segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Os selos que deve ter no para-brisas e quais deixaram de ser obrigatórios.

Actualmente, o único selo que é obrigatório colocar no para-brisas é o do seguro automóvel. No entanto, há excepções. No caso dos veículos a GPL, estes devem ter ainda um dístico azul ou verde na traseira do carro. Se ainda tiver o azul, pode pedir a actualização do mesmo, passando por uma inspecção B. O verde serve para poder estacionar o carro em parques fechados

Assim, o selo de inspecção que até agora também era obrigatório, deixa de o ser, com a entrada em vigor do decreto-lei n.º144/2012 de 11 de Julho. No entanto, será necessário possuir uma ficha de inspecção. Também o comprovativo de Imposto Único de Circulação deixa de ser obrigatório no para-brisas.

A falta do único selo obrigatório é uma contra-ordenação, que lhe pode custar 125 euros, se provar no acto da fiscalização ter o seguro válido, ou 250 euros. Caso não tenha a inspecção feita, a coima pode ir dos 250 aos 1250 euros.

Revolução nos dados pessoais.

As regras do jogo mudam já este mês, com a entrada em vigor, em toda a União Europeia, do Regulamento Geral da Protecção de Dados (RGPD), o documento que mais irá revolucionar a forma como as empresas tratam os dados pessoais dos seus clientes ou utilizadores. Este artigo foi originalmente publicado na edição de Maio de 2018 da revista EXAME.

regulamento foi publicado em 2016, com um prazo de adaptação de dois anos, para que o tecido empresarial tivesse tempo suficiente para adoptar as novas regras. Escreveram-se milhares de artigos sobre o tema, realizaram-se centenas de debates e de sessões de esclarecimento. Com um prazo tão alargado, seria de esperar que toda a gente estivesse mais do que preparada para as mudanças que aí vêm… mas não. Muito pelo contrário. Segundo uma sondagem recente realizada pela IDC, apenas 2,5% dos gestores portugueses admitiram que a sua empresa está preparada para lidar com a nova lei de protecção de dados.

Preocupado? Deveria estar, mas, a avaliar pelos inquéritos semelhantes realizados noutros países, os resultados não são tão desanimadores. Na Alemanha, por exemplo, país que por norma mais se prepara para este tipo de mudanças, uma sondagem da Computerwoche garantia que apenas 2% das empresas estavam realmente preparadas para as alterações. E metade delas mostrava-se preocupada se conseguiria ou não cumprir todos os requisitos exigidos dentro do prazo. No Reino Unido, 89% dos gestores admitiram que ainda estão confusos com as alterações que a lei irá trazer. Em França, na Irlanda e na Holanda, o panorama não é substancialmente diferente.

Este grau de impreparação do tecido empresarial para o novo regulamento levanta muitas dúvidas quanto à sua entrada em vigor no próximo dia 25 de Maio. Mas não só. Há outros receios por parte dos empresários. José Eduardo Carvalho, presidente da AIP, diz à EXAME:
“As principais preocupações das empresas nesta matéria centram-se nos custos de implementação, no prazo de aplicabilidade e nas coimas em caso de infracção.”
A implementação de medidas que satisfaçam os requisitos do RGPD requer investimento e nem toda a gente tem capacidade financeira para o fazer, tal como defende Ana Jacinto, presidente da AHRESP, associação que representa a restauração e a hotelaria. Este é um processo de adaptação “oneroso e complexo, incomportável e injustificado para muitas delas, em especial no que diz respeito às micro e às PME”, que representam 99% do tecido empresarial português.
As várias consultoras e escritórios de advogados, contactados pela EXAME sobre o processo de adaptação a este novo regulamento, admitem que muitas empresas, sobretudo as de pequena e média dimensão, ainda não estão preparadas. Reconhecem que, à medida que o prazo aperta, a procura de ajuda por parte de empresários, nomeadamente PME, aumenta exponencialmente.

Magda Cocco, sénior partner do escritório de advogados Vieira de Almeida, VdA, diz que existe já um grande nível de cumprimento das regras por parte de grandes empresas, sobretudo em sectores regulados, como a saúde, a banca e os seguros. “Tivemos empresas que começaram a trabalhar nas mudanças para este regulamento no dia seguinte à sua publicação, em 2016”, salienta. Mas casos como este são a excepção. A maioria das empresas está longe de assegurar uma transição atempada. É por isso que José Eduardo Carvalho defende “uma prorrogação do prazo para a implementação do RGPD por mais 24 meses”.

E, se para as empresas mais comuns o processo é difícil, fomos perguntar às grandes operadoras de telecomunicações que lidam com milhões de dados, e muitos deles interligados entre si, como é que está a ser a adaptação à lei. “É um desafio brutal. De facto, é violento para quem gere uma multiplicidade de dados como nós fazemos”, disse Alexandre Fonseca, presidente-executivo da Altice Portugal. Apesar das dificuldades, o gestor garante que a sua empresa “irá cumprir” o regulamento, mas aproveita para apelar ao regulador “que tenha o cuidado de perceber o balanço entre o cumprimento escrupuloso, ou até por vezes com excesso de zelo, da legislação e um tratamento no espírito da lei, mas não necessariamente só na letra da lei”. Alexandre Fonseca considera que, pelo menos numa primeira fase, as empresas “terão de ter alguma flexibilidade para, por um lado, garantir a privacidade dos cidadãos”, e, por outro, também manter “o desenvolvimento de projectos. Caso contrário não é gerível”, realça.

Filipa Carvalho, directora jurídica e de regulação da NOS, admite que “o novo regulamento traz enormes desafios e orientações bastante exigentes”, razão pela qual defende que, “dada a complexidade das novas regras, parece-nos natural que venha a existir um período de adaptação”.

O que aí vem
Mas, afinal, o que assusta tanto os gestores e os empresários? Vamos por partes. O RGPD foi desenvolvido a pensar na harmonização da legislação europeia em matéria de dados e traz inúmeras mudanças, quer para as pessoas quer para as empresas ou outras entidades que lidam com informações pessoais. Protege os direitos do utilizador em praticamente todas as formas concebíveis e entende que a recolha e o manuseamento de dados deverão estar sempre protegidos em todas as fases do processo. Mais: os consumidores podem saber, sempre, o que as empresas estão a fazer com eles.

