Remeto como recebido
Vou guardar
para ‘memória futura’
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Caro amigo
Agradeço muito o envio da análise
do Doutor Miguel Mattos Chaves, onde sintetiza, em linguagem simples e clara, o
passado e o presente ataque do Hamas em 7 de outubro.
Fala da Irmandade Muçulmana, ignorada pelos meios de comunicação social, excepto a Prof. Dra. Maria João Tomás, nos comentários na CNN Portugal, e na SIC Notícias.
Esta organização é o centro nervoso central do terrorismo islâmico, nomeadamente no Médio Oriente. Daí o mérito da presente análise.
A Irmandade Muçulmana compreende dois ramos. O ramo social, que recolhe todos os donativos da Caaba, e que apoia os muçulmanos pobres onde quer estejam; e o ramo violento, cujo objectivo consiste em eliminar o Estado de Israel, dominar os EUA, e, enfim, instaurar o Califado Mundial.
Na Irmandade Muçulmana violenta estão todos os governantes, dirigentes e movimentos: HAMAS; DAESH; HEZBOLLA, AL QUAED; Erdogan (diz que o HAMAS não é um movimento terrorista); Ali Khamenei; Sissi; Mohamed Bin Salman; e por aí fora,
Recordo que a doutrina militar dos Países do Ocidente, e por conseguinte de Portugal, respeita as Convenções de Genebra e seus Protocolos Adicionais, o que não acontece com outros Estados e as organizações terroristas.
Em concreto, um soldado armado tem
como alvo legítimo o inimigo e o seu escudo humano, pois se não matar, é morto.
Mutatis mutandis, o mesmo se dirá para as IDF na Guerra com o HAMAS. Repugna pensar
nisto, mas é a lei da vida na Guerra.
A concluir, cabe dar uma nota sobre Sua Santidade Papa Bento XVI, profeta do terrorismo
É o caso da interpretação do lado
violento da Irmandade Muçulmana, representada pela imagem gráfica do muçulmano
ostentando o Corão, na mão direita, e uma faca, na mão esquerda.
(Habilitado com o Curso de Estudos
Europeus, do Centro de Estudos Europeus da UCP - Sexto Curso)
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ANÁLISE ADICIONAL ao conflito do Médio Oriente
Este movimento, classificado de terrorista por
vários países Árabes e Ocidentais, foi fundado em 1987.
É uma ala política da “Irmandade Muçulmana”
egípcia, e surgiu após a primeira “Intifada”, a revolta palestiniana
contra a ocupação israelita da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
Como princípio base inscrito na sua carta
fundadora, consta o objetivo de destruir o Estado Soberano de Israel.
Estado democrático e reconhecido pela esmagadora
maioria dos países do mundo.
Este grupo ou movimento terrorista ganhou a sua
influência tanto através de acções de luta armada contra Israel, como pelos
programas que anunciava de apoio social à população.
O Hamas, na verdade, levou a efeito uma série de
atentados suicidas contra o Estado de Israel nos anos da década de 1990.
Ganhou as eleições de 2007 na Faixa de Gaza e
desde esse ano que não se realizaram mais eleições nesse território
palestiniano.
Tal facto, atirou este movimento para uma
situação de ilegitimidade democrática pois em qualquer regime democrático o
normal para o seu funcionamento é que as eleições se realizem de 4 em 4, ou de
5 em 5 anos.
Para quem diz defender o Povo de Gaza a contradição é evidente, pois tem vindo a impor cada vez mais o seu regime autoritário desde há já 16 anos.
O 7 de OUTUBRO
No dia 7 de Outubro passado lançou a sua maior
operação de terrorismo de sempre contra o Estado hebraico.
Neste atentado mataram homens, mulheres,
crianças, idosos sem distinção da sua origem, apenas pelo simples facto de
habitarem em Israel ou serem considerados como inimigos do Hamas por tal facto.
Em termos quantitativos, tal atentado provocou a
morte de cerca de 1.300 cidadãos civis a que acrescem cerca de 300 militares de
Israel.
Estes são os factos!
Um ANTECEDENTE
Quando do atentado terrorista à Torres Gémeas de
Nova Iorque em Setembro de 2001, em que foram mortas 2.977 pessoas civis, todo
o mundo se indignou! E muito bem!
Naturalmente todo o mundo apoiou as subsequentes
acções militares dos Estados Unidos de perseguição e eliminação dos
terroristas, desenvolvidas tanto no Afeganistão como no Paquistão, que
culminaram na morte do chefe do movimento terrorista da Al-Qaeda, Osama bin
Laden.
