quarta-feira, 29 de junho de 2022

'Bettel Circular' Resposta à imprensa em 24 horas.

Resposta à imprensa em 24 horas, Bettel ordena que funcionários respondam à imprensa em 24 horas.

As solicitações dos jornalistas devem ser respondidas dentro de um dia, afirma 'Bettel Circular' actualizada, mas permanecem restrições sobre quem pode falar com a média.

Os departamentos governamentais no Luxemburgo devem reconhecer o pedido de informação de um jornalista no prazo de 24 horas, de acordo com uma versão actualizada da chamada 'Circular Bettel' publicada na segunda-feira, embora uma regra para qualquer funcionário público que deseje falar com a imprensa para obter autorização prévia continua em vigor.

O Conselho de Governo aprovou o texto alterado a 15 de Junho, mas as alterações só foram anunciadas em comunicado do Ministério de Estado na segunda-feira, que dizia que a nova versão "revoga e substitui" o primeiro memorando emitido pelo primeiro-ministro Xavier Bettel em 2016.

As principais mudanças incluem uma instrução específica para que os assessores de imprensa respondam às solicitações dos jornalistas em 24 horas, o que representaria um desvio significativo se seguido. Actualmente, os pedidos de informação chegam frequentemente muito depois de um prazo ter passado, se é que chegam.

O anúncio de segunda-feira seguiu uma promessa da Bettel  de fazer mudanças na circular, em comentários feitos ao parlamento em Janeiro.

Se a informação não puder ser fornecida de imediato, observa a circular, os assessores de imprensa devem delinear o tempo estimado necessário para obter os detalhes solicitados "bem como as razões" do atraso.

A recusa em fornecer as informações solicitadas deve ser acompanhada de uma "razão legal", acrescenta a circular. Para solicitações enviadas em um fim de semana ou feriado, a janela de 24 horas começa no próximo dia útil às 8h.

No entanto, não houve alteração em outras regras da versão original de 2016, incluindo um lembrete aos funcionários públicos de que estão vinculados a três condições quando contactados por jornalistas.

Os funcionários devem ter "primeiro procurado o acordo" de seu ministro ou chefe de departamento e estão proibidos de divulgar quaisquer detalhes que sejam "secretos por natureza" ou que contenham material "estritamente interno à administração", a menos que o gerente de linha relevante tenha dado consentimento.

Os detalhes dos assessores de imprensa devem ser destacados nos sites do governo, nas notas de texto, e devem listar nomes, números de telefone e um endereço de e-mail geral para cada departamento, ao qual pelo menos dois funcionários devem ter acesso.

Entrando em vigor um mês após sua publicação - no final de Julho -, uma revisão da circular será realizada após seis meses, acrescentou o comunicado do escritório de Bettel.

Bettel há muito defende seu histórico na defesa da liberdade de imprensa , apesar de Luxemburgo ter deixado de fora o top 20 do mundo em liberdade de imprensa em um ranking anual da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicado em Maio. Desde o início de seu mandato  em 2013, Luxemburgo caiu de 4º para 21º no índice de liberdade de imprensa.

O Grão-Ducado em 2018 foi um dos últimos da União Europeia a permitir que os cidadãos solicitassem acesso a documentos governamentais,  e a lei tem muitas restrições que dificultam a obtenção de documentos. Essa lei seria revisada em breve, disse Bettel à associação de jornalistas de Luxemburgo (ALJP) durante  uma reunião no ano passado .

ALJP criticou uma lei de imprensa aprovada em Julho passado  por não mencionar os problemas enfrentados pelos jornalistas na tentativa de acessar informações e não incluir exigências para tornar obrigatório que as autoridades forneçam informações aos repórteres. 

A UE também expressou sua preocupação com o acesso público a documentos oficiais do governo em Luxemburgo e o que chamou de divulgação “selectiva” de informações, em um relatório publicado  no Verão passado.

Mas a revisão que Bettel prometeu à sua directiva interna de 2016 sobre interacções governo-imprensa continuará a insistir que oficiais de comunicação especializados, em vez dos funcionários do governo directamente envolvidos em um campo específico, se comuniquem com os repórteres.

O primeiro-ministro Xavier Bettel durante uma entrevista ao Luxembourg Times em outubro de 2021

Quais as agências de rating mais importantes?

A primeira agência de rating, a Moody’s, foi criada em 1909 nos Estados Unidos por John Moody. Hoje existem inúmeras agências de notação financeira, mas apenas quatro são reconhecidas pelo Banco Central Europeu: a Moody’s, a Standard & Poor's (S&P) e a Fitch, todas norte-americanas, e ainda a canadiana DBRS.

São empresas privadas, cujos accionistas são normalmente grupos de investimento. A actividade destas agências é regulada pelos supervisores financeiros do país onde se localizam.

Qual a classificação de risco que atribuem?

Cada agência de rating tem a sua própria escala, ou seja, a sua classificação de risco. No entanto, existe um padrão. Todas as notações são expressas em letras. Nalguns casos são também acompanhadas de sinais aritméticos (+, -) ou de um algarismo, que funcionam como subdivisões dentro de uma categoria.

A notação mais alta para as dívidas a longo prazo é sempre o triplo A (AAA). Segue-se o nível AA, que se subdivide em AA+, AA e AA-, na Fitch e S&P, ou, no caso da Moody’s, em Aa1, Aa2, e Aa3. Na DBRS a correspondência é AA (High), AA e AA (Low).

Já as classificações mais baixas podem ser de C ou D, dependendo da agência. Mas afinal o que representam estas letras e que indicações dão aos investidores? Ao fazer uma avaliação de risco, a agência começa por inserir as entidades num de dois grupos.

Quando considera que aquele país ou empresa é de confiança, isto é, que tem capacidade de cumprir com os seus compromissos, coloca a sua dívida no chamado grau de investimento. Já se considerar que existe risco de não cumprir, passa-a para o grau especulativo.

Notação das grandes empresas de rating (ordem decrescente)

Moody’s - Os ratings da Moody’s são de Aaa (melhor) a C (pior)

Grau de investimento – Aaa, Aa1, Aa2, Aa3, A1, A2, A3, Baa1, Baa2, Baa3
Grau especulativo – Ba1, Ba2, Ba3, B1, B2, B3, Caa1, Caa2, Caa3, Ca, C

Standard & Poor's - ratings da S&P vão de AAA (melhor) a D (pior)

Grau de investimento – AAA, AA+,AA, AA-, A+, A, A-, BBB+, BBB, BBB
Grau especulativo – BB+, BB, BB-, B+, B, B-, CCC+, CCC, CCC-, CC, C, D

Fitch - Os ratings são iguais aos da S&P com exceção da classificação D, que é precedida do nível RD

DBSR - Os ratings são iguais aos da S&P. A única diferença é que em vez dos símbolos + e -, são usadas as designações high e low, respetivamente.

Dentro do grau especulativo, a dívida é considerada lixo, isto é, a agência entende que há uma probabilidade significativa de os investidores não receberem o seu dinheiro. No nível mais baixo de todos, considera-se que a dívida está ou pode entrar em default, o que significa que há um risco muito elevado de incumprimento ou que este já ocorreu.

Notações de rating inflacionadas

Notações de rating inflacionadas ou atribuídas sem um real conhecimento do risco associado a determinados produtos e títulos, estão entre as principais críticas apontadas às agências de rating e ao papel que tiveram na crise financeira.

Exemplo disso foi a atribuição da elevada notação ao banco de investimento americano Lehman Brothers em 2008, o ano em que faliu. Poucos dias antes do colapso, a Standard & Poor's e a Moody’s ainda o colocavam no grau de investimento.

As agências de rating também não previram a falência dos bancos islandeses (com classificação AAA, a máxima) que ocorreu nesse mesmo ano.