O RGPD consagra direitos que, apesar de já estarem definidos na lei que se encontra em vigor desde 1995, não eram respeitados, como, por exemplo, a alteração do consentimento e o direito ao esquecimento. No primeiro caso, sempre que uma pessoa disponibiliza os dados num determinado serviço, este pede-nos que aceitemos algumas regras. Esse acordo ficava em vigor e era muito difícil de mudar. Agora, as empresas são obrigadas a ter um sistema que permite ao utilizador alterar o seu consentimento sempre que o queira.

No segundo caso, o utilizador pode, em qualquer altura, pedir que os seus registos na base de dados sejam apagados, o chamado direito a ser esquecido. Para as empresas, este é um dos casos mais complicados de resolver, porque muitos dos sistemas que processam estes dados estão replicados. Por exemplo, a quem nunca lhe aconteceu pedir que apaguem o nome de uma base de dados para efeitos de marketing, mas, passado um mês ou dois, estão a ligar outra vez porque o nome estava noutra base de dados da empresa? Com o RGPD, esta situação terá de mudar. O pedido de esquecimento obriga a que tudo seja apagado.

Agora é a doer
Apesar de todas as alterações que irão ocorrer, as multas elevadas são a grande preocupação da comunidade empresarial. Estas podem chegar aos 20 milhões de euros ou a 4% da facturação de uma empresa, consoante o valor mais elevado. Este é o montante máximo das coimas, mas cada Estado-membro pode fazer uma graduação dos valores em função do tipo de incumprimento. Por exemplo, o Governo português já definiu os valores mínimos das coimas a aplicar em Portugal. Para pessoas individuais, o valor será 500 euros para as contra-ordenações graves, e mil euros para as muito graves. Para as pequenas e médias empresas, as coimas serão mil e dois mil euros, respectivamente, e, para as grandes, os valores sobem para 2 500 e 5 000 euros. O Estado fica, para já, isento de multas, mesmo em caso de infracções. José Eduardo Carvalho não concorda e defende “a redução significativa das coimas”, censurando “a sua não aplicabilidade às entidades públicas”.

Antes, as multas funcionavam quase exclusivamente por denúncia. Uma das contra-ordenações típicas era a do cliente que se queixava por ter sido contactado por uma determinada empresa, após já lhe ter dito que não queria ser incomodado com ofertas de serviços. Outra era a das videovigilâncias não assinaladas. Poucas mais havia. Agora o caso é sério e, além das denúncias, o regulador terá uma maior capacidade de fiscalização das actividades de cada entidade.

Para lá das multas, a outra grande mexida na lei assenta na necessidade de notificação do regulador sempre que haja uma falha na
segurança das bases de dados. Entende-se como falha de segurança a destruição, perda, alteração, divulgação não autorizada ou acesso a dados pessoais – ataque de um hacker, roubo de um computador ou de uma pen com informações, entre outras. Sempre que tal aconteça, a empresa é obrigada a reportar o sucedido à Comissão Nacional de Protecção de Dados e, em caso de ser uma situação grave, terá de fazê-lo também aos seus titulares.

Outra das maiores mudanças trazidas pelo RGPD é a forma como se inicia um procedimento que envolva o tratamento de dados. Até agora, a lei previa que, antes de começar a recolha ou o processamento de dados, a entidade tinha de pedir autorização ou notificar a Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD). Por exemplo, tinha de se pedir autorização antes de se instalar câmaras de videovigilância ou quando se fazia bases de dados que definiam características ou padrões de comportamento (profiling) dos clientes, etc. Esta necessidade de autorização desaparece. Cada empresa pode, pura e simplesmente, começar a fazê-lo sem necessitar de autorização – mas não para todos os tipos de dados. Está ainda por publicar uma lista de quais os dados mais sensíveis que obrigam a um pedido de autorização à CNPD para fazer o seu processamento.

O regulador dá mais liberdade mas impõe multas elevadas que servem de factor de dissuasão perante o incumprimento e que aumentam a capacidade de fiscalização.
Neste âmbito, o regulamento obriga as empresas a munirem-se de uma série de medidas e de um conjunto de procedimentos para verificarem se o regulamento é ou não cumprido. Uma delas é o Privacy by Design, que significa que todos os sistemas informáticos desenhados para o processamento de dados terão de ser concebidos já com estes novos procedimentos previstos no RGPD. Além disso, as empresas terão de criar um sistema de auto-avaliação permanente da protecção das bases de dados (Privacy Impact Assessement) que estão na sua posse, bem como arquivar todos os procedimentos feitos com esses dados, incluindo a tipologia, o tempo durante o qual estiveram na sua posse e se foram exportados para países fora a União Europeia.

Apesar de ser um regulamento comunitário, este abrange empresas estrangeiras em duas situações: quando há controlo online de dados de cidadãos europeus (redes sociais) e quando existe uma oferta online de produtos e de serviços na União Europeia (sites de vendas). O regulamento obriga a que essas empresas tenham um representante estabelecido na Europa.
Por último, o RGPD cria uma nova figura para os quadros das empresas que lidem com dados: o encarregado de Protecção de Dados, do inglês Data Protection Officer (DPO).

Um novo gestor
Não basta uma empresa ter uma base de dados para ser obrigada a ter um DPO: Apenas se a sua actividade implicar um controlo sistemático do comportamento dos titulares dos dados ou se Esta tratar, em grande escala, de categorias especiais de informações (saúde, financeiras, criminais, entre outras).

Mas a lei ainda não é clara sobre a definição de grande escala, pois varia de país para país. Certo é que os bancos, as seguradoras, os hospitais, etc., terão de criar esta nova figura nos seus quadros.

Existem ainda outras lacunas na lei. Por exemplo, esta não é explícita se um conglomerado económico necessita de apenas um DPO para todo o grupo ou se terá de ter um em cada empresa. Além disso ainda não está determinado que lugar este novo cargo irá ocupar na estrutura de governação da entidade empresarial. Mais uma vez, a lei é pouco clara, e apenas diz que tem de reportar à administração ao mais alto nível. Ou seja: o CEO não tem desculpa para não estar informado sobre o tema.
O sector público também será obrigado a ter um DPO, mas ainda está em discussão na Assembleia da República se este será comum para todos os serviços ou se cada um deles terá o seu próprio encarregado de protecção de dados. A lei aponta no sentido da segunda versão, mas ainda não está fechada.

Segundo Magda Cocco, existe neste momento alguma dificuldade de as empresas identificarem e contratarem gestores para este cargo. “Não há no mercado pessoas com o know-how necessário para esse tipo de função”, salienta.

