O meu significado de NHONHA:
Sem saber porquê usamos palavras que simplesmente 'não existem' ou que têm um significado, nos dicionários, que não tem nada a ver com aquele que lhe damos (e que, verdadeiramente, não sabemos porquê).
No meu caso específico, identifico neste momento uma que uso muitas vezes (sempre que quero adjectivar alguém que não impressiona ninguém, não assume posições firmes e que pode ser comparado a um 'coitadito'…enfim, 'delicadamente', um 'Pusilânime').
Depois da eliminação do 'pai natal' (já em curso nalguns países) seguir-se-à a do 'menino Jesus' (por ofender as crianças muçulmanas que estejam a ser educadas - pelos estados muçulmanos e/ou suas famílias - para seguirem a nobre profissão de terroristas e assassinos de cristãos e de não-muçulmanos).
A F P
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Até quando vamos admitir o inadmissível?
Jérémy Silvares Jerónimo
Observador – 24.12.2025
Antes de mais, desejo um Feliz e Santo Natal a todos os leitores e colaboradores do Observador.
Dito isto, pergunto-vos: até quando iremos nós, ocidentais, admitir o inadmissível? Tinha 17 anos quando me fiz essa pergunta pela primeira vez. Foi no contexto dos motins de 2005 em França, quando dezenas de milhares de jovens estrangeiros, ou filhos e netos de estrangeiros, amotinaram-se. Queimaram carros, caixotes do lixo e todo o tipo de mobiliário urbano; incendiaram escolas e bibliotecas; lançaram pedras e foguetes contra a polícia; queimaram bandeiras francesas, aos gritos de «nique la France». Nesse mesmo ano ocorreram os atentados de Londres; no ano anterior, os de Madrid; e, quatro anos antes, o 11 de Setembro.
A mesma pergunta voltou a assolar-me em 2015, quando, após dez anos de relativa acalmia, os islamistas voltaram a massacrar inocentes — primeiro no jornal Charlie Hebdo, depois no Bataclan (mais de 300 mortos ao todo). E mais uma vez em 2016, quando milhares de jovens alemãs foram abusadas e agredidas sexualmente por refugiados, alguns chegados havia apenas poucos dias. E novamente em 2016, quando um padre de 80 anos foi decapitado por dois muçulmanos, ao grito de «Allahu Akbar». E ainda mais uma vez, nesse mesmo ano, quando um muçulmano radicalizado atropelou mais de 80 pessoas em Nice, no Passeio dos Ingleses. Ou quando um terrorista islamista atropelou várias pessoas na Suécia, em 2017, utilizando um camião.
Mais uma vez, a mesma pergunta atingiu-me como um relâmpago quando, em 2020, um professor francês, Samuel Paty, foi decapitado por um islamista checheno — depois de uma aluna muçulmana ter denunciado ao pai que o professor mostrara caricaturas do profeta Maomé na sala de aula, quando ela nem sequer lá estava. Ou em 2023, quando outro professor, Dominique Bernard, foi esfaqueado até à morte por mais um islamista. São tantas as vezes que me pergunto «até quando?», que já lhes perdi a conta.
Desta vez, não foi nem na Europa nem nos Estados Unidos, mas na Austrália. Mais uma vez, terroristas muçulmanos decidiram que pessoas inocentes não mereciam viver simplesmente por não partilharem da mesma religião. Por serem infiéis. Por não se submeterem. Por não aceitarem o estatuto de dhimmi. Por simplesmente existirem e serem diferentes, foram massacrados. Desta vez, o crime — aos olhos dos terroristas — daquelas pessoas que festejavam na praia era múltiplo: eram ocidentais; eram infiéis; e, ainda por cima, judeus. Nas caixas de comentários online nos jornais ingleses, alemães, franceses ou portugueses, várias pessoas quase justificavam o atentado, afirmando que o verdadeiro culpado era o primeiro-ministro de Israel. Que o primeiro-ministro de Israel seja responsável, segundo certas investigações, por crimes de guerra, é uma coisa. Mas aquelas pessoas na praia nada tinham a ver com o governo israelita nem com as suas forças armadas.
É estranho constatar que, quando há atentados cometidos por muçulmanos, essas mesmas pessoas afirmam que é preciso ter cuidado com as amálgamas e que a maioria dos muçulmanos não é terrorista. Têm razão: a maioria dos muçulmanos não é terrorista. Tal como a grande maioria dos estrangeiros não é criminosa — são, de facto, amálgamas erradas. Contudo, os mesmos que se indignam com as supostas amálgamas da direita não têm qualquer problema em amalgamar as vítimas judaicas com as acções do exército israelita em Gaza. Ou seja, para algumas pessoas – que se afirmam de certas correntes da esquerda – é errado amalgamar terroristas com muçulmanos (e volto a dizê-lo: têm razão), mas exige-se, pelo contrário, que admitamos a amálgama contrária, a de que qualquer judeu seria culpado de possíveis exacções das forças armadas israelitas, mesmo quando alguns dos judeus assassinados nunca sequer puseram os pés em Israel. Dois pesos, duas medidas.
