Cada vez mais portugueses participam em acções de apadrinhamento de crianças estrangeiras. É em Moçambique que actua a maioria das organizações não governamentais que têm por objectivo quebrar o ciclo da pobreza através da educação.
Só nos primeiros três meses deste ano os portugueses participaram em 2121 acções de apadrinhamento de crianças estrangeiras através de organizações não governamentais para o desenvolvimento (ONGD) — mais 141 em relação período homólogo de 2018. Em 2017, o total registado era de 1924 apadrinhamentos.
Os dados foram recolhidos pelo PÚBLICO junto das ONGD inscritas no Instituto Camões: Afectos com Letras, Amigos de Inharrime, Associação de Defesa dos Direitos Humanos (ADDHU), Associação Padrinhos d’África, Eu e os Meus Irmãos, Humanity Himalayan Mountains, Mãos por Cazombo, Missão Saúde para a Humanidade (MSH), SOGA, Sopro e Um Pequeno Gesto (UPG). Através de projectos de apadrinhamento, estas instituições garantem a escolaridade da criança apadrinhada, sem que exista um vínculo legal entre as partes.
O que deve saber antes de apadrinhar uma criança.
O apadrinhamento pode
ser feito de forma
individual ou em grupo —
existem casos em que
turmas inteiras ou empresas
apadrinham uma criança. Os
valores da anuidade podem
variar consoante a
organização, mas na maioria
dos casos ela garante a
escolaridade e alimentação da
criança apadrinhada. Há quem
pratique pacotes mais completos — em que se inclui
material escolar, comida para
a família da criança ou
vestuário. Estes podem exigir
um pagamento extra ou
estarem já incluídos no valor
anual, pelo que deve
informar-se junto das
organizações sobre o que está
contemplado em cada pacote.
Não é habitual o padrinho
escolher o afilhado. Por
norma, estes são atribuídos
por cada organização tendo
em conta as condições de
vida e o facto de a criança
ainda não ter padrinho.
Normalmente, as
organizações garantem que o
dinheiro enviado é bem
empregue através do envio do
boletim de notas do afilhado,
troca de cartas e fotos —
principalmente quando o
padrinho faz chegar um
presente extra. No entanto,
deve informar-se o mais
possível junto da organização através da qual pretende
apadrinhar. Algumas
disponibilizam o relatório de
contas e actividades anual, em
que é possível ver onde foram
aplicadas as doações.
Os padrinhos podem visitar
os afilhados no terreno, mas as
organizações avisam sempre
que esse processo deve ser
agilizado pelas mesmas, uma
vez que, por norma, as áreas
de intervenção são em zonas
remotas, pobres e de difícil
acesso. C.N. Publico
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