quarta-feira, 5 de junho de 2019

Olof Palme

Olof Palme foi assassinado na rua mais movimentada de Estocolmo com um tiro nas costas, uma quantidade de pessoas assistiram, mas o assassino nunca foi descoberto. Foi há 30 anos e o mistério continua a pairar sobre as razões e a mão que matou o primeiro-ministro sueco que não hesitava a misturar-se com a multidão e que, naquela (Fevereiro de 1986) como noutras noites anteriores dispensou a segurança pessoal. Este audio long read do Guardian oferece-lhe uma história bem contada para revisitar aqueles dias e atualizar investigações ulteriores como as que indicavam estudos deixados pelo jornalista Stig Larsson (autor da trilogia “Millennium”) e que apontam novas implicações. O jornalista sueco Jan Stoklassa escreveu um livro sobre a morte de Palme (à venda em Portugal desde ontem) e declarou à agência Lusa que a resolução do crime poderá estar para breve. Trata-se de "Stieg Larsson - Os arquivos secretos e a sua alucinante caça ao assassino de Olof Palme” (editora Planeta, 468 páginas). Ainda só ouvi o podcast do Guardian, que encontra aqui também em texto. Cristina Peres  Jornalista de Internacional

SEF desmantela rede europeia por tráfico de seres humanos.

SEF. Serviço de Estrangeiros e Fronteiras desmantela rede europeia de tráfico de seres humanos também indiciada por associação criminosa, lenocínio agravado e branqueamento de capitais. Foram detidos oito estrangeiros de um grupo criminoso que explorava mulheres sexualmente. Os suspeitos foram detidos em Aveiro, Albergaria-a-Velha, Ílhavo e Gafanha da Nazaré.

Abdesselam Tazi

Ministério Público quer que Abdesselam Tazi, acusado de recrutar em Portugal jihadistas para a Síria, cumpra pena de prisão efectiva por crimes de terrorismo. Advogado do suspeito estranha que a pessoa alegadamente aliciada por Tazi não tenha sido ouvida durante o processo. Toda a história aqui.

comemorações dos 75 anos do Dia-D

Comoção pelo passado, simbologia pelo presente. Começam hoje dois dias de comemorações dos 75 anos do Dia-D. Vários foram os pedidos para que as cerimónias se centrassem nos veteranos e não na presença de Donald Trump na Normandia. Em Portsmouth, do lado britânico do Canal da Mancha, a rainha e Theresa May, a PM britânica ainda por dois dias, recebem Trump, o PR francês, Emmanuel Macron e o PM do Canadá, Justin Trudeau. Lembra-se a véspera do desembarque das tropas aliadas em 1944, esperando que, no presente, se mantenha a aliança transatlântica.

Trump em Londres.

O PR norte-americano “livrou-se” do mayor da capital britânica, Sadiq Khan, e do líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, que não apareceu durante a visita oficial em sinal de protesto, e declarou que as manifestações de protesto contra ele em Londres nunca existiram, eram fake news. Em casa, e esafiando os próprios republicanos, partido que apoiou a sua candidatura à presidência, Trump insistiu na ameaça de impor tarifas alfandegárias ao México.

Rússia - China

Xi Jinping chegou esta manhã a São Petersburgo acompanhado por um exército de funcionários do Estado e homens de negócios e é o convidado de honra do Fórum Económico Internacional, que ali se reúne. A visita do PR chinês simboliza a viragem da Rússia para a China no momento em que Pequim se confronta com Washington.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

The Donald goes to London

Not again!... Donald Trump tem talentos vários, e um deles é ser um desastre diplomático onde era tão fácil ter sucesso. Na véspera de uma visita de três dias ao Reino Unido que começa hoje, disse que os britânicos já deviam ter saído da União Europeia sem acordo, abandonado as conversações sem pagar um cêntimo, que o eurocético Nigel Farage devia ter sido envolvido nas negociações de saída da UE, e que apoiará Boris Johnson para líder do Partido Conservador. Adivinha-se uma semana tristemente animada pelas duas democracias que tínhamos como referência a cometerem atos suicidas ao vivo e a cores... So sad...
E o mayor chama-lhe fascista. O presidente da câmara de Londres, Sadiq Khan, comparou ontem a linguagem utilizada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para mobilizar os seus apoiantes à dos "fascistas do século XX". Num
artigo no jornal The Observer, Khan criticou as honras com que o Presidente norte-americano será recebido no país e comparou-o aos "divisionistas dos fascistas" - a par dos novos líderes populistas europeus - que tentam ganhar apoio com novos métodos sinistros, enquanto ganham terreno poder e influência em lugares inimagináveis há alguns anos.


