sábado, 21 de dezembro de 2019

Parlamento polaco aprova lei que permite sancionar juízes.

Será que os polacos se fartaram dos juízes porque não faziam o seu trabalho de forma seria e justa?

Será que os juízes na Polónia prestavam serviços incompatíveis com a sua função?

Será que os tiques fascizantes ou totalitários de país condicionado pelo partido comunista soviético, ainda perduram?

https://pt.euronews.com/2019/12/21/parlamento-polaco-aprova-lei-que-permite-sancionar-juizes

Sobre a Global Notícias Media Group.SA

Do site da empresa, em: http://www.globalmediagroup.pt/o-grupo/quem-somos/
“O Global Media Group é um dos maiores grupos de Media em Portugal, marcando presença nos sectores da Imprensa, Rádio e Internet.
No universo do grupo contam-se marcas de referência como a TSF, marcas centenárias como o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias, a marca desportiva O Jogo e a marca económica Dinheiro Vivo. A estas juntam-se a informação no feminino com o Delas e a informação relativa à mobilidade humana com o Motor 24, bem como o título de informação de entretenimento N-TV. Na área de revistas contam-se a Evasões, a Volta ao Mundo, a Notícias Magazine, a Men’s Health e a Women’s Health. A este portefólio juntam-se as novas marcas DN Ócio, DN Life e DN Insider, que constituem o portefólio do Diário de Notícias com a sua presença digital. São ainda complementadas pela revista semanal 1864.
No âmbito da fotografia, vídeo e conteúdos multimédia inclui-se a Global Media Play.
Na Imprensa regional, o Global Media Group marca presença no Açoriano Oriental (o mais antigo jornal de Portugal) e o Diário de Notícias da Madeira.
O Global Media Group tem ainda uma presença relevante no mundo digital através de sites e aplicações mobile das suas marcas de informação, bem como de outras operações relacionadas com a venda de produtos e serviços.
Por forma a apoiar o negócio das publicações impressas, o Global Media Group detém uma forte presença no sector da impressão através de duas empresas gráficas (Naveprinter, no Porto e da participada Empresa Gráfica Funchalense, em Lisboa) bem como no sector da distribuição, através de duas empresas, a participada VASP, S.A., focada em pontos de venda e a Noticias Direct, Lda., no porta-a-porta de jornais e revistas e com licença de operador postal.
O Grupo participa ainda na estrutura accionista da Lusa, agência de notícias e nas cooperativas VisaPress e Notícias Portugal.
O capital do Global Media Group passou a distribuir-se da seguinte forma Detentores de 5% ou mais do capital da empresa: KNJ Global Holdings Limited – 35,25%; José Pedro Carvalho Reis Soeiro – 24,5%; Olivemedia, Unipessoal, Lda. – 19,25%; Novo Banco, S.A. – 10,5%; Grandes Notícias, Lda. – 10,5%.
A Administração do Global Media Group é composta por Daniel Proença de Carvalho (Chairman), Kevin Ho (Vice-Chairman), Philip Manuel Eusébio Yip, Rolando Oliveira, Jorge Carreira, José Pedro Soeiro, Paulo Rego, Guilherme Pinheiro (CFO) e Afonso Camões (Vogal), desempenhando os dois últimos funções executivas.
O Global Media Group detém marcas relevantes no panorama dos media portugueses e que percorrem já 3 séculos de história – facto único no panorama nacional.”

O que se pode depreender deste documento que me fizeram chegar. serão subsídios encapotados? se são a troco de quê?

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Há um hospital todo equipado no Interior, mas está fechado há meio ano. Miranda do Corvo.

Falta de acordo entre a Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional e a Administração Regional de Saúde do Centro tem impedido a abertura da unidade hospitalar em Miranda do Corvo.

O Hospital Compaixão, em Miranda do Corvo, apetrechado para funcionar há meio ano, permanece por abrir, devido à falta de um acordo de cooperação com a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Ao queixar-se de a Fundação ADFP (sem fins lucrativos), proprietária do equipamento, estar a ser marginalizada, o médico Jaime Ramos aponta a agentes do Estado "práticas sectárias" e imputa-lhes "desejo de proteger interesses instalados, avessos a concorrência". "Sentimos que só por isso não está a ser negociado connosco um acordo de cooperação", declarou à SÁBADO Jaime Ramos, em cujo ponto de vista há agentes do Estado que "não gostam dos dirigentes da Fundação".

