quinta-feira, 15 de abril de 2021

'Ar condicionado' persa: veja como a antiga civilização lidava com o intenso calor.

A torre de vento desenvolvida pelos persas tinha o objectivo de refrigerar áreas internas e amenizar o calor do deserto.

Exemplo de torre de vento no Souq Waqif, Doha, Qatar

Exemplo de torre de vento no Souq Waqif, Doha, Qatar - Wikimedia Commons

Ao longo da história, civilizações foram assoladas pelo Sol escaldante e pelo clima seco de regiões desérticas, como foi o caso dos persas. Mesmo dentro das construções a situação não ficava mais amena, os levando a procurar alternativas que pudessem conter as ondas de calor intenso.

Torre de vento

Para conter o forte calor, antigos arquitectos persas encontraram uma solução que muito se assemelha ao que conhecemos hoje como ar condicionado. Por meio de estudos sobre os princípios da termodinâmica, da aerodinâmica e da transferência de calor, eles desenvolveram uma torre de vento, capaz de refrigerar áreas internas.

Segundo o site Hypeness, por volta de 4 mil a.C., os persas criaram o badgir, palavra persa que significa “apanhador de vento” e que também pode representar "torre de vento".

Um dos sistemas dos antigos persas / Crédito: Wikimedia Commons

Acredita-se que as primeiras estruturas tenham sido construídas na cidade iraniana de Yazd, na antiga Pérsia. Logo a ideia foi levada para as regiões que hoje correspondem ao Afeganistão, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

É possível encontrar, ainda, tais construções semelhantes no Egipto Antigo, que são representadas em murais datados de 1350 a.C., encontrados na tumba do oficial egípcio Nebamun.

O funcionamento

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Um dos sistemas dos antigos persas / Crédito: Wikimedia Commons

A torre de vento, como ficou conhecida, é uma estrutura alta, com tecto e paredes grossas, construída em edifícios ou habitações. Projectada de acordo com a variação da direcção no local da construção, essas estruturas costumam ter no topo uma ou mais janelas, voltadas para a direcção do vento.

Em casos que o vento costumava soprar apenas na direcção de um lado, com pouca variação, os persas construíam somente uma janela de entrada de ar. Já em situações que o vento soprava a partir de diferentes direcções, mais janelas eram abertas para equilibrar a temperatura do ambiente.

De acordo com o Hypeness, a forma mais simples funcionava só circulando o vento. As janelas de entrada captavam o vento — que tem maior velocidade média no topo da torre do que no solo — e o direccionava para o interior da construção por meio de frestas.

Desta forma, o ar frio, mais denso, tende a descer pela torre e circular pelo edifício até chegar às janelas de saída na parede oposta — maiores do que as de captação de ar. Esse fluxo faz com que o ar quente seja sugado até a torre e saia pelas janelas.

Uma separação vertical, construída entre as paredes opostas, impedia que os fluxos de entrada e saída se cruzassem. Outra maneira era criar uma ligação entre a casa e o canal de água subterrâneo. Neste caso, a torre era aberta na direcção oposta do vento.

A diferença de pressão fazia com que o ar frio do canal fosse sugado para dentro da residência. Havia, ainda, uma variação solar, na qual a torre era projectada para aquecer o ar dentro dela. Isso fazia com que o ar subisse a e saísse para fora, actuando como um exaustor e reforçando o efeito.

Já as actuais formas populares de ventilação que conhecemos hoje em dia só foram inventadas a partir do século 19, como o ventilador, de 1882, e o primeiro ar condicionado, de 1902. 


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Tudo o que sempre quis saber sobre sexo anal

O principal problema associado ao sexo anal é o facto de ser uma prática desconhecida, principalmente para o sexo feminino. Contudo, este acto sexual, visto como infame e doloroso, pode proporcionar-lhe muito prazer.

Tudo o que sempre quis saber sobre sexo anal

No livro O Melhor Sexo do Mundo, Cristina Mira Santos, psicóloga e coacher sexual, explica que “o sexo anal tem uma carga negativa um tanto injusta, porque se para uns é impensável, para outros é indispensável – ou não haveria tanta gente adepta da sua prática”. Mas para que consiga mudar de perspectiva, é preciso desfazer alguns mitos e abrir os horizontes.

Vera Ribeiro, psicóloga clínica e sexóloga, afirma no seu livro Manual de Sedução, “não existem regras na intimidade, cada um de nós impõe o limite dentro daquilo que considera ser confortável para si mesmo. A base fundamental desta prática íntima é a segurança e confiança entre o casal”.

Mas é importante reforçar que “uma relação não deixa de ser mais ou menos completa se tiver relação anal ou não”, esclarece.

O elefante na sala

Uma das razões pelas quais as mulheres são reticentes a experimentar sexo anal é o medo de que este seja demasiado doloroso e desconfortável.

Para compreender melhor a razão pela qual se o sexo anal está associado à dor, Vera Ribeiro explica: “todos temos dois esfíncteres anais, designadamente dois músculos em formato circular que se contraem e relaxam. O primeiro esfíncter encontra-se na entrada do ânus, e o outro aproximadamente três centímetros depois. Quanto maior é a tensão muscular, por ansiedade, nervosismo, receio de dor, maior será o desconforto aquando da penetração. No entanto, a dor provocada tenderá a desaparecer, pela adaptação do corpo.”

A psicóloga Cristina Mira Santos acrescenta ainda que “o ânus é uma das zonas mais irrigadas do corpo humano e, por isso mesmo, uma das mais sensíveis, com mais receptores nervosos. Ou seja, um alvo de prazer que merece ser explorado”.

Resumindo, o mais importante é não sentir pressão e descontrair, pois só assim poderá usufruir do melhor que o sexo anal lhe pode proporcionar.

7 dicas a ter em conta para a primeira vez

No livro Manual de Sedução (Manuscrito 2018), Vera Ribeiro revela algumas dicas sobre o que deve, e o que não deve fazer.

Use sempre preservativo, pois só assim irá prevenir infecções sexualmente transmissíveis. Para além disso, protege o pénis de outras infecções que podem ser provocadas pelo contacto com as fezes;

Escolha um lubrificante à base de água. O ânus não tem lubrificação natural para a penetração, e assim irá prevenir algum tipo de ulceração anal;

De forma a evitar uma entrada abrupta do pénis, experimente um dilatador anal. O ânus vai sendo dilatado gradualmente, ajudando a relaxar a musculatura;

Não utilize anestésicos locais. Se deixar de sentir, não só não terá prazer como pode levar a que algum movimento mais brusco provoque uma lesão, ulceração local ou até mesmo rompimento das pregas, sem se aperceber;

Se efectuar penetração anal, não deve passar directamente para a penetração vaginal, pois pode transportar bactérias provenientes do ânus que podem causar infecções vaginais e/ou urinárias. Troque sempre de preservativo;

A limpeza intestinal pode ser perigosa e desconfortável. Em alternativa, limpe apenas a entrada do ânus, com água;

O sexo anal não é recomendado a pessoas com hemorróidas ou outro tipo de secreção ou fissura anal.

O caminho até ao orgasmo anal

Tal como já referimos acima, o ânus é uma zona com muitas terminações nervosas e, por isso, uma excelente fonte de prazer. Mas o mais importante para atingir um orgasmo anal é relaxar, não só fisicamente como mentalmente.

Se tem dúvidas quanto à posição ideal, saiba que não há nenhum segredo nesta matéria, a não ser que a comunicação é a chave para o sucesso. Contudo, segundo os relatos feitos em consultório com a psicóloga Vera Ribeiro, as preferidas são a posição de quatro (de joelhos e palmas das mãos para baixo) e lado a lado (também conhecida como conchinha).

A psicóloga clínica e sexóloga adverte que “a posição escolhida deve favorecer quem é penetrado, para que possa controlar a profundidade e cadência da penetração, porque quem penetra não tem percepção da dor ou do desconforto do parceiro”.

Da teoria à prática: sexo anal sem dor

A psicóloga e coacher sexual, Cristina Mira Santos, reuniu no livro O Melhor Sexo do Mundo (A Esfera dos Livros, 2016) um manual de instruções para a prática do sexo anal, para que a primeira experiência seja o mais satisfatória possível.

É importante que esteja numa posição confortável, que deixe o ânus a descoberto e relaxado, idealmente apoiadas nos joelhos e cotovelos;

A entrada do ânus deve ser massajada em movimentos circulares, com o dedo perfeitamente lubrificado, repetindo até sentir o músculo relaxado;

Após uma massagem demorada, o dedo indicador deve começar a ser introduzido, aplicando ligeira pressão na entrada do ânus. Ao mesmo tempo, o dedo deve ir fazendo movimentos giratórios, como se estivesse a abrir caminho;

O mesmo dedo pode começar a entrar em profundidade, sempre de forma gradual e lentamente. É natural que sinta resistência, por isso, certifique-se que mantém a zona lubrificada.

