quarta-feira, 2 de novembro de 2022

O PS e António Costa não têm com quem dividir as culpas do nosso atraso.

Governar uma nação é sempre uma obra colectiva e, sendo verdade que habitualmente existe alguém que é visto como determinante pela opinião pública, a verdade é que a qualidade dos resultados resulta da qualidade humana, técnica e, porventura política, de meia dúzia de pessoas. Este é o actual dilema português, porque os três governos socialistas, depois de Cavaco Silva, nunca tiveram essa meia dúzia de pessoas de qualidade. O Governo de Passos Coelho teve algumas pessoas com qualidade técnica, mas insuficiente nível político, além de se ter concentrado apenas na missão de resolver o problema das finanças nacionais. Talvez que um segundo mandato tenha sido uma oportunidade perdida para Portugal.

Os governos de António Costa são os que estão mais longe do ideal do primeiro-ministro se rodear da tal meia dúzia de pessoas de qualidade. De facto, a mediocridade é a marca mais distintiva dos governos de António Costa, tanto no plano técnico, como nos planos humano e político. Sendo que, pelo menos, dois primeiros-ministros socialistas, José Sócrates e António Costa, são autocratas potenciais e personalizam o princípio atribuído a Cavaco Silva de que nunca se enganam e nunca têm dúvidas. Com a nota negativa de que a tal meia dúzia de pessoas que rodeiam António Costa acredita nisso.

É esta a situação que está na base das presentes dificuldades do ministro da Economia António Costa Silva, que é uma carta fora do baralho socialista. Sendo um sonhador, com uma certa cultura tecnológica e alguma experiência de gestão, que poderia ser útil a um Governo que não possui essas qualificações, de facto é previsível que seja uma oportunidade perdida, porque a mediocridade geral infecta a governação de António Costa de forma irreversível.

Neste ponto, devo dizer que em todos os governos existe sempre alguém com qualidade e os governos de António Costa não são excepção, a questão é que a qualidade da governação depende muito do colectivo. Cavaco Silva não era um homem com o conhecimento dos potenciais governantes de qualidade, mas soube seguir a opinião, entre outras, de Valente de Oliveira, razão para a embaixada do Norte nos seus governos. Ou seja, Cavaco Silva cumpriu o princípio da meia dúzia de pessoas de qualidade. Por exemplo, Mira Amaral sempre foi um “outsider” do núcleo duro de Cavaco, mas teve a arte de influenciar a governação de forma insubstituível, rodeando-se, ele próprio, de pessoas de qualidade.

Presentemente, já bastantes comentadores da actividade governativa se estão a dar conta das consequências da ausência de qualidade do Governo, começando a ver o óbvio: as contradições existentes em algumas das decisões, apesar de acharem que isso se deve a uma ausência de coordenação, quando de facto é o resultado, desde o início, da mediocridade geral da maioria dos governantes. O Ex-ministro Eduardo Cabrita era um caso extremo, mas o facto é que o problema é geral e muito mais vasto.

Existe um debate, em Portugal como noutras latitudes, sobre a questão de saber se o atraso dos povos é culpa dos governos ou do povo. Sendo para mim óbvio que normalmente é de ambos, com a nota de que no nosso caso nenhum povo, no seu pleno juízo, deveria ter dado a maioria absoluta ao PS nas últimas eleições, mas isso também depende das regras eleitorais não serem plenamente democráticas e conduzirem a uma elevada abstenção, sendo que não sabemos o que pensam os que não votaram. Todavia, neste debate, deveremos também avaliar a qualidade pedagógica da liderança, ou seja, o tal exemplo que vem de cima e que pode influenciar enormemente a orientação do voto do povo. Ou seja, no caso do PS essa pedagogia é de sinal negativo, a propaganda é feita com dados ausentes ou viciados e através de verdades relativas, quando não através da mentira pura e dura. Ora a inverdade leva tempo a ser descoberta, o que estará na raiz da existência de grandes erros dos eleitores e na natureza dos ciclos políticos.

Em qualquer caso, o envolvimento de tantos membros das hierarquias socialistas em casos de corrupção, sem que o primeiro-ministro se tenha sentido minimamente incomodado, deveria ter alertado mais portugueses. Esta semana as investigações da Procuradoria Geral da República e da Polícia Judiciária chegaram mesmo à Presidência do Concelho de Ministros, envolvendo o Secretário Geral num caso de participação em negócio e falsificação de documento. Como habitualmente, nada que incomode António Costa, na base de que se trata de um problema da Justiça e não de ética e de decência na vida pública, conceito estranho porque toda a corrupção existente envolve o primeiro-ministro que escolhe as pessoas com quem trabalha. Como diz o povo, diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és.

Mas não é só a corrupção que deveria ter alertado os eleitores portugueses, bastaria estarem atentos às práticas generalizadas de contractos por ajuste directo, ou às tentativas de controlo da Justiça, ou ao clima de propaganda organizada, ou a ausência de transparência na governação, para, pelo menos, desconfiar.

Acresce que desde o início, há sete anos, a governação socialista, por táctica eleitoral ou por genuína vontade de acudir aos sectores mais desfavorecidos da sociedade, não sei julgar este ponto, luta com um problema insolúvel, que são as políticas que não promovem o crescimento económico. Ou seja, na ausência de capacidade de promover o investimento nacional e internacional, nomeadamente na indústria, o Governo de António Costa tem gasto o que tem e não tem na tentativa de minimizar o mal-estar social através de cada vez mais impostos, o que por sua vez limita ou anula a possibilidade desse mesmo investimento. Neste ponto António Costa, talvez devido à sua anterior participação televisiva, criou uma verdadeira quadratura do círculo, a que todos estamos presos.

Mais quatro anos desta telenovela, sem grande curiosidade sobre o seu desfecho que já está anunciado, conduzirão Portugal à cauda de todas as nações da União Europeia, sendo que em alguns indicadores já lá estamos. Culpa dos governos socialistas de António Costa ou do povo que o permite? Quem souber que responda, pela minha parte levo em consideração que as leis eleitorais favorecem os partidos no poder através da escolha dos deputados pelo partido e não pelos eleitores, o que conduz a uma Assembleia da República largamente domesticada, o que, em conjunto com uma máquina de propaganda bem oleada a euros do erário público, permite enganar no tempo os cidadãos eleitores. Ou seja, neste caso o PS e António Costa não têm, por muito que tentem, com quem dividir as culpas do nosso atraso.

Henrique Neto

Jornal O Diabo

JUDAS: SÍMBOLO DA TRAIÇÃO, MAS TÍTULO DE UM GRANDE LIVRO.

Já tinha cotação alta nos meios literários, tão alta quanto o necessário para ser recorrentemente apontado como um sério candidato ao Prémio Nobel da Literatura.

Mas com este seu livro “JUDAS”, Amos Oz terá dado mais um passo que encurtou significativamente a distância que o separa do galardão maior das letras universais.

O título do livro “JUDAS” pode não ser entusiasmante, e muito menos ainda apelativo, dir-se-ia até que é um tanto desencorajante para quem não conheça a valia do autor, mas a verdade é que o mais recente romance deste israelita a viver em Jerusalém, escrito a partir da figura daquele que ficou conhecido para a História como o símbolo da traição, Judas Iscariotes, é uma obra marcante em toda a sua produção literária.

Embora construído a partir de uma figura que não colherá a simpatia de ninguém, muito em especial entre os que professam a religião católica, o livro não se confina à análise do comportamento daquele que ironicamente teria sido um dos mais fiéis discípulos de Jesus, que Judas veio a trair com um falso beijo e em troca por trinta dinheiros.

Com efeito, Amos Oz não deu à estampa uma obra que se limita ao que corresponde a um dos grandes Dogmas da Religião Católica, para alguns uma questão ainda não resolvida, mas paralelamente lança para a discussão o conflito que opõe israelitas e palestinianos, há mais de 50 anos. Muito tempo na vida de uma pessoa, mas não para a História segundo o autor, que também é acusado de traidor pela velha hortodoxia judaica.

Sendo muito embora um livro centrado no povo judeu e na sua relação com Jesus, ele é acima de tudo uma obra sobre o amor, a desilusão, a perda e, claro, sobre a traição.

No fundo, é um livro sobre a condição humana, que assenta a sua estrutura fundamentalmente na participação de três personagens com ideias e personalidades muito distintas. A saber:

De Samuel Asch, um jovem estudante universitário, revolucionário, simpatizante dos ideais do socialismo e sonha com a elaboração de uma tese de doutoramento subordinada ao tema “Jesus Visto Pelos Judeus”.

Porém, e para sua enorme frustração, vê o seu mundo desmoronar-se como um castelo de cartas. Por um lado, pelo abandono da sua namorada que o deixa para ir casar com um antigo apaixonado. E por outro, vê a sua família entrar em irremediável falência, facto que o obriga a abandonar os estudos por lhe retirar os meios financeiros para os custear, o que acabou por consumar uma tremenda desilusão para Samuel.

Gershom Wald, septagenário, com grandes dificuldades de mobilidade, quase não anda, mas homem de vasta cultura, e de certa maneira deveras propenso para grandes discussões político-filosóficas e de história, sobretudo na que se refere a Israel.

Atalia Abravanel, é uma viúva de 45 anos, mulher amarga, mas atraente de tal modo que consegue pôr andar à roda a cabeça de qualquer homem que passe por aquela casa, onde vive sob grande mistério com Gershom Wald. Foi casada com o filho de Wald, que veio a morrer na flor da idade durante uma das guerras travadas entre Israel e o mundo árabe.

Para além destes três personagens pairava ainda, como que um fantasma, a lembrança de Shaaltiel Abravanel, pai de Atalia, antigo dirigente sionista caído em desgraça entre os judeus porque, embora lutasse por um estado para o povo judeu, achava que devia ser conseguido por processo diferente daquele que era defendido pelos restantes sionistas, incluindo o próprio Ben-Gurion. (1)

Perdida a oportunidade de continuar os estudos e a elaboração da sonhada tese de doutoramento, cujas bases já preparava, o jovem Samuel aceita um emprego, a tempo parcial, muito mal remunerado, que consistia em pouco mais que fazer companhia e simultaneamente servir de interlocutor ao velho Wald.

É bom que se fique já a saber que naquele livro não encontramos respostas de espécie nenhuma, seja para a questão da traição de Judas para com Jesus, em quem acreditava mais que nenhum outro discípulo na medida em que o considerava o verdadeiro filho de Deus (tu és o HOMEM, dizia-lhe Judas), seja para a velha questão israelo-palestiniana.

