quinta-feira, 19 de março de 2020

UMA CRONOLOGIA DA INCOMPETÊNCIA

O meu destaque vai – acima de tudo - para a frase (pelo ‘ridículo’ de que de facto se tem revestido a actuação de ‘sua excelência’):

A piedade impede comentários à prestação do presidente da República em título

O ‘resto’ são só a incompetência e a mediocridade generalizadas (leiam devagar – e façam intervalos para não apanharem uma indigestão com a ‘estupidez’ revelada).

E é tão grande (a ‘estupidez’ revelada) que decidi não pôr em evidência nenhuma. Escondidas no texto, há verdadeiras ‘pérolas’.

Mas, leiam. E guardem! Para memória futura.

Texto de Alberto Gonçalves)

5 de Fevereiro
A ministra da Agricultura diz que o coronavírus “pode ter consequências bastante positivas” para as exportações portuguesas do sector agro-alimentar para os mercados asiáticos.

6 de Fevereiro
A ministra da Agricultura diz que o seu sentimento perante o coronavírus é de “preocupação e solidariedade”.

24 de Fevereiro
O prof. Marcelo declara que “tudo está a ser feito para lidar com o coronavírus”.

25 de Fevereiro
A ministra da Saúde sugere o isolamento das pessoas vindas de zonas onde há transmissão do coronavírus.

26 de Fevereiro
A Direcção Geral da Saúde não sugere o isolamento das pessoas vindas de zonas onde há transmissão do coronavírus.
A ministra da Saúde sugere que a sua sugestão acerca do isolamento das pessoas constituiu um lapso.
A ministra da Saúde garante que Portugal está preparado para responder ao surto de coronavírus.
O ministro dos Negócios Estrangeiros garante que Portugal está preparado para responder ao surto de coronavírus.
A Federação Nacional dos Médicos garante que Portugal não está preparado para responder ao surto de coronavírus.

28 de Fevereiro
A directora-geral da Saúde alerta que “não nos devemos beijar todos os dias e a toda a hora”.

29 de Fevereiro
A directora-geral da Saúde admite que Portugal poderá ter um milhão de infectados.
O dr. Costa recomenda que não se levem as mãos à “boca, nariz ou olhos”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros assegura que “estamos a aprender [a lidar com o coronavírus] e julgo que estamos a aprender depressa.”
BE: “O coronavírus deve dar-nos esperança de que somos capazes de enfrentar a crise climática”
Numa escola secundária do Porto, os alunos não podem lavar as mãos porque não há sabão. E não há sabão porque, explica uma directora, não há dinheiro.

2 de Março
Surgem os primeiros casos de infectados com coronavírus em Portugal. São dois.

3 de Março
O dr. Costa corre ao Porto para visitar os pacientes. O prof. Marcelo diz que, por sua vontade, “já lá estava”.
Após gesticular para os doentes, o dr. Costa garante que Portugal está preparado para responder ao surto de coronavírus.
A ministra da Saúde implora que não se use a Linha SNS 24 para pedir informações sobre o coronavírus.
O responsável pela Linha SNS 24 alerta que a Linha SNS 24 está nas últimas.

4 de Março
A Linha SNS 24 não atende boa parte das chamadas.

5 de Março
Após acabar demitido, o responsável pela Linha SNS 24 reagiu através de um poema. Fica um excerto: “Como velas de pavio forte/Queimamos ao luar/Das madrugadas passadas/A Trabalhar/A escrever, a digitar/A Criar o digital na saúde em Portugal/9 anos acessos, pela força e paixão/Como velas que ardem dentro do coração.” Eu seja ceguinho se isto não é verdade.
O ministro da Economia jura que o impacto do coronavírus no sector que “tutela” é “bastante reduzido”, salvo em minudências como os “transportes, das viagens e da hotelaria”.

6 de Março
A directora-geral da Saúde, que começou por achar que o vírus nunca chegaria a Portugal e depois passou a prever um milhão de infectados, encontrou um ponto intermédio e agora aconselha as visitas a lares de idosos, por não haver “esse grau de risco”.

7 de Março
O dr. Costa garante que Portugal está preparado para responder ao surto de coronavírus.

8 de Março
O prof. Marcelo, sem sintomas de gripe mas não de outras maleitas, anuncia o próprio exílio em casa.

9 de Março
Não tendo sido testado a mais nada, os testes do prof. Marcelo ao coronavírus são negativos. O dr. Costa envia-lhe felicitações pelo Twitter.
O prof. Marcelo, que sem vírus decretou a quarentena de si mesmo, assoma à varanda e informa o povo de que lava a louça e a roupa, além de cozinhar.
O dr. Costa admite fechar as escolas e etc. antes de qualquer parecer técnico.

10 de Março
Apenas dois secretários de Estado e um autarca vão ao aeroporto receber o português que estava infectado e deixou de estar.
Em Setúbal, um homem ficou fechado numa casa de banho durante 4 horas à espera do INEM.
Para o Bloco de Esquerda, “As forças de extrema-direita tentam lucrar com o medo para impulsionar imundas respostas malthusianas e racistas. (…) O Covid-19 é apenas um aviso, mais um aviso: é preciso acabar com o capitalismo que conduz a humanidade à barbárie”.

11 de Março
Em Gaia, um homem ficou fechado no carro durante 4 horas à espera do INEM.
75% dos portugueses não acreditam que o SNS esteja preparado para uma pandemia, o que significa que 25% acreditam ou pelo menos não rejeitam a hipótese.
Na Trofa, uma turma ficou fechada na sala durante 11 horas à espera de orientações da Linha SNS 24.
Em Lousada, uma médica ficou fechada no consultório com uma doente durante 6

horas à espera de auxílio.
O hospital de Coimbra compra fatos de pintor para proteger os médicos.
A Direcção Geral da Saúde desatou a engasgar-se na actualização do número de infectados.
Nos aeroportos, os passageiros continuam a chegar sem qualquer inspecção.
Oportunamente, o Bloco de Esquerda lembra-se de que a Linha SNS 24 “não deve ser explorada por entidades privadas”, não se fosse estragar.
A directora-geral da Saúde diz para os cidadãos evitarem a “corrida aos supermercados” e, em vez disso, recorrerem à “horta de um amigo”.
Há 3.000 pessoas “sob vigilância” enquanto se aguardam os resultados de 80 testes. Faz sentido, embora não se perceba qual.
Em organismos públicos, distribui-se gel desinfectante com a validade expirada em 2013.
Uma adolescente internada com gravidade foi três vezes às urgências e, como na Bíblia, três vezes negada.
À revelia de toda a civilização, em Portugal continua tudo aberto – incluindo as praias, aliás repletas.
Um obscuro Conselho de Saúde avisa a população da sua existência e de uma reunião marcada para o dia seguinte, de tarde que não há pressa.
A ministra da Saúde proclama o reforço da Linha SNS 24, que não dá uma para a caixa.
Enquanto 39 países já impuseram o fecho de escolas e etc. (e alguns o “lockdown”), o dr. Costa vai a Berlim desenvolver a tese de que o coronavírus é uma oportunidade para a Europa “mostrar a sua força”.
O dr. Costa não admite fechar as escolas e etc. sem ouvir os pareceres dos técnicos.
O dr. Costa promete proteger todos os portugueses, “estejam em que parte do mundo estiverem”.

