sábado, 19 de setembro de 2020
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Causas da morte dos Reis Portugueses
Curiosidade e , porque não, conhecimento!
"Entre os 34 reis que ocuparam o trono português, apenas um atingiu e excedeu os 80 anos de idade: a rainha reinante, D. Maria I; somente outros três atingiram e excederam os 70 anos: D. Afonso I, D João I e Filipe II de Espanha.
1ª Dinastia
- D. Afonso Henriques, senilidade, morre com 76 anos, encontra-se sepultado na Igreja de St.ª Cruz de Coimbra;
- D. Sancho I, lepra (?), morre com 57 anos, encontra-se sepultado na Igreja de St.ª Cruz de Coimbra;
- D. Afonso II, lepra, morre com 38 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro de Alcobaça;
- D. Sancho II, lepra (?), morre com 45 anos, encontra-se sepultado na Catedral de Toledo;
- D. Afonso III, reumatismo, morre com 69 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro de Alcobaça;
- D. Dinis, (?), morre com 64 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro de Odivelas;
- D. Afonso IV, (?), morre com 67 anos, encontra-se sepultado na Sé de Lisboa;
- D. Pedro I, epilepsia, morre com 47 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro de Alcobaça;
- D. Fernando, tuberculose, morre com 38 anos, encontra-se sepultado na Igreja de S. Francisco de Santarém.
(média dinástica de vida 56 anos).
2ª Dinastia:
- D. João I, senilidade, morre com 76 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro da Batalha;
- D. Duarte, peste, morre com 47 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro da Batalha;
- D. Afonso V, psiconeurose, morre com 49 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro da Batalha;
- D. João II, nefrite, morre com 40 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro da Batalha;
- D. Manuel I, peste, morre com 52 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos;
- D. João III, trombose cerebral, morre com 55 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos;
- D. Sebastião, morte violenta, morre com 24 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos;
“Ficou tal túmulo no transepto da Igreja dos Jerónimos, do lado da Epístola, onde se vê ainda hoje (…)”.
“ Que o sebastianismo se instaurasse como uma espécie de religião patriótica, enquanto durou o cativeiro espanhol, compreende-se.
Mas que ele se mantenha durante quatro séculos, aguardando-se a manhã de nevoeiro em que o infeliz monarca há-de surgir, isto é que já custa a compreender”.
“Desde o milagre de Ourique (…) e o envenenamento de todos os filhos do infante D.Pedro até ao carácter intriguista e maldoso do 1º Duque de Bragança, o qual “com certeira seta matou o seu irmão, D. Pedro”, em Alfarrobeira; desde o feitio justiceiro do sanguinário D. Pedro I até à ineficácia das vastas reformas pombalinas, a nossa História anda cheia de lendas e de especulações, que cumpre eliminar.”
- D. Henrique, tuberculose, morre com 68 anos, encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.
(média dinástica de vida 51 anos).
3ª Dinastia:
reis castelhanos
- Filipe II, gota, morre com 71 anos, encontra-se sepultado no Panteão do Escorial;
- Filipe III, erisipela, morre com 43 anos, encontra-se sepultado no Panteão do Escorial;
- Filipe IV, neurastenia, morre com 60 anos, encontra-se sepultado no Panteão do Escorial.
(média dinástica de vida 58 anos).
4ª Dinastia:
- D. João IV, litíase vesical, morre com 52 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;
- D. Afonso VI, tuberculose, morre com 40 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;
- D. Pedro II, Tuberculose? Sífilis? *, morre com 58 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;
- D. João V, epilepsia, morre com 61 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;
- D. José, trombose cerebral, morre com 63 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;
- D. Maria I, psicopatia, morre com 82 anos, encontra-se sepultada na Basílica da Estrela;
- D. João VI, envenenado, de acordo com recentes investigações (ano de 2000) realizadas por especialistas às vísceras do rei*, morre com 59 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;
- D. Pedro IV, tuberculose, morre com 36 anos, encontra-se sepultado na Catedral de Petrópolis, Brasil;
- D. Miguel, edema pulmonar? enfarte do miocárdio?*, morre com 64 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;
- D. Maria II, parto distócico, morre com 34 anos, encontra-se sepultada no Panteão de S. Vicente de Fora;
- D. Pedro V, febre tifóide, morre com 24 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;
- D Luís, neurosífilis*, morre com 51 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;
- D. Carlos, morte violenta, morre com 45 anos, encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora;
- D. Manuel II, edema da laringe, morre com 43 anos; encontra-se sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora.
(média dinástica de vida 51 anos).
(ref. “Causas de Morte dos Reis Portugueses”, J.T.Montalvão Machado)
* In “A Doença e a Morte dos Reis e Raínhas da Dinastia de Bragança” - José Barata.
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Costa e Medina sobrevivem à comissão.
António Costa Silva apresentou o plano estratégico e foi um tremendo sucesso. Aquilo foi a hora e meia mais soporífera de que tenho memória e eu assisti a imensos jogos do Benfica na década de 90.
Prossegue a polémica em torno da presença de António Costa e Fernando Medina na Comissão de Honra da candidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica. Francamente, não acho que tal se possa atribuir à má vontade dos portugueses. Julgo que a culpa é do facto de, neste caso, a palavra “comissão” aparecer a par dos nomes de detentores de importantes cargos políticos. Nestas circunstâncias, como que condicionados por experiências passadas traumáticas, o termo “comissão” não nos remete propriamente para “Comissão de Honra”. Remete, sim, para coisas como “documentos”, “fotocópias mais miúdas”, ou mesmo “robalos”. Ou seja, sendo indiscutível que este caso envolve um problema ético, a principal razão do acosso ao Primeiro-Ministro e ao presidente da Câmara de Lisboa é, na verdade, de natureza semântica.
