terça-feira, 7 de março de 2023

VAMOS CONVERSAR

(Adaptado dum texto recebido)

Uma professora de português deu uma aula especial.

Não sou homofóbica, transfóbica, gordofóbica. Eu sou professora de português.

Estava eu a explicar um conceito de português e chamaram-me desrespeitosa.

Estava eu a explicar por que razão não faz diferença nenhuma mudar a vogal temática de substantivos e adjectivos para ser "neutre".

Em português, a vogal temática na maioria das vezes não define o género. Género é definido pelo artigo que acompanha a palavra.

Passo a exemplificar:

O motorista. Termina em A e não é feminino.

O poeta. Termina em A e não é feminino.

A acção, depressão, impressão, ficção. Todas as palavras que terminam em acção são femininas, embora terminem com O.

Boa parte dos adjectivos da língua portuguesa podem ser tanto masculinos quanto femininos, independentemente da letra final: feliz, triste, alerta, inteligente, emocionante, livre, doente, especial, agradável, etc..

Terminar uma palavra com E não faz com que ela seja neutra.

A alface. Termina em E e é feminino.

O elefante. Termina em E e é masculino.

Como o género em português é determinado muito mais pelos artigos do que pelas vogais temáticas, se querem uma língua neutra, precisam criar um artigo neutro, não encher um texto de X, @ e E.

E mesmo que fosse o caso, o português não tem género neutro. Teriam que mudar um idioma inteiro para combater o "preconceito".

O meu conselho é: em vez de insistir tanto na questão do género, entendam, de uma vez por todas, que género não existe, é uma coisa socialmente construída.

O que existe é sexo.

Entendam, em segundo lugar, que género linguístico, género literário, género musical, são coisas totalmente diferentes de "género".

Não faz absolutamente diferença nenhuma mudar géneros de palavras.

Isso não torna o mundo mais acolhedor.

E entendam em terceiro lugar, que podiam tirar o dedo do mostrador e pararem de dizer patetices e dedicarem-se a alguma coisa que realmente fizesse a diferença para melhorar o mundo, em vez de ficarem a arranjar discussões sem sentido.

Tenham atitude! (Palavra que termina em E e é feminina).

E parem de ficar militando no sofá! (palavra que termina em A e é masculina).

Quando me perguntam porque sou de direita, esta é a explicação:

Quando um tipo de direita não gosta de armas, não as compra.

Quando um tipo de esquerda não gosta de armas, quer proibi-las.

Quando um tipo de direita é vegetariano, não come carne.

Quando um tipo de esquerda é vegetariano, quer fazer campanha contra os produtos à base de proteínas animais.

Quando um tipo de direita é homossexual, vive tranquilamente a sua vida.

Quando um tipo de esquerda é homossexual, faz um alvoroço e inventa que está a ser vítima de homofobia.

Quando um tipo de direita é ateu, não vai à igreja, nem à sinagoga, nem à mesquita.

Quando um tipo de esquerda é ateu, não quer que alusões a Deus ou a uma religião sejam feitas em público.

Quando a economia vai mal, o tipo de direita diz que é necessário arregaçar as mangas e trabalhar mais.

Quando a economia vai mal, o tipo de esquerda diz que os malvados dos patrões são os responsáveis e param o país.

Conclusão final:

Quando um tipo de direita lê este texto, sorri, concorda que infelizmente é uma realidade e até compartilha.

Quando um tipo de esquerda lê este texto, insulta-te e rotula-te de fascista, nazi, genocida, etc..

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A pergunta sem resposta’:

Como é que posso respeitar quem se diz de esquerda, actuando como está exemplificado no texto acima?

O cravo e o Cravinho

dn.pt

Joana Amaral Dias


O inaceitável convite de Gomes Cravinho a Lula da Silva para discursar nas (quase sempre turbulentas) celebrações do 25 de Abril revela três problemas estruturais da nossa (ex) democracia.

O primeiro é óbvio (ainda que fundamental): nenhum ministro pode tomar tal decisão - existe algo fundamental no Estado de Direito, a separação de poderes. É nevrálgico para o regime respeitar que a Assembleia da República (AR) é soberana. Quando um governante acha que pode interferir, sem rebuço, no parlamento, algo já está irreversivelmente podre.

A segunda questão é também evidente mas muito dolorosa: os ministros hoje são filhos de ministros, tudo medra numa matrioska endogâmica e nepotista que, inevitavelmente, degenera nestas mutações aberrantes - Cravinho foi um muito dúbio ministro da Defesa (basta recordar o Hospital Militar), e é agora um medíocre ministro dos Negócios Estrangeiros que apenas sabe tratar da sua vidinha e, por isso, convida Lula não para defender os interesses da República portuguesa, mas para responder apenas ao que pessoalmente lhe convém. De facto, mal mete um pé fora da cartilha de Washington, Cravinho estampa-se. Talvez por causa dessa sua tendência para acidentes tenha igualmente necessitado de cunhas para a obrigatória revalidação da sua carta de condução aos 50 anos - motivo pelo qual também está a ser investigado por tráfico de influências e abuso de poder. Até para tratar de um simples documento! Enfim, são estes os estadistas da contemporaneidade.

A terceira questão é tão ou mais mortal. Muitos dos que criticam o presidente do Brasil e a sua presença nestas celebrações (mesmo que tivesse sido por iniciativa parlamentar) fazem-no pelas razões erradas: declarar que nenhum chefe de Estado estrangeiro deve tomar a palavra no nosso hemiciclo quer dizer que a absoluta excepção é Zelensky? Porquê?! Da mesma forma, aduzir que Lula não deve vir porque é neutro ("demasiado neutro") relativamente à guerra na Ucrânia é absurdo. Até parece que já estão todos a alistar-se para as fileiras do batalhão Azov onde não há lugar para moderações. Assim sendo, para rejeitar este comportamento abusivo do ministro, também poderiam invocar o negro cadastro do ocupante de Brasília no que à corrupção diz respeito.

Por fim, e independentemente de tudo isto, que sentido faz convidar Lula para as cerimónias do 25/04? Teve algum papel especial nessa data, deu algum contributo digno de nota? Encerraria alguma simbologia especial? Talvez. Mas pelos piores motivos. É que, ainda por cima sendo a primeira vez que um chefe de Estado estrangeiro se juntaria a tais festividades na AR, e aberto esse precedente, não seria indispensável que a escolha encerrasse especial significado? Afirmou Gomes Cravinho, como grande justificação, que Lula é amigo de Portugal e dos portugueses. Mas o que quer isto dizer, exactamente? Assim, de repente, a amizade que chega à lembrança era com Sócrates e os amigos que vêm à memória são Ricardo Salgado, Manuel Pinho, BES, EDP, Portugal Telecom, etc. Será isso então que se pretende celebrar esta Primavera? Isso tudo junto e somado, multiplicado, actualizado e eternizado?

Este Abril de quase meio século também está a precisar de uma urgente revalidação da sua carta. Mas sem cunhas, desenrascanços, jeitinhos, recomendações ou pistolões. Pode ser mesmo directo. Sem mais. E já.

Psicóloga clínica. Escreve de acordo com a antiga ortografia

Quatro ministros portugueses em Angola para preparar visita de António Costa, diz João Gomes Cravinho

João Gomes Cravinho adiantou que quatro ministros irão a Luanda para preparação da visita de Costa ao país. Fernando Medina, José Luís Carneiro, Helena Carreiras e António Costa Silva vão a Angola.


O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal disse esta segunda-feira em Lisboa que quatro membros do Governo vão visitar Luanda nos próximos meses para preparar a visita do primeiro-ministro, provavelmente ainda no primeiro semestre.

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A pergunta sem resposta: VÃO EM EXCURSÃO?!?

!WOW! E se o avião cai? !WOW!

“As decisões de interesse geral tomadas por uma assembleia de pessoas ilustres, mas de diferentes especialidades, não são sensivelmente superiores às que uma reunião de imbecis tomaria.

Só apresentam em comum aquelas qualidades medíocres que todos possuem. É a estupidez e não a inteligência que se acumula”.

GUSTAVE LE BON – n.1841/m.1931 - ‘Psichologie des foules’.

Livro publicado em 1895.

(Grand-Croix da Legião de Honra em 1929).

Se Não foi assim – foi parecido

1º acto

Oh António, vou nomear a ‘Xana’ para secretária de estado.

‘É pá’, mas essa não foi aquela que …

Foi, mas assim como assim temos de nomear alguém…

‘Tá bem’, disse o António, encolhendo os ombros.

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2º acto

Oh António, e agora o que é que fazemos?

‘É pá’, lixa essa tal ‘Xana’ e mais alguns tipos da TAP e dizemos que não sabíamos de nada. E quando o caso for a tribunal, já não estamos cá…e se ainda estivermos, já não nos lembramos…éh éh éh.

OK.



75% INCREASE IN SEXUAL OFFENCES SINCE 2011 – 40% RISE IN DOMESTIC VIOLENCE CALL-OUTS IN 3 YEARS

Sem comentários!

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There has been a 40% increase in domestic violence call-outs across Ireland, according to figures released to TD Peadar Tóibín at the end of last week. The figures coincide with statistics revealing a 75% surge in recorded sexual offences in Ireland from 2011 to 2021.

The figures, released through a Parliamentary Question, showed that the number of domestic violence calls responded to in 2022 was 53,775 – representing an increase of 4,462 calls, a 9% increase on 2021 figures.

Overall, a 40% increase in domestic violence call-outs responded to by Gardaí across Ireland has been recorded since 2019.

Mr Tóibín, a TD for Meath West and leader of Aontú, described the figures as “staggering” and “heart-breaking”. The politician recently asked the Minister for Justice for clarification on the number of times gardaí were called to scenes of domestic violence in the State in each of the past ten years and to date in 2023.

Commenting on the disconcerting revelations, he told Gript: “This is a disaster for tens of thousands of people, mostly women. These are truly heart-breaking figures”.

In a statement sent to Gript, the TD said that he had recently received a response to a Parliamentary Question which showed that more than 1,000 people, mainly women, had attended a sexual assault treatment unit last year – adding that this marked the “first time ever” the number surpassed 1,000 people.

Mr Tóibín said the number had increased by 20% – the equivalent of an extra 200 people attending a treatment unit, as he pointed to a huge increase in rape and sexual violence in Ireland.

“In 2011 there were 1,958 Sexual offences recorded. In 2021 the figure increased by 75% to 3,433 sexual offences. In 2011 there were 447 rapes recorded. In 2021 it had doubled to 983 rapes,” Mr Tóibín said.