12 de Março
O tal Conselho de Saúde, representado por um sujeito que acha o coronavírus inofensivo, irrompe da reunião e comunica não aprovar o fecho das escolas e etc.
A ministra da Saúde e a directora-geral fazem uma conferência em dueto onde harmonizam no vazio absoluto, ou na necessidade de lavar as mãos, actividade em que esta gente é tão exímia quanto Pilatos. Ambas rejeitam o fecho das escolas.
Comentadores isentos aplaudem a decisão de não fechar as escolas.
O Sindicato Independente dos Médicos nota que o SNS não tem camas para internamento, não tem camas  de cuidados intensivos, não tem profissionais suficientes, não tem máscaras, não tem desinfectantes, não tem nada excepto a distinção de “melhor do mundo”.
Descobre-se um piloto da TAP infectado. As “autoridades” de saúde não quiseram descobrir a lista dos passageiros conduzidos pelo piloto.
O dr. Francisco George, ilustre antecessor da sua ilustre sucessora, anda pelas televisões a falar com a lucidez de um dependente de metanfetaminas. O objectivo, palpita-me, é fazer as “autoridades” actuais parecerem sensatas por comparação. Não foi inteiramente alcançado.
23 crianças (e seis adultos) estão retidas num jardim de infância da Maia, por suspeitas de infecção em uma delas.
O dr. Costa, que com escassas semanas de atraso ouviu os partidos à tardinha, ignorou o parecer dos técnicos e, invocando uma instituição europeia avulsa, anunciou o fecho das escolas – mas só a partir de segunda-feira, que na sexta o vírus

faz jejum.
Em 24 horas, ou menos, as medidas que eram “excesso desnecessário” transformaram-se em critérios indispensáveis à “sobrevivência”. Num ápice, o país saltou do “Toy Story” para o “Mad Max”.
Comentadores isentos aplaudem a decisão de fechar as escolas.

13 de Março
Na Maia, oito ou nove horas depois, as crianças e os adultos saíram do jardim de infância.
Misteriosamente, o melhor SNS do mundo é o pior da Europa: somos o país com menos camas em cuidados intensivos em toda a EU (4,2 por 100.000 habitantes; a média é de 11,5).
O Bloco de Esquerda apela à requisição sumária dos “meios, material e instalações” dos hospitais privados, aqueles que o BE quer erradicar a pretexto do lucro ou lá o que é.
O ministro da Educação explicou o que iria acontecer nas escolas encerradas ao longo da quarentena. Evidentemente, ninguém percebeu. Nem ele, um matarruano que supõe dirigir-se a semelhantes seus: “Ninguém está de férias”. O matarruano trabalha em quê?
A Linha SNS 24 continua a não funcionar em condições.
Portugal tem 112 doentes confirmados, 1308 suspeitos, 5674 vigiados e 172 testados.
A Coreia do Norte e a Venezuela continuam sem infectados.
A ministra da Saúde teme que Portugal não esteja preparado para responder ao surto de corona vírus.

Ponto da situação

Vocês comprariam um carro usado ao dr. Costa? Não brinquem comigo: vocês aceitam que esse vulto coordene a reacção a uma pandemia. Há líderes valentes e até certo ponto confiáveis. Não é o caso. Ninguém aprendeu coisa nenhuma com o Siresp, Pedrógão, Tancos e o que calha. O dr. Costa também não, e permanece incompetente como sempre e dissimulado como nunca. Desde o início desta história que o homem não deu um espirro, salvo seja, sem medir previamente o impacto directo e indirecto do dito na sua popularidade. Para cúmulo, o dr. Costa rodeia-se de figuras compatíveis, uma corte de laparotos que competem pela atenção do chefe e pelo prémio do mais desnorteado. A piedade impede comentários à prestação do presidente da República em título. Quanto à oposição, cabe destacar o BE e dispensar a piedade: aquilo, para quem tinha dúvidas, é da ordem do sub-humano.

Portugal beneficiou do atraso do vírus, compreensivelmente hesitante a aparecer por cá. Porém, não tivemos sorte nem jeito na escolha de quem manda nisto: de rábula em rábula, frente ao cenário de um país arruinado, ignoraram-se os bons e difíceis exemplos do “estrangeiro” e seguiram-se os exemplos péssimos e fáceis de Espanha e Itália. Pelo caminho, salpicado de cobardia, perdeu-se tempo vital (para muitos literalmente). A culpa morrerá solteira. Os culpados ainda se vão rir disto, se é que não riem já.

segunda-feira, 16 de março de 2020

As 20 loucuras de Marcelo Rebelo de Sousa

Irrequieto por natureza, o Presidente da República é conhecido entre os amigos pelas suas 'marcelices'. No primeiro dia depois de ser eleito, fez duas: estacionou num lugar para deficientes e andou sem cinto numa reportagem para a SIC. Mas o seu historial de travessuras é muito longo. O i escolheu 20 das mais divertidas.

