terça-feira, 19 de abril de 2022

OS ‘CIGANOS’ EM NÚMEROS

São uns 37.000 (uns 0,4% da população portuguesa).

Recebem 4% de todo o IRS pago (proporcionalmente, 10 vezes do que deveria ser) e são 6% do total de presos (proporcionalmente, 15 vezes do que deveria ser).

- https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/17004/1/Relat%C3%B3rio%20Criminalidade%20Etnicidade%20e%20Desigualdades.pdf) ou um Estudo Nacional sobre as comunidades ciganas - https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/15587/1/estudonacionalsobreascomunidadesciganas.pdf).

Entrada de Leão, entrada de dinheiro

Quinze dias depois de Chris Rock ter feito uma piada com a falta de cabelo de Jada Pinkett Smith, os carecas desforram-se e João Leão goza com um país inteiro.

19 Abr 2022, José Diogo Quintela, ‘Observador’

Uma das críticas mais contundentes que se fazem aos governos de António Costa é a falta de reformas. É uma crítica injusta, diga-se. Há vários casos de membros do Governo que estiveram bem nesse âmbito. Por exemplo, João Leão, enquanto ministro das Finanças, tratou de uma importante reforma. Nomeadamente, da sua.

Agora que saiu do Governo, Leão vai ocupar o posto de vice-reitor do ISCTE e dirigir o Centro de Valorização de Transferência de Tecnologias (CVTT), um organismo que receberá 5,2 milhões de euros do Orçamento de Estado, directamente da dotação do Ministério das Finanças. Ou seja, enquanto vice-reitor, Leão vai gerir o dinheiro que se atribuiu enquanto ministro. Para quem acaba de sair do Governo, é uma óptima reforma. E merecida. Afinal, para a receber, Leão fez todos os descontos necessários. Descontou no orçamento da Saúde, descontou no orçamento da Educação, descontou no orçamento da Segurança Social. E amealhou um pé-de-meia que muito jeito lhe vai dar agora.

Não tenho dúvidas de que Leão é o homem indicado para comandar a Valorização de Transferência de Tecnologias. Repare-se naquilo que acabou de fazer: pegou na tecnologia da máquina fiscal que saca dinheiro aos contribuintes e transferiu-a para o ISCTE, onde irá valorizar bastante.

Agora, há que reconhecer que os 5,2 milhões de euros são uma quantia escandalosa. É muito pouco. Mesmo sabendo que o ISCTE é composto maioritariamente por sociólogos, gente conhecida por ser poupada – basta ver como rodam entre si o mesmo blazer de veludo cotelê castanho, comprado numa loja de roupa em 2ª mão – como é que esperam que João Leão consiga gerir os oito centros de investigação, dez laboratórios e três observatórios que, segundo as notícias, compõem o CVTT? Sabendo que cada centro, laboratório e observador têm um director, dois sub-directores, duas secretárias, quatro técnicos, dois informáticos, um contínuo e três motoristas, imagine-se o gasto só em multas por excesso de velocidade.

Já para não falar do papel timbrado. Estoira-se metade do orçamento nisso. É preciso estacionário para o CVTT, estacionário para cada um dos 8 centros, estacionário para cada um dos 10 laboratórios, estacionário para cada um dos 3 observatórios. E, claro, estacionário para produções conjuntas intra-CVTT que possa haver. Se o centro nº 4 pretende estudar uma hipótese, pede ao laboratório nº 7 para a testar e ao observatório nº2 para a registar, isso implica um cabeçalho novo para os documentos oficiais, cartões de apresentação novos, envelopes novos. São centenas de combinações possíveis, milhares de tinteiros gastos.

No fundo, se formos a fazer as contas, João Leão até foi modesto. Aliás, conseguir administrar um Centro destes com tão parco orçamento demonstra um uso judicioso de dinheiros públicos, muito pouco habitual. Deve até ser um caso de estudo. Aliás, provavelmente já é. O ISCTE há-de estar a pagar a uma equipa multidisciplinar de académicos para investigarem esta hipótese. Esperemos resultados lá para 2035.

Há quem questione se não será ilegal um ministro das Finanças poder atribuir dinheiro ao organismo que vai tutelar depois de sair do Governo. É óbvio que não. Mesmo que, por absurdo, se ilegalizasse a estupidez, não seria prático condenar os 10 milhões de estúpidos.

Enfim, já devíamos estar à espera de qualquer coisa deste género. Quinze dias depois de Chris Rock ter feito uma piada com a falta de cabelo de Jada Pinkett Smith, os carecas desforram-se e João Leão goza com um país inteiro.

sábado, 16 de abril de 2022

Nova lei dos condomínios

Lei Lei do condomínio muda em Abril. Conheça as novas alterações (doutorfinancas.pt)

Com a entrada em vigor da Lei n.º 8/2022, de 10 de Janeiro

Já em Abril, as assembleias de condomínios têm novas formas de funcionar e os administradores têm novos poderes e obrigações.

Por outro lado, também os condóminos passam a ter algumas obrigações perante o administrador que não existem na lei actualmente em vigor.

Nova lei do condomínio traz muitas novidades

As alterações, revendo o regime da propriedade horizontal e alterando o Código Civil, abrangem não só o funcionamento dos condomínios, atribuindo novas responsabilidades ao administrador do condomínio e a possibilidade de realizar assembleias não presenciais, mas também acrescentam documentos relevantes.

Assim, acresce a obrigatoriedade da existência de uma declaração de encargos com o condomínio (e eventuais dívidas) a ser apresentada na escritura de venda ou doação de imóveis.

Por outro lado, os condóminos têm a obrigação de manter os seus dados actualizados, bem como de informar sobre a eventual venda da respectiva fracção.

Administradores de condomínio com mais poderes e obrigações

Neste capítulo, destaca-se, desde logo, a obrigatoriedade de existir um administrador do condomínio em prédios em propriedade horizontal.