Cuidados a ter
O marketing é o caso que tem gerado mais contra-ordenações em termos de violação do uso de dados e, segundo os especialistas contactados pela EXAME, deverá ser o sector em que poderá haver mais problemas nesta fase inicial, devido aos processos automáticos de recolha e de tratamento já existentes. Por exemplo, uma empresa que faça profiling automatizado, apesar de ser uma prática legítima, necessita da autorização da pessoa a quem esses dados pertencem para os poder analisar. Quando compramos um produto e nos pedem uma série de dados, essa empresa não necessita deles para aquela transacção. Deseja-os para fins de marketing pessoal. A utilização indevida dessa informação é uma típica situação de incumprimento.
Além disso, com a aplicação do RGPD, “as pessoas ficarão mais conscientes e alertas para o tema e irão contactar mais as empresas para saberem que tipo de dados é que estes têm sobre si e, consoante as respostas, as empresas poderão ter problemas”, diz Magda Cocco.

Uma nova era

E se tudo isto já gera muita confusão, então prepare-se para o que aí vem. É que o tema não vai ficar fechado no dia 25 de Maio. Ainda falta vir a lume uma série de orientações da autoridade nacional, como os tratamentos de dados que estão sujeitos a autorização prévia, os que não estão sujeitos ao Privacy Impact Assessement, etc. Além disso, há outro regulamento comunitário que ainda está em discussão e que irá entrar em vigor mais tarde, o ePrivacy, que definirá as regras aplicáveis ao tratamento dos dados dos operadores de telecomunicações, bem como os dos over the top (skype, WhatsApp) e a qualquer sector que comunique através de meios digitais. O documento já vai na quinta redacção e ainda não está fechado. Se o RGPD teve mais de quatro mil emendas desde que começou a ser discutido, este teve ainda mais.

Terá também um período de adaptação, apesar de ainda não se saber de quanto tempo.
A Europa está inundada de incertezas em relação à protecção de dados pessoais. Mas uma coisa é certa. A primeira empresa a ter um problema de violação da lei após o dia 25 de Maio irá abrir as manchetes em todo o mundo. Falta saber o valor das primeiras multas. Estas poderão determinar se os reguladores terão ou não mão pesada para os prevaricadores. No mundo digital há o antes e o depois do RGPD. E a protecção de dados nunca mais será a mesma.

Paulo M. Santos - Visão

O crescimento económico em Portugal 2015/2019.

O aumento do crédito ao sector público, a redução do crédito ao sector privado e aos particulares, e os lucros num sector em crise e cada vez mais dominado pela banca estrangeira.

Eugénio Rosa

O crédito à economia e às famílias não tem aumentado, e a subida residual do crédito é devida ao crescente endividamento das Administrações Públicas.

A perda de quota de mercado pela Banca Portuguesa (CGD e Montepio) e o aumento do domínio da Banca Estrangeira torna o país dependente de centros de decisão no exterior

O quadro 2, com dados dos Balanços consolidados dos 6 principais bancos a operar no país mostra o crescente domínio da banca estrangeira cujos centros de decisão estão no exterior.

Lucros obtidos fundamentalmente à custa dos depositantes e da redução de custos, nomeadamente à custa dos trabalhadores da banca

O quadro 3, com dados de 2015 e 2018 dos relatórios e contas (consolidadas) dos 6 principais bancos a operar em Portugal mostra de forma clara e quantificada como estes bancos têm obtidos lucros.


domingo, 25 de agosto de 2019

'HOJE, O FABULOSO GERALDINHO'

Um casal passa a lua de mel em uma linda cidade.

Numa casa de espectáculos pornô o letreiro anuncia:

'HOJE, O FABULOSO GERALDINHO'.

Entram e o show começa com GERALDINHO, 51 anos, numa cama com um louraça, uma morenaça e uma ruivaça, que ele traça, uma a uma …. e depois repete.

As três mulheres, exaustas, deixam o palco, enquanto GERALDINHO agradece ao público, que de pé aplaude efusivamente.

Sob o rufar de tambores, uma mesinha com 3 nozes é colocada bem no centro do cenário.

GERALDINHO quebra as 3 nozes com o pénis, com pancadas precisas.

O público vai à loucura e ele é ovacionado por vários minutos !

Passados 25 anos, para recordar os velhos tempos, o casal decide comemorar as bodas de prata na mesma

cidade.

Passeiam pelos mesmos lugares e, diante da mesma casa vêem, surpresos, o cartaz:

'HOJE, O FABULOSO GERALDINHO’.

Entram e no palco, quem está lá ?

O GERALDINHO, agora com 76 anos, enrugadinho, cabelos brancos, traçando 3 mulheres

com o mesmo pique.

Não dá pra acreditar ! ! !

Quando os tambores começam a rufar, é colocada no centro do palco a mesma mesinha, agora com 3 cocos,

e ele os quebra com o pénis com a mesma precisão.

Boquiaberto, o casal vai ao camarim para cumprimentar pessoalmente o fabuloso GERALDINHO e,

curiosos, lhe perguntam o motivo da mudança das nozes para cocos.

Meio sem graça, ele responde:

- A VELHICE É UMA MERDA !

A VISTA ESTÁ FRACA E NÃO CONSIGO MAIS ENXERGAR AS NOZES.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Português não é para amador…

A diferença de doida e doída é um acento.

Assento não tem acento.

Assento é embaixo, acento é em cima.

Embaixo é junto e em cima separado.

Na sexta comprei uma cesta logo após a sesta.

É a primeira vez que tu não vês.

Vão tachar de ladrão se taxar muito alto a taxa da tacha.

Asso um cervo na panela de aço que será servido pelo servo.

Vão cassar o direito de caçar de dois pais no meu país.

Por tanto nevoeiro, portanto, a cerração impediu a serração.

Para começar o concerto tiveram que fazer um conserto.

Ao empossar permitiu-se à esposa empoçar o palanque de lágrimas.

Uma mulher vivida é sempre mais vívida, profetiza a profetisa.

Calça você bota, Bota você Calça Oxítona é Proparoxítona
 
Realmente, não é para amador!

(Desconheço a autoria)

O SEU SEGURO AUTOMÓVEL SEGURA MAIS DO QUE VOCÊ PENSA.

