sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Uma viagem complicada de fazer: como é que Putin vai chegar à Hungria para o encontro com Trump?

Para ir da Rússia até Budapeste, o avião que transportará Vladimir Putin terá sempre de atravessar um Estado-membro da União Europeia ou da NATO, ou um país signatário do Estatuto de Roma, que estabeleceu o Tribunal Penal Internacional, instituição que em março de 2023 emitiu um mandado de captura para o presidente russo

A próxima reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin já foi acordada entre os dois presidentes. No entanto, a escolha do local pode vir a dar algumas dores de cabeça ao Kremlin e a Viktor Orbán.

Para ir da Rússia até Budapeste, o avião que transportará Vladimir Putin terá sempre de atravessar um Estado-membro da União Europeia ou da NATO, ou um país signatário do Estatuto de Roma, que estabeleceu o Tribunal Penal Internacional (TPI), instituição que em março de 2023 emitiu um mandado de captura para o presidente russo.

Embora não diga explicitamente que uma pessoa sobre quem pende um mandado de detenção tenha de ser detida assim que entre no território de um membro, o Estatuto de Roma pede claramente aos Estados-partes que cooperem "plenamente com o Tribunal na investigação e no julgamento dos crimes da competência do Tribunal" (artigo 86) e que "cumpram os pedidos de detenção e entrega" (artigo 89).

Apesar de Orbán ter, em junho deste ano, notificado formalmente as Nações Unidas de que a Hungria iria sair do TPI, tornado o território húngaro "seguro" para Putin, a medida de pouco vale.

Analisando as potenciais rotas que o avião de Putin poderá fazer, terá sempre de ser estabelecido o acordo com um país. O caminho mais direto, a seguir a atravessar a Ucrânia, é seguir pela Bielorrússia, Polónia e Eslováquia. Os dois últimos países fazem parte das três instituições mencionadas no segundo parágrafo, assim como a Roménia, que poderia ser uma alternativa.

Se tentar viajar via Mar Mediterrâneo, a aeronave do presidente russo terá sempre de passar por espaço aéreo grego ou italiano.

Esta sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Péter Szijjártó, assegurou que Budapeste encontraria forma de Putin chegar à capital húngara, bem como de voltar em segurança para Moscovo.

"A Hungria, como uma ilha de paz, está pronta para acolher a cimeira. Proporcionaremos todas as condições para que os presidentes realizem conversações bem-sucedidas entre si, para que a paz regresse à Europa", escreveu Szijjártó no Facebook.

Como o irá fazer é, para já, um mistério. Nem o Kremlin sabe, com o porta-voz Dmitry Peskov a dizer que a rota do avião "ainda não está clara".

"Por enquanto, os presidentes estão dispostos a realizar essa reunião", afirma Peskov, citado pelo jornal russo Vedomosti.

A última vez que Putin saiu da Rússia para visitar a Europa foi em 2021, quando se reuniu com Joe Biden em Genebra, na Suíça. Contudo, o presidente russo já visitou um Estado-parte do TPI sem que tenha sido detido. A viagem à Mongólia, em setembro de 2024, constituiu um embaraço para os anfitriões, que têm uma relação amigável com Moscovo, não tendo condenado a invasão da Ucrânia, e estão muito dependentes da Rússia para o fornecimento de energia.

Apesar dos potenciais problemas, a Hungria já estendeu a passadeira vermelha a outro líder internacional com um mandado de captura, Benjamin Netanyahu, quem visitou o país em abril.

Donald Trump e Vladimir Putin falaram esta quinta-feira por telefone. Os dois líderes abordaram o tema da guerra da Ucrânia, e o presidente americano sugeriu um novo encontro entre os dois, desta vez em Budapeste, sugestão que Putin aceitou "imediatamente", disse Yuri Ushakov, conselheiro do presidente russo.

Mais tarde nesse dia, na Sala Oval, Trump disse que a reunião ocorrerá "dentro das próximas duas semanas".

Este será o segundo encontro entre os dois presidentes desde o início do segundo mandato de Trump, após a cimeira do Alasca de 15 de agosto, que não trouxe resultados substanciais no caminho para a paz.

A reunião ocorre numa altura em que o envio de mísseis Tomahawk para a Ucrânia é muito falado nos corredores da Casa Branca.

O potencial envio destes mísseis, com um alcance superior a 1600 quilómetros e capazes de atingir Moscovo a partir de território ucraniano, está a ser visto como um desenvolvimento que poderá mudar o curso da guerra.

O Kremlin já veio dizer que os Tomahawk não vão mudar significativamente a situação no terreno, mas consideram que o seu envio para a Ucrânia iria degradar as relações entre EUA e Rússia.

"Além de transformar a 'guerra de Joe Biden' [ex-presidente dos Estados Unidos] na 'guerra de Donald Trump', isto levará a uma escalada muito séria de tensões entre a Rússia e os Estados Unidos. Não tenho dúvidas de que eles compreendem isso", disse recentemente Sergei Lavrov.

https://cnnportugal.iol.pt/vladimir-putin/putin/uma-viagem-complicada-de-fazer-como-e-que-putin-vai-chegar-a-hungria-para-o-encontro-com-trump/20251017/68f274bcd34ee0c2fed16141





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