E na linha da frente da censura à presença de Costa e Medina na Comissão de Honra de Luís Filipe Vieira está Ana Pugna-pela-transparência-dos-detentores-de-cargos-públicos Gomes. A candidata a Presidente, Ana Com-ela-injustiças-nem-pensar Gomes, aproveitou o seu espaço de opinião na SIC Notícias para dizer que espera ver consequências desta decisão. Já o facto de manter um espaço de opinião televisivo enquanto é candidata à Presidência não pareceu a Ana Não-deixa-passar-em-claro-quaisquer-incompatibilidades Gomes minimamente estranho. Começa bem a sua campanha eleitoral, Ana Coerência-é-muito-gira-mas-é-para-os-outros Gomes, a receber uma inédita aula de contenção de Marcelo Rebelo de Sousa, que saiu da TVI quando se candidatou à Presidência da República.
Bom, mas se no plano pessoal António Costa tem em mãos este tema delicado, já em termos políticos as coisas correm pelo melhor. Isto porque ontem António Costa Silva apresentou o plano estratégico para os próximos dez anos e foi um tremendo sucesso. Não o plano em si, que se pode resumir sinteticamente num “Acho que devíamos fazer, tipo, cenas fixes”. O grande êxito foi mesmo o verborreico Costa Silva. Aquilo foi a hora e meia mais soporífera de que tenho memória e eu assisti a imensos jogos do Benfica na década de 90. O que abre espaço a uma excelente oportunidade. Na minha opinião, o que há a fazer é o seguinte. Convidamos todos os líderes europeus para mais uma apresentação de Costa Silva. Mas, desta feita, em vez da apresentação durar escassos 90 minutos, deixamos o Costa Silva espraiar-se durante, digamos, 20 anos. Quando os líderes europeus acordarem e voltarem ao trabalho nos seus países, talvez Portugal tenha recuperado algum do terreno que perdemos para os parceiros europeus nas últimas décadas. Com sorte, quem sabe não recuperamos para aí uns 6 meses.
A propósito de estadistas de projecção internacional, há escândalo no mundo da diplomacia. Donald Trump foi proposto para prémio Nobel da Paz. Para Prémio Nobel da Paz! Como é possível? Quem foram os fascistas que propuseram tal heresia? Eu digo-vos quem foram. Os culpados são – fixem estes nomes – Christian Tybring-Gjedde, deputado norueguês, e Magnus Jacobsson, deputado sueco. Obviamente, dois nazis, execráveis ovelhas ranhosas, que só confirmam a regra da exemplaridade dos cidadãos da Noruega e Suécia, países-fetiche para tudo quanto é progressista que se preze. Realmente, a quem mais passaria pela cabeça atribuir o prémio Nobel da Paz a Donald Trump? Só porque o homem mediou o histórico acordo de abertura de relações entre Israel e os Emiratos Árabes Unidos. Grande coisa. E porque patrocinou o tratado de normalização de relações entre o Kosovo e a Sérvia. Quem nunca? E porque foi fundamental no acordo entre Israel e Kosovo, que fará deste o primeiro país de maioria muçulmana a abrir uma embaixada em Jerusalém. Isso também eu! E porque é expectável que, em breve, interceda pela normalização das relações entre Sudão, Bahrein e Oman e Israel. Sempre quero ver isso. Incrível, como qualquer pormenorzinho irrelevante serve a estes fascistas para promoverem o Trump. Esse… esse… esse indivíduo com um cabelo meio esquisito.
Tiago Dores
https://observador.pt/opiniao/costa-e-medina-sobrevivem-a-comissao/
terça-feira, 1 de setembro de 2020
Gangues de imigrantes assolam a Dinamarca e a única solução é a deportação: Ex-ministro da imigração
Além de sua falta de vontade de se integrar à sociedade dinamarquesa, o maior problema que os imigrantes representam é que eles cometem duas vezes e meia mais crimes, muitos deles violentos, escreve o Ex-ministro da imigração Inger Støjberg em um comentário no portal de notícias BT , com sede em Copenhague .
“É melhor ser honesto e ser franco: a imigração não-ocidental e, portanto, principalmente muçulmana, prejudicou a Dinamarca muito mais do que beneficiou”, escreveu ela no BT.
Ela diz que, apesar da integração de alguns migrantes, é difícil ignorar o dano que a imigração causou à sociedade dinamarquesa.
Støjberg diz que esses males sociais variam, incluindo “exigências de direitos especiais em escolas, locais de trabalho e piscinas; utilização de benefícios sociais; falta de vontade de contribuir; desrespeito pelas autoridades e comportamento criminoso em nossas ruas”.
Crime de migrantes domina na Dinamarca
Støjberg acredita que a razão para a longa lista de problemas que o número excessivo de estrangeiros coloca é, obviamente, em primeiro lugar, que muitas pessoas vêm para a Dinamarca, mas também que os dinamarqueses não conseguiram impor a essas pessoas um comportamento adequado e respeito pela maneira dinamarquesa da vida. Ela afirma que um problema muito claro colocado pela imigração não-ocidental é o crime.
“Há uma forte representação excessiva de criminosos de países não ocidentais, como as estatísticas de crimes indicam claramente”, escreve Støjberg. “Imigrantes e descendentes de países não ocidentais estão super-representados em 255% em relação à sua parcela real da população na Dinamarca.”
Estatísticas de anos anteriores também parecem apoiar suas alegações. Por exemplo, em 2012, a polícia nacional dinamarquesa informou que as taxas de condenação por 1.000 residentes na Dinamarca totalizaram 12,9 para cidadãos dinamarqueses, 114,4 para cidadãos somalis e 54,3 para cidadãos vindos de outros países.
E não apenas os imigrantes estão desproporcionalmente representados nas estatísticas de crimes, mas também estão envolvidos em crimes de alto perfil. Em outras palavras, Støjberg afirma que os migrantes não estão apenas sendo presos por um pacote roubado de chiclete no supermercado local.
“Não, são tiroteios nas ruas a céu aberto, é uma loucura dirigir nas cidades do interior e são ataques injustificados de grupos a pessoas inocentes. Parte deste crime é crime de gangue regular. As gangues de imigrantes têm uma propensão à violência que nunca conhecemos antes na Dinamarca”, escreveu ela.
Os migrantes de segunda geração também não estão necessariamente se integrando bem. As estatísticas mostram que os homens de segunda geração de descendência não ocidental têm visto um grau crescente de criminalidade, com dados mostrando um aumento de 60% nos crimes cometidos por esse grupo demográfico entre 2007 e 2012.