Muitos milhares de portugueses estão a pagar seguro automóvel e nunca accionam uma determinada cobertura por não saberem que têm esse direito. Podem poupar centenas ou milhares de euros numa emergência quando estão de férias, mas as seguradoras não fazem muita questão de realçar que essa cobertura existe

TEXTO PEDRO ANDERSSON

Muitos de nós pagamos seguros e nunca chegamos a usá-los, porque… nem sabemos que existem. Se tem um seguro automóvel, há uma cobertura que pode usar em caso de emergência, e que poderá ajudá-lo a poupar centenas ou milhares de euros, mesmo que tenha deixado o carro em casa. É a assistência em viagem.

Mas isso não é só para o reboque do carro? Não. Veja este exemplo. Em 2012, Rui Rodrigues estava de férias numa estância de esqui em Andorra. Ele, a família e uns amigos foram de autocarro. O carro ficou em Portugal. No penúltimo dia de férias, depois do jantar, Rui começou a sentir-se mal. Chamaram o 112 e foi para um hospital particular em Andorra, onde lhe diagnosticaram um tumor na cabeça. Ele era saudável e nunca suspeitou. Podia ter acontecido a qualquer um de nós. Rui esteve internado 2 dias. A situação seria grave em qualquer circunstância, mas neste caso foi pior por estar no estrangeiro. Felizmente, a mulher de Rui percebe de seguros e ligou para a seguradora do carro que, sublinho, ficou em Portugal.

A assistência em viagem do seguro do carro pagou todas as despesas que Rui teve no estrangeiro, incluindo o transporte em ambulância com enfermeiros de Andorra para Portugal. Também pagaria o hotel da mulher de Rui, mas não foi necessário, porque ela dormiu no hospital.

A ASSISTÊNCIA EM VIAGEM É PARA SI E NÃO (SÓ) PARA O CARRO.

Esta cobertura de despesas médicas, alojamento e bilhetes de viagem em caso de acidente ou doença só pode ser usada quando está no estrangeiro. Mas pode acontecer a qualquer um de nós ou a um familiar nosso. Também inclui os filhos ou os pais, se viverem consigo.

Em que situações esta cobertura pode ser accionada? Por exemplo, pode torcer um pé na piscina no hotel em Cabo Verde ou no Brasil. Ou pode apanhar uma gripe em Nova Iorque ou em Paris. Ou pode desmaiar sem razão aparente em Madrid ou Berlim e precisar de ir a um médico ou a uma farmácia. Pode ter de regressar de urgência a Portugal ou, pelo contrário, continuar lá mais uns dias ou semanas. O seguro pode pagar, se accionar a cobertura.

Os portugueses viajam cada vez mais, seja em trabalho seja em férias. É nessas alturas que deve lembrar-se dos papéis que tem na gaveta. E não se esqueça que por vezes pagar mais 1 ou 2 euros de seguro (para ter uma cobertura melhor) pode fazer muita diferença.

CONTRATAR O SEGURO BASE OU O VIP?

Quando contrata um seguro automóvel, ele inclui sempre a assistência em viagem: Para poupar uns cêntimos, pode escolher o mais barato, mas o valor que o seguro pagará no caso de o accionar poderá ser muito baixo, ou nenhum. Por exemplo, quando preparava a reportagem do Contas-poupança que pode ver em vídeo na página da SIC Notícias, verifiquei que um colega tinha na apólice uma assistência em viagem “Light”, ou seja, nas letras miudinhas dizia que era só aplicável em Portugal continental. Ou seja, se tiver um problema no estrangeiro, o seguro não paga NADA. Leia a sua apólice antes de ir de férias este ano.

PODE SER A SUA SALVAÇÃO EM FÉRIAS

Se paga, convém que saiba que o pode utilizar se precisar. Leia o documento que lhe deram quando fez o seguro do carro.Tem esse documento em casa ou no seu e-mail. Cada caso é um caso. Tem de ler o que contratou.

Recebi dezenas de mensagens de espectadores a agradecer a reportagem. Alguns passaram por problemas de saúde (ou familiares) no passado e tiveram de pagar tudo do próprio bolso, porque não faziam ideia de que o seguro pagava essas despesas. Agora já sabem. Mas também recebi mensagens de espectadores que foram ler a apólice e reclamaram que não dizia lá nada disso. Pois. Tem de saber o que contratou. Os seguros mais baratos têm tantas excepções e limites que provavelmente não tem mesmo direito a essa assistência em viagem. Mas aí é simples. Agora que já sabe é só ligar para o seu mediador de seguros e pedir um seguro melhor na próxima anuidade, pelo mesmo dinheiro.

Eu tive curiosidade em ver o que dizia o meu seguro. Fui aos arquivos e verifiquei que tenho afinal muito mais coberturas do que pensava. Sabendo isto, é claro que as vou usar quando precisar. Aliás, vários espectadores disseram-me que falaram com os mediadores quando precisaram e que lhes disseram que não havia nada disso. Descobriram agora que afinal podiam. Nem o mediador se lembrou do seguro de assistência em viagem do carro. Só se lembraram do seguro de viagem propriamente dito.

Peça o documento com as condições particulares do seguro automóvel à sua seguradora. Tem lá os valores que o seguro cobre em cada categoria. Por exemplo, descobri que se me roubarem no estrangeiro, a seguradora manda-me dinheiro (1.000 euros) para eu me desenvencilhar, embora tenha de os devolver quando regressar a Portugal. E que me ajudam a encontrar as malas perdidas, se isso acontecer. Tenho uma lista enorme de serviços que são obrigados a prestar-me para me dar assistência em viagem. E melhor: aplica-se a qualquer pessoa que viva comigo em casa, mesmo que eu não tenha ido com eles (filhos, marido, mulher ou pais, avós). As coisas que descobrimos quando nos dispomos a ler.

Mas há outras situações igualmente graves que podem ser cobertas pelo seguro de assistência em viagem. Se estiver fora do país e morrer um familiar seu, o seu seguro do carro pode pagar a viagem de avião de regresso. Se tiver um incêndio ou inundação em casa enquanto está no estrangeiro, o seguro pode pagar a sua viagem de regresso.

TEM DE LIGAR ANTES DE FAZER QUALQUER DESPESA

Mas há uma regra de que não pode esquecer-se. Tem de ligar logo para o seguro. Não pode apresentar as despesas depois. A excepção é se estiver inconsciente. Deve contactar a seguradora o mais depressa possível, para ser ela a tratar de tudo. Se apresentar as despesas depois, quando chegar a Portugal, a seguradora não vai aceitar.