O administrador é eleito em assembleia geral de condóminos por um ano, mantendo-se assim em funções até que seja eleito o seu sucessor. Pode ser um condómino do prédio ou uma pessoa ou empresa externa, dependendo apenas da decisão da assembleia.

Do mesmo modo, é a assembleia que aprova a remuneração do administrador. Nada impede que se a administração for feita por um dos condóminos este seja remunerado. Esta remuneração pode ser monetária ou, por exemplo, pode ser mediante a isenção de pagamento do condomínio. Cabe assim à assembleia decidir.

Actuais funções do administrador

Ao abrigo da actual lei do condomínio é da responsabilidade do administrador:

· Convocar a assembleia dos condóminos;

· Executar as deliberações da assembleia;

· Verificar a existência do seguro contra o risco de incêndio das partes comuns e de cada de cada fracção;

· Elaborar o orçamento das receitas e despesas relativas a cada ano e prestar contas à assembleia;

· Cobrar aos condomínios as quotas do condomínio, bem como a sua quota-parte de todas as despesas aprovadas;

· Assegurar a conservação dos bens comuns;

· Representar o conjunto dos condóminos perante as autoridades administrativas, em acções contra algum dos condóminos por falta de pagamento ou em acções interpostas contra condóminos;

· Guardar e manter todos os documentos que digam respeito ao condomínio.

Leia ainda: Gestão do condomínio: 8 dicas para diminuir as despesas

Novas funções do administrador

Com a entrada em vigor da nova lei do condomínio, passam a ser da responsabilidade do administrador (artigo 1436.º do Código Civil), as seguintes situações:

· Verificar a existência do fundo comum de reserva;

· Exigir dos condóminos a sua quota parte nas despesas aprovadas (incluindo juros e sanções pecuniárias fixadas pelo regulamento do condomínio ou por deliberação da assembleia);

· Executar as deliberações da assembleia no prazo máximo de 15 dias úteis;

· Informar os condóminos por escrito ou por correio electrónico sempre que o condomínio for citado ou notificado em processo judicial e da sua evolução (pelo menos, semestralmente);

· Apresentação de três orçamentos diferentes para a execução de obras de conservação extraordinária ou inovação para deliberação;

· Emitir a pedido do condómino, uma declaração escrita em nome do condomínio na qual conste o montante de todos os encargos de condomínio em vigor. Tem de emitir no prazo máximo de 10 dias a contar do pedido do proprietário da fracção. Esta declaração é obrigatória em escrituras de venda, doação ou se contraiam encargos sobre as fracções em causa.

Sanções para o administrador

Nos termos da nova lei, o administrador de condomínio que não cumprir as funções definidas na lei, ou outras que lhe sejam atribuídas em assembleia de condomínio, é civilmente responsável pela sua omissão, sem prejuízo de eventual responsabilidade criminal, se aplicável.

Se se provar que praticou irregularidades ou agiu com negligência, pode ser exonerado por um tribunal após requerimento de qualquer condómino.

Nova lei do condomínio, novas obrigações dos condóminos

De facto, nos termos da Lei 8/2022, os condóminos têm o dever de informar o administrador sobre:

· Número de contribuinte, morada, contactos telefónico, endereço de correio electrónico;

· Actualização destes elementos em caso de alteração;

· Em caso de venda, comunicar a mesma por correio registado no prazo máximo de 15 dias, indicando o nome completo e o número de identificação fiscal do novo proprietário da fracção. Se falhar esta comunicação, vai ter suportar as despesas necessárias à identificação do novo proprietário, bem como os encargos suportados com o atraso no pagamento dos encargos que se vençam após a venda.

Leia ainda: Vou fazer obras de melhoramento, preciso da autorização do condomínio?

Assembleias de condomínio têm novas regras

Outra das novidades da nova lei prende-se com o funcionamento das assembleias de condomínio.

Podem realizar-se até 31 de Março

A lei actual impunha que as assembleias de condóminos deveriam reunir na primeira quinzena de Janeiro. No entanto, com a nova lei, embora a título excepcional, a assembleia de condóminos pode realizar-se até ao final do primeiro trimestre de cada ano, desde que esteja previsto no regulamento do condomínio. Ou seja, deliberado em assembleia pela maioria (artigo 1431.º)

Convocatória pode ser feita por correio electrónico

A convocatória para a assembleia, de acordo com a lei do condomínio ainda em vigor, tem de ser feita por carta registada enviada com 10 dias úteis de antecedência. Ou pode ser entregue pessoalmente mediante a assinatura de recibo de recepção.

A partir de Abril, a convocatória pode passar a ser feita por correio electrónico para os condóminos que manifestem essa vontade em assembleia de condóminos realizada anteriormente. A manifestação de vontade tem de ficar lavrada em acta com a indicação do respectivo endereço de correio electrónico. Ao receber a convocatória, o condómino deve enviar, pelo mesmo meio, recibo de recepção do respectivo e-mail (artigo 1432.º)

Segunda assembleia pode realizar-se 30 minutos depois da primeira

A nova lei vem esclarecer cabalmente esta dúvida que tem levantado questões em tribunal, podendo mesmo levar a impugnação de decisões da assembleia.

Assim, e nos termos do artigo 1432.º, a segunda reunião de condóminos pode realizar-se no mesmo local da inicial, 30 minutos após a primeira convocatória. Assim, se numa assembleia marcada para as 21h00 não comparecerem condóminos suficientes para a sua realização, a é possível estes reunirem-se às 21h30, desde que o número de condóminos presentes represente, pelo menos, um quarto do valor total do prédio.

Assembleia de condomínio pode realizar-se por videoconferência

Por determinação da administração do condomínio ou a pedido da maioria dos condóminos, a assembleia pode ser feita por videoconferência. No entanto, se algum dos condóminos não tiver condições para participar por videoconferência tem de avisar a administração do condomínio que deverá assegurar-lhe os meios necessários. Se tal não for possível, a assembleia não poderá ter lugar à distância.