O próprio escritor Amos Oz se encarrega de esclarecer que as ideias são para os ensaios e com este romance pretendeu apenas reflectir sobre a condição humana. De resto, como é sabido, a verdadeira função da literatura ficcionada não é preparar respostas prontas a servir.

Pelo contrário, destina-se mais a fazer perguntas, a levantar questões e fazer reflectir sobre elas, quando não obriga mesmo o homem a confrontar-se consigo mesmo, com os seus próprios dilemas, interiores e exteriores. Será talvez por isso que há quem defenda que o verdadeiro conhecimento está nas perguntas e não nas respostas.

Não tenho a pretensão - até porque outros muito mais qualificados o farão infinitamente melhor que eu - de discorrer mais longa e pormenorizadamente sobre todos os aspectos essenciais do livro “JUDAS”. Nessa perspectiva redutora, direi apenas que com esta obra Amos Oz faz inteiro jus à fama de ser um escritor de craveira nobelizável.

E tanto assim é que, perguntado sobre como lidava com o facto de todos os anos aparecer como candidato ao Nobel, respondeu: “Se morrer sem receber o Prémio Nobel, não morrerei infeliz”. Pois não, não morreria infeliz, mas decerto morreria com o sentimento de ter sido injustiçado.

Odivelas, 13 de março de 2016

C. Quintino Ferreira

(1) Ben-Gurion foi, como se sabe, considerado o grande constructor do Estado de Israel. Não do Sionismo, enquanto doutrina política que defendia a criação de um Estado Judaico na Palestina, mas como casa comum de todos os judeus espalhados pelas quatro partidas do mundo. O conceito de Sionismo, esse foi criado pelo Congresso de Basileia de 1897, convocado pelo igualmente judeu Theodor Herzl.

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Inglaterra e Portugal: mentira monumental

Os ingleses, tal como os portugueses, votaram num grande mentiroso para primeiro-ministro. Antes do voto, todos sabiam bem que os seus respectivos candidatos a primeiro-ministro eram mentirosos compulsivos, nos quais não se podia confiar numa única palavra que lhes saísse da boca.  No entanto, eleitores portugueses e ingleses foram aos milhões votar nos mentirosos. Rejeitaram outros candidatos que dissessem a verdade. Prefeririam a mentira e a infâmia à honestidade e integridade. Preferiram candidatos que escondessem a verdade, mentindo que se tinha virado a página da austeridade em Portugal ou que vinha aí, economicamente, um período mais glorioso que nunca para a Inglaterra, após o Brexit. Que podemos concluir sobre esta preferência da maioria dos eleitores por políticos mentirosos e sem carácter? Especialmente agora que a dívida bruta e os impostos nunca foram tão altos em Portugal e que na Inglaterra a libra nunca esteve tão baixa, mas a dívida tão alta? E que em ambos os países o custo de vida sobe sem fim à vista? Será que estes povos vão continuar a votar em mentirosos?

Em Inglaterra, um mentiroso mentia aos eleitores que quando saíssem da Europa poupariam 350 milhões de libras por semana, que iam direitinhos para o serviço nacional britânico, que assim ia ficar o melhor do mundo. Em Portugal, outro mentiroso mentia aos eleitores que ficando na Europa vinha aí uma “bazuca” de muitos milhares de milhões de euros para beneficiarem todos os portugueses, sendo distribuídos pelas suas melhores e mais produtivas empresas. O nosso Serviço Nacional de Saúde também ia continuar, claro, o melhor do mundo. Nada disso aconteceu ambos esses serviços de saúde só têm piorado desde que esses dois mentirosos foram eleitos primeiros-ministros, há já vários anos (embora o mentiroso inglês já tenha, entretanto, saído). Compensa realmente os eleitores votarem nestes mentirosos sem carácter? Será que a maioria dos eleitores são sádicos ou ingénuos e nunca vão aprender a livrar-se de masoquistas mentirosos no poder? Vão sempre adorar políticos mentirosos e a imprensa mentirosa que promove tais políticos? Por exemplo, será que na próxima acreditam, de novo, que as coisas vão mudar e melhorar com sucessores de mentirosos, escolhidos por mentirosos e promovidos por uma imprensa mentirosa? Por exemplo, acreditarão também no português Pedro Nuno, que já mentiu que a TAP ia ser um grande investimento lusitano ou na inglesa Liz Truss, que já mentiu que ia baixar os impostos britânicos?

Para qualquer pessoa com dois dedos de testa, ou, pelo menos, senso comum e um mínimo de intuição na leitura não verbal e verbal dos dois candidatos anteriores a primeiro-ministro, Boris e Costa, via-se logo que cada vez que abriam a boca mentiam. Além disso o seu historial anterior indicava bem que tinham feito uma carreira inteira na política a mentir e a enganar o próximo. Tais personagens, além de mentirosos, tinham e têm outros defeitos claros e graves de carácter. Só para chegarem ao poder a todo o custo, ambos deram facadas pelas costas nos seus predecessores no partido, traindo e prejudicando gravemente o seu país. Boris despachou sucessivamente David Cameron e Teresa May, líderes íntegros que não mentiam e queriam o melhor para o seu país, opondo-se a trágicos economicamente cortes abruptos com a Europa. Costa “esfaqueou” pelas costas, no seu partido, António José Seguro, um homem honesto e íntegro que queria fazer muitas reformas do estado urgentes e necessárias para Portugal poder prosperar. Além disso, Costa pôs as culpas em Passos, outro homem honesto e que não mentia, de toda a corrupção despesista do seu anterior Governo socialista juntamente com Sócrates.  No entanto, os eleitores ingleses e portugueses votaram em maioria nos mentirosos. Agora estes povos têm ambos na mão um fiasco económico monumental.

Em Portugal obviamente as coisas são muito mais graves que em Inglaterra, porque a nossa economia em queda livre cai de uma altura que sempre foi “poucochinha” neste século maioritariamente liderado pelos socialistas. Caímos de remediados para miseráveis da Europa. Daqui todos os que podem fogem e emigram para poder sair da miséria. Já em Inglaterra, antes do Brexit, a libra era muitíssimo forte e a economia pairava bem alto. Depois das mentiras e falsas promessas de Boris veio sempre a cair em queda livre, mas, obviamente, a Inglaterra ainda não está numa situação tão aflitiva como Portugal, com os seus mais novos e mais qualificados a fugirem às centenas de milhares do país à medida que os anos passam.

Conta a lenda, que na cidade alemã de Hamelin, na época medieval, havia um flautista mágico que encantava ratos e crianças que desapareciam para sempre. No Portugal actual há propagandistas das mentiras do PS mágicos que fizeram desaparecer mais de um milhão de portugueses emigrados, incluindo muitas crianças, em apenas cerca de 10 anos. O país empobrece e é destruí-
do economicamente a olhos vistos pelos incompetentes e despesistas governantes socialistas, mas os elogiadores das mentiras do PS nos jornais enriquecem a jurar que é verdade tudo o que os mentirosos do PS dizem. Ao contrário da cidade de Hamelin que não pagava ao flautista, Lisboa paga bem aos flautistas propagandistas e à família toda de tais artistas. A teia de negócios misturados com política dá-lhes cargos por todo o lado.

Os mentirosos na imprensa ao serviço das mentiras do PS, propagandeando-as como verdades, são uma ameaça à nossa democracia e economia. Tornaram-se numa organização quási salazarista, castradora do pensamento, do debate e do progresso de Portugal. Muitos são directores e lideram as nossas ridículas TVs, rádios e jornais, sendo uma espécie de flautistas de Hamelin. A sua missão é serem encantadores de crianças mentalmente (os adultos que votam PS) que vão atrás de falsos jornalistas, meros propagandistas terceiro-mundistas de mentiras e desaparecem para sempre na floresta da pobreza e emigração. Tais directores flautistas mandam tocar na TV e nos jornais, a toda a hora, a flauta de ministros incompetentes vindos da JS, a elogiarem-se uns aos outros apesar dos piores resultados da Europa. Só mentiras ditas por mentirosos. Nestas TVs terceiro-mundistas e contra a verdade não cabe a sociedade civil inteligente e cultivada, honesta e íntegra. Só aparecem políticos mentirosos, a mentirem sobre o seu desempenho, e jornalistas a mentirem também, elogiando os seus desastrosos resultados. Há uma deprimente ausência de honestidade, mérito e resultados nos nossos governantes mentirosos e na imprensa que os elogia falsamente. Somos governados por ministros mentirosos e incultos vindos da juventude socialista, a proclamarem que o mérito não conta para nada. Nas TVs não se fala verdade, nem se fazem perguntas incómodas para expor as mentiras. Não se questionam os políticos sobre para onde e para quem vão os nossos impostos ou os fundos europeus. O povo, com a maior carga fiscal de sempre, suporta assessorias sem fim de propagandistas terceiro-mundistas do PS, mais os filhos deles.

Os portugueses sofrem repetidas mentiras do Partido Socialista contra os seus interesses. No entanto, tal esposas ou maridos traídos, mas mansos, esquecem e perdoam depressa cada nova traição que lhes fazem. Metaforicamente, mesmo quando descobrem que os filhos, afinal, não são seus, vão logo a seguir registar mais filhos. Votam sempre nos mesmos e nos seus sucessores: Sócrates, Costa e Pedro Nuno. Talvez não tenham emenda; já os ingleses pensamos que vão acabar com mentirosos no poder mais cedo

Pedro Caetano

Jornal o Diabo

Governados pelos piores em vez dos melhores.

Como o autor destas linhas, há centenas, se não milhares, de portugueses directores seniores, vice-presidentes e mesmo CEOs das melhores empresas do mundo em muitas e variadas áreas, desde a indústria farmacêutica e biotecnológica à alta finança e banca. Todo este talento lusitano impressionante é desperdiçado em território nacional. Quase todos trabalhamos no estrangeiro. Poucos dos portugueses mais dedicados ao seu trabalho e com mérito numa área profissional internacional se resignam a ganhar os baixos salários nacionais. Ainda por cima, a maior parte desse salário é confiscado em impostos para saciar ministros sem mérito e antimérito, que os esbanjam em amigos dos negócios inviáveis, com o maior dos despudores e leviandade.

Tais camaradas sem profissão, mas ministros, gastam como se não houvesse amanhã. Assim, os portugueses profissionais, com uma carreira que não se baseia em favores entre camaradas, mas em conhecimentos técnicos, fogem da devastação económica socialista. A incompetência tem altos custos.