Faça uma listagem de todos os seus seguros e as respectivas coberturas. E, quando viajar, leve sempre uma foto do número das suas apólices no seu telemóvel ou guardadas no e-mail.

É daquelas coisas que era bom que nunca precisasse delas, mas já que existem e que as paga, se um dia precisar lembre-se que as coberturas da assistência em viagem vão muito além do reboque.

Fiquei extremamente contente com as reacções a esta reportagem. De facto, é um gosto sentir que o jornalismo pode ser útil às pessoas. Garante-me que a missão do jornalismo não está perdida — pelo contrário. Parece uma coisa simples, mas acreditem que estas informações podem um dia fazer a diferença na vida das pessoas. Conhecer os nossos direitos enquanto consumidores é o primeiro passo para termos uma vida (um pouco) melhor. Consumidores informados estão mais bem protegidos.

https://leitor.expresso.pt/diario/segunda-20/html/caderno1/lazer/o-seu-seguro-automovel-segura-mais-do-que-voce-pensa

A Minha Rua

O que é "A Minha Rua"?

"A Minha Rua" é uma plataforma que permite reportar variadas situações relativas ao espaço público. É desenvolvida e gerida pela Agência para a Modernização Administrativa em conjunto com algumas Autarquias.

A minha Rua permite aos cidadãos reportar as mais variadas situações relativas a espaços públicos, desde a iluminação, jardins, passando por veículos abandonados ou a recolha de electrodomésticos danificados. Com fotografia ou apenas em texto, todos os relatos são encaminhados para a autarquia seleccionada, que lhe dará conhecimento sobre o processo e eventual resolução do problema.

https://servicos.portais.ama.pt/Portal/AMR/situationReport.aspx

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Soares dos Santos vs Sócrates, 2011

À conta de Alexandre Soares dos Santos temos: i) Sócrates megalómano; ii) Sócrates mentiroso e iii) Sócrates perseguidor de jornalistas. Um clássico pague 1-leve 3.

Muitos dos bons negócios de Alexandre Soares dos Santos deveram-se ao seu sentido de oportunidade. A opção de investir na Polónia, a ida para a Colômbia, o lançamento da Fundação Francisco Manuel do Santos, tiveram sucesso devido ao momento decisivo em que se avançou. A prova que Soares do Santos era um empresário acima do comum é que esse sentido de oportunidade, que tão bem demonstrou em vida, também esteve presente na hora da morte.

Ter-se finado no auge da greve dos motoristas foi uma decisão genial. Soares dos Santos sabia que a sua morte ia espoletar a habitual sanha anti-empresário e, ao optar por falecer quando faleceu, obrigou a esquerda radical a sair à rua com a ladainha do patrão malvado e dos salários baixos, ao mesmo tempo que, para não escangalhar o arranjinho que tem no Governo, está ao lado dos patrões malvados e dos salários baixos, contra os grevistas.

É o mesmo que surpreender um vegan a lambuzar-se com uma entremeada num churrasco e pedir-lhe para, sem limpar os dedos, explicar a sua dieta à base de bagas. Soares dos Santos mostrou que, mesmo defunto, tem mais faro do que muitos empreendedores vivos. Até a falecer provou ter bom timing.

Percebe-se a antipatia que a extrema-esquerda sente por Alexandre Soares dos Santos. Ter montado uma cadeia de supermercados que funcionam bem sublinhou ainda mais, por oposição, que os comunistas andam há décadas a impingir o mesmo produto fora de prazo. E um produto que não se limita a causar um desarranjo intestinal, como iogurtes passados. É um produto que mata mesmo.

É natural que bloquistas e comunistas não apreciem Soares dos Santos. Estão no extremo oposto. A diferença entre Soares dos Santos e um radical de esquerda é que, se lhes mostrassem um supermercado de prateleiras vazias, Soares dos Santos ia querer descobrir o que estaria a correr mal, enquanto que o camarada ia querer saber o que estaria a correr tão bem.

Na última semana, falou-se muito de Alexandre Soares dos Santos e recordaram-se vários episódios da sua vida pública. O meu predileto é de 2011. Em Fevereiro desse ano, o Governo de José Sócrates garantia que Portugal não estava em recessão. Soares dos Santos acusou então Sócrates de fazer truques e o Governo de mentir aos portugueses sobre a situação económica do país. Em resposta, o Primeiro-Ministro, referindo-se ao empresário, disse “não basta ser rico para ser bem-educado”.

Na altura teve alguma piada. Olhando a partir de 2019, é hilariante. Para já, o país estava, de facto, em recessão – tanto que, dois meses depois, Sócrates perguntava ao Luís se a sua imagem estava boa na TV, para anunciar ao país que acabara de pedir a intervenção da troika.

Depois, ver Sócrates a chamar mal-educado a alguém é como ver Trump a chamar vaidoso a quem quer que seja. (Desde que não seja Sócrates, claro). Em 2011 já se sabia que Sócrates era um bocado ordinarote, mesmo sem ter ouvido a forma como tratava o amigo que lhe estava a montar um apartamento de luxo em Paris. Em terceiro lugar, o dito “não basta ser rico para ser bem-educado” adquiriu toda uma carga auto-referencial a partir do momento em que se soube que Sócrates também é rico.

Finalmente, esta história é estupenda porque, na altura, Sócrates só se lembrou da resposta à noitinha, o que levou a que um dos seus assessores ligasse para a Lusa a dizer que Sócrates a tinha dito publicamente, não tinha é sido captada por nenhum jornalista. O objectivo é que a Lusa noticiasse a tirada, para que entrasse o quanto antes no ciclo noticioso. Sucede que, nessa noite, a editora de plantão da Lusa era uma profissional que não se vergava às ordens dos ajudantes do PM, de maneira que pediu para ouvir a gravação com a tal frase de Sócrates (que, está visto, a sua equipa considerava ser genial). Ora, como essa gravação não existia, ela não publicou. E acabou demitida. (Mais uma trabalhadora que perdeu o emprego por causa do empresário malvado, terá pensado a extrema-esquerda). Entretanto, um dia depois, a frase lá foi dita por um Sócrates visivelmente satisfeito com a sua sagacidade.

