segunda-feira, 23 de novembro de 2020

TAP: Um Caso Crónico do Socialismo Português

 

 


 

ON NOVEMBRO 22, 2020 POR JOÃO CORTEZ

 

Noruega: o sexto país do mundo com maior PIB per capita (fonte), com uma dívida pública em percentagem do PIB de 37,5% (fonte), e que devido ao petróleo que detem, possui um fundo soberano que excede um trilião de euros (fonte), algo que dá cerca de 190.000 euros por cada um dos seus 5,3 milhões de habitantes.

Norwegian Air: uma companhia aérea rentável antes do COVID-19 (fonte). Tendo sido afectada pela pandemia, pediu ajuda governamental que foi recusada. após o governo Norueguês ter concluído que “conceder ajuda financeira à Norwegian Air não seria um uso responsável de fundos públicos” (fonte). De seguida, a Norwegian Air entrou em insolvência (fonte).

-----------------------------------------------

Portugal: quadragésimo país do mundo em termos de PIB per capita (fonte), com uma dívida pública em percentagem do PIB de cerca de 140% (fonte), e sem qualquer fundo soberano. Se dividirmos a dívida pública por cada um dos 10 milhões de habitantes, cada português (mesmo os que nasçam hoje) tem uma dívida de 26,8 mil euros.

TAP: uma companhia aérea que já não era rentável antes da pandemia (fonte). Quer António Costa, quer Pedro Nuno Santos acham que ter uma companhia de bandeira justifica enterrar na TAP fundos ilimitados, mesmo num ano de particular dificuldade para o país, e em particular para o Serviço Nacional de Saúde. Assim, em plena pandemia, o governo PS decidiu injectar na TAP 1700 milhões de euros (fonte), mil e setecentos milhões de euros!!! Para colocar em perspectiva, o orçamento da saúde em 2020 foi cerca de 11 mil milhões de euros (fonte).

---------------------------------------

Destaque-se, que com a pandemia, a aviação foi um dos piores, senão mesmo o pior sector afectado, sendo que o impacto no sector se irá sentir durante muitos anos. Mas é no pior sector que se podia investir, que durante uma crise pandémica o governo português decide enterrar mil e setecentos milhões de euros dos contribuintes… e isto numa empresa que não era rentável mesmo antes da pandemia.  E isto, pasme-se, foi feito pelo governo do PS (apoiado pelo PCP e pelo BE) sem o governo nunca ter disponibilizado o plano de liquidez da TAP (fonte).

Somos de facto um país muito rico… em políticos medíocres e pobres

PS: Cereja em cima do bolo, vejamos um outro negócio que está em grande declínio na era digital: o correio tradicional. Vamos ver então, em plena pandemia, onde podemos injectar dinheiro que não se tem para fazer um daqueles “bons negócios” para o contribuinte que só o Pedro Nuno Santos sabe fazer – nos CTT.

Comentário Pessoal:

Só alguém que quisesse ridicularizar o nosso governo é que se lembraria de nos comparar à NORUEGA.

Este país, que tem um dos maiores  fundos de investimento mundiais com o ‘revenue’ do petróleo do oceano atlântico (exemplo da actual receita líquida anual do petróleo: 25 mil milhões de euros em 2020), decidiu há muitos anos (e o seu eleitorado concordou) que só o máximo de 5% dessa receita é que entra no orçamento do estado, para ser gasto; os restantes 95% é para ser investido para as gerações futuras.

SÃO DOIDOS, LUNÁTICOS, EXTRA-TERRESTRES, etc...etc...etc.

Já pensaram no que aconteceria se descobríssemos petróleo nas Berlengas!!!!!!

ANTES NÃO...ANTES NÃO....ihihihi!

António Franco Preto  

sábado, 21 de novembro de 2020

Alemanha Oriental, uma experiência fracassada de ditadura.

A Alemanha ficou dividida de 1945 a 1990, o que pode ser sentido ainda 30 anos depois da revolução ocorrida na parte leste do país. Segundo especialistas, este capítulo da história alemã só estará fechado em 2070.

Em 7 de outubro de 1989, o regime comunista celebrou seu aniversário pela última vez

Em 7 de Outubro de 1989, o regime comunista celebrou seu aniversário pela última vez

A República Democrática Alemã (RDA) era o nome oficial do segundo Estado alemão fundado em 7 de Outubro de 1949, quatro anos após o fim da Segunda Guerra Mundial. O primeiro, a República Federal da Alemanha (BRD, em alemão), havia sido formado quatro meses antes. A divisão alemã correspondeu à reivindicação e configuração de poder das potências vitoriosas de 1945: por um lado, os EUA, Reino Unido e França e, por outro, a União Soviética. Juntos, eles derrotaram o fascista Reich Alemão. Mas, depois disso, as duas Alemanha trilharam caminhos diferentes.