O Rating de Portugal

Em 2017, Portugal viu o rating atribuído pela S&P subir para o patamar de investimento (de BB+ para BBB-), o que permitiu reduzir a taxa de juro da colocação da dívida pública. Até então, apenas a canadiana DBRS atribuía nota positiva à dívida portuguesa. Para as restantes, o país estava no nível lixo.

Pode atualizar-se sobre os níveis atuais da dívida nacional - hoje mais favoráveis -, nesta página do IGCP - Agência de Gestão e Tesouraria da Dívida Pública.Portugal surge pontuado no grau de investimento por todas as agências.

Estas notações permitem que os juros da dívida pública se mantenham em valores controlados - o que significa que o custo para o país se financiar é menor.



cgd

terça-feira, 28 de junho de 2022

SNS: três letras cobertas de plástico

MARCELO REBELO DE SOUSA

 

Por: José Diogo Quintela


O SNS está lá e está preparado, só não é para gastar. Só quando for mesmo, mesmo, mesmo necessário. Marcelo é a avozinha que tem o sofá da sala de estar coberto por um plástico, para não estragar.


Na semana passada, o Presidente da República iluminou os portugueses com um pedaço da sua erudição professoral: “Uma preocupação que os portugueses têm, em qualquer caso, é de terem Verões sem acidentes. E sem doenças. Todos nós aspiramos a isso e cada qual fará um esforço para não estar doente, por si mesmo e para não pressionar o cuidado da saúde dos outros. Sendo embora uma evidência, às vezes as evidências têm de ser recordadas e os nossos pais recordavam-nos isso quando éramos jovens, os nossos amigos também, os nossos professores. E, portanto, os responsáveis políticos podem recordar evidências.”

Julgo que é a isto que os politólogos se referem quando falam do famoso “magistério de influência” do Presidente da República. Marcelo influencia o povo para que se porte bem. Qual hábil pastor, orienta as suas ovelhinhas para os melhores pastos. Que são aqueles que ficam longe de serviços de urgência de hospitais públicos.

Marcelo mostra que está cá para zelar pela integridade do SNS. Podia fazê-lo de dois modos. Um era exigir ao Governo que fortaleça o SNS para que aguente a pressão de servir uma população de 10 milhões de utentes, incluindo bastantes idosos e algumas dúzias de grávidas. Marcelo opta pela outra: exigir à população de 10 milhões de utentes que deixe o SNS sossegado. O SNS está lá e está preparado, só não é para gastar. Só quando for mesmo, mesmo, mesmo necessário. No fundo, Marcelo é a avozinha que tem o sofá da sala de estar coberto por um plástico, para não estragar. Aliás, não é só o sofá: a mesa, as cadeiras, a poltrona, a televisão e o carrinho de chá também estão cobertos por plásticos. Que, por sua vez, estão cobertos por uma lona. Plastificada, claro. O dia-a-dia, a avozinha passa-o na garagem, com mobília de campismo e um transístor antigo.

Marcelo quer manter o SNS imaculado. Daí este alerta no início do Verão. É que é, justamente, a época do ano em que as pessoas chegam aos hospitais com os pés cheios de areia, sentam-se nas salas de espera com os fatos de banho ainda molhados e põem-se a vomitar uma gosma amarela que, vai-se a ver mais tarde, é bacalhau à Braz. Para evitar esta badalhoquice, Marcelo cobriu o SNS com um plástico metafórico, para as visitas admirarem. É um SNS Potemkin.

Entretanto – e como António Costa bem avisou – logo surgiram os cépticos a dizerem que é impossível alguém escolher se e quando fica doente. É falso: é perfeitamente possível fazê-lo. Basta ser-se um de dois tipos de pessoas que conseguem determinar, não só o dia em que adoecem, mas também a maleita de que sofrem. O primeiros é o dos estudantes na véspera de um exame para o qual não estudaram. O segundo é o dos hipocondríacos.

Ora, como se sabe, Marcelo Rebelo de Sousa é um afamado hipocondríaco. Lembramo-nos bem de como falava das suas hérnias com o carinho com que um criador de cães hipocondríaco fala das hérnias dos seus cachorros. Da mesma forma que, face a um arremedo de sintoma, Marcelo efectua o diagnóstico e prescreve a terapêutica, é natural que julgue que uma pessoa também pode decidir que está sã como um pêro e não vale a pena maçar o senhor doutor só por causa desta hemorragia chata que não estanca.

Percebo que, para um hipocondríaco, o SNS é a Disneylândia e é normal que Marcelo o queira preservar. Mas não deixa de ser bizarro ver alguém com a mania das doenças a admoestar os portugueses para não adoecerem. É como ter um alcoólico a censurar uma pessoa por comer um bombom de ginja.

Se bem que é preciso reconhecer que a hipocondria de Marcelo não é infalível. Às vezes escapam-lhe problemas de saúde bem óbvios. Por exemplo, desde que António Costa tem maioria absoluta, o poder do Presidente está em coma e Marcelo ainda não se deu conta. É uma evidência, mas as evidências têm de ser recordadas.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Pedro Francisco Machado, referido como Peter Francisco: o órfão português que deu a independência aos EUA

Chamavam-lhe o "gigante da revolução" e ajudou os Estados Unidos a conseguirem a independência. Descubra a fantástica história de Pedro Francisco.

Nos Estados Unidos da América, ficou conhecido como “O Gigante da Virgínia”, “o Gigante da Revolução” e até pelo nome de “Hércules da Virgínia”. Falamos de um jovem órfão chamado Francisco, de origem portuguesa, que lutou ao lado de George Washington e do Marquês de Lafayette, sofrendo inúmeros ferimentos no combate pela independência da sua pátria de adopção. Francisco ainda hoje é celebrado pela comunidade portuguesa de New Bedford, no Massachussets, a 15 de Março.

A sua biografia não é muito clara e está cercada por uma aura de lenda, atribuindo-se-lhe feitos extraordinários. De origens obscuras, sabe-se que foi encontrado em tenra idade (provavelmente, com cinco anos) numa tarde de Junho de 1766 a chorar nas docas de City Point, na Virgínia.

Não falava inglês, percebendo-se que falava uma língua semelhante ao castelhano, e não tinha nada que o identificasse, apesar de ter roupas de boa qualidade e se lerem na fivela do cinto as iniciais “P.F”.

Eventualmente, foi capaz de contar a sua história, afirmando que se encontrava a brincar com a irmã pequena num “local lindo com palmeiras”, quando dois homens apareceram para os apanhar. A irmã conseguiu libertar-se, mas não ele, tendo sido levado para um grande navio que o levou a City Point.

Relativamente às suas origens, o investigador John E. Manahan identificou nos registos de nascimentos na Ilha Terceira, nos Açores, a existência de um Pedro Francisco, nascido em Porto Judeu a 9 de Julho de 1760.

Francisco acabaria por ser acolhido pelo juiz Anthony Winston, de Buckingham County, na Virgínia. Quando atingiu a idade de trabalhar, foi instruído como ferreiro, devido à sua enorme força e tamanho (parece que ultrapassou os 1,98 metros e pesava cerca de 120 kg). O escritor Samuel Sheperd, que o viu no trabalho, escreveu acerca do jovem:

“Os seus ombros são como os de uma antiga estátua, como uma figura da imaginação de Miguel Ângelo, como o seu Moisés mas não como David. A sua queixada é longa, forte, o nariz imponente, a inclinação da testa parcialmente ocultada pelo seu cabelo negro de aspecto desgrenhado. A sua voz era suave, surpreendendo-me, como que se um touro ganisse.”

Pedro Francisco
Pedro Francisco

Aos 16 anos, e com os rumores de secessão a alastrarem-se entre a população, Francisco alistou-se no 10º Regimento da Virgínia. Estava presente quando Patrick Henry fez o seu famoso discurso “Liberdade ou Morte”, junto à igreja de St. John, em Richmond. Em Setembro de 1777, serviu sob as ordens do general George Washington em Brandywine Creek, onde os colonos tentaram deter o avanço de 12.500 soldados britânicos que avançavam em direcção a Filadélfia.