Acta pode ser assinada por assinatura electrónica

Para além da assinatura manuscrita, passa também a ser válida a assinatura electrónica da acta. Ambas podem ser feitas sobre o documento original ou sobre o documento digital que já tenha outras assinaturas.

É também considerada como válida a declaração do condómino, enviada por correio electrónico para a administração, declarando concordar com o conteúdo da acta remetida pela mesma via. Esta declaração deve ser anexada ao documento original da acta.

Cristina Sousa – Março 2022

Leia ainda: Áreas de reabilitação urbana: Recupere a casa e tenha benefícios fiscais

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Tudo sobre a minha heterossexualidade.

O problema não é a presunção, discutível, de que certas “correntes educativas” querem produzir gays. O maior risco é o de produzirem idiotas.

09 Abr 2022, Alberto Gonçalves, ‘Observador’

Um destes dias, circulou por aí um questionário que anda a ser feito aos alunos das escolas públicas. As perguntas incluem: “Quando é que decidiste que eras heterossexual?”. E: “Se a heterossexualidade é normal porque é que existem tantos doentes mentais heterossexuais?”. E mais meia dúzia de calibre idêntico. Num instante, as “redes sociais” indignaram-se. No instante seguinte, alguém divulgou o verso da página, que continha o “contexto” do inquérito. Afinal, o objectivo passava por ridicularizar o tipo de perguntas que se fazem “com frequência” (cito) a homossexuais e a bissexuais. A indignação moderou-se.

Não devia. O problema nem é o inquérito, apenas tonto e um pouco alucinado: onde é que questões daquelas são feitas, e “com frequência”, a homossexuais? Decerto na Palestina e no Irão. O problema é o inquérito ser português, e estar incluído num longo Caderno de educação sexual produzido pela ARS Norte e adoptado pelo ministério da Educação para o 7º, o 8º e o 9º anos. O problema é o Caderno, as dezenas de páginas dele, ser um monumento à indigência mental. O problema é um país em que a indigência mental merece cargos de decisão e influência. Muitos queixam-se de que o ensino da sexualidade perverte as criancinhas, mas poucos falam do ensino da imbecilidade que as retarda. O problema, em suma, não é a presunção – discutível – de que certas “correntes educativas” querem produzir gays. O maior risco é o de produzirem idiotas.

Há aqui graves chatices de princípio, de forma e de conteúdo. Comece-se pelo princípio. Sob que pretexto a escola deve educar sexual ou até socialmente os petizes? Não me ocorre nenhum, excepto a presunção beata de que as salas de aula são espaços de catequismo para os fervores do momento. Durante o Salazarismo, os manuais escolares estavam repletos de exaltações “patrióticas”. Agora é a tralha da “tolerância” e do “género”. Mudou a tralha, não mudou a tendência evangelizadora de uma instituição em teoria destinada a habilitar fedelhos no português e na matemática. Na prática, habilitam-se os pais, os que têm menos meios de corrigir o desastre, a levar com os filhos em situação de analfabetismo radical e permanente.

Em abono da democratização do ensino, analfabetismo também não falta aos autores do Caderno da ARS Norte. Aquilo é dirigido a alunos de 12, 13, 14, 15 anos. Parece pensado para “utentes” do infantário. E parece produzido por “utentes” do infantário, com a agravante de a linguagem utilizada descer aos abismos de um “eduquês” temperado por adaptações livres do léxico e da gramática.

O Caderno tem três temas (eles dizem “áreas temáticas”): O conhecimento e valorização do corpo; Saúde sexual e reprodutiva; Expressões de sexualidade e diversidade. Pelo meio, há desenhos infantis, textos infantis, “actividades” infantis (jogos promissores, como o “Corta e cola na minha autoestima” e o “E mais??? Outras coisas que tais...”) e toda a sorte de expedientes capazes de dispensar a rapaziada de aprender equações de 2º grau mas ficar esclarecida acerca de anéis vaginais e gonorreia.

A título de exemplo, uma das “actividades” intitula-se “As mulheres percebem de futebol??” (e logo demonstra que os autores do Caderno não percebem de pontuação). Consiste em dividir a turma em grupos de rapazes e raparigas e pô-los a discutir um texto sobre dois comentadores da Sky Sports demitidos por afirmarem, em “off”, que as mulheres não entendem o fora-de-jogo. O objectivo da “actividade” é “promover a diminuição de estereótipos de género”, leia-se aplaudir a demissão dos comentadores. Não admira que inúmeros alunos cheguem ao secundário unicamente especializados em fazer caretas no Tik Tok. E aposto que no fim da rábula as raparigas continuaram sem entender o fora-de-jogo!!!

Às vezes, o Caderno tem graça. Ri-me com a referência repetida a “Eva e Adão”, uma inversão da convenção que, em cabeças cheias de vento, passa por espectacular afirmação de feminismo. A maioria das vezes, porém, o Caderno deprime. Nele, o sexo é só uma via para falar obsessivamente de dois assuntos: o corpo e a “autoestima” (amor-próprio, em língua de gente).

Ou seja, o Caderno derrama nas crianças o tipo de patetices abundantes no Disney Channel e no Instagram de pategos: a ilusão de que todos somos especiais e dignos de intensa admiração. Somos lindos mesmo que pesemos 10 arrobas. Somos esclarecidos mesmo que nos apeteça trocar de sexo dez minutos após entrar na puberdade. Somos espertíssimos mesmo que o nosso QI se aproxime do QI dos criadores de material educativo para a ARS Norte. Somos princesas e príncipes, guerreiras e guerreiros, campeãs e campeões. E ai do mundo que não reconheça semelhantes atributos em criaturas reduzidas à superfície, e convencidas a “identificar-se” e “afirmar-se” em cima de nada. O grande objectivo do Caderno, e de boa parte da contemporaneidade, é formar choninhas amadores e vítimas profissionais.