  • A cama da avó Joaquina
    Quando resolveu candidatar-se à Assembleia Municipal de Celorico de Basto, Marcelo começou a falar na avó Joaquina para justificar a ligação à terra. Mas a verdade é que o maior contacto que teve com a avó foi em Lisboa, com quem ficou a viver enquanto os pais estavam em Moçambique. Nessa altura divertia-se a pregar partidas à senhora. Uma vez, depois de tremor de terra de 1968, pôs-se debaixo da cama da avó e simulou uma réplica de forma tão real que ela ia saindo para a rua em pânico, ainda em camisa de dormir.
  • Balsemão lelé da cuca
    Tudo começou com um desafio da amiga Margarida Salema, irmã de Helena Roseta, durante um jantar no Pabe. “Não és capaz de dar porrada no Balsemão”, desafia Margarida, contestando a isenção do “Expresso”. Marcelo não resiste e pede aos gráficos para, numa página que já está fechada, encaixarem uma frase que lhes entrega numa folha escrita à mão e onde se lê: “O Balsemão é lelé da cuca.”A frase aparece desgarrada e fora de qualquer contexto a meio de um pequeno texto na “Gente”, a secção satírica do “Expresso”, a 5 de Agosto de 1978. Francisco Pinto Balsemão, que estava de férias no Algarve, nem queria acreditar quando leu o jornal. Mal chegou à redacção, chamou Marcelo e deu-lhe uma descompostura. Aflito, Rebelo de Sousa desculpou-se como pôde. E anos mais tarde diria que estava só a testar até que ponto a revisão do semanário estava a funcionar bem. A verdade é que Balsemão quase o despediu. Quase, porque nessa altura Marcelo era já demasiado valioso para ser despedido.
  • Enforcamento no “Expresso”
    Balsemão chamou Marcelo para uma entrevista para o semanário que ia lançar. Estava-se em 1972 e o jovem jurista começava a dar nas vistas. A ideia inicial era que fosse trabalhar para a administração, mas rapidamente os seus talentos o levaram para a redacção, onde brilhava verdadeiramente. Nesse dia, Marcelo encenou o seu enforcamento para divertir as secretárias enquanto esperava pelo início da reunião. Dizia que se enforcava se não fosse contratado e pôs um cordão do estore atado ao pescoço para o ilustrar. Quando Balsemão entrou, ainda apanhou Marcelo pendurado e de língua de fora.
  • Ignorar a censura
    Marcelo aproveitou o facto de Francisco Pinto Balsemão estar fora, em Madrid, para praticar uma das maiores irreverências que ficaram com o seu cunho na história do “Expresso”. Rebelo de Sousa resolveu fazer uma primeira página como se já não existisse censura, em Maio de 1973. O semanário foi para as bancas com uma “autópsia política do 28 de Maio” e uma história sobre um massacre na Guiné, um tema tabu, politicamente muito sensível para a época. A façanha custou caro ao jornal. O “Expresso” passou a ser sujeito a prova de página, o que implicava que a censura tinha de ver todas as páginas já terminadas. Isso atrasava e muito o fecho das edições, com consequências financeiras desastrosas para o jornal de Balsemão.
  • Receber o embaixador em cuecas
    Marcelo estava na sede do PSD, na São Caetano à Lapa, à espera de um embaixador do Irão, quando um acidente fez com que molhasse as calças. Sem tempo para secar a roupa ou arranjar outras calças, José Luís Arnaut ainda se oferece para emprestar as suas ao líder. Só que a diferença de tamanhos torna a troca impossível. A solução é receber o diplomata em cuecas e peúgas, sempre sentado à secretária, com a justificação de que receber os convidados sentado é um costume cultural que não deve ser contrariado. O iraniano passou toda a reunião sem perceber que Marcelo estava, afinal, em trajes menores.
  • Mergulho no Tejo
    Em 1989, Marcelo era famoso entre as elites, mas um quase desconhecido do grande público. Com a tarefa quase impossível de correr contra o então secretário-geral do PS, Jorge Sampaio, para a Câmara de Lisboa, Rebelo de Sousa teve de fazer uma campanha criativa para ganhar notoriedade. Fica para a história das campanhas o seu mergulho no rio Tejo nessas eleições autárquicas. A ideia era chamar a atenção para a poluição do rio de forma suficientemente espectacular e inusitada, para receber a maior atenção possível dos media. Convocados os jornalistas, Marcelo vai até a meio do Tejo num cacilheiro, mas desce para um barco de borracha de onde mergulha. Em óptima forma física, o candidato só temia apanhar alguma doença no mergulho. Mas as coisas iam acabando mal quando foi apanhado por uma corrente forte e quase perdeu os calções brancos às riscas verdes.
  • Tocar às campainhas com Guterres
    Marcelo Rebelo de Sousa e António Guterres conheceram-se através de António Barahona, um colega dos tempos do Liceu Pedro Nunes, quando ambos andavam na faculdade. Alunos brilhantes e católicos fervorosos, Marcelo e Guterres tinham muito em comum e, em conjunto com o padre Vítor Melícias, fundaram o Grupo da Luz – uma associação de jovens católicos – em 1970. Próximos a ponto de Marcelo ser um dos cerca de 20 convidados do casamento de Guterres com Luísa, foram grandes amigos. Mas quando ambos eram já líderes dos seus partidos, o secretário-geral do PS não resistiu a uma ferroada no seu velho companheiro. “Como é que se pode confiar num tipo que, quando saía de minha casa de madrugada, acordava a vizinhança toda tocando-lhes às campainhas?”, perguntou Guterres numa declaração ao “Expresso” que ficaria para sempre colada à imagem de Marcelo
  • Permanentemente preocupado com a saúde,

Marcelo adora entrar em farmácias para descobrir as últimas novidades em medicamentos. Tanto que, na campanha das presidenciais, fez questão de entrar numa para comprar comprimidos para o estômago, antevendo a azia que Belém lhe pode provocar. Amigo há quase 40 anos de Marcelo, o médico Germano de Sousa conhece bem este lado do seu antigo vizinho. Quando moravam porta com porta, Germano não resistia a provocar o amigo quando o via de manhã, dizendo-lhe que estava com muito má cara. “Era o suficiente para ficar aflito”, conta o antigo bastonário da Ordem dos Médicos, a quem Marcelo pediu conselhos antes de se atirar ao Tejo na campanha para a Câmara de Lisboa, em 1989. “Devia ter tomado uma vacina, mas como só me perguntou na véspera, já não dava tempo de tomar nada.” Rebelo de Sousa ficou aflito com a resposta, mas arriscou. E não consta que tenham ficado sequelas do mergulho.