Os aliados ocidentais estabeleceram uma democracia parlamentar na Alemanha Ocidental, enquanto o ditador soviético Josef Stalin estendeu seu domínio territorial a quase toda a Europa do Leste. Entre as principais características estavam a economia planificada, inexistência de Estado de Direito nem liberdade de imprensa nem de deslocamento. Sob essas condições, Estados como Polónia, Hungria ou Roménia – e também a Alemanha Oriental – existiram até a guinada política de 1989/1990. De acordo com a concepção ideológica de si mesmos, eram democracias populares. Mas, de fato, eram ditaduras.

Dentro do chamado Bloco do Leste, a Alemanha Oriental foi um caso geográfico e político especial, porque em sua fronteira ocidental começava a parte livre da Europa. E no meio de seu território, a antiga capital Berlim era também dividida. Ela era o símbolo da Alemanha nazista, da qual todas as quatro potências vitoriosas da Guerra Mundial reivindicaram um pedaço para si. É por isso que Berlim Ocidental era um ilha de liberdade no meio da Alemanha Oriental comunista.


Êxodo em massa até 1961

Na cidade dividida, as diferenças entre os sistemas capitalista e socialista colidiram ali de maneira acentuada. A metrópole, com um total de 3,3 milhões de habitantes, era o ponto principal da Guerra Fria – e, até 1961, a maior brecha para fugitivos. Isso, porém, foi interrompido com a construção do Muro de Berlim. Naquela época, mais de um milhão de pessoas já haviam abandonado a Alemanha Oriental porque já não aguentavam a crise económica e o clima psicológico em uma sociedade não livre.

Após a construção do Muro, as pessoas na Alemanha dividida se tornaram cada vez mais estranhas umas às outras. No nível diplomático, no entanto, houve uma aproximação a partir da década de 1970 com a política de distensão iniciada por Willy Brandt, chanceler federal da Alemanha Ocidental. Por isso, o social-democrata recebeu o Prémio Nobel da Paz. Geopoliticamente, a existência de dois Estados alemães se manifestou em 1973 com a admissão de ambos os países como membros de pleno direito na ONU.

Gorbatchev acelerou o fim da RDA

No entanto, o período de relativa estabilidade da Alemanha Oriental durou apenas alguns anos. Economicamente, o regime não era viável a longo prazo. As dificuldades económicas teriam contribuído para o fracasso da ditadura da Alemanha Oriental, afirma Frank Bösch, director do Centro Leibniz de Pesquisa Histórica Contemporânea (ZZF). Ele se refere à ligação financeira com os países ocidentais, com os quais a Alemanha Oriental estava fortemente endividada.

Crucial, no entanto, foi a insatisfação da população, "que se mostrou na incrível pressão para deixar o país". Após a tomada do poder pelo reformador Mikhail Gorbatchev na União Soviética, em 1985, muitas pessoas na Alemanha Oriental esperavam uma mudança de rumo também em seu próprio país. Mas ditador da Alemanha Oriental, Erich Honecker, permanecia irredutível. A população demonstrou seu descontentamento com protestos nas ruas e empresas e, ainda, com o número crescente de pedidos para sair do país: em dois anos, o número dobrou de 53 mil para 105 mil. No entanto, apenas uma fracção foi autorizada a deixá-la.


Último aniversário da Alemanha Oriental

Honecker e o Ministério de Segurança do Estado (MfS, em alemão), conhecido como Stasi, já não conseguiam conter o colapso da RDA. A população de outros países do leste europeu, sobretudo na Polónia e Hungria, também se revoltou. Segundo o historiador Bösch, tudo isso só foi possível porque a União Soviética reduziu a pressão e diminuiu o apoio militar.

Em 7 de Outubro de 1989, o regime comunista celebrou seu aniversário pela última vez: 40 anos da República Democrática Alemã. Apenas um mês depois, em 9 de Novembro, o Muro de Berlim caiu. Milhões de alemães do leste e oeste entraram numa onda de imensa alegria. Ainda ninguém havia ouvido o sino da morte tocar para a RDA. Porém, ele soou de forma inconfundível um ano depois, em 3 de Outubro de 1990, quando os dois Estados alemães se reunificaram.


"Alemães-orientais têm gosto musical diferente"

Enquanto isso, o pequeno país de 17 milhões de habitantes faz parte da ampliada República Federal da Alemanha nos últimos 29 anos, onde vivem actualmente 83 milhões de pessoas. No entanto, não se pode falar de uma pátria alemã: a economia na parte ocidental é muito mais forte, onde se ganha melhores salários e existem poucos executivos do leste alemão. O especialista Bösch registra diferentes atitudes e memórias dos tempos da Alemanha Oriental pelas quais as pessoas costumavam ser guiadas: "Os alemães orientais têm um gosto diferente na média e na música. Eles viajam e também decidem diferentemente em termos políticos."

O historiador não espera ajustes rápidos. Passará muito tempo até que a Alemanha Oriental, que desapareceu como Estado, seja um capítulo fechado nas mentes dos alemães. A história vivenciada compreende mais ou menos três gerações: muitos sabem ainda por relatos pessoais o que seus avós vivenciaram.