Dedique-se a explorar. Do dedo ao pénis ainda vai um longo caminho. Pode, isso sim, passar para um vibrador ou dildo de espessura intermédia, entre o dedo e o pénis.

A partir daqui, fica à consideração do seu desejo. Pode desistir ou, se até se sentiu confortável com esta nova experiência, avançar para o sexo anal.

Escrito por

Ana Carvas

6 mitos e verdades sobre sexo anal explicados por uma sexóloga

Será que o sexo anal dói sempre? Megwyn White, sexóloga e directora de educação na Satisfyer, desvenda os principais mitos associados a esta prática. Descubra tudo.

6 mitos e verdades sobre sexo anal explicados por uma sexóloga

São muitas as ideias pré-concebidas sobre sexo anal que o tornam ainda um tema tabu entre os casais. Infelizmente, a maior parte desses mitos não passam disso mesmo, mitos.

Assim, desvendamos algumas verdades sobre esta prática para que posso usufruir do sexo anal sem qualquer sentimento de culpa. Porque desde que haja abertura, vontade e consentimento, no sexo tudo é válido.

Mitos associados ao sexo anal

Mito: Se gosto de sexo anal, eu ou o meu parceiro podemos ser gays

Isto é 100% mito. De facto, muitas mulheres gostam de sexo anal, e está a tornar-se ainda mais popular em pessoas com menos de 45 anos, de acordo com um recente inquérito do CDC (Centers for Disease Control) que revelou que 36% das mulheres e 44% dos homens afirmam ter feito sexo anal com um parceiro do sexo oposto.

O ânus tem milhares de nervos de prazer e alguns desses nervos também se ligam directamente ao clítoris. Os homens que não são homossexuais também podem desfrutar de sexo anal com o que se chama uma pegging tool que uma mulher pode usar, com um dedo ou com um vibrador.

O sexo anal para um homem pode ser excitante pelas mesmas razões que o é para as mulheres, e também pelo facto de haver a oportunidade de tocar naquilo a que se chama o “ponto P”, também conhecido como a sensível glândula prostática que é responsável por provocar orgasmos nos homens.

Os bloqueios psicológicos e pensamentos negativos são uma enorme parte do que impede as pessoas de explorar o sexo anal. Seja honesta acerca das suas crenças sobre sexo anal e trabalhe no sentido de as quebrar, derrubando as barreiras pré-concebidas em torno desta prática.

Mito: Vai doer

Embora o sexo anal precise de algum treino, bastante lubrificante e uma estimulação para preparar o corpo para o acto, não precisa de doer. Repito, NÃO precisa de doer.

Este mito perpetua, infelizmente, um fenómeno chamado ‘dor por antecipação’. Basicamente, se pensarmos que algo vai ser doloroso, o nosso corpo começa a preparar-se literalmente para a dor e não só provoca uma tensão, como amplifica a experiência da dor.

O treino anal é essencial para os principiantes, em conjunto com os preliminares para ajudar a relaxar o corpo. O sexo anal nunca tem de doer e, se acontecer, significa que terá de voltar a treinar o seu corpo lentamente.

Tenha sempre em mente um mantra do tipo “não dói, não precisa de doer, nunca deve doer”.

Mito: Depois da primeira vez, o meu parceiro vai querer fazer sempre sexo anal

Este é um medo comum entre as mulheres que, de alguma forma, sentem que o seu parceiro não vai querer ter sexo vaginal depois de terem sexo anal. Este quase nunca é o caso.

Geralmente, o sexo anal acontece a seguir ao sexo vaginal, uma vez que ajuda a aumentar a excitação. Pode considerar-se o sexo anal como um ‘tratamento especial’ para o qual pode trabalhar a dois.

A penetração vaginal terá sempre um lugar no prazer. Basta pensar no sexo anal como uma oportunidade de alargar as experiências sexuais com o seu parceiro.

Mito: Vai ser confuso e embaraçoso.

Este é um mito realmente comum, e precauções simples podem ajudá-la a aumentar a confiança de que a experiência não precisa de ser confusa ou embaraçosa.

Em primeiro lugar, o reto não armazena fezes, mas o sexo anal pode desencadear a que o ânus liberte o intestino se tiver fezes suficientes. É melhor tentar esvaziar os intestinos antes de decidir explorar o sexo anal.

Algumas pessoas gostam de fazer duche anal, mas eu não recomendo, pois pode limpar as bactérias saudáveis que se destinam a forrar o intestino. No entanto, pode usar uma seringa de orelha ou nariz com um bocado de água no interior durante cerca de 30 segundos a 1 minuto e depois esvaziar. Isso vai ajudar a limpar o intestino de quaisquer detritos. Também pode querer manter os toalhetes à mão.

Mito: As mulheres não podem ter orgasmos através do sexo anal

Isto é definitivamente um grande mito. As mulheres são capazes de ter orgasmos surpreendentes através do sexo anal. Há muitos nervos de prazer, e mais, a estimulação anal pode muitas vezes aumentar a estimulação do ponto G.

Para algumas mulheres, a imagem mental de fazer algo “tão maroto” pode ser espantosa ao ponto de a levar muito além do seu limite.

Mito: No sexo anal tem de haver penetração

Enquanto o sexo anal com um pénis pode ser fantástico, há outras maneiras maravilhosas de explorar esta prática que não envolve penetração, mas envolve os muitos nervos sensíveis ao prazer do ânus.

Algumas das possibilidades incluem brincar com os dedos, rimming (tocar no ânus com a língua), usar um acessório como um butt plug ou anal beads, ou ainda experimentar outro tipo de vibrador.

É importante que alarguemos a nossa definição de sexo anal para que não consideremos a penetração como a única opção de prazer.

Escrito por

Ana Carvas

terça-feira, 6 de abril de 2021

Caçadores de cabeças e sugadouros de recursos públicos

Para ter prédios de renda acessível no centro da cidade, é necessário a câmara de Lisboa investir como se estivesse a construir imobiliário de luxo?

Sílvia Amaro

João Miguel Tavares

30 de Março de 2021

Comecemos por uma boa notícia: hoje em dia dá um bocadinho mais de trabalho assaltar o erário público e manipular o Estado. Há dez ou vinte anos, o dinheiro ia directamente para o bolso de alguém, em troca de favores evidentes. As pessoas mais sofisticadas usavam testas-de-ferro; as medianamente sofisticadas usavam membros da família; as nada sofisticadas recebiam malas com dinheiro. Hoje, felizmente, há um certo cuidado em disfarçar gastos estapafúrdios, embrulhando-os em práticas meritórias. Dois exemplos.

Exemplo 1: Avenida da República, 106, Lisboa. Fixem o endereço: é um prédio amarelinho muito bonito, de quatro andares, mesmo a chegar a Entrecampos. Só dá para quatro famílias – um andar por piso. Um luxo. Está a ser reabilitado pela Câmara de Lisboa, e daqui a uns tempos convinha ficarmos a conhecer os seus inquilinos: se lisboetas anónimos à procura de um T4 com rendas acessíveis – “casas que as pessoas podem pagar”, como está escrito na rede do prédio em obras –; se o primo da tia de um assessor do presidente da câmara, dado estas ocasiões serem muito atreitas a coincidências miraculosas.

Na segunda-feira, o Observador deu conta de que o conjunto de prédios adquiridos pela câmara à Segurança Social ia custar à autarquia entre 200 a 400 mil euros por apartamento, após serem reabilitados e colocados ao serviço do programa de renda acessível. Nessa lista de prédios lá estava o amarelinho de Entrecampos. Foi comprado por 1,1 milhões de euros e levou mais 400 mil para reabilitar. Resultado: cada um dos quatro apartamentos vai custar à câmara a módica quantia de 375 mil euros.

Vamos por um momento fingir que o Tribunal de Contas não disse que a compra daqueles prédios tinha sido péssima para a Segurança Social, que podia ter recebido muito mais em leilão. Vamos também fingir que a própria câmara não andou a alienar património na mesma zona há meia-dúzia de anos, vendendo dois prédios e vários lotes de terreno em hasta pública por não os considerar estratégicos, para agora vir dizer – justificando os preços absurdos que está a pagar – que “a reabilitação é sempre mais cara do que a construção”. Pergunto: para ter prédios de renda acessível no centro da cidade é necessário a Câmara de Lisboa investir como se estivesse a construir imobiliário de luxo?