Portanto, à conta de Alexandre Soares dos Santos temos: i) Sócrates megalómano; ii) Sócrates mentiroso e iii) Sócrates perseguidor de jornalistas. Um clássico pague 1-leve 3. E porque é que, na morte de Soares dos Santos, trago Sócrates à liça? Porque, numa altura em que António Costa escolhe, para Vice-Presidente do Parlamento Europeu, um dos amiguinhos que usufruiu do dinheiro de Carlos Santos Silva, percebe-se que, no PS, Sócrates ainda é o sítio do costume.

José Diogo Quintela

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Transição energética no cu dos outros, para mim é refresco.

José Diogo Quintela

Pela reacção histérica de quem se lançou às bombas de gasolina com miúfa de ficar empanado, é óbvio que os portugueses não estão prontos para os desafios que o futuro energético traz.

Em que ocasião é que os portugueses reflectem sobre o estado do mundo e concluem que tudo aquilo que defendiam é, afinal, uma parvoíce pegada? Cuido que, para cada pessoa, há uma situação específica que apela à viracasaquice, um tinir de campainha que espoleta o trocatintismo, um momento charneira a partir do qual nada volta a ser igual. Pode ser na altura de entregar o IRS. Ou, então, quando se pagam as compras, no supermercado. Às vezes é a ouvir um deputado, no telejornal. Para cada um, o seu momento Judas, de trair aquilo em que se acreditava. Já se percebeu que, para a maioria dos portugueses, essa grande epifania ideológica dá-se na bicha da bomba de gasolina, durante um pânico pré-greve. É aí que descobrem que, afinal, são reaccionários. E até gostam.

O repetitivo pára-arranca, o rádio em surdina, as buzinadelas impacientes, a voz metálica que sai da bomba e diz “pode atestar”, a

mulher ao telemóvel a ameaçar divórcio se não tiverem combustível para ir de férias, tudo junto é uma algaraviada que dá, até ao mais pacato pai de família, vontade de invadir a Polónia. Na impossibilidade de montar uma campanha militar dessa envergadura, sobra passar-se a achar que os camionistas são uns filhos da mãe abusadores, a greve um atentado ao Estado de Direito e as leis laborais uma maçada que urge rasurar.

Para este nosso compatriota, que se orgulha de nunca ter votado à direita, os trabalhadores – que sempre apoiou – agora são madraços gananciosos, e os patrões – que habitualmente despreza – são empresários probos, pilares da comunidade, que importa apoiar. Uma estação de serviço na A2 é a nova cervejaria de Munique. Quer o português veraneante, quer o alemão belicoso, gostam muito dos seus tanques.

O curioso é que os portugueses que não admitem que camionistas lhes cortem o acesso ao gasóleo são os mesmos que admitem (e aplaudem) que o ministro do Ambiente queira fazer a mesma coisa. Há qualquer coisa de sedutor na voz cava de Matos Fernandes, que faz tremer as pernas de quem quer atestar e ouve em sussurro: “Larga a mangueira, maroto. Anda mas é fazer transição energética comigo”.

Pela reacção histérica de quem se lançou às bombas de gasolina com miúfa de ficar empanado, é óbvio que os portugueses não estão prontos para os desafios que o futuro energético traz, já aí ao virar da esquina. (Só não chegou ainda porque vem movido a energia solar e, como dobrar uma esquina é uma manobra complicada, o futuro energético está a carregar as baterias). Felizmente, a próxima geração é mais resiliente e está preparada para enfrentar as limitações que aí vêm. O meu filho, por exemplo, vai-se estar a borrifar para tudo isto. Tem 10 meses e a sua brincadeira predilecta é olhar para candeeiros e vê-los a acender e a apagar. Atenção, ele não se excita com a luz, ele delira é com a intermitência. Encanta-o a incerteza. “Será que a luz volta?”. Quando for adulto, vai conviver bem com apagões.

(Aliás, o meu filho daria um óptimo cidadão da Venezuela. Além deste jogo, que treina para a falta de energia, os seus jogos preferidos são: “O bebé não está cá! Ai, está, está!”, que prepara para os sequestros por parte da polícia política; e aquele jogo de pedir ao bebé para apontar o pé, o nariz ou a boca, um jogo que normaliza a denúncia que, por vezes, uma pessoa tem de fazer, para se safar a si e à família. Quem aponta o nariz logo à primeira, sabe apontar um vizinho, se for preciso. Fossem todos como o meu filho e a URSS ainda existia).

Por uma daquelas coincidências que costumam acontecer quando o cronista precisa de forçar a correlação entre dois temas, para ter o que escrever, enquanto Portugal receia ficar sem gasolina, Greta Thunberg prepara-se para ir a Nova Iorque pedir para que Portugal, entre outros países, fique sem gasolina. Greta Thunberg é a escandinava mais famosa a fazer a travessia do Atlântico Norte, desde que, em 985, Erik, o Vermelho, partiu da Islândia para colonizar a Gronelândia. Nessa altura, apesar de não haver automóveis, fábricas ou aviões a emitirem CO2, vivia-se o chamado Período Quente Medieval, com temperaturas parecidas com as actuais, e era possível viver na Gronelândia com relativo conforto – ou, tratando-se de nórdicos, relativo hygge.

Há quem, maliciosamente, diga que, se Greta Thunberg quer viajar com o mínimo possível de emissões, então devia ir a pé. O que é estúpido. Não se consegue ir a pé até à América. Agora. Porque já houve uma altura em se conseguiu. Foi assim que, há cerca de 20 mil anos, o homo sapiens migrou para a América através do Alasca, que na altura estava ligado à Sibéria. No fim da última Idade do Gelo, o nível das águas era bastante mais baixo do que na actualidade, o que permitiu que os caçadores entrassem na América atrás de mamutes. O mamute era parte importante da dieta do paleolítico, assim chamada por ser a dieta que se comia no paleolítico. Isto passou-se, mais uma vez, numa altura em que a Terra tinha um clima diferente, apesar de não haver qualquer influência humana. Esquisito. O que nos conduz à questão filosófica: se a temperatura se alterar, mas não houver crianças a faltarem às aulas, as redes sociais fazem barulho? Observador

Pesadelo de uma Noite de, Digamos, Verão.

O dia é 21 de Agosto de 2029. Em pleno tabuleiro da Ponte 25 de Abril o Presidente da República António Costa acabou de rebaptizar a infra-estrutura: passa agora a chamar-se Ponte PREC.

Pouca gente sabe mas William Shakespeare escreveu a sua obra Sonho de uma Noite de Verão inspirado pelos tórridos estios característicos das Ilhas Britânicas. Já no nosso país, o Verão de que estamos a usufruir este ano revela-se mais propício a arrepiantes pesadelos.