"Especialmente o Muro e coisas semelhantes se tornaram ícones tais que essa memória estará presente como uma forma viva de história", afirma Bösch. A Alemanha Oriental só será um capítulo morto da história depois de entre 70 e 80 anos, prevê o historiador com referência às suas experiências da época do Nacional-Socialismo: isso está se fechando lentamente só agora, no momento em que "as últimas testemunhas oculares não vivem mais". E esse poderá ser o caso da Alemanha Oriental, no mínimo, no ano de 2070.

Os dossiês da Stasi perdem significado

Único no mundo e modelo para países que atravessaram ditaduras, o órgão para preservação dos dossiês da polícia secreta da antiga Alemanha Oriental será dissolvido. Uma enorme perda simbólica, opina Marcel Fürstenau.


A abertura de milhões de dossiês do Ministério de Segurança Estatal é um símbolo – para muitos o símbolo máximo – da revolução pacífica na República Democrática Alemã (RDA), em 1989. O nome era naturalmente uma cínica camuflagem, pois por trás do órgão, apelidado pelo povo de "Stasi" (de Ministerium für Staatssicherheit), escondia-se um gigantesco aparato de vigilância e opressão.

Essa variedade de polícia secreta típica de uma ditadura servia à manutenção do poder do Partido Socialista Unificado da Alemanha (SED). Após o fim da RDA, o mundo testemunhou um experimento inédito: o legado da Stasi não foi trancado no armário dos venenos, mas ficou acessível a todos.

Desse modo, sobretudo as milhões de vítimas de décadas de arbitrariedade teriam a chance de se livrar da carga do próprio passado. Finalmente haveria respostas para questões dolorosas: quem me denunciou? Foram colegas do trabalho, vizinhos, amigos, ou até mesmo parentes? Nos melhores dos casos, os afectados conseguiriam fazer as pazes consigo mesmos e talvez também com adversários e inimigos, por tanto tempo invisíveis.

Para possibilitar essa meta tão elevada, até pouco realista, após a queda do regime do SED activistas dos direitos civis invadiram a central da Stasi em Berlim e suas dependências espalhadas por todo o país. Pois os antigos opressores não haviam perdido tempo em eliminar material comprometedor.

Por sorte, a maior parte pôde ser salva. Esse acto inaudito de desobediência civil e admirável coragem continua envolto por uma aura de conto de fadas, mesmo em 2020, ou seja, 30 anos depois. A fortaleza da Stasi se transformou numa casa das portas abertas. Desde 1990, bem mais de 3 milhões de cidadãos tiveram acesso aos armários e estantes abarrotados de fichários: que história de sucesso!


Demónios do passado à solta

Agora, contudo, por decisão do Bundestag (Parlamento alemão), essa casa perde seu atributo mais importante e mais visível: a placa com seu nome, e assim, sua autonomia. O órgão encarregado dos documentos da Stasi será dissolvido e integrado ao Arquivo Federal. O único – porém útil – consolo, é que os dossiês permanecem abertos a todos, indivíduos afectados, pesquisadores, imprensa.

Aqui se poderia perguntar: qual é, então, o problema? Ninguém pretende colocar um ponto final no atroz capítulo da Stasi. De fato. Mas com esse acto administrativo direccionado, a elaboração da ditadura do SED perde seu símbolo mais importante. Extingue-se um órgão estatal cuja influência ultrapassava de longe as fronteiras alemãs, que era modelo para todos os demais países europeus que se libertaram do jugo da opressão em 1989 e depois.

O departamento encarregado dos documentos da Stasi se tornara uma espécie de local de peregrinação para políticos e pesquisadores de todos os cantos do mundo em que um dia reinaram as sombras de uma ditadura. Visitantes de nações latino-americanas, africanas e asiáticas queriam aprender com a forma alemã de enfrentar esse passado.

Seus professores eram – e até meados de 2021 ainda serão – antigos activistas da RDA, encarregados federais eleitos pelo Parlamento que, para muito além da legitimação democrática, conferiram a seu cargo apreciação, reconhecimento, conciliação – e poder sobre os demónios do passado.

Tudo isso vai faltar futuramente, quando os dossiês da Stasi, apesar de permanecerem disponíveis, perderão, com o fim do departamento, seu status inegável, também no âmbito internacional. E no entanto, num mundo em que bilhões de seres humanos seguem sofrendo sob ditaduras, esse órgão autónomo seria mais importante do que nunca.

Em 2016, quando uma comissão de especialistas aconselhou a integração dos dossiês da Stasi ao Arquivo Federal, essa ideia ainda não me passara pela cabeça. Ou seja, eu mudei de opinião.

Para compensar um pouco essa perda de significado, em vez de um encarregado federal para os documentos da Stasi o Parlamento escolherá um encarregado federal para as vítimas da ditadura do SED. Bem intencionado, porém pouco mais do que um fraco consolo. E, acima de tudo, enormemente atrasado: pois, passados 30 anos da revolução pacífica da RDA, muitas dessas vítimas há muito já morreram.

