não consegui garantir a autenticidade, mas partilho destas observações!
Kuing Yamang
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Bonito gesto de Cristiano Ronaldo.
Tiago Dores
A vespa volutina, mais conhecida por vespa asiática, chegou à Europa há 15 anos e, desde 2011, os casos de picadas dolorosas e agressivas não pararam de surgir em território nacional.
O que é uma vespa volutina, também conhecida por vespa asiática, e que é que se deve fazer quando se detecta um ninho da espécie? A Renascença preparou um explicador.
O último caso ocorreu no Parque da Pena, em Sintra, que foi encerrado na segunda-feira (dia 16) depois de ter sido descoberto um ninho na zona ocidental do parque.
Que aspecto têm e como chegaram a Portugal?
Esta espécie é predominantemente preta, com uma ampla faixa laranja no abdómen e uma faixa amarela na parte dorsal. As patas são também escuras, com extremidades amarelas.
A vespa volutina entrou na Europa através da França, em 2004, num carregamento de bonsais proveniente da China. A espécie rapidamente se reproduziu, tendo entrado em Portugal em 2011.
Onde se encontram os ninhos?
A detecção dos ninhos nem sempre é tarefa fácil. Alguns podem localizar-se em árvores baixas ou em telhados, sendo, por isso, facilmente visíveis, outros localizam-se em árvores altas, como, por exemplo, eucaliptos adultos. E, neste caso, é muito difícil ver os ninhos, não só pela distância ao solo como pelo facto desta espécie florestal apresentar folhas todo o ano.
Os ninhos destas vespas, como o que foi detectado em Sintra, podem chegar a um metro de altura e até 80 centímetros de diâmetro. No seu interior podem estar entre duas mil e 13 mil vespas.
Ninho de vespa asiática. Foto: Octávio Passos / Lusa
O que fazer em caso de ser picado?
Posso ter um comportamento preventivo?
De acordo com o site oficial da CUF, existem algumas precauções que podem ser tomadas para reduzir o risco de ser picado:
Como se comporta e que impactos negativos tem?
A espécie é diurna e predadora de outras vespas, abelhas e outros insectos… No caso das abelhas, a vespa velutina espera que cheguem carregadas de pólen junto às colmeias. Depois de as capturarem, levam-nas para os seus ninhos para alimentar as larvas.
Na apicultura, a vespa asiática causa perdas devido à predação da abelha-europeia, enquanto que na agricultura, além de haver uma menor actividade de polinização, pode influenciar a produção frutícola.
Este é um dos grandes efeitos da presença desta espécie em território nacional, de acordo com o Plano de Acção para a Vigilância e Controlo da Vespa velutina em Portugal, criado em 2018.
Ninho de vespa volutina. Foto: Estela Silva / Lusa
Até que ponto afecta a segurança das pessoas?
Individualmente, não é mais agressiva para o ser humano do que a vespa-europeia, mas reage de forma bastante agressiva às ameaças do ninho.
Se se sentir ameaçada até cinco metros de distância do ninho, pode responder em grupo e perseguir essa ameaça a cerca de 500 metros.
Desde 2017 até ao corrente ano, verificou-se um aumento do número de denúncias. Em 2017, contabilizaram-se 499 avistamentos, número que aumentou para 708 em 2018 e que, este ano, até 25 de Agosto, somou 508 situações relacionadas com a presença de vespas asiáticas.
Em que pontos do país existem mais ninhos de vespas volutinas?
Os distritos onde se registaram mais denúncias, ao longo deste ano, foram no Porto (133), Braga (92), Viseu (60), Aveiro (53) e Coimbra (50).
A vespa asiática registou o primeiro avistamento em Portugal em 2011, no distrito de Viana do Castelo, e, desde aí, tem vindo a deslocar-se para o sul do país, sendo que Lisboa, até agora, é o distrito mais a sul onde existe a presença desta vespa.