domingo, 2 de junho de 2019

"Ana Leal": secretária de Estado, Maria do Céu Albuquerque, acusada de arruinar empresário de Abrantes.

Jorge Ferreira Dias foi um dos homens mais ricos de Abrantes, com um património avaliado em oito milhões de euros, mas hoje vive do subsídio de reinserção social.

Ver aqui: https://tvi24.iol.pt/videos/sociedade/ana-leal-secretaria-de-estado-acusada-de-arruinar-empresario-de-abrantes/5cf01c520cf2bfa3e197a134

Banca pode eliminar mais 700 caixas multibanco.

Será interessante a justificação dos bancos para o encargo com as caixas ATM, ser superior aos benefícios. Ou porque razão os benefícios são tão poucos comparado com os custos? Um ou os dois não batem certo, e se este governo for na conversa preliminar que os bancos estão a fazer para preparar as pessoas para mais uma desgraça que ai nos vem cobrar.

É preciso ser muito miserável mentalmente!

O número de caixas multibanco desceu pela primeira vez a nível mundial em 2018. Mas em Portugal já se assiste a essa redução desde 2010. Foram eliminados 3600 equipamentos desde essa data.

A tendência vai manter-se. Deverão desaparecer mais 700 caixas multibanco até 2024, segundo estimativas da consultora britânica RBR disponibilizadas ao Dinheiro Vivo.

No ano passado, o número de caixas multibanco caiu a nível global “devido ao impacto do fecho de balcões e do aumento da popularidade dos pagamentos através de canais mobile”, refere a consultora especializada em serviços bancários. Em Portugal, a explicação para a redução da rede multibanco tem que ver com o encerramento de balcões.

Em apenas cinco anos, os maiores bancos do país cortaram 1145 agências, uma redução de 20%, segundo cálculos do Dinheiro Vivo. Um estudo do Centro de Estudos Políticos Europeus sobre as perspectivas para o mercado de caixas automáticos apontava o elevado encerramento de balcões dos bancos como o principal motivo para a diminuição da rede multibanco em Portugal.

Os cortes nos balcões forçaram também os bancos a instalar mais caixas automáticos fora das suas próprias instalações, o que lhes tira rentabilidade. Nos multibancos remotos, os bancos facturam em média 20,3 mil euros com cada máquina e assumem uma despesa de 21,5 mil euros, segundo contas do CEPS. Os equipamentos nos seus próprios balcões dão lucro.

Além do encerramento de agências, a conversão de clientes aos meios digitais também contribui para a redução de caixas multibanco. Essa tem sido a estratégia dos bancos. Querem incentivar os clientes a utilizar os meios digitais nas suas operações bancárias.

Também o Banco de Portugal tem defendido que se privilegie instrumentos de pagamento mais eficientes, como os débitos directos e as transferências imediatas.

Apesar desses esforços, o CEPS nota que “em Portugal ainda se depende de forma significativa do numerário e não se está a alterar de forma rápida a tendência para outros métodos de pagamento”. Assim, à medida que se recorra mais aos serviços bancários digitais, o mais provável é que as instituições financeiras possam continuar a reduzir a presença física, seja através de balcões ou de caixas automáticos.

ZAP //

Fundos europeus terão sido usados em casas e carros de luxo. Há já 15 arguidos e 19 buscas por todo o país.

A Polícia Judiciária realizou hoje 19 buscas em todo o país por suspeitas de fraude na obtenção de subsídios, fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação de documentos e constituiu pelo menos 15 arguidos.