O dia é 21 de Agosto de 2029. Em pleno tabuleiro da Ponte 25 de Abril o Presidente da República António Costa acabou de rebaptizar a infra-estrutura. Depois de Ponte Salazar e Ponte 25 de Abril a primogénita travessia do Rio Tejo passa agora a chamar-se Ponte PREC em honra da etapa histórica que Portugal iniciou em 2015 com o governo do PS apoiado por PCP e Bloco de Esquerda e que a actual quarta encarnação da geringonça pretende aprofundar.

O Presidente lembrou o célebre momento em que naquele local, em 1994, o governo de Cavaco Silva foi praticamente derrubado pelos camionistas. E depois recordou como o seu próprio governo, em 2019, derrubou os camionistas. Concluiu logicamente, pela propriedade transitiva da política, que foi o primeiro-ministro António Costa quem derrotou o primeiro-ministro Cavaco Silva. A ponte quase veio abaixo com o estrondoso aplauso. Literalmente. As cativações da ministra das Finanças Mortágua só permitem a substituição de seis parafusos ferrugentos por quinquénio.

Mas o projecto de dar novos nomes a obras públicas, do qual o primeiro-ministro Pedro Nuno Santos encarregou a ministra da Administração Interna Catarina Martins, não ficará por aqui. Em breve também a Ponte Vasco da Gama verá o nome do navegador colonialista, xenófobo, racista e nazi merecidamente substituído. Numa demonstração de inaudita magnanimidade, a travessia passará a chamar-se Ponte Rui Rio em homenagem ao trabalho deste estadista no eliminar da distância que historicamente separava os lados esquerdo e direito da política em Portugal, nomeadamente por via da eliminação do PSD do panorama político português.

Parece portanto ultrapassada a crise que ameaçou a estabilidade do governo o mês passado quando a líder do Bloco de Esquerda exultou com o pré-aviso de greve de sexo das mulheres portuguesas contra a opressão do cis-heteropatriarcado. O Primeiro-Ministro — suspeita-se que aconselhado pelo Presidente da República — ameaçou colocar os militares na rua para garantir os serviços mínimos.

Num primeiro momento Catarina Martins indignou-se com a perpetuação do estereótipo de que as mulheres não podem ver homens fardados sem ficar com as perninhas a tremer, mas acabou por se demarcar da paralisação depois de o Primeiro-Ministro ter acedido à exigência antiga dos bloquistas de que a frequência do acampamento de Verão do Bloco de Esquerda passe a ser obrigatória para todos os jovens até aos 18 anos e não apenas para as crianças até aos 12, como actualmente.

Indisfarçavelmente rejubilante na cerimónia de hoje estava o ministro do Ambiente e líder do PAN André Silva. É que não foi apenas o nome que mudou na ponte. A partir de hoje, das seis faixas de rodagem existentes uma ficará disponível para automóveis: às segundas, quartas e sextas permitirá circular no sentido Sul-Norte, nos outros dias em sentido oposto. Excepto nos três meses de Festa do Avante em que funcionará exclusivamente de Lisboa para Almada. As restantes vias ficam

reservadas a veículos de tracção animal. E quanto menos flatulência o animal libertar durante a travessia menos metano é enviado para a atmosfera e maior o desconto na portagem. Tudo parte do plano da geringonça para tornar Portugal o país mais ecológico do mundo e para ainda este semestre sermos ultrapassados em termos de PIB per capita pelo Burundi.

Tiago Dores – Observador

A culpa é do Grand Theft Auto

O discurso de Trump dizia que o país, em uníssono, deve condenar o racismo. Era bom que a pessoa que lhe escreve os discursos entrasse urgentemente em contacto com o idiota que lhe escreve os tweets.

Os videojogos são a mini-saia dos tiroteios em massa. Assim como certos rústicos afirmam que a culpa das violações é da mini-saia, outros rústicos acreditam que os videojogos violentos são responsáveis pela violência real. Esta teoria tem um problema: é desmentida pelos factos. Mas os factos, felizmente, vão contando cada vez menos perante valores mais altos, tais como sensações que a gente tem. Depois de mais dois trágicos tiroteios na mesma semana, Donald Trump dirigiu-se à nação e culpou os videojogos. Não é a primeira vez. Em Fevereiro do ano passado, dias depois de outro destes tiroteios, Trump disse que era preciso tomar medidas contra certos videojogos e filmes, por estarem na origem de comportamentos violentos. Em sentido contrário a esta opinião ia a sempre enganadora Ciência. Uns estudos demonstram que noutros países há ainda mais pessoas a jogar este tipo de jogos e não há notícia de tiroteios em massa. Outros estudos revelam que, nos Estados Unidos da América, a taxa de crime juvenil está no nível mais baixo dos últimos trinta anos. E um outro estudo, conduzido por mim, indica que a exposição prolongada ao Candy Crush não leva as pessoas a invadir lojas de guloseimas para rebentar docinhos, e jogar Tetris não inspira os jogadores a encaixarem coisas noutras coisas na vida real. No entanto, não é essa a sensação de Donald Trump. E o certo é que devemos manter a mente aberta a outras opiniões, porque é possível aprender qualquer coisa com o discurso de Trump. Por exemplo, que o lobby dos videojogos não é tão poderoso como o das armas.

Trump não está sozinho. Em 2007, Mitt Romney atribuiu a culpa dos massacres de Columbine e do Instituto Politécnico da Virgínia à pornografia e à violência existentes nos videojogos, na televisão, nos filmes e na música. A referência à pornografia é preciosa porque, como é fácil de verificar, nas sociedades nas quais a pornografia é proibida, as mulheres, por exemplo, são muito mais bem tratadas do que nas sociedades em que é permitida. Pelo menos, há quem tenha essa sensação.

Ignorando todas estas sensações, o Supremo Tribunal Americano decidiu, em 2011, que o governador da Califórnia, o democrata Jerry Brown, não podia fazer uma lei restringindo a venda de videojogos violentos. Parece que essa lei violava a primeira emenda da Constituição, que fala de uma coisa que se valorizava antigamente, chamada liberdade de expressão, ou o que é. Os juízes fundamentaram essa decisão com recurso a diversos estudos, nenhum dos quais contemplava sensações. Lamentável.