Alguns comentaristas liberais tentaram identificar a super-representação de migrantes na Dinamarca com base na idade mais jovem e nos níveis de pobreza de muitos homens migrantes, no entanto, pesquisas mostraram que os migrantes são amplamente super-representados no crime, mesmo quando esses fatores são levados em consideração.
A BT examinou os dados e descobriu , por exemplo, que os somalis são 3,5 vezes mais propensos a cometer um crime violento do que os homens dinamarqueses da mesma idade e nível de renda. Os somalis tiveram a maior taxa de criminalidade entre 2014 e 2018, em relação à sua população, mas foram seguidos por iraquianos e turcos.
'Há realmente apenas uma solução para esses estrangeiros criminosos endurecidos: deportação da Dinamarca'
Ela também descreveu como outro portal de notícias dinamarquês Weekendavisen publicou um longo artigo sobre como os remanescentes da gangue de imigrantes desmantelada Exército Negro em Vollsmose caçam e maltratam, entre outros, os sem-teto da região. Pessoas sem-teto, por exemplo, são obrigadas a entregar seus benefícios em dinheiro, vender drogas e são abusadas e até têm seus dedos cortados se não obedecerem.
“É completamente escandaloso tratar os mais fracos da sociedade dessa maneira e mostra o cinismo e a falta de integração com que esses estrangeiros agem em relação ao resto da sociedade dinamarquesa”, escreveu Støjberg. “Imagine viver sua vida dessa maneira miserável. As gangues de imigrantes são e serão um fator desestabilizador tanto por causa da inaudita prontidão para a violência que demonstram, mas também pelo fato de não manterem a violência 'dentro de suas próprias fileiras', mas também transborda para os inocentes. ”
Ela também apontou uma série de assassinatos recentes que chegaram às primeiras páginas dos jornais em todo o país, incluindo o que ela escreveu foi um assassinato recente de gangue que resultou simplesmente de um espectador inocente gritando com membros de gangues.
Støjberg também diz que agressões graves a agentes penitenciários, não apenas durante o horário de trabalho, mas também durante o tempo livre dos agentes, também são fenômenos completamente novos na sociedade dinamarquesa.
Um dos piores casos foi quando um agente penitenciário foi baleado do lado de fora da prisão de Nyborg por um ex-membro da gangue de imigrantes Black Army.
“Há realmente apenas uma solução para esses estrangeiros criminosos endurecidos: deportação da Dinamarca”, afirmou. “ Toda a experiência mostra que os programas de ressocialização são um desperdício de energia contra esse tipo de criminoso. Precisamos agir de forma mais consistente com estrangeiros criminosos. São pessoas que não contribuem em nada para a sociedade e das quais podemos prescindir tão incrivelmente facilmente na Dinamarca.”
Støjberg acredita que dentro desses grupos há pouco desejo de reabilitação. De fato, muitos deles mostram uma hostilidade esmagadora em relação à sociedade dinamarquesa.
“Eles riem de nós quando tentamos incorporá-los à sociedade no melhor sentido, porque a questão é justamente que eles não querem fazer parte da Dinamarca. Mas a risada presunçosa desaparece e se transforma em desespero e lágrimas quando eles se sentam no banco dos réus no tribunal com uma sentença de expulsão pairando sobre suas cabeças.”
Støjberg é membro do Folketing desde 2001 pelo Partido Liberal. De 2015 a 2019, foi Ministra das Relações Exteriores e Integração no governo minoritário de Lars Løkke Rasmussen.
Imagem do título: A ex-ministra da imigração dinamarquesa Inger Støjberg. (foto: Niels Christian Vilmann)
Esperança, disse ela
Tal como a senhora ministra espera capacidade de controlo do PCP, também deveria esperar que qualquer organizador de concertos, espectáculos e festivais fosse capaz “de cumprir as regras da DGS"
01 set 2020, Laurinda Alves – ‘Observador’
Curiosa formulação esta, da ministra da Saúde, que se declara ao país em ‘modo esperança’ e abusivamente assume que todos nós, cidadãos, esperamos com ela, o mesmo que ela.
E o que espera a senhora ministra da Saúde? Que a organização da festa do Avante “tenha a capacidade de implementar e cumprir as regras da DGS”. Pilatos não diria melhor. E assim como ele lavou dali as suas mãos, também Marta Temido faz o mesmo, esquecendo que o bom exemplo de lavar as mãos se aplica hoje em dia a quase tudo menos ao caso ‘festa do Avante’.
E se a organização não tiver capacidade? E se falhar no cumprimento das regras? E se se estiver nas tintas? Ou se nem sequer as quiser cumprir por discordar delas? E se o pior acontecer, o que é que nós podemos esperar?
Marta Temido lava as mãos e, enquanto as lava e volta a lavar, espera para ver o que acontece.
Gostava de ver se outros ministros, com outras tutelas, eram capazes de declarar ao país que ficam confiantes, simplesmente à espera, em temas críticos para o país. Que tal os ministros da Justiça e da Administração Interna declararem ao país que esperam que não haja ladrões nem roubos, crimes, agressões, corrupção e violência doméstica porque as leis estão certas e até foram feitas recomendações escritas neste sentido?
E que aconteceria se ficassem tranquilamente sentados nos seus gabinetes, à espera que não houvesse incêndios por haver legislação mais que suficiente e a Protecção Civil estar vigilante e a produzir recomendações claras? Ou se esperassem que por haver um código da estrada publicado e revisto periodicamente deixasse de haver mortos na estrada, acidentes e infracções?
E se o ministro da Educação decidisse esperar que nesta pandemia, e para sempre, todas as crianças e jovens estudassem, aprendessem e tivessem boas notas só porque há leis e regras que obviamente todos os professores conhecem, acatam e cumprem? E mais, se esperasse que os professores, suposta e confiadamente bons avaliadores e exímios executores das ditas regras, se aliassem a todos os pais do país, na esperança de que todos se mobilizariam para colaborar com todos e, quem sabe, até com o próprio ministério?