Fonte da PJ adiantou à agência Lusa que a operação é da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e está relacionada com uma investigação que teve início há cerca de dois anos. Um dos alvos é Adelino Mendes, chefe de gabinete do Secretário de Estado da Protecção Civil.

Em causa estão suspeitas de fraude na obtenção de subsídios comunitários, fraude fiscal, fraude e branqueamento de capitais e falsificação de documentos.

Segundo a mesma fonte, até ao momento não foram efectuadas detenções, tendo sido apenas constituídos “cerca de dezena e meia de arguidos, podendo o número ainda aumentar”.

Os empresários tinham em curso um esquema que passava pela aplicação das verbas dos subsídios em fins que não os previstos. As verbas, que estavam destinadas a criar riqueza e gerar emprego em diversas áreas, terão sido usadas em carros e casas de luxo, de acordo com a TSF.

Na operação estão envolvidos cerca de 100 operacionais, entre os quais elementos da UNCC, da PJ do Porto, Faro e Lisboa e ainda três magistrados do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e dois funcionários da Autoridade Tributária.

No dia 23 de Maio de 2017, no decurso da operação “Inovar”, a PJ deteve duas pessoas por fraude na obtenção de subsídio, desvio de subsídio e falsificação de documentos após uma investigação relacionada com os apoios comunitários do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).

Na operação foram também constituídos 21 arguidos, 12 pessoas singulares e nove empresas, e apreendidos 12 veículos de gama alta, além de diverso material relacionado com a prática da actividade criminosa em investigação.

Na ocasião a PJ explicou que a fraude consistia “na sobrefacturação de máquinas e equipamento com vista ao inflacionamento de incentivos a receber no âmbito do QREN” e que a investigação ia prosseguir para recolha de prova e apuramento dos benefícios económicos ilegitimamente obtidos em prejuízo do Estado português, cujo valor global ultrapassará os cinco milhões de euros.

Um dos dois detidos em 2017, advogado de profissão chegou a estar em prisão preventiva e a outra detida, consultora, ficou suspensa do exercício de profissão e proibida de contactos.

ZAP // Lusa

O que é feito da elite de Bilderberg? 76 portugueses foram a este clube secreto em 51 anos.

Oficialmente, o Grupo de Bilderberg é um fórum para que os cerca de 130 participantes discutam livremente e ajudem a melhorar as relações entre a Europa e a América do Norte e já existe desde 1954. Mas o secretismo é a sua imagem de marca. Os jornalistas não são convidados para cobrir o evento, os convidados podem usar a informação — desde que não identifiquem quem o disse, ou a afiliação dessa pessoa — e todos participam como cidadãos privados (o acesso é feito exclusivamente por convite), mas o desfile de personalidades inclui várias das pessoas mais influentes do mundo. Este ano, em Portugal, é a vez de Fernando Medina e Estela Barbot acompanharem o já veterano Durão Barroso à conferência na Suíça, mas há muitos políticos no activo que já passaram por estas reuniões: como o Presidente a República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro António Costa e o líder do PSD Rui Rio. Também há outros em cargos de maior destaque, como António Guterres, actual secretário-geral das Nações Unidas, e António Vitorino, alto-comissário da ONU para os Refugiados, e alguns caídos em desgraçada, como José Sócrates e Ricardo Salgado.

O primeiro português de que há registo que participou numa reunião do Grupo de Bilderberg foi Manoel Maria Sarmento Rodrigues, que foi ministro das Colónias e do Ultramar (1950 e 1951) e, entre 1961 e 1964, foi governador-geral de Moçambique. Este não foi o único ministro do regime de Salazar que participou na reunião. Alberto Franco, ministro dos Negócios Estrangeiros e colaborador próximo de Salazar também participou em 1967, 1968 e 1972.

Normalmente, Portugal tem tido entre um e três representantes nestas reuniões de três dias, que se realizam todos os anos num local diferente. A grande excepção foi em 1999, quando a reunião aconteceu em Sintra. Nesse ano foram convidados 10 portugueses, entre eles Jorge Sampaio, Presidente da República, Francisco Pinto Balsemão, antigo primeiro-ministro, Ricardo Salgado, presidente do BES, Artur Santos Silva, presidente do BPI, Murteira Nabo, presidente da PT, e até Nicolau Santos, na altura jornalista e director do semanário Expresso (e actual presidente da Agência Lusa).