Não se sabe se foi nessa batalha que Francisco salvou a vida de Washington, embora se saiba que o jovem foi aqui alvejado. Segundo alguns relatos, ele tornou-se o guarda-costas pessoal do general. Para outros, Francisco era apenas um soldado vigoroso e agressivo que lutou ao lado de Washington.

O que se sabe com certeza é que Washington ordenou a confecção de uma espada adequada ao tamanho de Francisco, sendo que esta espada, com 6 pés de comprimento, terá aterrorizado os britânicos. Segundo Washington, escrevendo acerca de Francisco, “Sem ele teríamos perdido duas batalhas cruciais, provavelmente a guerra e, com ela, a nossa liberdade. Ele era verdadeiramente um Exército de um Homem Só.

Francisco serviu nesta comissão por três anos, tendo, no final desse tempo, se realistado e combatido numa das maiores derrotas dos colonos no conflito, na batalha de Camden, a 16 de Agosto de 1780. Aí, terá realizado um dos seus feitos mais célebres, quando, após os colonos se terem retirado do combate diante dos britânicos e deixaram para trás uma peça de artilharia com aproximadamente 1000 libras.

Afirma-se que Francisco a colocou às costas e a transportou, para que não caísse em mãos inimigas. Em homenagem a esse acto, os correios dos Estados Unidos emitiram em 1974 um selo comemorativo. Em pouco tempo, as histórias e feitos de Francisco espalharam a sua bravura e o seu vigor, tendo sido divulgadas em jornais e romances da época, incentivando a resistência entre as forças dos colonos.

Pedro Francisco, o herói um português que lutou sob o comando de George Washington na revolução americana, vai ser matéria de cinema, num filme que tem por título "Luso", será produzido pelo seu trineto, o luso-descendente Travis Bowman, realizado por Diogo Morgado e conta com a participação de Daniela Ruah,

A vida de Pedro Francisco, o português que lutou sob o comando de George Washington na revolução americana, vai ser matéria de cinema, num filme produzido por Travis Bowman, trineto do herói português, e vai custar 15 milhões de dólares (13,5 milhões de euros).

Há vários outros monumentos em sua honra na Carolina do Norte, Nova Jersey, Rhode Island e Virgínia, e em 1976 foi emitido um selo na colecção bicentenária dos EUA com a cara de Peter Francisco, um "soldado extraordinário" e monumento erigido em honra do português em New Bedford, Massachussetts

Vários estados norte-americanos assinalam o Dia de Peter Francisco a 15 de Março, aniversário da Batalha de Guilford Courthouse, em Greensboro, em que o "gigante" açoriano matou 11 soldados britânicos e quase morreu dos ferimentos sofridos.

Nascimento: 9 de Julho de 1760, Porto Judeu

Falecimento: 16 de Janeiro de 1831, Richmond, Virgínia, EUA


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sábado, 25 de junho de 2022

Nenhuma companhia aérea é grande ou pequena demais para sobreviver sem o apoio da indústria.

Por Javed Malik

A triste história da Comair mais uma vez cimentou minha visão de que nenhuma companhia aérea é grande ou pequena demais para sobreviver aos rigores da indústria da aviação, não importa que tipo de eficiência de combustível, modelo de aeronave, gestão, força financeira ou apoio.

JAVED Malik, um ávido aviador e forte defensor da transformação na África do Sul, é cofundador da Cobra Aviation, uma operadora de passageiros e carga.

JAVED Malik, um ávido aviador e forte defensor da transformação na África do Sul, é co-fundador da Cobra Aviation, uma operadora de passageiros e carga.IOL

Em muitos aspectos, a Comair foi durante muito tempo uma das melhores companhias aéreas da África do Sul. Vê-la cair dessa forma é uma grande perda para o nosso sector de aviação.

No entanto, a notícia não me surpreendeu. O golpe é impressionante para as pessoas que empregava – como pilotos, técnicos, engenheiros, tripulantes de cabine, funcionários de escritório, gerência e fornecedores – que foram jogados no meio-fio em meio a tempos económicos difíceis. Isso significa que muitas famílias já começaram a dormir de estômago vazio.

Com as actuais altas estatísticas de desemprego, o estado insalubre e sensível do nosso sector de aviação é preocupante. Isso significa que investidores sérios pensarão duas vezes antes de trazer seu dinheiro para o sector de aviação sul-africano. A confiança foi abalada, principalmente quando se olha para a Comair como uma marca de companhia aérea de alto desempenho.

Também é necessário destacar a verdade de que passagens aéreas baratas nunca foram boas para o sector aéreo ou para a chamada concorrência saudável. Eles podem parecer bons para atrair clientes, mas se mantidos por muito tempo, podem facilmente ser um desastre com perdas. A mensagem para os consumidores é que eles não devem procurar passagens baratas, que são perigosas independentemente da marca da companhia aérea que as oferece e devem ser uma bandeira vermelha para o consumidor ficar atento.

Oferecer passagens baratas tira a companhia aérea dos céus e o mercado perde a confiança no sector de aviação.

Tendo isso em mente, é necessário que as companhias aéreas operem em um nível em que haja um entendimento de que apenas custos de passagens sustentáveis ​​podem levar o sector de passageiros, turismo e aviação adiante. Pode reduzir o risco de turbulência, que na maioria dos casos pode ser de longo alcance, dependendo da marca da companhia aérea afectada. operando de forma independente.

Vamos evitar focar em vencer a corrida, às custas de tirar outros do negócio. Em vez disso, vamos participar de uma corrida que podemos manter ou sustentar sua saúde para o benefício de todos. Eu também gostaria de destacar uma preocupação de que sempre há alguns especialistas auto-criados, ou eles acreditam que são chefes da indústria, prontos para planejar como desestabilizar qualquer nova companhia aérea.

Suspeitamente, eles agem como se fossem apenas comentaristas aleatórios do sector de aviação, quando na verdade estão trabalhando em conluio com companhias aéreas estabelecidas. Em alguns casos, eles estão trabalhando com instituições financeiras.

Seus comentários são geralmente algo como “novas companhias aéreas não podem fazer isso”. Geralmente, isso é inesperado e informado por ciúme ou antipatia pela competição. Isso é feito para definir uma agenda específica projectada para influenciar indirectamente organizações reguladoras, consumidores e outras instituições-chave.

Como resultado, não há mérito em certificar o processo e alguns dos pedidos serão recusados. Depois de testemunharmos o que pode acontecer com as grandes marcas, é hora dos “chamados” especialistas em aviação, com uma agenda específica e suas visões de favoritismo de marcas específicas, se calarem.

Por muitos anos tenho conversado com grandes companhias aéreas na África do Sul e levantado minha voz através da média sobre as preocupações da aviação. Mas minhas preocupações caíram em ouvidos surdos, pois as grandes operadoras aéreas tendem a adoptar a atitude arrogante de que nunca falhariam.

Mais uma vez, meu pedido a todas as partes interessadas e organizações de aviação é o seguinte: “Não importa quão pequeno ou grande você seja um operador, vamos trabalhar juntos para manter a estabilidade e a confiança do consumidor em nós”.

Se as companhias aéreas mantêm essa atitude de serem grandes demais para falir, pense novamente, pois pode acontecer com qualquer um. No entanto, não tenho dúvidas de que nosso sector de aviação vai crescer novamente, mas vamos trabalhar juntos para uma rota de voo mais sustentável pela frente.

Javed Malik, um ávido aviador e forte defensor da transformação na África do Sul, é co-fundador da Cobra Aviation, uma operadora de passageiros e carga.

quinta-feira, 23 de junho de 2022

PIB e dados económicos de Portugal

Inclui a taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto de Portugal, com as últimas previsões e dados históricos, PIB per capita, composição do PIB e desagregação por sector.

