terça-feira, 15 de novembro de 2022

Como António Costa tem posto as mãos no sector bancário

Expresso
Diogo Cavaleiro

Jornalista

O primeiro-ministro foi responsável por uma reconfiguração dos bancos nacionais nos últimos anos

Houve leis alteradas para desbloquear os impasses accionistas em bancos portugueses, casos do BCP e do BPI, ou para facilitar contratações para a administração, exemplo da CGD. António Costa surgiu em eventos sobre temas de que o governo antecessor se afastava, dando a cara pela resolução do Banif e pela venda do Novo Banco.

Até houve ensaios para se poder vir a afastar Carlos Costa da liderança do Banco de Portugal, e foi para governador que António Costa nomeou um ministro que ao seu lado esteve no Conselho de Ministros durante quatro anos.

Na prática, foi com António Costa no poder – e também com a sua intervenção – que a CGD ganhou músculo e passou a pagar bem aos administradores, que o BCP ganhou a Fosun como maior acionista, que o Santander cresceu com o Banif (e depois o Popular), que o Novo Banco passou para a Lone Star, que o BPI ficou só nas mãos do CaixaBank, que a Associação Montepio (dona do banco com o mesmo nome) resolveu (mesmo que temporariamente) a situação que a atirava para um desequilíbrio preocupante.

Assim passaram anos de Governo de António Costa e da sua relação com a banca, um sector que agora o levará aos tribunais por considerar que Carlos Costa ofendeu o seu bom nome.

Esta é uma passagem do livro “O Governador”, escrito pelo jornalista Luís Rosa e onde constam memórias de Carlos Costa, ex-governador, sobre os 10 anos que esteve à frente do Banco de Portugal, entre 2010 e 2020, e que é apresentado esta terça-feira, 15 de novembro.

A passagem refere-se a uma carta enviada por António Costa ao Banco Central Europeu (BCE) e à Comissão Europeia em dezembro de 2015, que o ex-governador diz ter precipitado o trágico fim do Banif. E mostra um primeiro-ministro que logo naquela altura, mal tinha tomado posse, assumia a banca como um sector onde tinha “preocupações”: não só o Banif, como o Novo Banco, que tinha passado por um concurso de venda que falhara.

AS RESOLUÇÕES

No caso do Banif, no fim de 2015, foi António Costa que disse que a resolução, com divisão do banco em três e venda da parte saudável ao Santander, era, “no quadro das soluções [então] possíveis, a que melhor defende o interesse nacional”.

Foi também o primeiro-ministro que deu a cara, ao lado do ministro das Finanças, Mário Centeno, pela decisão de venda do Novo Banco à Lone Star, em março de 2017: “O Banco de Portugal decidiu a venda ao investidor norte-americano Lone Star”, disse, referindo que o fez porque ficaram salvaguardadas “três condições fundamentais” definidas pelo Governo.

O Governo de António Costa assumiu um papel que Passos Coelho e a sua ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, sempre recusaram, dizendo que tudo o que era relativo ao BES e à resolução bancária era decidido pelo Banco de Portugal (exceto a disponibilização de verbas públicas).

RETIRAR AMARRAS À CGD

Mas a intervenção do Executivo não se ficou por aqui, porque foram as alterações legislativas que acabaram por resolver muitos dos problemas que existiam na banca.

Foi em março de 2017 que ficou concluída a capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), cuja negociação começara no verão anterior. Uma capitalização que permitiu a limpeza dos seus ativos tóxicos e hoje em dia possibilita apresentar os maiores lucros do sector e anunciar dividendos recorde.

Para isso, em julho de 2016, quando já queria contratar António Domingues, vindo do BPI, o Governo de António Costa teve de alterar o Estatuto do Gestor Público para dali retirar a CGD: só assim conseguiria pagar remunerações mais elevadas, sem terem de estar associadas ao salário do primeiro-ministro, ou ao lugar de origem do contratado (o que criava distorções nas administrações). Foi este diploma que depois pôs quase a sair do Governo o então ministro das Finanças, Mário Centeno, por desentendimentos sobre o acordo com Domingues relativamente à entrega de declarações de património e rendimento dos gestores.

Curiosamente, quando criou o Banco Português de Fomento, em 2020, o Governo de Costa e o seu antigo ministro Pedro Siza Vieira quiseram pôr o banco sob as amarras salariais do Estatuto do Gestor Público. A instituição acabou por ficar liberta dessas amarras este ano, porque o Executivo não conseguia contratar para a administração da entidade.

DIPLOMA BPI

Recuando à CGD, alterou-se a lei para favorecer os seus salários, mas antes já tinha havido uma experiência. Em abril de 2016, o Governo de Costa, com Mário Centeno nas Finanças (e Ricardo Mourinho Félix ao seu lado), já tinha publicado um diploma para tentar resolver um impasse acionista no BPI.

O banco tinha um limite aos direitos de voto, aquilo a que se chama a blindagem dos estatutos, que impedia um acionista de votar com mais de 20% dos votos, mesmo que tivesse capital acima dessa percentagem, como acontecia com os espanhóis do La Caixa/CaixaBank, que, tendo maior peso no capital, votavam praticamente com o mesmo poder de Isabel dos Santos, segunda maior acionista.

Depois de uma tentativa de compra falhada dos espanhóis, o Governo fez uma lei que determinava que a cada cinco anos os bancos têm de rever a blindagem de estatutos (e, nessa decisão, sem que se aplicasse os limites de votos).