Portugal estaria muito melhor se fosse governado por esta sua elite global estrangeirada, emigrada, com mundo e visão estratégica internacional, além de capacidade de execução para atingir resultados de topo mundial. Infelizmente, os portugueses parecem estar condenados a pôr sempre a cruz eleitoral em ministros “boys” socialistas, sem profissão nem capacidade gestão ou obtenção de resultados de topo, que desbaratam milhares de milhões de euros inexplicavelmente em companhias de aviação como a TAP, que tem péssimo serviço ao cliente e cancela voos sem fim no aeroporto da Portela, num ciclo vicioso de prejuízo e pobreza para os contribuintes.

Os portugueses carregam a cruz de toda esta incompetência na governação nacional, vendo os seus piores a governar e os seus melhores a emigrar. Portugal vive uma hemorragia de cérebros, talentos, sonhos, esperanças e crianças. Tudo a sair para enriquecer o estrangeiro, por exemplo dando dinheiro a ganhar à “American Airlines” e a tantos outros países e companhias estrangeiras. Na cúpula de um Portugal cada vez mais velho e decrépito só ficam os Ex-jovens socialistas de meia-idade a governar, com tudo a piorar desde os impostos à inflação e saúde.

Escrevo-vos a voar, no fim-de-semana, de Londres para Miami, na Flórida, na classe executiva da “American Airlines”, num voo que dura quase 10 horas. Ao meu redor várias hospedeiras, simpáticas e prestáveis, entendem a necessidade do excelente serviço ao cliente para obter lucros e são muito diferentes da realidade na TAP. A nossa companhia de aviação não quer nem precisa de saber de bom serviço ao cliente e lucros, pois vive exclusivamente do dinheiro dos contribuintes portugueses, para lá desviado irresponsavelmente por um artolas vindo da juventude socialista, rodeado de secretários de Estado vindos do curso mais fácil do mundo – a sociologia –, chamado Pedro Nuno Santos. Com jotas e sociólogos por todo o lado, a nossa governação não podia estar pior entregue. Os seus resultados estão longe da perfeição e não trazem nenhum conforto económico aos portugueses.

As hospedeiras da “American Airlines” desdobram-se em esforços para se assegurarem que tudo está perfeito e que estou confortável durante o meu longo voo transatlântico. Ao almoço trazem-me camarões com paprica e ao jantar bife da vazia grelhado. Para acompanhar, trazem-me, respectivamente, vinho branco do Vale do Loire, na França, e vinho tinto Cabernet do vale de Napa, na Califórnia. A sobremesa é uma mousse de chocolate francesa, acompanhada de café da Colômbia e vinho português, um cálice do porto LBV. Nos auriculares topo de gama em alta fidelidade, sem qualquer interferência do motor de avião, alterno entre excelentes clássicos “rock” feitos antes do meu nascimento, como os “Credence Clearwater Revival”, até aos mais recentes hinos “pop” de Matt Beringer, vocalista dos “The National”, que conheci enquanto vivi cinco anos no Ohio, a sua terra, a trabalhar como gestor na sede da maior empresa de produtos para consumo doméstico do mundo – incluindo medicamentos de venda livre, como o “Vicks Vaporub” – a “Procter & Gamble”, a seguir ao meu doutoramento na melhor universidade estatal americana, a de Michigan (já depois disso conclui também graus académicos em Harvard e Oxford).

Este voo custa milhares de euros e é possível porque sou altamente qualificado, e consigo pagá-lo do meu bolso porque uso o meu conhecimento a desenvolver novos medicamentos que melhoram a qualidade de vida de doentes pelo mundo inteiro. Quando aterrar, durante a semana de trabalho vai-me ser exigido muito esforço e produtividade. São-me exigidos resultados; ao longo da minha carreira profissional já desenvolvi e fiz aprovar dezenas de novos medicamentos variados que ajudaram milhões de doentes e contribuíram para o retorno do investimento dos accionistas das minhas companhias. Em Portugal, pelo contrário, com muitíssimo mais mordomias que os pequenos confortos que acabei de descrever acima, incluindo não só classe executiva na TAP, que nos custa milhares de milhões de euros em prejuízo, mas também motoristas e palácios, os nossos governantes vindos da juventude socialista e da sociologia parecem não estar obrigados a apresentar resultados nenhuns nem retorno do nosso investimento.

Os nossos ministros são uma milícia de camaradas-amigos do mesmo molde, que ocupa todo o Governo e parasita todo o aparelho da nossa função pública. O que conta para promoção na nossa função pública não é qualquer bom serviço aos utentes contribuintes que tudo pagam. Para ascensão em entidades debaixo da alçada do Estado, desde a Saúde à regulação, o que conta é ser camarada, amigo ou familiar dos amigos dos actuais dirigentes do PS. O PS tornou-se uma agência de empregos para incompetentes terceiro-mundistas e nepotistas. Nunca fazem entrevistas de emprego, nem perguntam pelos resultados do candidato-camarada que querem nomear. Nomeiam e pronto. São muito básicos e sem experiência profissional, mas acham que em tudo podem mandar sem saberem nada. Olhamos para o nosso Governo e só vemos mediocridade e vistas curtas. Vieram na maioria da juventude socialista e vivem da política.

Não tenhamos ilusões nem nos desculpemos pela nossa triste sina de sermos os mais pobres da Europa e com 20% da população activa emigrada, só nos últimos 15 anos. Cerca de dois milhões de portugueses votam PS em todas as eleições. Escolhem ser governados não por gestores, mas por gente vinda da juventude socialista. Tais eleitores socialistas são na maioria idosos e pouco instruídos. Portanto, é normal que, sendo pouco letrados, escolham ministros igualmente iletrados e pouco educados. Para eles a juventude socialista e certas faculdades nacionais de sociologia, que mais parecem uma sede suburbana do PS, são o supra-sumo e a formação adequada daqueles a quem entregam os destinos da nação.

Muitos portugueses parecem não querer ser governados por gente adulta, inteligente e qualificada. São sádicos. Há quase 30 anos que estão viciados na mediocridade juvenil do PS, activa ou passivamente. Não querem deixar de votar PS, nem deixar de serem pobres. Estão viciados em socialismo e pobreza. Em Portugal, demasiados de nós não nos mexemos e ficamos sempre quietos a deixar o PS governar e estagnar. Deixamo-nos atolar num pântano sujo que não está à altura das águas cristalinas da Europa próspera e rica mais a norte. O próprio país ao lado, a Espanha, tem muito melhor economia e preços de energia bastantes mais baratos.

Em conclusão, Portugal, governado pela ralé intelectual e moral vinda da JS e do PS, é como um fogo pegado na economia, que não pára de fazer arder os rendimentos dos portugueses e toda a nossa economia em geral. A única maneira de apagar semelhante incêndios de todas as nossas muitas potencialidades seria os portugueses entregarem os seus destinos políticos a nova gente competente.

Pedro Caetano

https://jornaldiabo.com/opiniao/pedro-caetano/governados-pelos-piores-em-vez-dos-melhores/

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Ministros nórdicos escrevem à UE sobre nova rotulagem de alimentos

O novo rótulo alimentar europeu deve basear-se em investigação científica e não em interesses comerciais. Foi o que escreveram os ministros nórdicos responsáveis ​​pela política alimentar numa carta conjunta à UE.

Na UE, está em andamento um processo para realizar a rotulagem obrigatória de todos os alimentos, o que orientaria o consumidor a fazer escolhas saudáveis ​​ao comprar alimentos.

Isso pode ser na forma de um rótulo na frente da embalagem dos alimentos, exibindo se o conteúdo é bom ou não tão bom para nossa saúde.  

Pode competir com o Keyhole

Um rótulo obrigatório da UE poderia competir com os rótulos nacionais e regionais existentes, como o rótulo Nordic Keyhole, que é usado na região nórdica há 30 anos.  

O Keyhole, juntamente com o símbolo do coração finlandês, é baseado em recomendações nutricionais nórdicas baseadas em pesquisas.

Os ministros nórdicos responsáveis ​​pela alimentação e saúde esperam agora que o esquema de rotulagem nórdico possa inspirar o europeu. 

Experiência com rotulagem funcional

“Como a Comissão Europeia vai desenvolver um rótulo na frente da embalagem para a qualidade nutricional dos produtos alimentícios, gostaríamos de contribuir. A Região Nórdica tem uma vasta experiência no desenvolvimento e uso de rotulagem nutricional como uma ferramenta para fazer escolhas mais saudáveis”, diz Ingvild Kjerkol, Ministro de Serviços de Saúde e Cuidados da Noruega.

Incentivando o desenvolvimento de produtos

Embora a responsabilidade pelo desenvolvimento do rótulo de alimentos nórdicos seja dos governos, isso ocorre em estreita cooperação entre consumidores, pesquisa e indústria.

Isto produziu um rótulo amplamente reconhecível e credível e, ao mesmo tempo, motivou a indústria alimentar a garantir a evolução contínua dos seus produtos.

Em sua carta à Comissão Europeia, os ministros nórdicos escreveram que esperam um processo semelhante aberto e baseado em conhecimento em que pesquisadores e partes interessadas estejam envolvidos no desenvolvimento dos regulamentos para o novo rótulo da UE. 

Preocupações com a deterioração das exportações de alimentos

É crucial que o rótulo seja baseado em evidências e pesquisas. Os ministros nórdicos acreditam que o foco de qualquer rótulo deve ser o valor nutricional do alimento e quão saudável ele é, não interesses comerciais.

O processo da UE para desenvolver um rótulo alimentar comum suscitou a discussão e a preocupação de muitas partes interessadas que temem que o rótulo resulte em má publicidade para importantes produtos gastronómicos de exportação.

A região nórdica contribui com conselhos dietéticos actualizados

Na região nórdica, os esforços para actualizar as recomendações nutricionais nórdicas estão chegando ao fim. As recomendações actualizadas serão publicadas em Junho de 2023. Pela primeira vez, critérios de sustentabilidade serão incluídos nas directrizes alimentares.

Os ministros esperam que as novas recomendações nutricionais nórdicas sejam úteis para os novos esquemas de rotulagem de alimentos da UE.

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Fotógraf: Johannes Jansson/norden.org

Leia a carta à Comissão Europeia

https://www.norden.org/en/news/nordic-ministers-write-eu-about-new-food-labelling

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Rei Dom Miguel

26 de Outubro de 1802: Nasce no Palácio de Queluz o Rei Dom Miguel I…

Dom Miguel I, Rei de Portugal, de seu nome Miguel Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de Alcântara António Rafael Gabriel Joaquim José Gonzaga Evaristo,

* Sintra, Queluz, Palácio de Queluz, 26.10.1802 -† Áustria, Bronnbach, Schloss Bronnbach, 14.11.1866.