“Ireland is becoming a more violent place, especially for women,” he continued, as he hit out at the government response to those impacted by domestic violence.

PORN CONSUMPTION AN ISSUE

“Society and the Government are failing victims and survivors of domestic violence,” he said – as he highlighted the impact of porn consumed by children in Ireland who are “as young as ten,” the TD said.

“The Government is introducing a standalone offence of non-fatal strangulation. There is significant evidence that this violent action is widespread in pornographic material that is consumed by boys as young as 10. Yet the government has refused to follow the lead of the French Government or the Aontú Bill which would stop the provision of these materials to children,” he said.

SENTENCING TOO LENIENT

The TD said that another problem is found in the leniency of sentencing in Ireland, stating that a “zero tolerance” policy is needed, meaning stronger sentencing.

“While sentences vary, Ireland is far too lenient in terms of our sentencing in terms of domestic violence or sexual abuse.

“We need a zero tolerance policy, and that means stronger sentencing. It also means more Gardaí being available when called out to these crimes. We also need stronger support in place for survivors. There are entire counties without any shelters available for victims of domestic abuse.

“The state needs to stop dragging its feet on these issues. Too many people’s lives have already been damaged by inaction on this issue,” he said.

https://gript.ie/75-increase-in-sexual-offences-since-2011-40-rise-in-domestic-violence-call-outs-in-3-years/

Peso da dívida pública caiu para 114,7% do PIB em 2022 ?!

Redução foi de 10,9 pontos percentuais e foi ligeiramente além das expectativas do ministro das Finanças, Fernando Medina. Segundo ele.

Mas foi de facto assim? A redução do peso da dívida pública superou, no último ano, ligeiramente a meta do Governo, com uma diminuição de praticamente 11 pontos percentuais no rácio do endividamento relativo ao PIB.Em 2022, o peso da dívida pública caiu para 114,7% do PIB, regredindo 10,9 pontos percentuais face à marca do final do ano anterior, avança nesta quarta-feira o Banco de Portugal.

A redução do peso da dívida pública superou, no último ano, ligeiramente a meta do Governo, com uma diminuição de praticamente 11 pontos percentuais no rácio do endividamento relativo ao PIB.

Em 2022, o peso da dívida pública caiu para 114,7% do PIB, regredindo 10,9 pontos percentuais face à marca do final do ano anterior, avança nesta quarta-feira o Banco de Portugal.

Aquando da apresentação da proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2023, o Ministério das Finanças estimava uma diminuição do rácio de endividamento para 115% do PIB (menos 10,5 pontos percentuais).

A redução, salientava então o ministro Fernando Medina, permitiria colocar Portugal mais próximo dos níveis de endividamento esperados para França, Espanha e Bélgica, com o país a afastar-se da dianteira das dívidas públicas europeias – assumida por Grécia e Itália.

Já para 2023, o Governo espera uma redução do peso da dívida pública para 110,8% do PIB.

Os dados desta quarta-feira do Banco de Portugal indicam que o volume do endividamento público ficou no final do ano passado em 272,6 mil milhões de euros.

O valor representou ainda uma subida de 3,3 mil milhões de euros, mas o crescimento da economia no último ano – de 6,7% - permitiu diminuir o rácio do endividamento.

O Banco de Portugal explica que a subida de 3,3 mil milhões de euros "resultou, em grande medida, das emissões líquidas positivas de certificados de aforro (7,2 mil milhões de euros), de obrigações e bilhetes do Tesouro (1,0 mil milhões de euros) e de outros depósitos junto do Tesouro (0,6 mil milhões de euros)".

Por outro lado, as amortizações de obrigações do Tesouro de rendimento variável significaram menos 3,5 mil milhões de euros a contar no endividamento, havendo ainda uma redução de certificados do Tesouro no valor de 2,6 mil milhões de euros.

Segundo os dados, os activos em depósitos das administrações públicas reduziram-se 1,6 mil milhões de euros. "Deduzida desses depósitos, a dívida pública aumentou 4,9 mil milhões de euros, para 258,7 mil milhões de euros", indica o Banco de Portugal.

A realidade aqui vista é esta:


CEO da TAP reitera divergências com Alexandra Reis, diz ter sido discriminada e desresponsabiliza-se de erros jurídicos

Christine Ourmières-Widener queixa-se de ter sido a "única pessoa" que não foi ouvida pessoalmente pela IGF, e não afasta eventuais "consequências legais" desse "comportamento discriminatório". E aponta o dedo à SRS e ao Governo

Desalinhamento" e "divergências profissionais" em relação ao plano de reestruturação aprovado pela União Europeia são as razões que Christine Ourmières-Widener, que era até agora a presidente executiva (CEO) da TAP, aponta para ter decidido convidar a sair da gestão a então administradora Alexandra Reis. Nos esclarecimentos que deu à Inspeção Geral das Finanças, num depoimento por escrito feito a 1 de fevereiro de 2023, considerou que “nenhuma infração de natureza financeira ou outra” lhe poderá ser imputada. E defendeu que não lhe cabia a si comunicar ao Ministério das Finanças os formalismos do contrato de cessação de Alexandra Reis.

Argumenta então a CEO da TAP que Alexandra Reis considerava "muito ambicioso" o plano de reestruturação, assim como "as diversas medidas que a gestão propunha adotar" para a concretização do mesmo. E esses eram motivos de desalinhamento que impediam a gestora de continuar na Comissão Executiva, na opinião de Christine Ourmières-Widener. Motivos a que acrescia a falta de competência em alguns dos pelouros que tinha então.

Cristine Ourmières-Widener sai ao fim de um ano e oito meses de mandato, numa gestão marcada por polémicas, pela demissão do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e fragilização de outro, o das Finanças, Fernando Medina.

Assumindo que a decisão de convidar Alexandra Reis sair da Comissão Executiva foi sua, Christine Ourmières-Widener deixa bem claro no depoimento à IGF que se sente discriminada. E manifesta a sua "perplexidade ao constatar que, lamentavelmente, foi a única pessoa diretamente envolvida na auditoria que não foi ouvida pessoalmente perante a IGF". Aa gestora alega ter sido alvo de um "comportamento discriminatório" por parte da IGF, relativamente ao qual "não deixará de retirar, em devido tempo, todas as consequências legais".

A gestora francesa, que assumiu a liderança da TAP em meados de 2021, explica que "a solicitação para o processo de autorização para o início do processo de reorganização que dá origem à substituição de Alexandra Reis foi feita numa reunião via Teams, no dia 4 de janeiro de 2022, pelas 15h30, entre a CEO da TAP e ministro das Infraestruturas [Pedro Nuno Santos].

Não era a primeira vez que a questão tinha sido levantada junto do Ministério das Infraestruturas. Em dezembro de 2021 a nota de desconforto face ao comportamento de Alexandra Reis já tinha sido enviada pela CEO ao secretário de Estado das Infraestruturas (SEI).

A decisão, explica Christine Ourmières-Widener, foi formalizada a 18 de janeiro, em email enviado ao SEI, numa nota onde são enviados nomes para possíveis candidatos ao cargo Chief Strategy Officer (CSO), deixado vago por Alexandra Reis.

Na resposta de quatro páginas (o depoimento feito por escrito à IGF), a presidente da TAP aponta o "desalinhamento e divergências profissionais" em relação ao plano de reestruturação como os grandes motivos para a necessidade de afastamento da administradora. E salienta ter comunicado a necessidade da reedistribuição de pelouros atribuídos a Alexandra Reis também por falta de competência em algumas áreas.

E, nota Christine Ourmières-Widener, eram "divergências profissionais irreconciliáveis". Segundo a gestora francesa, Alexandra Reis "não tinha a experiência necessária para o cargo de CSO" e não poderia ser responsável pelas áreas de estratégia, transformação e implementação, essenciais para o cumprimento do plano de reestruturação.

Gestora diz que nunca foi avisada para riscos jurídicos

Em resposta à IGF, é respondido que Christine Ourmières-Widener "não é jurista de formação nem tem quaisquer conhecimentos jurídicos ou experiência de gestão de empresas públicas em Portugal". E que por isso, sempre que necessário, "solicita aconselhamento externo especializado", como foi o caso da SRS. Nesse sentido, a gestora desresponsabiliza-se por qualquer eventual erro jurídico.

Christine Ourmières-Widener salienta ainda que "não foi alguma vez alertada para qualquer risco específico" que as decisões dos assessores jurídicos pudessem acarretar. Ou que a hipótese de enquadrar a saída de Alexandra Reis à luz das regras do estatuto do gestor público era mais favorável à TAP no que respeita a uma eventual indemnização.

Christine e Reis contratam assessoria externa. Hugo Mendes responde por Whatsapp

Christine Ourmières-Widener esclarece que a TAP contratou assessoria jurídica externa - a SRS Advogados - para "aconselhar juridicamente sobre os termos e condições em que a cessação da relação contratual de Alexandra Reis com o grupo TAP poderia ser efetuada". E a administradora tambem contratou assessoria externa, no seu caso a Morais Leitão.

A proposta da então administradora, conta a ex-CEO, foi enviada para os advogados externos da TAP. E depois transmitida ao secretário de Estado das Infraestruturas pela CEO, por email a 31 de janeiro de 2022.

A resposta de Hugo Mendes veio por WhatsApp. A resposta do agora ex-secretário de Estado das Infraestruturas aos emails de Christine Ourmières-Widener é sempre enviada por WhatsApp.

Depois disso, às 18h15 de 1 de fevereiro de 2022, há uma reunião por Teams com o SEI e a chefe de gabinete do Ministério das Infraestruturas, Maria Araújo, a CEO da TAP e o sócio do escritório de advogados da SRS César Sá Esteves, onde se discutiu os termos da proposta de Alexandra Reis, avança Christine Ourmières-Widener.

Um dia depois, a 2 de fevereiro de 2022, os advogados de Alexandra Reis, da Morais Leitão, fazem a proposta final aos advogados da TAP, e a mesma é enviada ao SEI por email.

A 4 de fevereiro os termos da decisão final são comunicadas ao presidente do conselho de administração, Manuel Beja, pela CEO. E a resposta de autorização do secretário de Estado é dada por WhatsApp nesse dia. Então, conta a gestora francesa, a CEO e o presidente do conselho de administração assinaram o acordo de cessação de Alexandra Reis.

A CEO assume que a cessação da relação com AR "não foi discutida em nenhuma reunião do Conselho de Administração, nem da Comissão Executiva".

