Será interessante a justificação dos bancos para o encargo com as caixas ATM, ser superior aos benefícios. Ou porque razão os benefícios são tão poucos comparado com os custos? Um ou os dois não batem certo, e se este governo for na conversa preliminar que os bancos estão a fazer para preparar as pessoas para mais uma desgraça que ai nos vem cobrar.
É preciso ser muito miserável mentalmente!
O número de caixas multibanco desceu pela primeira vez a nível mundial em 2018. Mas em Portugal já se assiste a essa redução desde 2010. Foram eliminados 3600 equipamentos desde essa data.
A tendência vai manter-se. Deverão desaparecer mais 700 caixas multibanco até 2024, segundo estimativas da consultora britânica RBR disponibilizadas ao Dinheiro Vivo.
No ano passado, o número de caixas multibanco caiu a nível global “devido ao impacto do fecho de balcões e do aumento da popularidade dos pagamentos através de canais mobile”, refere a consultora especializada em serviços bancários. Em Portugal, a explicação para a redução da rede multibanco tem que ver com o encerramento de balcões.
Em apenas cinco anos, os maiores bancos do país cortaram 1145 agências, uma redução de 20%, segundo cálculos do Dinheiro Vivo. Um estudo do Centro de Estudos Políticos Europeus sobre as perspectivas para o mercado de caixas automáticos apontava o elevado encerramento de balcões dos bancos como o principal motivo para a diminuição da rede multibanco em Portugal.
Os cortes nos balcões forçaram também os bancos a instalar mais caixas automáticos fora das suas próprias instalações, o que lhes tira rentabilidade. Nos multibancos remotos, os bancos facturam em média 20,3 mil euros com cada máquina e assumem uma despesa de 21,5 mil euros, segundo contas do CEPS. Os equipamentos nos seus próprios balcões dão lucro.
Além do encerramento de agências, a conversão de clientes aos meios digitais também contribui para a redução de caixas multibanco. Essa tem sido a estratégia dos bancos. Querem incentivar os clientes a utilizar os meios digitais nas suas operações bancárias.
Também o Banco de Portugal tem defendido que se privilegie instrumentos de pagamento mais eficientes, como os débitos directos e as transferências imediatas.
Apesar desses esforços, o CEPS nota que “em Portugal ainda se depende de forma significativa do numerário e não se está a alterar de forma rápida a tendência para outros métodos de pagamento”. Assim, à medida que se recorra mais aos serviços bancários digitais, o mais provável é que as instituições financeiras possam continuar a reduzir a presença física, seja através de balcões ou de caixas automáticos.
ZAP //
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