Exemplo 2: Avenida Marechal Gomes da Costa, 37, Lisboa. É onde fica a sede da RTP. O mandato da administração chegou ao fim. Para assessorar o Conselho Geral Independente na escolha da nova administração, a RTP tomou esta boa iniciativa: contratar a empresa Boyden Portugal, especialista em head hunting, para auxiliar no processo de recrutamento e selecção dos candidatos. Bravo. Óptima ideia. Muito melhor do que ser o gabinete de um ministro a soprar nomes.

Só que o resultado foi este: para presidente do conselho de administração da RTP foi escolhido o presidente da Lusa Nicolau Santos, e para futuro vogal do conselho de administração da RTP foi escolhido o actual vogal do conselho de administração da RTP Hugo Figueiredo, que por acaso foi um dos responsáveis pela contratação da Boyden para assessorar o processo por 70 mil euros (mais IVA). O head hunting é uma boa prática empresarial, sim senhor. Mas, em primeiro lugar, convém prestar atenção aos conflitos de interesse; e, em segundo, se a ideia era caçar as cabeças de Nicolau Santos e de Hugo Figueiredo, eu farejava-as perfeitamente por 70 euros, sem sequer me levantar do sofá.

sábado, 3 de abril de 2021

O assassino do clima desconhecido da Alemanha.

Segundo o Der Spiegel

Seu nome é inexprimível, o impacto climático é mil vezes mais forte que o do CO₂: o Cloreto de sulfurila, usado em grandes quantidades, escapa diretamente para a atmosfera - sem aparecer no balanço climático. O dano é enorme.

Evidências…

A maioria das mães percebeu há muito tempo, e agora há evidências científicas: a maioria das tarefas domésticas adicionais devido ao escritório em casa e à educação escolar em casa são feitas por mulheres.

Trabalhar em casa compensa na saúde?

Pesquisadores suecos descobriram que as pessoas que trabalham em casa dormem 34 minutos a mais em média . A maioria deles é tão produtiva quanto as pessoas que trabalham fora de suas próprias quatro paredes.

Não seria prático se os dentes doentes pudessem crescer novamente?

Em vez de ter um implante parafusado na mandíbula do dentista, os pacientes recebiam um medicamento que geraria uma nova ferramenta de mastigação. Os pesquisadores japoneses estão agora mais próximos desse sonho.

Bicarbonato De Sódio, Que Vai Mudar Sua Vida Quotidiana

O bicarbonato de sódio é um daqueles produtos básicos da despensa que todo mundo sempre tem em casa. Embora seja do conhecimento geral que é usado na panificação, como é sugerido em seu próprio nome, o bicarbonato de sódio tem muitos outros usos que podem tornar sua vida muito mais fácil. Estes são os melhores usos para o bicarbonato de sódio que você nunca conheceu e gostaria de saber antes!

Limpeza de produtos frescos

Mantenha as frutas e vegetais limpos, misturando uma colher de chá de bicarbonato de sódio a cada 2 xícaras de água e deixando os produtos de molho na mistura. Isso garantirá que qualquer sujeira, pesticidas e gosma indesejada em geral sejam limpos imediatamente. Enxagúe bem e divirta-se!

Limpeza de produtos frescos

Tapetes instantaneamente limpos e frescos

Os tapetes são uma característica maravilhosa de qualquer casa, mas não é segredo que eles podem se tornar um incómodo de manter. Se você estiver passando o aspirador sem parar e ainda se sentindo insatisfeito com a aparência do seu carpete, tente borrifar bicarbonato de sódio no carpete e esfregue com água morna. Você também pode deixá-lo de molho durante a noite e aspirar o excesso pela manhã. Seu tapete ficará como novo.

Tapetes instantaneamente limpos e frescos

Respiração naturalmente fresca

Uma das coisas mais desagradáveis ​​que você pode sentir é falar com alguém com hálito fedorento. Se você quiser evitar ser essa pessoa, o bicarbonato de sódio o ajudará. Misture um pouco de bicarbonato de sódio em água morna e agite-o ao redor da boca como faria com qualquer enxaguatório bucal comercial. É uma alternativa natural e eficaz.

Respiração naturalmente fresca

Chega de odores corporais

Se você acha que já experimentou todos os desodorantes da farmácia, talvez seja a hora de introduzir um pouco de bicarbonato de sódio em sua rotina. Embora agora existam desodorantes com bicarbonato de sódio, você pode fazer o seu próprio em casa. Simplesmente misture o bicarbonato de sódio com água morna e massageie suavemente nas axilas.

Chega de odores corporais

Purificador de ar

Cansado de purificadores de ar em spray que estão cheios de ingredientes misteriosos e apenas mascaram odores ruins? O bicarbonato de sódio é uma alternativa fantástica, pois elimina os odores completamente, em vez de apenas cobri-los. Você também pode adicionar algumas gotas de óleos essenciais para adicionar um aroma fresco.

Purificador de ar

Banheiro impecavelmente limpo

Limpar o banheiro nunca é uma tarefa divertida ou agradável. Quando a sujeira e a fuligem se acumulam na banheira, é ainda pior. O bicarbonato de sódio está aqui para o resgate mais uma vez. Misture o bicarbonato de sódio e a água para formar uma pasta e esfregue nas manchas persistentes. Deixe descansar por 20 minutos e depois observe como ele sai facilmente com uma limpeza.

Banheiro impecavelmente limpo


Talheres brilhantes

Conforme o tempo passa, os talheres acumulam sujeira que eventualmente tinge sua cor. Você pode pensar que é hora de jogar fora seu conjunto e comprar um novo, mas não é o caso. Você pode limpar os talheres afectados com fermento em pó e água quente e observar como os talheres voltam a ficar novos.

Talheres brilhantes


Sorriso Cintilante

Escovar os dentes duas vezes ao dia é muito importante, pois qualquer dentista o informará. No entanto, com que frequência você realmente limpa sua escova de dentes? A maioria das pessoas negligencia fazer isso, mas é realmente muito simples de fazer. Mergulhe sua escova de dentes em uma solução de bicarbonato de sódio, vinagre e água quente por meia hora e mate todos os germes indesejáveis ​​que possam permanecer.

Sorriso Cintilante

Tratamento de mordida de insecto

Você pode não saber disso, mas a maioria dos cremes anti-insectos vendidos em farmácias contêm bicarbonato de sódio, que por acaso é bicarbonato de sódio. Por que não misturar seus próprios em vez de gastar dinheiro extra em cremes? Aplique uma pasta de bicarbonato de sódio e água nas áreas afectadas. Não é recomendado fazer isso todos os dias, mas é bom identificar picadas de insectos de vez em quando.

Tratamento de mordida de inseto

Limpador de panelas e frigideiras

Panelas e frigideiras de boa qualidade podem durar muitos anos, mas é importante mantê-los bem. Todos nós já passamos por um momento em que acidentalmente queimamos uma frigideira, deixando marcas pretas que parecem impossíveis de se livrar. Mais uma vez, usar bicarbonato de sódio ajudará. Ferva um pouco com água e use essa fórmula para limpar as manchas.

Limpador de panelas e frigideiras


Limpador de sapatos

Não há nada pior do que tirar os sapatos apenas para sentir um enorme cheiro desagradável flutuando ao redor. A solução é bem simples: coloque uma colher de sopa de bicarbonato de sódio em um pano, torça o pano em volta do bicarbonato para evitar que respingue em todos os lugares e coloque-o no sapato. Deixe descansar por alguns dias e absorva todos os cheiros, deixando seus sapatos sem cheiros.

Limpador de sapatos

Problemas de azia resolvidos

Você luta com azia com frequência? Entendemos como isso pode ser frustrante. Um remédio caseiro simples para azia envolve misturar uma colher de chá de bicarbonato de sódio em um copo de água. Beber isso ajudará a neutralizar os problemas causados ​​pela azia e fornecerá um alívio quase instantâneo, já que o bicarbonato de sódio é um antiácido natural.

Problemas de azia resolvidos

Potencialmente combater o câncer

Embora de forma alguma o bicarbonato de sódio seja uma cura ou tratamento para o câncer, pesquisas crescentes mostraram que a ingestão de bicarbonato de sódio pode ajudar a combater o câncer junto com outros tratamentos médicos (não em vez de!). Como o bicarbonato de sódio é um antiácido e o câncer se alimenta da acidez, alguns estudos sugerem que pode ajudar. Consulte seu médico antes de tentar fazer isso.

Potencialmente combater o câncer

Omelete Perfeito

Fazer a omelete perfeita pode parecer uma tarefa simples, mas todo chef sabe que a omelete perfeita exige uma boa técnica e alguns segredos comerciais. Um desses segredos é adicionar meia colher de chá de bicarbonato de sódio para ajudar a criar a textura fofa que todos nós amamos. Impressione seus convidados da próxima vez que os convidar para um brunch com este pequeno truque.