Navegue por indicadores económicos e conjuntos de dados adicionais, seleccionados pelos editores da Global Finance, para saber mais sobre as perspectivas económicas de Portugal, o rácio da dívida em relação ao PIB, o desempenho do comércio internacional e as tendências da população. Também estão disponíveis os rankings dos melhores bancos e bancos mais seguros de Portugal.

Imagem em destaque para Portugal


Países com maior dívida externa 2021 14 DE OUTUBRO DE 2021

A dívida externa - também chamada de "dívida externa" ou "dívida soberana" - é o capital total devido a credores fora da fronteira de um país. Os devedores podem ser governos, corporações e cidadãos; os credores incluem governos, bancos comerciais e instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Altos níveis de dívida externa representam maiores riscos do que a dívida interna porque os pagamentos em moeda estrangeira estão mais expostos a choques cambiais.

A dívida crescente do mundo já era uma ameaça ao crescimento económico global e à estabilidade financeira antes do Covid-19. As coisas desde então só pioraram.

Com uma grande dívida externa vem uma grande responsabilidade. Os países recorrem a empréstimos externos para manter a liquidez financeira e estimular o crescimento. Para as nações ricas que enfrentam uma recessão, tomar um empréstimo com juros baixos pode ser mais desejável do que aumentar os impostos. Para os países emergentes, esse tipo de financiamento é ainda mais essencial para cobrir as lacunas de recursos internos e pagar por programas que podem ajudar a reduzir a pobreza e promover o crescimento de longo prazo. Há, no entanto, um problema bem conhecido com as dívidas: pedir dinheiro emprestado é mais fácil do que pagá-lo de volta.

"Dívida é como qualquer outra armadilha", disse o autor americano do século 19 Josh Billings: "Fácil o suficiente para entrar, mas difícil o suficiente para sair". Quão difícil? Na medida em que não existe dívida externa zero, e tanto os países mais e menos desenvolvidos do mundo (e todos os que estão entre eles) hoje lutam mais do que nunca sob o peso do que devem. De acordo com estimativas do Institute of International Finance (IIF), a associação global do setor financeiro com sede em Washington, o endividamento internacional geral diminuiu pela primeira vez em mais de dois anos durante o primeiro trimestre do ano – de US$ 1,7 trilhão para US$ 289 trilhão. Por trás desses números está um cenário complexo e preocupante: a queda foi impulsionada em grande parte pelos mercados desenvolvidos (ou seja, aqueles que podem pagar dívidas com mais facilidade), onde a dívida total caiu US$ 2,3 trilhões para menos de US$ 203 trilhões; enquanto o nível de dívida nas economias emergentes subiu para US$ 86 trilhões (+ US$ 0,6 trilhão), um novo recorde. Além disso, apesar da queda geral no primeiro trimestre, a dívida global total ainda aumentou US$ 30 trilhões (12%) desde o final de 2019. Enquanto isso, a relação dívida global em relação ao PIB também saltou para 360%. Simplificando, o mundo toma emprestado três vezes mais do que produz.

O que pode dar errado? A primeira coisa que ocorre quando você empresta muito e com muita frequência é que empréstimos e pagamentos de juros prejudicam o próprio propósito para o qual esses empréstimos foram tomados em primeiro lugar: aumentar a produtividade econômica. Muitos economistas veem a dívida acumulada como um imposto sobre a produção futura de uma nação: investimentos em educação, saúde, infraestrutura e afins são desencorajados quando uma parcela cada vez maior das receitas é destinada ao pagamento de credores. Um país que vive persistentemente além de seus meios acabará se tornando incapaz de cumprir suas promessas fiscais, deixando de pagar sua dívida. Quando isso acontecer, será ainda mais difícil pedir mais dinheiro emprestado e sair da crise. Basta perguntar aos gregos, argentinos ou venezuelanos, que nos últimos anos se encontraram precisamente em tal situação.

Nem todas as crises de inadimplência, no entanto, são criadas iguais. A má responsabilidade fiscal não é a única culpada. Os devedores muitas vezes herdam as falhas de seus pais, como quando empréstimos contraídos por governos e regimes que não estão mais no poder caem para uma administração posterior. Muitos países também ainda sofrem com o impacto econômico do colonialismo e a apropriação indevida de seus fundos e recursos, que impõem uma restrição excessiva ao crescimento e ao desenvolvimento. Muitos outros, muitas vezes pequenos e já empobrecidos, serão obrigados a contrair ainda mais dívidas para pagar a perda de comércio, turismo e a destruição causada pela mudança climática, um problema criado principalmente pelas emissões de gases de efeito estufa das nações mais ricas. E já mencionamos o Covid-19? Embora as receitas do governo permaneçam sob pressão devido a bloqueios contínuos e outras restrições de movimento, a pandemia exacerbou muitos problemas econômicos e sociais pré-existentes em todos os lugares. Seus efeitos e repercussões, hoje impossíveis de compreender plenamente, serão sentidos nas próximas décadas

A crescente dívida externa nas maiores economias do mundo representa um perigo diferente, talvez mais imediato e de maior escala. As nações mais endividadas são, de fato, as mais ricas. Responsáveis ​​por quase metade de todos os passivos globais, os três principais tomadores de empréstimos do mundo são os Estados Unidos, a União Europeia e o Reino Unido. Embora sua dívida, dada a estabilidade desses governos e a capacidade comprovada de pagar aqueles que lhes emprestaram dinheiro, seja geralmente considerada livre de risco, há preocupações crescentes sobre a sustentabilidade de um nível tão alto de empréstimos, especialmente quando mais uma mudança no mercado condições ou um aumento nas taxas de juros podem tornar os reembolsos mais difíceis de serem atendidos. Quanto maior for a exposição a fluxos de capitais transfronteiriços, menor será a capacidade de um país resistir a choques externos:

Posição da dívida externa bruta

Classificação
País
($ mil.)

1
Estados Unidos
21.764.799

2
zona do euro
18.075.643

3
Reino Unido
9.837.535

4
França
7.368.685

5
Noruega
7.110.029

6
Alemanha
6,6,91,139

7
Japão
4.687.815

8
Holanda
4.197.719

9
Luxemburgo
3.965.300

10
Itália
2.749.759

11
Espanha
2.661.618

12
China
2.526.638

13
Canadá
2.414.495

14
Suíça
2.226.614

15
RAE de Hong Kong; China
1.776.157

16
Cingapura
1.660.799

17
Austrália
1.620.593

18
Bélgica
1.424.229

19
Suécia
1.001.264

20
Áustria
733.908

21
Finlândia
689.218

22
Brasil
630.750

23
Grécia
590.440

24
Dinamarca
579.200

25
Índia
569.985

26
Coréia
565.897

27
Portugal
479.871

28
Federação Russa
464.240

29
México
459.938

30
Peru
448.393

31
Indonésia
415.627

32
Polônia
361.468

33
Argentina
269.508

34
Hungria
261.551

35
Malásia
249.977

36
Arábia Saudita
245.569

37
Chipre
225.223

38
Maurício
221.348

39
Chile
210.956

40
Nova Zelândia
201.162

41
República Checa
193.221

42
Tailândia
186.397

43
Arábia Saudita
162.744

44
Cazaquistão
164.113

45
Colômbia
153.628

46
Romênia
144.913

47
Israel
143.478

48
Egito
134.841

49
República Eslovaca
127.922

50
Ucrânia
123.107

51
Malta
105.243

52
Filipinas
97.047

53
Peru
79.261

54
Marrocos
63.727

55
Eslovênia
58.880

56
Equador
55.788

57
Croácia
50.919

58
Sri Lanka
47.307

59
Uruguai
46.547

60
Bulgária
44.473

61
Letônia
42.433

62
Lituânia
41.731

63
Bielorrússia
41.159

64
Tunísia
40.287

65
Uzbequistão
36.771

66
Jordânia
35.416

67
Mongólia
32.487

68
Estônia
30.390

69
Geórgia
20.592

70
Islândia
19.397

71
El Salvador
17.995

72
Armênia
13.092

73
Macedônia do Norte
11.545

74
República do Quirguizistão
8.655

75
Moldávia
8.254

76
Seicheles
5.080

77
Cisjordânia e Gaza
1.913

Fonte: SDDS de Estatísticas Trimestrais da Dívida Externa do Banco Mundial, atualização de 30/07/2021 (1º trimestre de 2021)

https://www.gfmag.com/global-data/economic-data/xtegh9-external-debt-in-countries-around-the-world

