terça-feira, 26 de agosto de 2025

Intel: como a gigante dos chips caiu dolorosamente nas mãos de Trump

Trump anunciou a compra de uma participação de 10% na empresa, avaliada em cerca de 7,6 mil milhões de euros. A longa e dolorosa queda da Intel.

A gigante Intel acaba de se transformar num projeto apoiado pelo governo dos Estados Unidos. Esta sexta-feira, a a administração de Donald Trump anunciou a compra de uma participação de 10% na empresa, avaliada em cerca de 8,9 mil milhões de dólares (cerca de 7,6 mil milhões de euros).

O desfecho assinala uma das maiores intervenções governamentais numa empresa norte-americana desde a crise financeira de 2008 e, ao mesmo tempo, é a queda de um dos nomes mais poderosos da indústria tecnológica. Mas como é que isto aconteceu?

Fundada em 1968 por Robert Noyce, o inventor do microchip, Gordon Moore, autor da célebre “Lei de Moore”, e Andy Grove, engenheiro húngaro conhecido pelo seu rigor de gestão, a Intel foi responsável por impulsionar a revolução do computador pessoal — o PC, sigla pela qual ficou conhecido.

Ao longo de 1970 e 1980, os seus microprocessadores tornaram-se o coração dos primeiros PCs: a Intel fechou parceria estratégica com a IBM e mais tarde com a Microsoft, que fez nascer a chamada “era Wintel”.

O lema de Andy Grove — “só os paranóicos sobrevivem” — moldou uma cultura empresarial que fez da Intel líder absoluta no fabrico de chips. No final dos anos 90, a empresa era uma das mais valiosas do mundo.

Tudo começou a mudar depois da saída de Grove da liderança, em 2005, lembra este sábado o The New York Times. A Intel falhou oportunidades estratégicas cruciais, como a entrada no mercado dos smartphones e da inteligência artificial. Em 2005, o então presidente executivo Paul Otellini recusou fabricar chips para o primeiro iPhone, considerando insuficiente a proposta da Apple — um erro que o próprio admitiria ser precisamente isso, um erro, mais tarde….

https://zap.aeiou.pt/eua-trump-compra-intel-696423

 

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