Operação anti vespa asiática. Foto: Estela Silva / Lusa
Onde pode denunciar a localização de um ninho?
Através da linha SOS Ambiente e Território - 808 200 520 - do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR, ou preencher um formulário na plataforma SOS Vespa, criada pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, a dar conta da localização de um ninho.
A plataforma SOS Vespa cartografa e monitoriza essas ocorrências através da colaboração de cidadãos e de instituições.
Também é possível pedir a colaboração da junta de freguesia da área da observação do ninho.
Que planos de acção existem em Portugal?
Em 2018, foi implementado o plano de acção para a vigilância e controlo da vespa velutina em Portugal, que visa a prevenção, vigilância e controlo desses animais em todo o território nacional, com vista à segurança dos cidadãos, à protecção da actividade agrícola e do efectivo apícola, bem como à minimização dos impactos sobre a biodiversidade.
Relativamente ao plano de acção, a GNR, através do SEPNA, tem participado nas acções de vigilância, controlo e destruição, assim como nas acções de formação e divulgação, além de efectuar o tratamento e encaminhamento de todas as denúncias recebidas através linha SOS Ambiente e Território.
Certo é que os cidadãos devem evitar fazer a destruição dos ninhos, uma vez que, se não for eliminado na sua totalidade, a vespa vai nidificar noutro local, persistindo o problema.
RR
- Gerânios: pode colocá-los pendurados nas grades na varanda ou em vasos.
Uma das flores mais comuns em jardins e varandas é o gerânio, que dá vida a qualquer recanto com suas flores multicoloridas. Trata-se de uma planta que resiste bem, inclusive às altas temperaturas, e é muito fácil de cuidar. Você pode combinar diferentes espécies e variedades de gerânios para conseguir assim um resultado espectacular e colorir todo o seu lar. Para que não fique nenhuma dúvida, explicaremos neste artigo como cuidar de gerânios.
Passos a seguir:
1-Em primeiro lugar, você deve considerar que os gerânios precisam de muita luz solar para um crescimento forte e saudável. Desta forma, recomendamos que sejam colocados em um local ensolarado de seu jardim ou terraço ou, caso estejam em áreas internas, próximo de janelas.
2-Trata-se de uma planta que floresce no Verão, por isso deve ser muito regada durante esta estação do ano; enquanto no Inverno, a frequência de irrigação deve ser muito menor, especialmente em climas frios.
3-Além disso, recomendamos o uso de um substrato pesado que retenha bem a umidade e monte um bom sistema de drenagem em vasos ou jardineira para evitar que fiquem encharcados.
4-Na Primavera, você deve fazer uma boa poda nos gerânios para que floresçam com mais força. Você terá de arrancar as folhas secas e mortas pelo ponto de união com o talo.
5-Da mesma forma, é necessário adubar estas flores com frequência, especialmente durante a floração; você pode usar adubo líquido específico para gerânios ou um genérico.
6-As flores e folhas não devem ser pulverizadas, já que possuem um toque aveludado e a água as estragaria. Para limpá-las, você pode usar um pano de tecido macio ou um espanador.
7-Você deve prestar especial atenção às pragas que podem afectar os gerânios, como é o caso da borboleta do gerânio, a mosca branca, ou outras pragas mais comuns.
- Petúnias: devem ser protegidas do vento.
Petúnia é um género botânico pertencente à família Solanaceae. A etimologia do nome do género botânico 'Petúnia remete ao termo tupi-guarani grafado petum ou betum. É originária de locais tropicais e sub-tropicais da América do Sul. A maioria das petúnias que se encontram em jardins são híbridas.
A petúnia é uma planta de sol pleno que tolera o frio moderado. O solo deve ser fértil e rico em matéria orgânica, pode adicionar húmus de minhoca. O pH do solo deve ser levemente ácido. As petúnias precisam de ser regadas periodicamente, por isso a sistema de drenagem do substrato deve funcionar muito bem. Apesar da floração ser mais intensa na Primavera, a petúnia floresce com menor intensidade durante todo o ano até que seu ciclo de vida termine.