Índice Global da Paz 2022

Medindo a paz

Medir a paz em nível global e nacional nos permite avaliar os factores sociais, políticos e económicos que criam a paz. A cada ano, o Institute for Economics and Peace produz o Global Peace Index, a principal medida mundial de paz nacional, classificando 163 países de acordo com seus níveis de paz. Uma série de índices nacionais de paz também foi desenvolvida para explorar o tecido da paz no nível subnacional. Estes incluem: o Índice de Paz do México e o Índice de Paz Alemão.

Paz Positiva

A paz é muito mais do que a ausência de violência. A Paz Positiva descreve as atitudes, estruturas e instituições que sustentam e sustentam sociedades pacíficas. O Instituto desenvolveu uma estrutura conceitual, conhecida como Pilares da Paz, que descreve um sistema de oito fatores que trabalham juntos para construir uma paz positiva. Derivado de uma análise estatística de mais de 4.000 conjuntos de dados, os Pilares da Paz fornecem um roteiro para superar adversidades e conflitos e construir uma paz duradoura.

Economia da paz

O Instituto desenvolveu uma metodologia inovadora para calcular o impacto econômico da violência na economia. Ele faz isso calculando 13 tipos diferentes de gastos relacionados à violência em nível nacional e aplicando um efeito multiplicador para explicar a influência persistente da violência e do medo. Há exemplos imediatos e óbvios do impacto da violência na economia, como taxas hospitalares ou custos de segurança, e também há impactos mais sutis de longo prazo, como uma mudança para gastos mais defensivos por indivíduos, empresas e governos.

Entendendo o Risco

Usando dados coletados desde 1996, o Instituto desenvolveu uma nova metodologia para identificar países em risco de cair em instabilidade e violência. O modelo de risco permite uma compreensão profunda da resiliência das nações a choques internos e externos e pode ser usado para prever riscos e oportunidades. Leia sobre o mais recente risco para os países no relatório COVID-19 and Peace.

Entendendo o Risco

Usando dados coletados desde 1996, o Instituto desenvolveu uma nova metodologia para identificar países em risco de cair em instabilidade e violência. O modelo de risco permite uma compreensão profunda da resiliência das nações a choques internos e externos e pode ser usado para prever riscos e oportunidades. Leia sobre o mais recente risco para os países no relatório COVID-19 and Peace.

baixar o index global da PAz 2022


https://www.economicsandpeace.org/

E os portugueses?

Ucrânia tem condições para ser um membro da UE? Quanto tempo levaria a reunir essas dezenas de exigências? Caso galgassem etapas, como ficaria então a posição geoestratégica da União Europeia, nomeadamente face à Turquia (que tenta pertencer há meio século e cumpre quase todos os requisitos) e face aos Balcãs? Portugal levou 7 anos para ter selo de aprovação. Montenegro é candidato há 12, a Estónia aguardou 13, etc.

O que ganhariam os europeus com esta integração? Toda a propaganda em torno desta putativa candidatura ajuda a Ucrânia neste momento de guerra? Em que medida contribui para a paz? Eis algumas das perguntas básicas a colocar antes de desatarem a agitar as bandeirinhas e entrar em modo cheerleader. Ou ainda não enjoaram de tanta demagogia?

Segundo todos os relatórios internacionais (eg UNICEF ou Human Rights Watch), antes do actual conflito, a Ucrânia padecia de pobreza extrema e apresentava indicadores sociais e económicos ao nível de muitas nações africanas. Narco-Estado, chão de trabalho infantil, covil de pedofilia, barrigas de aluguer, tráfico de seres humanos, enfim, o horizonte era negro. A corrupção medrava e a discriminação de minorias raciais ou outras era tremenda. Tomada pela extrema da extrema direita, golpeada pela violência, a Ucrânia sangrava muito antes da invasão de Putin. Agora, é hemorrágico. Como se pode desenrolar em via verde a pertença à UE de um território que está parcialmente ocupado por uma potência nuclear que controla grande parte dos seus recursos, sendo que outra parte, designadamente as suas infraestruturas, está quase toda destruída? Como declaravam os auditores da União Europeia no Outono passado, nem sequer está garantida a independência do sistema judicial perante os portentos oligárquicos. Ucrânia na Europa? Isso era anedota para os eurocratas de Bruxelas até há pouco tempo.

Kiev cumprirá a médio prazo o Acordo de Copenhaga? Parece que nem sequer consegue corresponder ao artigo 2.° do Tratado: "A União funda-se nos valores do respeito pela dignidade humana, da liberdade, da democracia, da igualdade, do Estado de direito e do respeito pelos direitos do Homem." Razão tem Macron quando diz que este processo de entrada levará anos, ou mesmo décadas. Se tivesse seguido o protocolo Minsk... Depois, além de já estarem na lista de espera outros países, considerando os 44 milhões de ucranianos, terá a Europa capacidade de absorção sem cortar ajudas a países já membros? O erário europeu estica até que ponto? Que fundos e apoios cessarão? É que a adesão pressupõe a unanimidade. Posto isto, não será que Von der Leyen & companhia estarão a mentir aos ucranianos, acenando-lhes com um oásis inatingível? Ou seja, a iludir todos nós?

Há quem advogue um plano Marshall Express para a mutilada Ucrânia, ajudando à reconstrução posteriormente. Mas casos como a Hungria ou a Polónia já deviam ter deixado claro que mudanças após pertença são bem mais complexas. A questão central é uma solução digna (como a que já se avistava com neutralidade e desmilitarização parcial do país), concomitante a um acordo consistente que proteja os interesses europeus. Independentemente dos interesses dos EUA. Ou não?


Psicóloga clínica. Escreve de acordo com a antiga ortografia
Joana Amaral Dias

Joana Amaral Dias

terça-feira, 21 de junho de 2022

Processo disciplinar a Ivo Rosa reforçado com mais dois acórdãos da Relação de Lisboa.

Conselho Superior da Magistratura juntou novos acórdãos da Relação de Lisboa que acusam juiz de instrução de anular ilegitimamente decisões de Carlos Alexandre e de violar a hierarquia dos tribunais.

Ivo Rosa critica extinção do Ticão, mas Parlamento aprovou manutenção do  tribunal – Observador

A investigação disciplinar a Ivo Rosa foi recentemente reforçada com mais dois acórdãos do Tribunal da Relação de Lisboa que consolidam os indícios de alegada infracção do Estatuto dos Magistrados Judiciais por parte do juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal. No total, são quatro os acórdãos daquele tribunal superior que poderão levar a uma sanção disciplinar a Ivo Rosa.

Um desses acórdãos foi mesmo junto ao processo disciplinar pelo conselheiro José Lameiras, vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura (CSM), tendo a sua decisão sido ratificada há cerca de 15 dias pelo plenário do órgão de gestão e disciplinar dos juízes.