--

Marcel Fürstenau é jornalista da DW. O texto reflecte a opinião pessoal do autor, não necessariamente da DW.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Fucking

A vila de Fucking, com o sinal de trânsito frequentemente roubado.

É uma vila austríaca no município de Tarsdorf , localizada na Innviertel região de , no oeste da Alta Áustria . A vila fica a 33 quilómetros (21 milhas) ao norte de Salzburgo e 4 km (2,5 milhas) a leste do rio Inn , que faz parte da fronteira alemã .

Apesar de ter uma população de apenas 104 em 2005, a vila chamou a atenção no mundo anglófono pelo seu nome de lugar, que é escrito da mesma forma que uma forma flexionada da palavra profana em inglês " foder ". Os seus sinais de trânsito são uma atracção popular entre os visitantes e costumavam ser roubados por vândalos caçadores de souvenirs até 2005, quando os sinais foram modificados para serem resistentes ao roubo.

O nome Fucking é mais famosa pelos seus quatro sinais de trânsito com o seu nome, ao lado dos quais os turistas param para tirar as suas fotos, devido à palavra profana em inglês com a mesma grafia.

Os soldados britânicos e americanos baseados nas proximidades de Salzburgo notaram o nome após a Segunda Guerra Mundial e começaram a viajar para a vila para tirar fotos ao lado das placas enquanto faziam várias poses. Os residentes locais, os “Fodidos”, ficaram consideravelmente perplexos, pois não sabiam anteriormente o significado do nome de sua aldeia quando lido em inglês. Desde então, o número de visitantes no Fucking aumentou, com a visita ocasional de um autocarro de turismo.Em 2012, houve relatos de que o vilarejo de Fucking, na Alta Áustria, tentou mudar seu nome para Fugging por meio de um referendo após receber uma grande quantidade de trotes telefónicos de falantes de inglês sobre o nome do vilarejo. De acordo com esses relatórios, eles não puderam fazer isso porque Fugging na Baixa Áustria já tinha esse nome; O prefeito Fugging Andreas Dockner disse que "Nós achamos que um Fugging na Áustria é o suficiente". No entanto, Franz Meindl, o prefeito de Fodendo, rejeitou a alegação de que sua cidade estava planejando mudar seu nome: "Isso foi discutido há alguns anos, mas não deu em nada. Certamente não está em discussão agora." Os nomes de ambas as aldeias são derivados de Focko, um Baviera nobre da do século VI.

A vila de Fodendo, com o sinal de trânsito frequentemente roubado [1]

Sobre Adolfo Hitler e os seus seguidores.

Questões muito bem colocadas, de difícil compreensão, para mim.

LAURENCE REES - INTRODUÇÃO

“Os meus pais tinham opiniões muito firmes relativamente a Adolfo Hitler. Ambos viveram a guerra — e o irmão do meu pai morreu nos comboios do Atlântico — e por isso pensavam que Hitler corporizava todo o mal. Mas lembro-me de pensar, quando era criança, que, se Hitler era o Diabo em forma humana, como conseguiu que tanta gente levasse a cabo os seus desejos? De certa maneira é uma pergunta em que tenho continuado a pensar desde então, e à qual procuro responder nesta obra. À primeira vista, Adolfo Hitler seria o mais improvável líder de um Estado sofisticado no coração da Europa. Incapaz de amizades normais, incapaz de debates intelectuais, cheio de ódio e de preconceitos, desprovido de qualquer verdadeira capacidade para amar, e «solitário»1. Indubitavelmente, era, «enquanto figura humana, lamentável»2. Contudo, desempenhou o papel mais importante em três das mais devastadoras decisões jamais tomadas: a decisão de invadir a Polónia, que levou à Segunda Guerra Mundial, a decisão de invadir a União Soviética, e a decisão de assassinar os judeus. Mas Hitler não criou todo este horror sozinho, e a par das suas mui-tas insuficiências pessoais possuía sem dúvida grandes poderes de per-suasão. «Toda a minha vida», disse memoravelmente em 1942, «pode ser resumida neste meu esforço incessante de convencer os outros.»3E conheci muitas pessoas que viveram este período que confirmaram esse juízo de valor. Ao serem pressionadas para revelar a razão pela qual achavam tal estranha figura tão convincente, apontaram uma miríade de factores, como as circunstâncias da época, os seus medos, as suas esperanças e por aí adiante. Mas muitos também descreveram simples-mente o forte sentido de atracção que sentiam por Hitler — algo que muita gente atribuiu ao seu «carisma».

