouco por todo o país, especialmente nas zonas norte e centro. 38 pessoas, pelo menos, morreram em várias localidades. Há ainda feridos graves nas unidades de queimados em vários hospitais do país.

Estes incêndios aconteceram 4 meses depois da tragédia de Pedrógrão Grande. Debaixo de imensa polémica, a resposta do governo foi duramente criticada. Uma das maiores queixas da população reside na total descoordenação dos bombeiro e das restantes forças da protecção civil. De notar que, apenas alguns meses antes do início da época de incêndios, o Governo substituiu os responsáveis da protecção civil, com largos anos de experiência no cargo, por pessoas formadas, por exemplo, em Educação de Infância mas, curiosamente, com cartão de militante do Partido Socialista.

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sexta-feira, 8 de março de 2019

Salários baixos? “Muitas pessoas até ganham mais do que deviam”, diz Ferraz da Costa

Pedro Ferraz da Costa

Pedro Ferraz da Costa

No ano em que o salário mínimo nacional (SMN) aumentou para 600 euros, o valor continua a ser um dos mais baixos da Europa. Mas, para Pedro Ferraz da Costa, há no país muitos trabalhadores que recebem “mais do que deviam”. Em entrevista ao jornal i (acesso pago), o presidente do Fórum para a Competitividade falou ainda de política, já que este é um ano com três actos eleitorais. Prevendo umas eleições legislativas pouco fáceis, acredita que António Costa está obrigado a “comprar votos”, custe o que custar.

Foi a 21 de Dezembro que Marcelo Rebelo de Sousa promulgou o diploma apresentado pelo Governo relativos à subida do salário mínimo para 600 euros. Um valor que foi proposto pelo Executivo de António Costa, mas que acabou por não conquistar a aprovação dos parceiros sociais. Os sindicatos pediam mais até porque o aumento do salário mínimo nacional quando medido em paridades de poder de comprar está entre os mais baixos da Europa e regista um aumento inferior por exemplo ao da vizinha Espanha. Contudo, Pedro Ferraz da Costa tem uma opinião diferente: “Os nossos salários são baixos? Muitas pessoas até ganham mais do que deviam”, disse, em entrevista.

Se a UGT pedia um aumento para 615 euros, a CGT pedia ainda mais: 650 euros. O valor acordado deixou, assim, muitos descontentes, principalmente os partidos de esquerda, com quem o primeiro-ministro criou uma aliança. Para Ferraz da Costa, “a esquerda portuguesa sempre quis acabar com os ricos”, disse, contrapondo os partidos que apoiam o Governo no Parlamento à esquerda escandinava, que, em contrapartida, “queria acabar com os pobres”.

Com o aproximar das eleições os conflitos entre PS e parceiros da geringonça são cada vez mais mediáticos. Mas António Costa já admitiu abrir a porta a uma nova geringonça, até porque as sondagens parecem afastar o objectivo do PS de conseguir uma maioria absoluta nas próximas legislativas. Para já, em cima da mesa estará um novo acordo de incidência parlamentar e não uma coligação governamental, que o Bloco de Esquerda já se mostrou disponível em formar, mas que o primeiro-ministro já descartou.

O caminho até às eleições promete não ser fácil, com um forte aumento da contestação social — professores, enfermeiros, juízos, funcionários do Fisco, guardas prisionais, etc. Ferraz da Costa defende que “o primeiro-ministro está refém da necessidade de comprar votos a qualquer preço”. Contudo, admite que o país já vive “em guerrilha ideológica praticamente desde 1974”.


https://www.msn.com/pt-pt/financas/emprego-e-carreira/salários-baixos-“muitas-pessoas-até-ganham-mais-do-que-deviam”-diz-ferraz-da-costa/ar-BBUwljG?ocid=spartanntp#image=1

Los portugueses huyen del cine nacional

Apenas el 1,9% de los espectadores vio el pasado año una película casera

'Cartas de guerra', de Ivo Ferreira.

'Cartas de guerra', de Ivo Ferreira.

Javier Martín del Barrio

4 MAR 2019

Portugal tiene nobeles en diferentes disciplinas, medallas olímpicas, ganó la Eurocopa de fútbol y hasta Eurovisión, incluso un portugués dirige la ONU. Solo hay algo que Portugal no ha conseguido jamás, ganar un Oscar. Ni un Oscar ni un Oso de Berlín ni un León de Venecia ni una Palma de Cannes. Películas de países como Mauritania o Jordania fueron nominadas en alguna ocasión al una de esas estatuillas, Portugal jamás. En cuestión de cine, Portugal es un páramo mundial que el Gobierno no hace mucho por remediar.

