Uma empresa espanhola destruiu património arqueológico, incluindo uma ponte e uma villa romanas, em Beja, para plantar um pomar de amendoeiras. Mas este é apenas um de vários casos de destruição de vestígios arqueológicos em nome de interesses agrícolas.
O Público reporta que, nos últimos anos, têm ocorrido vários casos de destruição de património arqueológico para a plantação de monoculturas de olival, amendoal, vinha, montado, eucaliptos e pinheiros.
O mais recente caso conhecido respeita a Beja, onde a empresa de capitais espanhóis De Prado Portugal S. A. terá arrasado “quase duas dezenas de sítios arqueológicos” para plantar amendoeiras, segundo relata o jornal.
Estes vestígios destruídos, incluindo “uma ponte, um aqueduto e uma villa da época romana”, estavam assinalados no Plano Director Municipal de Beja, mas acabaram arrasados pela intervenção da empresa espanhola, sustenta o diário.
Os trabalhos com recurso a “maquinaria pesada” e com “extracção de pedra” terão ocorrido entre Abril e Agosto deste ano, segundo a mesma fonte.
A Direcção Regional da Cultura do Alentejo (DRCA) terá reportado o caso ao Ministério Público (MP) e à Direcção Geral do Património Cultural, apelando à suspensão dos trabalhos, mas “a movimentação de terras prossegue”, garante o Público.
Contudo, esta situação em Beja não é caso único. Por todo o Alentejo haverá outros casos semelhantes, com destruição de vestígios arqueológicos dos períodos do calcolítico, da Idade do Ferro, do tempo dos romanos e da era medieval.
Nalguns dos locais afectados, haverá vários vestígios desenterrados que ficam à mão de quem os quiser apanhar para vender, por exemplo, o que tem acontecido com fragmentos cerâmicos, pedras trabalhadas e com moedas.
ZAP //
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