O mais experiente nestas reuniões é, de longe, Francisco Pinto Balsemão, que foi convidado para fazer parte da reunião em 33 anos dos 67 em que esta se realizou. Francisco Pinto Balsemão foi membro do conselho de director do grupo de Bilderberg até 2015, altura em que passou a pasta a Durão Barroso, que já participou sete vezes na reunião anual. A primeira em 1994 quando era ministro dos Negócios Estrangeiros, a segunda em 2003 quando era primeiro-ministro, e as restantes já depois de sair da Comissão Europeia e passar a chairman do Goldman Sachs International.

Vítor Constâncio, ex-governador do Banco de Portugal e ex-vice-presidente do Banco Central Europeu também foi convidado por três ocasiões: em 1977 e 1978 enquanto ministro das Finanças e em 1988 quando era líder do PS.

Mas a lista é longa e inclui muitos políticos no activo e outros já no sector privado (ou na reforma). Do lado do PS, estão por exemplo António Costa. O actual primeiro-ministro foi convidado em 2008, quando era presidente da Câmara Municipal de Lisboa, juntamente com Rui Rio, o actual líder do PSD, que era à data presidente da Câmara Municipal do Porto. Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, Inês de Medeiros, presidente da Câmara de Almada, Eduardo Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, são alguns dos nomes dos lados socialistas que já foram ao evento no passado e ainda estão no activo.

Mas há muitos outros nomes de socialistas que já não estão na vida política activa, que passaram pelas reuniões desse grupo envolto em secretismo:

José Sócrates foi convidado em 2004 quando era deputado do PS. Pouco depois seria eleito primeiro-ministro de Portugal duas vezes. Saiu em 2011, depois de Portugal pedir resgate e é actualmente investigado pela justiça portuguesa. António Guterres foi em 1990 quando era líder parlamentar do PS e novamente em 2005 já depois de ser primeiro-ministro. É o actual secretário-geral das Nações Unidas. António José Seguro foi em 2013 quando era secretário-geral do PS. Hoje está afastado da vida política. Fernando Teixeira dos Santos foi em 2010, quando era ministro das Finanças e menos de um ano antes de Portugal pedir o resgate ao FMI e à União Europeia. É o actual presidente do BIC Portugal. Elisa Ferreira foi convidada em 2002 quando era deputada do PS no Parlamento português. É actualmente vice-governadora do Banco de Portugal. Manuel Pinho foi convidado em 2009 quando era ministro da Economia do Governo de José Sócrates. Actualmente é professor de economia adjunto na Universidade de Columbia, em Nova Iorque. E está a braços com a Justiça no caso dos CMEC.

Do lado PSD, há menos políticos no activo, mas há mais sociais-democratas na lista que socialistas. Desde logo, Francisco Pinto Balsemão, que foi convidado pela primeira vez em 1981 e é o português que mais vezes participou neste fórum. No activo, estão ainda Maria Luís Albuquerque, actualmente deputada do PSD, Paulo Rangel, eurodeputado pelo PSD, e Rui Rio, o líder do partido, podendo ainda contar com Marcelo Rebelo de Sousa. O actual Presidente da República foi à reunião de 1998, na Escócia, quando era líder do PSD. Entre os políticos do PSD que já não estão politicamente activos, além de Francisco Pinto Balsemão e Durão Barroso, estiveram ainda nestas reuniões, entre outros:

Manuela Ferreira Leite foi convidada em 2009, quando era líder do PSD, já depois de ser ministra das Finanças. Está afastada da vida política activa. Paulo Macedo foi à reunião em 2014 quando era ministro da saúde. Actualmente é presidente da Caixa Geral de Depósitos. Nuno Morais Sarmento foi em 2005, quando era deputado do PSD e já depois de ter desempenhado funções de ministro de Estado e da Presidência. Continua a sua actividade como advogado e é vice-presidente do PSD de Rui Rio. Jorge Moreira da Silva foi convidado em 2012, quando era primeiro vice-presidente do PSD. Mais tarde foi ministro do Ambiente e actualmente é director-geral de Desenvolvimento e Cooperação da OCDE. Pedro Santana Lopes participou na reunião em 2004, ainda como presidente da Câmara Municipal de Lisboa, mas pouco antes de ser nomeado primeiro-ministro em substituição de Durão Barroso, que assumiu a presidência da Comissão Europeia. Actualmente desvinculado do PSD, criou o partido Aliança. Fernando Faria de Oliveira foi convidado pela primeira vez em 1987, quando era vice-presidente da IPE, uma holding que geria as participações do Estado (entretanto extinta), e novamente em 1993, quando já era ministro do Comércio e do Turismo de Aníbal Cavaco Silva. É o actual presidente da Associação Portuguesa de Bancos, e também foi presidente da Caixa Geral de Depósitos entre 2008 e 2011.

A lista é longa e inclui outras personalidades da vida portuguesa nas últimas décadas, como Ricardo Salgado, ex-presidente do BES e agora a braços com a justiça, e o seu tio, Manuel Espírito Santo Silva, um dos primeiros portugueses a integrar estas reuniões. Também Artur Santos Silva, ex-presidente do BPI e actual presidente da Fundação La Caixa. Mas também Paulo Portas, vice-primeiro-ministro de Pedro Passos Coelho.

Na história deste evento, foram ainda convidados quatro jornalistas. Nicolau Santos, na altura director do Expresso e actual presidente da Agência Lusa, Margarida Marante, uma das fundadoras da SIC, Clara Ferreira Alves e José Eduardo Moniz, à data presidente da RTP. Veja aqui a lista de todos os portugueses que participaram na reunião de que há registo:

2019:

José Manuel Durão Barroso, Chairman da Goldman Sachs e ex-presidente da Comissão Europeia Estela Barbot, membro da administração da REN Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa

2018:

José Manuel Durão Barroso, Chairman da Goldman Sachs e ex-presidente da Comissão Europeia Paula Amorim, chairman do Grupo Amorim Isabel Mota, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian

2017:

José Manuel Durão Barroso, Chairman da Goldman Sachs e ex-presidente da Comissão Europeia José Luís Arnaut, managing partner da CMS Rui Pena & Arnaut

2016:

José Manuel Durão Barroso, Chairman da Goldman Sachs e ex-presidente da Comissão Europeia Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças de Portugal entre 2013 e 2015, deputada do PSD Carlos Gomes da Silva, CEO da Galp Energia

2015:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa José Manuel Durão Barroso, Chairman da Goldman Sachs e ex-presidente da Comissão Europeia António Vitorino, partner da Cuetracasas Gonçalves Pereira

2014:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa Paulo Macedo, ministro da Saúde (atual presidente da Caixa Geral de Depósitos) Inês de Medeiros, deputada do Partido Socialista (atual presidente da Câmara de Almada)

2013:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa Paulo Portas, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros António José Seguro, secretário-geral do Partido Socialista

2012:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa Jorge Moreira da Silva, vice-presidente do PSD (mais tarde ministro do Ambiente do Governo de Pedro Passos Coelho e atual diretor-geral de Desenvolvimento e Cooperação da OCDE) Luís Amado, chairman do Banif (antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de José Sócrates e atual membro do conselho de administração do BCP)

2011:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa, Clara Ferreira Alves, jornalista e escritor António Nogueira Leite, membro da administração da José de Mello Investimentos

2010:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa Paulo Rangel, eurodeputado do PSD Fernando Teixeira dos Santos, ministro das Finanças de Portugal (atualmente presidente do BIC Portugal)

2009:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa Manuela Ferreira Leite, líder do PSD Manuel Pinho, ministro da Economia e da Inovação

2008:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa, António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (atual primeiro.ministro de Portugal), Rui Rio, presidente da Câmara Municipal do Porto (atual líder do PSD)

2007:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa, Leonor Beleza, Presidente da Fundação Champalimaud