"A iniciativa foi minha enquanto CEO, foi endereçada ao acionista, e a negociação e aprovação dos termos finais da cessação, incluindo a compensação, foi feita com um representante do Governo e a autorização deste", esclarece.

Governo desconhecia contornos jurídicos

O ex-secretário de Estado das Infraestruturas diz, por seu turno, que nunca foi informado dos trâmites jurídicos, salientando que a única coisa que sabia era o valor da indemnização.

Hugo Mendes respondeu, no depoimento à IGF, que "foi acompanhando as negociações quanto aos montantes entre 28/01/2022 e 02/02/2022".

O ex-governante disse também que nunca comunicou com as Finanças "porque foi tudo muito rápido" e se houvesse necessidade de reporte financeiro ao Ministério, então sob a alçada de João Leão, entendia que ele seria feito pela empresa.

O convite de Alexandra Reis para a NAV, assegura ainda, não foi articulado com as Finanças.

https://expresso.pt/economia/transportes/2023-03-07-CEO-da-TAP-reitera-divergencias-com-Alexandra-Reis-diz-ter-sido-discriminada-e-desresponsabiliza-se-de-erros-juridicos-2d55cab0

sábado, 4 de março de 2023

Da valorização do escudo ao controlo de preços: as 15 medidas do plano anti-inflação de Cavaco Silva em 1980

Com a inflação acima dos 20% há três anos consecutivos, o Governo Sá Carneiro, com Cavaco Silva na pasta das Finanças, apresenta um pacote anti-inflação em Fevereiro de 1980, pouco mais de um mês depois de entrar em funções. O Expresso recorda as 15 medidas desse plano



Sónia M. Lourenço

A inflação em Portugal atingiu no ano passado valores que não eram vistos no país há décadas, com uma média anual de 7,8%. Mas, para quem viveu em Portugal na segunda metade dos anos 70 e início dos anos 80 do século passado, este valor é até modesto. Basta notar que entre 1977 e 1979 a inflação no país situou-se sempre acima dos 20%.

Foi esse o contexto, amplificado por um novo choque petrolífero a assolar a economia mundial, em que o Governo de Francisco Sá Carneiro - com Aníbal Cavaco Silva como ministro das Finanças - elegeu, em 1980, o combate à inflação como uma das principais prioridades da sua política económica.

Na noite de 9 de Fevereiro desse ano, pouco mais de um mês depois de o Executivo ter tomado posse, Cavaco Silva fez uma comunicação ao país através da emissão da RTP - na época, canal único - apresentando as 15 medidas do pacote anti-inflação do Governo, aprovado nesse mesmo dia em conselho de ministros. E que iam desde a revalorização do escudo, até ao controlo de preços de bens essenciais e de consumo generalizado, passando por medidas na área laboral, nomeadamente para conter a subida dos salários.

O Expresso recorda-lhe as 15 medidas apresentadas por Cavaco Silva na noite de 9 de Fevereiro de 1980, para travar a inflação.

1 - Revalorização do escudo em 6%

Depois das desvalorizações dos anos anteriores - até por recomendação do Fundo Monetário Internacional - o Governo avança com uma revalorização da divisa portuguesa em 6% logo em Fevereiro. Contudo, tendo em vista garantir a competitividade externa da indústria portuguesa e contrariar movimentos especulativos contra o escudo, o Executivo decide manter o regime de desvalorização deslizante do escudo - em vigor desde 1977 -, ao ritmo de 0,75% ao mês. Só no Verão desse ano, quando era já certo que a inflação iria ficar abaixo da meta dos 20%, o ritmo de desvalorização deslizante baixa para uma taxa de 0,5% ao mês.

2 - Manutenção das despesas de consumo público nos níveis de 1979

As despesas de consumo público do Orçamento Geral do Estado e dos Fundos e Serviços Autónomos da Administração Central para 1980 não poderiam exceder, em termos reais, o montante dos respectivos orçamentos de 1979.

Ao mesmo tempo, passa a ser mais apertado o crivo das deslocações ao estrangeiro de funcionários do sector público administrativo e empresarial e o montante anual das respectivas despesas em moeda estrangeira durante o ano de 1980 não poderia exceder o montante efectivamente despendido em 1979.

3 - Novas admissões na Administração Pública mais controladas

Outro objectivo desta legislação era promover a redistribuição dos efectivos e racionalizar a gestão do pessoal.

Neste âmbito, são suspensas, temporariamente, as alterações dos quadros de pessoal dos serviços públicos que implicassem aumento das dotações orçamentais globais atribuídas pelo Orçamento Geral do Estado e é condicionado de forma mais rigorosa o recurso aos contractos de prestação eventual de serviços e aos contractos de tarefa.

4 - Limitação do montante de subsídios às empresas públicas

O montante global dos subsídios não reembolsáveis a atribuir às empresas públicas em 1980 não poderia exceder o montante total dos subsídios autorizados no âmbito do Orçamento Geral do Estado para 1979 e depende de análise rigorosa pelo Ministério da tutela, bem como do Ministério das Finanças e do Plano.

5 - Combater actuações especulativas, lucros ilícitos, e práticas contra a saúde pública

Alarga-se a actuação da prevenção e repressão a outros sectores para além da actividade comercial ou equiparada, introduzindo-se sanções mais pesadas no que se relaciona com crimes e contravenções. E estabelecem-se princípios no que toca a penas e normas processuais, visando facilitar a investigação e o julgamento dos processos.

6 - Manutenção do regime de preços máximos em bens essenciais e de consumo generalizado

O Governo mantém o regime de preços máximos, aplicável não só aos bens essenciais cujos preços são subsidiados pelo Orçamento Geral do Estado, mas também a outros produtos de consumo generalizado com importância nas despesas familiares ou nos custos de produção daqueles bens. A sujeição de um produto ao regime de preços máximos é acompanhada de acções correctoras no abastecimento, visando eliminar eventuais desequilíbrios entre oferta e procura.

7 - Alteração dos limites a partir dos quais as empresas estão sujeitas ao regime de preços declarados

Este regime impõe que as empresas com determinada facturação só possam pôr em prática novos preços desde que os aumentos pretendidos sejam justificados por aumentos dos custos.

8 - Limitar acréscimos salariais considerados custos para empresas abrangidas pelo controlo de preços

O Governo define que nas empresas abrangidas pela legislação sobre controlo de preços, não deverão considerar-se como componentes do custo os acréscimos de massa salarial que ultrapassem os níveis aceites para a formação dos custos em 31 de Dezembro de 1979, para além de um valor a estabelecer em função das perspectivas de evolução da inflação. Assim, o excedente não considerado como custo deverá ser absorvido pela própria empresa.

9 - Análise fiscal mais apertada para combater especulação e lucros ilícitos

As pessoas singulares e colectivas que forem autuadas por crimes antieconómicos e contra a saúde pública, além de terem de responder nos termos legais pela prática desses crimes, passam a ser objecto de exame rigoroso ao cumprimentos das suas obrigações fiscais. Em causa estão crimes como açambarcamento, especulação, contrabando, descaminho, fraude, venda de géneros alimentícios avariados, falsificação de géneros alimentícios e abate de reses impróprias para consumo.

O Governo avisa que os exames rigorosos ao cumprimentos das obrigações fiscais serão extensivos, no caso das sociedades autuadas, aos respectivos administradores, gerentes e sócios maioritários. E salienta que as liquidações adicionais de impostos, bem como a instauração, instrução e julgamento dos respectivos processos, terão carácter prioritário.

10 - Fundamentação às convenções colectivas de trabalho

O Ministério do Trabalho exige fundamentação económico-financeira meramente demonstrativa do acréscimo da massa salarial nos casos em que este se harmonize com o objectivo prioritário do Governo de reduzir o ritmo de crescimento dos preços. A meta do Governo era baixar a inflação para os 20%. Contudo, exige fundamentação económico-financeira claramente justificativa dos acréscimos de massa salarial nos casos em que aqueles acréscimos seja susceptíveis de comprometer o objectivo de reduzir o ritmo de crescimento dos preços. O objectivo é conter os aumentos salariais, sem contudo impor um tecto salarial, ao contrário do que tinha acontecido entre 1977 e 1979.

11 - Fundamentação económico-financeira para portarias de regulamentação do trabalho

A emissão de portarias de regulamentação do trabalho fica dependente de fundamentação económico-financeira justificativa dos aumentos salariais consagrados.

12 - Limitação dos aumentos salariais nas empresas do Estado

No sector empresarial do Estado só serão permitidos aumentos salariais ou a consagração de prestações complementares que sejam comportáveis pela situação económico-financeira das empresas e que se coadunem com o objectivo prioritário de reduzir o ritmo de crescimento dos preços.

13 - Responsabilização dos conselhos de gerência das empresas públicas na negociação colectiva

Segundo o Governo, será definida de forma clara a área de intervenção dos conselhos de gerência das empresas públicas nos processos de contratação colectiva e serão proibidas medidas de actualização salarial genérica da iniciativa dos conselhos de gerência nas empresas já abrangidas por regulamentação colectiva de trabalho.

14 - Concretização com urgência de medidas para aumentar a produtividade

Em causa estão medidas como o estímulo à fixação de prémios que se fundamentem no mérito do trabalhador no desempenho das suas funções, o desenvolvimento de acções de qualificação e responsabilização profissionais e o apoio às empresas na racionalização dos métodos de trabalho e produção.

15 - Controlo do absentismo

O Governo avança com intensificação do controlo do absentismo, principalmente através da realização de inquéritos com vista ao diagnóstico da situação real, à coordenação do direito do trabalho com direito da segurança social, com base nas normas relativas ou relacionáveis com o absentismo, com intenção de moralização das normas relativas à justificação de faltas.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

A QUALIDADE DA GESTÃO DA TAP



A notícia:

TAP gasta 20 milhões de euros a converter e reconverter avião

A TAP decidiu converter dois aviões de passageiros em cargueiros mas, um ano e meio depois, só um deles está a voar. O outro regressou ao hangar para voltar ‘à estaca zero’. Esta decisão terá custado aos cofres da TAP mais de 18 milhões de euros, aos quais acrescem os custos de estacionamento.

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Comentário Pessoal:

O lucro médio que um passageiro representa para uma companhia aérea é de 4 euros (não sabia, pois não?).

Portanto esta decisão da gestão da TAP foi equivalente a perder 4,5 milhões de passageiros!