  • Irritar a Opus Dei
    No Verão de 1970, Marcelo Rebelo de Sousa estava a recuperar do desgosto amoroso de acabar o namoro com Teresa Beleza, irmã de Leonor Beleza, quando Mota Amaral o convenceu a participar num retiro da Opus Dei. Não era a primeira vez que a Obra tentava seduzir o jovem Marcelo para aderir à causa. Já antes, Adelino Amaro da Costa tinha feito essa aproximação. As coisas acabaram, porém, por não correr bem. Rebelo de Sousa aceitou ir para o retiro nos arredores de Coimbra, mas não resistiu às rotinas exigentes, que incluíam acordar às seis ou sete da manhã, tomar um banho de água fria e ir em jejum meditar sobre castidade e obediência. Ao fim de alguns dias, Marcelo junta um grupo de amigos – do qual faziam parte Miguel Beleza e Carlos Santos Ferreira – e vão para os copos em Coimbra. A graça correu mal aos jovens, que apanham uma grande repreensão e se afastam da Opus.
  • A clandestinidade na faculdade
    No ano lectivo de 1969/70, Marcelo Rebelo de Sousa resolveu criar “uma corrente estudantil que não fosse maoista nem PCP nem socialista” e surge o MAI (Movimento de Acção Académica). Apesar do nome pomposo, o MAI resumia-se basicamente ao próprio Marcelo e ao colega, dez anos mais velho, Cândido Igrejas Barreiro. Juntos, redigiam comunicados que espalhavam pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, defendendo a democracia e a demissão do ministro da Educação, José Hermano Saraiva. Marcelo diria ao jornalista Vítor Matos, autor da sua biografia, que o movimento deixou a PIDE perplexa por ter “um grau de clandestinidade exemplar”. Mas isso não corresponde à verdade, como o próprio Vítor Matos escreveu no seu livro: a polícia política do regime estava a par de todas as movimentações clandestinas do jovem estudante de Direito, que incluíam escrever artigos à mão e lançá-los dos andares superiores da faculdade para o átrio ou afixá-los nas paredes durante a noite.
  • Embaixador no futebol
    Em pleno PREC, Marcelo estava no Brasil quando foi assistir a um jogo amigável entre a selecção nacional e a selecção canarinha, enquanto vogal da direcção da Federação Portuguesa de Futebol. A situação era explosiva: Portugal estava em revolução, o Brasil oprimido por uma ditadura militar. Mas o clima em campo era ainda mais tenso, sobretudo depois de o português Nené se ter lesionado num choque com o guarda-redes brasileiro. José Maria Pedroto quis substituí--lo, mas já tinha feito três substituições e a conversa subiu de tom, com a selecção portuguesa a ameaçar abandonar o campo. No meio da confusão, foi Marcelo quem entrou no relvado do Estádio Serra Dourada de Goiânia e convenceu os jogadores a ficar, lembrando-lhes que, se não o fizessem, perderiam os 30 mil dólares que cabiam à Federação Portuguesa de Futebol. O argumento vingou. Portugal perdeu por 2-1. E o presidente do Brasil abandonou o estádio. Mas Marcelo salvou o dia.
  • A vichyssoise
    A vingança, como a vichyssoise, serve-se fria. E foi assim que Paulo Portas a serviu, quando tornou pública a história do que considerou ser uma traição de Marcelo, no “Parabéns”, um programa de Herman José na RTP1 que era, à época, um sucesso de audiências. O episódio serviu para colar à pele de Rebelo de Sousa a imagem de pessoa pouco confiável. Rezava a versão de Portas que Marcelo, como fonte do então director do “Independente”, lhe passou o relato de um suposto jantar no Palácio de Belém. Além do que por lá se tinha falado, Marcelo foi ao ponto de descrever a ementa, que começaria com a famosa sopa fria. Mas o acaso fez com que Paulo Portas encontrasse um dos constitucionalistas que supostamente teriam estado no dito jantar. Foi o suficiente para perceber que a história não correspondia à verdade. “Herman, era tudo mentira! Tudo mentira! Os nomes, as pessoas, o que cada um tinha dito e até a ementa”, contou Portas na televisão.
  • Pontos na língua
    Marcelo era líder do PSD, quando foi a uma reunião do PPE em Toulouse, onde era um dos oradores convidados. O problema foi ter partido um dente, quando estava a comer. O dente partido rasgou-lhe a língua e rapidamente o professor começou a sangrar da ferida. Foi preciso levar vários pontos na língua para conter a hemorragia. Mas isso não impediu Marcelo de discursar na reunião, falando em inglês e em francês, a muito custo, e com a língua cheia de pontos.
  • Fuga aos paparazzi em mota de água
    Quando Marcelo Rebelo de Sousa chegou à liderança do PSD, a sua vida pessoal começou a despertar o interesse da imprensa cor-de-rosa, que chegou a fotografá-lo com a namorada Rita Amaral Cabral para mostrar a mulher que o líder do PSD andava a “esconder” ao país. Por essa época, um fotógrafo do Tal&Qual foi para o Algarve com a missão de fotografar as férias do professor. Marcelo estava na praia com o filho Nuno quando se apercebeu de que estava a ser perseguido pelo paparazzo. Para evitar a reportagem indiscreta, atirou-se à água e começou a nadar. Nadador experimentado, Marcelo afastou-se a braçadas largas do repórter e foi a nado para outra praia. Ficou tão longe do sítio onde tinha deixado as coisas na praia que foi o filho Nuno quem o foi resgatar de mota de água, já a salvo dos olhares indiscretos dos fotógrafos.
  • Conversa com o bêbado
    Terminado um comício em Fafe, o líder do PSD procurava um sítio para jantar com a namorada Rita Amaral Cabral e o assessor de imprensa Zeca Mendonça quando foram parar a uma tasca, o único sítio aberto para comer àquelas horas. É aí que um homem já bêbado o aborda e lhe pede ajuda. Explica-lhe que a mulher está zangada com ele, mas que é uma grande fã do professor e que a única maneira de o perdoar e de o deixar entrar em casa é ser o próprio Marcelo a ir lá convencê-la. Marcelo vai. A mulher, que já estava de pijama, nem queria acreditar. Mas comoveu-se. E convidou o líder do PSD para uma patuscada que durou até às cinco da manhã.
  • As noites loucas
    “As noites loucas de Marcelo” era mesmo o nome de acções de campanha de Rebelo de Sousa na já célebre candidatura para a Câmara de Lisboa em 1989. A sessões decorriam numa das então mais famosas discotecas da capital, o Alcântara-Mar. Mas a veia noctívaga de Rebelo de Sousa – conhecido por dormir quatro a cinco horas por dia – não se fica por aí. Como professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Marcelo era conhecido pelos alunos por os acompanhar depois dos jantares de turma pela movida lisboeta. Consoante os estudantes eram mais ou menos betinhos, o professor seguia com eles para a Kapital ou para o Plateau, depois das grandes jantaradas que organizava e onde muitas vezes acabava a pagar a conta dos alunos que discretamente saíam antes da chegada da “dolorosa”. Pelas noites, o catedrático também abria os cordões à bolsa, pagando os copos dos universitários que o acompanhavam na ronda das capelinhas nocturnas.
  • Sopa na jornalista
    Marcelo é famoso pela forma como se retracta quando percebe que fez alguma coisa mal. Mas a jornalista do “Expresso” Cristina Figueiredo nem queria acreditar quando, à hora de jantar, o então líder do PSD lhe apareceu em casa, em Alfragide, para se desculpar por não lhe ter dado uma entrevista que lhe tinha prometido, preferindo ir ao programa de Margarida Marante, na SIC. Sozinha em casa com a filha bebé, Cristina foi apanhada de surpresa por um telefonema de José António Lima, director-adjunto, que a avisou de que Marcelo se preparava para ir lá a casa. Leva-lhe uma moldura e um pedido de desculpas por lhe ter “dado sopa”. Mas acabou por ser a jornalista a aquecer-lhe uma sopa, depois de o líder do PSD estar quase duas horas em sua casa sem ter jantado. “Então o que tem que se coma?”, perguntou Marcelo, depois de Cristina lhe ter perguntado se já tinha comido. Acabou nessa noite por tirar uma fotografia a Marcelo com a sua filha bebé ao colo que ainda tem na moldura na sala.
  • Mãos-largas
    As aventuras na política têm custado caro a Marcelo Rebelo de Sousa. Foram várias as vezes que pagou do seu próprio bolso acções de campanha, como aconteceu também nestas presidenciais. Uma das vezes foi na corrida à Câmara de Lisboa, quando resolveu comprar rosas para oferecer às senhoras. Noutra ocasião, já líder do PSD, lembrou-se de patrocinar a vinda de todas as crianças de todas as escolas de Celorico de Basto à Expo 98. A história é contada pelo jornalista Vítor Matos, na biografia de Marcelo Rebelo de Sousa, onde se revela que muitos dos miúdos a quem o líder social-democrata pagou a viagem nunca tinham ido sequer a Guimarães, quanto mais à capital. Ao todo, foram 2100 crianças em 38 autocarros. A brincadeira custou a Marcelo cerca de seis mil contos na moeda antiga, cerca de 30 mil euros.
  • Fazer chorar Ferreira Leite
    Quando Durão Barroso escolheu para ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, Marcelo fez um comentário contundente na TVI. “Quem não tem cão caça com gato”, avaliou o comentador, implacável na análise apesar de Manuela ser sua amiga. Ferreira Leite é que, conta o jornalista Vítor Matos na biografia de Marcelo, não terá gostado nada do comentário. A ministra social-democrata chegou a chorar com a avaliação feita pelo amigo. A verdade é que, noutras alturas, um elogio de Marcelo às “belas pernas” de Ferreira Leite arrancou uma sonora gargalhada à normalmente contida e sisuda social-democrata.
  • Tortura de sono a Vitorino
    As negociações para a revisão constitucional foram duras. Marques Mendes negociou horas com Jorge Lacão no parlamento. Mas no final foi Marcelo quem afinou os últimos pontos com António Vitorino, então ministro da Defesa e da Presidência de António Guterres e seu antigo aluno na Faculdade de Direito. Rebelo de Sousa esteve das três às seis e meia da manhã ao telefone com Vitorino para desbloquear os últimos pormenores da longa negociação. O ministro socialista tinha uma reunião com militares no dia seguinte às nove da manhã e, à medida que a conversa se alongava, ia ficando nervoso com a ideia de não conseguir dormir e muito ensonado. Para o líder do PSD, habituado a dormir pouco, era uma táctica negocial: com as resistências em baixo, António Vitorino cederia mais facilmente ao argumentário de Marcelo Rebelo de Sousa.