Ao que o Observador apurou, os dois acórdãos, que já foram revelados pelo Observador, estão relacionados com o mesmo tema (o arresto da conta bancária de Maria João Bastos Salgado) e têm a mesma mensagem com relevância disciplinar: Ivo Rosa terá interferido ilegitimamente e de forma grave na actividade de outro juiz (Carlos Alexandre), violando o caso julgado e as regras de competência e de hierarquia dos tribunais.

Novos acórdãos têm origem no mesmo caso: a apreensão de uma conta da mulher de Salgado

O processo disciplinar a Ivo Rosa foi aberto no dia 24 de Fevereiro e teve origem em dois acórdãos da Relação de Lisboa relacionados com o caso Isabel dos Santos e com o caso EDP. Mas logo em Março surgiu uma terceira decisão muito semelhante e que estava relacionada com o arresto da conta bancária da mulher de Ricardo Salgado

Nesse caso, o juiz Ivo Rosa decidiu anular um despacho do seu colega Carlos Alexandre de 15 de Outubro de 2021 que tinha decidido manter um arresto da referida conta de Maria João Bastos Salgado com um saldo de 700 mil euros. Rosa invocou que tal despacho era “nulo e irregular”.

O Ministério Público recorreu e a Relação de Lisboa veio a dar-lhe razão em Março de 2021, censurando o juiz Ivo Rosa por ter tomado uma decisão para a qual “não tinha (nem tem) o poder jurisdicional de alterar ou revogar decisões de colegas da mesma categoria”. “Tal poder é conferido ao tribunal superior e, ainda assim, só em sede recursiva”, lê-se no acórdão.

Este acórdão foi junto ao processo disciplinar por decisão do conselheiro José Lameiras, vice-presidente do CSM, tendo tal decisão sido ratificada pelo plenário do Conselho no dia 1 de Junho.

Ivo Rosa, contudo, não se ficou por aqui. Depois de anular o despacho de Carlos Alexandre, o juiz de instrução apreciou uma oposição a esse arresto que tinha sido apresentada pela defesa de Ricardo Salgado, tendo convocado para audição a testemunha Maria João Bastos Salgado. Ivo Rosa ouviu os argumentos da mulher do Ex-banqueiro e decidiu levantar formalmente o arresto.

O MP voltou a recorrer e é esse acto processual que dá origem a um segundo acórdão da Relação de Lisboa, de 2 de Junho de 2022, já revelado pelo Observador. Uma vez mais, Ivo Rosa é censurado por violar “de forma grosseira” as regras de competência de hierarquia dos tribunais e o seu despacho é anulado. Na prática, os 700 mil euros depositados na conta de Maria João Bastos Salgado foram novamente arrestados.

Este acórdão está na posse do Conselho Superior da Magistratura e deverá igualmente ser junto ao processo disciplinar — que está muito perto do final.

Resta saber se o inspector judicial que está a liderar as investigações apresentará o seu relatório final com uma proposta (sanção disciplinar ou arquivamento) até 5 de Julho, dia do último plenário do CSM antes do início das férias judicias.

A origem do processo disciplinar a Ivo Rosa

Recorde-se que o processo disciplinar contra Ivo Rosa foi aberto no dia 24 de Fevereiro, tal como o Observador noticiou então. Na origem daquela decisão esteve um acórdão da 9.ª Secção da Relação de Lisboa que revogou o despacho do juiz de instrução criminal que levantava um arresto a Isabel dos Santos e ao seu Ex-braço-direito (Mário Leite da Silva) e que foi formalmente comunicado ao CSM por decisão dos autores do acórdão.

Os desembargadores Calheiros da Gama e Abrunhosa de Carvalho censuraram duramente Ivo Rosa porque “violou o caso julgado formal”, devido “ao princípio do esgotamento do poder jurisdicional”, ao anular, sobre o mesmo caso, as decisões do juiz Carlos Alexandre, magistrado que tem o mesmo estatuto hierárquico que o seu.

Ao que o Observador apurou, houve um segundo acórdão da Relação de Lisboa que está na origem do processo disciplinar. Trata-se de uma decisão do caso EDP na qual Ivo Rosa foi acusado pelos desembargadores Augusto Lourenço (relator) e João Lee Ferreira de “acto inusitado”, “arbitrário e infundado”, que representa uma “evidente e inaceitável ilegalidade”, que ofende de forma “séria” “as regras de competência, hierarquia de tribunais” e que constitui uma “violação” do “caso julgado e do princípio da certeza e segurança jurídica das decisões”, lê-se no acórdão revelado pelo Observador em Outubro de 2021.

E porquê? Porque o juiz de instrução tinha anulado uma decisão do seu colega Carlos Alexandre que autorizava a junção de várias mensagens de um telemóvel de um director da Odebrecht Portugal — despacho esse que já tinha transitado em julgado.

Processo disciplinar perto do fim

Ao que o Observador apurou, a conclusão do processo disciplinar poderá ocorrer antes das férias judiciais, que se iniciarão a 15 de Julho.

Para tal, será necessário que o inspector judicial que está a liderar a instrução apresente o seu relatório com uma proposta de acusação ou de arquivamento e que a discussão do documento seja calendarizada para o último plenário antes do início das férias judiciais — que já está marcado para o dia 5 de Julho.

Será nesse plenário que será discutido e aprovado o projecto de movimento da primeira e da segunda instância que o CSM já divulgou no seu site.

Recorde-se que o juiz Ivo Rosa foi graduado em juiz desembargador e já foi provisoriamente colocado nas secções criminais no Tribunal da Relação de Lisboa. Essa é a informação que consta do projecto de movimento dos tribunais da relação que foi divulgado no dia 9 de Junho.

A promoção, contudo, está congelada até o CSM tomar uma decisão sobre o processo disciplinar.

Soube-se igualmente esta segunda-feira que o substituto de Ivo Rosa no Tribunal Central de Instrução Criminal deverá ser o juiz Artur Cordeiro, que neste momento desempenha funções de juiz presidente da comarca de Lisboa.

artigos relacionados

- Relação anula decisão polémica de Ivo Rosa

- CSM abre processo disciplinar a Ivo Rosa

- "Ilegalidade". Relação censura decisão de Ivo Rosa

https://observador.pt/


segunda-feira, 20 de junho de 2022

Concorrência multa três cadeias de supermercado e fornecedor em 19,5 milhões de euros.

Os acontecimentos foram entre 2011 e 2017!!! Durante seis anos (o que se sabe) fizeram o que quiseram. Estamos em 2022!!!

O que AdC vai fazer sobre o esbulho que estas cadeias estão a fazer agora, com os produtos a preços duas e três vezes o seu preço normal? Note-se que começaram a aumentar os preços logo imediatamente á declaração de guerra da Russia á Ucrania, sem que nada o justificasse, pois os produtos já estavam armazenados e com os preços assumidos.

Auchan, Modelo Continente e Pingo Doce são suspeitas de, a par com o fornecedor comum de produtos de higiene e cosmética, Beiersdorf, terem participado num esquema de fixação de preços de venda ao consumidor.

A Autoridade da Concorrência (AdC) aplicou uma coima de 19,5 milhões de euros à Auchan, Modelo Continente (grupo Sonae) e Pingo Doce (grupo Jerónimo Martins) que acusa, a par da Beiersdorf e um responsável daquele fornecedor comum, de terem participado num esquema de fixação de preços de venda ao consumidor dos produtos de higiene pessoal e cosmética.