O DIREITO à DEFESA por CONTRA-ATAQUE
Agora, estamos em presença de uma igualmente
acção legítima por parte do Estado de Israel que, naturalmente, quer responder
a esta acção terrorista, como o fizeram os Estados Unidos sob a Presidência de
George Bush filho (Partido Republicano) e de Barack Obama (Partido
Democrata).
Temos então no presente um outro Estado
democrático a responder a um brutal atentado terrorista, tal como aconteceu no
passado com a Al-Qaeda.
As RAZÕES do ATAQUE do HAMAS
Quanto às razões, destaco como observador e
estudioso da realidade internacional, aquela que considero as verdadeiras e a
principal razão:
1º - Impedir que os Acordos de Oslo fossem
ressuscitados e levados à prática;
2º - Impedir que a Arábia Saudita assinasse
também os Acordos de Abraão.
Vejamos em resumo o que dizem esses Acordos:
1º - Os ACORDOS de OSLO
Em 4 de Maio de 1994, a Organização pela Libertação
da Palestina (OLP) e o Estado de Israel assinaram o Acordo de Oslo I, o
primeiro acordo israelo-palestiniano. O evento aconteceu no Cairo, no Egipto.
Nestes acordos o governo israelita reconheceu a
OLP (Organização de Libertação da Palestina) como o representante
legítimo do povo palestiniano, enquanto a OLP reconheceu o direito de
existência do Estado de Israel e renunciou ao terrorismo, bem como a outras
formas de violência e o seu desejo de destruição do Estado israelita. O que não
cumpriu na parte dos atentados.
O objectivo das negociações israelo-palestinianas
era estabelecer uma Autoridade Autónoma Provisória Palestiniana, um Conselho
eleito, para o povo palestiniano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, por um
período de transição não superior a cinco anos, conduzindo a um acordo
permanente.
Os Acordos de Oslo previam, num primeiro momento,
a instalação de um regime autônomo em Gaza e na Cisjordânia, depois a abertura
de negociações quanto ao estatuto definitivo desses territórios. Mas o
assassinato do primeiro-ministro israelita Yitzhak Rabin e o desencadeamento da
segunda intifada puseram fim a essas negociações.
2º - Os ACORDOS de ABRAÃO
(A). - Sob a PRESIDÊNCIA do Presidente DONALD
TRUMP
O nome dos Acordos de Abraão pretendia ligar as
religiões abraâmicas - o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo – recuperando
históricamente o papel de Abraão como Patriarca Espiritual das três religiões.
Estes acordos foram assinados, pela primeira vez
desde 1994 (acordo entre Israel e a Jordânia) , entre Israel e alguns
Estados Árabes, por iniciativa e sob o patrocínio do Presidente Donald Trump
dos Estados Unidos.
Previam a normalização das relações entre o
Estado de Israel e os Emirados Árabes Unidos, Bahrein (assinados em
Agosto/Setembro de 2020); entre Israel e Marrocos (assinado em Dezembro
de 2020) e outros Estados aderentes, entre os quais a Arábia Saudita (negociações
ainda não finalizadas).
São, portanto, acordos bilaterais iniciados e
mediados pela administração Trump dos Estados Unidos que têm como objectivo a
normalização das relações diplomáticas, políticas e comerciais entre alguns
Estados Árabes e o Estado Israelita, os quais foram sendo assinados entre
Israel e os Emirados Árabes Unidos e Bahrein em 15 de Setembro de 2020, como
foi o caso dos acordos assinados numa cerimónia oficial organizada pelo
Presidente Donald Trump na Casa Branca
Por estes acordos, tanto os Emirados Árabes
Unidos como o Bahrein reconheceram a Soberania do Estado de Israel, permitindo
o estabelecimento de relações diplomáticas plenas.
O primeiro embaixador do Bahrein em Israel foi
nomeado em 30 de Março de 2021.
O acordo inicial de Israel com os Emirados Árabes
Unidos marcou assim a primeira vez que Israel estabeleceu relações diplomáticas
com um país árabe desde 1994, quando o Tratado de Paz Israel-Jordânia entrou em
vigor
Em seguida, Dezembro de 2020, foi assinado o
acordo de normalização Israel-Marrocos. Em troca do reconhecimento da soberania
de Israel por Marrocos, os Estados Unidos reconheceram a soberania marroquina
sobre o Saára Ocidental.