Mas o que é ao certo o «carisma»? A palavra tem raízes gregas que significam uma graça ou um favor conferidos pelos deuses, mas o carisma, tal como hoje usamos a palavra, não é um dom «divino» mas «de valor neutro»4 — tanto pessoas desagradáveis como pessoas sim-páticas o podem ter. O significado original também implica que o carisma é uma qualidade absoluta que existe — ou não — num indivíduo em particular. Mas o apelo carismático de Adolfo Hitler não era universal. Apenas se apresentava no espaço que existia entre ele e as emoções da sua audiência. Duas pessoas podiam conhecer Hitler ao mesmo tempo, e uma podia achá-lo carismático e a outra podia achá-lo um tolo. A nossa compreensão contemporânea do conceito de «carisma» inicia-se com o trabalho do teórico social alemão Max Weber, que escreveu sobre «liderança carismática»5 na viragem do século xix para o século xx. Embora ele escrevesse muito antes de Hitler se tornar chanceler da Alemanha, o seu trabalho continua a ser relevante para todos aqueles interessados no estudo do nazismo em geral e de Hitler em particular. De um modo crucial, o que Weber fez foi estudar a «liderança carismática» como um tipo específico de governo — e não como uma qualidade pessoal que uma estrela pop pode possuir ao mesmo nível de um político. Para Weber, o líder «carismático» deve ter um forte elemento «missionário» e é, quase, uma figura religiosa. Os seguidores de um tal líder procuram mais do que apenas impostos mais baixos ou melhores cuidados de saúde; buscam objectivos mais latos, quase espirituais, de redenção e salvação. O líder carismático não pode existir confortavelmente no interior de estruturas burocráticas normais e é motivado por um sentido de destino pessoal. Nestes termos, Hitler é o arquétipo do «líder carismático». Em particular, penso que é difícil subestimar quão importante é compreender que o carisma se cria numa interacção entre indivíduos. E, neste contexto, a minha capacidade de conhecer e questionar pessoas que atravessaram este período extraordinário tem sido de enorme vantagem. Ao escrever este livro, tive a boa fortuna de ter acesso a uma fonte primária única — as centenas de entrevistas com testemunhas e perpetradores que realizei para o meu trabalho como documentarista histórico ao longo dos últimos 20 anos. Apenas uma pequena fracção.

deste material foi alguma vez publicada, pelo que a grande maioria dos testemunhos citados neste livro surge aqui impressa pela primeira vez. Tive o enorme privilégio de poder viajar pelo mundo e conhecer estas pessoas — das que trabalharam de perto com Hitler às que cometeram crimes em prol dos seus objectivos, das que sofreram às suas mãos às que finalmente ajudaram a destruí-lo. Tive também a sorte, depois da queda do Muro de Berlim, de ser um dos primeiros a visitar os antigos países comunistas da Europa de Leste e gravar entrevistas sinceras e honestas sobre o nazismo com pessoas que viveram atrás da Cortina de Ferro. O que aí me foi dito foi muitas vezes chocante e surpreendente ao mesmo tempo.Beneficiei também muito das profundas discussões que tive com muitos dos maiores historiadores académicos do mundo — material que reuni para o meu site pedagógico WW2History.com — e também ao estudar informação de fontes de arquivo e de outras fontes mais tradicionais. Mas encontrar e entrevistar pessoas que conheceram Hitler e que viveram sob o seu jugo foi o que me deu as melhores pistas sobre a natureza do seu apelo. (Os testemunhos presenciais devem ser trata-dos com considerável cuidado e já escrevi noutros locais sobre os muitos testes e salvaguardas que usámos ao recolher este material.)6Também aprendi muito ao estudar filmes de arquivo da época — em particular, imagens dos discursos de Hitler. Há 20 anos, ao começar o meu trabalho sobre o nazismo, pensei que o «carisma» de Hitler seria de algum modo muito visível nas imagens. Contudo, tornou-se rapidamente claro — pelo menos para mim — que Hitler, hoje, é decidida-mente pouco carismático em filme. Mas, claro, é precisamente essa a questão. Não senti nada porque não pertenço àquela época — e, ainda por cima, não sou alguém à partida predisposto a acolher o apelo caris-mático de Hitler. Não tenho fome; não me sinto humilhado após ter per-dido uma guerra; não estou desempregado; não tenho medo da violência generalizada nas ruas; não me sinto traído pelas promessas quebradas do sistema democrático; não vivo aterrorizado com a possibilidade de as minhas poupanças se desvanecerem num colapso bancário; e não quero que me digam que toda esta confusão é culpa de outra pessoa. É também importante declarar enfaticamente que as pessoas que aceitam o «carisma» de um líder, não estão, de forma alguma, «hipnotizadas».