Marta Temido espera e confia cegamente. Faz questão de dizer que “a leitura das regras e a sua análise cabe também à organização”. E justifica a crença, diria mesmo a fé inabalável, ‘na organização’: “quisemos propositadamente que a organização tivesse tempo para as conhecer, para as apreciar e agora vamos esperar que haja o seu cumprimento”.
Esperamos?
Agora, que já todos percebemos que a festa vai avante (desculpem, mas não resisto ao trocadilho) e se contam os dias e as horas para a abertura do recinto, eu sei o que é que espero, senhora ministra. Espero que a senhora se mexa e verifique activamente se o partido comunista, conhecido pelo voluntarismo dos seus militantes e pela sua capacidade de multiplicar postos de controlo e vigilância, vai mesmo cumprir escrupulosamente as regras e recomendações.
Espero que a festa do Avante não seja responsável por acentuar a curva de contágios nem por agravar os surtos provocados pela pandemia. Espero que as autoridades e os controladores do partido controlem como sempre controlaram, espero que tirem a temperatura a quem entra e que verifiquem o uso de máscaras entre quem circula. Espero que tenham casas de banho suficientes e voluntários e funcionários disponíveis para as limpar e desinfectar entre cada uso, antes de entrar o utente seguinte. Espero que haja incontáveis bocas de água para todos poderem manter as mãos lavadas e espero que não esgote o desinfectante.
Espero muita coisa e espero acima de tudo que ‘a organização’ esteja a pensar seriamente em tudo, prevendo milimetricamente cada detalhe de cada coisa, acautelando a saúde dos participantes, mas também de quem habita o perímetro. Ah! E espero que no regresso a casa e às suas comunidades de norte a sul do país, os militantes e visitantes voltem apenas com a coroa de glória por terem participado na sua grande festa, mas não transportem consigo nenhum vírus com coroa.
Já não espero, evidentemente, que haja apenas uma pessoa em cada 8 metros quadrados nos espaços abertos, nem uma pessoa por cada 20 metros quadrados nos espaços cobertos porque isso não está a acontecer em lado nenhum. Jerónimo de Sousa tem razão quando argumenta que isso não acontece nas praias e outros espaços públicos e aí estamos de acordo: o sol quando nasce é para todos.
Enfim, sinceramente espero que corra tudo bem e que a festa não gere novos surtos. Seria um escândalo nacional e um embaraço internacional. E seria certamente um hara kiri para o PCP.
Gostaria, no entanto, de poder esperar muitas outras coisas, para além daquelas que a senhora ministra da Saúde passivamente espera. Espero ativamente que deixe de haver um tratamento discricionário da esperança.
Tal como a senhora ministra espera capacidade de avaliação, implementação e controlo do partido comunista, também deveria esperar que todo e qualquer organizador de concertos, espetáculos, festivais, feiras, congressos, eventos e atividades que mobilizam milhares de pessoas fosse capaz “de implementar e cumprir as regras da DGS”.
Afinal o sol quando nasce não é para todos, mas apenas para aqueles em quem a senhora ministra põe toda a sua confiança e esperança.
Esperança, disse ela
Tal como a senhora ministra espera capacidade de controlo do PCP, também deveria esperar que qualquer organizador de concertos, espectáculos e festivais fosse capaz “de cumprir as regras da DGS"
01 set 2020, Laurinda Alves – ‘Observador’
Curiosa formulação esta, da ministra da Saúde, que se declara ao país em ‘modo esperança’ e abusivamente assume que todos nós, cidadãos, esperamos com ela, o mesmo que ela.
E o que espera a senhora ministra da Saúde? Que a organização da festa do Avante “tenha a capacidade de implementar e cumprir as regras da DGS”. Pilatos não diria melhor. E assim como ele lavou dali as suas mãos, também Marta Temido faz o mesmo, esquecendo que o bom exemplo de lavar as mãos se aplica hoje em dia a quase tudo menos ao caso ‘festa do Avante’.
E se a organização não tiver capacidade? E se falhar no cumprimento das regras? E se se estiver nas tintas? Ou se nem sequer as quiser cumprir por discordar delas? E se o pior acontecer, o que é que nós podemos esperar?
Marta Temido lava as mãos e, enquanto as lava e volta a lavar, espera para ver o que acontece.
Gostava de ver se outros ministros, com outras tutelas, eram capazes de declarar ao país que ficam confiantes, simplesmente à espera, em temas críticos para o país. Que tal os ministros da Justiça e da Administração Interna declararem ao país que esperam que não haja ladrões nem roubos, crimes, agressões, corrupção e violência doméstica porque as leis estão certas e até foram feitas recomendações escritas neste sentido?
E que aconteceria se ficassem tranquilamente sentados nos seus gabinetes, à espera que não houvesse incêndios por haver legislação mais que suficiente e a Protecção Civil estar vigilante e a produzir recomendações claras? Ou se esperassem que por haver um código da estrada publicado e revisto periodicamente deixasse de haver mortos na estrada, acidentes e infracções?
E se o ministro da Educação decidisse esperar que nesta pandemia, e para sempre, todas as crianças e jovens estudassem, aprendessem e tivessem boas notas só porque há leis e regras que obviamente todos os professores conhecem, acatam e cumprem? E mais, se esperasse que os professores, suposta e confiadamente bons avaliadores e exímios executores das ditas regras, se aliassem a todos os pais do país, na esperança de que todos se mobilizariam para colaborar com todos e, quem sabe, até com o próprio ministério?
Marta Temido espera e confia cegamente. Faz questão de dizer que “a leitura das regras e a sua análise cabe também à organização”. E justifica a crença, diria mesmo a fé inabalável, ‘na organização’: “quisemos propositadamente que a organização tivesse tempo para as conhecer, para as apreciar e agora vamos esperar que haja o seu cumprimento”.
Esperamos?
Agora, que já todos percebemos que a festa vai avante (desculpem, mas não resisto ao trocadilho) e se contam os dias e as horas para a abertura do recinto, eu sei o que é que espero, senhora ministra. Espero que a senhora se mexa e verifique activamente se o partido comunista, conhecido pelo voluntarismo dos seus militantes e pela sua capacidade de multiplicar postos de controlo e vigilância, vai mesmo cumprir escrupulosamente as regras e recomendações.