Antigo líder do Município de Miranda do Corvo, eleito em quatro ocasiões pelo PSD (há mais de 30 anos), Ramos também se queixa de indiferença por parte da Câmara local (PS), independentemente do apoio proporcionado pela autarquia, e estranha o alheamento da presidente da ARS/Centro, Rosa Reis Marques.

Em ofício que acabou de chegar à Fundação ADFP, presidida pelo médico, o Ministério da Saúde diz que a ARSC não dispõe para 2020 de qualquer verba no esboço do seu orçamento capaz de lhe permitir dar início ao processo conducente a uma proposta de acordo de cooperação ao abrigo do Decreto-lei nº. 138/2013.

O Hospital Compaixão possui 40 camas para cuidados continuados (30 de convalescença e 10 para cuidados paliativos), mas o único gesto da ARS/Centro tendente a aproveitar o equipamento não passou de um aceno da Equipa Regional de Cuidados Continuados.

"Fomos visitados pela drª Maria José Hespanha, em 2018, e ficámos com a ideia de que tratando-se de camas necessárias à Equipa Regional de Cuidados Continuados seriam alvo de contratação para começarem a funcionar no ano seguinte", assinala o antigo autarca, que também foi deputado à Assembleia da República.
Instalado num terreno cuja superfície é superior a um hectare – perto da primeira Casa do Gaiato que o Padre Américo [Monteiro de Aguiar] criou em Portugal – o Hospital Compaixão corresponde a uma área de construção de 4.000 metros quadrados.

A unidade assistencial, projectada pela engenheira Gabriela Morais, está dotada de meia centena de camas para internamento, em quartos duplos e individuais, com instalações sanitárias privativas, televisão, climatização e gases medicinais. A edificação importou em cerca de 4,50 milhões de euros e o equipamento em 2,50 milhões.

A par de tomografia computorizada, o Hospital Compaixão está apetrechado com quatro valências de imagiologia clínica e com intensificador de imagem (concebido para auxiliar as equipas médicas na realização das mais exigentes intervenções cirúrgicas).

Segundo Gabriela Morais, o bloco operatório dispõe de condições físicas e tecnológicas de excepção, graças a um sistema de iluminação que melhora substancialmente a visualização da área de intervenção e elimina o efeito de sombra.

Interior, parente pobre
Para o presidente da Fundação ADFP - Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional, "o esforço feito para inverter o esvaziamento característico da interioridade está a ser injustamente desprezado".

Ao fazer notar que "em toda a sub-região do Pinhal Interior não há uma cama de cuidados continuados de convalescença ou de paliativos", o médico deixa a seguinte pergunta: "qual a razão capaz de justificar que o Estado só tenha sido sensível a contratualizar unidades de convalescença com entidades ligadas à banca"?

Se o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra tem, "diariamente, ente 70 e 100 camas ocupadas por internamentos sociais" (pacientes já com alta médica), "por que não contratualiza a ARS/Centro 40 camas existentes no Hospital Compaixão, mais baratas, mais humanizadas, mais próxima das famílias"?, questiona Jaime Ramos.

Propriedade de uma instituição do sector social, a unidade hospitalar, se for abrangida por acordo de cooperação outorgado pela ARSC, não acarreta aumento de encargos públicos. "A generalidade dos serviços que iremos prestar corresponde a outros que, hoje em dia, são pagos pelo Estado a entidades privadas, de natureza lucrativa, algumas de capitais multinacionais", acentua o presidente da Fundação ADFP.

O Hospital Compaixão traduz o maior investimento privado, de interesse público, realizado no concelho de Miranda do Corvo desde a construção do convento de Semide (século XII), assinala Jaime Ramos.

https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/ha-um-hospital-todo-equipado-no-interior-mas-esta-fechado-ha-ano-e-meio?ref=DET_Recomendadas_pb

Pela calada do Natal aconteceu o saque partidário – Parte II

As multas e sanções que deviam ser aplicadas aos partidos e aos seus responsáveis financeiros pelas irregularidades e ilegalidades praticadas em 2009, 2010 e 2011 prescreveram. Um bónus da nova lei.