Omã adiou a decisão de normalizar os laços com
Israel até depois das eleições presidenciais dos EUA, que aconteceram em 3 de
Novembro de 2020.
(B). - Sob a PRESIDÊNCIA do Presidente JOE BIDEN
Prosseguindo a política da administração
anterior, em 2 de Fevereiro de 2021, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned
Price, disse que “(…) os Estados Unidos continuarão a instar outros
países a normalizarem as relações com Israel (…)” e que “(…)
Esperamos que Israel e outros países da região se unam num esforço comum para
construir pontes e contribuir para um progresso tangível rumo ao objectivo de
avançar num acordo negociado paz entre israelitas e palestinianos. (…)"
Por outras palavras, a administração Biden estava
a tentar que mais países os assinassem também, seguindo a orientação e a
estratégia delineada por Trump.
- ACORDOS de NORMALIZAÇÃO
Meses mais tarde o mesmo porta-voz do
Departamento de Estado, sob a orientação do novo Presidente Joe Biden,
recusou-se a utilizar a denominação anterior de “Acordos de Abraão” e preferiu
repetidamente usar o termo “Acordos de Normalização” retirando o
carácter e o simbolismo histórico/religioso aos mesmos.
Em 11 de Fevereiro de 2021, o Ministro das
Relações Exteriores, de Omâ disse que o seu governo estava "(…)
comprometido com a paz entre Israel e os palestinos com base em uma solução de
dois Estados. (…)"
No mês seguinte, de acordo com o relatório da
Axios de 10 de Março, o Departamento de Estado dos EUA deu nota de que "(…)
a administração Biden quer continuar um processo que começou sob Trump,
garantindo ao mesmo tempo conquistas próprias através de novos acordos
(…)" e que "(…) também não está entusiasmada com o
nome de Trump para os acordos: - os “Acordos de Abraão (…)” … “(…)
Querendo modificar o nome para “processo de normalização (…)”.
Fim de citação, sem comentários.
CONCLUSÃO
Para as organizações terroristas/extremistas,
como o Hamas, que defendem a “jihad islâmica”, que querem a destruição
de Israel e impedir o estabelecimento de relações diplomáticas deste Estado com
outros países Árabes, os Acordos de Abraão eram um perigo e um alvo a abater,
mais a mais porque o mais poderoso desses Estados vizinhos (a Arábia Saudita),
se mostrava já bastante disposto a seguir o exemplo dos Emiratos Árabes Unidos,
Bahrein e Marrocos.
O ataque terrorista de 7 de Outubro passado
insere-se nesta estratégia, manobrada pelo regime do Irão que pretende ser a
potência hegemónica da zona.
NOTA FINAL
Algumas definições que ajudam a entender e a
descodificar a situação:
GUERRA
Uma guerra, por definição, consiste numa luta
armada entre nações, com o fim de impor supremacia ou salvaguardar interesses
materiais ou ideológicos.
TERRORISMO
É um modo de impor a vontade pelo uso sistemático
do terror, pelo emprego sistemático da violência para fins políticos,
nomeadamente pela prática de atentados e destruições por grupos cujo objetivo é
a desorganização da sociedade existente e a tomada do poder.
ATENTADO TERRORISTA
É um acto violento ou a tentativa da sua
perpetração contra pessoas, entidades ou bens, em nome de uma causa política,
religiosa.
Por exclusão de partes, aquilo a que se assistiu
em Israel foi um acto de terrorismo levado a cabo através de um atentado
terrorista, dado que Israel é um Estado e o Hamas apenas um movimento ou organização
terrorista que se arroga, sem razão, de ser representante de um Povo/Nação o
que não é de todo verdade, nem reconhecido por nenhuma entidade internacional.
Ou se quiserem dizer que é uma guerra, podemos
fazê-lo desde que interpretemos estes acontecimentos com sendo um confronto
entre dois Estados - Israel e Irão – embora não directo e declarado.
Israel quer, como quiseram os EUA na sequência do
atentado de 2001 (Twin Towers), eliminar os terroristas de forma a
evitar futuros atentados. Está no seu direito!
Fico hoje por aqui.
Obrigado por ter lido até este ponto.
Miguel
Mattos Chaves
Mestre e Doutorado em Estudos Europeus – Universidade Católica
Auditor de Defesa Nacional – Instituto da Defesa
Nacional
Gestor de Empresas
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