Apenas el 1,9% de los portugueses que fueron al cine el pasado año pagaron por ver una película nacional, según el Instituto de Cinematografía y Artes Visuales (ICA). Solo Croacia tiene un porcentaje inferior en la Unión Europea. En España, por ejemplo, el porcentaje fue del 17,5%. El cine portugués recaudó 1,1 millones de euros, casi cien veces menos que, por ejemplo, el español.

El desinterés por el cine propio se arrastra desde hace tiempo. El gran cineasta portugués Manoel de Oliveira, que fallecido en 2015 a los 106 años de edad, apenas atrajo a 34.000 compatriotas en los 28 filmes que realizó en su vida.

El distanciamiento entre público y cineastas portugueses nunca había llegado a los niveles actuales, pese a las ayudas al sector. El pasado año el ICA destinó 20 millones de euros a la producción de 71 películas, la cifra más alta en una década.

El dinero no parece que sea invertido muy bien a tenor de la respuesta del público. Películas como Ramiro, por ejemplo, recibió 600.000 euros de subvención y tuvo 2.538 espectadores, una media de 236 euros por cada uno de ellos, 47 veces más que el precio de la entrada (5 euros). Las 10 películas portuguesas más taquilleras recaudaron 200.000 euros, un tercio que la más vista del año, Los increíbles.

Mientras se pudre el sector, pasan los ministros de cultura sin que se apruebe una nueva ley de cine a gusto de todos, en concreto, quién y cómo se decide el reparto del dinero.

En la parálisis política del sector, el Gobierno tiene congelada la transposición de la directiva europea que obliga a Netflix a incluir en su catálogo un 30% de producción europea. Ahora, los portugueses pueden ver en Netflix muchas series y películas brasileñas y españolas, pero no hay nada made in Portugal. El Gobierno corta, con su inacción, una vía de promoción y recaudación de la industria nacional de las artes visuales, diferente de la tradicional y decaída sala de cine.

https://elpais.com/internacional/2019/02/25/mundo_global/1551094241_342944.html

quinta-feira, 7 de março de 2019

Avieno

Rúfio Avieno (em latim: Postumius Rufius Festus Avienius) foi um escritor latino do século IV, natural da cidade de Volsínios (atual Bolsena), na Etrúria.[1] Procedia da família dos Rufii Festi, uma importante família da nobreza.

Segundo inscrições preservadas nos Museus do Vaticano, foi casado com Plácida e teve vários filhos, um dos quais se chamava Plácido, tendo sido duas vezes procônsul e célebre poeta.[1] Referências contidas em suas obras permitem deduzir que nasceu na época de Constantino e que exerceu sua carreira durante a segunda metade do século IV.[1] Foi procônsul da Província de África (366) e, provavelmente, da Acaia.[1]

Como escritor, fez-se conhecido pela adaptação do poema astronómico Phaenomena do grego Arato.[2][3] Também traduziu e adaptou ao latim uma obra geográfia de Dinis (ou Dionísio) o Periegeta, chamada Descriptio orbis terrae em 1394 versos.[3] Apesar de bastante fiel ao original, Avieno incorporou ao Descriptio dados geográficos tomados de Estrabão.[2]

Outra obra de Avieno é Ora maritima (Costas marítimas), poema descritivo geográfico que nos chegou incompleto. Conservam-se 713 versos do livro primeiro, sendo provável que a obra constasse de ao menos dois.[2] Está dedicado a seu amigo Probo e contém uma descrição geográfica das costas europeias, desde a atual França até a Península Ibérica.[3] Acredita-se que esteja baseado em fontes já desaparecidas que remontariam aos séculos V e VI aC.[3] O próprio Avieno faz referência, na Ora, a um périplo escrito pelo cartaginês Himilcão (séc V-VI aC).[3][4]