Lembram-se quando, há dois anos, também no remanso da época natalícia, os partidos conseguiram um raro entendimento – de fora ficaram apenas o CDS e o PAN – para aprovarem no Parlamento novas regras para o seu financiamento?

Lembram-se que quiseram atribuir a si próprios um jackpot de devolução do IVA do Estado e abolir limites ao financiamento privado através de acções de angariação de fundos?

Recordam-se como tudo foi sendo discutido à porta fechada durante meses, sem actas que registassem o golpe, e foi aprovado em contra-relógio no Parlamento quando o bacalhau já estava de molho para a consoada?

O esquema só não beneficiou integralmente os infractores porque a indignação pública que se seguiu os levou a recuar em parte – na devolução de alguns milhões de IVA do Estado, por exemplo.

O Presidente da República lá chumbou a lei e ela lá foi parcialmente revista, tendo sido aprovada uma versão menos gravosa no início de 2018.

Mas para os partidos o mais importante é que alguma nova lei de financiamento tenha sido aprovada, independentemente de conter mais ou menos vantagens para o seu próprio financiamento.

Porquê? O Público deste domingo explica porquê: “Nova Lei de Financiamento dos Partidos fez prescrever processos de contra-ordenação de partidos e seus responsáveis financeiros. Alguns destes eram deputados que estiveram na linha da frente da revisão da lei em 2018.”

Em resumo, todas as multas e sanções que deviam ser aplicadas aos partidos e aos seus responsáveis financeiros pelas irregularidades e ilegalidades praticadas em 2009, 2010 e 2011 prescreveram. Não valem. É como se nunca tivessem acontecido. Tanto para os partidos como para os seus responsáveis.

Com uma agravante, uma espécie de cereja em cima do bolo: alguns dos que deveriam ser responsabilizados pelas trapalhadas financeiras nos partidos foram depois os deputados que em 2017 e 2018 promoveram e aprovaram a nova lei.

Digam lá se isto não é o golpe perfeito, praticado na “chamada casa da democracia”, por distintos deputados e representantes do povo, por responsáveis pelos pilares do regime que são os partidos?

A imoralidade desta prática não tem nome e não vale a pena gastar adjectivos com ela. Os factos falam por si e auto-classificam mentores e praticantes.

Os legisladores que trabalham, em benefício próprio, o rendilhado das leis para gozarem destas prescrições são os mesmos que fazem as regras que se aplicam de forma implacável aos cidadãos.

Este é o mesmo Estado que faz emboscadas a cidadãos à saída da auto-estrada para cobrar dívidas fiscais.

Este é o mesmo Estado que cobra o que está na lei e o que não está, sem contemplações e na lógica do “pague primeiro e reclame depois”.

Este é o mesmo Estado que multiplica obrigações burocráticas para os cidadãos, sujeitas a pesadas multas.
Como resume a Provedora de Justiça, este é “o Estado exige dos cidadãos o que não exige de si próprio”.

O que está em causa são centenas de milhares de euros – chegará aos milhões? É dinheiro devido ao Estado. É dinheiro que pertence aos contribuintes e que fica por pagar porque há leis feitas em causa própria e em benefício próprio sem que isso seja motivo de incómodo, quanto mais de vergonha.

Tudo isto se passa numa daquelas zonas do regime pouco recomendáveis que dá pelo nome de financiamento partidário onde tudo se vai fazendo para fingir que há regras e controlo. Mas depois também tudo se faz para esvaziar de meios as entidades de controlo ou ir mudando as leis para que não possam actuar.

Mais até do que os montantes que possam estar em causa, o exemplo que se dá e a legitimidade moral são o mais importante.

O primeiro está, como é bom de ver, nos antípodas do que devia ser. A segunda é inexistente.

Não deixa de ser irónico que se conheça esta amnistia decidida em causa própria na mesma semana em que um dos temas de que se falou foi a polémica entre Ferro Rodrigues e André Ventura sobre a utilização na palavra “vergonha” no Parlamento.

É um enorme erro pensar que o problema do populismo e do extremismo é a utilização de palavras que, afinal, todos usam.