2006:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa José Pedro Aguiar Branco, antigo ministro da Justiça e deputado do PSD Augusto Santos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares (atual ministro dos Negócios Estrangeiros)

2005:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa, António Guterres, presidente da Internacional Socialista e antigo primeiro-ministro de Portugal (atual secretário-geral das Nações Unidas) Nuno Morais Sarmento, antigo ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, deputado do PSD

2004:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa e ex-primeiro-ministro de Portugal Pedro Santana Lopes, presidente da Câmara Municipal de Lisboa e José Sócrates, deputado do PS

2003:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa e ex-primeiro-ministro de Portugal José Manuel Durão Barroso, primeiro-ministro de Portugal Eduardo Ferro Rodrigues, líder do Partido Socialista e deputado do PS (atualmente presidente da Assembleia da República)

2002:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa e ex-primeiro-ministro de Portugal António Borges, vice-chairman e managing director da Goldman Sachs. Elisa Ferreira, deputada do PS e antiga ministra do Planeamento (atualmente vice-governadora do Banco de Portugal)

2001:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa e ex-primeiro-ministro de Portugal Guilherme d’Oliveira Martins, ministro da Presidência Vasco Graça Moura, eurodeputado PSD.

2000:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa e ex-primeiro-ministro de Portugal Teresa Patrício Gouveia, deputada do PSD

1999, Sintra, Portugal:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa e ex-primeiro-ministro de Portugal Joaquim Freitas do Amaral, deputado João Gomes Cravinho, ministro das Infraestruturas e do Planeamento Eduardo Marçal Grilo, ministro da Educação Vasco de Mello, CEO do Grupo José de Mello Francisco Murteira Nabo, CEO da Portugal Telecom Ricardo Salgado, CEO do Grupo Espírito Santo Jorge Sampaio, Presidente da República Nicolau Santos, jornalista e diretor do semanário Expresso (atual presidente da Agência Lusa) Artur Santos Silva, presidente e CEO do grupo BPI

1998:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa e ex-primeiro-ministro de Portugal Vasco Pereira Coutinho, Chairman da IPC Holding Miguel Horta e Costa, vice-presidente da Portugal Telecom Marcelo Rebelo de Sousa, líder do PSD

1997:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa e ex-primeiro-ministro de Portugal, António Borges, reitor do INSEAD José Manuel Galvão Teles, fundador da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados (MLGTS) e membro do Conselho de Estado de Jorge Sampaio e Ricardo Salgado, CEO do Banco Espírito Santo

1996:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa e ex-primeiro-ministro de Portugal Margarida Marante, jornalista e membro da equipa fundadora da SIC António Vitorino, ministro da Presidência e ministro da Defesa

1995:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa e ex-primeiro-ministro de Portugal Luís Mira Amaral, ministro da Indústria e da Energia Manuel Maria Carrilho, professora de sociologia

1994:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa e ex-primeiro-ministro de Portugal José Manuel Durão Barroso, ministro dos Negócios Estrangeiros Miguel Veiga, advogado e fundador do PSD.

1993:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Sojornal sarl e ex-primeiro-ministro de Portugal Nuno Brederode Santos, membro do Partido Socialista e colunista do semanário Expresso Fernando Faria de Oliveira, ministro do Comércio e do Turismo (atual presidente da Associação Portuguesa de Bancos)

1992:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Sojornal sarl e ex-primeiro-ministro de Portugal António Barreto, sociólogo e antigo ministro da Agricultura Roberto Carneiro, antigo ministro da Educação e consultor do Banco Mundial

1991:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Sojornal sarl e ex-primeiro-ministro de Portugal Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente Carlos Pimenta, eurodeputado e antigo secretário de Estado do Ambiente

1990:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Sojornal sarl e ex-primeiro-ministro de Portugal João de Deus Pinheiro, ministro dos Negócios Estrangeiros António Guterres, líder parlamentar do Partido Socialista

1989:

Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Sojornal sarl e ex-primeiro-ministro de Portugal Rui Machete, presidente da Função Luso-Americana, antigo ministro da Justiça. Jorge Sampaio, secretário-geral do Partido Socialista