Espero que a festa do Avante não seja responsável por acentuar a curva de contágios nem por agravar os surtos provocados pela pandemia. Espero que as autoridades e os controladores do partido controlem como sempre controlaram, espero que tirem a temperatura a quem entra e que verifiquem o uso de máscaras entre quem circula. Espero que tenham casas de banho suficientes e voluntários e funcionários disponíveis para as limpar e desinfectar entre cada uso, antes de entrar o utente seguinte. Espero que haja incontáveis bocas de água para todos poderem manter as mãos lavadas e espero que não esgote o desinfectante.
Espero muita coisa e espero acima de tudo que ‘a organização’ esteja a pensar seriamente em tudo, prevendo milimetricamente cada detalhe de cada coisa, acautelando a saúde dos participantes, mas também de quem habita o perímetro. Ah! E espero que no regresso a casa e às suas comunidades de norte a sul do país, os militantes e visitantes voltem apenas com a coroa de glória por terem participado na sua grande festa, mas não transportem consigo nenhum vírus com coroa.
Já não espero, evidentemente, que haja apenas uma pessoa em cada 8 metros quadrados nos espaços abertos, nem uma pessoa por cada 20 metros quadrados nos espaços cobertos porque isso não está a acontecer em lado nenhum. Jerónimo de Sousa tem razão quando argumenta que isso não acontece nas praias e outros espaços públicos e aí estamos de acordo: o sol quando nasce é para todos.
Enfim, sinceramente espero que corra tudo bem e que a festa não gere novos surtos. Seria um escândalo nacional e um embaraço internacional. E seria certamente um hara kiri para o PCP.
Gostaria, no entanto, de poder esperar muitas outras coisas, para além daquelas que a senhora ministra da Saúde passivamente espera. Espero ativamente que deixe de haver um tratamento discricionário da esperança.
Tal como a senhora ministra espera capacidade de avaliação, implementação e controlo do partido comunista, também deveria esperar que todo e qualquer organizador de concertos, espetáculos, festivais, feiras, congressos, eventos e atividades que mobilizam milhares de pessoas fosse capaz “de implementar e cumprir as regras da DGS”.
Afinal o sol quando nasce não é para todos, mas apenas para aqueles em quem a senhora ministra põe toda a sua confiança e esperança.
sexta-feira, 28 de agosto de 2020
PELA SUA SAÚDE
Pense duas vezes antes de aceitar ser vacinado contra o ‘Vírus Chinês’
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Dos jornais de hoje (EXPRESSO):
Lóbi das farmacêuticas quer protecção da UE caso as vacinas da covid-19 corram mal
Produtoras europeias de vacinas fazem pressão em Bruxelas para estarem salvaguardadas de processos se houver problemas, tendo em conta que o desenvolvimento está a ser apressado e envolve riscos "inevitáveis"
O lóbi das indústrias farmacêuticas está a fazer pressão junto da União Europeia (UE) para que as empresas fiquem protegidas, caso sejam processadas por problemas gerados com as vacinas que estão a produzir contra a doença originada pelo novo coronavírus, segundo avança o "Financial Times".
“A velocidade e a escala do desenvolvimento e dos resultados significa que é impossível gerar o mesmo volume de provas subjacente que normalmente seriam disponibilizadas através de extensivos testes clínicos e de cuidados de saúde com experiência acumulada”, pode ler-se num memorando interno da responsabilidade dos membros da Vaccines Europe, uma divisão da Federação Europeia das Indústrias Farmacêuticas e Associações, a que aquele jornal teve acesso.
O documento sublinha haver riscos "inevitáveis" numa situação em que a pandemia obrigou a apressar a produção de vacinas para um prazo de escassos meses, num processo que, em circunstâncias normais, demoraria vários anos ou, até, mais de uma década.
Texto de
António Franco Preto
MAIS UM EXERCÍCIO NO PERCURSO POLÍTICO PLANEADO PARA A ESCRAVIDÃO INDIVIDUAL
Texto de A.F.P.
Com a contribuição activa (e ‘nojenta’, na minha opinião) do ‘presidente da república’ (temos que nos preparar para o que aí vem, disse ele!) o CHICHIMÉCO que é actualmente ‘primeiro ministro de Portugal’, anunciou que a partir de 15 de Setembro vai impor novas limitações da liberdade individual dos cidadãos.
‘Suas excelências’ já conseguem prever as actividades do ‘Vírus Chinês’ com 3 semanas de antecedência!
É EXTRAORDINÁRIO COMO EXEMPLO DE IMPUNIDADE POLÍTICA!
E DESRESPEITO TOTAL PELA CONSTITUIÇÃO!
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O nosso governo PS voltou a decretar um estado de contingência, a partir de 15 de Setembro, para poder limitar arbitrariamente
direitos constitucionais dos indivíduos, sem qualquer fundamentação lógica relacionada com o andamento da epidemia.
Para além da gravidade desta decisão em si, há um risco maior que todos: são precedentes que vão banalizando
a restrição das liberdades individuais com base numa mão cheia de nada em matéria de fundamentação e justificação.
Quando estes precedentes forem usados mais tarde por governos de quem gostem menos,
não se esqueçam da nossa passividade perante esta barbaridade.
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Preparemo-nos para os campos de concentração para os infectados e todos os que com eles habitam (copiando a NOVA ZELÂNDIA) decretado pela primeira ministra ‘PROGRESSISTA’ Jacinda Ardern (tinha que ser uma ‘progressista’!!!!) e anunciada no passado dia 13 de Agosto, por ela e pelo Director Geral de Saúde!
Notemos que já morreram até agora na NOVA ZELÂNDIA devido ao ‘Vírus CHINÊS’ …22 pessoas! WOW! QUE PERIGO!
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
Costa padece de não-consegue-pedir-desculpatite
Não é por acaso que, além do ditado popular “De médico e de louco todos temos um pouco”, há também aquele outro: “De acintoso e de mal-educado Sócrates e Costa têm um bom bocado”.