Embora falar de sexo com professores seja de um bom gosto equivalente a debater uma gastroenterite com a porteira do multiusos, e embora a educação sexual precise tanto do ministério quanto um idoso de uma anca deslocada, tenciono provar a minha abertura nesses domínios. Ainda que já tenha concluído o ensino básico há um par de anitos, passo a responder ao questionário referido no início da crónica:

1) O que é que achas que causou a tua heterossexualidade?
A Agnetha dos Abba, por alturas do álbum Voulez-Vous.

2) Quando é que decidiste que eras heterossexual?
Quando, para aí com 9 anos, os meus pais me deram dinheiro para comprar o Voulez-Vous. E ainda dizem que os Abba são música efeminada!

3) É possível que a heterossexualidade seja apenas uma fase que passe quando cresceres mais um pouco?
É possível, sim (mal atinja 1,88m pensarei nisso). Em miúdo também pensava que ia ser benfiquista e depois viu-se.

4) É possível que sejas heterossexual por sentires medo de pessoas do mesmo sexo que o teu?
Claro que é. Na infância, joguei à bola contra um vizinho que tinha o dobro do meu tamanho e a misteriosa alcunha de “Grua”. Sentia pavor dele, a ponto de nunca me passar pela cabeça pedi-lo em namoro.

5) Se a heterossexualidade é normal porque é que existem tantos doentes mentais heterossexuais?
Não sei se a heterossexualidade é normal. Anormal seria existirem poucos doentes mentais nos “workshops” de economia

6) Porque é que tens de “anunciar a todos” a tua heterossexualidade? Não podes apenas ser quem és sem falares muito sobre isso?
Nunca “anunciei” a minha heterossexualidade a ninguém. Até hoje, aliás, acho que nunca falara em público a respeito. Ao contrário da crendice estabelecida, é ridículo desabafar.

7) A maioria dos abusadores de menores é heterossexual. Achas que é seguro expor as crianças a educadores heterossexuais?
Acho altamente inseguro é expor educadores, heterossexuais ou não, a crianças.

8) O número de divórcios entre pessoas heterossexuais é muito elevado. Porque é que as relações amorosas entre pessoas heterossexuais são tão instáveis?
Porque há muitas Agnethas na Terra. E muitos Gruas, suponho
.

Dizer a mesma merda de maneira diferente.

Um judeu russo foi autorizado a viajar para Israel.

No aeroporto de Moscovo, os funcionários encontraram uma estátua de Lenine dentro da sua bagagem. -"O que é isso?" perguntou o funcionário. - "É o camarada Lenine, que lançou as bases do socialismo e criou o futuro próspero do povo russo. Eu levo-o comigo como uma memória permanente do nosso herói.

O oficial deixou-o passar sem problemas e com alguma admiração pelo seu patriotismo. ==============

No aeroporto de Tel Aviv, o funcionário pergunta-lhe:

- O que é isso?

Responde: é Lenine, o filho da puta bastardo que lançou as bases do socialismo e me fez deixar a Rússia. Trago esta estátua para poder cuspir nela todos os dias da minha vida. O oficial israelita deixou-o passar sem mais perguntas.

================

Ao se instalar na sua nova casa, colocou a estátua no meio da sala e convidou todos os amigos para jantar. Um deles, apontando para a estátua, perguntou: "Quem é esse?"

-respondeu: são dez quilos de ouro maciço que eu trouxe da Rússia sem pagar imposto.  


*NOTA* : A política é a capacidade de dizer a mesma merda, de uma maneira diferente, para enganar diferentes otários que não enxergam além de seu fanatismo.

Labirintos de pedra misteriosos no norte da Rússia - o que são?

Um labirinto de pedra na Ilha Bolshoi Zayatsky.

Labirintos De Pedra Na Ilha De Bolshoy Zayatsky Foto de Stock - Imagem de  geometria, musgo: 134261100

The Stone Labyrinths of Bolshoi Zayatsky Island | Amusing Planet

Ilya Timin/Sputnik

Segundo os historiadores, os povos antigos colocaram diligentemente padrões de rochas em espiral no chão, que agora foram encontrados nas regiões de Carélia, Arkhangelsk e Murmansk. E trabalhos científicos inteiros foram escritos sobre o propósito dessas estruturas.

A Ilha Bolshoi Zayatsky é uma das principais atracções do arquipélago Solovetsky, que é visitado por turistas de todo o país. Lá, nas margens do Mar Branco, longe da civilização, estão localizados os maiores labirintos de pedra da Europa - centenas de pedras dispostas em forma de espiral. Construções semelhantes foram encontradas por cientistas e moradores locais em vários lugares do norte da Rússia. Quem os fez e por quê? 

Quem construiu os labirintos?

Esses labirintos foram descobertos em todo o mundo, mas o maior número deles está concentrado nas Ilhas Solovetsky (Região de Arkhangelsk) - cerca de 35, com 14 deles na Ilha Bolshoi Zayatsky. Além destes labirintos, também foram encontrados centenas de montículos, montes de penedos e dólmens, o que comprova que o arquipélago do Mar Branco foi habitado em tempos remotos. Sabe-se que no 1º milénio aC, tribos nómades Saami viviam lá, mas não foram as primeiras - a análise de radiocarbono dos objectos mostrou vestígios de humanos do 6º-7º milénio aC. Os próprios labirintos datam de cerca de 1º-2º milénio aC, o que significa que eles deveriam ter sido construídos antes do povo Saami ou Proto-Saami. Mas alguns padrões de pedra também poderiam ter sido feitos mais tarde.

 

Labirinto de Umba na região de Murmansk.

Além disso, esses labirintos foram encontrados nas ilhas do arquipélago de Kuzova na Carélia e não muito longe da cidade de Kandalaksha na região de Murmansk, bem como em algumas áreas da Sibéria. Todos eles estão em ilhas ou em estuários de rios, ou seja, perto de água.

Labirinto Neolítico situado em Oleshin Islind, arquipélago de Kuzova, mar branco, Rússia

Os primeiros labirintos neolíticos localizados na Ilha Oleshin, arquipélago de Kuzova.