1988:

Francisco Pinto Balsemão, diretor do semanário Expresso e ex-primeiro-ministro de Portugal Vítor Constâncio, líder do Partido Socialista e antigo governador do Banco de Portugal e secretário de Estado do Orçamento e do planeamento (viria a assumir novamente o cargo de governador do Banco de Portugal e posteriormente de vice-presidente do Banco Central Europeu). Francisco Lucas Pires, eurodeputado e antigo líder do CDS-PP

1987:

Francisco Pinto Balsemão, diretor do semanário Expresso e ex-primeiro-ministro de Portugal José Eduardo Moniz, diretor de informação da RTP Fernando Faria de Oliveira, vice-presidente do IPE

1986:

Artur Santos Silva, presidente do BPI Leonardo Mathias, embaixador de Portugal em Washington

1985:

Francisco Pinto Balsemão, diretor do semanário Expresso e ex-primeiro-ministro de Portugal José Manuel Torres Couto, secretário-geral da UGT Ernâni Lopes, ministro das Finanças de Portugal

1984:

Francisco Pinto Balsemão, diretor do semanário Expresso e ex-primeiro-ministro de Portugal André Gonçalves Pereira, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros (durante os governos de Francisco Balsemão) Emílio Rui Vilar, vice-governador do Banco de Portugal

1983:

Francisco Pinto Balsemão, primeiro-ministro de Portugal e Rogério Martins, Chairman da Simopre e antigo secretário de Estado da Indústria

1982:

Rogério Martins, Chairman da Simopre e antigo secretário de Estado da Indústria e Alexandre de Azeredo Vaz Pinto, antigo ministro do Comércio

1981:

Francisco Pinto Balsemão, primeiro-ministro de Portugal

1980:

José Medeiros Ferreira, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros no primeiro governo constitucional liderado por Mário Soares até 1978. Co-fundador do Movimento Reformador.

1979:

Vítor Constâncio, ministro das Finanças de Portugal

1978:

Vítor Constâncio, ministro das Finanças de Portugal

1977:

José Medeiros Ferreira, ministro dos Negócios Estrangeiros do primeiro governo constitucional

1972:

Manuel Espírito Santo Silva, presidente do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (BESCL) entre 1955 e 1973. Alberto Franco Nogueira, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e colaborador próximo de António de Oliveira Salazar

1968:

Alberto Franco Nogueira, ministro dos Negócios Estrangeiros e colaborador próximo de António de Oliveira Salazar

1967:

Alberto Franco Nogueira, ministro dos Negócios Estrangeiros e colaborador próximo de António de Oliveira Salazar

1966:

Manuel Espírito Santo Silva, presidente do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (BESCL) entre 1955 e 1973.

1963:

Marcello Mathias, embaixador de Portugal em Paris (cargo que ocupou durante 24 anos) e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros

1962:

Marcello Mathias, embaixador de Portugal em Paris (cargo que ocupou durante 24 anos) e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros

1960:

Manoel Maria Sarmento Rodrigues, nomeado governador da Guiné em 1945, foi ministro das Colónias e do Ultramar (1950 e 1951). Entre 1961 e 1964 foi governador-geral de Moçambique.

1959:

Manoel Maria Sarmento Rodrigues, nomeado governador da Guiné em 1945, foi ministro das Colónias e do Ultramar (1950 e 1951). Entre 1961 e 1964 foi governador-geral de Moçambique.]]

sábado, 1 de junho de 2019

As viúvas de um pinga-amor

O PS tem uma queda fatal para dar ares de pinga-amor. Esbanja apaixonadas declarações de total entrega e absoluta fidelidade à coisa pública em geral, ou em particular à educação, ao Serviço Nacional de Saúde, à protecção dos trabalhadores através da legislação laboral, para depois, com relativa frequência rasgar as vestes e passar a ideia de que tudo não terá passado, afinal, de amores de Verão.