Foi o que de essencial saiu do encontro de ontem entre António Costa e o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães. A cimeira acabou sem que o Primeiro-Ministro fosse capaz de pedir desculpa por ter chamado cobardes aos médicos. À saída, o Dr. Miguel Guimarães confirmou que Costa tem um caso agudo de não-consegue-pedir-desculpatite, agravado por uma situação crónica de nunca-assume-responsabilidadeiose. Ainda segundo o clínico, trata-se de um caso grave, mas longe de ser único, pois estas maleitas propagam-se com especial facilidade de Primeiro-Ministro socialista para Primeiro-Ministro socialista. Aliás, não é por acaso que, além do ditado popular “De médico e de louco todos temos um pouco”, há também aquele outro: “De acintoso e de mal-educado Sócrates e Costa têm um bom bocado”.
O máximo de simpatia que o Primeiro-Ministro conseguiu demonstrar pelos médicos foi dar-lhes uma palavra de “apreço”. Não sei o que os médicos acharam, mas desconfio que soube a pouco. Digamos que não terá sido o “apreço” certo. A ideia que dá é que António Costa estava como que na montra final d’ “O Apreço Certo”. Ali, à frente de todos os jornalistas, podia avançar com o apreço que quisesse. Calculou quanto apreço devia demonstrar pelos clínicos e acabou por pecar por defeito, mandando o bastonário da Ordem dos Médicos para casa com uma mísera justificação de que tudo não passou de um “mal-entendido”. O bastonário merecia levar, pelo menos, a máquina de lavar-louça, Sr. Primeiro-Ministro.
Eu, se fosse a António Costa, nos próximos tempos, arranjava forma de garantir que não me sentia indisposto em locais públicos. Se calha o Primeiro-Ministro passar mal e alguém lançar o tradicional apelo “Há algum médico na sala?”, ou muito me engano, ou só vão aparecer coloproctologistas, médicos-legistas, e aprendizes do Tiradentes, vindos directos do século XVIII e munidos dos seus fórceps e chaves de extracção. Que não faço ideia o que seja, mas soa a muito desagradável.
A propósito de desagradável, e de outras democracias robustas, o que também não deve ter sabido nada bem foi o que deram a ingerir ao líder da oposição russa, Alexei Navalny. Segundo o hospital alemão onde o opositor de Vladimir Putin está internado, Navalny foi envenenado. É que é preciso má vontade. Então agora, só porque se é odiado de morte pelo Putin, que tem por hábito envenenar quem quer que seja que tenha por ele um ódio de morte, quer logo dizer que se foi envenenado pelo Putin? Meus amigos, o que sucedeu foi muito simplesmente isto:
Alexei Navalny: Cof, cof, cof!
Indivíduo Russo Inusitadamente Prestável: Que se passa Alexei?
Alexei Navalny: Cof, cof! Engasguei-me com um amendoim.
Indivíduo Russo Inusitadamente Prestável: Eh pá, Alexei, acho que estás é com COVID.
Alexei Navalny: Cof, cof! Nada disso. Foi mesmo uma alcagoita.
Indivíduo Russo Inusitadamente Prestável: Não, não, Alexei, é melhor tomares isto.
Alexei Navalny: Cof! Do que se trata, Indivíduo Russo Inusitadamente Prestável?
Indivíduo Russo Inusitadamente Prestável: É a nossa nova vacina para o coronavírus.
Alexei Navalny: Cof! Num copo alto?
Indivíduo Russo Inusitadamente Prestável: Sim, sim. Bebe, Alexei, bebe. São 179 doses, só para garantir. Vais ver que nunca mais nenhum bicho te pega.
Para terminar num registo mais positivo e de esperança, uma campanha publicitária recente lembra-nos que, em 2050, os oceanos terão mais plástico que peixe. Admito que talvez não seja o ideal em termos do ambiente e não sei quê mais, mas se aproveitássemos a plastificação do oceano para alcatroarmos também as praias, a verdade é que dizíamos “adeusinho” àquela chatice de voltar para o carro com os pés cheios de areia.
Tiago Dores https://observador.pt/opiniao/costa-padece-de-nao-consegue-pedir-desculpatite/
Ordem dos Médicos acusa Costa de não ter sido "fiel" ao que disse dentro da reunião.
Pensei que o assunto estivesse resolvido, com o que se viu ontem na TV!!! Afinal parece que os médicos não obtiveram o que queriam… nem uns aumentos de vencimento, nem umas progressões na carreira, etc.?!
António Bolsonaro Trump Costa não usou a palavra “desculpa“, nem permitiu que lhe fosse feita qualquer pergunta pelos jornalistas, o que é normal nele, recorde-se que sob a sua responsabilidade morreram em 2017, mais de 100 pessoas e ele nem quis saber… mas é provável que como não atura jornalistas sérios, que ainda existem alguns, e fazia parte das condições que ABTC, impôs e foi cumprido pelo expresso, depois da extensa entrevista dos “jornaleiros”,
DAVID DINIS texto
LILIANA VALENTE texto
VÍTOR MATOS texto; de serviço, em 21.08.2020 (pela “milionésima” vez, só desde que é primeiro-ministro), ao “pasquino Expresso” de tão boa memória, para si e para o seu partido. Os jornaleiros despedem-se Atentos, Venerandos e Obrigados!
Miguel Guimarães escreveu aos médicos a queixar-se de António Costa que acusa de não ter sido tão "enfático" no "retratamento" depois do episódio dos "cobardes", como foi na reunião privada.
“A paz não durou 24 horas. O bastonário da Ordem dos Médicos escreveu esta quarta-feira de manhã aos médicos (leia a carta na íntegra no final deste artigo) para dar a sua perspectiva da reunião que teve com o primeiro-ministro na terça durante toda a manhã. Na carta a que o Observador teve acesso, Miguel Guimarães queixa-se de António Costa que, nas declarações públicas sobre o diferendo com os médicos, “não revelou a mensagem de retratamento da mesma forma enfática que aconteceu na reunião”. A Ordem acusa agora Costa de não ter transmitido “integralmente e fielmente aquilo que minutos antes tinha reconhecido à Ordem dos Médicos”.
