terça-feira, 5 de setembro de 2023

Os Eventualmente Mal Interpretados Comentários do Papa Francisco Sobre a Rússia.

Pode acontecer que o Papa Francisco tenha agora reconhecido que terá feito comentários que não seriam os mais apropriados ou então não se  terá

expressado bem, face ao que se está a passar naquela guerra. Mas se por outro lado, FRANCISCO quis apenas salientar o nível da cultura russa 

bem espelhada nos seus ícones literários, então não podia, acho eu, ter sido mais certeiro.

Quem os leu, não concorda com a grandeza literária de um Fiodor Dostoiévsy bem retratada nos seus livros "Crime e Castigo" e "Os Irmãos Karamazov"? 

Ou num "Guerra e Paz" de um Leo Tolstoi?; ou n' "Um Dia na Vida de Ivan Denisovich", de Soljenitsin?

Por isso, ao contrário do que muitos poderão ter visto nas palavras do Sumo Pontífice, pessoalmente não acredito que tenha querido elogiar um país invasor. 

C.F.

 

Papa reconhece que os seus comentários sobre a Rússia foram mal formulados

Agência Reuters

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Papa Francisco fala aos jornalistas depois de uma visita à Mongólia EPA/CIRO FUSCO / POOL

O Papa Francisco reconheceu nesta segunda-feira que os seus comentários sobre a Rússia, vistos pela Ucrânia como um elogio ao imperialismo, foram mal formulados e disse que a sua intenção era lembrar aos jovens russos uma grande herança cultural e não política.

"Eu não estava a pensar no imperialismo quando disse isso", disse Francisco sobre os seus comentários no mês passado. Durante uma videoconferência, que aconteceu a 25 de Agosto, Francisco falou dos antigos czares Pedro I e Catarina II – ambos os quais expandiram o território russo – e disse aos seus ouvintes que eles eram os herdeiros do "grande império russo".

Os comentários causaram indignação na Ucrânia, uma vez que o Presidente russo invocou os legados dos dois monarcas russos para justificar a sua invasão à Ucrânia e a anexação do seu território. Já o Kremlin, elogiou o Papa pelo seu conhecimento sobre a história russa.

"Talvez não tenha sido a melhor maneira de colocar a questão, mas ao falar da grande Rússia, eu estava a pensar não tanto geograficamente, mas culturalmente", disse Francisco, mencionando o ícone literário russo Fiódor Dostoiévski, um dos seus autores favoritos.

"A cultura russa é de tanta beleza, de tanta profundidade. Não deveria ser apagada por causa de problemas políticos. Houve anos políticos sombrios na Rússia, mas a herança está lá, disponível para todos", disse ele.


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