Essa lei foi um passo para permitir ao BPI eliminar o limite aos estatutos (que colocava entraves a ofertas públicas de aquisição) e para resolver a necessidade ditada pelo BCE de reduzir o seu peso em Angola, onde tinha o Banco de Fomento Angola. Foi também uma negociação difícil com a investidora angolana Isabel dos Santos, num jogo de compensações que nunca foi totalmente claro (chegou a ser noticiada uma linha de crédito do CaixaBank a Angola, que depois acabou por nunca ser executada).

No programa “O Princípio da Incerteza”, transmitido no passado domingo pela CNN Portugal, o vice-presidente do BPI, António Lobo Xavier, frisou que “António Costa atravessou-se” neste processo, “interveio ativamente para desbloquear” o impasse no BPI, “contra os interesses” da filha do falecido presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.

A consideração de Lobo Xavier (tinha sido também ele uma das vozes na polémica entre Domingues e Centeno por causa da CGD) foi feita para mostrar que António Costa não estava ao serviço de Isabel dos Santos – uma resposta ao trecho do livro “O Governador”, em que Carlos Costa censura o primeiro-ministro por o ter pressionado quando quis afastar Isabel dos Santos da administração do Banco BIC (hoje conhecido como Eurobic).

Segundo relata o ex-governador, António Costa terá dito que “não se pode tratar mal a filha de um Presidente de um país amigo de Portugal”, o que foi desmentido pelo primeiro-ministro – um desmentido que já passou para a ameaça do processo judicial.

Entretanto, o Observador noticiou esta terça-feira, 15 de novembro, uma mensagem escrita do primeiro-ministro ao ex-governador em que António Costa - que recusa ter dito a frase - diz que era “inoportuno” afastar Isabel dos Santos da administração do BIC naquela altura, quando se tentava também solucionar o BPI.

O que é certo é que Isabel dos Santos, que em junho de 2016 passou para a liderança da Sonangol, não continuou administradora do Banco BIC, mas continuou sua acionista até hoje. Mesmo depois do Luanda Leaks, em 2020, a investidora mantém-se na estrutura acionista do banco, numa venda que teima em demorar a acontecer (em cima da mesa está, agora, a alienação do banco aos espanhóis do Abanca).

DIPLOMA BCP

Foi também o Governo socialista, apoiado pela “geringonça”, que ajudou a resolver a fragilidade de capital que o BCP vivia em 2016, sendo que a sua resolução foi um pouco mais tarde que no BPI, mais precisamente em setembro daquele ano.

O BCP, com ações a valerem muito pouco (na casa dos cêntimos), queria fundir títulos, e a chinesa Fosun, que era já a dona da Fidelidade, queria investir no banco, com várias condições, uma delas precisamente a fusão de ações do BCP.

Só que para haver certezas jurídicas sobre esse reagrupamento de ações, foi preciso aprovar um diploma. O Governo de António Costa fê-lo.

PRESIDENTE INTERVENTIVO

Em todas as matérias, também Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, teve um papel relevante, nem que fosse em matéria de calendário – por exemplo, no caso do BCP, aprovou o diploma governamental em 24 horas. No caso da CGD, a intervenção foi até mais evidente.

O Governo sempre foi recusando intervenções diretas (desde logo porque não pode fazer leis com um destinatário específico), dizendo que os diplomas tinham alcances para lá dos bancos em causa, mas a verdade é que ficou claro que foram esses diplomas que abriram as portas do controlo exclusivo do BPI aos catalães do CaixaBank e que permitiram à Fosun assumir-se como principal acionista do BCP.

OS CRÉDITOS AO MONTEPIO

Foi também no Governo de António Costa que se deu uma complexa operação fiscal e contabilística na Associação Mutualista Montepio Geral, a dona do Banco Montepio, que também a tirou de uma situação de desequilíbrio.

Uma decisão interna da equipa de António Tomás Correia foi o pretexto para que a entidade deixasse de ser isenta em sede de IRC – e tal passo, validado pelo Fisco, criou um grande balão de oxigénio que levou à constituição de créditos fiscais que engrossaram os seus ativos, dando força aos capitais próprios enfraquecidos.

O QUE NÃO ACONTECEU: BAD BANK E A REFORMA

O envolvimento no sector foi ainda mais além, mas também nem tudo foi concretizado. O Executivo de António Costa quis desenhar uma solução com um banco “mau”, que ficasse com os ativos tóxicos dos bancos comerciais, mas foi contra as exigências da Comissão Europeia – houve depois uma plataforma que pretendeu a renegociação com credores comuns dos principais bancos, que não correu bem.

Costa entrou com tanta vontade de mudar o sector que logo quis promover uma reforma da supervisão financeira. Foi muita promessa de mudança, que depois acabou por demorar anos a ser elaborada, e esbarrou nos prazos da Assembleia da República - e o Governo não insistiu.

O AFASTAMENTO QUE NUNCA ACONTECEU

Ao longo do seu mandato, o Governo foi criticando Carlos Costa, o primeiro governador com quem coexistiu, e que, embora tivesse sido inicialmente convidado pelo Governo socialista de José Sócrates, em 2010, não contou com o apoio do PS na sua recondução, em 2015, por decisão do Governo então liderado por Pedro Passos Coelho.

António Costa era contra a manutenção de Carlos Costa, depois da derrocada do BES e das dúvidas levantadas sobre a supervisão bancária, e o Executivo foi de vez em quando levantando dúvidas sobre a sua atuação.