Omelete Perfeito

Não há mais drenos bloqueados

Drenos bloqueados são os piores. Se você se lembra dos primeiros dias de projectos de ciências na escola, misturar bicarbonato de sódio e vinagre causou a erupção de nossos vulcões caseiros. Podemos usar essa mesma reacção química para desbloquear bloqueios de drenagem teimosos em nenhum momento.

Não há mais drenos bloqueados

Fim do descarte de lixo fedorento

O triturador de lixo é uma das maiores invenções da humanidade. Tornou a limpeza da cozinha muito mais fácil. No entanto, o lado negativo disso é que os resíduos alimentares acumulados muitas vezes começam a criar um odor desagradável. Isso pode ser facilmente remediado lavando primeiro o triturador de lixo com água e, em seguida, adicionando bicarbonato de sódio com um pouco de água. Após 10 minutos, despeje cerca de uma xícara de vinagre e, em seguida, enxagúe.

Fim do descarte de lixo fedorento

Branqueamento de dentes faça você mesmo

Quer clarear os dentes, mas está cansado de usar essas tiras de clareamento? Em vez disso, você pode experimentar uma solução simples de DIY. Misture um quarto de colher de chá de fermento em pó com água, criando uma pasta. Escove os dentes com essa pasta como faria normalmente. Faça isso por alguns dias seguidos e você notará resultados dramáticos.

Branqueamento de dentes faça você mesmo

Dor de garganta

Uma dor de garganta vai estragar o seu dia todas as vezes. Para um remédio caseiro fácil, você pode misturar o bicarbonato de sódio na água e gargarejar a solução. Isso deve ajudar a aliviar a dor e você pode repetir esse processo até que a dor de garganta desapareça completamente.

Dor de garganta

Não há mais unhas manchadas de amarelo

Constantemente pintar as unhas e fazer manicuras causa um estrago em suas unhas, que pode deixá-las amareladas. Você pode facilmente fazer suas unhas voltarem ao normal misturando bicarbonato de sódio com água oxigenada e esfregando-as com essa mistura. Você notará que suas unhas voltarão ao normal em pouco tempo.

Não há mais unhas manchadas de amarelo

Problemas nas axilas escuras

As axilas escuras podem ser bastante constrangedoras, especialmente nos meses quentes de Verão, quando você usa menos tecido. Você pode ajudar a reduzir a aparência de axilas escuras misturando bicarbonato de sódio e água e massageando suavemente a mistura nas axilas por cerca de um minuto, depois deixando por cerca de 30 minutos antes de enxaguar. Repita duas a três vezes por semana para obter melhores resultados.

Problemas nas axilas escuras


Melhorador de desempenho

Todos nós sabemos que o uso de drogas para melhorar o desempenho é prejudicial à saúde e antiético. E daí se disséssemos que o bicarbonato de sódio é um potenciador de desempenho seguro, natural e eficaz? O bicarbonato de sódio pode ajudar a aumentar seus níveis de energia, o que, por sua vez, pode ajudá-lo a fazer exercícios mais intensos. Experimente você mesmo!

Melhorador de desempenho

Rins Saudáveis

O bicarbonato de sódio é realmente um produto incrível. Não só é um ingrediente de limpeza fantástico, parte integrante da panificação, mas também é útil para a sua saúde geral. Alguns estudos sugeriram que o bicarbonato de sódio pode ajudar a diminuir a taxa de disseminação da doença renal.

Rins Saudáveis


Demolir Ervas Daninhas

Qualquer pessoa que mantém um jardim sabe como é desagradável lidar com as ervas daninhas. Eles se espalham como loucos e criam uma enorme monstruosidade em nossos quintais. Uma maneira fácil de matar essas ervas daninhas indesejadas é borrifar um pouco de bicarbonato de sódio nas áreas afectadas por elas e vê-las desaparecer.

Demolir Ervas Daninhas

Limpador de micro-ondas

Limpar o microondas é outra tarefa comumente negligenciada. O microondas acumula odores desagradáveis ​​e crostas de restos de comida que são difíceis de limpar. Você pode esfregar facilmente a sujeira usando uma pasta feita com bicarbonato de sódio e água e uma esponja.

Limpador de micro-ondas

Chega de calçada gelada

Invernos rigorosos significam neve em seu carro e calçadas geladas. Não é apenas chato de lidar com isso, mas também muito perigoso. Se você não tiver sal para espalhar nas calçadas geladas, outra solução é borrifar bicarbonato de sódio no gelo para ajudar a dissolvê-lo rapidamente.

Chega de calçada gelada

Escova de cabelo limpa

Muitas vezes, os itens de higiene comuns que usamos diariamente não são limpos. Talvez seja porque os usamos tão regularmente que nem pensamos neles, mas é importante limpá-los mesmo assim! Isso inclui escovas de cabelo. Você pode limpá-los facilmente, mergulhando-os em uma solução de água quente e uma colher de chá de bicarbonato de sódio. Enxagúe bem e deixe secar, e você está pronto para ir!

Escova de cabelo limpa

Limpe sua churrasqueira

Limpar a churrasqueira é uma das tarefas mais frustrantes e difíceis de fazer. A melhor maneira de limpar uma churrasqueira com eficácia sem forçar é, você adivinhou, usando bicarbonato de sódio. Esfregue facilmente com uma solução de bicarbonato de sódio e água.

Limpe sua churrasqueira

Pisos brilhantes

Nós todos sabemos que há uma diferença entre a limpeza de um andar e  realmente limpeza profunda um piso. Um óptimo truque para realmente ver a diferença é adicionar cerca de 100 gramas de bicarbonato de sódio ao seu balde usual de água para esfregar. Você verá uma grande diferença e até sentirá que restaurou seus pisos e os tornará novos.

Pisos brilhantes

Limpe os segredos da cozinha

O uso diário regular significará inevitavelmente o desgaste geral dos aparelhos de cozinha. Isso pode se traduzir em manchas e até cheiros desagradáveis. O bicarbonato de sódio também pode ajudar nisso! Por exemplo, você pode colocar sua cafeteira na máquina de lavar louça e executar um ciclo vazio com uma colher de sopa de bicarbonato de sódio. Dois pássaros com uma pedra!

O projecto conjunto SMARAGD examina os efeitos dos poluentes atmosféricos na saúde.

Quando morrem mais pessoas devido ás condições climatéricas que de coronavírus, faz todo o sentido estudar-se a fundo este problema!

Procuram-se cidadãos cientistas na área de Colónia.

O projecto conjunto SMARAGD examina os efeitos dos poluentes atmosféricos na saúde.

Jülich, 29 de Março de 2021 - Poluentes atmosféricos representam um risco para a saúde. As possíveis consequências são diversas e variam de dificuldades respiratórias de curto prazo a doenças crónicas. No entanto, os níveis de poluição variam de um lugar para outro - o que torna difícil estudar seus efeitos sobre a saúde. O projecto de ciência cidadã SMARAGD, portanto, vincula informações sobre poluição local com dados de saúde. A partir de hoje, cidadãos cientistas interessados ​​da área de Colónia podem se inscrever para participar.

Embora a poluição do ar na Alemanha tenha tendido a diminuir nos últimos anos, os poluentes do ar continuam a representar uma poluição significativa - especialmente nas grandes cidades. Medições móveis - como com o Jülich MobiLab - mostram, no entanto, que a poluição pode diferir significativamente de rua para rua. A falta de dados de alta resolução complica a interpretação dos estudos epidemiológicos sobre os efeitos dos poluentes na saúde.

O cidadão Ciência projecto EMERALD ( S sensores para MEDIÇÃO de um erosolen e R eaktiven gases e Análise dos seus efeitos em L Esun d normalizado) de dados, portanto, ligada por os poluentes individuais com dados de saúde. O projecto piloto está programado para ser executado por um ano. Seu objectivo é descobrir se é possível investigar dessa forma a influência da poluição local nas cidades do interior da Alemanha nas infecções respiratórias agudas.


Foco em SARS-CoV-2

Os cientistas cidadãos * instalam sensores em seu local de residência na área metropolitana de Colónia que medem a poluição e fornecem feedback em tempo real sobre seu estado de saúde com um aplicativo e-health em seu smartphone ou computador. O foco está nas infecções respiratórias, incluindo COVID-19. As cargas de poluentes e os dados de saúde colectados são vinculados ao projecto para que possíveis relações possam ser examinadas.