Fixe os nomes dos ‘administradores executivos’ da TAP:

  • Chief Executive Officer: Christine Ourmières-Widener
  • Chief Financial Officer: João Weber Gameiro
  • Chief Operations Officer: Ramiro Sequeira
  • Chief Corporate Officer: Alexandra Reis
  • Chief Commercial Officer:  Sílvia Mosquera

Ah ah ah!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Descendem de portugueses estas 26 celebridades mundiais

Descendentes de corajosos emigrantes de sangue lusitano

Fique a conhecer algumas das celebridades mundiais de origem portuguesa, descendentes de corajosos emigrantes de sangue lusitano.

Apesar da excelente gastronomia, do clima, da história, das pessoas, Portugal viveu durante vários períodos da sua existência crises financeiras e vários portugueses viram-se forçados a procurar melhores condições de vida noutros pontos do globos.

Comecemos com uma rápida visita ao mundo musical:

  1. Glenn Alan Medeiros

    1. Nos anos 80, a música “Nothing’s Gonna Change My Love For You” fez sucesso mundial. O cantor deste êxito, Glenn Alan Medeiros, que nasceu no Havai, e que actualmente é professor de música nos Estados Unidos, é descendente de portugueses, mais especificamente de açorianos.

  2. Daniela Mercury

    1. Daniela Mercury é uma das mais populares cantoras brasileiras e seguramente uma das que mais vezes visita o nosso país. Diz sentir-se “em casa” quando se desloca e não é de estranhar: afinal tinha uma ligação forte com a sua avó paterna, que era portuguesa.

  3. Joe Perry

    1. O homem da guitarra dos AeroSmith, Joe Perry, também tem uma “costela” portuguesa. O seu avô madeirense, ao fixar-se nos Estados Unidos, decidiu mudar o seu apelido Pereira para Perry, de forma facilitar a sua integração na sociedade norte-americana.

  4. Kate Perry

    1. Kate Perry é seguramente um dos nomes mais surpreendentes neste artigo. A famosa cantora tem “sangue” português pela via materna. Sabe-se que desse lado tinha 3 trisavós naturais da Ilha do Faial (Açores).

  5. Nelly Furtado

    1. Os seus pais são oriundos da ilha açoriana de São Miguel. Cantora de sucessos como I’m Like a Bird” (pelo qual ganhou um Grammy) e “Turn Off The Light” ou “Promiscuous”, a artista visita com alguma regularidade o país e fala Português.

  6. Fáfá de Belém

    1. Fáfá de Belém, tal como Daniela Mercury, é uma presença regular no nosso país, é uma das mais bem-sucedidas cantoras brasileiras, e claro partilha origem portuguesa. Em 2013 solicitou a nacionalidade portuguesa.

  7. Phil Demmel

    1. Quem também toca guitarra e tem raízes portuguesas é Phil Demmel dos Machine Head. O artista revelou ser filho de uma portuguesa precisamente no Rock in Rio Lisboa 2008.

  8. Demi Lovato

    1. Demi Lovato aos 22 anos já tem um percurso interessante. Em 2012 revelou no seu Twitter a uma fã que Portugal é um dos vários países que descende.

  9. Sean Paul Ryan Francis Henriques

    1. Outro dos ilustres descendentes de portugueses é jamaicano. Sean Paul Ryan Francis Henriques, que é responsável por êxitos como “She doesn’t mind” ou “Temperature”, é neto paterno de um lusitano que decidiu fazer vida longe do seu país.

    2. Após uma rápida visita ao mundo musical, revelam-se agora alguns dos célebres artistas do meio audiovisual que têm sangue lusitano. Atores, apresentadores, realizadores fazem parte dessa lista. Muitos são ícones da actualidade, outros foram no passado. Uma verdadeira constelação de estrelas que elevam /elevaram o nome de Portugal bem alto.

  10. Daniela Ruah

    1. Daniela Ruah é uma cara bem conhecida dos portugueses, a actriz que nasceu em Boston, e que fala perfeitamente português, viveu vários anos em Portugal, tendo feito carreira no nosso país até 2010.

      Brilha desde então em terras de “Tio Sam”. Tem nacionalidade americana e portuguesa. O seu pai é português. Visita todos os anos o nosso país.

  11. Tom Hanks

    1. De todos os nomes aqui apresentado, o ator Tom Hanks é o mais mediático. Vencedor de 2 óscares, um dos mais prestigiados atores mundiais, já confessou publicamente as suas origens por várias vezes.

      Tem do lado materno, origens portuguesas. Os seus bisavós eram naturais dos Açores. Não é assim de estranhar que alguns dos seus antepassados maternos tivessem nomes como: Francisco Gonçalves Fraga, Barbara N. Silveria, Manuel Rosa, ou Josephine Borges.

  12. James Franco

    1. James Franco em entrevista a Mário Augusto para a Telecine 3 (a propósito da estreia do seu filme Feiticeiro de OZ”) confessou que Portugal: “É o único país das minhas origens que não visitei.

      Creio que a minha família vem da ilha da Madeira. Sou americano de 4.ª geração. O meu pai não falava português, o meu avô também não, mas adorava lá ir”._

  13. Sam Mendes

    1. Realizador de filmes com ‘SkyFall’, ou ‘Road do Perdiction’ (que lhe valeu um globo de ouro), o inglês Sam Mendes (ou melhor Samuel Mendes) é mais um ilustre descendente de Portugueses.

      O seu pai Jameson Peter Mendes, era natural de Trindad e Tobago, mas tinha antecedentes italianos e portugueses.

  14. Lucile Vasconcellos Langhanke

    1. Lucile Vasconcellos Langhanke, mais conhecida por Mary Astor, foi uma atriz que brilhou entre os anos 20 a 60. Em 1942 venceu um Óscar. Era descendente de portugueses pela via materna.

  15. Keanu Reaves

    1. Keanu Reaves que tem a sua carreira marcada por êxitos como “Matrix” ou “Speed”, nasceu no Líbano, e os seus ancestrais (paternos e maternos) tinham várias origens. Descende de ingleses, irlandeses, chineses, havaianos, e também de portugueses.

  16. Meredith Vieira

    1. Meredith Vieira é um rosto popular da NBC. Apresentou o mítico concurso “Quem Quer Ser Milionário”, mas também já apresentou o programa de informação “60 minutos”. Todos os seus avós eram açorianos, e emigraram para os Estados Unidos.

  17. Andrei Konchalovsky e Nikita Mikhalkov   

    1. Os irmãos russos Andrei Konchalovsky e Nikita Mikhalkov são realizadores de cinema, que alcançaram o respeito internacional. Descendem por via materna de António Vieira (que talvez fosse minhoto).

      Era “um judeu português cuja família fugiu à Inquisição, e encontrou com o czar Pedro I na Holanda ou na Inglaterra, que o levou para a Rússia onde fez uma excelente carreira (…) chegou a conde, título que usou até morrer”, revelou o jornalista José Milhazes ao site Notícias ao minuto.                                                                                                                              Agora é a vez de ficar a conhecer alguns prestigiantes escritores de sucesso que descendem de portugueses. Preparado para conhecer mais “portugueses”? Já ouviu falar de algum dos nomes mencionados? Fique a conhecê-los melhor.

  18. Louisa May Alcott

    1. Louisa May Alcott (1832, Filadélfia – 1888, Boston) destacou-se na literatura juvenil. A sua obra mais marcante foi “The Little Woman” (As Mulherzinhas). Teve antepassados paternos que foram judeus portugueses que imigraram para Inglaterra (possivelmente ainda antes de 1500)._


  19. Jorge Luis Borges

    1. Jorge Luis Borges (1899-1986), natural da Argentina, descendia pela sua via paterna de portugueses (o seu bisavô Francisco Borges habitou em Torre de Moncorvo).

      O escritor John Maxwell Cotzee em “Borges’s Dark Mirror”, considera que “Borges, mais do que ninguém, renovou a linguagem de ficção e, assim, abriu o caminho para uma geração notável de romancistas hispano-americanos”.

  20. Daniel Silva

    1. Daniel Silva é um escritor de sucesso. Entre as várias obras ligadas à temática da espionagem constam por exemplo A Death in Vienna, ou The Messenger. Nascido em 1960 nos Estados Unidos, é filho de açorianos.

  21. Ema Lazarus

    1. Ema Lazarus foi uma poetisa, descendente de judeus sefaraditas de origem portuguesa que nasceu em Nova Iorque em 1849.

      Ficou especialmente conhecida pelo seu soneto “Novo Colosso”, que foi redigido em 1883, 4 anos antes de falecer. Em 1912, o “Novo Colosso” foi exposto numa placa de bronze na Estátua da Liberdade.

  22. John Dos Passos

    1. “Apesar de John Dos Passos ser considerado um dos melhores escritores de sempre, e de haver uma prémio nacional com o seu nome, os seus livros causam pouco interesse e continua a não ser um autor prioritário para as editoras (…)”, revelou à RTP, o escritor Tiago Patrício que prepara uma peça sobre este autor. Com origens madeirenses, nasceu em Chicago em 1896 e faleceu em 1970 em Baltimore.

    2. São ou foram nomes influentes da política de vários países. Alguns marcaram mesmo a história mundial. Todos têm em comum a ligação a Portugal. Conheça algumas das figuras emblemáticas de sangue lusitano.

    3. De acordo com um estudo da New England Historic Genealogical Society, dos 43 presidentes que os Estados Unidos tiveram até hoje, 26 descendem de portugueses! Todos eles têm em comum Afonso Henriques. No caso concreto dos presidentes Bush, descendem de D. Urraca (a filha do primeiro rei português).

      Sabe-se que D. Urraca nasceu em Coimbra em 1150, 15 anos mais tarde casou com Fernando II, rei de Leão. A rainha Isabel de Inglaterra era sua trineta.

      Os familiares da rainha inglesa rumaram nos primeiros navios à América e deram origem a várias famílias presidenciais (garante o estudo que a família Bush certamente é resultado desta emigração). Entre os vários presidentes americanos com sangue português constam: George Washington, Thomas Jefferson, Gerard Ford, Bill Clinton, Ronald Reagan e  Richard Nixon.

  23. François Mitterrand

    1. François Mitterrand, que viveu entre 1916 e 1996, foi um dos mais emblemáticos presidentes franceses que também descende de Afonso Henriques._

  24. Luis Alberto Lacalle Herrera

    1. O antigo presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Herrera, que nasceu em 1941 na capital daquele país (Montevídeo), vem de famílias das Ilhas do Pico e de S. Jorge.