© Fornecido por Jornal i

https://ionline.sapo.pt/artigo/494376/as-20-loucuras-de-marcelo-rebelo-de-sousa?seccao=Portugal  - Margarida Davim 27/01/2016

Coronavírus – (covid-19) Situação.

situação do covid-19, segundo a OMS.

https://experience.arcgis.com/experience/685d0ace521648f8a5beeeee1b9125cd

Obras públicas: manipulação política dos processos de decisão.


Mário Lopes


Na sequência do “chumbo” da Linha Circular do Metro de Lisboa na Assembleia da República e do “chumbo” do aeroporto do Montijo por algumas autarquias, levantou-se um coro de “indignados” no PS e na comunicação social, contra a intromissão da AR na esfera do poder executivo, contra as coligações negativas, contra a “estupidez”, contra o bota-abaixo na AR, contra aqueles que são sempre do contra, contra os irresponsáveis que bloqueiam projectos que foram sujeitos a debate público, pareceres técnicos e Estudos de Impacte Ambiental (EIA), que há um tempo para debate, outro para decisão e agora é o tempo da execução, etc. Sobre a manipulação dos processos de decisão destes projectos pelo Governo, que pouco mais foram que encenações para induzir em erro a opinião pública de forma a justificar projectos indefensáveis do ponto de vista do interesse público, nem uma palavra.  O facto de os argumentos apresentados no debate público que demonstram que estes projectos estão mal fundamentados e são extremamente negativos para a competitividade da economia terem sido ignorados não lhes interessa nada. O facto de o Governo se recusar a divulgar alguns dos estudos que fundamentam estes projectos não lhes interessa nada. O facto de outros estudos terem conclusões mal fundamentadas e aparentemente encomendadas não lhes interessa nada. A única coisa que interessa aos boys e opinadores “indignados” é que, como o Governo montou estas encenações, agora o país tem a obrigação de o deixar desperdiçar centenas de milhões de euros de dinheiros públicos e comprometer o futuro da nossa economia.

Vejamos em detalhe ambos os casos.

 

Aeroporto do Montijo

1. O estudo de procura, para justificar a longevidade do projecto: as conclusões, por não estarem fundamentadas, parecem ter sido encomendadas. Neste estudo, datado de 2016, as taxas de crescimento do tráfego de passageiros na Portela, de 2016 até ao presente, são muito inferiores às verdadeiras. E quanto ao médio e longo prazo, o estudo admite que a partir de 2025 a procura de tráfego aéreo de passageiros em Lisboa crescerá de forma igual ao PIB, a 2% ao ano. No entanto, como o próprio estudo reconhece, o tráfego aéreo tem crescido mais do que o PIB de forma consistente ao longo do tempo. O crescimento médio na Portela, entre 1970 e 2017, foi de 5,4% ao ano. Os estudos de procura da Airbus apontam para um crescimento de 4,8% a nível mundial durante a próxima década. E o tráfego em Lisboa tem subido mais do que a média mundial de forma consistente há muitos anos. Se se admitir o valor da Airbus, que não tem o menor interesse em falsear este tipo de estudos para não perder dinheiro, a solução Portela+Montijo saturará em 2030 e não em 2062, ou seja, não é uma solução para a falta de capacidade aeroportuária de Lisboa, mas apenas um remendo temporário e um desperdício de recursos. 2. No EIA, afirma-se que a solução Montijo é mais barata e rápida de construir que um aeroporto novo em Alcochete. É verdade se se comparar com um aeroporto novo com duas pistas e uma capacidade cinco vezes maior do que o aeroporto do Montijo. Mas é falso se se comparar com uma 1.ª fase em Alcochete de capacidade semelhante ao aeroporto do Montijo. Ou seja, o EIA é intelectualmente desonesto na comparação com a principal alternativa.

 

Linha Circular do Metro  de Lisboa

1. Os principais argumentos que o Metro e o Governo apresentam para a justificar são: permite melhorar a frequência, ou seja, reduzir os intervalos de tempo entre comboios, e permite uma ligação directa do Cais do Sodré ao eixo central (Entrecampos a Marquês de Pombal), para onde se dirige a maior parte dos passageiros vindos da Linha de Cascais. É verdade, mas só comparando com a situação em 2017, quando o Governo anunciou a construção da Linha Circular, pois a falta de material circulante  e pessoal obrigava a aumentar os espaçamentos entre comboios e a Linha Amarela não liga à Linha de Cascais. É falso se se comparar com a alternativa do anterior plano de expansão, o prolongamento do Rato para Alcântara. Ou seja, para enganar a opinião pública bastou a nuance de não comparar a Linha Circular com a alternativa mas com a situação existente. Ainda por cima, a alternativa de Alcântara é mais barata se a linha aí chegar em viaduto. 2. O Governo diz que tem um estudo que mostra que a Linha Circular é a melhor alternativa para atrair mais passageiros para  o Metro. Para “concluir” isso, comparou com uma alternativa ainda pior, que seria o prolongamento da Linha Vermelha só até Campo de Ourique, portanto sem ligar à Linha de Cascais. Ou seja, o estudo não demonstra que a Linha Circular é a melhor opção, apenas demonstra que não é a pior, o que é diferente. Além disto, o Governo não mostra o estudo, diz que é confidencial, mas não diz porquê. É como se dissesse: “Temos um estudo que mostra que a nossa opção é a melhor, mas não queremos que ninguém possa comfirmar isso.” Isto é um processo de decisão transparente e credível?


Professor auxiliar do Instituto Superior Técnico

CTT

Empresa tem oito meses para reabrir 27 estações  de correios em todo o país.

CTT: Aljustrel passou “a ter pessoal competente que sabe do ofício”. Os Correios reabriram em Aljustrel.  No mesmo edifício onde era frequente  o protesto dos cidadãos pelo mau serviço prestado pela gestão privada, observa-se agora um ambiente de satisfação. A loja dos correios de Aljustrel foi o quinto estabelecimento reaberto depois de Vila Flor, Alpiarça, Melgaço e Redondo, dos 33 que foram encerrados em sedes de concelho de norte a sul de Portugal ao longo dos últimos anos.

Ainda há 27 municípios sem estações de correio!!!

A Anacom exigiu então que todos os municípios tivessem uma estação ou um posto com toda a panóplia de serviços assegurados nas estações, e em condições equivalentes.

sexta-feira, 13 de março de 2020

O “menino bonito” (Rui Rangel)

Quem levou Rui Rangel ao colo até aos píncaros da fama também tem de reflectir sobre o que fez e deixou de fazer!