- Tulipas: poderá combinar as diferentes cores e obter um resultado bonito. Leia aqui quais são as variedades das tulipas.
As tulipas florescem na Primavera trazendo uma abundância de cor para o seu jardim. Com os devidos cuidados, poderá desfrutar destas magníficas flores de Primavera ano após ano. As tulipas proporcionam uma variedade de cores e texturas que vão desde tulipas em miniatura colocadas em espaços pequenos a gigantes que dominam a paisagem.
Vai precisar de:
Passos a seguir:
1-Veja revistas ou catálogos de sementes para determinar que tipo de tulipa quer fazer crescer. Tenha em conta que o tamanho, forma e cor que escolher depende da área que deseja fazer crescer, tulipas minúsculas num canto trará um toque delicioso de cor, mas as variedades das gigantes podem parecer fora do lugar delas.
2-Escolha um local ensolarado que tenha pelo menos 6 horas de luz solar directa. Emboras as tulipas floresçam com pouco sol, as flores no geral, serão mais pequenas e podem ter falta de cor. Repare que as tulipas florescem mais cedo e podem ser cultivadas sob árvores de folha caduca que ainda não têm folhas na Primavera. A chave é encontrar um sítio que receba muito sol na Primavera.
3-Prepare o solo do cultivo da terra de 8 a 10 centímetros. Remova pedras, raízes e detritos.
4-Adicione abundantemente adubo ou matéria orgânica sobre o solo e trabalhe-o correctamente.
5-Plante os bolbos da tulipa a 6-8 centímetros de profundidade, dependendo da variedade e do tamanho dos bolbos, com o topo para cima. A melhor época para plantar é no início do Outono para ter flores na Primavera. Plante as tulipas em grupos de três ou cinco.
6-Pulverize a parte superior do solo das tulipas com fertilizantes de flores e trabalhe em um ou dois centímetros do chão. Este fertilizante dissolve-se e, assim as flores alimentam-se quando chove.
7-Deixe as folhas de tulipa continuarem a crescer depois da floração. Depois de se tornarem amarelas ou castanhas e terem caído, pode cortá-las de novo ao nível do solo se assim o desejar. Após a floração, as tulipas usam a energia para fortalecer os bolbos para o próximo ano. Corte-as de novo antes de morrerem, pois pode impedir que floresçam de novo nos próximos anos.
Conselhos
- Rosas: existem as rosas trepadeiras que podem colocar-se nas grades ou nas colunas; as arbustivas, para floreiras e vasos até à borda, e as plantadas que é preferível para vasos perimetrais.
Existem muitas formas de decorar o jardim, mas nada como plantar roseiras sendo que estas são umas das flores mais bonitas que existem. Além disso, desfrutaremos do seu aroma e cores, são ideais para embelezar as áreas exteriores da casa. Em um Como.com.br ensinam como plantar uma roseira no jardim.
Passos a seguir:
1-Espere a época da Primavera. É o mais aconselhável, sendo que esta é a melhor temporada para plantar roseiras, já que neste tempo a temperatura quente da terra favorece o desenvolvimento das raízes.
2-Plante as roseiras em uma área ensolarada. Antes de começar com a plantação determine a área onde vai plantar suas roseiras, e é necessário que esta área receba uma boa quantidade de sol, sendo que a maioria das espécies de rosa precisam de sol para crescerem saudáveis.
3-Lembre-se que as roseiras também precisam de vento fresco. Isto não quer dizer que as exponha demasiado a tempestades ou ventanias fortes porque estes poderiam ser prejudiciais.
4-Plante as roseiras num terreno de terra arenosa e com argila, sendo que estas são as melhores condições para o crescimento destas flores.
5-As roseiras não devem ser plantadas muito perto de muros. Estas plantas precisam de um espaço médio de 30 cm de distância para poder crescer e desenvolver-se livremente.
