segunda-feira, 11 de março de 2019

Homem vendeu garrafas de água de salsicha por cerca de 40 dólares

O objectivo de Douglas Bevans era criticar todo o marketing por detrás dos produtos que, alegadamente, são benéficos para a saúde e se vendem à velocidade da luz .

Em junho do ano passado, Douglas Bevans engarrafou "água de salsichas" e decidiu vendê-las por quase 40 dólares, o que equivale a cerca de 35 euros.

O homem, que é agente de viagens, cozeu cerca de 100 salsichas que colocou dentro de garrafas de vidro com a água respetiva e montou uma barraca no festival anual Car Free Day Vancouver, que junta multidões nas ruas mais conhecidas da cidade, no Canadá, sem carros a ocupar as vias.

Vestido de cachorro quente, Douglas Bevans tentou a sua sorte: cada garrada tinha o preço de 37,99 dólares, mas quem comprasse duas pagava apenas 75 dólares, um "preço especial" praticado pelo CEO da Hot Dog Water.

O mais surpreendente é que foram vendidos, ao todo, 60 litros desta água não filtrada, já que Douglas Bevans alegava que o líquido ajudava a perder peso e a aumentar a função cerebral. O CEO criou, também, alguns produtos exlcusivos, como um spray corporal e outro para o mau hálito.

Além disso, o produto milagroso era um ótimo auxiliar na manutenção de uma aparência mais jovem, afirmava o homem, ao favorecer o desaparecimento dos pés de galinha, uma vez que era também vendido como protetor labial e podia ser aplicado no rosto.

"As pessoas começaram a colocar o protetor labial no rosto, em cima dos pés de galinha, e juravam que as rugas começavam a desaparecer", conta Douglas ao jornal canadiano National Post, que referiu que um consumidor do produto teria enviado fotografias a mostrar como o produto funcionava, também, para ajudar a fazer crescer o cabelo.

Apesar de haver muitos céticos, vários compradores ficaram, realmente, impressionados com os benefícios para a saúde que observaram - e sentiram - depois do consumo do produto.

"Quando se bebe água de salsichas, ela vai ignorar o sistema linfático, enquanto outras águas têm de passar pelo sistema de filtragem. Por isso, esta água absorve três vezes mais do que a água de coco", dizia Douglas, para tentar convencer as pessoas de que este produto era, realmente, benéfico para a saúde.

O seu objetivo, explicou, era criticar todo o marketing por detrás dos produtos que, alegadamente, fazem bem à saúde e se vendem à velocidade da luz, e ajudar as pessoas a tomarem decisões informadas e conscientes sobre as suas compras, "principalmente nesta era dos cliques e gostos nas redes sociais que, muitas vezes, envolvem também celebridades.

Este projeto, assim diz Douglas, foi uma performance de arte que pretendeu desenvolver o pensamento crítico. E, de caminho, o agente de viagens embolsou uns milhares de dólares...

Água desidratada a 16 euros e outros produtos "milagrosos"

E se alguém lhe vendesse uma lata de água desidratada por 16 euros, compraria? Este produto da marca Future Essentials está à venda na Amazon como "água desidratada biológica " e apresenta-se como "sem glúten, sem glutamato monossódico e sem corantes nem sabores artificiais". Na descrição, também é referido que o produto "sabe melhor fresco, mas pode ser consumido à temperatura ambiente ou aquecido".

Nunca se afirma claramente que a "água desidratada" é apenas uma lata vazia que custa €16, mas a descrição do produto menciona o assunto. "Este produto é uma piada? Sim e não. Se achar que água desidratada existe, é consigo. Se comprar este produto, receberá mesmo uma lata de água desidratada", lê-se.

Além de não ter glúten e ser biológica, a água desidratada "não tem açúcar nem gordura, e tem zero calorias". A ironia é confirmada pela frase "A prenda perfeita para aquela pessoa 'que já tem tudo'".

Saindo da moda dos produtos relacionados com saúde, também surgiu em 2016, em Portugal, uma lata "milagrosa", desta vez com "ar abençoado de Fátima". As latas, criadas por um russo, foram postas no mercado e colocadas à venda em lojas de recordações e artigos turísticos por três euros. A ideia atraiu principalmente os turistas e a tendência começou a surgir noutros países.

Sara Borges dos Santos

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