Com o cognome de "o Absolutista" e "o Tradicionalista", foi o Rei de Portugal e Algarves entre 1828 e 1834 e pretendente ao trono português entre 1834 e 1866, tendo sido o terceiro filho varão do rei Dom João VI de Portugal e de Dona Carlota Joaquina de Bourbon e o irmão mais novo do Imperador Dom Pedro I do Brasil.

Títulos:

- Rei de Portugal

- Duque de Bragança

- Marquês de Vila Viçosa

- Conde de Arraiolos

- Conde de Barcelos

- Conde de Neiva

- Conde de Ourém

- Condestável de Portugal

Ordens:

- Cavaleiros da Ordem do Tosão de Ouro-Espanha (1804)

- Grã-cruzes da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (6.2.1818)

Após a sua derrota nas Guerras Liberais que duraram entre 1828 e 1834, e a sua consequente rendição em Evoramonte, Dom Miguel foi despojado do estatuto de realeza e as Cortes declararam que o, então, já Ex-infante Dom Miguel e todos os seus descendentes ficaram para sempre excluídos da sucessão ao trono português e sob pena de morte caso regressassem a Portugal. Esteve proibido de regressar ao pais através da Lei do Banimento do ramo Miguelista (Carta de Lei de 19 de Dezembro de 1834) e que, 4 anos mais tarde, foi reforçada com a promulgação da Constituição de 1838, que estipulava que "A linha colateral do Ex-infante Dom Miguel e todos os seus descendentes estão perpetuamente excluídos da sucessão". Contudo, em 1842, esta Constituição foi revogada e foi restaurada a Carta Constitucional de 1826, a qual não continha qualquer cláusula de exclusão do ramo Miguelista. Também a Lei da Proscrição da Família Bragança (Decreto de 15 de Outubro de 1910) impediu os seus descendentes de voltarem ao país mas esta foi também revogada, pela Assembleia Nacional, a 27 de Maio de 1950, permitindo o regresso a território português dos seus descendentes .

Faleceu em Wertheim, na Alemanha, a 14 de Novembro de 1866, e foi sepultado no Convento dos Franciscanos de Engelberg, em Grossheubach, tendo o seu corpo chegado a Lisboa, de avião, em 5 de Abril de 1967, para ser transladado para o Panteão da Dinastia de Bragança, na Igreja de São Vicente de Fora, da mesma cidade.

Dom Miguel I, Rei de Portugal:

Dom Miguel foi rei de Portugal entre 1828 e 1834, período no qual se deu a Guerra Civil Portuguesa de 1831-1834.

O seu reinado é altamente controverso na História de Portugal. Segundo o partido constitucionalista, Dom Miguel foi um usurpador do título monárquico de sua sobrinha Dona Maria da Glória e fora apenas regente. Por sua vez, o chamado partido miguelista contrapunha que Dom Pedro I do Brasil perdera o direito à Coroa Portuguesa e por isso, a designar um seu sucessor (no caso, sua filha, Dona Maria da Glória) desde o momento em que erguera armas contra Portugal, declarara a independência do Brasil e se tornara imperador desse novo País. Com efeito, de acordo com as Leis Fundamentais do Reino, um príncipe herdeiro que levantasse armas contra Portugal ou ascendesse ao trono de um estado estrangeiro, perderia o direito ao trono português. De acordo com esta interpretação, Dom Miguel seria assim o legítimo sucessor de Dom João VI, vindo a ser legitimado pelas Cortes, em 11 de Julho de 1828, em conformidade com as Leis tradicionais vigentes antes e após a revolta liberal de 1820. Como resultado desta polémica, para os liberais Dom Miguel passou à história como o Absolutista ou o Usurpador (por alegadamente ter arrebatado o trono que seria da sua sobrinha), enquanto os miguelistas lhe atribuem o cognome de o Tradicionalista (por ter sido aclamado em Cortes, ainda que forçadas pelos acontecimentos, no respeito da tradição legal portuguesa).

Antes de ascender ao trono ― uma vez que o primeiro filho de Dom João VI, o Infante Dom Francisco António, Príncipe da Beira falecera na infância ― Dom Miguel foi Prior do Crato e usou os títulos destinados aos secundogénitos de Senhor do Infantado e Duque de Beja. Na sequência da insurreição de Vilafrancada, foi ainda feito senhor de Samora Correia pelo seu pai. Após o período do seu reinado efectivo, já no exílio, foi pretendente ao título de Duque de Bragança, com os demais subsidiários (Marquês de Vila Viçosa, Conde de Arraiolos, de Barcelos, de Neiva e de Ourém).

Ideologia:

Dom Miguel era um homem de aparentes ideais católicos e tradicionalistas, os quais defendia com frontalidade. Era pouco popular entre a burguesia, mais aberta à influência do ideário liberal, mas gozava de grande popularidade entre o povo, que, caído na miséria após as guerras contra Espanha e França, procurava num rei a figura forte de um salvador. A isto acresce que era a Igreja Católica quem, à época, muitas vezes matava a fome do elevadíssimo número de mendigos e deserdados de mais de 30 anos de guerras, pelo que a aparente inimizade dos liberais face a esta instituição terá levado a que o povo se colocasse ainda mais do lado miguelista.

Dom Miguel era também um admirador do chanceler Metternich da Áustria, embora afirmasse não ser adepto de uma monarquia absoluta, mas apenas pretender libertar Portugal das influências estrangeiras ― principalmente das ideias da Maçonaria, as quais considerava nefastas.

Início da actividade pública:

Em Maio de 1823, no seguimento da instituição do regime parlamentar em Portugal, Dom Miguel liderou um movimento militar contra as forças parlamentares ― a insurreição de Vilafrancada ― que resultou na dissolução das Cortes e no restabelecimento do poder régio absoluto de seu pai, Dom João VI. Este nomeou então o filho Generalíssimo e Chefe do Exército.

A reacção dos parlamentaristas, no entanto, organizou-se e projectou destronar o rei e restabelecer a Constituição de 1822. A isto Dom Miguel respondeu com a revolta política que veio a ficar conhecida pela Abrilada. Em 30 de Abril de 1824, Dom Miguel tentou travar a conspiração, convocando as tropas de todos os quartéis de Lisboa. O corpo diplomático estrangeiro, contudo, interveio, levando Dom João VI para bordo do navio de guerra inglês HMS Windsor Castle, onde pressionou o rei a demitir Dom Miguel do comando do Exército e a ordenar o seu exílio.

Dois anos depois, quando o rei Dom João VI morreu, Dom Miguel estava ainda exilado na corte de Viena de Áustria. Morto o rei, a regência da sua irmã Dom Isabel Maria, em Lisboa, considerou que o imperador do Brasil, Dom Pedro I, deveria herdar o trono de Portugal. No Brasil, o imperador Dom Pedro I foi chamado a assumir o trono português; no entanto, este preferiu abdicar em favor de sua filha mais nova, Dona Maria da Glória (depois rainha Dona Maria II de Portugal) e outorgou uma carta constitucional ao reino de Portugal.

Reinado de Dom Miguel:

A 30 de Janeiro de 1827, é assinado o Auto de Aclamação de Dom Miguel como Rei de Portugal:

Para poder voltar a Portugal, Dom Miguel aceitou, então, ficar noivo da sua sobrinha, Dom Maria da Glória, e para poder ser nomeado regente do reino na menoridade desta, jurou ainda, perante a corte austríaca, a Carta Constitucional de 1826 com "reserva de todos os seus direitos" e a expressa determinação de esta ser previamente aceite pelos três estados do reino, conforme seu decreto de outorga. À sua chegada a Lisboa, Dom Miguel repetiu, nos mesmos termos, o juramento de fidelidade à constituição e à rainha, sua prometida mulher. Pouco depois, convocou a reunião dos referidos três estados do reino em cortes, apesar do desagradado do grupo absolutista (facção apostólica do partido absolutista da sua mãe e do Conde de Basto), para decidir a sucessão no trono de Portugal.

Em 23 de Junho de 1828, fruto da decisão desse encontro foi estabelecida a sua aclamação como rei pelas Cortes Gerais do Reino, que anularam a vigência da Carta Constitucional (a qual ele mesmo havia jurado cumprir) e repuseram as Leis constitucionais tradicionais. Foi reconhecido pelo Papa, por Espanha e pelos Estados Unidos, cujo Presidente, Andrew Jackson, seguia o princípio de reconhecer oficialmente todos os soberanos e governantes de facto, ficando as restantes potências na expectativa, mas aceitando porém tratar com o seu governo enquanto entidade que "de facto" exercia o poder político sobre a quase totalidade do território nacional.

Reinou entre 1828 e 1832. Entre outras iniciativas, fundou em 1828 a Real Casa de Asilo dos Náufragos, em São João da Foz do Douro, destinada a casa abrigo para salva-vidas, predecessora do Instituto de Socorros a Náufragos. Esta instituição constituiu o primeiro embrião de um serviço de salvamento na costa portuguesa. A Real Escola de Veterinária, predecessora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa, foi criada pelo Decreto de El-Rei D. Miguel I, publicado a 7 de Abril de 1830 na "Gazeta de Lisboa".

Dom Miguel tentou o reconhecimento internacional para o seu regime, tendo até 1830 a simpatia de França e da Grã-Bretanha e Irlanda. Porém, naquele ano, grandes mudanças ocorreram na conjuntura europeia: em França uma rebelião colocou no trono Luís Felipe I em lugar de Carlos X; enquanto no Reino Unido o Governo de Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington, caiu antes que fosse concedido o reconhecimento a Dom Miguel como monarca. No meio de tudo isto o seu irmão Dom Pedro havia em sua regência como imperador transformado o Brasil num importante parceiro comercial e militar das grandes potências, devido ao seu tamanho continental e reservas naturais. Além destes factos, a acção diplomática de Metternich ― cujo soberano era sogro de Dom Pedro, e pretendia que a sua neta, Habsburgo por sua mãe, ascendesse ao trono de Portugal ― começou também a desenvolver-se contra Dom Miguel.

Guerra Civil:

Em 1831, o imperador Dom Pedro I abdicou do trono do Brasil em favor do filho, Dom Pedro II, e partiu para a Europa em busca de apoios para a causa de sua filha Dona Maria da Glória. Após obter armas e dinheiro, por intermédio de Juan Álvarez Mendizábal, reuniu na Grã-Bretanha e Irlanda uma força de aproximadamente sete mil soldados britânicos, regressando a Portugal para liderar pessoalmente o partido liberal na guerra contra os miguelistas. O regresso de Dom Pedro e dos liberais desencadeou a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).Logo tomou o arquipélago dos Açores, de onde lançou ataques navais a Portugal Continental.