Sabem exactamente o que se está a passar, e continuam a ser responsáveis pelas suas acções. O facto de alguém decidir seguir um líder carismático não pode ser posteriormente usado como álibi ou desculpa. Contudo, Hitler não era, é preciso que se diga, apenas um líder com carisma. Também usou as ameaças, o crime e o terror para alcançar o seu objectivo, e tento mostrar como estes aspectos se encaixam na história da sua ascensão ao poder e do seu posterior governo. Existiam certamente algumas pessoas que cumpriam os desejos de Hitler apenas por medo, tal como outras nunca o terão achado carismático de todo. Por fim, embora este trabalho seja inteiramente sobre Hitler, acre-dito sinceramente que tem relevância contemporânea. O desejo de ser liderado por uma personalidade forte durante uma crise, a ânsia da nossa existência em ter um qualquer propósito, a quase-veneração de «heróis» e de «celebridades», o anseio pela salvação e pela redenção: nada disto mudou no mundo desde a morte de Hitler, em Abril de 1945.Os seres humanos são animais sociais. Queremos pertencer. A vida, de outro modo, pode ser uma experiência muito fria. E só ao compreender como aqueles que procuram o poder nos tentam influenciar, e como participamos muitas vezes activamente na nossa própria manipulação, é que podemos entender os perigos que enfrentamos se deixarmos o racionalismo e o cepticismo de lado e, em vez disso, depositarmos a nossa fé num líder com carisma.”

O Reino Unido tem beneficiado do recrutamento de equipas médicas estrangeiras há muito tempo.

O Reino Unido deve se empregar equipes médicas de países muito mais pobres.


escreve Mary Dejevsky

Recentemente esta semana, o ex-secretário de desenvolvimento internacional, Andrew Mitchell , apresentou à Câmara dos Comuns um romance Ten Minute Rule Bill - o primeiro, como ele disse, em seus 33 anos como parlamentar. O que ele quer é uma lei que obrigue o Reino Unido a pagar pelo treinamento de dois médicos ou enfermeiras em países em desenvolvimento para cada um deles recrutado nesses países pelo NHS .

Sua proposta não deve ser vista isoladamente; há um contexto mais amplo com várias vertentes. Um é a recente reintegração de seu antigo departamento no Foreign Office , que gerou muita oposição vocal quando foi discutido pela primeira vez, como sinal de um rebaixamento para o desenvolvimento.

Outra é a probabilidade de que o orçamento de ajuda possa ser um dos potes invadidos pelo chanceler para ajudar a compensar o enorme custo da pandemia do coronavírus. A intervenção de Mitchell pode refletir uma aceitação de que o compromisso do Reino Unido com sua contribuição de 0,7% do PIB pode ser reduzido, ao mesmo tempo que oferece algo para limitar os danos.

E uma terceira vertente, é claro, é a pandemia. Muitos dos que trabalham na “linha de frente” médica - seja no NHS ou em lares de idosos - vêm de minorias étnicas. Muitos outros vieram trabalhar aqui após um treinamento no exterior. Boris Johnson fez o possível para observar que dois dos enfermeiros que ajudaram a salvar sua vida quando ele estava no hospital com o coronavírus tinham vindo do exterior - o que tinha um aspecto constrangedor, dados os esforços de seu governo para limitar o número de estrangeiros , incluindo pessoal médico, autorizado a trabalhar no Reino Unido.

Mas não se trata apenas de imigração. Quando os trabalhadores médicos vêm, já treinados, de países menos desenvolvidos, também existe um sério problema ético. Apresentando seu projeto de lei, Mitchell observou que só em Manchester havia mais médicos de Serra Leoa do que na própria Serra Leoa, onde haviam sido treinados. “O que estou descrevendo - a exportação para nós de seus médicos e clínicos - é ajuda reversa”, disse ele, “não da Grã-Bretanha para ajudar os países em desenvolvimento, mas desses países em desenvolvimento para ajudar a Grã-Bretanha; e está claramente errado. ”

Ao substituir com eficácia os médicos que vêm para o Reino Unido dos países em desenvolvimento duas vezes, disse ele, poderíamos tornar a situação uma situação em que todos ganham. Na verdade, poderia ser - mas apenas até certo ponto.

Porque o cerne da questão é certamente que o Reino Unido tem se beneficiado com o recrutamento de pessoal médico estrangeiro por muito tempo, e especialmente com a importação de pessoal que recebeu treinamento caro em países muito mais pobres do que o nosso. Mitchell reconheceu isso, quando disse que a primeira solução tinha que ser “crescer mais médicos e enfermeiras aqui no Reino Unido”, e elogiou um recente aumento nos locais de treinamento de médicos. A escala, os números e a ambição absoluta, entretanto, deixam muito a desejar.

Não me lembro de quanto tempo tenho lido e escrito sobre o fracasso do Reino Unido em treinar sua própria equipe médica, desde cuidadores, enfermeiras e consultores especializados, mas já faz décadas. Durante todo esse tempo, o Reino Unido foi um parasita, e ainda um hipócrita. Ai de nós, lamentam os ministros do governo e os gerentes do NHS, temos milhares e milhares de vagas; simplesmente não podemos pegar o cajado, então vamos levá-lo, de forma agradável e barata, de outro lugar.

É verdade que, em parte graças aos esforços de Jeremy Hunt quando ele era secretário de saúde, cinco novas escolas de medicina estão sendo preparadas - o que é alguma coisa - e a Aston University agora tem um curso básico para alunos carentes que desejam estudar medicina. Mas o aumento de vagas nas escolas de medicina a que Andrew Mitchell se referia era de 6.000 para 7.100 por ano; isso é um aumento de cerca de 20 por cento. Isso não sugere uma timidez patética de ambição?