Sensores EMERALD

Os sensores medem os poluentes monóxido de carbono (CO), monóxido de nitrogénio (NO), dióxido de nitrogénio (NO2) e ozónio (O3). A concentração de partículas com um diâmetro de até 2,5 µm e 10 µm é registrada por meio de espalhamento de luz. Os sensores estão localizados em uma caixa instalada fora de casa para registrar a exposição aos poluentes atmosféricos durante um período de 12 meses. Os sensores enviam os dados para um servidor em Jülich, onde os resultados são visualizados de forma anónima.

Direito autoral: PressEveryKey / Tim Becker, FZ Jülich / Robert Wegener


Os sensores para os poluentes - poeira fina, óxidos de nitrogénio, ozónio e dióxido de carbono - foram desenvolvidos em conjunto por Forschungszentrum Jülich e PressEveryKey de Colónia. Os dispositivos são calibrados no Forschungszentrum Jülich e depois enviados aos cientistas cidadãos, que podem conectar os instrumentos de medição a eles próprios em casa. Você precisa de fonte de alimentação e wi-fi.

Os dados de saúde - com foco em infecções respiratórias - estão no aplicativo PIA ( " P rospektive Mon i torização e gestão Uma pp colectadas"). O aplicativo perguntará sobre o estado de saúde em intervalos semanais; relatórios adicionais em caso de doença aguda são possíveis a qualquer momento. Assim, os cientistas cidadãos também têm a oportunidade de, independentemente, pegar um cotonete nasal e enviá-lo. Eles são verificados quanto a vírus respiratórios comuns na Escola de Medicina de Hannover e os resultados são relatados individualmente por meio do aplicativo.


Procedimento ESMERALDA

Procedimento para o projecto SMARAGD

Direito autoral: Helmholtz Center for Infection Research / Hurtig / Pernitzsch


Projeto conjunto para a área metropolitana de Colônia

SMARAGD é um projeto conjunto do Jülich Research Center, do Helmholtz Center for Infection Research e do Helmholtz Center Munich, que é planejado e executado em conjunto com os grupos de ciência cidadã do OK Lab Cologne e da Cologne School of AI. Como um projeto de ciência cidadã, as preocupações e desejos dos cidadãos devem ser incluídos.

O projeto é financiado pela Associação Helmholtz como parte de um projeto piloto com cientistas cidadãos. Como projeto piloto, o SMARAGD concentra-se exclusivamente nos cidadãos da região metropolitana de Colônia.


100 cidadãos cientistas procurados

A partir de hoje, 100 cidadãos interessados ​​podem se inscrever no SMARAGD. A participação está aberta a todos os interessados ​​maiores de 18 anos que vivam com um dos seguintes códigos postais em Colônia e arredores:

50667, 50668, 50669, 50670, 50672, 50673, 50674, 50675, 50676, 50677, 50678, 50679, 50681, 50687, 50696, 50697, 50705, 50724, 50727, 50733, 50735, 50737, 5065739, 50647 , 50766, 50767, 50768, 50769, 50773, 50775, 50793, 50819, 50820, 50823, 50825, 50827, 50829, 50832, 50833, 50835, 50858, 50859, 50868, 50877, 50887, 50823, 50907, 50923 50931, 50933, 50935, 50937, 50939, 50968, 50969, 50973, 50978, 50982, 50986, 50989, 50993, 50996, 50997, 50999, 51027, 51061, 51063, 51065, 51067, 51068, 51069, 51069, 51093, 51100, 51103, 51105, 51106, 51107, 51109, 51127, 51130, 51143, 51145, 51147, 51149, 51154, 51157, 51173, 51243, 51301, 51368

Os interessados ​​podem receber mais informações e se inscrever no projeto através do e-mail smaragd@helmholtz-hzi.de .

Informações adicionais:

Comunicado de imprensa de 16 de agosto de 2019

Site EMERALD

PIA do aplicativo e-health


Pessoa de contato:

Dr.

Instituto Robert Wegener para Pesquisa de Energia e Clima, Troposfera (IEK-8)

Telefone: 02461 61-6914

E-Mail: r.wegener@fz-juelich.de

Dr. Natalie Kille

Instituto de Pesquisa de Energia e Clima, Troposfera (IEK-8)

Telefone: 02461 61-85228

E-mail: n.kille@fz-juelich.de


Contato de imprensa:

Dr. Regine Panknin

Corporate Communications

Tel.: 02461 61-9054

E-Mail: r.panknin@fz-juelich.de

https://fz-juelich.de/SharedDocs/Pressemitteilungen/UK/DE/2021/2021-03-29-smaragd.html

Por que jantar fora frequente pode encurtar a vida

De Julia Koch


Caro leitor,

Quem não sente falta disso nestes tempos: a massa no restaurante italiano preferido, o hambúrguer na rede de fast food?

Ainda me lembro da minha última visita a um restaurante: foi no outono de 2020 em um restaurante no Outer Alster de Hamburgo - no interior. Em abril de 2021, parece uma experiência de outro mundo.

Afinal, não comer fora devido à pandemia pode prolongar a vida - pelo menos se você cozinhar mais. Esse é o resultado de um estudo realizado por epidemiologistas liderados por Wei Bao, da Universidade de Iowa.

Entre 1999 e 2014, os pesquisadores entrevistaram mais de 35.000 adultos americanos sobre seus hábitos alimentares. Em seguida, os cientistas documentaram quantos dos participantes da pesquisa morreram nos anos seguintes.

O risco de morte prematura, eles descobriram, é em média 50 por cento maior em pessoas que comem fora pelo menos duas vezes por dia em comparação com aqueles que se entregam ao prazer uma vez por semana ou menos. No primeiro grupo, a chamada taxa de risco - a probabilidade de um determinado evento ocorrer dentro de um ano - foi aumentada por um fator de 1,2 para morte por câncer e pouco menos de 1,7 para mortes cardiovasculares.

Presumivelmente é porque muitos comedores externos não vão ao restaurante vegan star, mas ao restaurante de fast food.

Outros estudos também mostraram uma conexão entre festejar fora de casa e morte prematura: aqueles que costumam jantar fora comem mais gordura e alimentos mais ricos em energia. As vitaminas e outros nutrientes, por outro lado, constituem uma proporção menor em comparação com as refeições preparadas pela própria pessoa. Bao e sua equipe demonstraram pela primeira vez que essas diferenças podem custar anos de vida.

Os pesquisadores anunciam principalmente comida caseira. Mas de que adianta uma vida longa se só acontece em casa? O poder curativo da sociabilidade também deve beneficiar a saúde.


Desejo-lhe muita diversão na sua próxima visita ao restaurante!


Cordialmente

Sua Julia Koch

Der Spiegel

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Os cobradores de fraque.

Há duas categorias profissionais pelas quais, confesso, tenho um misto de inveja e irritação: os arquitectos e os economistas. Inveja porque, em ambos os casos, era aquilo que gostaria de ter sido e não fui, porque, infelizmente, uma vida só não chega para tudo aquilo que se gostaria de ter sido e ter feito. E irritação porque, regra geral, ambas as profissões defendem as respectivas áreas de saber como fortalezas fora do alcance e do entendimento do comum dos mortais. Como se ambas as “artes” não fossem, talvez, as mais intuitivas e mais necessárias ao comum das pessoas desde que a Humanidade existe: talvez não fosse possível viver num mundo sem música, mas a arquitectura vem antes, como arte imprescindível, pois os homens precisam de uma estrutura para se abrigarem, de uma ponte para atravessarem um rio, de um espaço comum para se encontrarem; e a economia é aquilo que instintivamente todos nós aprendemos a aplicar nas nossas vidas, decidindo o que gastar, o que investir, o que poupar, como fazer os meses chegarem ao fim, entre receitas e despesas. Logo, aquele tipo de discurso sobranceiro, altivo, excludente, de que a arquitectura é para os arquitectos e a economia para os economistas, causa-me uma indomável irritação. Mas, por ora, deixo de lado os arquitectos, pois quero ocupar-me apenas dos economistas, mestres de uma ciência muito mais incerta e muito mais manipulável — e, por isso, costumamos chamar-lhe e estudá-la acertadamente como Economia Política.