Na Primavera de 1834 a guerra civil entraria na sua fase decisiva. Em 22 de Abril, em Londres, a Grã-Bretanha e Irlanda e a França decidiram pôr fim ao reinado de Dom Miguel I em Portugal e às pretensões de Carlos María Isidro de Borbón em Espanha.

Nessa altura, em 24 de Abril de 1834, firmou-se o Tratado de Londres, uma Quádrupla Aliança dos quatro mais fortes Estados europeus, que decidiram juntar-se para intervir militarmente contra as forças do rei Dom Miguel.

Como consequência desta aliança, o Almirante inglês Napier desembarcou tropas na Figueira da Foz, avançando por Leiria, Ourém e Torres Novas, enquanto o General espanhol José Ramón Rodil y Campillo entrou em Portugal através da Beira e Alto Alentejo, com uma expedição de 15 mil homens, em apoio do partido de Dom Pedro e de sua filha Dona Maria da Glória. Na batalha de Asseiceira, as forças militares portuguesas (absolutistas) foram definitivamente derrotadas pela conjugação das forças estrangeiras, aliadas às forças liberais do duque da Terceira, e foram obrigadas a depor as armas, sendo o rei Dom Miguel I forçado a abdicar em favor de Dona Maria II através da Convenção de Evoramonte assinada a 26 de Maio de 1834.

No exílio:

A 1 de Junho de 1834, depois da derrota militar, Dom Miguel partiu de Évora para embarcar num navio de guerra britânico em Sines, com destino a Génova, tendo pernoitado pela última vez em solo português na vila alentejana de Alvalade, que sempre se revelara fiel à sua causa.

Viveu no exílio primeiro na Itália, depois na Grã-Bretanha e, finalmente, na Alemanha.

Ainda ao largo da costa portuguesa, Dom Miguel denunciou a Concessão de Evoramonte, redigindo uma carta à chegada em que afirmava que o acordo fora firmado sob coacção. No dia 20 de Junho fez um protesto contra a renúncia que fora obrigado a fazer dos seus direitos à coroa de Portugal. Ao fazê-lo, perdeu voluntariamente o direito à pensão vitalícia que Portugal ficara obrigado a pagar-lhe nos termos do acordo, não lhe restando, a partir de então, qualquer fortuna pessoal, visto que já mandara entregar as suas jóias ao seu irmão Dom Pedro, como contribuição para o esforço de reconstrução do País após a guerra. Passou pois a viver da boa-vontade do Papa e dos seus partidários. A oferta do seu tesouro pessoal para ajudar na reconstrução de Portugal suscitou a Dom Pedro IV o comentário emocionado: "Isto são mesmo coisas do mano Miguel".

Carta de Dom Miguel I (no exílio):

"Em consequência dos acontecimentos que Me obrigaram a sair de Portugal e abandonar temporariamente o exercício do Meu poder, a honra da Minha Pessoa, o interesse dos Meus Vassalos e finalmente todos os motivos de justiça e de decoro exigem que Eu proteste, como por este faço, à face da Europa, a respeito dos sobreditos acontecimentos e contra quaisquer inovações que o governo que ora existe em Lisboa possa ter introduzido, ou para o futuro procurar introduzir contrarias às Leis fundamentais do Reino.

D'esta exposição pode-se concluir que o Meu assentimento a todas as condições que Me foram impostas pelas forças preponderantes, confiadas nos generais dos dois governos de presente existentes em Madrid e Lisboa, de acordo com duas grandes Potências, foi da Minha parte um mero acto provisório, com as vistas de salvar os Meus Vassalos de Portugal das desgraças que a justa resistência que poderia ter feito, lhes não teria poupado, havendo sido surpreendido por um inesperado e indesculpável ataque de uma Potência amiga e aliada.

Por todos estes motivos tinha Eu firmemente resolvido, apenas tivesse liberdade de o praticar, como cumpria à Minha honra e dever, fazer constar a todas as Potências da Europa a injustiça da agressão contra Meus direitos e contra a Minha Pessoa; e protestar e declarar, como por este protesto e declaro, agora que me acho livre de coação, contra a capitulação de 26 de Maio passado, que Me foi imposta pelo governo ora existente em Lisboa; auto que fui obrigado a assinar, a fim de evitar maiores desgraças e poupar o sangue de Meus Fieis Vassalos. Em consequência do que deve considerar-se a dita capitulação como nula e de nenhum valor.

Génova, 20 de Junho de 1834

Dom Miguel"

(in, VERITATIS)

Dom Miguel viveu o resto de sua vida no Castelo de Bronnbach, em Bronnbach no Grão-Ducado de Baden, em Baden-Württemberg, na Alemanha, onde se casou com a Princesa Adelaide de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg, que lhe deu seis filhas e um filho varão.

Em 26 de Novembro de 1836, Dom Miguel nomeou simbolicamente Governador do Reino do Algarve e Comandante em Chefe Interino de Todas as Tropas Realistas, Regulares e Irregulares do Exército de Operações do Sul o chamado "Remexido", líder de um grupo de guerrilheiros e Ex-soldados, que se manteve fiel à causa miguelista e fez acesa resistência no território compreendido entre o Algarve e o norte do Alentejo durante mais de quatro anos após a Concessão. O que não foi caso isolado, já que se conhecem vários outros focos de luta de guerrilha ao longo de todo o país nesta época, com especial destaque no Norte de Portugal, apoiados nomeadamente pelo célebre Zé do Telhado, no Douro, e pelo conde de Almada, no Minho.

Entretanto, a 26 de Outubro de 1866, morreu sem nunca ter conseguido regressar a Portugal, e muita da sua luta pela sua legitimação pelo Reino de Portugal esmoreceu, apesar da continuidade que lhe foi dada, posteriormente, pelo seu filho Miguel Januário de Bragança e por alguns apoiantes que sempre o seguiram.

Dom Miguel jaz desde 1967 no Panteão da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa, juntamente com sua esposa, para onde foi trasladado do Convento dos Franciscanos de Engelberg, em Großheubach, no distrito de Miltenberg, na Alemanha.

(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, GeneAll e Wikipédia)

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"Milagre" da redução do défice e da dívida à custa dos portugueses

O alerta é dado por Eugénio Rosa e diz que o resultado está à vista: “redução do poder de compra dos trabalhadores e dos pensionistas, aumento da pobreza, agravamento da situação da escola pública e do SNS”.

Passos Coelho teve de fazer um corte, devido á obrigatoriedade, acordada pelo PS e a CE, mas este corte nas pensões, hoje, é uma opção do  governo do PS, de António Costa!

Redução do poder de compra dos trabalhadores e dos pensionistas, aumento da pobreza, agravamento da situação da escola pública e do SNS, corte drástico no investimento público e aumento enorme das receitas de impostos” é esta a receita do Governo para conseguir o “milagre” da redução do défice e da dívida pública.

O alerta é de Eugénio Rosa, que lembra que o défice orçamental, entre 2021 e 2022, passa de 2,9% Produto Interno Bruto (PIB) para -1,9% do PIB e em 2023 para apenas -0,9% PIB. O cenário de queda repete-se na dívida pública que cai de 125,5% do PIB para 115%, entre 2021 e 2022, até chegar aos 110,8%, no próximo ano. 

Estas reduções são transformadas em grandes feitos, em autênticos “deuses”, a que o país e os portugueses deviam render-se. Querem ser vistos em Bruxelas como os campeões na União Europeia na redução do défice e da dívida”, diz o economista, afirmando que essa queda “tão elevada” é feita “em tempo curto e em plena crise”, o que no seu entender, irá ter consequências para o país e para os portugueses.

Na sua análise, esses números são obtidos à custa do aumento das receitas, nomeadamente impostos, em que a estimativa para este ano ultrapassa os valores estimados para este ano. E dá como exemplo o encaixe dos impostos directos, que, na sua previsão, deveria rondar os 25 mil milhões de euros, quando na verdade irá ultrapassar os 28 mil milhões. O mesmo cenário repete-se com os impostos indirectos. A ideia seria entrar cerca de 29 mil milhões de euros nos cofres do Estado, mas deverá acabar o ano com mais de 30 mil milhões de euros.

Ao contrário do que se verifica ao nível da despesa, em que os valores praticamente se mantém inalterados entre os números inicialmente previstos e os que estão agora estimados. Em contrapartida, assiste-se a uma queda do valor estimado em matéria de investimento que deverá cair dos cerca de nove mil milhões de euros para perto de sete mil milhões de euros.

O Governo estima que já, em 2022, a receita que tem como origem os impostos seja superior em 4456 milhões à inicialmente prevista no Orçamento do Estado de 2022. Apesar da inflação este ano (cerca de 8%) ser o dobro do que aquela que o Governo previa no Orçamento do Estado para 2022”, refere Eugénio Rosa, lembrando que o IRS (+969 milhões), IRC (+2280 milhões) e IVA (+1402 milhões) são os principais impulsionadores deste aumento.

Subidas que “atingem principalmente os trabalhadores e pensionistas, que constituem a esmagadora maioria da população. O aumento significativo do IRC (+2280 milhões), que resulta naturalmente de um crescimento significativo dos lucros de empresas, prova que muitas estão a lucrar com a crise causada pela guerra e pelas sanções”.

E acrescenta: “Se juntarmos a isto a redução do poder de compra dos pensionistas em 2022 (mesmo incluindo a meia pensão recebida em Outubro) e que vão voltar a sofrer em 2023, mais todos os trabalhadores da Função Pública em 2023 que têm vindo a sofrer nos últimos anos, aliado ao corte brutal no investimento público fica-se com uma ideia clara da forma como o Governo está a conseguir reduzir o défice e a dívida e os seus custos para o país e para os portugueses. A pressa como é feita tem consequências mais graves porque é realizada num contexto de grave crise económica e social causada pela guerra e pelas sanções, que estão a ter consequências dramáticas na economia e na vida dos europeus, em que face mais visível é a escalada de preços que vai continuar”.

Fraco investimento dita degradação E os alertas não ficam por aqui. De acordo com o economista, “as despesas com pessoal praticamente não aumentaram em relação à prevista inicialmente (apenas +0,7%), embora a subida das remunerações que serviu no cálculo da despesa com pessoal em 2022 ter sido apenas +0,9% (comparando a inflação de 8% com subida das remunerações 0,9%, a perda de poder de compra dos trabalhadores da Função Pública, só em 2022, atinge -6,4%)”.