A pandemia mostrou o que pode ser feito - e o que não foi feito. Quando o alarme soou pela primeira vez, o exército foi contratado para construir os hospitais e necrotérios temporários “Nightingale”, quase todos os quais - felizmente - não foram usados. É injusto condenar esses esforços como um desperdício; eles forneceram uma garantia valiosa na época. Mas agora, ao que parece, com a “segunda onda” sobre nós e o país sendo instados mais uma vez a “proteger o SNS”, os hospitais “Nightingale” provavelmente não serão revividos porque - por que você acha? - não há pessoal treinado o suficiente.

Agora, eu sei que o governo já teve o suficiente para fazer. Mas por que a trégua de May não poderia ter sido usada para renovar a chamada inicial de voluntários e fornecer treinamento médico acelerado, permitindo que equipes especializadas fossem liberadas para cuidados intensivos? Por que, com milhões de "folgas" financiadas pelo governo e o desemprego de longa duração se aproximando, uma chamada ainda não poderia ter sido feita para os interessados ​​em reciclagem e a oferta de um curso médico acelerado que poderia ser usado como um futuro crédito para alguma forma de qualificação médica ou de saúde? Por que não começar agora a tentar preencher todas essas lacunas?

Embora as reformas de Hunt devam garantir que "depois de 2025, o Reino Unido terá médicos graduados suficientes para apoiar o NHS de uma maneira sustentável e previsível" (seja lá o que isso signifique), muitos dos números do relatório da força de trabalho do General Medical Council de 2019 dificilmente inspiram confiança que estamos nos movendo na direção certa. Em 2019, afirma, “pela primeira vez, mais médicos graduados não residentes no Reino Unido obtiveram uma licença para exercer a profissão do que médicos graduados do Reino Unido”.

E não estamos nos afastando de médicos treinados no exterior. Uma queda de 10 por cento entre 2012 e 2016 foi seguida por “uma reversão completa entre 2016 e 2019, quando houve um aumento de 16 por cento”. Este nem mesmo parece ser um investimento particularmente sólido. Enquanto 30% dos médicos formados no Reino Unido saem permanentemente para ir para o exterior - não é bom - quase o dobro dessa proporção de médicos formados no exterior sai na casa dos 30 e 40 anos.

A retenção, no entanto, está longe de ser a única razão pela qual devemos fazer um esforço muito maior, como disse Mitchell, para “crescer o nosso próprio”. Uma razão esmagadora deve ser que a competência linguística e o padrão de qualificações podem ser presumidos, sem a necessidade de testes extras. Há muito tempo parece haver algo fechado no treinamento médico no Reino Unido, com o número de vagas mantido artificialmente baixo; por que não ampliar o recrutamento?

Outro motivo - e hesito em mencioná-lo - pode ser cultural. Se é considerado tão importante que a polícia reflita as comunidades que atende, que tal os médicos? Um estudo, baseado em 46 hospitais na Inglaterra e publicado no BMJ Open em 2015, descobriu que “importar enfermeiros do exterior para substituir enfermeiros com educação doméstica pode impactar negativamente a qualidade do atendimento”. Não vi nenhum acompanhamento para confirmar ou contestar essas descobertas, mas seria completamente surpreendente se os pacientes em um hospital do Reino Unido se sentissem mais à vontade com um quorum de funcionários treinados no Reino Unido?

Esta semana, junto com a sugestão de Andrew Mitchell de retribuir algo aos países muito mais pobres que ajudam o pessoal de nosso sistema de saúde, ficamos sabendo das quantias surpreendentes pagas aos fornecedores de EPI no auge da escassez global; a conta de £ 12 bilhões por um sistema possivelmente defeituoso de “rastreamento e rastreamento” e agora um aumento de £ 16 bilhões para as forças armadas .

Seria preciso muito menos para introduzir algum treinamento básico acelerado para novos profissionais de saúde e dobrar o número de estudantes de medicina no Reino Unido. O fato de não crescermos pode ser visto pelo que realmente é: uma falsa economia e um roubo dos países que menos podem pagar pela perda.

https://www.independent.co.uk/independentpremium/voices/nhs-foreign-medical-staff-andrew-mitchell-b1749350.html

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

UE em crise por conta do atraso de € 1,8 t na Hungria e na Polônia

 Orçamento e fundo de recuperação de coronavírus bloqueados em disputa de estado de direito. 

A Hungria e a Polônia bloquearam o histórico de € 1,82 trilhão de da UE pacote orçamento e recuperação na segunda-feira, desencadeando o que altos funcionários e diplomatas classificaram como uma crise institucional sem nenhum caminho evidente para sair do impasse.

Mesmo para Bruxelas, que muitas vezes nunca se vê melhor do que ao administrar uma emergência, a crise sobre a resposta cuidadosamente negociada à crise do coronavírus parecia confrontar o bloco com uma crise a mais.

