quinta-feira, 19 de agosto de 2021
Parem as Prensas: Paul Krugman leia um Livro.
Mas o ganhador do Nobel ainda precisa de uma lição de história.
Gore ganhou um Prémio Nobel. Jimmy Carter ganhou um Prémio Nobel. Yasser Arafat ganhou um Prémio Nobel. Eu poderia continuar. Mas isso deve ser suficiente para qualquer um avaliar o declínio do antigo instituto norueguês que sempre foi tão superestimado pelas elites mundiais quanto as habilidades de dança de salsa de Barack Obama. Outro ganhador controverso do Nobel, Paul Krugman, tornou-se um dos trending topics dos últimos tempos porque leu um livro. Especificamente, um livro do historiador David Gates sobre a Guerra da Independência espanhola, A Úlcera Espanhola: Uma História da Guerra Peninsular. Para comemorar, ele tuitou um tópico que traça paralelos entre a Espanha em 1808 e o Talibã em 2021. Isso não é brincadeira. Em linhas gerais, sua tese é que a Espanha e o Talibã compartilhavam um fanatismo religioso que os impedia de progredir…
Por ITXU DÍAZ
Trabalhadores do sexo escrevem a Ferro Rodrigues.
O Movimento de Trabalhadores do Sexo (MTS) anunciou ontem que reuniu cerca de 200 subscrições numa carta aberta à Assembleia da República, na qual se opõe ao projecto de lei que pretende criminalizar os clientes de prostituição. Em comunicado, o MTS indica que, a 17 de Junho, enviou uma carta aberta ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, em que manifesta o seu “protesto” com o projecto de lei proposto em Maio pela deputada não inscrita Cristina Rodrigues, que visa criminalizar o recurso à prostituição e punir os clientes com pena de prisão até um ano ou multa, mas não penalizar quem se prostitui. Segundo o MTS, trata-se de uma “proposta sustentada meramente em preceitos moralistas e numa concepção de pecado que mais não faria do que reforçar a insegurança e o estigma que pendem sobre quem escolhe, de uma forma livre, voluntária e consciente, o exercício da actividade”. O movimento, que se apresenta como “um colectivo de representação e de luta pelos direitos laborais de trabalhadores do sexo”, defende, assim, “a total descriminalização e o reconhecimento do trabalho sexual”.
Diário de Notícias
Morte de Ihor. Seguranças privados suspeitos de crimes sem sanções da PSP.
PSP diz que vai esperar pela conclusão do processo judicial para tomar medidas em relação aos seguranças da Prestibel constituídos arguidos. O advogado da família de Ihor, José Schwalbach, confessa-se “assustado” por estes seguranças continuarem ao serviço.
“A omissão de auxílio a Ihor ficou clara, bem como o à-vontade com que utilizaram a fita adesiva para o amarrar. São pessoas que me assustam enquanto cidadão.”
Talibãs declaram Emirado Islâmico do Afeganistão e mudam símbolos. Duas pessoas morreram após disparos dos extremistas.
Talibãs declararam o Emirado Islâmico do Afeganistão e mostraram novo símbolo que estará na bandeira e brasão de armas, no dia de independência do país. Duas pessoas morreram em desfile.
Talibãs perseguem e ameaçam de morte quem colabora com as Nações Unidas e a NATO
Apesar de prometerem que iam “perdoar” todos os afegãos, os talibãs estão a perseguir, a “prender” ou “a ameaçar de morte” aqueles que trabalhem para as Organização das Nações Unidas (ONU) e para a Nato, denuncia um relatório da ONU a que a BBC teve acesso.
O documento indica que as pessoas que trabalham para a polícia e nas forças armadas são aqueles que estão mais em risco. “Os talibãs têm elaborado um mapeamento dos indivíduos [mais importantes] antes de controlarem as maiores cidades”, lê-se ainda.
Talibãs assinalam derrota dos EUA no dia da independência do Afeganistão
Os talibãs celebraram hoje o dia da independência do Afeganistão após o domínio britânico com uma declaração de vitória contra os Estados Unidos, que consideraram como “outro arrogante do poder no mundo”.
“Felizmente, hoje estamos a celebrar o aniversário da independência da Grã-Bretanha. Ao mesmo tempo, como resultado da nossa resistência jihadista, forçámos outro arrogante do poder do mundo, os Estados Unidos, a falhar e a recuar do nosso território sagrado do Afeganistão”, disseram os talibãs, numa declaração citada pela agência Associated Press.
O Dia da Independência do Afeganistão comemora o tratado de 19 de Agosto de 1919, que pôs fim ao domínio britânico na nação da Ásia Central.
Depois de terem imposto um regime extremista no Afeganistão entre 1996 e 2001, os talibãs conquistaram novamente o poder no domingo, depondo o Governo do Presidente, Ashraf Ghani, eleito em 2014.
Portugal recebe refugiados afegãos ainda este mês, diz ministro da Defesa
Os primeiros refugiados afegãos chegam a Portugal ainda em Agosto, avançou esta manhã o ministro da Defesa.
A prioridade retirar o mais rápido possível os estrangeiros que queiram sair e os colaboradores afegãos que trabalharam para organizações internacionais, explicou Gomes Cravinho aos jornalistas.