  25. Benjamin N. Cardozo

    1. Benjamin N. Cardozo foi Juíz do Supremo Tribunal Americano. Descendente de judeus portugueses, nasceu em 1870 e faleceu em 1938. Nascido em Londres em 1804, e falecido na mesma cidade em 1881,

  26. Benjamin Disraeli

    1. Benjamin Disraeli foi Primeiro-Ministro Conservador do Reino Unido no tempo da Rainha Vitória. Também foi escritor. Descendia de judeus portugueses.

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

A nova vida de Passos Coelho, o desejado

Prometeu à mulher que não voltava à política a sério antes de a filha ser mais crescida. Riu-se bastante com a manchete que lhe insinuava uma nova namorada. Adora dar aulas. Não se inibe nas conversas nem nos almoços. “Seria um imbecil” se o fizesse, costuma dizer. Nem faz planos nem diz nunca. Sofreu, mas às vezes canta. A família, a universidade e a política no quotidiano do Ex-primeiro-ministro.

Índice
1 Aulas bem preparadas
2 A casa, o carro e o cão
3 Não vê TV, mas respira política
4 O futuro político
5 Terá de ser o país a precisar dele

No Verão passado, Passos Coelho ficou uns dias de férias em Ílhavo, no hotel da Vista Alegre. Teve azar: o carro foi assaltado e acabou a ir comprar um computador à Fnac do Fórum Aveiro. Em tempo de férias, o espaço estava à pinha. Não foram compras normais. Gerou burburinho, gente à volta, pedidos de fotos, “parecia uma popstar”, recorda quem assistiu. Na loja, teve ainda de atender dois pedidos de funcionárias: se podia falar ao telefone com os respectivos namorados, a garantir que estava mesmo ali, coisa a que o Ex-primeiro-ministro acedeu sem ser preciso insistência. Talvez tenha mesmo achado graça, já que usou a voz de barítono para questionar um dos interlocutores no telemóvel que lhe passaram: “Sabe quem fala?” Mesmo que não tenha sido reconhecido pela voz, a resposta era fácil, já que havia pessoas atrás e à volta a ajudar “é o Passos, é o Passos”.
Cenas como estas não são uma excepção. Foi comer à Vagueira (carne maturada, que Passos mantém o mítico apetite) e um cidadão incauto arriscou o atropelamento pondo-se à frente do carro de braços abertos quando o reconheceu, “ó Passos, Passos”. Mais recentemente, num jantar no Solar dos Nunes, em Lisboa, “foi um corrupio, do dono aos empregados”, passando por quem estava a jantar, “em alguns sítios mal se consegue comer com calma com ele”, diz o conviva de refeição, mas também acrescenta a reacção de Passos: “Ele reage bem, mas não está em ânsia nenhuma.” Não vê nisso nenhuma onda de fundo. Ou, como resume quem o acompanhou em Aveiro: “Ele gosta disso, ou seja, gosta de ser apreciado, mas não faz disso mais nada.”

Muitos fazem por ele: além de quem o aborda na rua, de quem lhe pede para almoçar e conversar, dos sociais-democratas que lhe deram uma recepção em tom sebastiânico na Festa do Pontal, também uma sondagem recente da Intercampus para o CM/CMTV e Jornal de Negócios mostrou que Pedro Passos Coelho é hoje o nome mais popular para candidato à Presidência da República (com 15,8%, à frente de Guterres, Costa e Gouveia e Melo) – um cenário a que o próprio já tem respondido com convicção, aos próximos, com um “está doido, doido, o Presidente da República não faz nada”.

Passos é um político carregado de passado em que a sombra de um eventual futuro pesa cada vez mais. Ele reage com a frieza habitual. Nunca houve um não rotundo, mas não mostra, nem aos mais próximos, planos, pressa, ou sequer a intenção de. Talvez porque, ainda antes da dolorosa morte da mulher, Laura, em Fevereiro de 2020, lhe tenha prometido que ficaria longe de responsabilidades políticas mais exigentes até que a filha de ambos ainda menor, Júlia, que terá hoje 14 anos, fosse mais autónoma. Tem cumprido. A vida de Passos Coelho tem sido praticamente só família e aulas, mais o ocasional almoço a falar de política.

Embora não se iniba de intervir, mede as raras aparições públicas ao milímetro. Porque, como o próprio explica com ênfase a quem o questiona sobre elas: “Cada vez que apareço isso põe as pessoas a olhar para o passado e não para o futuro. Não quero de todo alimentar isso ou desviar a atenção do presente.” Está confortável na sua nova vida, ou como avalia um amigo próximo, “ele deu-se muito bem com o pós-poder”. Embora, e fazendo as contas, a filha estará a fazer 18 anos em 2026, data das próximas presidenciais.

O pós-poder começou há cinco anos. A 16 de Fevereiro de 2018, no arranque do congresso do PSD que deu lugar a Rui Rio, Pedro Passos Coelho despediu-se da liderança do PSD, prometendo “discrição” ao novo líder – não ia andar por aí. E avisando que “é da propaganda que vive este governo”, “só preocupado consigo próprio” e não “com o futuro do País”. No fim desse mês, despediu-se também do parlamento e no início de Março, confirmou-se que iria dar aulas no ISCSP, de Administração Pública, a alunos de mestrado e a doutorandos. Foi uma escolha com significado e não um acaso – mas já lá vamos.


Aulas bem preparadas
“Conhecia-o e falámos sobre o assunto, no sentido de que a situação fosse confortável para ele e de o incentivar a fazer o doutoramento”, recorda Manuel Meirinho, que o convidou e era à altura director da faculdade, sendo hoje presidente do Conselho Científico. Mas a entrada para professor catedrático convidado foi atribulada. Houve uma vaga de críticas, sobretudo mas não só, nas redes sociais, e até um abaixo-assinado de alunos contra a contratação (a invocar uma “afronta à transparência e à meritocracia”). Passos chegou mesmo a colocar a direcção da faculdade à vontade, se entendessem que a sua entrada afinal “era prejudicial” à reputação da escola, ficava tudo sem efeito, que não fizessem cerimónia, não era por ele que não haveria recuo. Mas nem a direcção recuou, nem os protestos persistiram. Nas aulas também hesitou: quis uma carga horária pequena, para avaliar como se dava e preparar os conteúdos. Depois, foi aumentando. “Tinha menos aulas no início, não leciona o que não sabe e por isso a evolução foi incremental, por opção dele”, diz Meirinho.Outro professor da mesma escola diz mesmo que sentia que Passos não apreciava se lhe pedissem para dar conteúdos, “do ar, sem mais nem menos, e sem se preparar”. Hoje, ensina Princípios de Macroeconomia, Estratégia e Gestão da Empresa, Gestão Administrativa de Recursos Humanos e Economia, em licenciaturas; Processos de Decisão e Políticas Públicas, Avaliação de Políticas Públicas em três mestrados; Temas Aprofundados de Administração Pública e um seminário temático no doutoramento em Administração Pública.

Leva as aulas todas preparadas, traz imenso materiais”, aponta uma Ex-aluna. Sendo impossível avaliar se todos o apreciam, nas avaliações internas promovidas pela universidade, feitas pelos alunos, surge sistematicamente entre os mais bem classificados. Mesmo que os alunos não simpatizem com a técnica do professor Passos nos exames, em que leva dois enunciados diferentes, um para a fila da direita, outro para a fila da esquerda, que vai alternando, para evitar copianços. E que lhe dão o dobro do trabalho a elaborar.

O mistério não é que Passos dê aulas. Teve aliás, convites de outras universidades, e está também, embora apenas com uma única aula (Economia Portuguesa e Europeia), na Lusíada, onde ele próprio se licenciou em Economia. É porque é que escolheu só dar aulas. “Sei que ele teve muitos convites quando saiu do partido”, aponta quem acompanhou esse processo. Quais, também não o detalhou, nem aos amigos.

Um Ex-aluno aponta uma explicação directa. O deputado socialista Sérgio Sousa Pinto, que o conhecia desde os tempos em que liderou a JS, teve-o como professor durante a pandemia de Covid-19, sempre online, e define: “Ele teve um papel patriótico num momento difícil da nossa história e não aceita que esse legado seja maculado com qualquer actividade no privado.” Um amigo pessoal corrobora: “Ele não quer ser rico. No dia que tentasse, estragava uma parte da imagem dele.” E isso não tem a ver com cálculos futuros (ou pelo menos, não tem só), assegura: “Tem a ver com respeitar o seu próprio passado. É preciso perceber o Passos para perceber as escolhas dele. Sei que ele teve convites, mas nunca mo disse. E nem os deve ter considerado.”

Voltando a Sousa Pinto, o balanço que faz é este: “Só tenho elogios. Era de um enorme profissionalismo e rigor, era um magnífico professor. Dos mais zelosos e competentes que tive.” Diz o amigo: “Ele adora dar aulas. Adora falar, qualquer pessoa que tenha ouvido um discurso dele também percebe isso. Tem nos alunos as ‘vítimas’ perfeitas”, brinca.

Passos trata as burocracias que tem de tratar, domina o sistema informático e não tem nenhum estatuto especial. Recebe com frequência alunos de mestrado e doutoramento no gabinete 27, no piso 3, para ser entrevistado sobre o seu período como primeiro-ministro. “Cravam-no muito”, diz um colega – e não tem problemas em fazê-lo. Para fora, mede mais as intervenções.

Não vai, de facto, ficar rico a dar aulas. A lei obriga a que um professor convidado só possa ficar como catedrático durante quatro anos. Assim, este ano, passou a uma categoria abaixo, é agora professor associado convidado. Dependendo do escalão em que estiver colocado (o ISCSP não clarificou este ponto à SÁBADO), a tabela oscila entre 3.717 ou 4.393,09 euros brutos, a que se subtraem 33% por ser convidado. Ou seja, entre 2.491 e 2.944 euros brutos. Traduzindo, levará para casa, líquidos, entre 1.782 e 2.011 euros.

A casa, o carro e o cão
Passos vive no mesmo apartamento, em Massamá. “Até tem a mesma mobília”, retrata um amigo. Só mudou de carro: já não tem um Opel Corsa, como quando estava no governo (“vamos lá a ver, aquilo já não dava mesmo…” – é a descrição do estado do veículo por quem nele andou) e comprou um Renault Megane azul elétrico, mas a casa, essa está mais vazia. A 25 de fevereiro de 2020, a mulher de Passos Coelho, Laura, morreu. O osteossarcoma no joelho fora detetado em 2014, ultrapassado em 2015, regressara em 2017, já com ramificações para outros órgãos. Era um desfecho esperado havia algum tempo. Laura passara o último Natal em casa. Rira-se com os mais próximos que a visitaram, mas nessa altura os tratamentos tinham já parado. Laura, descrevem os amigos de Passos que a conheceram – manteve a boa disposição até ao fim. Passos acompanhou-a em todas as consultas, em todos os tratamentos, apoiava-a em casa, dava-lhe banho, como fizera já na campanha de 2015, em que vinha a casa dormir por onde quer que andasse em serviço eleitoral.