Ricardo Mourinho Félix, que era então secretário de Estado das Finanças e está hoje no Banco Europeu de Investimentos (de onde tinha vindo Carlos Costa em 2010), chegou a acusá-lo de cometer uma “falha grave” de informação, devido aos últimos dias de vida do Banif, sendo que uma “falha grave” é a única forma de se poder exonerar banqueiros centrais a meio dos seus mandatos. O tema da possível exoneração regressou depois por conta dos créditos polémicos da CGD (de que Carlos Costa fora administrador).

Apesar do ensaio, o Governo nunca seguiu em frente nessas considerações, e não tentou o afastamento. Mas foi uma nuvem que por ali sempre deixou.

A PROMOÇÃO DO MINISTRO

Quando Carlos Costa acabou o mandato, foi o ministro das Finanças de António Costa, Mário Centeno, que ganhou lugar na liderança do Banco de Portugal, de que era quadro. Centeno, cuja promoção interna no supervisor tinha anos antes sido travada pelo então governador, acabava por ser o seu sucessor.

Durante mais de quatro anos no Conselho de Ministros português, e depois da presidência do Eurogrupo (que junta os ministros das Finanças do euro), o primeiro responsável pelas Finanças de Costa passou a ser governador do Banco de Portugal e a ter assento no Conselho do BCE, que junta a comissão executiva de Christine Lagarde com todos os outros governadores da zona euro, e onde são tomadas as principais decisões monetárias, como a subida de juros - que o primeiro-ministro agora frontalmente critica.

O mundo visto da cadeira.


É SÓ CLICAR E VER O MUNDO!!!

> Velence.         https://www.youtube.com/watch?v=ka-ZgwCXKho

> Róma:           https://www.youtube.com/watch?v=DEJx0CYrDHk

> Firenze:         https://www.youtube.com/watch?v=ACplPj5CC-k

> Budapest:    https://www.youtube.com/watch?v=dZYpHr1wDmY

> Berlin:           https://www.youtube.com/watch?v=hVfBQNENS9s

> Prága:          https://www.youtube.com/watch?v=idg6vW3vXtE

> Bécs:          https://www.youtube.com/watch?v=MRI8ffYKA8c

> Salzburg:     https://www.youtube.com/watch?v=owI1QBHhbS0

> Varsó:         https://www.youtube.com/watch?v=esJ_l1b_Ni0

> Moszkva:     https://www.youtube.com/watch?v=pnN2BNrSrXY

> St.Pétervár:  https://www.youtube.com/watch?v=N3ISUUO0CSo

> Tokió:          https://www.youtube.com/watch?v=cS-hFKC_RKI

> Hongkong:   https://www.youtube.com/watch?v=72__Mdioty8

> New York:    https://www.youtube.com/watch?v=MtCMtC50gwY

> Washington:   https://www.youtube.com/watch?v=7dilTLvbHxc

> Chicago:         https://www.youtube.com/watch?v=QSwvg9Rv2EI

> San Francisco:  https://www.youtube.com/watch?v=Oo6iAxf4si0

> Los Angeles:    https://www.youtube.com/watch?v=bTvr_2v-0HI

> Las Vegas:      https://www.youtube.com/watch?v=gasI6cyjkvM

> Miami:             https://www.youtube.com/watch?v=58iT2L4VQj4

> Orlando:          https://www.youtube.com/watch?v=LfCsOwMc3hk

> Dubai:             https://www.youtube.com/watch?v=nPOO1Coe2DI

> London:           https://www.youtube.com/watch?v=45ETZ1xvHS0

> Dublin:            https://www.youtube.com/watch?v=LcKnx7I97yk

> Páris:             https://www.youtube.com/watch?v=AQ6GmpMu5L8

> Amszterdam:  https://www.youtube.com/watch?v=ey_L_VzPwEI

> Koppenhága:  https://www.youtube.com/watch?v=yHZlNfWuA7g

> Vancouver:     https://www.youtube.com/watch?v=a4d5CbK0b3A

> Toronto:          https://www.youtube.com/watch?v=7uY0Ab5HlZ0

> Montreal:        https://www.youtube.com/watch?v=poe2cLKw9ko

> Ottawa:           https://www.youtube.com/watch?v=DtW0VqNkM9U

> Quebec:          https://www.youtube.com/watch?v=XXhmblzSAeU

> Sao Paulo:       https://www.youtube.com/watch?v=mXk5-2u0kw0

> Rio de Janeiro:  https://www.youtube.com/watch?v=ieWNzZPfZzk

> Sydney:             https://www.youtube.com/watch?v=OrIDTJH2ZZM

> Melbourne:         https://www.youtube.com/watch?v=RLOsQViPLhw

> Brisbane:           https://www.youtube.com/watch?v=0Mv48ZM7gu4

> Perth:               https://www.youtube.com/watch?v=KtRsk4Bjs9s

> Adelaide:        https://www.youtube.com/watch?v=kf3_U0MLs

> Cape Town:  https://www.youtube.com/watch?v=srP7RFVdjWc

> Mexico City:  https://www.youtube.com/watch?v=GUMXv0VEtoc

A VERDADE ESCONDIDA – MAIS UMA DE QUE ‘NINGUÉM’ FALA

Mesmo que os pensionistas recebessem aumentos de 8% em Janeiro de 2023, a ‘almofada’ para responder a um défice eventual – mas nunca existente até agora – da SEGURANÇA SOCIAL – não se esgotaria até 2060.

(30.10.2022)


-------------------------------------------------------------------------------------------------

A PERGUNTA QUE NINGUÉM QUER FAZER:

Porque é que desde sempre a Segurança Social dá um lucro fabuloso, ano atrás de ano?