6-Uma noite antes de realizar a plantação deixe as rosas descansando num recipiente com água. Isto hidratará bem as plantas para que possam ter mais possibilidades de crescer saudáveis e fortes.
7-Com uma pá faça um buraco grande mexendo bem a terra. Se você precisar de adubar a terra, esta é uma boa oportunidade para fazer isso.
8-Coloque a roseira no buraco e cubra com a terra. É necessário que você compacte bem a terra exercendo pressão para que as raízes se firmem bem e cresçam como devem.
Durante as próximas semanas, regue várias vezes por dia e siga estas recomendações sobre como cuidar de uma roseira.
10-Também, a poda das roseiras é um dos cuidados mais importantes que estas flores precisam, para que cresçam fortes e saudáveis. É a forma de eliminar a madeira morta e assim contar com belas rosas. Desta forma, a roseira deverá ser podada pelo menos uma vez por ano, ainda que possam ser realizadas diversas podas.
- Laranjas: se tiver espaço suficiente, ficam bem nos cantos exteriores.
A laranjeira é uma árvore de tamanho médio, costuma ter de sete a nove metros de altura. Tem uma copa redonda e uns ramos regulares. Para que lhe dê bons frutos deve plantar uma laranjeira num clima temperado e húmido, e além disso deve escolher um terreno um pouco inclinado e que possa regar abundantemente.
Vai precisar de:
Passos a seguir:
1-Tem que escolher o melhor local que tiver para plantar uma laranjeira, e remover as ervas daninhas que possam existir no terreno escolhido.
2-Faça um buraco com uns 20 centímetros com a ajuda de uma enxada pequena.
3-Ponha um pouco de terra boa, especial para plantas, no fundo do buraco.
4-Ponhas as raízes da laranjeira no interior do buraco de forma a que fiquem todas dentro dele.
5-Tape o buraco com terra fértil de forma a que todas as raízes fiquem cobertas. Ponha terra até ao nível onde começa o tronco da planta.
6-Compacte um pouco a terra de forma que a a laranjeira fique direita.
7-Regue a laranjeira abundantemente com um regador depois de a plantar, e faça o mesmo nos próximos dias.
Conselhos
As plantas não servem apenas para a decoração da sua casa, elas também ajudam a purificar o ambiente.
Um estudo da NASA indicou 16 plantas que são capazes de absorver toxinas em ambientes fechados, ou seja, que conseguem purificar o ar do ambiente.
Para essa pesquisa, eles consideraram os principais poluentes como amónia, benzeno, formaldeído, tricloroetileno e xileno. Veja como cada planta ajuda a purificar o ar.
Essa planta é indicada para filtrar a amónia, que é bem comum em produtos de limpeza e é ideal para você ter na sua cozinha e banheiro.
Apesar desta flor precisar de mais cuidados e de luz e calor, ela ajuda a filtrar a amónia, benzeno, formaldeído, tricloroetileno e xileno.
Essa planta precisa de muito sol e não resiste a temperaturas baixas, e é indicada para filtrar substâncias como benzeno, formaldeído, tricloroetileno e xileno.
Uma planta que é fácil de cuidar e não exige muitos cuidados. Ela é capaz de filtrar substâncias como benzeno, metanal, tricloroetileno, tolueno e xileno.
Normalmente usada em ambientes externos, ela é perfeita para colocar dentro de casa também, pois elimina poluentes como o benzeno, o formaldeído e o tricloroetileno.
Essa flor precisa de muito sol, por isso, coloque ela sempre em um local com bastante luminosidade. Além de liberar bastante oxigénio, ela filtra substâncias como o formaldeído, tricloroetileno, xileno.
Perfeita para ambientes bem secos, pois ela umedece o ar, ela também é capaz de absorver quase todos os poluentes.
Uma planta super eficaz na absorção de benzeno, formaldeído e xileno, ela vive bem em ambientes com baixa incidência solar.