Já no investimento público verifica-se um corte significativo de 25,5% (-2.317 milhões) em relação ao previsto inicialmente.

Se limitarmos a análise à administração central, ou seja, ao Estado, cuja responsabilidade é exclusivamente do Governo conclui-se que é nele que se verificam as suas causas. As despesas de pessoal do Estado, que representam 78% de todas as administrações públicas até serão inferiores em -0,7% às inicialmente previstas e o corte no investimento no Estado atinge 36,7% do inicialmente previsto, ou seja, um corte de 2128 milhões, que corresponde a 91,8% do corte do investimento verificado em todas as administrações públicas em 2022”, salienta.

Já o corte no investimento publico, de acordo com o economista, está muito abaixo do verificado na União Europeia – 2,6% do PIB português, enquanto a média europeia ronda os 3,2%, o “que determina uma profunda degradação dos equipamentos públicos (escolas, hospitais, transportes, etc.), o que acaba por desincentivar o investimento privado, contribuindo para fragilidade da economia portuguesa, para a baixa produtividade e para o reduzido crescimento económico que se tem verificado no nosso país, atirando Portugal para um crescente atraso”, denuncia.

https://sol.sapo.pt/artigo/784131/milagre-da-reducao-do-defice-e-da-divida-a-custa-dos-portugueses

terça-feira, 25 de outubro de 2022

A EVOLUÇÃO DA DEMOGRAFIA MUNDIAL


Dois exemplos concretos:

Nos próximos quatro minutos irão nascer mil crianças: 172 na Índia, 103 na China, 57 na Nigéria, 47 no Paquistão, em toda a Europa, no entanto, somente 52.Por volta de 2050, mais da metade do projectado aumento da população global estará concentrado em oito países apenas, principalmente na África, de acordo com o The Economist, são eles: Congo, Egipto, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e Tanzânia. A Nigéria terá mais habitantes do que a Europa e os Estados Unidos.

Leiam o artigo anexo …ih ih ih

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Como as Civilizações Serão Identificadas

por Giulio Meotti
23 de Outubro de 2022

Original em inglês: How Civilizations Will Be Decided
Tradução: Joseph Skilnik

Mais da metade do crescimento da população global projetado até 2050 se concentrará em oito países apenas, primordialmente na África, de acordo com a revista The Economist, são eles: Congo, Egito, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e Tanzânia. A Nigéria terá mais habitantes do que a Europa e os Estados Unidos. Foto: soldados espanhóis e membros da Guardia Civil patrulham a cerca da fronteira do enclave espanhol de Ceuta, em 18 de maio de 2021, mais adiante do outro lado da cerca, no Marrocos, centenas de migrantes africanos estacionados procuram atravessar a fronteira. (Foto: Antonio Sempere/AFP via Getty Images)

Menos bebês nascerão em toda a Europa do que só na Nigéria.

"Pelo andar da carruagem, na Europa, a população despencará pela metade antes de 2070, o continente correrá o risco de perder 400 milhões de habitantes até 2100", observou James Pomeroy, economista do banco chinês HSBC.

O crescimento da população mundial já atingiu seu índice mais baixo desde 1950 e a população da Europa continuará encolhendo até ao final do século, segundo o Financial Times, ao se referir ao relatório "Projeções da População Mundial das Nações Unidas".

A pergunta que não quer calar é: onde essas discrepâncias irão acontecer?

Nos próximos quatro minutos irão nascer mil crianças: 172 na Índia, 103 na China, 57 na Nigéria, 47 no Paquistão, em toda a Europa, no entanto, somente 52.

No ano que vem, a Índia deverá deixar para trás a China em termos populacionais e se tornará o país mais populoso do planeta. Os muçulmanos da Índia somarão 20% da população, tornando-se assim a maior comunidade islâmica do mundo. De que maneira essa tendência demográfica impactará a frágil convivência entre muçulmanos e hindus?

Em 2021, a população da Europa encolheu cerca de 1,4 milhão de habitantes, o maior declínio se comparado a qualquer outro continente desde 1950, quando esses índices foram registrados pela primeira vez. Dois terços da população mundial vive num país onde a taxa de fertilidade está abaixo da taxa de substituição populacional de 2,1 nascimentos por mulher. A população da China deverá encolher 6 milhões de habitantes por ano até meados da década de 2040 e 12 milhões por ano até o final da década de 2050, a maior queda já registrada na história de um país. A população da China despencará pela metade nos próximos 45 anos e se tornará um país de idosos: O PIB levará um tombo sem precedentes e a sociedade terá que administrar uma população envelhecida sem paralelo no país.

O envelhecimento sem precedentes da população do Japão está causando um assustador impacto nas suas forças armadas. Desde 1994, o número de jovens entre 18 e 26 anos, idade do alistamento, vem despencando. Entre 1994 e 2015, houve uma queda de 11 milhões de jovens, ou seja, 40%. "O Japão já não tem mais gente suficiente para travar uma guerra", escreveu a revista Forbes. Pela primeira vez, os japoneses compraram mais fraldas para adultos do que para bebês. O mesmo vale para a Coreia do Sul. "O declínio nos nascimentos na Coreia do Sul virou um problema de segurança nacional", salientou The Wall Street Journal em 2019.

"Há menos jovens disponíveis para prestar o serviço militar. É por isso que as autoridades de Seul realçaram que o exército da Coreia do Sul encolherá para meio milhão de militares, do total atual de 600 mil até 2022."

"Há muito tempo que Taiwan vive a terrível perspectiva de uma invasão da China, mas uma das maiores ameaças à sua segurança vem de dentro do próprio país: as menores taxas de natalidade do planeta", observou o Telegraph. Hoje Taiwan apresenta a menor taxa de natalidade do mundo, por volta de 2050 a ilha terá apenas 20 milhões de habitantes, com idade média escalando para 57 anos, dos atuais 39. Taiwan poderá se tornar tão irrelevante que posteriormente a China nem precisará mais invadi-la.

A mesma descida ladeira a baixo é esperada na Itália, onde supostamente a população despencará pela metade em 50 anos. No corrente ano, 121 mil alunos a menos ingressarão na escola do que no ano passado e 2.300 turmas desaparecerão na Itália. No ano passado, havia 100 mil alunos a menos e 196 escolas foram fechadas. No ano anterior, 177 escolas foram fechadas e 124 um ano antes. A cada ano a Itália perde de 1% a 2% de alunos. De 7,4 milhões de alunos (últimos dados disponíveis são de 2021), o contingente teoricamente cairá para 6 milhões até 2034 em "ondas" de 110 mil a 120 mil alunos a menos a cada ano. Nos últimos oito anos, de acordo com os dados publicados pelo ministério, 1.301 escolas foram fechadas, o que representa 13,3% das 9.769 escolas que ainda restam em funcionamento.

Esta crise não representa uma projeção, é a realidade, agora. Em 2050, 60% dos italianos não terão irmãos, irmãs, primos, primas, tios nem tias. A família italiana, com o pai que serve o vinho e a mãe que serve a massa na mesa dos avós, netos e bisnetos, já terá desaparecido, extinta a exemplo dos dinossauros.

O Iêmen, por outro lado, um país falido em meio a uma terrível guerra civil, terá um crescimento populacional duas vezes maior do que o da Itália.

Na região centro norte do Sahel da África, a população deverá atingir a casa dos 330 milhões de habitantes, sete vezes a sua população no ano 2000. O Egito chegará a 190 milhões. A Argélia passará dos atuais 42 milhões para 72 milhões (a maioria dos quais provavelmente irá para a Europa). O Marrocos passará de 36 milhões para 43 milhões.

De modo que a "velha Europa" estará diante de um Norte da África com 318 milhões de habitantes, isso sem contar aqueles que residem no imenso planalto subsaariano. Na França de hoje, 29,6% da população de 0 a 4 anos já não é de origem europeia, se comparado com os 17,1% por cento com idades entre 18 e 24 anos. Os não europeus também somam 18,8% na faixa etária entre 40 e 44 anos e 7,6% entre 60 e 64 anos e 3,1% para os acima de 80 anos, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, Insee. Recentemente, o instituto também examinou as três últimas gerações da França: 16,2% de todas as crianças de 0 a 4 anos são filhos ou netos de origem norte africana, 7,3% são do restante da África e 4% da Ásia.

A Open Society Foundation de George Soros, que dá apoio financeiro para a imigração a países ocidentais, divulgou já em 2011 que em Marselha, a segunda maior cidade da França, "entre 30% e 40% da população é muçulmana". Não é difícil de se imaginar que, a esta altura, o limite simbólico de 50% já tenha sido ultrapassado, mesmo que ainda não haja demonstrativos oficiais. A publicação mensal Causeur afirma sem rodeios: "bem mais de 50% da população de Marselha é do Norte da África e da África Negra".

Ceuta e Melilla, dois enclaves espanhóis situados na costa mediterrânea do Marrocos, formam a única fronteira terrestre entre a União Europeia e a África. Em Ceuta, duas cercas paralelas, de seis metros de altura, com arame farpado no topo, se estende oito quilômetros ao longo da fronteira com o Marrocos. Em Melilha, cercas com características semelhantes percorrem 12 quilômetros ao longo da fronteira. Internet, câmeras, sensores de ruído e de movimento, holofotes e postos de vigilância ajudam a monitorá-las. Todos os anos, dezenas de milhares de migrantes, centenas de cada vez, tentam atravessar as barreiras de Ceuta e Melilla. De acordo com o jornal espanhol El Pais:

"Em 1887 havia apenas um muçulmano registrado em Melilha, ele era originário de Casablanca e trabalhava como empregado, hoje os muçulmanos ultrapassam 40% da população e estão cada vez mais perto de se tornarem maioria".

"Somos os primeiros a observar o que se passa em outras cidades da Europa", salientou Jesús Vivas, presidente da Assembleia de Ceuta. Segundo um jornal local:

"só em Ceuta, entre abril de 1960 e os dias de hoje, 49% da população já é constituída de muçulmanos, ainda que o número verdadeiro seja significativamente mais alto. Milagre? Não, incompetência e estupidez do frenético processo de naturalização que começou entre 1985 e 1990".

Ceuta e Melilla são o que virá a ser a maioria das cidades da Europa daqui a 20 ou 30 anos. Melilha é hoje a primeira cidade espanhola que ultrapassou a casa dos 50% da população de muçulmanos devido a imigração, reunificação familiar e alta taxa de natalidade.