A RESPOSTA:

Porque é mais um imposto disfarçado.

O resto…o resto, é só conversa ‘política’ para enganar o eleitor (e manter este imposto).

Já agora: Para que são os ‘impostos visíveis’ que pagamos? Não chegam para cobrir o ‘eventual’ – mas nunca existente – défice com as pensões?

‘PORCA MISERIA’!

A propósito, uma anedota que corre na Rússia:

Um russo decidiu emigrar e foi tratar de pedir o seu passaporte, tratou das papeladas todas, tirou as fotos do costume e depois foi chamado para uma entrevista.

Entrevistador: Então o senhor quer emigrar, é?

Emigrante: Sim, quero tentar a minha sorte noutro lado.

- Mas porquê? Você não gosta do nosso país?

- Não me posso queixar.

- Não me diga que você não gosta da nossa comida?

- Não me posso queixar.

- E do tempo? Você não gosta do nosso clima?

- Não me posso queixar.

- Diga lá, só aqui entre nós dois. Você não gosta dos nossos políticos?

- Não me posso queixar.

- Então se você não tem queixas de nada, porque é que quer emigrar?

- Porque lá fora eu posso queixar-me!

Carlos III não quer que André ou Harry o substituam. Até já pediu ajuda ao Parlamento britânico

Carlos III quer evitar a todo o custo ser substituído em funções pelos membros mais polémicos da sua família. O rei britânico pediu ao Parlamento que mude a Lei da Regência para que jamais o seu irmão André ou o seu filho Harry sejam chamados na sua ausência ou incapacidade. Quer, em vez disso, ver empossados os seus irmãos Ana e Eduardo.

No trono há pouco mais de dois meses, o monarca quer que os deputados alterem a designação dos conselheiros de Estado. Estes são actualmente, por lei, o cônjuge do chefe de Estado e os primeiros quatro nomes da linha sucessória que sejam maiores de 21 anos. Que é como quem diz, a rainha consorte Camila; os dois filhos do rei: William, príncipe de Gales; e Harry; o irmão André; e a filha mais velha deste, Beatriz. A lei estipula que o monarca nomeie dois dos conselheiros de Estado para o substituir quando estiver impedido de cumprir funções.

Acontece que dos actuais cinco conselheiros, só Camila e William são membros activos da família real. Seria estranho, dados os motivos para André e Harry se terem afastado, que fossem chamados a representar Carlos em actos como, por exemplo, receber credenciais de embaixadores ou assinar documentos em nome do rei.

 UM SAIU POR OPÇÃO, O OUTRO FOI OBRIGADO

Harry afastou-se por vontade própria. Aos 37 anos, vive na Califórnia com a mulher, Meghan Markle, e os filhos Archie e Lilibet, e dedica-se a iniciativas que vão de podcasts a conferências. Não abdicou de direitos dinásticos, mas foi afastado de deveres oficiais e honras militares por Isabel II.

O também duque de Sussex está prestes a lançar um livro de memórias com o título “Spare” (Suplente), que causa inquietação no palácio de Buckingham pelas revelações polémicas que possa conter. Na memória de todos estará a curta frase “As recordações podem variar” com que a agora defunta avó de Harry reagiu à entrevista que o casal deu e 2021 à apresentadora televisiva Oprah Winfrey.

Já André — 62 anos, terceiro dos quatro filhos de Isabel II — foi obrigado a sair da ribalta devido ao seu envolvimento com o abusador de menores Jeffrey Epstein, que se suicidou na prisão em 2019. O príncipe e também duque de Iorque (título a que a cidade em causa pede que renuncie) era amigo de Epstein, milionário americano.

Uma vítima das redes pedófilas montadas por este último, Virgínia Giuffre, afirmou ter sido obrigada a sexo com André quando tinha 17 anos. O príncipe negou conhecê-la, mas aparece em fotos com Giuffre, em casa de Ghislaine Maxwell, amiga comum de André e Epstein, que atualmente cumpre pena de cadeia por ter sido a recrutadora de menores depois abusadas.

André evitou ir a tribunal através de acordo extrajudicial com a acusadora, de valor não revelado, que a imprensa britânica calcula em 12 milhões de libras (13,6 milhões de euros), no ano passado. Parte do montante foi subsidiado pela fortuna pessoal da rainha. Abandonou a vida pública, perdeu honras militares e só no funeral da mãe teve licença para aparecer.

Beatriz, filha de André, não está envolvida em controvérsias, mas escolheu uma vida independente. Trabalhou em galerias de arte e faz palestras, tendo intervindo várias vezes na Web Summit, em Lisboa, sobre assuntos ligados ao cyberbullying.

NÃO FERIR SUSCETIBILIDADES

Com 74 anos feitos esta segunda-feira, Carlos é o mais velho rei de sempre a subir ao trono, pelo que a questão da substituição é pertinente. Em vez de afastar André e Harry de conselheiros de Estado, o que poderia agravar os relacionamentos já frágeis com dois parentes próximos, opta por pedir a promoção a esse estatuto dos dois irmãos que efetivamente prestam funções oficiais: Ana, Princesa Real (72 anos) e Eduardo, conde de Wessex e Forfar (58 anos).

