sexta-feira, 14 de junho de 2019

Escola e comida por 100 euros. Portugueses fizeram mais de dois mil apadrinhamentos.

Cada vez mais portugueses participam em acções de apadrinhamento de crianças estrangeiras. É em Moçambique que actua a maioria das organizações não governamentais que têm por objectivo quebrar o ciclo da pobreza através da educação.


Só nos primeiros três meses deste ano os portugueses participaram em 2121 acções de apadrinhamento de crianças estrangeiras através de organizações não governamentais para o desenvolvimento (ONGD) — mais 141 em relação período homólogo de 2018. Em 2017, o total registado era de 1924 apadrinhamentos.

Os dados foram recolhidos pelo PÚBLICO junto das ONGD inscritas no Instituto Camões: Afectos com Letras, Amigos de Inharrime, Associação de Defesa dos Direitos Humanos (ADDHU), Associação Padrinhos d’África, Eu e os Meus Irmãos, Humanity Himalayan Mountains, Mãos por Cazombo, Missão Saúde para a Humanidade (MSH), SOGA, Sopro e Um Pequeno Gesto (UPG). Através de projectos de apadrinhamento, estas instituições garantem a escolaridade da criança apadrinhada, sem que exista um vínculo legal entre as partes.


O que deve saber antes de apadrinhar uma criança.

O apadrinhamento pode ser feito de forma individual ou em grupo — existem casos em que turmas inteiras ou empresas apadrinham uma criança. Os valores da anuidade podem variar consoante a organização, mas na maioria dos casos ela garante a escolaridade e alimentação da criança apadrinhada. Há quem pratique pacotes mais completos — em que se inclui material escolar, comida para a família da criança ou vestuário. Estes podem exigir um pagamento extra ou estarem já incluídos no valor anual, pelo que deve informar-se junto das organizações sobre o que está contemplado em cada pacote.
Não é habitual o padrinho escolher o afilhado. Por norma, estes são atribuídos por cada organização tendo em conta as condições de vida e o facto de a criança ainda não ter padrinho.
Normalmente, as organizações garantem que o dinheiro enviado é bem empregue através do envio do boletim de notas do afilhado, troca de cartas e fotos — principalmente quando o padrinho faz chegar um presente extra. No entanto, deve informar-se o mais possível junto da organização através da qual pretende apadrinhar. Algumas disponibilizam o relatório de contas e actividades anual, em que é possível ver onde foram aplicadas as doações.
Os padrinhos podem visitar os afilhados no terreno, mas as organizações avisam sempre que esse processo deve ser agilizado pelas mesmas, uma vez que, por norma, as áreas de intervenção são em zonas remotas, pobres e de difícil acesso. C.N. Publico

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