Essa expansão foi prevista por Boutros Boutros-Ghali, ex-secretário-geral da ONU, um copta egípcio que, em 22 de maio de 2007, esboçou sua visão sobre o futuro da Europa:

"o colapso jamais visto da população da Europa além do seu envelhecimento acelerado contrastam com o ainda rapidíssimo crescimento populacional existente no sul e leste do Mediterrâneo. Isso resultará em desequilíbrios extremamente desproporcionais!... A imigração imprudente corre o risco de implodir as sociedades ocidentais às custas de problemas muito graves (choque cultural, estruturas neocoloniais, desemprego, etc.)"

O Paquistão se tornará um jovem caldeirão com 403 milhões de pessoas, quase a população de toda a União Europeia (448 milhões) e a sua juventude irá para os "territórios" que já terão sido criados por toda a Europa. O Afeganistão, que se tornou um dos maiores buracos negros geopolíticos após a retirada dos EUA no verão passado, dobrará de população para 64 milhões.

O que a Polônia irá construir para barrar o massivo ingresso de pessoas que irão pressionar as fronteiras externas da UE? A Europa Oriental entrará em colapso em um cenário aterrorizante. A Romênia perderá 22% de seus habitantes, seguida pela Moldávia (20%), Lituânia (17%), Croácia (16%) e Hungria (16%). O jornal Le Monde brada que a Europa Central e Oriental de hoje "enfrenta a angústia do desaparecimento". Os dados da ONU são impressionantes:

"A Bulgária, que passou da casa dos 9 milhões de habitantes na década de 1990 para 6,8 milhões em 2022, poderá contar com apenas 5,2 milhões em 2050. A Sérvia tinha 8 milhões de habitantes durante o colapso da cortina de ferro. Atualmente tem 7,2 milhões e poderá cair para 5,8 milhões em trinta anos. No mesmo período, a população da Lituânia poderá cair de 3,8 milhões para 2,2 milhões, a da Letônia de 2,7 milhões para 1,4 milhão."

A Alemanha, o que já é de conhecimento de todos, está desaparecendo de acordo com o Die Zeit: "22 milhões de habitantes, (mais de um quarto da população), são nativos de outro país ou os pais nasceram fora da Alemanha". A Alemanha está prestes a virar um "país de imigração legal" após de fato já sê-lo há muito tempo, porém com grandes avanços políticos e legislativos, de acordo com o Neue Zürcher Zeitung. Christian Doleschal da CSU teceu duras críticas ao plano de imigração aberta do governo alemão: "a medida destruirá a Europa no longo prazo", alertou ele.

O badalado escritor alemão Uwe Tellkamp também criticou a política de imigração de seu país. "Respeito outras culturas e concomitantemente gostaria de preservar a minha. Não quero ser igual a Frankfurt", salientou ele ao jornal Süddeutsche Zeitung, ao se referir à cidade alemã onde a maioria da população já não é mais alemã autóctone. Em Frankfurt, a primeira cidade alemã onde os alemães viraram minoria, 15% da população é de origem turca.

O mundo ocidental proporcionou mais prosperidade e comodidade a mais cidadãos do que qualquer outra civilização da história. Estamos praticamente inundados de recursos, mas as pessoas estão desaparecendo, o único recurso verdadeiramente indispensável.

A Rússia é o exemplo mais claro: é o maior país do mundo, repleto de recursos naturais, mas está definhando: a população está encolhendo desastrosamente. Vladimir Putin não será mais o presidente da Rússia quando o país tiver perdido cerca de 15 milhões de habitantes e, de um terço à metade dos restantes será constituída por muçulmanos.

"A Rússia tem medo de desaparecer?" Esta foi a pergunta feita no semanário Le Point por Bruno Tertrais, o estudioso autor do livro Le choc demographique e vice-presidente da Fundação para Pesquisa Estratégica em Paris. "Por trás do conflito com a Ucrânia pairam as ansiedades demográficas russas em relação ao crescimento da imigração muçulmana".

Kamil Galeev, pesquisador do Wilson Center, de Washington DC, publicou recentemente um mapa da Rússia:

"vamos conversar sobre a demografia russa. Como se pode observar, as populações nas enormes extensões territoriais da Sibéria e da Rússia europeia estão encolhendo. Há dois fatores por trás disto. Primeiro, baixa fertilidade. Os únicos focos onde há crescimento natural são os núcleos muçulmanos..."

Pravda, veículo oficial da mídia russa, fez a mesma pergunta: "o Islã se tornará a religião predominante da Rússia por volta de 2050?"

Janis Garisons, secretário de Defesa da Letônia, acaba de sustentar no Politico os possíveis cenários em potencial após a provável queda de Putin, "uma guerra interna... a desintegração e fragmentação da Rússia, com bolsões controlados por milícias e senhores da guerra".

Caso isto aconteça, o Islã terá uma oportunidade única de realizar seu sonho de califado, criar uma cadeia ininterrupta de entidades muçulmanas do Paquistão e Afeganistão ao norte do Cáucaso e do Volga. Na pior das hipóteses, a situação poderá ficar fora de controle. Após o colapso da União Soviética, as armas de destruição em massa começaram a se espalhar pelo mundo, representando uma ameaça à própria existência humana. Ninguém sabe o que acontecerá se mísseis russos e armas de alta tecnologia caírem nas mãos dos "califas" ou "emires" dos novos estados islâmicos russos.

Por volta de 2050, mais da metade do projetado aumento da população global estará concentrado em oito países apenas, principalmente na África, de acordo com o The Economist, são eles: Congo, Egito, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e Tanzânia. A Nigéria terá mais habitantes do que a Europa e os Estados Unidos.

Além disso, o Islã já terá ultrapassado o cristianismo em número de fieis tornando-se assim a maior religião do planeta. A população islâmica da União Europeia, dependendo dos fluxos migratórios, poderá chegar a 75 milhões em uma geração, por exemplo, como se toda a Alemanha fosse muçulmana ou então a Dinamarca, Áustria, Hungria, Grécia, Bélgica, Holanda, Portugal e Suécia juntas. Melhor assim?

"Eles não conseguiram nos mudar. Nós é que vamos mudá-los", salientou o imã norueguês "Mullah Krekar" ao jornal Dagbladet.

"Veja como a população na Europa está se reproduzindo, o número de muçulmanos se multiplica feito mosquitos. Na UE a mulher ocidental gera, em média, 1,4 filhos. A mulher muçulmana nesses mesmos países gera 3,5 filhos. Em 2050, 30% da população europeia será muçulmana... O modo de pensar no Islã bate de frente com o modo de pensar ocidental. Hoje é o nosso modo de pensar que se apresenta e se mostra mais forte do que o modo deles..."

Já hoje, o Islã é a religião líder em Bruxelas.

O escritor argelino Boualem Sansal ressaltou recentemente em uma rádio francesa:

"A França fez acordos com os islamistas: já foi o dia em que havia 10 mesquitas na França, hoje são 3 mil, a Arábia e o Catar financiam a islamização dos subúrbios. O governo francês está sufocado".

"O Islã é uma crescente força social na segunda maior cidade da Grã-Bretanha", na manchete do The Economist, ao se referir à segunda maior cidade da Inglaterra atrás de Londres, Birmingham, onde o muezim chama os fiéis à oração. Um pequeno retrato de uma cidade conquistada:

"nas 200 mesquitas da cidade, os muçulmanos se aglomeram não só para rezar, como também para comprar livros, receber instruções, casar, divorciar e enterrar os mortos. Todos os anos, centenas de pessoas estão cada vez mais perto do 'conselho da sharia', que administra o direito da família."

O Festival Eid anual de Birmingham que começou em 2012, contou com a participação de 20 mil fiéis. Em 2014 o número de fiéis saltou para 40 mil. Em 2015 para 70 mil. Em 2016, 90 mil. Em 2017, 100 mil. Em 2018, 140 mil. Na sequência a Covid coibiu as grandes aglomerações. Agora já estão voltando.

Logo, logo metade da população de Birmingham será muçulmana. "Em 2018 os muçulmanos representavam 27% da população de Birmingham", observou o Birmingham Mail . "O número de muçulmanos aumentou se comparado com os 21% de 2011". O Business Live revelou que o número de crianças muçulmanas na cidade ultrapassou o número de crianças cristãs:

"além de Birmingham, o Islã já é a religião predominante entre as crianças em Leicester, Bradford, Luton, Slough e nos bairros londrinos de Newham, Redbridge e Tower Hamlets".

Os recentes confrontos entre muçulmanos e hindus em Leicester já se espalharam para outras cidades britânicas, entre elas Birmingham, onde um templo hindu foi atacado aos berros de "Allahu Akbar" ("Alá é o maior"). Ódio sectário e religioso "poderá se espalhar por toda a Inglaterra". Os confrontos entre muçulmanos e hindus quando do nascimento da Índia e da partilha com o Paquistão já chegaram aos enclaves multiculturais da Europa.

O jornalista húngaro Károly Lorán do jornal Magyar Hirlap escreveu:

"as Nações Unidas estimam que a população mundial atingirá um pico de 11 bilhões de pessoas em 2100, três bilhões a mais do que a atual. O crescimento virá da região subsaariana. A população asiática não mudará muito. A população da América do Norte acrescerá 120 milhões de habitantes e a da União Europeia encolherá 60 milhões, por conta da Polônia, Alemanha, Itália e Espanha. Se a taxa de natalidade permanecer em 1,5 o que caracteriza a União Europeia e ao mesmo tempo a atual imigração de 1 milhão de pessoas por ano continuar inalterada, até o final do século a parcela da população muçulmana chegará em média a 40%. Alguns países da Europa Ocidental já contarão com a maioria muçulmana. Se quisermos substituir a população em declínio por imigrantes, necessitaremos de 1,5 milhão de imigrantes por ano, o que resultará em 60% de muçulmanos no final do século na União Europeia".

Será que estamos delirando que a imigração a este ritmo terá condições de integrar facilmente os imigrantes nas sociedades que os acolheram, que eles se tornarão como nós? Estamos alimentando a esperança que em breve os europeus voltem a ter mais filhos? E se estivermos errados e as projeções se tornarem realidade? Estamos resignados ao desaparecimento de nossa civilização?

Em 1996, Samuel Huntington escreveu no O choque de civilizações:

"o equilíbrio de poder entre as diferentes civilizações está mudando: a influência do Ocidente está encolhendo, as civilizações asiáticas estão multiplicando a pujança econômica, militar e política, o mundo islâmico está experimentando uma explosão demográfica com consequências desestabilizadoras para os países muçulmanos e seus vizinhos, as civilizações não ocidentais em geral reiteram o valor de suas próprias culturas"

"O que estamos deixando para trás?", perguntou o primeiro-ministro britânico Tony Blair.