Referências

  1. Ir para: a b c d Julián Garzón Díaz. En torno a Rufo Festo Avieno. Memorias de historia antigua, ISSN 0210-2943, Nº 7, 1986, págs. 147-150 (em castelhano)
  2. Ir para: a b c David Paniagua Aguilar El panorama literario tecnico-cientifico en Roma (siglos I-II |.), Parte 3 Universidad de Salamanca, 2006 ISBN 8478004629 (em castelhano)
  3. Ir para: a b c d e Ana M. Suárez Piñeiro. Galicia, ¿En la Ora maritima de R.F. Avieno?. Cuadernos de Estudios Gallegos, Vol 49, No 115 (2002):9-26 (em castelhano)
  4. José María Blásquez Martínez Fuentes griegas y romanas referentes a Tartessos. Tartessos. V Symposium Internacional de Prehistoria peninsular. Jerez de la Frontera, septiembre 1968, Barcelona 1969, 91-110. (em castelhano)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

sexta-feira, 1 de março de 2019

Como se explica a crise do Real? Muito fácil, basta fazer comparações…

Ao fim de 40 partidas disputadas na presente temporada - contabilizando as competições praticamente fixas dos merengues: campeonato, taça e Champions - o Real Madrid apresenta números nunca registados quando Cristiano Ronaldo se encontrava em Espanha. A começar nos golos marcados e a acabar na pontuação da liga espanhola.

Golos marcados ao fim de 40 jogos*

Época       Golos  Golos Ronaldo  % golos/equipa

2009/10  100       25 (em 27J)     25%

2010/11    91         34 (em 39J)    37,4%

2011/12   126      41 (em 37)         32,5%

2012/13    97      37 (em 37)       38,1%

2013/14   110     36 (em 33)      32,7%

2014/15  110      40 (em 35)       36,4%

2015/16  115       42 (em 39)      36,5%

2016/17  113      22  (em 31)     19,5%

2017/18  106     28 (em 29)     26,4%

2018/19  78   (Juventus)   (Juventus)

notório, o Real Madrid tem apresentado índices de finalização muito fracos em comparação às épocas anteriores, o que se reflecte na classificação actual. A equipa de Solari - que substituiu Lopetegui no final de Outubro do ano passado depois da goleada sofrida em Camp Nou (5x1) - cria oportunidades, mas na hora da verdade…revela-se um fracasso no processo de finalização.

Vejamos. O Real de Cristiano Ronaldo terminou sempre as suas épocas entre os 119 (2009/10) e os 170 (2011/12) golos marcados nas três competições acima referidas, excluindo-se provas isoladas como a Supertaça de Espanha, a Supertaça Europeia e o Mundial de Clubes.

Desde 2009/10, só por uma duas vezes os merengues chegaram ao quadragésimo encontro da época com menos de 100 golos, na época 2010/11 (91 golos) e na época 2012/13 (97 golos). No entanto, o cenário actual é bem pior, com um registo de apenas 78 golos. Nas restantes temporadas, registaram-se números entre 100 (2009/10) e 126 golos (2011/12).

Somatório de pontos é outro problema…

A lei do futebol dita que uma equipa para vencer tem sempre de marcar, pelo menos, mais um golo do que o seu adversário. Não necessita de ser um registo de goleadas atrás de goleadas, mas este Real também tem desiludido nesse aspecto. Olhando a resultados, resultados esses que ditam a classificação do campeonato, há uma sensação de profunda desilusão no Santiago Bernabéu.

Nas três competições, a formação de Madrid regista 25 triunfos, 4 empates e 11 derrotas. No campeonato, com 25 jornadas decorridas, a equipa segue no 3º lugar com 48 pontos, a dois do rival Atlético e a nove do líder Barcelona. Se olharmos às distâncias, a coisa até já chegou a estar pior em épocas como a de 2012/13 (16 pontos de atraso) e 2017/18 (14 pontos de desvantagem), mas tendo em consideração o somatório de pontos…novo recorde, pela negativa, claro.

Nas primeiras seis temporadas de Cristiano Ronaldo ao serviço do emblema madrileno, à 25ª jornada, registaram-se oscilações entre os 61 (2010/11 e 2014/15) e os 67 pontos (2011/12), exceptuando a temporada de 2012/13, em que o Real Madrid somava 52 pontos, ao fim de 25 jornadas decorridas.

Nas últimas três temporadas do português em Espanha - tendo ganho a Champions nas três ocasiões - o Real atingiu marcas pontuais mais baixas, com 54 em 2015/16, 59 em 2016/17 e 51 na temporada passada. Esta época, sem o português, o Real soma apenas 48 pontos.

A conclusão parece evidente: um Real sem Cristiano é um Real mais fraco. Prova disso são os números acima apresentados, com destaque para o (fraco) somatório de pontos ao fim de 25 jornadas para o campeonato e o tímido registo de golos marcados com 40 encontros disputados.

*Contabilizamos apenas campeonato, taça e Champions

Luís Rocha Rodrigues*