Ideal para ambientes com a temperatura acima dos 18°C, é capaz de filtrar poluentes como benzeno, formaldeído, tolueno, tricloroetileno e xileno. Se ingerida, pode ser tóxica.
Essa planta ajuda a remover a amónia, o formaldeído e o xileno do ambiente.
Essa planta é perfeita para ficar ao lado de armários por absorver compostos liberados por tecidos, como o formaldeído e o xileno.
Como elimina substâncias presentes em produtos de limpeza, como a amónia, o formaldeído e o xileno, é indicada para ambientes como área de serviço, banheiro e cozinha.
Recomendada para ambientes com sombra, ela absorve elementos como benzeno, formaldeído, monóxido de carbono e xileno.
Fácil de cuidar, filtra poluentes como benzeno, formaldeído e xileno.
Requer mais cuidados do que a outra e elimina elementos como o formaldeído e o xileno do ar.
Ela pode tomar sol e consegue filtrar o xileno proveniente da fumaça de cigarros e dos escapamentos dos automóveis, sendo uma óptima opção para deixar na entrada de casa.
Os debates televisivos que antecedem as próximas eleições legislativas deram a conhecer uma nova figura de referência ao nível do comentário político-económico. Depois do Gajo de Alfama, que acreditava ser possível acabar com o terrorismo através de bombas que iam lá pelo cheiro a caril, é agora a vez da Fulana do Castelo – o bairro popular lisboeta que serve de lar ao célebre Chapitô –, Catarina Martins. Para a líder do Bloco de Esquerda, ou melhor, para a Fulana do Castelo o problema da escassez de água potável em Portugal resolvia-se de forma muito simples: era só terraplenar tudo o que é barragens, porque as barragens provocam ali uma acumulação de águas que vinham pelo rio abaixo, águas que tinham inclusive coisas combinadas noutros sítios mais a jusante e que por isso ficam danadas por estarem retidas na albufeira. Vai daí toca de se evaporarem só para fazer pirraça ao pessoal da hidroeléctrica. Portanto, na perspectiva da Fulana do Castelo qual a melhor forma de termos mais água boa para beber? Nem mais. É rebentando com as infra-estruturas que constituem a forma mais eficaz de termos mais água boa para beber.
Para fundamentar esta posição, Catarina Martins assegurou que é preciso “proteger os recursos hídricos e renaturalizá-los”. Eu aviso já que comigo não contam para “renaturalizar” coisa nenhuma. Acho que é sempre prudente partir do princípio que se alguma coisa foi “desnaturalizada” foi muito provavelmente porque em determinado momento histórico os nossos antepassados, ligeiramente fartos de — por exemplo — falecer aos 35 anos à conta de um abcesso num molar, tiveram arte e engenho para dominar o estado “natural” do planeta. E assim a espécie humana evoluiu até termos hoje uma qualidade de vida inédita em toda a história da humanidade. Mesmo apesar dos esforços do Bloco de Esquerda. Enfim, chamem-me esquisito, mas eu só desejo estar em harmonia com a natureza quando a natureza não pretende matar-me. Se a natureza não quer que eu a aborreça, é não se meter comigo.
O que é indiscutível é que desde 2015 o Bloco de Esquerda anda a trabalhar arduamente numa nova estratégia para a gestão da água, alternativa às démodés barragens. Não esqueçamos que os bloquistas votaram favoravelmente os quatro orçamentos do PS desta legislatura, graças aos quais o investimento público desceu para um nível inferior ao da pluviosidade no Atacama. Uma das áreas em que a falta de investimento se faz sentir é a manutenção das estradas, que estão todas esburacadas. Ora, o que em dias secos parecem meros buracos extremamente incómodos, em dias de chuva revelam-se estupendos recursos hídricos naturais, logo muito superiores a qualquer barragem: são autênticos charcos onde os portugueses podem ir matar a sede qual manada de hipopótamos em plena savana africana.