Depois da longa reunião, o primeiro-ministro cedeu-lhe o palco e o bastonário avançou para o microfone para dar o primeiro sinal de paz depois da polémica provocada por uma opinião em off de Costa que incendiou o sector. “Cobardes“, tinha chamado o primeiro-ministro aos médicos que a ARS mandou para o lar de Reguengos onde morreram 18 pessoas de Covid-19. A frase foi divulgada nas redes sociais e o resto já se conhece.
A guerra tinha terminado esta terça, aparentemente, depois da reunião em São Bento, mas a Ordem está insatisfeita com o primeiro-ministro, que acusa de ter dito uma coisa em privado e outra — pelo menos noutro tom — em público. Costa não pediu desculpa, embora tenha referido diversas vezes, durante a sua declaração, o “apreço” pelo trabalho dos médicos e pela “generalidade dos profissionais de saúde”. Chegou mesmo a virar-se para o bastonário para lhe dizer: “Espero que todos os mal-entendidos estejam esclarecidos. Acho que testemunhou de forma inequívoca o meu apreço e consideração pelos médicos portugueses e pela generalidade dos profissionais de saúde”.
Carta que recebi de Mark Rice-Oxley, de “The Guardian”.
Carta privada, mas que espero que o Mark, não se importe que eu a aqui coloque.
Dear Rui,
A change is as good as a rest, they say. And while that may be true, a rest can be pretty great too. In fact, in this year of bewildering disruption, disease and dismay, I’m going to stick my neck out and say that a rest might be slightly preferable. It certainly felt good to take a proper break over the past two weeks, switch off the news, read a few books. And though my job is to encourage readership in all its forms, a part of me hopes that readers might have taken a little time off too. In difficult years like 2020 there are times when I wonder if it is harder being a reader than being a journalist.
Of course, not everyone can be off at the same time. So while I've been frolicking in the Atlantic, Shaun Walker has been holed up in Minsk, documenting the latest challenge to a post-Soviet strongman. Shaun is the perfect man for the job: elegant writer, sympathetic interviewer, immaculate language skills, and as a chronicler of the region for more than a decade, is well versed in narratives of repression, resistance and revolt.
Tom Phillips has also been holed up in a stricken foreign city, though in this case he's been stuck for months in Rio de Janeiro with his young son, trying to fathom what Covid 19 will mean for the nation, region - and his own family. It's easy to forget that reporters trying to cover the pandemic are people too, and that the story has often had a profound personal as well as professional impact.
Half a world away, in Christchurch, Charlotte Graham-McLay has been in court, relaying moving and dramatic testimony from the families of people killed in the March 2019 terrorist attack. More startling than the anguish, bravery and resilience was the extraordinary display of forgiveness demonstrated by a grieving mother.
And finally if, like me, you've not been paying attention for the past couple of weeks, you might have missed Beijing correspondent Lily Kuo's great exclusive with the former party insider who is now speaking out against the course set by Xi Jinping. In Xi's China, these prominent defections are rare, scoops like this even rarer.
The news never stops, even if we must from time to time. Every minute of every day, a Guardian journalist somewhere is finding stuff out, writing it down, publishing it for everyone to read, so that we can understand our world just a little bit better. It is your generous investment in our work that makes this possible. Thank you.
Until next week
Mark Rice-Oxley
Membership editor
terça-feira, 25 de agosto de 2020
O cobarde cura
Se calhar, no meio de tantas cativações no Ministério da Saúde, Mário Centeno cativou os tomates dos médicos. É possível. A minha mulher fez-me o mesmo e nem sequer trabalha no Governo.
Segundo alguns linguistas, a expressão popular “cor de burro quando foge” terá surgido da corruptela do provérbio “corro de burro quando foge”. Alguém percebeu mal (um mouco, provavelmente) e começou a usar o dito incorrecto. Faz sentido. Sair da frente de um asno desembestado é uma atitude inteligente; já a cor do bicho enquanto o faz é um detalhe que só interessa a especialistas da Robbialac. Estou convencido que foi isso que aconteceu a António Costa: ouviu mal um provérbio e interiorizou o conceito errado. Onde a maior parte de nós diz “o que arde cura”, Costa percebeu “o cobarde cura”. E ficou. Para o PM, os médicos têm aquela caligrafia por estarem a tremer de medo.
Se calhar, Costa ainda vai mudar o hino. Depois de “nação valente”, acrescenta-se “excepto a classe médica, que é composta por borrinhas”. Convida-se o Sérgio Godinho, o único capaz de enfiar tantas palavras na melodia, e espera-se por um jogo da selecção para assistir aos jogadores a atrapalharem-se nesta nova parte.
Recapitulemos: primeiro, houve médicos que cobardemente não quiseram ir ao lar de Reguengos; depois, António Costa chamou cobardes a esses médicos, mas pelas costas, mesmo à cobarde; a seguir, o Expresso quis pôr essas declarações a circular, mas sem as publicar, optando pela cobardia de enviá-las para vários meios de comunicação social, aumentando as hipóteses de fuga; posteriormente, um jornalista que viu o vídeo pô-lo a circular nas redes sociais, sem se identificar, típico dos cobardes; por fim, sentado confortavelmente em frente ao mar a beber um drink de fim de tarde, preparo-me para fazer pouco de todos. Como o cobarde que também sou.
Trata-se de um cobarde a comentar a fuga de informação cobarde de uma filmagem cobarde de uma denúncia cobarde de um acto cobarde, num interessante mise en abyme de pusilanimidade. No fundo, é uma matriosca de medricas, com poltrões a saírem de dentro uns dos outros. Quer dizer, não é bem a saírem, que para isso é preciso alguma coragem. É mais a espreitarem sorrateiramente, cheios de miúfa.