E é desastroso recusar mudar de vida, alterar práticas, tiques e vícios que são inaceitáveis à luz de qualquer análise honesta desprovida de populismo.

A degradação moral começa nos que se acham donos do regime. O populismo só surfa na crista dessa onda. E, como se vê, a onda é gigante, como aquelas da Nazaré.

Não atalhar caminho, e depressa, vai custar-nos muito caro.

A25-BIS-DR2: o gene lusitano que só os portugueses possuem

É único no mundo e só o possui quem descende dos lusitanos. Lança dúvidas sobre a nossa origem mas demonstra que descendemos quase todos do mesmo povo.

O A25-BIS-DR2, é um Gene!  Uma sequência de aminoácidos, que só existe num único Povo: O LUSITANO. A Ciência tem destas coisas.  Procura-se uma coisa, e tropeça-se com o inesperado. E por vezes o inesperado, obriga a que a História seja Reescrita. Foi o que aconteceu quando o Estudo dos Genes de Histocompatibilidade HLA, revelaram que os descendentes do primitivo povo, que habitava o Norte e o Centro de Portugal, que conhecemos por Lusitano, possuíam dois Genes únicos:

A25-BIS-DR2

O A25-BIS-DR2 e o A26-B38-DR13

Viriato

O A26-B38-DR13, é o Gene mais antigo da Humanidade. O A25-BIS_DR2, é único. Só existe nos Lusitanos. Não existe em mais nenhum Povo do Mundo. O nosso código, é diferente dos outros Povos Mediterrânicos, e é único e o mais antigo à face da Terra.

Lusitanos comandados por Viriato a combater os Romanos

São os Lusos de Camões, que um dia pegaram em Antigos Mapas, cópias de cópias de cópias de fontes já extintas, e atravessaram o Mar-Oceano. São os Lusos, de Dom João II, que abdicaram de títulos de cargos e de bens, para reconstruir a Terra dos antepassados.

Morte de Viriato

Invasões por parte de Centro-Europeus (Celtas) durante o primeiro milénio a.c. podem ter tido lugar e dado origem aos Lusitanos, que foram primeiramente definidos como os relativamente unificados guerreiros ibéricos que lutaram contra os invasores Romanos.

Estátua de Viriato em Viseu

Apesar de a língua e arte de Tartessos ser também encontrada no sul de Portugal, é possível que as tribos paleolíticas que povoaram Portugal fossem distintas das outras ibéricas. Estas são os Estrímnios (norte de Portugal) e os Cinetes ou Cónios (sul de Portugal).

Viriato

Assim se comprova que, de facto, em Portugal somos todos mais ou menos primos e que há, apesar das misturas, uma homogeneidade etno-racial de Norte a Sul, que combina, de resto, com a sua unidade linguística e solidez de consciência nacional.

https://www.vortexmag.net/a25-bis-dr2-o-gene-lusitano-que-so-os-portugueses-possuem/

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

PJ detém alegado autor de 11 incêndios florestais

O suspeito, "cozinheiro, natural de Faro, sem antecedentes criminais", vai ser sujeito a primeiro interrogatório judicial.

As autoridades detiveram um homem suspeito da autoria intencional de 11 fogos florestais registados em São Brás de Alportel, concelho do distrito de Faro, entre os meses de Março e Setembro, anunciou hoje a Polícia Judiciária (PJ).

A detenção foi realizada pela Diretoria do Sul da PJ, que acredita haver "fortes indícios" de que o homem em causa, de 23 anos e "candidato a bombeiro", é "suspeito de ter intencionalmente provocado 11 incêndios florestais" em São Brás de Alportel, "por ignição directa, em áreas arborizadas", precisou a Judiciária num comunicado.

A mesma fonte frisou que os fogos alegadamente ateados pelo detido só "não atingiram maiores proporções" devido à "rápida intervenção dos bombeiros com meios aéreos e terrestres", que evitaram a propagação dos incêndios.

"O suspeito, que chegou a exercer funções de bombeiro voluntário, vindo a reprovar em provas de acesso, exibia-se nas redes sociais completamente fardado com a indumentária de bombeiro, alardeando aquela qualidade", destacou a PJ.