Volto à minha pergunta inicial: até quando nós, ocidentais, cujos antepassados criaram as nações em que vivemos, vamos admitir o inadmissível? Até quando, nós ocidentais, vamos admitir que os nossos filhos possam ser esfaqueados por não professarem a religião que certos fanáticos gostariam que professassem? Até quando vamos admitir que as nossas filhas possam ser violadas por não aceitarem andar de burca? Até quando vamos admitir que os professores dos nossos filhos sejam decapitados? Que as nossas igrejas sejam profanadas, quando não incendiadas? Que os nossos carros e o mobiliário urbano das nossas cidades sejam queimados por «jovens de bairros desfavorecidos» — segundo a novilíngua inventada por certos sociólogos, tecnocratas carreiristas e jornalistas de esquerda — descontentes com um qualquer controlo policial? Até quando vamos admitir que certos bairros se tenham transformado em mini-nações onde impera a lei islâmica? Até quando vamos admitir que não possamos ir descansados a concertos, a festas, a eventos ou a mercados de Natal, com receio de que um carro «louco» — usando a narrativa dos meios de comunicação social — nos atropele a nós e a toda a nossa família? E até quando vamos admitir, nós, ocidentais nativos, que a nossa História, os nossos costumes, a nossa religião cristã e as nossas tradições mais importantes, como o Natal, sejam insultados, desprezados e humilhados, quando não pura e simplesmente proibidos, para não ferir susceptibilidades de comunidades estrangeiras?
De sinos silenciados a presépios proibidos em França; de cânticos de Natal proibidos sem prévia autorização camarária no Reino Unido — até quando? Até quando vamos admitir que certos jornalistas da extrema-esquerda nos insultem? Na semana passada, a rádio France Inter retirou um programa, após grande polémica, intitulado «As origens nazis dos mercados de Natal». Mais uma vez, certas amálgamas são autorizadas, se não vierem da direita. Até quando vamos admitir este tipo de insultos? Insultos, humilhações e proibições levados a cabo pelas mesmas elites artísticas, culturais, políticas que, supostamente, nos deveriam representar e defender. Até quando vamos aceitar que os nossos governos sejam incapazes de lutar eficazmente contra o crime, o tráfico de droga, o tráfico de pessoas, o terrorismo islamista, a violência dos antifas em manifestações ou os motins em bairros islamizados, mas que, ao mesmo tempo, esmaguem qualquer revolta dos ocidentais nativos com grande violência, mesmo quando essas revoltas sejam, no início, pacíficas? Até quando…?
Há sinais inequívocos de que os povos ocidentais estão saturados. Da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos — apoiado pela ala mais conservadora do Partido Republicano, mas também por intelectuais e figuras da direita radical americana — à vitória de Giorgia Meloni em Itália, passando pelos resultados de vários partidos classificados como de direita radical, anti-imigração e anti-wokismo. As manifestações que eclodiram no Reino Unido (110 mil a 500 mil pessoas nas ruas no dia 13 de Setembro), na Irlanda ou em Espanha, contra aquilo que as populações percepcionam como uma «invasão migratória» ou uma "violência de certos imigrantes", são sinais de que algo está a germinar. Mesmo a cada vez maior abstenção nas eleições são um sinal de que a confiança entre as massas e as elites está a desaparecer. Todos os grandes terramotos são precedidos de pequenas vibrações. Nenhuma revolução surge do nada: todas foram antecedidas por manifestações, protestos e revoltas menores.
Saturadas e desesperadas, as massas anseiam por líderes fortes. Mas quantas vezes não acabam enganadas por meros políticos profissionais, cujo único talento consiste em explorar esse desespero em benefício próprio? Como pode a população britânica aceitar que o seu governo tenha sido incapaz de proteger jovens inglesas escravizadas sexualmente por estrangeiros — que, em muitos casos, nem sequer foram condenados — e que, simultaneamente, a justiça condene cidadãos a dois ou três anos de prisão por comentários no Facebook, penas por vezes superiores às aplicadas a certos violadores pertencentes aos grooming gangs? E como pode a população francesa aceitar que o governo seja incapaz de combater eficazmente narcotraficantes estrangeiros; que tenha ordenado à polícia que não recorresse à força contra jovens que, durante os motins de 2023, incendiavam carros e atacavam agentes com foguetes e cocktails Molotov; mas que esse mesmo Estado não hesite em mobilizar blindados e helicópteros para abafar a revolta de agricultores franceses? Se quiserem compreender o que é a anarco-tirania, estes são, para mim, dos exemplos mais claros.