Os labirintos vêm em diferentes formas e tamanhos: uma hélice, duas hélices, concêntricas, transversais. Seu diâmetro varia de cinco a 30 metros. Eles não são muito visíveis de longe e melhor vistos de cima. As pedras que compõem o labirinto não são assentadas em nenhum tipo de argamassa. As próprias pedras também são moldadas naturalmente e a maioria delas não apresenta vestígios de processamento. 

O que dizem os cientistas? 

A pesquisa dos labirintos do norte começou no século 19, embora menções de tais estruturas tenham sido encontradas em algumas lendas de meados do século 16 (uma das primeiras estava nos registros de negociações com os suecos em 1552). Eles costumavam ser chamados de 'babilónios', por causa de sua forma complexa. Aqui está o que o médico e membro da Sociedade Geográfica Russa Alexander Eliseev escreveu em 1883: “Na nossa opinião, estes labirintos, tal como outros padrões de pedra do nosso norte, devem ser atribuídos a um tipo de construções megalíticas completamente originais e podem ser colocados junto aos círculos cromeleques ou simples círculos de pedra sem composição central e também perto os grandes montes russos… A posição mais ou menos definida das 'babilónias' indica que elas pertenciam a um grupo particular de povos. A forma intrincada dessas dobras tem, sem dúvida, um significado simbólico ou revestimento mítico; um pergaminho composto de pedras, sem fim, por analogia com a linha simbólica infinita de outros povos arianos e negros, pode simbolizar tanto o infinito do mundo quanto a serpente, ou seja, o mal começo.”

Ele também diz que os labirintos são considerados lugares sagrados para alguns povos do Norte.

Um grande labirinto de pedras nas margens do mar branco nas ilhas solovetsky Foto Premium
Um grande labirinto de pedras nas margens do Mar Branco nas Ilhas Solovetsky no Cabo dos Labirintos.

Em 1925, o etnógrafo Nikolai Vinogradov, preso no campo especial de Solovetsky, mas autorizado a sair dos muros do campo, interessou-se por esses labirintos. Ele examinou várias ilhas, descrevendo a maioria dos labirintos em grande detalhe e chegou à conclusão de que todos eram diferentes em forma e orientação para os lados do mundo e, portanto, poderiam ter sido destinados a diferentes propósitos, tanto cúlticos quanto simbólicos. . Até o momento, esta é a descrição científica mais detalhada dos labirintos (seus dois livros de 1927 em russo: 1 e 2 ).

Um labirinto na Ilha Bolshoi Zayatsky.

Outro prisioneiro de Solovetsky, padre e filósofo Pavel Florensky, sugeriu na década de 1930 que os labirintos eram lápides, impedindo a alma de retornar ao mundo dos vivos. No entanto, as escavações arqueológicas rejeitaram esta teoria.

Rituais ou vida quotidiana?

Os cientistas ainda não sabem para que esses labirintos foram realmente criados. Muitos pesquisadores contemporâneos acreditam que tais estruturas tinham um significado ritual. A espiral é um dos símbolos antigos do mundo, encontrado em todas as culturas de uma forma ou de outra e especialmente frequentemente associado a rituais como a iniciação. As chamadas “provas do labirinto” também estavam nos épicos gregos antigos (lembra-se da história do labirinto do Minotauro?) por exemplo). Passando pelo labirinto, deixa-se o passado e descobre-se algo novo.

Além dos rituais, os labirintos, pelo menos alguns deles, também podem ter um significado puramente prático. A arqueóloga soviética Nina Gurina, tendo estudado labirintos da Carélia e de Murmansk, supõe que eles foram destinados à pesca. A questão é que o nível da água poderia ter sido mais alto séculos atrás e essas armadilhas de pedra “bloqueavam” os peixes sem distrair as pessoas de outras coisas.

Por exemplo, neste vídeo, blogueiros russos estão tentando replicar a armadilha de pedra para peixes usando a tecnologia de uma tribo indígena canadense - é um pouco diferente em forma, mas também é um labirinto. Como eles afirmam, eles levaram apenas 20 minutos. 

https://www.rbth.com/travel/334940-stone-labyrinths-russian-north

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Como uma rede de facilitadores ajudou os oligarcas da Rússia a esconder sua riqueza no exterior.

Elites próximas a Vladimir Putin canalizaram bilhões através de paraísos fiscais para evitar escrutínio e supervisão. Advogados, procuradores e banqueiros de todo o mundo tornaram isso possível.

De Spencer Woodman

Imagem: Kirill KukhmarTASS via Getty Images

Esta imagem mostra dinheiro e um cartão Visa. Em 24 de Fevereiro, os Estados Unidos anunciaram que estavam impondo sanções aos principais bancos russos em resposta à invasão da Ucrânia.

À medida que as forças russas chegam à Ucrânia, as autoridades ocidentais estão iniciando um esforço sem precedentes para identificar e congelar activos mantidos no exterior por oligarcas russos e outros próximos ao regime.

Segundo algumas estimativas, cerca de 20% da riqueza do país está escondida em jurisdições offshore como Chipre, Seychelles, Ilhas Virgens Britânicas – até mesmo os Estados Unidos.

O dinheiro não apenas se move e se esconde. A fuga da riqueza da Rússia foi apoiada por grandes bancos e uma indústria global de profissionais especializados em fornecer a clientes ricos empresas de fachada, fundos e outros veículos secretos.

Por quase uma década, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos trabalhou para desvendar os verdadeiros donos de entidades secretas e também os profissionais que sustentam a economia offshore. Esse relatório desencadeou bilhões em recuperações, levou ao colapso de impérios comerciais e levou a novas leis de transparência. Mas a verdadeira mudança sistémica tem demorado a chegar. As autoridades ocidentais, em grande parte, fecharam os olhos para as pessoas e empresas que mantêm o sistema de dinheiro obscuro funcionando.