Em comunicado, divulgado esta segunda-feira, a AdC indica que a prática terá durado sete anos - entre 2011 e 2017 – e versado sobre diferentes produtos daquela marca, tais como desodorizantes, protetores solares e labiais a cremes de rosto.
"A investigação conduzida pela AdC permitiu constatar que as empresas de distribuição participantes asseguraram o alinhamento dos preços de retalho nos seus supermercados mediante contactos estabelecidos através do fornecedor comum, sem necessidade de comunicarem diretamente entre si", diz a entidade liderada por Margarida Matos Rosa.
"Trata-se de conspiração equivalente a um cartel, conhecido na terminologia do direito da concorrência como 'hub-and-spoke'", reforça a AdC, apontando que tal prática "elimina a concorrência, privando os consumidores da opção de melhores preços, mas assegurando melhores níveis de rentabilidade para toda a cadeia de distribuição, incluindo fornecedor e cadeias de supermercados".
A infração resultou na aplicação de uma coima no valor global de 19,46 milhões de euros. O Modelo Continente foi o que teve a sanção mais pesada (7,5 milhões), seguido do Pingo Doce (4,8 milhões) e da Beiersdorf Portuguesa (4,4 milhões). Seguem-se, por ordem de grandeza, a Auchan Retail Portugal (2,6 milhões) e o responsável individual (9,2 mil euros).
As decisões sancionatórias da AdC podem ser objeto de recurso, embora este não suspenda a execução das coimas.
Desde as diligências de busca e apreensão desencadeadas em 2017 na grande distribuição, a AdC já sancionou seis cadeias de supermercados e oito fornecedores pela prática anticoncorrencial de 'hub-and-spoke'.
As decisões condenatórias emitidas entre 2020 e 2022 resultaram num montante total de coimas que ascende a mais de 664 milhões de euros.

Rússia adverte Lituânia e exige levantamento de bloqueio 'abertamente hostil'

GUERRA RÚSSIA-UCRÂNIA

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia exigiu que a Lituânia suspendesse o bloqueio parcial de Kaliningrado, a região russa localizada perto do Mar Báltico, e alertou que tal acção é “abertamente hostil”.

A estação ferroviária em Vilnius, Lituânia, em 25 de março de 2022. Os trens de trânsito de Moscou a Kaliningrado param aqui.  A faixa na imagem mostra um pai ucraniano chorando ao lado do corpo de seu filho.(Petras Malukas/AFP via Getty Images)

A estação ferroviária em Vilnius, Lituânia, em 25 de Março de 2022. Os trens de trânsito de Moscou a Kaliningrado param aqui. A faixa na imagem mostra um pai ucraniano chorando ao lado do corpo de seu filho.(Petras Malukas/AFP via Getty Images)

Kaliningrado, anteriormente conhecida como Konigsberg, está localizada entre a Polónia e a Lituânia, membros da OTAN, embora tenha sido território russo nos últimos 70 anos.

Na semana passada, a Lituânia anunciou que estava proibindo o trânsito ferroviário de mercadorias e suprimentos para Kaliningrado que estão sujeitos a sanções da União Europeia. Isso inclui carvão, materiais de construção, metais e tecnologia avançada.

Na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia descreveu o bloqueio como “medidas provocativas” e alertou que o Kremlin pode tomar medidas para proteger seus interesses.

Se num futuro próximo o trânsito de carga entre a região de Kaliningrado e o resto do território da Federação Russa através da Lituânia não for totalmente restaurado, então a Rússia se reserva o direito de tomar medidas para proteger seus interesses nacionais”, disse o comunicado do ministério .

O ministério disse que convocou um funcionário diplomático lituano a Moscou para protestar contra as recentes medidas do país báltico. O bloqueio, disse, viola um acordo Rússia-UE de 2002.

"A situação é mais do que séria e requer uma análise muito profunda antes de formular quaisquer medidas e decisões", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres na segunda-feira, segundo relatos .

Os detalhes do bloqueio vieram em 17 de Junho por meio de um vídeo postado pelo governador da região russa, Anton Alikhanov. Ele disse aos moradores para não entrarem em pânico e disse que dois navios estavam a caminho de transportar mercadorias para Kaliningrado, segundo a Reuters.

Nossas balsas lidarão com toda a carga”, disse Alikhanov no sábado.

Enquanto isso, o vice-ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Mantas Adomenas, disse a uma emissora pública que sua instituição estava aguardando “esclarecimento da Comissão Europeia sobre a aplicação de sanções europeias ao trânsito de carga de Kaliningrado”.

A Lituânia disse que estava apenas implementando sanções da UE, parte de uma série de medidas destinadas a punir o presidente Vladimir Putin pela invasão da Ucrânia. consulte Mais informação

"Não é a Lituânia que está fazendo nada: são as sanções europeias que começaram a funcionar a partir de 17 de Junho", disse o ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, a repórteres em Luxemburgo.

Foi feito com consulta da Comissão Europeia e sob as directrizes da Comissão Europeia”, continuou Landsbergis.

As sanções e o bloqueio de Kaliningrado ocorrem no momento em que o conflito Rússia-Ucrânia continua a se intensificar, principalmente na parte leste da Ucrânia. A UE, os Estados Unidos e várias outras nações ocidentais emitiram duras sanções contra a Rússia desde o início do conflito de 24 de Fevereiro, incluindo a proibição dos EUA de todo o petróleo russo.

A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, anunciou na segunda-feira que “a luta é muito difícil” na região de Donbass, em Luhansk, dizendo que é “extremamente difícil” fazer previsões.

A Reuters contribuiu para este relatório.

Jack Phillips é um repórter de notícias de última hora do Epoch Times baseado em Nova York.

Juiz de NY decide que universidade judaica não é religiosa, deve reconhecer clube de estudantes LGBT

Um juiz do Estado de Nova York decidiu que a Universidade Yeshiva deve aprovar a criação de um grupo estudantil LGBT no seu campus, mesmo que o clube vá contra as crenças religiosas orientadoras da instituição judaica.

Lynn Kotler, uma juíza da Suprema Corte do Condado de Nova York, decidiu na terça-feira que a Yeshiva University Pride Alliance deve receber “acomodações, vantagens, facilidades e privilégios totalmente iguais oferecidos a todos os outros grupos de estudantes”.

Em sua decisão, Kotler disse que a Yeshiva é reconhecida como uma “corporação educacional” em vez de uma instituição religiosa e, portanto, está sujeita à lei antidiscriminação da cidade de Nova York, assim como outras faculdades e universidades seculares.

O registro mostra que o objetivo dos alunos da Yeshiva é obter uma educação, não para o culto religioso ou alguma outra função religiosa em sua essência”, escreveu o juiz. “Assim, a religião é necessariamente secundária à educação na Yeshiva.

A disputa vem acontecendo há anos na universidade de Manhattan. Depois que os administradores da Yeshiva anularam uma decisão do governo estudantil a reconhecer o clube do orgulho, um grupo de ativistas estudantis pró-LGBT apresentou uma queixa à Comissão de Direitos Humanos da cidade de Nova York, alegando que a universidade se envolveu em discriminação com base na orientação sexual.

A Yeshiva prometeu recorrer da decisão.

A universidade, cujo currículo é amplamente baseado na interpretação ortodoxa moderna da lei judaica, argumenta que, embora não seja registrada como sectária, tem uma missão educacional religiosa óbvia.

“A decisão do tribunal viola a liberdade religiosa sobre a qual este país foi fundado”, disse um porta-voz da universidade em comunicado, alertando que a decisão pode estabelecer um precedente legal para que os tribunais interfiram nos assuntos internos de escolas religiosas, hospitais e hospitais. organizações de caridade.

“Qualquer decisão de que a Yeshiva não é religiosa é obviamente errada”, acrescentou o porta-voz. “Como nosso nome indica, a Yeshiva University foi fundada para incutir os valores da Torá em seus alunos, proporcionando uma educação estelar, permitindo que eles vivam com convicção religiosa como cidadãos nobres e judeus comprometidos.”

“Enquanto amamos e cuidamos de nossos alunos, que são todos – todos e cada um – criados à imagem de Deus, discordamos firmemente da decisão de hoje e apelaremos imediatamente da decisão.”

A decisão também ocorre em meio à proposta de regulamento do Departamento de Educação de Nova York que reforçaria a supervisão estatal de escolas particulares, provocando muita preocupação entre os defensores da liberdade religiosa e dos direitos dos pais, especialmente aqueles da comunidade judaica ortodoxa.