É a demografia cabeça de vento.

"Extenso contingente demográfico, extenso poder", resumiu Nicholas Eberstadt, economista político americano na revista Foreign Affairs. Demografia em ruínas, poder em ruínas...

Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

A Reforma de Francisca Van Dunem

No passado mês de Abril, fez manchetes nos jornais a pensão de reforma da Ex-ministra da Justiça, Francisca van Dunem: 6 750 euros por mês.

Só que nos últimos seis anos da sua vida activa, Francisca van Dunem foi ministra de dois governos de António Costa, onde ganhava 4750 euros ao mês.

Para a esmagadora maioria dos portugueses, a passagem à reforma implica uma quebra de rendimentos. Para a Ex-ministra, foi ao contrário, os seus rendimentos aumentaram mais de 40% a partir do momento em que deixou de trabalhar.
Como explicar este milagre, em que a Ex-ministra tem uma pensão de reforma substancialmente superior ao seu último vencimento, cinco vezes maior do que o salário médio que um cidadão ganha a trabalhar e 15 vezes mais que a pensão média de reforma do português comum?

É um processo de corrupção na Justiça que começa no momento em que Francisca van Dunem, magistrada do Ministério Público com a categoria mais elevada na carreira (Procuradora-geral Adjunta), aceita ser ministra do governo de António Costa, trespassando a linha vermelha de um dos mais importantes princípios da democracia – a separação entre o poder judicial e o poder político.

Quando, em democracia, um magistrado se torna político, servindo um governo partidário, ficam comprometidos os dois atributos mais importantes da justiça em regime democrático – a sua independência e a sua imparcialidade – e a justiça resulta corrompida.

Francisca van Dunem iniciou funções como ministra da Justiça em Novembro de 2015. Em Março de 2016, estando ela a desempenhar funções de ministra, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) que é o órgão de governação dos juízes, promoveu-a a juíza conselheira do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que é o lugar mais alto da carreira judicial.

A promoção foi tanto mais surpreendente quanto é certo que ela, estando a desempenhar funções de ministra, não podia exercer a função de juíza conselheira do STJ, e por isso o CSM teve que promover outro juiz para preencher o lugar que ela não podia ocupar, e que nunca viria a ocupar.

Mas a promoção tinha a sua lógica, julgando pelo que viria a seguir.

Em Agosto de 2019, pela calada do Verão, a ministra Francisca van Dunem conseguiu aprovar em Conselho de Ministros um novo estatuto dos magistrados judiciais em que os juízes conselheiros recebiam, de uma assentada, um aumento salarial de 700 euros, passando a receber mais de oito mil euros ao mês (despesas de representação incluídas).
A ministra utilizava a sua posição no governo para se aumentar substancialmente a si própria e aos seus pares e pagava, assim, o favor da sua própria promoção aos membros do CSM, todos eles possuindo a categoria de juízes conselheiros.
Em Março de 2022, ainda como ministra da Justiça de António Costa, o Supremo Tribunal de Justiça deferiu o pedido de passagem à reforma de Francisca van Dunem que, assim, se reformou do STJ sem nunca lá ter posto os pés ou feito um único julgamento.

A ministra Francisca van Dunem terminou o seu mandato no Governo no final desse mesmo mês de Março quando tomou posse o novo Governo constitucional e, aos 66 anos e meio de idade, seguiu directamente para a reforma.

Ela reformou-se na categoria de juíza conselheira que nunca exerceu. E a sua pensão de reforma foi calculada com base no vencimento de juíza-conselheira, que nunca lhe foi devido. Nos últimos anos da sua vida activa, ela foi paga como ministra, a que corresponde um vencimento bastante inferior ao de juíza-conselheira do STJ.

Imagine-se um funcionário do escalão médio de uma empresa, que ganha 1500 euros por mês, e que se conluia com a administração da empresa do seguinte modo: nos últimos anos de actividade, o funcionário é promovido ficticiamente a administrador e o seu vencimento é ficticiamente fixado em 10 mil euros ao mês a fim de poder vir a auferir da Segurança Social uma pensão de reforma superior àquela a que teria direito.
Este homem cometeu o crime de burla, sendo a Segurança Social a vítima, e tendo como cúmplices os administradores da empresa.
Francisca van Dunem fez exactamente o mesmo. Tendo como cúmplices os membros do Conselho Superior da Magistratura, simularam uma categoria profissional (juíza conselheira) que ela nunca desempenhou e um vencimento que ela nunca auferiu (o de juíza conselheira) para receber uma pensão de reforma (6 750 euros por mês) da Caixa Geral de Aposentações, calculada com base nesse vencimento, e que é superior àquela a que legitimamente teria direito.
Existe apenas uma diferença entre os dois casos citados. Aquele homem iria directo para a prisão, bem como os seus cúmplices. Ao passo que Francisca van Dunem vai gozar uma reforma dourada.
E os seus cúmplices também, quando chegar a sua vez.

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Desconheço o autor do texto.

Considero no entanto que é ‘provável’ que tudo tenha sido legal.

(NÃO É CRIME usar como ‘norma de vida’ o ditado…Quem parte e reparte e não escolhe a melhor parte…)

Pode não ser ‘ético’ ou ‘moral’, mas isso não interessa à lei…

O GOVERNO SUCIALISTA SILENCIOU A MAIORIA DOS JORNAIS E TVs

Terá sido através de ‘subsídios anuais’ e ‘ameaças de retaliação’ (o conjunto ‘cenoura-chicote’ é quase sempre eficaz, quer seja utilizado nos burros, quer nos humanos).

Restam poucos exemplos de independência nos ‘jornais’(para além de muitos ‘blogs’ que não são perigosos para o PODER porque – assim como assim – a enorme maioria dos que lêem ‘blogs’ – e são numericamente poucos e sem reflexos nos resultados eleitorais – não votarão ‘neles’).

Já as TVs têem de ser mais amordaçadas porque alcançam um número elevadíssimo de ‘eleitores’. Nelas, certamente existem political comissars’ (normalmente em posições bastante acima das suas capacidades …como agora se diz…) responsáveis pelo silêncio relativamente a certos assuntos e que serão responsabilizados e punidos se não o conseguirem…

O SILÊNCIO relativo à incapacidade das vacinas da PFIZER contra a COVID protegerem as populações do contágio (elas nem sequer foram – durante o seu desenvolvimento – testadas nessa área fundamental para qualquer vacina deste tipo) permitiu que as populações – com um MEDO compreensível – aceitassem mais facilmente a obrigatoriedade das vacinas, os ‘lockdowns’ e a ostracização social e profissional dos não-vacinados (‘apresentados’ pelo PODER e seus apaniguados, como ‘inimigos do povo’).

O título do artigo anexo é infelizmente uma ‘pergunta de retórica’ pois o pacto do silêncio só acabará se e quando o regime anedótico instalado neste ‘Sítio’ onde vivemos for derrubado por algo não identificado (o que não é previsível, pelo menos no ‘meu tempo’).

E ‘todos os dias’ vão aparecendo novos exemplos de coações que o PODER impõe aos residentes na sua esfera de acção. Agora foi na CALIFÓRNIA – esse ‘antro da democracia norte-americana’ – onde os médicos serão punidos se não concordarem com as políticas oficiais de saúde relativas à COVID (impostas por ‘sabedores e honestos’ políticos).

PORCA MISERIA

autor AFP

Nota: no Facebook existem agentes sucialistas que vão espiolhando o que muitos – como eu, mas melhores - escrevem e, depois se o texto é forte contra o governo, queixam-se dele/a aos inspectores do Facebook - e com as regras apertadas que os responsáveis do Facebook tem - as páginas, ou os postais, são censurados com argumentações de que infringem qualquer coisa ou que não é verdade verificada por analistas… e cerceiam assim também nestes sítios a liberdade de expressão. Por exemplo: no meu caso já fui penalizado por varias vezes do modo que afirmei acima e bloqueiam-me durante uns dias e até um mês sem poder aceder á pagina. O Facebook informam-me que posso reclamar, e eu faço-o, mas nunca temos êxito. A ultima que me fizeram, foi informaram-me que me tinham baixado o (se não era ranking, era similar) e portanto seria visto tipo quando calhasse alguém ver. Eu sou seguido por 12 434 pessoas, e neste momento quem vê a minha página são meia dúzia de pessoas… os meus seguidores não vêem o que eu escrevo nos últimos meses, tem de ir á procura da minha página, enquanto que anteriormente, normalmente a viam sem qualquer acto de especial.

*25 MANEIRAS PARA ENVELHECER BEM*

*01-* Não se meta na vida dos filhos.

*02-* Não interfira na educação dos netos.

*03-* Tolere o seu genro e Nora, foi seu filho(a) quem fez a escolha.

*04-* Nunca tome partido ou opine no casamento deles.

*05-* Não fique um idoso rezingão.

*06-* Não seja um idoso com pena de si mesmo.

*07-* Não fique falando *NO MEU TEMPO*, ele já passou.

*08-* Tenha planos pro futuro.

*09-* Não fique falando de doenças. Tenha a certeza de que ninguém quer saber.

*10-* Não importa quanto ganhe, poupe todo mês uma quantia.

*11-* Não tenha prestações, idoso não deve ter dividas.

*12-* Tenha um plano de saúde ou guarde dinheiro  para despesas médicas.

*13-* Guarde dinheiro pro funeral ou tenha um plano.

*14-* Não deixe "problemas" para os filhos.

*15-* Não fique ligado em noticiário ou política, afinal você não resolverá nada mesmo.

*16-* Só veja TV para se divertir, não pra ficar nervoso.

*17-* Se gostar tenha um bichinho de estimação para te ocupar.

*18-* Ao se levantar, invente: caminhe, cozinhe, costure, faça horta, mas não fique parado esperando a morte.

*19-* Seja um idoso limpinho e cheiroso. Idoso sim, jamais mal cheiroso.

*20-* Tenha alegria por ter ficado idoso, muitos já ficaram pelo caminho.

*21-* Tenha uma casa e um modo de vida onde todos queiram ir e não evitar. Isso só depende de  você.

*22-* Use a idade como uma ponte para o futuro e, jamais, uma escada para o passado.

         Para a ponte do futuro sempre terá companhia.

*23-* Lembre-se: é melhor ir deixando saudades do que deixando alívio.

Finalmente,

*24-* Não deixe "aquele bom vinho" (idosos não devem beber vinho ruim) e nem a cerveja para amanhã, pode ser tarde!.

*25-* SEJA FELIZ!