O pedido do soberano foi “assinado pela mão de Sua Majestade”, segundo o registo parlamentar, e endereçado ao Parlamento. “Para assegurar a eficiência continuada das funções públicas quando estiver indisponível, nomeadamente quando cumpro deveres oficiais no estrangeiro, posso confirmar que ficaria muito contente se o Parlamento aceitasse um aumento do número de pessoas que podem ser chamadas a atuar como conselheiros de Estado ao abrigo dos termos da Leis de Regência de 1937 e 1953, passando a incluir a minha irmã e o meu irmão, a Princesa Real e o conde de Wessex e Forfar, ambos os quais já desempenharam esse papel”, escreve Carlos III. Durante o reinado de Isabel II, Ana e Eduardo já foram conselheiros de Estado.

A missiva régia foi lida e bem recebida na Câmara dos Lordes e na Câmara dos Comuns. “Haverá legislação relacionada com esta mensagem para a Câmara dos Comuns ponderar atempadamente”, anunciou a ministra dos Assuntos Parlamentares, Penny Mordaunt. Entre os lordes ouviram-se vivas. Carlos, que será coroado a 6 de maio na abadia de Westminster, pretende viajar a partir do próximo ano e precisará de ser substituído. Daí a urgência consensual entre palácio e Parlamento em fazer as mudanças pertinentes à lei.

expresso

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Unidades térmicas britânicas (Btu)

O que é uma unidade térmica britânica?

Uma unidade térmica britânica (Btu) é uma medida do conteúdo de calor de combustíveis ou fontes de energia. É a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de uma libra de água líquida em 1 grau Fahrenheit na temperatura em que a água tem sua maior densidade (aproximadamente 39 graus Fahrenheit).

Uma unidade térmica britânica (Btu) é aproximadamente igual à energia libertada pela queima de um fósforo.

Fósforos Samba 5,5Cm - 4 Caixas

Um único Btu é muito pequeno em termos da quantidade de energia que uma única casa ou um país inteiro usa. Em 2021, os Estados Unidos usaram cerca de 97,33 quatrilhões de Btu de energia. Escrito, 1 quatrilhão é um 1 seguido por 15 zeros: 1.000.000.000.000.000.

Por que usar unidades térmicas britânicas?

O conteúdo de energia ou calor pode ser usado para comparar fontes de energia ou combustíveis em bases iguais. Os combustíveis podem ser convertidos de unidades físicas de medida (como peso ou volume) para uma unidade comum de medida do conteúdo de energia ou calor de cada combustível. A US Energy Information Administration (EIA) usa Btu como uma unidade de conteúdo de energia.

O EIA colecta dados sobre as quantidades físicas (volume ou peso) das fontes de energia produzidas, importadas, exportadas e consumidas. A EIA converte esses valores em equivalentes de Btu para comparar as fontes em bases iguais.

Por exemplo, os volumes físicos de combustíveis fósseis consumidos nos Estados Unidos em 2021 e equivalentes em Btu foram:

  • Petróleo — 7,22 bilhões de barris — 35,07 quatrilhões de Btu
  • Gás natural — 30,29 trilhões de pés cúbicos — 31,34 quatrilhões de Btu
  • Carvão—545,67 milhões de toneladas curtas—10,55 quatrilhões de Btu

Exemplos de factores de conversão de Btu

Fonte de energia/combustível
Unidades físicas e Btu 1

Electricidade
1 quilowatt-hora = 3.412 Btu

Gás natural
1 pé cúbico = 1.039 Btu 2
1 therm = 100.000 Btu

Gasolina
1 galão = 120.238 Btu 3

Combustível diesel
1 galão = 137.381 Btu 4

Óleo de aquecimento
1 galão = 138.500 Btu 5

Propano
1 galão = 91.452 Btu

Madeira
1 cabo = 20.000.000 Btu 6

1 Os factores de Btu são para consumo de uso final em 2021 da Revisão Mensal de Energia , Maio de 2022, excluindo madeira; dados preliminares para 2021.

2 Gás natural consumido por sectores de uso final (excepto sector de energia eléctrica).

3 Gasolina acabada de motor vendida no varejo nos Estados Unidos, incluindo o teor de etanol combustível.

4 Combustível destilado com 15 partes por milhão (ppm) de enxofre ou menos.

5 Combustível destilado com teor de enxofre de 15 ppm a 500 ppm.

6 Esta conversão é uma estimativa. Um cordão de madeira é uma unidade de volume e não leva em consideração a densidade da madeira ou o teor de umidade. O teor de calor da madeira varia significativamente com o teor de umidade.

https://www.eia.gov/

Unidades e calculadoras explicadas Calculadoras de conversão de energia

Calculadoras de energia usada nos Estados Unidos

Ver aqui: https://www.eia.gov/energyexplained/units-and-calculators/energy-conversion-calculators.php

Tem alergia a flores? Temos uma boa novidade: conheças algumas flores não alérgicas

Alergia ao pólen de algumas flores é um mal que incomoda muita gente mas estas espécies florais podem ser a solução certa.

Por Sandra M. Pinto

Cravos
Favorecem a prevenção de alergias, sendo que o que os torna seguros para os alérgicos é o fato de não possuírem pólen em abundância.

Girassóis
Alegres, brilhantes e encantadores, os girassóis são hipoalergênicos pois possuem pólen pegajoso. Essas flores exuberantes têm o poder de iluminar o ambiente e são uma excelente escolha

Orquídeas
São flores ornamentais e tropicais que impressionam. Existem diversos tipos de orquídeas, e muitas delas são perfeitas para pessoas alérgicas, pois também têm baixo teor de pólen. Variedades como Paphiopedilum, Phalaenopsis e Dendrobium são consideradas as melhores para pessoas que têm sensibilidade a cheiros.

Lírios Asiáticos
Os lírios asiáticos são uma incrível alternativa para pessoas alérgicas.