A morte da mulher recentrou ainda mais a vida do ex-primeiro-ministro na família. Tem uma ligação próxima com as duas filhas mais velhas, Joana e Catarina, filhas do primeiro casamento com Fátima Padinha, das Doce, vive com a filha Júlia, a mais nova, e teve uma reaproximação ainda mais forte com a filha de Laura de uma primeira relação, Teresa. “Ele é como se fosse mesmo o pai dela”, descreve um amigo próximo. A foto de perfil que usa no WhatsApp (a única rede social que usa, não frequenta outras), é com as três filhas biológicas e com Teresa. E está com um sorriso aberto, uma expressão pouco habitual nele. A foto de capa do telemóvel ainda é de Laura e mantém a aliança no dedo.

“Ele fartou-se de rir com a história da Nova Gente”, recorda um amigo. Em março do ano passado, a revista pôs na capa o título “Passos Coelho volta a sorrir, dois anos após a morte de Laura Ferreira” e o anúncio “mostramos o primeiro-ministro como nunca o viu”, ilustrado com uma fotografia em que surgia ao lado da investigadora na área da Saúde Isabel de Santiago. Braço na cintura da amiga, ela a mão no ombro dele. Mas na imagem Passos tinha o lado esquerdo do corpo cortado, e ele ria-se com gosto a contar: “Se tivessem posto a foto completa, via-se que do outro lado estava o marido.”

Mantém uma relação próxima com os sogros, Domitília e Tomás, os pais de Laura. Não há quem não o tenha ouvido dizer “a minha sogra faz a melhor cachupa do mundo”, e toda a gente sabe que Passos adora uma cachupa, “esta está boa, mas não tem o mesmo sabor, a da minha sogra…” Passos é pai e mãe, leva a filha à escola, faz as tarefas domésticas, cozinha, faz as compras e passeia o cão duas vezes por dia nas redondezas – em novembro foi apanhado e fotografado pelo Tal & Qual na cívica tarefa de recolher os dejetos do Koda. Sempre teve a disciplina de ajudar em casa e lidar com situações em que o seu apoio era fundamental. Ainda na JSD, e deputado, saía das reuniões para ir a casa cuidar da filha mais velha, que tinha problemas, e dar-lhe explicações. Na família habituou-se a ajudar no acompanhamento do irmão mais velho, Miguel, com paralisia cerebral desde criança.

Hoje está mais centrado em Massamá, já pouco vai ao Comilão, poiso habitual de antigas conspirações políticas. Agora o local mais provável para o encontrar a jantar com algum amigo é perto de casa, no Estrela da Bica. Na vizinhança já toda a gente o conhece. Vão longe os tempos em que era primeiro-ministro e no supermercado onde costuma fazer as compras, na caixa o funcionário lhe perguntou, “nós conhecemo-nos?” Passos foi fleumático: “Penso que não…” O funcionário insistiu: “Não trabalhámos já juntos?” “Não sei, não me recordo, mas é possível, quem sabe.” Não se apresentou, nem esclareceu que o outro, se o conhecesse, só da televisão, em versão fato e gravata – ali estava à paisana. Na rua anda de calças de ganga, ténis e camisola, às vezes com um casaco de malha que parece um número acima, mas vai de fato para as aulas.

Depois de deixar a política, e instalado numa rotina muito pessoal, sucederam-se momentos difíceis: a morte do pai, em 2019, a de Laura, a do irmão Miguel, em finais de 2020. E ainda a doença da irmã, e de Fátima Padinha, com quem manteve após o divórcio uma relação de amizade próxima.

“Ele tem tido uma vida emocional dura, muito dura, embora seja de uma resistência impressionante. Quem acha que ele anda o tempo todo a pensar em política desengane-se. Tem uma vida cheia, com as aulas e tudo o que lhe tem acontecido. Não anda distraído de nada, mas tem tido muito em mãos, muito com que lidar”, explica um amigo de muitos anos.

É um lado, o pessoal, que tentou e conseguiu sempre preservar. No Governo, recorda o mesmo amigo, tentou convencê-lo a “abrir qualquer coisa à impressa”, pô-lo a falar ou deixar que alguém falasse por ele. “Proibiu-me”, foi a conclusão. “A minha vida pessoal não interessa a ninguém nem me interessa expô-la.”

Mas é nessa vida pessoal que, como na foto com as filhas, sorri mais. Está longe de ser um homem acabrunhado. Num aniversário recente, de um sobrinho, chegou atrasado à festa, já depois da hora de jantar (vinha das aulas), mas acabou a cantar a Júlia florista para toda a gente.

“Só não falaria com pessoas com quem trabalhei ou com quem gosto de conversar se fosse um completo imbecil”: a resposta desarmante é do próprio Passos, a quem lhe perguntou sobre notícias na imprensa dando conta de vários almoços seus. “Porque é óbvio que ele continua a falar com muita gente, e gosta disso. E não diz que não a convites. Às vezes diz-me, fui almoçar com o cientista tal, com o professor tal… Por um lado, ele gosta genuinamente de conversar com pessoas. Por outro, se um dia pensar voltar – e não estou a dizer que pense – isso não só não estraga, como ajuda”, contextualiza um amigo próximo.

Essa é a eterna questão e é por isso que qualquer aparição pública ou almoço privado gera comentários e notícias. Por isso, e porque, diz Sousa Pinto – e os dois trocam impressões de vez em quando – “porque ele é o líder da direita em Portugal”.

Não vê TV, mas respira política
Passos respira, ainda, política. Não vê televisão, nenhuma, perdeu esse hábito há anos, nem tem redes sociais, mas lê tudo o que é publicado na imprensa. Com algum distanciamento. “Concorda-se com umas coisas, com outras não, mas deixa-se passar”, costuma dizer. Pratica ainda o moto de quando estava no Governo: “Nervos de aço e gelo nas veias.” E agora é mais fácil. De resto, devora relatórios, nacionais e internacionais, sobre economia, demografia, segurança social ou o que lhe vier à mão. E mesmo pagando o preço de alimentar mais uma ou outra especulação, não se inibe de intervir sobre o que acha importante. Costuma justificar-se com esta argumentação: “Precisamente por ter sido primeiro-ministro, e numa altura determinante, isso traz uma responsabilidade, como para outros ex-primeiros-ministros também trouxe. Há quem diga uma responsabilidade moral, não sei, mas alguma traz. Não posso fazer como se não tivesse nada a ver com nada, é normal que intervenha.”

E interveio, por exemplo, sobre a eutanásia, publicando um artigo no Observador, em dezembro, numa linha diferente daquela que o PSD defendeu. Criticava a omissão de posição clara do seu partido, que se remeteu à defesa de um referendo, e apelava também, diretamente, à reversão futura da lei: “Era bom que se soubesse que haverá quem não se conforme nem desista de, no futuro próximo, pôr em cima da mesa a reversão da decisão que o parlamento se prepara para tomar, como numa democracia madura.” Em algumas linhas intuía-se, sem que tal nunca fosse explícito, parte da experiência pessoal por que passou e continua a passar: “Não se perde a dignidade pelos infortúnios que a vida nos possa trazer nem se resgata dignidade simplesmente por não aceitar ou desejar viver uma vida que possa parecer ter perdido o sentido de ser vivida.”

Mas há mais em que Passos discordou e afirmou-o: disse a Luís Montenegro, líder do PSD, que achava que deveria manter o líder parlamentar, Paulo Mota Pinto, em vez de o substituir por Joaquim Miranda Sarmento.

Montenegro reagiu, de forma “desproporcional” ao texto da eutanásia, diz um passista, mas um membro da atual direção garante que a relação entre os dois é serena – ainda que ambos sejam “tão institucionalistas” que de um lado ou de outro “ninguém sabe com que frequência falam, detalhes, nada”. “Mas não há afastamento”, indica a mesma fonte. “Não há sombras nem fantasmas e podem até divergir, o Passos tem espaço e está à vontade para isso, a relação é impecável, trabalharam bem juntos e conhecem as virtudes e limitações um do outro.”

E há mais um tema que Passos não deixará passar em silêncio: se a questão da regionalização se colocar de forma evidente na agenda política, é absolutamente claro para todos os que com ele conversam que intervirá publicamente – resta saber como – para a evitar. É convictamente contra.

Mesmo em contactos privados, Passos Coelho não se retrai de contar episódios do seu Governo ou de comentar a atualidade, com uma descontração que por vezes espanta quem o ouve. Por exemplo, num almoço perto de casa, há uns meses, um amigo com quem ia almoçar levou outro amigo, que Passos não conhecia de lado nenhum, sem o avisar. Passos achou normal – ainda que o convidado-surpresa fosse do Bloco de Esquerda – e a conversa decorreu amena mesmo quando o interlocutor, nos antípodas políticos, entrou por temas que achava incómodos para Passos Coelho. Mas porque é que mantivera o [Miguel] Relvas, no caso da licenciatura duvidosa? O ex-primeiro ministro desfiou com pormenores e à-vontade desconcertantes as conversas com dois dos seus ex-ministros. Com Nuno Crato, ministro da Educação, que lhe disse “o que se passa é isto”, disse-lhe simplesmente “investigue-se”. Quando vieram os resultados que comprometiam o amigo e ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, foi igualmente curto com Crato: “Então execute-se.” Já a Relvas, relatou, fez outras perguntas: “Tens as cadeiras? Mas para que é que precisas das cadeiras? Porque é que não fazes uma declaração pública a assumir que não tens as cadeiras, mas que também não precisas das cadeiras?” Isto enquanto o surpreendido mas interessado bloquista comia caril e ele muamba.

O futuro político
Dos muitos contactos, conversas, almoços e jantares que Passos foi mantendo ao longo dos últimos meses, é possível reconstituir aquilo que foi dizendo sobre como vê o seu futuro político. Alguns exemplos, de conversas diferentes: “Nunca serei Presidente da República, nem outras coisas que para aí dizem”; “Este governo está em fim de ciclo, acredito que Montenegro será primeiro-ministro. Não quer dizer que ele esteja a fazer tudo bem, ninguém faz, mas tem todas as hipóteses de ser primeiro-ministro, conheço-o, sei do que é capaz.”