Conheci mal o Ex-juiz Rui Rangel. Quando cheguei à carreira, no princípio dos anos 90, estava ele a sair muito mal visto e chamuscado do cargo de secretário-geral da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP). Tirando a participação num curso de jornalismo judiciário que ele organizou e meia dúzia de contactos fugazes há muitos anos, nunca foi pessoa com quem tivesse intimidade ou relacionamento social ou profissional próximo. A última vez que falámos foi em 2007 e a conversa acabou mal. Por causa de uns disparates que tinha escrito num artigo de opinião sobre o “caso Esmeralda”, teve um processo disciplinar por violação do dever de reserva e queria que a ASJP o apoiasse publicamente. Não gostou da resposta que ouviu e nunca mais falámos. Rui Rangel era um severo crítico da justiça e dos juízes e serviu-se bem desse papel de “maledicente útil”, que lhe abriu portas em muitos lados. Gabava-se de ter pouquíssimos amigos na magistratura e era verdade. A generalidade dos juízes não gostava dele. As histórias que se ouviam do passado não ajudavam e sobretudo ninguém lhe reconhecia legitimidade ética nem representatividade para passar a vida nas televisões e nos jornais a puxar orelhas e dar sermões sobre tudo e mais alguma coisa, com indisfarçável sobranceria. Agora é fácil dizer que os sistemas internos de controlo e responsabilização foram complacentes com um juiz à volta de quem já existiam demasiadas dúvidas, visíveis para toda a gente. Já não é o primeiro jornalista que me diz isso em conversas informais. Talvez. Mas isso não explica tudo. As análises sobre as causas e consequências da ascensão e queda do mediático Rui Rangel não podem passar ao lado de um segmento de responsabilidade moral de que também se tem de falar. Se ele caiu pelos erros que cometeu e se demorou tanto a cair por inércia do sistema, é preciso dizer que a queda só foi tão estrondosa porque alguém o fez subir mais alto do que ele valia e merecia. Rui Rangel era irmão de um jornalista famoso, muito querido e influente na classe, que criou dois órgãos de comunicação social importantíssimos e deu trabalho a muita gente. Isso contribuiu muito para que o levassem ao colo como o “menino bonito” da imprensa durante mais de 20 anos. Rui Rangel tinha escancaradas as portas das televisões, das rádios e dos jornais e não eram poucos os jornalistas que se derretiam com a sua presença. Se havia um caso na justiça, lá estava ele a comentar. Se vinha uma lei nova sobre qualquer coisa, lá iam a correr saber o que ele achava. Se mudava o ministro, era preciso perguntar a opinião dele. Deram-lhe um programa semanal para se exibir e ganhar mais notoriedade. Até nas revistas cor de rosa a dançar com as namoradas ou a entrar em festas VIP o dr. Rangel tinha lugar. Depois, criou a Associação de Juízes pela Cidadania, com 13 juízes amigos, bem-intencionados mas ingénuos, e foi todo um outro novo palco que se abriu. Para a imprensa era indiferente que a associação em nome de quem passou a falar não tivesse qualquer tipo de representatividade. Agora já nas vestes de uma legitimidade que nunca teve, continuava a ser o “menino bonito” com lugar cativo nas televisões. No mundo da política passou a ser um interlocutor válido, a quem se pediam pareceres sobre projectos legislativos. É evidente que toda esta exposição desmedida colocou Rui Rangel num pedestal de notoriedade e influência, que certamente lhe deu uma rede de contactos e proximidade a outros centros de interesse e influência que como simples juiz nunca teria. E é aqui que começam a surgir algumas questões ao lado das quais não podemos passar. Se for verdade o que se diz, então essas pessoas todas que agora acusam o sistema de justiça se ter fechado os olhos também não viram nada? Os carros de alta cilindrada, os fatos caríssimos, os jantares em restaurantes de luxo, a presença nas festas dos famosos? Tudo isso de que agora falam não era visível? Pois é, quem levou o “menino bonito” ao colo até aos píncaros da fama também tem de refletir sobre o que fez e deixou de fazer. A imprensa tem o poder de endeusar, de criar personalidades e de promover pessoas, sem que algumas tenham qualidade ou merecimento, esquecendo a sua relevante função social. Depois, quando a pessoa inevitavelmente cai, são os primeiros a apontar o dedo. O Pinóquio teve um pai.


Manuel Soares

Presidente da Direcção da Associação Sindical dos Juízes Portugueses

quarta-feira, 11 de março de 2020

EVITAR O DESPERDÍCIO TAMBÉM É POUPAR

O desperdício alimentar acontece todos os dias com milhares de famílias portuguesas. Mas saber evitar o desperdício também é poupar.

Por isso, decidimos reunir algumas dicas que o vão ajudar a evitar o desperdício em sua casa e a transformar este problema numa solução de poupança.

https://www.intermarche.pt/momentos-intermarche/momentos-de-poupanca-e-sustentabilidade/acabe-com-o-desperdicio-alimentar/?utm_source=plista&utm_medium=display&utm_term=&utm_content=banner&utm_campaign=Intermarche_Março_2020

Morreu o banqueiro que deixou uma conta de 4,7 mil milhões para o Estado pagar.

O Estado… isto é todos nós!

O valor final do caso BPN ainda pode chegar aos 10 mil milhões de euros, mas ainda assim Oliveira Costa, que morreu esta terça-feira, pôde viver na sua casa de luxo em Lisboa sem cumprir um dia de prisão a que foi condenado.