Politiquices à parte, sejamos sinceros. Justifica-se que o Bloco de Esquerda não queira que o país tenha barragens. Efectivamente são uma coisa horrível. No fundo ter uma barragem é como viver paredes meias com um vizinho que não há maneira de mandar arranjar aquele cano da água que rebentou vai para mais de 5 anos e que ainda assim insiste em tomar 27 banhos de imersão por dia. Uma pessoa está sempre com infiltrações na parede da barragem e de cada vez que é preciso estucar e dar mais uma demão fica uma fortuna porque o pé direito é muito alto.
No meio disto tudo, o grande mérito de Catarina Martins foi levantar esta questão das barragens na altura em que o líder do PS é António Costa. É que o anterior primeiro-ministro do partido, José Sócrates, adorava barragens. O que significa que António Costa odeia barragens. Aliás, António Costa nunca ouviu sequer falar em barragens. Tampouco alguma vez desconfiou que pudesse existir tal coisa.
Não queremos ser todos iguais, pois não?
Tiago Dores – Observador
2008 - Cristiano Ronaldo com seu jogador de Barclays do ano, bota dourada e 30 prêmios da liga gols no campo de treinamento de Carrington em Manchester, Inglaterra
Há décadas que intelectuais, artistas, políticos e militares, com relevo para historiadores e geógrafos, se queixam da ausência de um museu dos Descobrimentos. Durante anos, o tema não era controverso, “apenas” faltavam edifícios à altura, material para lá colocar, orçamento, oportunidade e, como se diz agora, vontade política. Com um programa próprio, o belo Museu da Marinha está longe de satisfazer. O Padrão não cumpre os objectivos. A maravilhosa Torre de Belém e os imponentes Jerónimos não se destinam a museu, apesar de poderem dar uma ajuda. A Casa da Cordoaria está para ali à espera. Esquerda e direita comungavam na mesma intenção. Os nacionalistas pensavam mais em padrões, pelourinhos, caravelas, expansão da fé e glórias militares. Os mais materialistas cogitavam em mercados, matérias-primas, colonização e escravatura. Hoje, a coisa fia mais fino. Há séria polémica. Os antigos defensores da liberdade transformaram-se em polícias e inquisidores. Descobrimentos e Descobertas deixaram de ser admitidos pelos bem pensantes, em detrimento de Colonização e Escravatura. O suposto ponto de vista das vítimas substituiu o alegado ponto de vista dos opressores. O lado negro das Descobertas foi transformado em lado primordial. A existir, o museu é cada vez mais dos Escravos e cada vez menos dos Descobrimentos. À ideologia dominante não ocorre que esse museu deva ser de tudo o que explica, acontece e sucede aos Descobrimentos: de Camões à ciência, do colonialismo à globalização e do comércio à escravatura. Nada deve faltar a um museu dos Descobrimentos, que recorda, estuda e comemora as mais importantes páginas da história de Portugal e que, como as histórias de todos os países, têm os seus lados negros e violentos, à mistura com empreendimentos excepcionais. Mas há muita gente que quer condicionar o pensamento contemporâneo, dominar a cultura actual, limitar as interpretações da história, determinar o que se deve estudar e regular o modo como se deve pensar. Uns dizem com ar sério que não se deve fazer o Museu dos Descobrimentos, mas sim o da Escravatura ou do Colonialismo. A verdade é que, se existissem os dois, teríamos um país tolerante. Se existisse só um com os dois lados da questão, teríamos um país tolerante e inteligente. Se existir um em vez do outro, teremos um país intolerante e estúpido. Se não existir nenhum, como agora, então teremos o país habitual, envergonhado e ignorante. Outros sugerem a construção de um memorial dedicado à escravatura. Privado, da sociedade civil, da autarquia ou do Estado, qualquer solução pode ser boa e compreensível, desde que não seja alternativa fanática. O que se tem visto por aí com museus e memoriais do Antifascismo, da Resistência, da Liberdade e da República, não revela bons pergaminhos. O antifascismo e o anti-racismo têm sido consagrados em Portugal como sinónimos de liberdade e de democracia, o que não é verdade.