Mesmo agora, a Lei ENABLERS – que exigiria uma ampla gama de profissionais, como advogados e negociantes de arte, para realizar a devida diligência básica sobre as fontes de riqueza de seus clientes de elite – permanece paralisada no Congresso dos EUA.

Então, quem são os facilitadores do sistema offshore? Eles variam de escritórios de advocacia globais, como Baker McKenzie , um arquitecto do moderno sistema de elisão fiscal, a pequenos operadores de uma pessoa trabalhando nas Bermudas.

Aqui está uma selecção de facilitadores , agentes offshore e bancos que o ICIJ identificou como ajudando a elite da Rússia a se mover e esconder dinheiro.

Facilitadores

Empresas e indivíduos que criaram ou usaram estruturas financeiras opacas para as elites russas

Alastair Tulloch: A Tulloch & Co., administrada pelo advogado britânico Alastair Tulloch, está situada num bairro chique de Londres, um dos destinos mais conhecidos da riqueza da elite russa. A investigação da Pandora Papers do ICIJ informou que a empresa de Tulloch estruturou redes de empresas para o Ex-vice-ministro das Finanças russo Andrey Vavilov; Alexander Mamut, um oligarca bilionário e político; e Vitaly Zhogin, um banqueiro procurado na Rússia por suposta fraude. Tulloch usou o provedor de serviços offshore Trident Trust para providenciar a transferência de seus activos para empresas de fachada registradas nas Ilhas Virgens Britânicas, Chipre e Bahamas. Tulloch não respondeu aos pedidos de comentários.

Sergey Roldugin : Uma investigação do ICIJ de 2016 descobriu que Roldugin, um amigo de infância russo de Putin e um violoncelista clássico, foi um jogador nos bastidores de uma rede clandestina operada por associados de Putin que embaralhou pelo menos US $ 2 bilhões através de bancos e offshore empresas. No momento da reportagem, Roldugin não respondeu a perguntas detalhadas de várias redacções. A União Europeia sancionou Roldugin na segunda-feira, citando as conclusões do ICIJ .

Peter Kolbin : Peter Kolbin, outro amigo de longa data de Putin, é suspeito pelas autoridades americanas de reter centenas de milhões de dólares para o presidente russo. Os registos da Pandora Papers mostram que Kolbin “mudou a propriedade registrada de empresas offshore quando as sanções atingiram” os russos em 2014, de acordo com o Washington Post, um parceiro do ICIJ. Kolbin não foi encontrado para comentar e não se sabe se ele ainda está vivo.

Moores Rowland : Documentos revisados ​​​​pelo ICIJ e seus parceiros vinculam Svetlana Krivonogikh, uma mulher supostamente em um relacionamento secreto de anos com Putin a um apartamento de luxo em Mónaco. A Moores Rowland, uma empresa de serviços financeiros de Mónaco que gerenciava as transacções em torno do apartamento, usou empresas de fachada que dificultariam para qualquer pessoa que quisesse desvendar a propriedade da propriedade, de acordo com o Washington Post . Uma das empresas de fachada envolvidas estava dentro de uma segunda empresa de fachada, que por sua vez era de propriedade de Eamonn McGregor, um contador britânico que administra a Moores Rowland em Mónaco, segundo o The Post. Em uma carta ao The Post, um escritório de advocacia britânico representando Moores Rowland defendeu seu cliente, mas não forneceu nenhum comentário para publicação.

Gennady Timchenko, um bilionário do círculo íntimo de Putin recentemente sancionado pelas autoridades do Reino Unido , também era cliente de Moores Rowland e usou um dos mesmos accionistas indicados. Os advogados de Timchenko disseram que qualquer conexão entre ele e Krivonogikh foi “mal concebida”.

Markom Management (Mark Omelnitski) : A empresa pertence e é dirigida por Mark Omelnitski, identificado em um relatório do Senado dos EUA como um advogado baseado em Londres. Markom está ligado a membros sancionados do círculo íntimo do presidente russo Vladimir Putin, Arkady e Boris Rotenberg. Em um relatório de actividades suspeitas de Novembro de 2016, o banco Barclays disse que sinalizou três transferências electrónicas totalizando quase US$ 114.000 entre 2013 e 2016 porque acreditava que o dinheiro estava fluindo para uma empresa de fachada de propriedade de um empresário ligado a Arkady Rotenberg.

Omelnitski e sua empresa “criaram empresas de fachada para o indivíduo sancionado [Arkady] Rotenberg”, de acordo com um memorando investigativo do Barclays que foi extraído do relatório do Senado. “[A] propriedade dessas empresas de fachada parece ser intencionalmente estruturada para ser opaca, a fim de esconder a identidade dos verdadeiros beneficiários”. Omelnitski se recusou a comentar por meio de um advogado.

Agentes offshore
Empresas que criaram empresas de fachada, fundos e outros produtos financeiros secretos para russos ricos em paraísos fiscais

Asiaciti Trust : Asiaciti Trust é uma empresa sediada em Singapura , com operações na Nova Zelândia, Ilhas Cook, Samoa e outros lugares. A Asiaciti criou e gerenciou fundos fiduciários e empresas de fachada em jurisdições secretas para centenas de clientes sul-americanos, norte-americanos, asiáticos e europeus, de acordo com a Pandora Papers. Asiaciti ajudou Kirill Androsov, Ex-assessor sénior de Putin, com uma estrutura por meio da qual ele adquiriu uma empresa que o oligarca russo Oleg Deripaska devia US$ 200 milhões, segundo o Washington Post. Em uma declaração por escrito, Asiaciti negou qualquer irregularidade e se recusou a discutir suas interacções com Androsov.