Eram 18h45 de um fim-de-semana quando José de Oliveira Costa saiu da sua casa em Lisboa, entre o Largo do Rato e a Estrela. Era Novembro de 2018 e assinalavam-se exactamente 10 anos desde as primeiras notícias de irregularidades no Banco Português de Negócios (BPN) e o homem que geriu o banco entre 1998 e 2008 passava agora ao lado da marisqueira Sem Vergonha, situada ao lado de sua casa.
Oliveira Costa mora no 5º andar de um prédio de luxo. Cá em baixo, à sua espera estava alguém que se identificou apenas como "um amigo de longa data". O Ex-banqueiro não quis falar com a SÁBADO e o amigo disse apenas que Oliveira Costa ia "fazer fisioterapia".
Os dois homens viraram costas e seguiram lentamente, de braço dado, a conversar. Sobre os ombros de Oliveira Costa pesavam talvez dois números: 15 e 12 anos de prisão. O primeiro é a pena a que foi condenado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento e fraude fiscal qualificada no âmbito do processo principal do caso BPN.
Na decisão de Maio de 2017 (rectificada há poucos dias, a 16 de Novembro), o Juízo Central Criminal de Lisboa não poupou nos termos: "culpa elevada (…) excepcionalmente grave ilicitude (…) estratégia pensada delineada e estruturada ao pormenor, que permitiu durante oito anos a omissão de registos contabilísticos (…) comportamento delituoso em vários negócios concretos (…) um montante de €9.253.246,09 de que se apropriou".
Também em Novembro, Oliveira Costa foi condenado a 12 anos de prisão por dois crimes de burla relacionados com negócios não financeiros, tendo a sentença termos como "gravíssimo dolo" e atitudes "oportunistas, gananciosas e sem escrúpulos".
Os processos estão em sede de recurso e não há horizontes para saber se o Ex-banqueiro alguma vez será preso. Em seu crédito tem oito meses de prisão preventiva (entre Novembro de 2008 e Julho de 2009) e 16 meses de prisão domiciliária (de Julho de 2009 a Novembro de 2010).
Usufruto em vida
Oliveira Costa reformou-se em Fevereiro de 2008, meses antes de rebentar o escândalo BPN. Em Março separou-se judicialmente de pessoas e bens, mas continuou a viver com a mulher, com quem tem dois filhos. Isolou-se socialmente e como trabalhou três décadas no Banco de Portugal tem uma reforma de €2.600 (metade retida para fazer face às dívidas).
Desde 2010, o Estado injectou 4,725 mil milhões de euros no BPN. Ou seja, há oito anos que cada português dá €59,06 todos os meses para pagar a gestão de Oliveira Costa. Para 2019, o Orçamento do Estado pede mais 548 milhões, e o enredo está a meio. Segundo o Jornal de Negócios, as sociedades-veículo criadas pelo Estado para ficarem com os activos do BPN (Parvalorem, Parups e Parparticipadas) tinham em 2017 capitais próprios negativos de 4,9 mil milhões de euros.
O saldo final do BPN pode então custar mais de 10 mil milhões de euros - verba que daria para pagar toda a despesa com saúde pública prevista para 2019.
Apesar destes números desastrosos para as contas públicas, o Ex-banqueiro conseguiu compaixão do Estado. Oliveira Costa mora no apartamento da Avenida Álvares Cabral em regime de usufruto em vida. O Estado - neste caso a Parvalorem - só vai alienar o imóvel quando Oliveira Costa morrer.
O património foi um dos episódios do processo. Parecendo adivinhar o que aí vinha, Oliveira Costa fez uma partilha de bens com a mulher a 10 de Março de 2008. No documento, a que a SÁBADO teve acesso, o casal dividiu entre si 6,5 milhões de euros. Cada um ficou com metade, mas à mulher calhou o que era seguro (ver caixa).
O Ministério Público (MP) não acreditou na bondade da separação e foi deitando a mão ao que pôde. Em 2013, Maria Yolanda acordou passar para a Parvalorem os imóveis, com um valor patrimonial tributário de 887 mil euros. Foi neste acordo que o Estado cedeu o usufruto em vida da casa de Lisboa. Um dos imóveis que passaram para o Estado, apurou a SÁBADO, foi vendido este ano (ver caixa).
Oliveira Costa, nascido em 1935 em contexto rural e humilde, caminhou em frente até ao Jardim da Estrela, que atravessou vagarosamente e depois para casa, uma hora após a partida. Estava feita a "fisioterapia". O Ex-banqueiro do BPN subiu depois no elevador até ao seu quinto andar, de onde, com vista para Lisboa e o rio, espera sentado.

https://www.sabado.pt/dinheiro/detalhe/morreu-o-banqueiro-que-deixou-uma-conta-de-475-mil-milhoes-para-o-estado-pagar?ref=Geral_DestaquesHP_portugal

Teste Rápido para despistagem de racistas…

Este teste foi aprovado pela mesma entidade que   aprovou as recentes OPAs em Portugal, por isso é 100% fiável e de natureza altamente intelectual.


Tem de responder rápido (instintivamente):

             Num galinheiro existiam 30 galinhas.

             Um preto levou 10.

             Quantas galinhas ficaram no galinheiro?


Resultado:


             Se respondeu 20 galinhas - É RACISTA

             Se respondeu 40 galinhas - Não é racista.


Explicação:


Se havia 30 e o preto levou mais 10, ficaram 40 galinhas.

Ninguém disse que o preto as tinha roubado.

Sinfonia nº 8 em si menor, D. 759, “Inacabada”

Um administrador de Empresa adepto da doutrina neoliberal recebeu um convite para assistir a um concerto e ouvir a "Sinfonia Incompleta" de Franz Schubert.

Estando impossibilitado de comparecer, deu o convite ao seu Consultor para a Organização, Sistemas e Métodos.


Na manhã seguinte o administrador perguntou-lhe se tinha gostado do concerto. Ao invés de comentários sobre o que ouvira e vira, recebeu o seguinte Relatório:

R. nº 13/04

De: Organização, Sistemas Métodos

Para: Administração

Refª: Schubert - Sinfonia Incompleta

1- Por um período considerável de tempo, os músicos com oboé não tinham nada para fazer. O seu número deveria ser reduzido e o seu trabalho redistribuído pelos restantes membros da orquestra, evitando-se assim estes picos de inactividade;

2- Todos os violinos da primeira secção, doze ao todo, tocavam notas idênticas. Isso parece ser uma duplicação desnecessária de esforços e o número de violinos nessa secção deveria ser drasticamente reduzido. Se for necessário um volume de som alto, isso poderia ser obtido através do uso de um amplificador;

3- Muito esforço foi despendido ao tocarem semitons. Isto parece ser um preciosismo desnecessário e seria recomendável que as notas fossem executadas no tom mais próximo. Se isso fosse feito, poder-se-iam utilizar estagiários em vez de profissionais;

4- Não há utilidade prática em repetir com os metais a mesma passagem já tocada pelas cordas. Se toda esta redundância fosse eliminada, o concerto poderia ser reduzido de duas horas para apenas vinte minutos;

5- Enfim, resumindo as observações dos pontos anteriores, podemos concluir que se o Sr. Schubert tivesse dado um pouco de atenção a estes pontos, talvez tivesse tido tempo para terminar a sua sinfonia.

Desconheço a autoria, mas está fantástico.

terça-feira, 10 de março de 2020

Indemnizações a futebolistas alarmam seguradoras e clubes.

O caso Brassard abriu o caminho em 2003.

As seguradoras queixam-se de perdas substanciais  e os prémios pagos pelos clubes ultrapassam os 18 milhões  de euros anuais. Sá Pinto, Liedson ou Abel Ferreira  são alguns dos Ex-futebolistas a quem os tribunais  deram razão por lesões ocorridas anos antes.

“As seguradoras discordam  dos valores das indemnizações calculadas, em muitos casos, com base em elevadas remunerações.”

“1,3 valor, em milhões de euros, que Abel Ferreira recebeu de indemnização por uma lesão, diluído numa pensão mensal actualizada anualmente”

“Existem muitos outros custos que podem e devem ser reduzidos, como, por exemplo, os custos crescentes com a intermediação”

“O meu caso tomou proporções tais,  que levou o Governo  a mudar a lei.”   Fernando Brassard Ex-futebolista”

O caso Brassard abriu o caminho em 2003. Antigo jogador e agora treinador de guarda-redes na Federação Portuguesa de Futebol recebeu uma pensão vitalícia de 3300 euros mensais por causa de uma lesão contraída num treino. Antigo jogador e agora treinador de guarda-redes na Federação Portuguesa de Futebol recebeu uma pensão vitalícia de 3300 euros mensais por causa de uma lesão contraída num treino.

“A UE está a fazer o sonho de Trump: militarizar a fronteira”

Gerald Knaus Considerado o arquitecto do plano entre a União Europeia e a Turquia, defende uma segunda versão do acordo aproveitando o que funcionou e melhorando o que falhou.

“Este é um momento de grande perigo, não só para o regime  de refugiados  que vigora desde 1951 mas para  o Estado  de direito que é o que une a UE”.