Devo dizer, que já há muito desconfiava que os médicos não são lá muito corajosos. Todas as vezes que consultei um clínico e foi necessário efectuar um procedimento doloroso, nunca foi o médico a sofrê-lo. Se alguém sai dorido do consultório, sou sempre eu. Coincidência? Não me parece. Nunca se chegam à frente, nunca dizem: “Olhe, tenho aqui uma injecção para lhe dar, mas primeiro vou dá-la também a mim, para partilhar a dor”. Portanto, é possível que António Costa tenha razão e aqueles doutores sejam cagunfas. Se calhar, no meio de tantas cativações no Ministério da Saúde, Mário Centeno cativou os tomates dos médicos. É possível. A minha mulher fez-me o mesmo e nem sequer trabalha no Governo.
Entretanto, continua sem se saber como é que as imagens de António Costa saíram cá para fora. Dizem que é muito estranho. Não concordo. Estranho não é aparecer este vídeo. Estranho é nunca ter aparecido um vídeo, depois de Pedrógão, em que o Primeiro-Ministro, em off, diz que os bombeiros foram mariconços e recusaram ir apagar o fogo. Estranho é nunca ter aparecido um vídeo, depois de Tancos, em que o Primeiro-Ministro, em off, diz que os militares foram caguinchas e recusaram ir ao paiol quando ouviram os ladrões. Não só é estranho não terem aparecido os vídeos, como também não estarem disponíveis na Netflix.
É que, ao contrário do que pode parecer, esta polémica não prejudica António Costa. Só o beneficia. Costa insinua que os culpados são médicos cobardes, mas como se trata de uma conversa informal, não tem de especificar a acusação com factos e nomes. Mantém a postura institucional de PM e, oficialmente, nunca confirmará. Mas também nunca desmentirá. E a sugestão fica feita. Agora, os portugueses sabem que a culpa não é dele, porque ele disse que a culpa não é dele, sem nunca ter precisado de dizer que a culpa não é dele. Sabem isso e sabem que, pelo sim, pelo não, devem evitar adoecer na região do Alqueva.
António Costa sacode a água do capote ao mesmo tempo que diz que não apanhou chuva, nem nunca vestiu o típico agasalho alentejano. O nosso PM é uma espécie de CR7 da desresponsabilização. A diferença é que enquanto o Cristiano Ronaldo, depois de fazer qualquer coisa, aponta para si próprio e diz “eu estou aqui”, Costa leva o dedo à boca e sussurra “chiu, eu nunca cá estive”.
José Diogo Quintela
https://observador.pt/opiniao/o-cobarde-cura/
Afinal o Infarmed mudou mas foi para Enfardamed
Portanto, a ver se percebi. Marta Temido não tem a certeza de ter sido vilipendiada pelo Primeiro-Ministro mas, na dúvida, e caso tenha de facto enfardado, considera que foi justíssimo.
Aqui há tempos foi notícia que o governo de António Costa pretendia mudar o Infarmed para o Porto. Naquele que terá sido um, creio que singular, caso de incumprimento de uma promessa governativa, o Infarmed permaneceu bem quietinho em Lisboa. Entretanto, na semana passada, constatámos que, afinal, houve efectivamente uma mudança na Autoridade Nacional do Medicamento. Só que não se tratou de uma mudança de localização, mas antes de uma mudança de designação. Depois de, na última reunião semanal sobre a Covid-19 lá realizada, António Costa ter chegado a roupa ao pêlo da Ministra da Saúde, o Infarmed passou a ser conhecido como Enfardamed.
Sobre este incidente, a ministra Marta Temido afirmou que “se o Primeiro-Ministro puxou as orelhas à Ministra da Saúde teria certamente razão”. Portanto, a ver se percebi. Marta Temido não tem a certeza de ter sido vilipendiada pelo Primeiro-Ministro mas, na dúvida, e caso tenha de facto enfardado, considera que foi justíssimo. E mesmo que desta vez não tenha feito nada de mal, não importa. O correctivo aplicado por António Costa fica já em carteira, por conta de patacoadas vindouras. É incrível como, mesmo numa polémica em que calha os dois membros do Governo envolvidos não serem familiares, continua a parecer que estamos perante um típico caso de violência doméstica.
O certo é que, a juntar àquele episódio na campanha para as Legislativas em que António Costa quis agredir um idoso, desta feita o Primeiro-Ministro fustigou a Ministra da Saúde. Ou seja, tanto para ministras que desejem permanecer à frente da pasta da Saúde, como para os velhinhos, António Costa é uma ameaça muito mais aterradora que a própria pandemia de coronavírus. Aliás, nos futuros compêndios de História de Portugal figurará, não a ministra Marta Temido, mas sim o implacável chefe de governo António Costa, O Temido. E receio bem que, como para a Covid-19, também para esta outra maleita estejamos bastante longe de descobrir a vacina.
Embora dê razão ao Primeiro-Ministro quando se queixa da falta de clareza dos dados que os técnicos de saúde lhe têm fornecido. Então se António Costa, que tem de dominar toda a sorte de informação de molde a tomar decisões sobre a vida de milhões de pessoas, ainda não foi sequer informado pelos técnicos de saúde que os antibióticos não servem para matar vírus, como é que querem que ele tome boas decisões? Primeiro deixem o homem completar a lição introdutória do manual “Covid-19 para Totós” e, então sim, exijam-lhe medidas que façam sentido.
E foi precisamente à conta de toda uma miríade de decisões parvas que, neste momento, Portugal possui o segundo pior rácio de contágio da Europa. Resultado, os únicos turistas que vamos receber este Verão são mesmo os planteis das equipas que vêm disputar a Liga dos Campeões. Agora, é óbvio que há inúmeros países europeus a manipular os números de contágios para nos roubarem turistas. Felizmente, qual António Costa e Silva gizando planos para 10 anos em 2 dias, também eu idealizei um estratagema para resolver o problema do turismo português, mas em escassos 17 segundos. A solução é muito simples: demitir a directora da DGS e a Ministra da Saúde e trocá-las por dois taxistas, daqueles que fazem serviço no Aeroporto de Lisboa. Se lá fora andam a aldrabar nos números para nos prejudicar, levavam logo com os novos governantes-fogareiros: com a criatividade deste meninos ao nível do manuseamento do taxímetro, aí sim, também nós manipulávamos números para roubar turistas, mas à séria.
Tiago Dores
https://observador.pt/opiniao/afinal-o-infarmed-mudou-mas-foi-para-enfardamed/