“Aquilo que importa nestes próximos dias, temos que tratar do imediato e o imediato é retirar do Afeganistão todos os estrangeiros que lá estão e que querem sair, todos os afegãos que trabalharam ao longo dos anos com as forças estrangeiras, com as nossas forças por exemplo, com as forças da NATO com a delegação da UE, com a representação das Nações Unidas e portanto são bastantes milhares de afegãos e o fundamental nestes próximos dias é assegurar que possam sair, junto com as suas famílias, em segurança”, apontou.
Rússia garante que "talibãs não controlam todo o território do Afeganistão"
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, disse hoje que se está a formar uma resistência armada aos talibãs no norte do Afeganistão, em Panjshir Valley, liderado pelo vice-presidente Amrullah Saled.
“Os talibãs não controlam todo o território do Afeganistão”, garantiu Sergey Lavrov numa entrevista que o Al Jazeera dá conta.
Quem vai ser o Presidente, com que legitimidade e em que regime? O que ainda não se sabe sobre o Afeganistão dos talibãs
Os talibãs capturaram o Afeganistão em menos de dois meses, mas ainda não explicaram como o vão governar. O que se segue agora? Quem irá liderar o país? E podemos acreditar nas suas promessas?
Afeganistão. Thomas Barfield: "Joe Biden criou um problema onde ele não existia"
Thomas Barfield, antropólogo que conhece a sociedade afegã como poucos ocidentais, diz que os EUA acumularam erro atrás de erro e alerta para o “perigo real” que se pode voltar a gerar no Afeganistão.
Os nazis do refeitório em duas rodas.
Os nossos miúdos não hão de ser obesos. Podem congelar todos os Invernos e assar no Verão em salas de aula que deixam entrar a chuva, em escolas até hoje cobertas de amianto cancerígeno e cujos pavilhões desportivos
estão fechados a cadeado há anos, redefinindo-se o desporto escolar em aulas de teoria do basquete ou regras do salto de trampolim. Podem ter de fintar ratos e baratas no recreio e ter vómitos só de pensar numa urgência que os obrigue a utilizar as casas de banho imundas, tantas vezes sem sabonete, papel higiénico ou condições de limpeza mínimas. Podem não ter material escolar, porque o dinheiro dos pais, ainda mais encolhido pela crise pandémica, tem de servir para fazer face a outras contas e o Estado só garante apoio aos miseráveis letrados, aqueles que sejam capazes de preencher tanto os requisitos de pobreza extrema quanto os formulários exigidos para receber apoios. Pelo menos têm os manuais escolares de graça… desde que frequentem o ensino público, que isso do privado é coisa de capitalistas que não merecem nada. Podem até passar um ano lectivo inteiro sem professores de certas disciplinas, sem meios digitais que garantam que as lições lhes são passadas se a Covid voltar a impedi-los de ir para a escola e sem profissionais de apoio psicológico capazes de os ajudar a refocarem-se depois de dois anos de pandemia. Mas obesos não serão!
Se, aqui chegado, lhe parece esta descrição exagerada, vá reler as notícias que se publicam todos os anos – mudam as escolas, os locais, mantém-se o pesadelo das crianças, bem real até em algumas das melhores do centro de Lisboa.
Mas agora tudo vai mudar. Os miúdos até podem não ter o que se exige para garantir as condições mínimas de aprendizagem, mas vão ter bares só com comida saudável e bicicletas à porta para aprender a andar sobre duas rodas. Valham-nos esses três milhões de euros da ‘bazuca’ que vão direitinhos para a compra de bicicletas escolares (e mais uns trocos para pagar professores de ciclismo?). Que isso, sim, é fundamental.
Num país com mar e rios, lagoas e barragens de norte a sul – e no qual todos os anos morrem largas dezenas de pessoas por afogamento –, podíamos estar a ensinar os miúdos a nadar, a remar, a navegar, a surfar.
Mas isso pouco faria para justificar as ciclovias quase desertas que proliferam por aí. Se os ensinarmos, eles virão! Os jovens ciclistas de barriga cheia de água da torneira e saladas, a quem soubemos proibir o chouriço, os rissóis e os doces conventuais de que Portugal é exímio fazedor a tempo de os salvar do pior destino.
Há quem pense que estes hábitos se criam em casa, que uma alimentação equilibrada e a necessidade de exercitar corpo e mente não se impõem, antes se educam, se explicam, se adquirem, sobretudo alargando o conhecimento às famílias. Que as prioridades devem ser bem pesadas na balança.
Mas quem nos governa não vai em cantigas e sabe bem que tem de impor aquilo que sabe que é melhor para si e para os seus filhos do que o caro leitor. Mesmo que nos ministérios, nas direcções-gerais, nas estruturas públicas em geral se mantenham os piores hábitos possíveis.
Pode haver gordos diabéticos, hipertensos e sedentários a assinar decisões, mas não restará nenhum no recreio! Nem que seja preciso proibir o uso de consolas de jogos a menores. Lá chegaremos…
A menos, claro, que, em vez de comerem o que a escola lhes proporciona, as crianças levem chocolates de casa, almocem na hamburgueria ao lado, lanchem na pizaria da esquina ou passem pela pastelaria logo de manhã para comprar bolos e snacks não aprovados pelos nazis do refeitório – mas nesse caso quem sabe alguns ainda façam negócio a vender petiscos aos colegas, e promove-se o empreendedorismo escolar.
Os nazis do refeitório em duas rodas.
Joana Petiz
Subdirectora do Diário de Notícias