11 jun. 2025, Tiago Dores, 'Observador'
Desde já, um esclarecimento. Claro que não esqueci existir um indispensável QIA+ a completar o LGBT. Era o que faltava. A formatação de títulos aqui no Observador, com a sua raiz patriarcal e sanha heteronormativa — e, talvez mais relevante, um limite de caracteres — é que castrou a integral explanação deste movimento. Valha-nos ainda ter cabido o T, que pelo menos assim não ficou tudo por castrar.
Por falar em caber, ontem foi Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Uma efeméride que, sendo celebrada a 10 de junho, cabe (pelo menos até ver) no festejo, mais amplo, do mês do orgulho LGBT. "Assim, se vê a força LGBT", escutou-se no desfile pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, numa versão do clássico "Assim se vê a força do PC". Não fazia ideia que os comunas do PCP fossem tão modernos, confesso. Ui, o Fidel e o Che Guevara devem estar às voltas nas tumbas.
Mas portanto, este ano, a 10 de junho, ainda tivemos o costumeiro e cinzento Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, mas espero que, para o ano, a data tenha sido devidamente integrada nos coloridos festejos que realmente importam, e que tenhamos já o Dia de PortugaLGBT, de Camões LGBT e das Comunidades LGBT.
A propósito de Camões, ocorreu-me algo que já outro poeta, Fernando Pessoa, lembrava: "Navegar é preciso, querer desembarcar em Gaza com um grupo de fãs de terroristas trata-se de despautério que não é preciso". No entanto, seria essa a intenção da cada vez mais idiota e, por isso, cada vez mais útil, Greta Thunberg, e da sua corja de amigos, aspirantes a ainda mais idiotas, ainda mais úteis.
Com destaque para um já extremamente idiota e muitíssimo útil Thiago Ávila, que além de aparecer em confraternizações com outros indefectíveis democratas a gritar "Morte à América, morte a Israel, vitória do islão!", também pontificou no funeral do ex-líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. Quem nunca prestou uma última e sentida homenagem a um psicopata carniceiro nazi que atire a primeira pedra. E que fique por aí, em vez de se juntar aos que, não podendo atirar essa primeira pedra, estão ocupados a lapidar uma senhora que recusou manter relações íntimas com o pai, irmãos e primos em primeiro grau, com a desculpa de que lhe doía a cabeça, só porque já estava a meio de ser lapidada.
Quem não achou altamente instagramável a vontade da chamada Frota de Selfie, liderada pela Greta, de tornar as visitas de propaganda terrorista a Gaza uma trend, foram as Forças de Defesa de Israel. Vai daí abordaram a Greta e seus compinchas e logo estes se aliviaram dos telemóveis, jogando-os ao Mediterrâneo. Poluiquê? Alterações climátiquais? Isso de destruir o Ocidente, ao longo de décadas, com políticas ambientais suicidas é tão 2019. Para quê esperar esse tempo todo se há tanta oferta de suicidas fundamentalistas islâmicos que despacham o trabalho de forma tão mais explosiva?!
Estaria a Greta a congratular-se com este plano, quando constatou que as IDF a levariam, mais aos coleguinhas, para Israel, pondo-os a assistir a uma compilação de vídeos dos massacres perpetrados pelo Hamas a 7 de Outubro de 2023. No entanto, ao que parece, à Greta e amigos não lhes apeteceu ver o filme. O que não surpreende. Estes idiotas úteis são dados é ao teatro.
Acredito que quem tivesse interesse nesta película fosse o Almirante Gouveia e Melo. Pelo menos, numa intervenção há dias, mostrou ser fã de cinema, ao mencionar o Star Wars. Querendo explicar que todo o ser humano tem, dentro de si, a capacidade de fazer o bem e o mal, o — Deus nos livre e guarde, embora Deus seja impotente face ao elenco de candidatos presidenciais — futuro Presidente da República socorreu-se de que referência? Os Irmãos Karamázov, de Dostoiévski? O clássico "A linha que separa o bem do mal atravessa o coração de todo ser humano", de Soljenítsin? Não, mas está lá perto. Gouveia e Melo optou por explicar que todos temos, dentro de nós, um Jedi e um Sith. E que "temos de fazer um esforço para nutrir os Jedis", porque "quando fazemos isso, o trabalho em comunidade aparece, como na vacinação"… A candidatura do Almirante que deu a pica dá muito menos pica que a candidatura de qualquer pica da Carris.
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