Appleby: Appleby, o escritório de advocacia offshore global, é membro do “Offshore Magic Circle”, um grupo dos principais escritórios de advocacia offshore do mundo. A empresa foi fundada nas Bermudas e tem escritórios em Hong Kong, Xangai, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Cayman e outros centros offshore. Registros da investigação Paradise Papers do ICIJ mostram como o secretário de Comércio do Ex-presidente dos EUA, Donald Trump, Wilbur Ross, usou uma cadeia de entidades das Ilhas Cayman para manter uma participação financeira na Navigator Holdings, uma empresa de navegação cujos principais clientes incluem a empresa de energia Sibur, ligada ao Kremlin.. Entre os principais proprietários de Sibur estavam Kirill Shamalov, genro de Putin, e Gennady Timchenko, um bilionário que o governo dos EUA sancionou em 2014 por causa de suas ligações com Putin. A Sibur era um grande cliente da Navigator, pagando à empresa mais de US$ 23 milhões em 2016.

A Appleby não respondeu às perguntas detalhadas do ICIJ no momento da reportagem, mas divulgou um comunicado online dizendo que investigou as perguntas do ICIJ e está “satisfeita por não haver evidências de qualquer irregularidade”. Um porta-voz de Ross disse na época que nunca conheceu o genro de Putin ou os outros proprietários da Sibur e que não fazia parte do conselho da Navigator quando iniciou seu relacionamento com a Sibur.

Alpha Consulting Limited : Fundada em 2008, a Alpha é uma prestadora de serviços offshore com escritórios nas Seychelles, Emirados Árabes Unidos e Belize. A base de clientes da Alpha é 75% russa, de acordo com o relatório anual de 2019 da empresa. Os clientes da Alpha incluem Roman Avdeev, um bilionário russo que está listado no relatório de 2018 do Departamento do Tesouro dos EUA ao Congresso sobre oligarcas e empresas consideradas próximas a Putin.

Em resposta às perguntas do ICIJ, a Alpha disse que estava impedida por lei de discutir clientes. “Desde seu início de negócios em 2008, a Alpha Consulting está em conformidade com os requisitos legais locais e internacionais”, disse a empresa.

Demetrios A. Demetriades : O escritório de advocacia Demetrios A. Demetriades promoveu Chipre como o centro offshore de escolha para o dinheiro que flui para fora da Rússia após a queda da União Soviética. Mais de 30% das empresas da Pandora Papers que receberam serviços da firma, conhecida como DADLAW , tinham um ou mais russos como beneficiários efectivos. Seus clientes incluem funcionários públicos, fraudadores acusados ​​e empresários sancionados da Rússia e de outras Ex-repúblicas soviéticas.

Como muitos outros provedores offshore, o DADLAW lucra com as regras de tributação e sigilo de seu país anfitrião, que lhe permitem ajudar os clientes a ocultar activos de autoridades estrangeiras. Ele registra empresas de fachada, cria e administra fundos e fornece accionistas “nomeados” – substitutos pagos para os verdadeiros proprietários em papelada oficial. DADLAW não respondeu às perguntas do ICIJ.

Bancos

Instituições financeiras que movimentaram dinheiro para russos ricos

HSBC: O HSBC, com sede no Reino Unido, enfrentou acusações em
vários países de que forneceu contas bancárias a criminosos. Nos Arquivos FinCEN , o ICIJ e o BuzzFeed News analisaram de perto o envolvimento do HSBC em dinheiro suspeito, inclusive da Rússia. De acordo com uma análise do ICIJ dos dados colectados pelo Projecto de Denúncias sobre Crime Organizado e Corrupção, o HSBC financiou uma empresa de fachada que era um importante nó na “lavanderia russa”, uma rede extensa que movia dinheiro contaminado pelo crime de Ex-estados soviéticos para o Ocidente. Entre 2012 e 2014, o HSBC processou US$ 581 milhões em transferências de e para as contas da empresa-fantasma em Hong Kong, embora os oficiais de conformidade do HSBC não entendessem quem estava por trás da empresa-fantasma, segundo o ICIJ. Em um comunicado, o HSBC disse que "embarcou em uma jornada de vários anos para revisar sua capacidade de combater o crime financeiro". O HSBC “é uma instituição muito mais segura do que era em 2012”.

Deutsche Bank : O Deutsche Bank desempenhou um papel importante no chamado escândalo russo de negociação espelhada – uma vasta rede de movimentação de dinheiro que usava swaps de títulos complexos para movimentar bilhões em fundos questionáveis ​​para fora do país. A investigação do FinCEN Files revelou que “gerentes da Deutsche, incluindo altos executivos, tiveram conhecimento directo por anos de falhas graves que deixaram o banco vulnerável a lavadores de dinheiro”, segundo reportagem do BuzzFeed News, parceiro do ICIJ . “Os documentos mostram dois avisos enviados a comités que incluíam Paul Achleitner, presidente do Deutsche, e um enviado ao conselho de supervisão do banco”, segundo o BuzzFeed News. O banco, respondendo a perguntas de repórteres, disse que reconheceu "fraquezas do passado" e "aprendeu com nossos erros", enquanto investia centenas de milhões de dólares para reforçar suas defesas contra crimes financeiros, de acordo com o BuzzFeed News.

Danske Bank : Em 2018, o Danske Bank foi envolvido em um grande escândalo centrado em sua suposta facilitação da lavagem de centenas de bilhões de dólares da Rússia e de outros Ex-estados soviéticos. Os relatórios do ICIJ de 2021 revelaram os passos extraordinários de uma pequena divisão doO banco passou a atender uma clientela sombria e altamente lucrativa, em grande parte da Rússia e de Ex-repúblicas soviéticas e satélites na Europa Oriental e Ásia Central. Os documentos mostram que muitas contas bancárias eram mantidas em nome de veículos do Reino Unido, conhecidos como “sociedades de responsabilidade limitada”, ou LLPs, e “sociedades limitadas”, LPs, que não tinham outro objectivo além de ocultar a identidade de quem realmente possuía o dinheiro. Vários Ex-banqueiros da problemática divisão do Danske Bank não responderam às perguntas do ICIJ.