Se implementada, a nova regulamentação obrigaria as escolas privadas a adotar uma educação “substancialmente equivalente” à oferecida nas escolas públicas. Isso significa que as escolas judaicas tradicionais, conhecidas como yeshivas, teriam que gastar menos tempo ensinando conteúdo religioso e, em vez disso, dedicar mais tempo de ensino a assuntos seculares.

“Isso viola a liberdade dos pais de escolher sua própria forma preferida de educação como parte de sua liberdade religiosa”, disse o grupo de defesa Coalition of Jewish Values ​​em uma carta de 2 de junho se opondo ao regulamento, que disse apenas apaziguar grupos ativistas que “ animosidade em relação à vida judaica ortodoxa”.

Bill Pan é um repórter do Epoch Times.

Matando empregos em nome de salvar o planeta

Thomas McArdle Thomas McArdle


Durante o discurso do Estado da União ao Congresso este ano, o presidente Joe Biden fez um endosso surpreendentemente orwelliano do socialismo , vestido como sua contraparte antimatéria.

Sou capitalista, mas capitalismo sem competição não é capitalismo”, declarou o presidente. “É exploração e aumenta os preços. Quando as corporações não precisam competir, seus lucros sobem, seus preços sobem e as pequenas empresas, agricultores familiares e pecuaristas afundam.”

Além de culpar duvidosamente a alta inflação de 40 anos de hoje na ganância corporativa (ganância que, presumivelmente, estava inexplicavelmente adormecida durante décadas de inflação que era uma fracção da actual), as observações de Biden descaradamente sugerem que a forte imposição de regulamentações novas e revividas por seu governo fomenta a competição quando a verdadeira missão é nivelar encargos sem precedentes e controle governamental sobre empresas de todos os tamanhos.

Sou capitalista” pertence ao lado de “Guerra é paz. Liberdade é escravidão. Ignorância é força."

A promessa de reduzir as temperaturas médias globais em um ou dois graus é a desculpa mais em voga nos Estados Unidos hoje para o Estado atacando as empresas, embora a Rússia e a China não tenham intenção de se juntar à cruzada climática às custas de seus objectivos expansionistas, e a Índia e a China outras nações em desenvolvimento não vão abandonar a industrialização em andamento pela qual seu povo anseia em troca de serem parabenizados por organismos internacionais por se tornarem verdes.

Socialistas que não estão escondendo sua verdadeira identidade propõem basicamente uma morte rápida e misericordiosa para o sector privado, como o agora deposto líder do Partido Trabalhista britânico Jeremy Corbyn argumentando que a “fragmentação” esbanjada garante a renacionalização das ferrovias privatizadas. Ou o senador de Vermont, Bernie Sanders, propondo um  imposto de 95% sobre as empresas que são mais bem-sucedidas do que ele gostaria. Mas enquanto Biden sugere que ele está permitindo maior competição, seu presidente da Comissão de Valores Mobiliários, Gary Gensler, encontra novas formas de tortura lenta para os empregadores deste país. Gensler esteve fortemente envolvido na redacção de uma das leis regulatórias mais onerosas de todos os tempos - a Lei Sarbanes-Oxley de 2002, quecusta às empresas da Fortune 500 milhões de dólares por ano, em média, e tem sido um poderoso desincentivo para as empresas se estabelecerem como de capital aberto ou manterem esse status.

A política mais proeminente da SEC sob Gensler é exigir que os emissores de ações e títulos avaliem e relatem os riscos que as mudanças climáticas representam para seus investidores. Como o membro sênior da Heritage Foundation, David Burton, apontou em uma carta a Gensler, “exigir que todas as empresas públicas desenvolvam experiência em modelagem climática, a capacidade de fazer projeções macroeconômicas com base nesses modelos e, em seguida, fazer avaliações econômicas específicas da empresa com base nesses os modelos serão caros, impondo custos de bilhões de dólares aos emissores. Essas despesas prejudicariam os investidores, reduzindo os retornos dos acionistas.”

Burton também aponta para a ironia de que desencorajar as empresas de serem ou abrirem o capital dá aos gordos mais riqueza e ao Joe médio menos porque “negaria aos investidores comuns (não credenciados) a oportunidade de investir em empresas dinâmicas, de alto crescimento e lucrativas até a maioria das vezes. do dinheiro já foi feito por investidores afluentes credenciados” e “impediria ainda mais o acesso empresarial aos mercados de capitais públicos”.

De acordo com o ex-economista-chefe da SEC, James Overdahl, o “escopo maciço e a particularidade prescritiva” dos regulamentos, “centrados na complexidade inerente na coleta de dados necessários e na conclusão dos cálculos e análises necessários para fazer as divulgações propostas” tornam “difícil lembrar qualquer outra instância em que a SEC tenha exigido divulgações onde há tantas incertezas significativas, limitações de dados e dificuldades práticas no desenvolvimento das informações necessárias”.

Obviamente, as ações judiciais se tornariam uma legião, pois as empresas de capital aberto são interminavelmente acusadas de não relatar o impacto climático para a plena satisfação dos ambientalistas. Mas as empresas que não são encontradas na bolsa de valores, que se consideram seguras em seu status privado, também estarão sujeitas a novos custos pesados, porque os parceiros e contratados privados das empresas públicas serão obrigados pela SEC a relatar suas emissões, fora empresas que devem ser procuradas para certificação.

Em uma teleconferência de mídia na quinta-feira, o vice-presidente executivo da Câmara dos EUA, Tom Quaadman, destacou que, de acordo com a própria SEC, a regra de divulgação climática em sua forma atual “seria pelo menos três vezes os custos de implementação da Sarbanes-Oxley, que foi a mais dispendioso regime de divulgação pelo qual passamos na última geração”, exigindo “quase 16 a 18 anos para finalizar todas as diferentes regras Sarbanes-Oxley”.

Quaadman acrescentou que depois de “muitas, muitas reuniões” com empresas que são membros da Câmara dos EUA, eles disseram à Câmara “custos de implementação na casa dos milhões ou dezenas de milhões de dólares” para cada empresa – muitas vezes as estimativas da SEC.

Testemunhando ao Comitê Bancário do Senado em setembro, Gensler afirmou sobre as informações sobre o risco climático que “os investidores estão realmente exigindo isso”. Mais precisamente, os gerentes de ativos da moda, principalmente a BlackRock, a maior empresa desse tipo no mundo, com US$ 10 trilhões sob seu controle, exigem isso, para melhor infligir seus desejos às empresas nas quais investe. A Blackrock se gaba  de que “votou contra 55 diretores/itens relacionados a diretores em questões relacionadas ao clima. Esta é uma ferramenta disponível para nós em praticamente todos os mercados em que investimos em nome de nossos clientes... 83% das vezes nossos votos contra diretores no FTSE [Financial Times] 350 sobre questões de remuneração resultaram em revisões nas políticas de pagamento em 12 meses. ”

Regulamentações inúteis ou politizadas devastam a produtividade do setor privado e matam empregos . Uma pesquisa do Conference Board descobriu que “mais de 60% dos CEOs em todo o mundo dizem esperar uma recessão em sua principal região de operações antes do final de 2023 ou antes… Quinze por cento dos CEOs dizem que sua região já está em recessão”.

Com uma desaceleração econômica iminente - logo após a devastação do COVID - é hora de ajudar os gerentes de dinheiro de vários trilhões de dólares a intimidar os provedores de empregos do setor privado do país, um dos objetivos é encantar a esquerda para que eles possam esquecer sobre coisas como os enormes investimentos militares da BlackRock ?

E tudo disfarçado de um “capitalista” ansioso para aumentar a competição – como uma garota de programa participando de uma festa de máscaras fantasiada de madre superiora.

As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.