Hortênsias
Tradicionais, são muito usadas no paisagismo, pois não causam alergias respiratórias. São uma escolha popular devido à sua versatilidade e resistência. Hortênsias têm pólen pegajoso, ou seja, o pólen não se espalha no ar e não causa reações alérgicas.

Rosas
Variedades com aromas mais suaves são mais favoráveis ​​para evitar as alergias. O pólen de uma rosa é muito grande. Ou seja, é improvável que ele seja transportado pelo ar, e é por isso que as rosas não costumam causar alergias.

Tulipa
São uma opção adequada para dar para pessoas que têm alergia. Têm uma baixa quantidade de pólen.

https://foreveryoung.sapo.p

Quanto carvão há nos Estados Unidos?

A quantidade de carvão que existe nos Estados Unidos é difícil de estimar porque está enterrada no subsolo. Em 1975, o US Geological Survey (USGS) publicou a avaliação nacional mais abrangente dos recursos de carvão dos EUA, que indicava que, em 1º de janeiro de 1974, os recursos de carvão nos Estados Unidos totalizavam 4 trilhões de toneladas curtas. Embora o USGS tenha realizado avaliações regionais mais recentes dos recursos de carvão dos EUA, uma nova avaliação em nível nacional dos recursos de carvão dos EUA não foi realizada.

A US Energy Information Administration (EIA) publica três medidas de quanto carvão resta nos Estados Unidos. As medidas são baseadas em vários graus de certeza geológica e na viabilidade econômica da mineração do carvão.

As estimativas da EIA para a quantidade de reservas de carvão em 1º de janeiro de 2022, por tipo de reserva são:

    • A Base de Reserva Demonstrada (DRB) é a soma do carvão nas categorias de recursos medidos e indicados de confiabilidade. O DRB representa 100% do carvão in loco que poderia ser extraído comercialmente em um determinado momento. A EIA estima o DRB em cerca de 471 bilhões de toneladas curtas, das quais cerca de 69% é carvão lavrável subterrâneo.

    • As reservas recuperáveis ​​estimadas incluem apenas o carvão que pode ser extraído com a tecnologia de mineração atual, após considerar as restrições de acessibilidade e os fatores de recuperação. A EIA estima as reservas recuperáveis ​​de carvão dos EUA em cerca de 251 bilhões de toneladas curtas, das quais cerca de 58% são carvão lavrável subterrâneo.

    • As reservas recuperáveis ​​nas minas produtoras são a quantidade de reservas recuperáveis ​​que as empresas de mineração de carvão relatam à EIA para suas minas de carvão nos EUA que produziram mais de 25.000 toneladas curtas de carvão em um ano. A EIA estima essas reservas em cerca de 12 bilhões de toneladas curtas de reservas recuperáveis, das quais 53% são carvão lavrável de superfície.

        Com base na produção de carvão dos EUA em 2021, de cerca de 0,577 bilhão de toneladas curtas, as reservas recuperáveis ​​de carvão durariam cerca de 435 anos, e as reservas recuperáveis ​​nas minas produtoras durariam cerca de 21 anos. O número real de anos que essas reservas durarão depende das mudanças nas estimativas de produção e reservas.

        EIA.ORG

        Qual é a quantidade de reservas mundiais de carvão?

        Em 31 de Dezembro de 2021, as estimativas do total mundial de reservas comprovadas de carvão eram de cerca de 1,161 bilhão de toneladas curtas (ou cerca de 1,16 trilhão de toneladas curtas), e cinco países tinham cerca de 75% das reservas provadas de carvão do mundo.

        • Os cinco principais países e sua participação percentual nas reservas mundiais comprovadas de carvão em 31/12/2021 foram:
        • Estados Unidos 22%
        • Rússia 15%
        • Austrália 14%
        • China 14%
        • Índia 11%

        Última actualização: 19 de Outubro de 2022 com os dados mais recentes disponíveis no momento da actualização. EIA.GOV

        Carvão explicado

        Carvão leva milhões de anos para se formar

        O carvão é uma rocha sedimentar preta ou acastanhada combustível com uma grande quantidade de carbono e hidrocarbonetos. O carvão é classificado como uma fonte de energia não renovável porque leva milhões de anos para se formar. O carvão contém a energia armazenada por plantas que viveram centenas de milhões de anos atrás em florestas pantanosas.

        Camadas de terra e rocha cobriram as plantas ao longo de milhões de anos. A pressão e o calor resultantes transformaram as plantas na substância que chamamos de carvão.



        Tipos de carvão

        O carvão é classificado em quatro tipos principais, ou categorias: antracito, betuminoso, subbetuminoso e linhita. A classificação depende dos tipos e quantidades de carbono que o carvão contém e da quantidade de energia térmica que o carvão pode produzir. A classificação de um depósito de carvão é determinada pela quantidade de pressão e calor que atuou nas usinas ao longo do tempo.

        O antracito contém 86% a 97% de carbono e geralmente tem o maior poder calorífico de todos os tipos de carvão. O antracito representou menos de 1% do carvão extraído nos Estados Unidos em 2021. Todas as minas de antracito nos Estados Unidos estão no nordeste da Pensilvânia. Nos Estados Unidos, o antracito é usado principalmente pela indústria metalúrgica.