Há uma característica que, desde logo, me fascina nos economistas: são normalmente brilhantes (os que o são...) a analisar o que se passou depois de se ter passado; mas raramente acertam no que se vai passar — o que em nada abala a sua autoconfiança e a sua permanente disponibilidade para a próxima profecia (ou previsão, como gostam de lhe chamar). Mas é preciso distinguir entre os dois tipos essen­ciais de economistas: os académicos e os realistas. Estes últimos são aqueles que, em algum tempo das suas vidas, desceram do pedestal ao mundo real, lá onde habita esse sujeito que os outros tratam como abstracção mas à roda do qual gira toda a economia de uma comunidade: o agente económico. Os agentes económicos, sejam indivi­duais ou colectivos, são tipos banais que lêem os sinais da economia, instintivamente ou por experiência, mas normalmente antes de os economistas terem começado a analisá-los e a profetizar sobre eles. Interessam-lhes indicadores certos, por vezes comezinhos: a carga fiscal, a legislação laboral, o mercado e a concorrência, as infra-estruturas disponíveis para facilitar a sua actividade ou o seu negócio e, acima de tudo, antecipar os tempos que aí vêm e perceber se os governos vão ajudar ou atrapalhar. Por sua vez, os economistas que conhecem este mundo sabem que esse conhecimento é fundamental para que a realidade determine as teorias e não o oposto: tentar forçar a realidade a encaixar-se dentro das teorias. Os economistas realistas trabalham com duas variáveis cujo conhecimento deveria ser decisivo para tomar as decisões políticas certas: o ambiente de negócios e as expectativas dos agentes económicos.

Já os economistas académicos são um perigo à solta. Desde logo porque têm um lugar de estimação nos governos, seja como integrantes ou como pitonisas, e um lugar cativo nos media, que resolvem, recorrendo às suas verdades herméticas, a dificuldade e o trabalho que dá ir ao terreno tentar perceber se essas verdades têm correspondência com o que ali acontece. Nada mais fácil para um jornal do que um artigo de fulano ou beltrana, doutor aqui e PhD acolá, por sua vez carregado de citações de pappers ou artigos de outros ilustres colegas do mundo académico que o leitor jamais leu ou lerá, para que o jornal adopte também como verdade instantânea e incontestável o que eles escrevem. E assim se fazem “verdades” económicas, assim se faz doutrina, assim se cometem erros, por vezes trágicos.

Se porventura têm andado atentos ao que andam a escrever os nossos académicos, talvez tenham reparado como eu em várias características comuns aos mais badalados: todos são da esquerda versão estatizante, todos ensinam em universidades públicas e todos são particularmente acarinhados pelos media. E o mais importante: todos defendem mais despesa pública sustentada por mais impostos — obviamente sobre o que chamam os “ricos”, que, entre nós, e medido pela tabela do IRS, são todos aqueles que têm mais de 36 mil euros de rendimento anual, pagando já 45% de imposto.

Esta semana, num artigo do “Público”, significativamente intitulado “A crise renovou o desejo de mudar os impostos (e talvez de os aumentar)”, lá tinham eles nova oportunidade para defenderem as suas ideias de mais carga fiscal ou novos impostos “extraordinários” para financiar o esforço público no combate à crise. Dando de barato que todos sabemos que qualquer novo imposto ou aumento “extraordinário” de impostos para vigorar apenas num curto período ficará para sempre (veja-se o adicional de “solidariedade” ao IRS ou o “imposto Mortágua”), o que não deixa de me espantar, em termos de contraditório jornalístico, é que nunca se oiçam as vozes e as teses de sinal contrário — porque elas existem. O que sabemos, de ciência certa, é que este sistema de mais despesa pública — e mais impostos para a financiar — é aquele em que temos vivido há 47 anos. E os resultados foram: mais dívida, três bancarrotas do Estado, crescimento incipiente e divergência constante com os padrões económicos europeus, apesar dos milhões que Bruxelas sempre nos enviou. Como alguém disse, fazer sempre o mesmo, esperando resultados diferentes, não é propriamente sinal de inteligência...

É uma verdade incontestável que esta situação que vivemos é absolutamente excepcional e que, comparativamente com os outros, Portugal até é dos países que menos dinheiros públicos tem gasto até agora para acorrer ao desastre em que tantos estão mergulhados, sem culpa alguma. Mas é a velha história da cigarra e da formiga: gastámos o que não tínhamos quando não devíamos, sempre confiantes de que os amanhãs só podiam cantar. E, se não fosse o programa de compra de dívida pública do BCE, que nos tem permitido continuar a ir aos mercados e trocar dívida a 0% de juros, este país já tinha estoirado. Isso mesmo: estoirado.

Aumentar impostos para evitar aumentar a dívida é uma hipótese. Ou então acreditar antes no que diz Pascal Saint-Amans, director do Centro para a Política e Administração Fiscal da OCDE: “A sustentabilidade das finanças públicas da generalidade das econo­mias mundiais vai depender mais da capacidade que cada país revelar para gerar crescimento.” É o mesmo que pensa Mario Draghi, que quer aplicar os milhões que o Estado italiano vai injectar na economia não para defender o que estava mas sobretudo para ajudar o que vai ter futuro após a pandemia, relançando mais rapidamente o crescimento e a inovação.

Posta nestes termos, a questão é saber se é mais importante acorrer ao Estado ou à economia. Se a retoma se conseguirá por via do aumento da despesa pública sustentada pelo aumento de impostos sobre a economia ou por via do crescimento, alavancado no consumo interno, no aumento de salários no sector privado, na canalização das poupanças das famílias que as fizeram. Ou se tudo isso vai ser capturado pela insaciável fome de impostos do Estado. Sem querer incomodar o eterno sr. Lafter, chamo a atenção apenas para dois números: 34,8% do PIB — é em quanto está o nível da carga fiscal entre nós, o mais alto desde que há registos; e 31,5% — o valor médio de tributação das empresas em Portugal, dos mais altos da Europa a 27. Há quem ache que ainda é pouco e que há margem para subir a carga sobre as empresas, por exemplo. Mas depois escandalizam-se porque as empresas pagam salários baixos — da mesma forma que se escandalizam porque uma empresa possa ter lucros numa situação de crise, como se as empresas existissem apenas para facturar o suficiente para pagarem salá­rios e impostos e não para reinvestirem lucros e remunerarem os sócios.

Estamos perante uma escolha clara: fazer diferente ou fazer mais do mesmo.

2Se, em pleno século XXI e numa democracia estabelecida, grupos de homens feitos, pais de família e cidadãos influentes se juntam em caves escuras, vestem-se com aventais e fazem cerimónias “ocultas” com espadas, triângulos, chicotes, compassos, trocam juras e votos de obediência e solidariedade uns aos outros, e é tudo secreto e impenetrável, das duas uma: ou não é tão inofensivo como juram ou, se o é, têm de chamar urgentemente o psicanalista.

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia

quinta-feira, 1 de abril de 2021

O horror da China comunista e seus pavorosos campos de morte

Por: Lew Rockwell

Quando crianças viraram alimentos.

Nota do Editor

Neste mês de outubro de 2019 completaram-se 70 anos da Revolução Comunista chinesa, que deu início ao mais cruel e sanguinolento regime governamental da história humana (sem exageros).

Espantosamente, não só é raro encontrar pessoas realmente bem informadas sobre as atrocidades cometidas por aquele regime — o que nos diz muita coisa sobre nosso sistema educacional —, como ainda há partidos políticos e intelectuais que simpatizam com o maoísmo.

No artigo abaixo, uma tentativa de mitigar um pouco deste obscurantismo, em um breve resumo daquele período.

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Embora atualmente muito se fale sobre a economia da China e muito se critique o país, o que é realmente notável em todos esses comentários e críticas é quão distantes e limitados eles parecem ser quando se pensa na história recente da China.

E esse é um assunto profundamente doloroso, horrível em seus detalhes, mas altamente elucidativo e útil para nos ajudar a entender a política — e que também põe em perspectiva as notícias sobre esses recentes problemas na China.

É um escândalo, de fato, que poucos ocidentais sequer estejam informados — ou, se estão, não estão conscientes — sobre a sanguinolenta realidade que predominou na China entre os anos de 1949 e 1976, os anos da ditadura comunista de Mao Tsé-Tung. (Ou Mao Zédong).

Quantos morreram como resultado das perseguições e das políticas de Mao? Será que você se importaria em adivinhar? Muitas pessoas ao longo dos anos tentaram. Mas elas sempre acabavam subestimando os números. Porém, à medida que mais dados foram aparecendo durante as décadas de 1980 e 90, e os especialistas foram se dedicando mais intensamente às investigações e estimativas, os números foram se tornando cada vez mais confiáveis. Mas, ainda assim, eles permanecem imprecisos. Qual a margem de erro com a qual estamos lidando? Ela pode ser, por baixo, de 40 milhões; mas também pode ser de 100 milhões ou mais.

Para o Grande Salto para Frente, de 1959 a 1961, o número de mortos varia entre 20 milhões e 75 milhões. No período anterior foi de 20 milhões. No período posterior, dezenas de milhões a mais.