Will Fitzgibbon contribuiu com reportagem.

https://www.icij.org/

O Espelho Vermelho: Liderança de Putin e Identidade Insegura da Rússia por Gulnaz Sharafutdinova


O Espelho Vermelho de Gulnaz Sharafutdinova oferece uma visão importante sobre a natureza do regime de Putin e como ele preparou o terreno para esta guerra no mercado interno. O livro é uma rara tentativa de levar em conta as dimensões emocionais do Putinismo, e como Putin construiu com sucesso uma imagem como defensor do país contra a humilhação.

Sharafutdinova documenta a evolução da máquina de mídia estatal russa na última década, mostrando como ela promoveu sistematicamente uma visão da identidade russa baseada na vitimização russa. Os propagandistas do Estado têm cultivado e amplificado emoções ligadas à história recente da Rússia, atualizando velhos tropos soviéticos e imagens inimigas para fomentar a noção de que a Rússia é uma nação sitiada.

Em muitos dos comentários recentes sobre a Rússia de Putin, encontramos a sociedade russa reduzida a uma caricatura. Por outro lado, este é um livro que leva em conta a diversidade da sociedade russa e evita recorrer a estereótipos sobre a “alma russa” ou o suposto eterno desejo russo de uma “mão de ferro”. Em vez disso, Sharafutdinova mostra como o estado atual da Rússia é resultado de escolhas políticas feitas por Vladimir Putin e seu governo.

– Julie Fedor

Ucrânia: o que todos precisam saber (segunda edição) por Serhy Yekelchyk


Este volume fino de pouco mais de 200 páginas é uma maravilha. Escrito por um historiador líder mundial da Ucrânia, apresenta aos leitores a história, geografia, economia, política e vida contemporânea do país que agora sofre com a invasão da Rússia.

Serhy Yekelchyk define com precisão as semelhanças e diferenças nas histórias da Ucrânia e da Rússia, e também investiga os emaranhados entre a política ucraniana e dos Estados Unidos. Yekelchyk faz todas as perguntas certas e as responde de forma sucinta e precisa.

Não há livro melhor para começar a ler sobre o pano de fundo da guerra atual. Se você tiver tempo para ler apenas um livro sobre este tema, é este.

– Mark Edele

O ícone e o machado: uma história interpretativa da cultura russa por James H. Billington


Do século VIII ao XV, Kyivan Rus (Ucrânia) ocupou a grande planície no sul da Rússia actual. Moscou não foi historicamente documentada até 1147. Os “Rus”, basicamente eslavos, foram invadidos pelos varegues (vikings) que ficaram e se casaram; o país consistia em poderosas cidades-estados unidas pela fidelidade a um príncipe.

Como relata James Billington no primeiro capítulo de sua abrangente história cultural da Rússia, O ícone e o machado , o príncipe Vladimir, em busca de uma religião em 988 d.C., converteu-se à ortodoxia grega depois que seus emissários registraram a beleza da Santa Sofia de Constantinopla, cujo azul cúpula e afrescos dourados sugeriam as cores nacionais da Ucrânia. A Rússia/Ucrânia posteriormente se tornou um dos estados mais fortes da Europa, famoso por sua terra negra fértil e rica cultura popular.

Billington então descreve o declínio de Kyivan Rus, quando os principados começaram a lutar entre si, e o país foi invadido por hordas mongóis sob Genghis Kahn. O “Jugo Mongol” durou até 1480, quando foi derrubado por uma Moscou emergente e superpoderosa.

– Judith Armstrong

Dr. Jivago por Boris Pasternak


Um romance escrito por um poeta, é notoriamente uma história de amor, ambientada na história infinitamente turbulenta da Rússia de 1905 até a Grande Guerra Patriótica. Um livro banido por muitos anos em seu próprio país , seu autor forçado a recusar o Prémio Nobel , pessoas próximas a ele presas. Não é uma cartilha para entender o que está acontecendo na Ucrânia hoje, como decisões com consequências tão devastadoras são tomadas em Moscou. Mas fala sobre a Rússia e os russos. clima e paisagem da Rússia; A capacidade dos russos para o amor mais terno e crueldade abismal.

A história é contada em prosa escrita por um poeta, então você sente essas coisas russas, em sua alma. Nós os sentimos, em parte por causa do talento do autor, mas principalmente porque no final eles não são exclusivamente russos, são universais.

Os russos – e aqueles de nós não-russos que se apaixonam por isso – são bons em pensar que são excepcionais, em sua alma, sua capacidade de amar e odiar, os horizontes infinitos de sua paisagem. É uma coisa perigosa, pensar que você é excepcionalmente especial – e se, ao lê-lo, você for inundado pela esmagadora russidade do romance, você deve ter isso em mente.

– Stephen Fortescue

Os Portões da Europa: Uma História da Ucrânia por Serhii Plokhy

Portões da Europa , de Serhii Plokhy, foi publicado pela primeira vez em 2015, após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e o início de sua guerra contra a Ucrânia, da qual a actual invasão é uma escalada desanimadora.

Começando com o relato de Heródoto sobre as terras ao norte do Mar Negro, o livro do historiador de Harvard familiariza o leitor com os legados históricos que ajudaram a moldar a identidade ucraniana: o grande estado medieval de Kyivan Rus, as aspirações autonomistas dos cossacos ucranianos, os séculos XIX e movimento nacional ucraniano do século XX nos impérios Habsburgo e russo, o curto período de independência da Ucrânia após a primeira guerra mundial e as oito décadas da Ucrânia como uma república dentro da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

A narrativa de Plokhy permite que os leitores coloquem a negação de Vladimir Putin da existência da Ucrânia como nação na tradição dos esforços imperiais e soviéticos russos para apagar ou, na melhor das hipóteses, marginalizar a identidade ucraniana. Também mostra as fontes das ideias de soberania democrática e solidariedade transcultural da Ucrânia que energizam a resistência unificada, determinada e notavelmente bem-sucedida com a qual a liderança política ucraniana, as forças armadas ucranianas e o povo ucraniano enfrentaram a invasão da Rússia.

– Marko Pavlyshyn


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