        O carvão betuminoso contém 45%–86% de carbono. O carvão betuminoso nos Estados Unidos tem entre 100 milhões e 300 milhões de anos. O carvão betuminoso é o tipo mais abundante de carvão encontrado nos Estados Unidos e representou cerca de 45% da produção total de carvão dos EUA em 2021. O carvão betuminoso é usado para gerar eletricidade e é um importante combustível e matéria-prima para fazer carvão de coque ou uso na indústria de ferro e aço. O carvão betuminoso foi produzido em pelo menos 16 estados em 2021, mas cinco estados responderam por cerca de 78% do total da produção betuminosa: West Virginia (30%), Pensilvânia (16%), Illinois (14%), Kentucky (10%), e Indiana (7%).

        O carvão subbetuminoso normalmente contém 35% a 45% de carbono e tem um poder calorífico inferior ao carvão betuminoso. A maior parte do carvão subbetuminoso nos Estados Unidos tem pelo menos 100 milhões de anos. Cerca de 46% da produção total de carvão dos EUA em 2021 foi sub-betuminosa e cerca de 88% foi produzida em Wyoming e 8% em Montana. O restante foi produzido no Alasca, Colorado e Novo México.

        Lignite contém 25%-35% de carbono e tem o menor teor de energia de todas as categorias de carvão. Os depósitos de carvão de linhita tendem a ser relativamente jovens e não foram submetidos a calor ou pressão extremos. A linhita é quebradiça e possui alto teor de umidade, o que contribui para seu baixo poder calorífico. A lignite representou 8% da produção total de carvão dos EUA em 2021. Cerca de 56% foi extraído em Dakota do Norte e cerca de 36% foi extraído no Texas. Os outros 8% foram produzidos em Louisiana, Mississippi e Montana. Lignite é usado principalmente para gerar eletricidade. Uma instalação em Dakota do Norte também converte linhita em gás natural sintético que é enviado em gasodutos para consumidores no leste dos Estados Unidos.

        Última atualização: 19 de outubro de 2022 com os dados mais recentes disponíveis no momento da atualização.

        https://www.eia.gov/energyexplained/coal/

        quarta-feira, 9 de novembro de 2022

        Dormindo com a barbárie

        Joana Amaral Dias

        Psicóloga clínica. Escreve de acordo com a antiga ortografia

        dn.pt



        A mortalidade em Portugal está descontrolada, atípica e assustadora.

        São os números da DGS que o dizem.

        Perante esta calamidade, primeiro as autoridades tentaram desvalorizar, depois inventaram coisas como óbitos por causa de putativas alterações climáticas, de seguida ocultaram as bases de dados.

        Não contentes, desataram a passar a batata quente uns aos outros (queima, não queima?), arremessaram com um "vai levar anos a estudar o fenómeno" (já vírus novos e respectivas inoculações é num ápice) e, por fim, cobriram tudo com um manto de silêncio.

        A generalidade da comunicação social não anda melhor - uns falam de "mistério", outros embalam as cantigas da DGS, outros entram mudos e saem calados.

        Por onde perora agora a douta e omnisciente cáfila de especialistas?

        A que se deve este seu selectivo mutismo ?

        Atenção: que assunto pode ser mais magno do que portugueses a perderem a vida que nem tordos e sem que qualquer explicação racional seja apresentada?

        Que tema pode ser mais prioritário?!

        Se o nosso povo está a morrer em muitos meses muito acima da média da UE (sendo que essa também está anormalmente elevada na esmagadora maioria dos seus Estados-membros), não devia ser isto a questão de abertura e fecho dos telejornais?

        Uma nota de rodapé? Asterisco?

        Portugal é um dos países da Europa ocidental com maior excesso de mortalidade, em relação aos últimos cinco anos pré-pandemia, acompanhado por outros países do Sul (Grécia, Itália e Espanha).

        Os escandinavos - como é a Noruega, Suécia e Dinamarca - apresentam os melhores resultados.

        Repare-se: Portugal teve uma mortalidade excessiva de 20% durante os duros anos covid, ou seja, por cada 5 mortos habituais, morreu mais 1 pessoa.

        Já a Suécia, apodada de genocida e que poucas ou nenhumas medidas insanas e estéreis como confinamentos e isolamentos adoptou (já para não falar das nacionais perseguições policiais e instigação oficial à bufaria), teve apenas mais 6% de mortos do que a média habitual.

        Esta excessiva mortalidade tem que ser investigada a fundo com total transparência.

        Sobretudo agora, quando já é inegável que o calor e outras tretas não são justificação.

        Pior: supostamente esta variante é menos perigosa e, supostamente, a quase totalidade da população elegível está inoculada, logo, que interpretar? Como bem retracta o jornalista Pedro Almeida Vieira, neste momento e segundo os dados oficiais do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), o excesso de mortalidade não-covid disparou e está em níveis absurdamente elevados: comparando ao ano passado aumentou quase 1.000%.

        Estamos perante um negro quadro de saúde pública que exige respostas. Há causalidade e/ou correlação com as medidas covid radicais que adiaram consultas oncológicas, por ex, e enxotaram a generalidade da população dos hospitais como se fossem moscas varejeiras?

        E com a percentagem de inoculados?

        Que tipo de nexo pode ser estabelecido?

        Está a cair mais do que um avião por semana e esta curva não se achata daqui a quinze dias, óbvio.

        Levará 15 anos? Mais?

        Como podem os respectivos responsáveis continuar impunes e incólumes? Todas as vidas humanas são valiosas mas há umas que custam mais do que outras, não é?

        Os preços não são todos iguais e a rentabilidade de alguns óbitos parece ser muito superior à de outros.


        Eis a barbárie no meio de nós.

        terça-feira, 8 de novembro de 2022

        Presidência da República custa o dobro da Casa Real espanhola

        Há vários anos que chamo a atenção para esta situação escandalosa!!!