Estudiosos da área de homicídio em massa dizem que a maioria de nós não é capaz de imaginar 100 mortos ou 1.000. E, acima disso, tudo vira apenas estatística: os números passam a não ter qualquer sentido conceitual para nós, e a coisa se torna um simples jogo numérico que nos desvia do horror em si. Há um limite de informações horríveis que nosso cérebro pode absorver, um limite de quanto sangue podemos imaginar.

No entanto, há um motivo maior pelo qual o experimento comunista chinês permanece um fato oculto: ele apresenta um argumento forte e decisivo contra o poder do estado, de maneira ainda mais conspícua que os casos da Rússia e da Alemanha do século XX.

Esse horror já podia ser pressagiado quando uma guerra civil se seguiu à Segunda Guerra Mundial. Depois de nove milhões de mortos, os comunistas emergiram vitoriosos em 1949, tendo Mao como o soberano. Assim, a terra de Lao-Tzu (rima, ritmo, paz), do Taoísmo (compaixão, moderação, humildade) e do Confucionismo (piedade, harmonia social, progresso individual) foi confiscada pela importação da mais esquisita matéria-prima jamais conhecida pelos chineses: o marxismo alemão importado via Rússia.

Era uma ideologia que negava toda a lógica, toda a experiência, todas as leis econômicas, todos os direitos de propriedade, e todos os limites sobre o poder do estado, que alegava que todas essas noções eram meros preconceitos burgueses, e que afirmava que tudo o que era necessário para transformar a sociedade era criar um núcleo composto por poucas pessoas iluminadas e dotadas de ilimitados poderes para modificar todas as coisas.

É realmente bizarro pensar nisso: a China, dentre todos os lugares, com pôsteres de Marx e Lênin, e sendo governada por uma ideologia ditatorial, extorsiva e homicida, que só chegou ao fim em 1976. A transformação ocorrida nos últimos 40 anos foi tão espetacular que alguém dificilmente saberia que tudo isso já aconteceu, exceto pelo fato de o Partido Comunista ainda estar no poder, embora já tenha dispensado os princípios básicos da parte comunista.

O experimento começou da maneira mais sanguinolenta possível, após a Segunda Guerra, quando todos os olhos do Ocidente estavam voltados para assuntos internos (e, quando havia alguma preocupação externa, ela estava na Rússia). Os "mocinhos" (comunistas) haviam vencido a guerra contra os vilões (nacionalistas) da China — ou assim fomos levados a crer, na época em que o comunismo era a moda mundial.

A comunização da China se deu seguindo os três estágios usuais: expurgos, planejamentos e, por fim, a procura por bodes expiatórios.

Primeiro ocorreram os expurgos — também conhecidos como "purificação" — para que o comunismo pudesse ser implantado. Havia rebeldes a serem mortos e terras a serem nacionalizadas. As igrejas tinham de ser destruídas. Os contra-revolucionários tinham de ser suprimidos. A violência começou no campo e depois se espalhou para as cidades.

Todos os camponeses foram inicialmente divididos em quatro classes que eram consideradas politicamente aceitáveis: pobres, semi-pobres, médios, e ricos. Todos os outros eram considerados latifundiários e, assim, marcados para ser eliminados. Se nenhum latifundiário fosse encontrado, os "ricos" eram então incluídos nesse grupo.

A classe demonizada era desentocada em uma série de "encontros da amargura" — que ocorriam em nível nacional —, nos quais as pessoas delatavam seus vizinhos que possuíssem propriedades e que fossem politicamente desleais. Aqueles assim considerados eram imediatamente executados junto com quem quer que tivesse simpatias por eles.

A regra era que deveria haver ao menos uma pessoa morta por vilarejo. O número de mortos está estimado entre um milhão e cinco milhões. Adicionalmente, entre quatro e seis milhões de proprietários de terra foram trucidados pelo simples crime de serem donos de capital. Se alguém fosse suspeito de estar escondendo alguma riqueza, ele ou ela seria torturado com ferro quente até confessar. As famílias dos mortos eram também torturadas e os túmulos de seus predecessores eram saqueados e pilhados. O que acontecia com a terra? Era dividida em minúsculos lotes e distribuída entre os camponeses remanescentes.

A campanha então se dirigiu para as cidades. As motivações políticas eram o principal incentivo, mas havia também o desejo de se fazer controles comportamentais. Qualquer suspeito de envolvimento com prostituição, jogatina, sonegação, mentiras, tráfico de ópio, ou suspeito de contar segredos de estado, era executado sob a acusação de "bandido".

Estimativas oficiais colocam o número de mortos em dois milhões, sendo que outros dois milhões foram morrer nas prisões. Comitês residenciais formados por pessoas leais ao estado vigiavam cada movimento. Qualquer visita noturna era imediatamente denunciada, e todos os envolvidos eram presos ou assassinados. As celas das prisões iam ficando cada vez menores, chegando a um ponto em que uma pessoa vivia em um espaço de aproximadamente 35 centímetros. Alguns prisioneiros faziam trabalho forçado até morrer, e qualquer um que se envolvesse em alguma revolta era agrupado com seus colaboradores e todos eram queimados.

Havia indústrias nas cidades, mas aqueles que eram seus proprietários e gerentes eram submetidos a restrições cada vez mais apertadas: transparência forçada, escrutínio constante, impostos escorchantes, além de sofrerem todos os tipos de pressão para oferecer seus negócios à coletivização. Houve muitos suicídios entre os pequenos e médios empresários que perceberam para onde tudo estava indo. Filiar-se ao partido adiava apenas temporariamente a morte, já que em 1955 começou a campanha contra os contra-revolucionários escondidos dentro do próprio partido. Havia um princípio de que um em cada dez membros do partido era um traidor secreto.

Quando os rios de sangue haviam atingido seu ápice, Mao criou a campanha do Desabrochar das Cem Flores, durante dois meses de 1957, sendo o legado desta a frase que frequentemente se ouve: "Deixemos que cem flores desabrochem!" As pessoas foram encorajadas a falar abertamente e mostrar seu ponto de vista, uma oportunidade muito tentadora para os intelectuais. Mas essa liberalização durou pouco. Na verdade, foi tudo uma armadilha. Todos aqueles que falaram contra o que estava acontecendo na China foram arregimentados e aprisionados, talvez entre 400.000 e 700.000 pessoas, incluindo dez por cento das classes mais educadas. Outras eram rotuladas de direitistas e sujeitadas a interrogatório e reeducação; outras eram expulsas de suas casas e isoladas.

Mas isso não foi nada comparado à fase dois, que se tornou uma das maiores catástrofes da história do planejamento central. Após a coletivização das terras, Mao decidiu ir mais a fundo e passou a ditar aos camponeses o que eles deveriam plantar, como eles deveriam plantar, para onde eles deveriam mandar a colheita, e até mesmo se — em vez de ter de plantar qualquer coisa — eles deveriam ser arrastados para as indústrias. Essa etapa se tornaria o Grande Salto para Frente, que acabou por gerar a escassez mais mortal da história.

Os camponeses foram ajuntados em grupos de milhares e forçados a dividir todas as coisas. Todos os grupos deveriam ser auto-suficientes. As metas de produção foram aumentadas para níveis nunca antes imaginados.

Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas de onde a produção era alta para onde ela era baixa, como um meio de impulsionar a produção. Elas também foram deslocadas da agricultura para a indústria. Houve uma campanha maciça para se coletar ferramentas e transformá-las em habilidade industrial. Como maneira de demonstrar esperança para o futuro, os coletivizados eram encorajados a fazer enormes banquetes e a comer de tudo, principalmente carne. Esse era um modo de mostrar a crença de que a colheita do ano seguinte seria ainda mais farta.

Mao tinha essa idéia de que ele sabia como cultivar os grãos. Ele proclamou que "as sementes são mais felizes quando cultivadas juntas" — e então as sementes foram semeadas em densidades de cinco a dez vezes maiores do que a normal.  As plantas morreram, o solo secou, e o sal subiu à superfície.  Para impedir que os pássaros comessem os grãos, os pardais foram exterminados, o que aumentou imensamente o número de parasitas. Erosões e enchentes se tornaram endêmicas. Plantações de chá foram transformadas em plantações de arroz, sob o argumento de que o chá estava em decadência e era coisa de capitalista.

Equipamentos hidráulicos construídos para servir às novas fazendas coletivas não funcionavam e não tinham peças para reposição. Isso levou Mao a colocar nova ênfase na indústria, que surgiu forçadamente nas mesmas áreas da agricultura, levando a um caos ainda maior. Os trabalhadores eram arrastados de um setor para outro, e cortes obrigatórios em alguns setores eram compensados com um aumento obrigatório das cotas em outros setores.