De resto, o discurso de Trump dizia que o país, em uníssono, deve condenar o racismo. Parece uma ideia sensata, mas difícil de executar. Por exemplo, era bom que a pessoa que lhe escreve os discursos entrasse urgentemente em contacto com o idiota que lhe escreve os tweets.

(Crónica publicada na VISÃO 1379 de 8 de Agosto)

Ricardo Araújo Pereira

O ESTADO DE SAÚDE DE ASSANGE DETERIORA-SE.

O estado de saúde de Julian Assange deteriora-se a olhos vistos. É o que confirma esta foto, tomada clandestinamente dentro do presídio britânico de Belmarsh. A foto foi tirada por outro prisioneiro com um telemóvel (ilegal), enviada para o exterior e publicada na web . A aparência magérrima de Assange, quase cadavérica, é evidente. As autoridades britânicas, em conluio com as estado-unidenses, estão a fazer todo o possível para matar Assange. Chegam mesmo a criar dificuldades para os cuidados médicos de que precisa. Resistir.info


Julian Assange no presídio de alta segurança de Belmarsh.

Colecção completa dos Beatles, em vídeos organizados com todas as músicas e respectivas letras. Espero que gostem.

Colecção completa dos Beatles, em vídeos organizados com todas as músicas e respectivas letras. Espero que gostem.

songs-tube.net/

A Day in the Life

A Hard Day's

A Taste of Honey

Across The Universe

Act Naturally

Tudo que eu tenho que fazer

All My Loving

All Together Now

All You Need Is Love

And I Love Her

And Your Bird Can Sing

Anna (Go To Him)

Another Girl

Any Time At All

Ask Me Why

Baby It's You

Baby You're a Rich Man

Baby's in Black

Back In The USSR

Bad Boy

Porque

Being For The Benefit of Mr. Kite!

Aniversário

Blackbird

Blue Jay Way

Boys

Can't Buy Me Love

Carry That Weight

Chains

Come Together

Cry Baby Cry

Day Tripper

Dear Prudence

Devil In Her Heart

Dig A Pony

Dig It

Dizzy Miss Lizzie

Do You Want to Know a Secret

Doctor Robert

Don't Bother Me

Don't Let Me Down

Don't Pass Me By

Drive My Car

Eight Days a Week

Eleanor Rigby

Every Little Thing

Everybody's Got Something to Hide Except For Me and My Monkey

Everybody's Trying to Be My Baby

Fixing a Hole

Flying (instrumental)

For No One

For You Blue

Free As A Bird

From Me To You

Get Back

Getting Better

Menina

Glass Onion

Golden Slumbers

Good Day Sunshine

Good Morning, Good Morning

Good Night

Got To Get You Into My Life

A felicidade é um Warm Gun

Olá, Goodbye

Ajuda

Helter Skelter

Her Majesty

Here Comes The Sun

Here, There and Everywhere

Hey Bulldog

Hey Jude

Hold Me Tight

Honey Don't

Honey Pie

I Am the Walrus

I Call Your Name

I Don't Want to Spoil the Party

I Feel Fine

I Me Mine

I Need You

I Saw Her Standing There

I Should Have Known Better

I Wanna Be Your Man

I Want To Hold Your Hand

I Want To Tell You

I Want You (She's So Heavy)

I Will

I'll Be Back

I'll Cry Instead

I'll Follow the Sun

I'll Get You

Eu sou um perdedor

I'm Down

I'm Just Happy to Dance with You

I'm Looking Through You

I'm Only Sleeping

I'm so tired

I've Got A Feeling

I've Just Seen a Face

If I Fell

If I Needed Someone

In My Life

It Won't Be Long

It's All Too Much

It's Only Love

Julia

Kansas City / Hey, Hey, Hey, Hey

Komm Gib Mir Deine Hand

Lady Madonna

Let it Be

Little Child

Long Tall Sally

Long, Long, Long

Love Me Do

Love You To

Lovely Rita

Lucy in the Sky with Diamonds

Maggie Mae

Magical Mystery Tour

Martha My Dear

Matchbox

Maxwell's Silver Hammer

Mean Mr. Mustard

Michelle

Misery

Money (That's What I Want)

Mother Nature's Son

Mr. Moonlight

No Reply

Norwegian Wood

Not a Second Time

Nowhere Man

Ob-La-Di, Ob-La-Da

Octopus's Garden

Oh! Querida

Old Brown Shoe

One After 909

Only A Northern Song

P.S. Eu te amo

Paperback Writer

Penny Lane

Piggies

Please Mister Postman

Please Please Me

Polietileno Pam

Chuva

Real Love

Revolution 1

Revolution 9

Rock and Roll Music

Rocky Raccoon

Roll Over Beethoven

Run For Your Life

Savoy Truffle

Sexy Sadie

Sgto. Pepper's Lonely Hearts Club Band

Sgto.. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise)

She Came In Through The Bathroom Window

She Loves You

She Said, She Said

She's A Woman

She's Leaving Home

Sie liebt dich

Slow Down

Alguma coisa

Strawberry Fields Forever

Sun King

Taxman

Tell Me What You See

Tell Me Why

Thank You Girl

A Balada de John e Yoko

The Continuing Story of Bungalow Bill

The End

The Fool On The Hill

The Inner Light

The Long And Winding Road

The Night Before

A Palavra

There's A Place

Things We Said Today

Think For Yourself

This Boy

Ticket to Ride

Till There Was You

Tomorrow Never Knows

Twist and Shout

Two of Us

Aguardar

We Can Work It Out

What Goes On

What You're Doing

When I Get Home

When I'm Sixty-Four

While My Guitar Gently Weeps

Porque não fazemos na estrada

Wild Honey Pie

With a Little Help From My Friends

Within You Without You

Words of Love

Yellow Submarine

Yer Blues

Yes It Is

Ontem

You Can't Do That

You Know My Name

You Like Me Too Much

You Never Give Me Your Money

You Really Got a Hold on Me

You Won't See Me

You're Going to Lose That Girl

You've Got to Hide Your Love Away

Your Mother Should Know


O vídeo de Beatles Albums:

Please Please Me

With The Beatles

A Hard Day's

Beatles For Sale

Ajuda!

Rubber Soul

Revolver

Sgt. .. Pepper's Lonely Hearts Club Band

Magical Mystery Tour

The Beatles - White Album

Yellow Submarine

Abbey Road

Let It Be

Past Masters Volume 1

Past Masters Volume 2