        O Chefe do Estado Português continua a sair mais caro aos portugueses do que Felipe VI aos espanhóis. Nos últimos anos, a Casa Real espanhola aplicou um programa interno de austeridade que reduziu as suas despesas, enquanto a Presidência portuguesa conseguiu aumentar ainda mais os custos de manutenção. A comparação negativa não se aplica só a Espanha: o nosso Presidente é mais dispendioso para os cofres públicos do que muitos dos monarcas europeus.

        Para Portugal ter um Presidente como Chefe do Estado, os contribuintes vão ter de desembolsar quase 16 milhões de euros este ano – mais do dobro dos 7,7 milhões que a Coroa espanhola custa a ‘nuestros vecinos’. Quando o custo é considerado tendo em conta a população ou o PIB, então conclui-se que o Presidente da República Portuguesa se encontra entre os Chefes de Estado mais dispendiosos da Europa, superando inclusive muitas das cabeças coroadas dos países ricos do velho continente.

        Esta é uma realidade que já vem a ser abordada, nomeadamente por este jornal, desde o tempo em que Juan Carlos e Cavaco Silva, respectivamente, ocupavam os cargos de Rei de Espanha e Presidente da República Portuguesa. Desde então, a situação só piorou, razão provável para Marcelo Rebelo de Sousa, actual detentor do cargo, ter pedido uma auditoria às despesas da Presidência, conseguindo com isso obter uma poupança de meio milhão de euros.

        Ainda assim, o que a Presidência portuguesa ultimamente reduziu em gastos de funcionamento corresponde apenas a metade das poupanças de um milhão de euros que a Coroa espanhola conseguiu em 2016, isto após ter reduzido o seu orçamento de 8,2 milhões em 2012 para 7,7 milhões em 2016. Em 2012, o orçamento da Presidência da República portuguesa era de 15 milhões, em 2016 superou os 16 milhões.

        O problema parece residir na “corte” republicana do Presidente, visto que, na verdade, muito pouco desta larga fortuna é gasta na figura do próprio Chefe do Estado. Para todos os efeitos, Marcelo Rebelo de Sousa é dos líderes mais “pobres” da Europa: apenas aufere 6.700 euros mensais, muito menos do que outros estadistas europeus. Até mesmo Alexis Tsipras recebe mais por ano do que o nosso Presidente, que apenas tem um ordenado maior do que o de alguns líderes de países do Leste. O mesmo se passa com o primeiro-ministro de Portugal, que também recebe muito pouco em comparação com outros líderes.

        A maior fatia da despesa recai, assim, sobre os gastos de pessoal. A pequena “corte” de 155 funcionários já é uma redução dos 200 que Belém empregava em 2009, mas ainda representa 72 por cento dos gastos da Presidência da República, o equivalente a 11 milhões de euros. Em comparação, na Casa Real espanhola, a rubrica dos funcionários apenas representa 49 por cento das despesas. E a Casa Real britânica, que serve uma população seis vezes maior do que a nossa e cumpre deveres protocolares de Estado incomparáveis com os da Presidência portuguesa, apenas emprega 400 funcionários.

        Note-se que, do Orçamento de Belém, também são pagos os gabinetes dos antigos Chefes do Estado, bem como todas as despesas associadas aos mesmos: os Ex-Presidentes (actualmente três) também têm direito ao uso de automóvel do Estado com motorista. Cada antigo Presidente custa, em média, 300 mil euros anuais ao erário público. Em comparação, Juan Carlos (que, por razões excepcionais, abdicou do Trono em favor de seu filho, o actual Rei Felipe VI) custa aproximadamente 200 mil euros – embora, pela própria natureza da instituição monárquica, não seja comum haver Reis aposentados.

        Mas não é só o Rei de Espanha que é menos dispendioso do que a Presidência portuguesa. As Casas Reais da Dinamarca e Suécia, países consideravelmente mais ricos, somente custam 13 milhões de euros anuais aos seus contribuintes. Outras Casas Reais, como a belga, norueguesa e holandesa, são mais dispendiosas em termos nominais, mas também reinam sobre países consideravelmente mais ricos do que Portugal, tendo a Noruega uma economia com o dobro do valor da nossa, apesar de apenas ter metade da população. A Monarquia, nesses países, continua a reunir elevados níveis de apoio, enquanto a Presidência portuguesa só recentemente tem sido vista com alguma simpatia – não pela instituição em si, mas pela personalidade característica de Marcelo Rebelo de Sousa.

        Mesmo em termos republicanos, a nossa Presidência é dispendiosa. O Presidente alemão, Chefe de Estado do país mais rico da Europa, tem apenas um custo de 25 milhões de euros para o contribuinte. O Presidente de França, embora sendo mais dispendioso do que o nosso (é o mais caro dos líderes republicanos europeus), tem responsabilidades executivas (quando dispõe de uma maioria parlamentar) que o Presidente português nunca teve. Mas se contabilizarmos o custo de ambas as Presidências por cidadão, então concluiremos que os 16 milhões de euros da Presidência portuguesa saem mais caros aos 10 milhões de portugueses do que os mais de 100 milhões de euros da Presidência de França saem aos 67 milhões de franceses.

        Nunca foi dado aos portugueses a oportunidade de votarem democraticamente sobre se preferem continuar a eleger Presidentes ou se desejam aclamar popularmente (conforme a tradição nacional) o Rei de Portugal. Números como os que atrás referimos mostram que talvez seja o momento de se fazer esse debate.

        https://jornaldiabo.com/destaque/presidencia-gastos/