Infelizmente, como tantas vezes ao longo da História, quando os povos são governados por fracos, o colapso acaba por chegar — e as calamidades acumulam-se. Não dizia Camões, Que um fraco Rei faz fraca a forte gente. Como analisou, e bem, o historiador belga David Engels — conhecido por ter escrito um livro em que compara o colapso do Império Romano com o estado actual da União Europeia —, muitos europeus continuam a esperar que os líderes dos nossos Estados resolvam os problemas que as nossas nações enfrentam: a baixa natalidade dos europeus autóctones; a crise do imobiliário; a crise da identidade; a crise económica; a desindustrialização; a lenta agonia da agricultura, causada, em parte, por políticas concebidas por tecnocratas cinzentos nos gabinetes do Parlamento Europeu, em Bruxelas; a crise migratória; o aumento da insegurança (resultante, em parte, da crise migratória); o terrorismo islamista (idem); a crise ecológica; e todo o tipo de pressões e lobbying levados a cabo pelos Irmãos Muçulmanos, que já terão infiltrado instâncias europeias através de ONG pró-islamismo, como foi demonstrado pela investigadora Florence Bergeaud-Blackler.
Contudo, a cada dia que passa, a maioria dos cidadãos — sobretudo os mais jovens —, em várias nações ocidentais, começa a aperceber-se de que os nossos governos são incapazes de solucionar as múltiplas problemáticas com que somos confrontados, e muitos começam a duvidar de que este estado de coisas se possa prolongar por muito mais tempo. Os modelos estatais jacobinos estão esgotados: velhos, cansados e sem forças. Será tempo de pensarmos noutros modelos políticos que voltem a dar voz ao povo e, igualmente, de ponderarmos uma renovação das elites. Pois, quer queiramos quer não, a "super-estrutura", utilizando um termo marxista — isto é, o conjunto de pessoas que integra as instituições político-jurídicas (políticos profissionais, governantes, magistrados, juízes) e as instituições ideológicas (universitários, professores, membros dos meios de comunicação social, filósofos, escritores) — não só não demonstra capacidade para proteger o povo, como, em muitos casos, parece estar-se pouco a borrifar para o destino das massas populares.
Apenas os últimos europeus ainda se agarram ao ideal de um Estado‑Providência paternalista e o defendem a todo o custo contra os seus inimigos, tentando superar-se uns aos outros na apresentação de projectos de reforma. Porém, é um engano: o Estado já nos abandonou há muito tempo ao nosso destino, pois a maioria dos políticos que o dirige — graças aos nossos votos — não faz mais do que instrumentalizá‑lo para os seus próprios fins, sugando, dia após dia, cada vez mais a sua medula, a fim de adiar os grandes problemas sociais de hoje para amanhã.
David Engels, Que faire ? Vivre avec le déclin de l'Europe, Blue Tiger Media, 2019@font-face {font-family:"Cambria Math"; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:roman; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-536869121 1107305727 33554432 0 415 0;}@font-face {font-family:Aptos; mso-font-alt:Aptos; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:536871559 3 0 0 415 0;}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; margin-top:0cm; margin-right:0cm; margin-bottom:8.0pt; margin-left:0cm; line-height:115%; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Aptos",sans-serif; mso-ascii-font-family:Aptos; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:Aptos; mso-fareast-theme-font:minor-latin; mso-hansi-font-family:Aptos; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi; mso-font-kerning:1.0pt; mso-ligatures:standardcontextual; mso-fareast-language:EN-US;}a:link, span.MsoHyperlink {mso-style-priority:99; color:#467886; mso-themecolor:hyperlink; text-decoration:underline; text-underline:single;}a:visited, span.MsoHyperlinkFollowed {mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; color:#96607D; mso-themecolor:followedhyperlink; text-decoration:underline; text-underline:single;}.MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-size:12.0pt; mso-ansi-font-size:12.0pt; mso-bidi-font-size:12.0pt; font-family:"Aptos",sans-serif; mso-ascii-font-family:Aptos; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:Aptos; mso-fareast-theme-font:minor-latin; mso-hansi-font-family:Aptos; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi; mso-font-kerning:1.0pt; mso-ligatures:standardcontextual; mso-fareast-language:EN-US;}.MsoPapDefault {mso-style-type:export-only; margin-bottom:8.0pt; line-height:115%;}div.WordSection1 {page:WordSection1;}
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