O impasse será agora o principal item da agenda quando chefes de estado e de governo da UE se reunirem por videoconferência na quinta-feira, mas altos funcionários alertaram que não esperavam nenhuma resolução até então. As autoridades ficaram contemplando um adiamento indefinido, mesmo com os países da UE sendo atingidos por uma segunda onda da pandemia, com muitos países em várias formas de bloqueio, paralisando parcialmente suas economias....

 Ver mais aqui: https://www.politico.eu/

 

domingo, 15 de novembro de 2020

António Bolsonaro Trump da Costa e Marcelo Rebelo de Sousa. ‘Tão amigos que eles eram’…

Já agora, lembrei-me que ‘em política’, o amanhã pode não ter nada a ver com o ontem (daí vem a reflexão ‘Tão amigos que eles eram’…).

Há 6 meses (foi a 13 de Maio, não na Cova da Iria, mas na AutoEuropa) António Bolsonaro Trump da Costa ‘lançou’ Marcelo para um 2º mandato como presidente da república. Lembram-se? Muito se passou desde então…

· Marcelo passou a ser visivelmente ‘subordinado’ do António Bolsonaro Trump da Costa, e a fazer tudo o que ele queria.

· O eleitorado parece não ter gostado e as sondagens começaram a dizer que Marcelo teria mais votos dos socialistas que do PSD.

· Apareceu Ana Gomes, que começou a dividir o eleitorado socialista e levou o António Bolsonaro Trump da Costa a proclamar que o PS, afinal, não tinha candidato que preferisse.

· Marcelo, como que em pânico, começou a distanciar-se do António Bolsonaro Trump da Costa para tentar reconquistar o eleitorado do centro-direita. Exemplo: anunciou que o PCP devia desistir de fazer o seu congresso a 27-28 e 29 de Novembro em Loures (o que o ‘Jerónimo’ não aceita e certamente o ‘António Bolsonaro Trump da Costa vai ter coragem de proibir mais este crime contra a saúde pública …tudo isto para que o PCP não chumbe o orçamento do estado para 2021).

· Se Marcelo se vir obrigado a ir a uma 2ª volta com Ana Gomes, não estou a ver como é que ele conseguirá ganhar. Então é que será mesmo um ‘Calimero’ sem perceber o que lhe aconteceu. Coitadito.

· Se, por motivos políticos (negociando secretamente com o PCP e com o BE…o António Bolsonaro Trump da Costa negoceia TUDO) o António Bolsonaro Trump da Costa decidir REDUZIR o NATAL, isso quererá para mim dizer que, de facto, ele negociou a queda do Marcelo.

Porquê, perguntar-se-à?

O que é que o eleitorado FURIOSO fará para se vingar?

A primeira coisa que estiver à mão…

Possivelmente votará contra o Marcelo a 24 de Janeiro de 2021, obrigando-o a uma 2ª volta…e depois…AFP e RX

Lembram-se da Thalidomide (Talidomida)?

A droga talidomida entrou no mercado alemão em 1957 pela empresa Chemie Grünenthal como um medicamento que podia ser comprado sem receita, com base nas alegações de segurança do fabricante. Usado inicialmente como um tranquilizante para melhorar o sono, logo teve seu uso expandido para gestantes, pois melhorava o enjoo matinal.

Contergan, a primeira marca do fármaco lançada no mercado, transformou-se rapidamente num dos medicamentos líderes de vendas na Alemanha.

Mas um jornal alemão veio informar em 1959 que 161 bebês haviam sido afetados adversamente pela talidomida, levando os fabricantes da droga — que haviam ignorado os relatos de defeitos congênitos associados a ela — a finalmente interromper a distribuição na Alemanha e na Inglaterra.

Outros países seguiram o exemplo e, em março de 1962, o medicamento foi banido na maioria dos países da Europa e América do Norte, onde era comercializada.

Previamente à tragédia da talidomida — marcada pelo nascimento de crianças com algum tipo de deficiência —, todos os medicamentos eram lançados comercialmente somente após estudos de toxicidade.

Porém, só uma minoria passava por testes de teratogenicidade, a capacidade de induzir malformações congênitas no bebê ainda no ventre materno.

É nesse período que a farmacologia clínica se desenvolve como especialidade médica e constitui um marco na política de regulação de medicamentos. Nos Estados Unidos, a talidomida não foi liberada pelo FDA, a agência reguladora de remédios daquele país, sob a argumentação de que não havia testes suficientes. Apesar de a droga não ter sido permitida oficialmente em solo americano, preservando muitos cidadãos dos seus efeitos, após a catástrofe internacional a regulação de fármacos passou a ser o foco do órgão americano.

Leia mais em: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/o-novo-escandalo-da-talidomida/

Pois é.

Coisas produzidas à pressão, só gosto de imperiais.


“O novo escândalo da talidomida

Após 45 anos do processo julgado, fundação alemã quer deixar de indemnizar as vítimas brasileiras afetadas pela droga responsável por malformação de bebês”

Leia mais em: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/o-novo-escandalo-da-talidomida/