“Se algo que está nos tratados europeus, nas convenções internacionais, pode ser abolido, o que impede  os países de abolir o direito  de liberdade de expressão?”

Aeroporto de Lisboa: ética precisa-se.

Felizmente,  os engenheiros têm uma Ordem que saberá avaliar quem, neste caso, violou os seus estatutos”

Opinião: O engenheiro Pompeu Santos escreveu um artigo de opinião na edição de 24 de Fevereiro do PÚBLICO com o sugestivo título “Aeroporto de Lisboa: ética precisa-se”, onde tece um  conjunto de considerações sobre  a proposta de um aeroporto em Alverca que, por serem falsas, exigem correcção. Por outro lado, não se cingindo a uma análise técnica da questão, resolveu questionar a idoneidade profissional dos engenheiros que subscrevem essa proposta, considerando que os mesmos “desprestigiam a engenharia e a confiança dos cidadãos nela”. Dadas as incorrecções propaladas pelo eng.º Pompeu Santos e as insinuações que faz, somos a requerer o direito de resposta que nos assiste. Comecemos pelos factos. Não é verdade que a pista proposta para o Mouchão da Póvoa, frente a Alverca, se situe “dentro do Tejo”.  A pista desenvolve-se, toda ela, sobre uma parte do terreno do mouchão, que se encontra completamente inviabilizado no seu aproveitamento agrícola desde que, em 2016, um dique de protecção colapsou e nada foi feito para evitar a completa salinização do mouchão. Aliás, só devido a esse facto é que se começou a encarar a possibilidade de aproveitar essa área para aí localizar uma pista com 4200m, tal como previa o caderno de encargos da privatização da ANA, e que o designado aeroporto do Montijo não respeita. Por outro lado, o eng.º Pompeu Santos contesta que a “estimativa de custo do aeroporto em Alverca (tenha um) valor de 1750 milhões de euros”, comparando-o com o valor de €4 a 5 milhões estimado para o aeroporto de Alcochete (CTA), concluindo daí que essa estimativa “não é séria”. O eng.º Pompeu Santos omite duas coisas nesta sua comparação. A primeira é que no CTA a área a terraplanar para a construção das suas duas pistas é incomensuravelmente maior do que a área necessária para a pista de Alverca, sendo este valor da mesma ordem de grandeza da do Montijo, localizado em solos do mesmo tipo, caso seja executado o taxiway que o caderno de encargos exige. Em segundo lugar, omite que o processo construtivo proposto para a pista de Alverca é idêntico ao realizado no aeroporto da Madeira, com a diferença de aí os pilares terem cerca de 50m de altura (contra os 6m em Alverca), assentes sobre estacas com uma profundidade que varia entre os 30 e os 40m. Ora, foram exactamente estes valores que foram considerados pelo eng.º Segadães Tavares (autor do projecto do aeroporto da Madeira) para estimar o custo da pista em Alverca, sendo que as áreas de segurança envolventes da pista de Alverca, com 60m de largura, podem aqui ser realizadas em aterro, ao invés das áreas de segurança da pista do aeroporto da Madeira em que se desenvolvem numa laje de betão armado suportada por pilares assentes em estacas. Segue-se a questão da possibilidade de subida do nível do Tejo e a eventual inundação da pista de Alverca, atendendo a que o mouchão se desenvolve em cotas da ordem dos 2m. Como atrás referido, a pista ficaria à cota de 6m, com folga acima do nível de máxima cheia do Tejo conjugada com o nível de preia-mar de águas vivas acrescida da subida do nível médio do mar de acordo com os cenários oficiais mais pessimistas do IPCC. Contrariamente ao que afirma o eng.º Pompeu Santos, nunca os subscritores da proposta de Alverca manifestaram a sua preocupação “com a possibilidade de, com a subida do nível do mar, o aeroporto do Montijo vir a inundar”, pois, como é sabido, um dos custos da sua realização reside precisamente em elevar a área da plataforma aeroportuária para a cota de 5m. Em Alverca, a cota seria ainda superior (6m). Trata-se, por isso, de uma manobra de desinformação para iludir os leitores sobre o que está verdadeiramente em causa. O mais surpreendente, porém, é a afirmação de que, caso o aeroporto de Alverca fosse realizado, “teria de ser construída uma nova auto-estrada até Lisboa”, dado que o tráfego gerado pelo novo aeroporto (apontado como sendo “da ordem de 50 a 60 mil passageiros (?) por dia”) esgotaria a capacidade da A1. Ora, essa situação nunca ocorreria devido a um conjunto de razões, que são omitidas pelo eng.º Pompeu Santos. Desde logo porque a acessibilidade a Alverca pode ser feita pela CREL (para todo o tráfego dos corredores de Loures, Sintra e Cascais, que geram mais de 40% do tráfego na Portela, não utilizando por isso a A1), como pelo IC2, que funciona como alternativa à A1 para o tráfego de Lisboa. Mas o mais importante é que Alverca tem uma estação de comboio contígua, da Linha do Norte, quadruplicada até Lisboa, que permite ligações à estação do Oriente, Santa Apolónia e a todas as estações da linha de Cintura, e daí às linhas do Metropolitano de Lisboa (ML). Numa altura em que se fala em potenciar a utilização do transporte colectivo (e em que a chegada do ML à Portela se revelou um sucesso em termos de procura), esta possibilidade é indiferente ao eng.º Pompeu Santos. Por último, a proposta do aeroporto em Alverca prevê a construção de um comboio ligeiro automático que o liga ao da Portela, ao mesmo tempo que serve um parque de estacionamento dissuasor servido pela CRIL e IC2. Pelos vistos, esta possibilidade também não entra nas “contas” do eng.º Pompeu Santos. Para além desta forma (essa sim pouco séria) de abordar a alternativa de Alverca, o que não pode deixar de se lamentar é o facto de estas questões terem sido discutidas e esclarecidas num debate realizado a 16 de Janeiro na Casa da Imprensa, para o qual o eng.º Pompeu Santos foi convidado a defender o aeroporto do Montijo, e onde lhe foram demonstrados os erros em que baseava a sua crítica à alternativa de Alverca. Ao contrário do seu artigo, nunca nesse debate se pôs em causa a sua idoneidade, centrando-se a discussão nas questões técnicas relativas a cada uma das soluções e nas suas implicações para o aeroporto e população de Lisboa. Quanto à necessidade de ética no exercício da profissão de engenheiro, felizmente, os engenheiros nacionais têm uma Ordem profissional que saberá avaliar quem, neste caso, violou os seus estatutos.

 

António Segadães Tavares engenheiro civil, autor dos projectos premiados da ampliação do aeroporto da Madeira e do Pavilhão de Portugal da Expo 98, entre outros

António Carmona Rodrigues engenheiro civil, professor da UNL, Ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa 

António Gonçalves Henriques, engenheiro civil, professor do IST, Ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente Fernando Nunes da Silva engenheiro civil, urbanista, professor do IST

José Furtado, engenheiro civil especialista em planeamento estratégico de infra-estruturas de transporte

Luís Póvoas Janeiro  professor da Universidade Católica

Ricardo Reis  professor da Universidade Católica

Rui Vallejo de Carvalho  professor da Universidade Católica