Este é o cenário da maior probabilidade, defende. Depois, sobre a improvável circunstância de os astros se alinharem para criar circunstâncias que incentivem um regresso, vai dizendo “não é um assunto que tenha na cabeça, não estou aqui à espera de uma oportunidade qualquer”. Há uma razão, de contexto, que costuma lembrar. Quando saiu da política, em 1999, achava que não ia regressar. Tinha 35 anos, foi tirar o curso e trabalhar no setor privado. Passaram seis líderes até que chegasse a sua vez e já não pensava nisso. Mas agora é diferente: “já fui”, explicou numa conversa bastante recente. “Já fui primeiro-ministro.”

Miguel Relvas, com quem houve um processo de reaproximação, embora a frequência dos contactos seja hoje mais ocasional, defende que Passos “não tem dever moral nem obrigação de regressar à política. Entrou pelo seu pé e saiu a ganhar – foi o único. Só em circunstâncias muito, mas muito excecionais decidirá.

Mas Passos também não exclui nada. Em novembro passado, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter dito que “sendo tão novo [Pedro Passos Coelho], o País pode esperar, deve esperar muito ainda do seu contributo no futuro, não tenho dúvidas”. Passos acabou por reagir, à saída de uma conferência académica sobre o Serviço Nacional de Saúde: “Não tenciono regressar a espaços políticos, as pessoas sabem disso, estou afastado da atividade política. Não há nenhuma razão para eu dizer que nunca mais na vida faço coisa nenhuma, porque seria uma tolice dizer coisas dessas, seria um absurdo, mas não estou a pensar em coisa nenhuma, estou muito fora de tudo e assim pretendo continuar.
E há outro ponto: Passos, garante quem com ele conversa, nunca vai “espetar a faca em Montenegro”, é uma “questão que nem se coloca”. Ou, como diz Pedro Gomes Sanches, que o convidou para almoçar no fim do ano passado, “parece evidente que não fará a Montenegro o que Costa fez a António José Seguro”. Almoçaram no Darwin, da Fundação Champalimaud. Achou-o “muito atento ao que se passa no País” e também com a sensação de ter deixado “um trabalho interrompido de forma abrupta”, com reformas por executar. “Ele tem uma visão para o País, um legado executivo e um capital moral. Não interferiu com a governação, não fez sombra no partido que deixou. Tem o foco no País. Há um reencontro com a História que seria normal. Pode fugir a esse reencontro com a História. Só alguém agregador do voto à direita e com capital moral se pode assumir como alternativa. Disse-lhe isso. Acho que ele não é passado, é futuro. E enquanto ele não disser ‘não’ vou, eu fico nesta ideia…”

A SÁBADO sabe que está longe de ter sido o único a dizer-lhe isto. Num outro encontro, Passos não repetiu em privado o que dissera em público: “Nunca sabemos. A oportunidade não era para surgir e surgiu”, admitiu. As circunstâncias ditarão o seu futuro, mas garante sempre que não vai à procura delas.

Terá de ser o país a precisar dele
Passos nunca teve, ao contrário do que se possa pensar, ideia fixas sobre quando se candidatar fosse ao que fosse, e mais do que uma vez mudou de ideias. Antes de ser líder da JSD, e embora já estivesse na direção, anunciou que ia sair para acabar o curso –, mas foi convencido de que teria de voltar a adiar a licenciatura para se candidatar à sucessão de Carlos Coelho, que por sinal já tinha outro sucessor para apoiar – mas Passos ganhou. E, num episódio pouco conhecido, quando Marcelo Rebelo de Sousa se tornou líder do PSD, em 1996, Passos quis avançar. Disse-o abertamente a um próximo, mas foi mal recebido: o social-democrata disse-lhe que era cedo e que nem ele o apoiaria. Passos acabaria não só por recuar, como por ser decisivo no avanço de Marcelo, sugerindo-lhe que avançasse pelo menos com uma moção estratégica. E Passos lá foi finalmente acabar o curso e trabalhar fora da política. Fez um interregno de 12 anos até regressar como candidato à liderança do PSD, em 2008.
Alguém com quem costuma falar vê assim a questão: “Terá de ser o País a precisar dele, não ele a precisar do País. Só isso o convenceria.” Sousa Pinto, com quem fala (e discorda) ocasionalmente sobre temas diversos, da fiscalidade à saúde (mas não sobre o “futuro”), diz, contudo, uma frase que encaixa no diagnóstico de outros mais próximos: “Ele é um homem moral. Decidiu servir. A vida dele só pode compreendida assim.”

Na cabeça de Passos: defeitos e virtudes
Preocupado
Quem vem de um almoço com Passos muitas vezes não vem animado. Tem uma visão inquieta dos caminhos do País, os cenários a médio e longo prazo que traça são pessimistas.


Frio e analítico
Terá vantagens, mas para alguns gera pouca empatia. Um amigo de anos admite que para muitos persiste a imagem de “há 10 anos”, do primeiro-ministro seco e da austeridade

Teimoso
É possível fazer Passos Coelho mudar de ideias, mas não é fácil. “É preciso ter bons argumentos”, porque “quando já traçou a bissetriz”, é difícil levá-lo a ver o outro lado

Paciente
Sabe ouvir, quer quem discorda dele (não interrompe e escuta até ao fim), quer quem só tenha dúvidas. Não mostra impaciência. Estende conversas, mesmo quando diverge. Não toma as críticas como pessoais

Terra a terra
Tem um estilo de vida frugal, não se queixa do que ganha, continua a ir para a Manta Rota e a frequentar sobretudo restaurantes baratos. “Não é nada deslumbrado”

Desprendido
“Não está interessado em resolver a vida dele, está interessado no que acontece ao País mais à frente, na saúde e nas pensões, no lado estrutural das coisas. Só pensa nisso”, diz um social-democrata

Dinheiro e dívidas
Antes
Quando chegou ao governo declarou 122 mil euros de rendimento. Fora administrador das empresas Fomentinvest, TejoAmbiente, Ribatejo, HLC Tejo e CM02. Tinha dois apartamentos em Massamá.


Durante
Ao deixar o governo, em 2015, declarou 95.021 euros de rendimento bruto de trabalho dependente (do salário como primeiro-ministro), e 5.100 de rendimentos prediais.

Depois
Em 2018, ao deixar a liderança do PSD, declarou 98.996 euros (do trabalho como deputado e líder do partido) – hoje ganha muito menos. Não tinha ações ou obrigações. Tinha três créditos à habitação (179.216 euros ao Millennium BCP e 24.659 à CGD), mais um crédito pessoal de 5.538 euros (ao Millennium)

Com quem ele fala
Mantém alguns velhos amigos de sempre. Pedro Pinto, que conheceu na JSD, a ex-jornalista Eva Cabral (que foi sua assessora em São Bento, mas que conhece há décadas), e Luís Monteiro (que foi administrador no Instituto de Segurança Social) fazem parte de um grupo que acentuou o convívio quando viviam todos na Colina do Sol, junto à Brandoa.

É amigo do professor universitário de relações internacionais Vasco Rato (é padrinho do filho dele), e do jurista Miguel Matias (de quem foi padrinho de casamento), mas mantém contactos mais pontuais com muita gente da área da Economia – “é um amigo sólido e antigo”, diz Jorge Braga de Macedo – e da academia em geral.

Não recusa convites: foram públicos, recentemente, os encontros com José Eduardo Martins, do PSD, com o gestor Pedro Gomes Sanches e com Rui Batista, seu antigo assessor de imprensa. Foi, por exemplo, à festa de anos de Francisco Cavaleiro Ferreira, onde se cruzou com Luís Campos e Cunha e teve um padre na mesa, com quem ficou à conversa – e a criticar o Governo, até depois da 1h da manhã.


O livro em banho-maria
Sabe-se praticamente desde que deixou o PSD que tem estado a escrever um livro sobre os seus anos como primeiro-ministro , mas não deverá estar para breve. Apesar de adiantado, Passos nunca o terminou, primeiro pela dificuldade com o acompanhamento da doença da mulher, depois porque as aulas lhe deixam pouco tempo. E ainda porque, como se viu pelo preâmbulo de 35 páginas ao livro do embaixador Luís de Almeida Sampaio, Diplomacia em Tempo de Troika, cheio de detalhes, datas, horas e referências, a futura obra requer trabalho pesado. Não há calendário, nem nada que o prenda a terminá-lo.


Maria Henrique Espada
https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/a-nova-vida-de-passos-coelho-o-desejado

All Real Madrіd trophіes and tіtles as o 2023: full lіst

Descrіbed as the prіde of Spaіn, Real Madrіd іs undoubtedly one of the best football teams іn the world.

A testament to іts success іs іts approxіmately 450 mіllіon fans worldwіde. So, let us look at Real Madrіd’s trophіes through tіme.

Real Madrіd’s profіle summary

  • Full name: Real Madrіd
  • Nіckname(s): Los Blancos
  • Founded: 1902
  • Locatіon: Madrіd, Spaіn
  • Colours: Whіte and blue
  • League: La Lіga
  • League rankіng: 1
  • Coach: Carlo Ancelottі
  • Net worth: $4.75 bіllіon
  • Current market value: $865 mіllіon
  • Stadіum: Estadіo Santіago Bernabéu
  • Capacіty: 81,044
  • іnstagram: @realmadrіd
  • Twіtter: @realmadrіden

All Real Madrіd trophіes and tіtles as of 2023

Let us fіnd out how many trophіes Real Madrіd won іn total. The club has had about 122 league tіtles sіnce 1903. Here іs a lіst of Real Madrіd’s trophіes by year sіnce іts іnceptіon.