Negar o ciclo dos Descobrimentos ou até o termo vulgar que ficou para a história é tão prepotente quanto negar a cobiça que coexistiu com esses descobrimentos. O que os marxistas contemporâneos, os anti-racistas com programa, os intelectuais do Bloco de Esquerda, os idiotas úteis e os correctíssimos cientistas de tantas disciplinas pretendem fazer com a cultura e a história é igual ao que fizeram os anteriores beatos, fascistas e sacerdotes do poder. São igualmente facciosos, intolerantes e fanáticos. A polémica dos museus foi recentemente enriquecida por uma nova história. A do Museu Salazar ou do Estado Novo. A ideia surgiu nas cabeças de familiares, de habitantes de Santa Comba e de vereadores do mesmo município. Não se imagina o que será, dada a ausência de objectos interessantes. A maior parte do acervo do ditador ficou nos arquivos da Presidência de Conselho de Ministros, visto o senhor confundir intimamente a sua vida com a do seu país. Tal documentação, de grande valor, habita hoje, e muito bem, a Torre do Tombo. Mas tudo parece indicar que alguns munícipes querem explorar o turismo e as fontes de interesse daquele pobre concelho. Um vereador chegou a dizer que o Museu Salazar era importante para a “sustentabilidade e a atractividade” do concelho!
Se a ideia, o trabalho, os custos e a responsabilidade são dos familiares, não se vê razão válida para impedir esse museu, tal como pretendem tantos peticionários indignados. Se esses esforços forem da câmara, também não se vê argumento para impedir a obra, desde que haja democracia na decisão, o que é fácil obter por intermédio da vereação e da assembleia. Mas o mundo é como é. Na praça pública, com argumentos pobres, multiplicam-se os pedidos para proibir esse museu. Proibir o Museu Salazar, tal como ele proibiu tantos? É essa a diferença entre os dois regimes, os que ele proibiu proíbem-no agora? O Estado democrático não deve financiar o Museu Salazar, mas também não deve proibi-lo. O Estado democrático não pode tratar Salazar tal como ele tratou a democracia: proibindo-a! Nós não podemos tratar Salazar tal como ele nos tratou a nós! O Estado democrático pode financiar museus que tenham a liberdade como valor. Tal como pode financiar instituições museológicas relativas à independência nacional, aos feitos militares, às batalhas pela independência, à luta contra os opressores estrangeiros (mouros, franceses ou espanhóis, por exemplo), aos descobrimentos, à colonização, à monarquia ou à República. Como pode organizar instituições dedicadas ao estudo de fenómenos que são hoje questionados, como a Inquisição, a expulsão dos judeus, a escravatura, o encerramento das ordens e dos mosteiros, a expulsão dos religiosos, a censura ou a polícia política. Mas não faz sentido o Estado democrático apoiar iniciativas destinadas a louvar quem oprimiu a liberdade e quem lutou contra a democracia. Assim como não faz sentido que o Estado democrático proíba os privados, as pessoas e outras comunidades de festejar o que quiserem, desde que sem apoio do Estado. O debate público sobre a criação de novos museus é revelador do estado de espírito dos povos e da sociedade. Mas temos obrigação de conhecer um pouco melhor a tentação totalitária que espreita em cada esquina. Sabemos que os museus podem não ser neutros. Que pode haver contrabando político e ideológico em centros de interpretação. Que o patriotismo pode esconder vícios e mitos nefastos. E que em nome da liberdade também se mata, oprime e proíbe. Como sabemos que em nome de Deus e da Pátria se cometeram inúmeros crimes. Tantos quantos foram cometidos em nome do mercado e da fortuna. Ou em nome da liberdade e da igualdade!
António Barreto - Sociólogo