Aí está António Costa para o demonstrar uma vez mais. Está já a preparar o programa eleitoral para as legislativas de Outubro e, sobretudo, não pretende deixar o partido adormecer à sombra dos resultados europeias. Costa aponta quatro prioridades para serem discutidas nas quatro convenções destinadas a preparar o programa eleitoral: alterações climáticas; desafio demográfico; transição para a sociedade digital; e combate às desigualdades.

Após a reunião da comissão política nacional, e numa intervenção aberta à comunicação social, o primeiro-ministro apontou a necessidade de um esforço redobrado para a aprovação de diplomas-chave, como a Lei de Bases da Saúde, a nova lei laboral ou o Programa Nacional de Infra-estruturas.

Nada de particularmente difícil, dir-se-ia, dados os acordos de incidência parlamentar existentes com a esquerda do PS. PCP e BE assumem ideias e posições muito claras sobre a Lei de Bases da Saúde ou a legislação laboral.

Como qualquer vulgar pinga-amor, o PS faz lembrar a tragicomédia “Frágua do Amor”, representada em Évora em 1524 na festa do casamento do rei D. João III com a rainha D. Catarina. Com Cupido a assumir um lugar central, mestre Gil Vicente aborda o problema das identidades desejadas, mas não conseguidas por falta de empenho ou de autenticidade. Em palavras mais simples, Sérgio Godinho pergunta se pode alguém ser quem não é.

Ora, o PS tem andado a pedir namoro à esquerda e à direita para aprovar a nova Lei de Bases da Saúde, e depois de ter dado o dito por não dito, chegou a acordo com a direita na legislação laboral.

Rui Rio, homem muito frontal, já veio avisar que não vai na conversa. Não é pessoa para dois amores. Assim, esclareceu que “o PSD está totalmente disponível para acatar sugestões do PS”... na aprovação da lei do PSD.

Como se escreve no Expresso, “os socialistas vão deitar a toalha ao chão”. Já não acreditam ser possível salvar a nova Lei de Bases da Saúde. O chumbo anunciado do PSD e o que o PS classifica como “a ‘enorme intransigência’ do Bloco de Esquerda”, deitam por terra as hipóteses de aprovação de uma nova lei. O PCP, assegurava ontem à noite António Filipe na SIC Notícias, manterá uma posição de abertura negocial até o último momento.

O dilema é o de sempre. O PS gosta de usufruir dos benefícios resultantes da sua inclusão no clube da esquerda, mas não gosta de assumir as consequências da opção coerente e consistente das decisões à esquerda. Por isso acaba por ter tendência a entender-se com a direita em questões tão estruturantes para a definição de uma política de esquerda, como são a Lei de Bases da Saúde ou a legislação laboral. Ficam cobertas com o véu de viúvas do PS.  Valdemar Cruz  - Jornalista

170 das obras adquiridas com dinheiros do erário público desapareceram.

O Estado português, no longínquo ano de 1976, quando o escritor David Mourão-Ferreira era secretário de Estado da Cultura, deu início à aquisição de obras de arte de forma a constituir uma Colecção – que não existia por cá. À chamada Colecção SEC juntou-se a Colecção Nacional de Fotografia, curada por Jorge Calado (colaborador do Expresso), em 1987, ao tempo em que Teresa Patrício Gouveia era secretária de Estado. Sucede que 170 das obras adquiridas com dinheiros do erário público desapareceram. Não são coisas de somenos: tratam-se de obras assinadas por Maria Helena Vieira da Silva, Júlio Pomar (pelo menos um dos desenhos preparatórios para os frescos do Cinema Batalha, no Porto, mais tarde cobertos pelo lápis azul), de fotografias de Gérard Castello-Lopes, Helena Almeida ou Dorothea Lange (a icónica “Migrant Mother”, do projecto FSA, que teve uma das impressões leiloadas há três anos por mais de 380 mil dólares), de desenhos gravuras e outras peças de Sonia Delaunay, António Dacosta, Fernando Lanhas, Pedro Proença e muitos outros artistas portugueses relevantes para a história da arte portuguesa do século XX, sobretudo a partir dos anos 1960. O Expresso sabe que muitas das obras que se encontram em parte incerta estiveram a decorar gabinetes ministeriais, da administração pública, embaixadas ou consulados. Uma história triste.