  • 5 Mancomunados: 31/32, 32/33, 33/34, 34/35, 35/36
  • 18 Regіonal Champіonshіps: 03/04, 04/05, 05/06, 06/07, 07/08, 12/13, 15/16, 16/17, 17/18, 19/20, 21/22, 22/23, 23/24, 25/26, 26/27, 28/29, 29/30, 30/31
  • 2 Latіn Cups: 1955, 1957
  • 2 Small World Cups: 1952, 1956
  • 1 League Cup: 84/85
  • 12 Spanіsh Super Cups: 1988, 1989, 1990, 1993, 1997, 2001, 2003, 2008, 2012, 2017, 2019, 2020, 2022
  • 19 Spanіsh Cups: 04/05, 05/06, 06/07, 07/08, 16/17, 33/34, 35/36, 45/46, 46/47, 61/62, 69/70, 73/74, 74/75, 79/80, 81/82, 88/89, 92/93, 10/11, 13/14
  • 35 Natіonal League tіtles: 31/32, 32/33, 53/54, 54/55, 56/57, 57/58, 60/61, 61/62, 62/63, 63/64, 64/65, 66/67, 67/68, 68/69, 71/72, 74/75, 75/76, 77/78, 78/79, 79/80, 85/86, 86/87, 87/88, 88/89, 89/90, 94/95, 96/97, 00/01, 02/03,06/07, 07/08, 11/12, 16/17, 19/20, 21/22
  • 2 UEFA Cups: 84/85, 85/86
  • 5 European Super Cups: 2002, 2014, 2016, 2017, 2022
  • 7 FіFA World Cups: 1960, 1998, 2002, 2014, 2016, 2017, 2018
  • 14 European Cups: 55/56, 56/57, 57/58, 58/59, 59/60, 65/66, 97/98, 99/00, 01/02, 13/14, 15/16, 16/17, 17/18, 21/22
  • 3 іntercontіnental Cups; 02/03, 98/99, 60/61
  • 1 Best club of the 20th century FіFA: 2000

  • How many La Lіga trophіes does Real Madrіd have?


The club sіts at the top of the league table wіth 66 poіnts іn the natіonal Spanіsh League. іt іs currently the only Spanіsh club to hold the most La Lіga tіtles іn hіstory.

  • Real Madrіd’s 34 League tіtles; 19/20, 16/17, 11/12, 07/08, 06/07, 02/03, 00/01, 96/97, 94/95, 89/90, 88/89, 87/88, 86/87, 85/86, 79/80, 78/79, 77/78, 75/76, 74/75, 71/72, 68/69, 67/68, 66/67, 64/65, 63/64, 62/63, 61/62, 60/61, 57/58, 56/57, 54/55, 53/54, 32/33, 31/32

The Spanіsh Super Cup іs a competіtіon between the La Lіga and Copa del Rey wіnners. Out of the 34 La Lіga vіctorіes, Los Blancos defended theіr Super Cup tіtles, gettіng 12 wіns up to 2022.

As the new decade starts, the team has already won the Super Cup after beatіng Athletіc Bіlbao 2-0. Here іs a lіst of Real Madrіd’s trophіes іn the last decade.

  • Spanіsh Super Cup: 2001, 2003, 2008, 2012, 2017, 2019, 2020

Real Madrіd Champіons League trophіes

How many European trophіes has Real Madrіd won? Real’s іmpressіve performance іs evіdent іn the European league. The club has had 14 UEFA Cup wіns sіnce 1955.

So, how many Champіons League trophіes has Real Madrіd won іn a row? The club broke records by wіnnіng the European Champіons thrіce іn a row; 2016, 2017, and 2018.

  • UEFA Champіons League: 1955-56, 1956-57, 1957-58, 1958-59, 1959-60, 1965-66, 1997-98, 1999-00, 2001-02, 2013-14, 2015-16, 2016-17, 2017-18, 2021-22.

Real Madrіd’s trophіes іn Europe

Other than the Champіons League, Los Blancos has also had sіgnіfіcant success іn the European football scene. Here іs a lіst of all Real Madrіd’s trophіes іn Europe.

  • UEFA Super Cups: 2002, 2014, 2016, 2017.
  • UEFA Champіons Cups: 55/56, 56/57, 57/58, 58/59, 59/60, 65/66, 97/98, 99/00, 01/02, 13/14, 15/16, 16/17, 17/18.
  • European club of the year: 15/16
  • UEFA Europa League Cups: 84/85, 85/86.
  • іntercontіnental Cups: 02/03, 98/99, 60/61.
  • European Champіon Clubs’ Cups: 65/66, 59/60, 58/59, 57/58, 56/57, 55/56.
  • 1 Best club of the 20th century FіFA: 2000.

Real Madrіd’s honours

Here are some more honours awarded to the prestіgіous club over the years.

  • European club of the year: 15/16
  • Globe Soccer/ Best Club of the Year: 2014
  • Best club of the 20th century FіFA trophy: 2000.

Real Madrіd’s trophіes іn 2023

Thіs prestіgіous football club began wіnnіng major trophіes іn the Spanіsh League at the begіnnіng of the 21/22 season. Thanks to Luka Modrіc, the Los Blancos team grabbed theіr fіrst trophy of the season іn the 2022 UEFA fіnal match agaіnst Athletіc Bіlbao.

Real Madrіd’s current presіdent, Florentіno Pérez Rodríguez, acknowledged the club’s wіnnіng tradіtіon іn an іntervіew wіth Real Madrіd TV. Whіle encouragіng hіs talented players, he saіd:

How many trophіes have Real Madrіd won thіs season?

Real Madrіd’s trophіes іn 2022 are La Lіga, Champіons League, Spanіsh Super Cup, and European Super Cup. The club has won four tіtles out of a possіble fіve. The Club of the Year award mіssed on the lіst of Real Madrіd trophіes thіs season because іt went to Manchester Cіty FC.

What іs the bіggest wіn for Real Madrіd?

іn 1943, the club trіumphed over іts El Clasіco rіval, FC Barcelona, wіth an 11-1 wіn. Although the El Clasіco competіtіons between the two teams started as frіendlіes, they slowly took a turn, wіth the rіvalry іntensіfyіng іn the 20th century. Gіven the hіstory, the 1943 wіn was regarded as Real Madrіd’s trophy of all tіme untіl recently when revelatіons of іntіmіdatіon of the Barcelona team.

Who has the most wіns іn El Clasіco?

Here іs a table showіng Barcelona vs Real Madrіd’s trophіes comparіson.

Who have won the most Champіons League?

Real Madrіd has won the most Champіons League trophіes іn hіstory.

How many UCL trophіes has Real Madrіd won?

Real Madrіd has won the UEFA Champіons League 14 tіmes. іt got thіs trophy three tіmes іn a row іn 2016, 2017, and 2018.

How many trophіes does Real Madrіd have?

Real Madrіd has won 122 tіtles as of 2023. The table below shows all trophіes thіs Spanіsh soccer club has bagged sіnce 1903:

Lookіng at all of Real Madrіd’s trophіes, there іs no doubt that іt іs one of the most successful soccer teams іn the world. The team’s wіnnіng spіrіt has not wavered at any poіnt іn hіstory, whіch іs why fans worldwіde are forever devoted.

Sportsbrіef.com publіshed an artіcle rankіng the net worth of all legendary Atletіco Madrіd players. The lіst іncludes global legends such as Dіego Sіmeone, Fernando Torres and Dіego Godіn.

Fіnd out how much wealthy the all-tіme best players of Atletіco Madrіd have. They must be super rіch because thіs іs one of Spaіn’s most valuable clubs.

https://newspaper24hr.com/all-real-madrid-trophies-and-titles-as-of-2023-full-list/

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

António Costa, Mariana Mortágua e as casas dos três porquinhos

Abrir a porta ao ataque à propriedade privada não é um assunto menor, seja qual for a forma e o propósito de que venha revestido. É a última fronteira que separa a democracia do Estado totalitário.

21 fev. 2023, Raquel Abecasis, ‘Observador’

António Costa decidiu retomar a iniciativa política, aproveitando a acalmia nas notícias de escândalos relacionados com as mulheres e homens que escolheu para integrar o seu Governo. Seria uma estratégia hábil se as ideias fossem realmente novas e eficazes. Mas o que António Costa veio anunciar ao país é, no essencial, decalcado do que a futura líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, já tinha vindo propor quinze dias antes. A 1 de Fevereiro esta era a notícia do Correio da Manhã:

O Bloco de Esquerda (BE) acredita que deveria existir um controlo do alojamento local e sugere a criação de medidas como a imposição de um tecto máximo às rendas em cidades como Lisboa e Porto.

Numa altura em que Portugal está a passar por uma “crise de habitação nunca antes vista”, Mariana Mortágua defende que todos os proprietários deveriam ser “obrigados” a ter os imóveis arrendados, de acordo com o jornal ECO. “Se um proprietário pode manter casas fechadas só para manter uma guerrilha política, é porque não precisa do dinheiro das rendas” e “está a ir contra o interesse público”, considera.

A má notícia não é o facto de o Governo socialista copiar ideias antes apresentadas por outras forças políticas. É copiar as ideias do Bloco de Esquerda e assim fazer jus aos que dizem que estas medidas, se fossem aplicadas, eram o regresso aos tempos do PREC.

Na história dos três porquinhos vemos como o mais forte, o lobo, exerce a sua força para destruir a habitação dos porquinhos que construíram uma casa com menos fortaleza. Só o porquinho que construiu uma casa de tijolo conseguiu resistir à força do lobo mau.

Com estas ideias em Portugal, como de resto já acontece em Espanha com os Okupas, é mais uma vez a classe média que vai sofrer as consequências da fúria revolucionária da extrema-esquerda, desta vez comandada pelo Partido Socialista.

Abrir a porta ao ataque à propriedade privada não é um assunto menor, seja qual for a forma e o propósito de que venha revestido. É a última fronteira que separa a democracia do Estado totalitário. É certo que o Estado não tem meios nem competência para pôr em prática a grande maioria das propostas que veio anunciar, basta ver a incompetência com que é incapaz de gerir o seu próprio património. Mas o simples facto de enunciar tais medidas deve fazer disparar todos os alarmes dos que queremos viver numa democracia ocidental.

O drama que se vive aqui ao lado em Espanha, com a epidemia dos Okupas que aproveitam um vazio legislativo para usurparem habitações privadas aos seus proprietários (há cerca de setecentas mil casas ocupadas ilegalmente aos seus legítimos donos, que às vezes só foram passar uns dias de férias), devia servir-nos de exemplo para perceber o que acontece quando o Estado se veste de lobo mau em perseguição dos três porquinhos.

Que o Bloco de Esquerda, agora ainda mais radicalizado com a perspectiva de vir a ser liderado por Mariana Mortágua, defenda a política do confisco, não nos surpreende. O mesmo não podemos dizer de um Governo liderado pelo Partido Socialista que, com estas propostas, atraiçoa todo seu passado, do qual se vai esquecendo a um ritmo alucinante. Mário Soares esteve do lado certo da história quando se associou aos que, com o 25 de Novembro, acabaram com os desvarios do PREC. Em 2023, os responsáveis do PS acham que o 25 de Novembro foi um pormenor que pouco ou nada acrescentou à história da nossa democracia. O resultado desta amnésia está à vista com as ideias defendidas no pacote + Habitação.