Em 1957, o desastre estava por todos os lados. Os trabalhadores estavam tão enfraquecidos que eram incapazes até mesmo de colher suas escassas safras; e assim eles morriam, vendo o arroz apodrecer. As indústrias se avolumavam, mas não produziam nada de útil. A resposta do governo foi dizer às pessoas que gorduras e proteínas eram desnecessárias. Mas a fome não podia ser negada. O preço do arroz subiu de 20 a 30 vezes no mercado negro.

Como as transações foram proibidas entre os grupos coletivistas (você sabe, a tal da auto-suficiência), milhões ficaram à míngua. Já em 1960, a taxa de mortalidade pulou de 15% para 68%, e a taxa de natalidade despencou. Quem quer que fosse pego estocando grãos era fuzilado. Camponeses flagrados com a menor quantia imaginável eram aprisionados. Fogueiras foram banidas. Funerais foram proibidos, pois eram considerados esbanjadores.

Aldeões que tentavam fugir dos campos para as cidades eram fuzilados nos portões. Os mortos por inanição chegaram a 50% em alguns vilarejos. Os sobreviventes ferviam grama e cascas de árvore para fazer sopa, enquanto outros vagueavam pelas estradas à procura de comida. Algumas vezes eles se bandeavam e atacavam casas, procurando por restos do milho que era servido ao gado. As mulheres eram incapazes de engravidar devido à desnutrição. Pessoas nos campos de trabalho forçado foram usadas em experimentos com comidas, provocando doenças e mortes.

Mas isso ainda era pouco. Em 1968, um membro da Guarda Vermelha, de 18 anos, chamado Wei Jingsheng, encontrou refúgio em uma família de um vilarejo em Anhui, e ali ele viveu para escrever o que ele viu:

Caminhávamos juntos ao longo do vilarejo. . .  Diante de meus olhos, entre as ervas daninhas, surgiu uma das cenas que já haviam me contado: um dos banquetes no qual as famílias trocam suas crianças para poder comê-las. Eu podia vislumbrar claramente a angústia nos rostos das famílias enquanto elas mastigavam a carne dos filhos dos amigos. As crianças que estavam caçando borboletas em um campo próximo pareciam ser a reencarnação das crianças devoradas por seus pais. O que fez com que aquelas pessoas tivessem de engolir aquela carne humana, entre lágrimas e aflições — carne essa que elas jamais se imaginaram provando, mesmo em seus piores pesadelos?

O autor dessa passagem foi preso como traidor, mas seu status o protegeu da morte, e ele foi finalmente solto em 1997.

Quantas pessoas morreram durante a fome de 1959-1961? A menor estimativa é de 20 milhões. A maior, de 43 milhões. Finalmente, em 1961 o governo cedeu e permitiu alguma importação de comida, mas foi pouco e já era tarde. Foi permitido a alguns camponeses voltar a plantar em sua própria terra. Surgiram alguns ateliês particulares. Alguns mercados foram permitidos. Finalmente, a fome começou a diminuir e a produção começou a crescer.

Mas então veio a terceira etapa: encontrar os bodes expiatórios. O que havia causado toda a calamidade? A resposta oficial era qualquer coisa, menos o comunismo; qualquer coisa, menos Mao. E então a captura de pessoas por motivos puramente políticos começou novamente — e aqui chegamos ao cerne da Revolução Cultural.

Milhares de campos e centros de detenção foram abertos. As pessoas que eram mandadas para lá, morriam lá. Na prisão, utilizava-se das desculpas mais fajutas possíveis para se eliminar alguém — tudo para haver sobras alimentícias, uma vez que os prisioneiros eram um fardo para o sistema, de acordo com o pensamento de quem estava no comando. Esse sistema penal, o maior já construído, era organizado em um estilo militar, com alguns campos mantendo por volta de 50.000 pessoas.

Havia um critério para se aprisionar alguém: os indivíduos eram abordados aleatoriamente e recebiam ordens de prisão de maneira indiscriminada. Isso acontecia com ampla frequência. Todos tinham de carregar consigo uma cópia do Pequeno Livro Vermelho, de Mao. Questionar a razão da prisão era em si uma evidência de deslealdade, já que o estado era infalível.

Uma vez preso, o caminho mais seguro era a confissão instantânea. Os guardas eram proibidos de usar de violência aberta, de modo que assim os interrogatórios durassem centenas de horas, o que frequentemente fazia com que os prisioneiros morressem durante o processo. Aqueles que tivessem seus nomes citados durante uma confissão eram então caçados e recolhidos.

Após ter passado por esse processo, você era mandado para um campo de trabalhos forçados, onde seria avaliado de acordo com o número de horas que seria capaz de trabalhar com pouca comida. Você não poderia comer carne nem qualquer tipo de açúcar ou azeite. Os prisioneiros passariam então a ser controlados pela racionalização do pouco da comida que tinham.

A fase final dessa incrível litania de criminalidade durou o período de 1966 até 1976, durante o qual o número de mortos caiu dramaticamente, variando "apenas" entre um milhão e três milhões. O governo, agora cansado e nos primeiros estágios da desmoralização, começou a perder o controle, primeiro dentro dos campos de trabalhos forçados, e então na zona rural. E foi esse enfraquecimento que levou ao período final, e de certa forma o mais cruel, da história comunista da China.

Os primeiros estágios da rebelião ocorreram da única maneira permissível: a linha dura começou a criticar o governo por ser muito frouxo e muito descompromissado com o ideal comunista. Ironicamente, isso começou a surgir exatamente no momento em que a moderação se tornou manifesta na Rússia. Os neo-revolucionários da Guarda Vermelha começaram a criticar os comunistas chineses como sendo "reformistas a la Khrushchev".  Como um escritor apontou, a guarda "se levantou contra seu próprio governo com o intuito de defendê-lo".

Durante esse período, o culto à personalidade de Mao chegou ao seu ápice, com o Pequeno Livro Vermelho atingindo um prestígio mítico. Os Guardas Vermelhos perambulavam pelo país tentando expurgar as "Quatro Coisas Antiquadas": idéias, cultura, costumes e hábitos. Os templos remanescentes foram obstruídos. Óperas tradicionais foram banidas, tendo a Ópera de Beijing todos os seus vestuários e cenários queimados. Monges foram expulsos. O calendário foi modificado. Todo o cristianismo foi banido. Animais de estimação como pássaros e gatos foram proibidos. Humilhação era a palavra de ordem.

Assim foi o Terror Vermelho: em sua capital, ocorreram 1.700 mortes e 84.000 pessoas fugiram. Em outras cidades, como Xangai, os números eram ainda piores. Foi implantado um processo de expurgo e purificação dentro do partido, com centenas de milhares presos e muitos assassinados. Artistas, escritores, professores, técnicos: todos eram alvos. Massacres organizados ocorriam em comunidades seguidas, com Mao aprovando cada passo como meio de eliminar cada possível rival político.

Mas, interiormente, o governo estava se fragmentando e rachando, mesmo que externamente ele estivesse se tornado ainda mais brutal e totalitário.

Finalmente, em 1976, Mao morreu. Em poucos meses, seus conselheiros mais próximos foram todos encarcerados. A reforma começou lenta a princípio, mas depois atingiu uma velocidade assustadora. As liberdades civis foram restauradas (comparativamente) e as reabilitações começaram. Os torturadores foram processados. Os controles econômicos foram gradualmente relaxados. A economia, por virtude da iniciativa humana e da iniciativa econômica privada, se transformou.

Tendo lido tudo isso, você agora faz parte da minúscula elite de pessoas que sabem alguma coisa sobre o maior campo de morte da história do mundo, que foi no que a China se transformou entre 1949 e 1976 — um experimento de controle total, algo que jamais se viu na história. Muitas pessoas hoje sabem mais sobre os produtos de baixa qualidade da China do que sobre as centenas de milhões de mortos e a inenarrável quantidade de sofrimento ocorrida sob o comunismo.

Quando você ouvir sobre produtos de baixa qualidade vindos da China, ou sobre trigo insuficientemente processado, imagine milhões sofrendo de uma fome dantesca, com pais trocando seus filhos para comê-los e, assim, permanecerem vivos. Não me diga que aprendemos alguma coisa com a história. Sequer conhecemos a história o suficiente para aprender algo com ela.

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Nota sobre as fontes, todas as quais você deve comprar e ler em detalhes: "China: uma longa marcha na noite", por Jean-Louis Margolin em O Livro Negro do Comunismo, por Stéphane Courtois et al. (Harvard, 1999), pp. 234-277; Death by Government, por R.J. Rummel (Transaction, 1996); e Hungry Ghosts: Mao's Secret Famine, por Jaspar Becker (Owl Books, 1998).

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