O suspeito, "cozinheiro, natural de Faro, sem antecedentes criminais", vai ser sujeito a primeiro interrogatório judicial e, no final, deverão ser aplicadas medidas de coação.

A detenção foi feita no âmbito uma investigação tutelada pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Acção Penal de Faro.

Entrega do Orçamento de Estado para 2020, por Mário Centeno.

O (ainda?) ministro das Finanças, Mário Centeno, entregou a proposta de Orçamento do Estado para 2020 esta segunda-feira, a poucos minutos da meia-noite. (?)

Mário Centeno chegou à Assembleia da República acompanhado pela sua equipa do Ministério das Finanças, Ricardo Mourinho Félix (secretário de Estado Adjunto), João Leão (Orçamento), António Mendonça Mendes (Assuntos Fiscais) e Álvaro Novo (Tesouro), pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, e pelo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas.
O titular da pasta das Finanças dirigiu-se à sala de visitas do presidente da Assembleia da República, onde Ferro Rodrigues o aguardava.

As minhas perguntas:

- É por desprezo pelos deputados?

- É por desprezo pelos jornalistas, que estiveram horas á espera?

- É por desprezo pelos portugueses? Pois este senhor e a sua equipa estão no governo DESDE o inicio da legislatura anterior!

É só incompetência e/ou má-fé!

- “Erro no Orçamento atribui 14 milhões a partidos sem assento na AR que eram para os maiores partidos. Governo admite lapso, mas destaca que mapa em questão não é votado e que, por isso, será facilmente alterado. O erro será corrigido na especialidade ou durante a execução orçamental.”

-Mas será que alguém acredita nisto??? É um erro Robin dos Bosques: tira aos partidos mais ricos, para dar aos mais pobres.

- Há mais erros…

Eleitores do Chega lançam petição para destituir Ferro. Já tem mais de 33 mil assinaturas.

Teor da petição publica:

“Vimos por este meio, pedir a destituição do Dr. Ferro Rodrigues, do cargo de Presidente da Assembleia da República, por ter censurado a palavra "vergonha" ao deputado do CHEGA, André Ventura, na sua intervenção do dia 12 de Dezembro de 2019.
Nós, cidadãos portugueses que elegeram através do seu livre direito de voto, o deputado do partido CHEGA, não admitimos nem toleramos que haja qualquer tipo de censura por parte de quem devia exigir a liberdade de expressão no desempenho das suas funções.
Desta forma, evidenciamos a renúncia do Dr. Ferro Rodrigues, em fazer cumprir o Artigo 37.º - (Liberdade de expressão e informação), da Constituição da República Portuguesa, nos pontos 1, 2 , 3 e 4;
1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de se informar, sem impedimentos nem discriminações.
2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.
3. As infracções cometidas no exercício destes direitos ficarão submetidas ao regime de punição da lei geral, sendo a sua apreciação da competência dos tribunais judiciais.
4. A todas as pessoas, singulares ou colectivas, é assegurado, em condições de igualdade e eficácia, o direito de resposta.
Não podemos tolerar qualquer ataque à liberdade de expressão, nem nos podemos submeter a tal controle linguístico, por parte de quem tem a responsabilidade de o manter na mais importante casa da democracia da nação. Por considerarmos também um vil e atroz ataque à democracia portuguesa, pedimos de imediato a destituição do cargo que desempenha e devida punição pela lei geral vigente.”

Texto da Petição para ver e/ou assinar: Petição

O «puxão de orelhas» do presidente da Assembleia da República ao presidente do Chega provocou a indignação dos apoiantes do Chega. Os eleitores do partido lançaram uma petição pública online, dirigida à Assembleia da República Portuguesa (AR), a exigir a destituição de Ferro Rodrigues «por ter censurado a palavra ‘vergonha’» a André Ventura, que tem já mais de 33 mil assinaturas.

O grupo invoca o incumprimento do Artigo 37.º da Constituição da República Portuguesa, relativo à «Liberdade de expressão e informação». «Não podemos tolerar qualquer ataque à liberdade de expressão, nem nos podemos submeter a tal controle linguístico, por parte de quem tem a responsabilidade de o manter na mais importante casa da democracia da nação. Por considerarmos também um vil e atroz ataque à democracia portuguesa, pedimos de imediato a destituição do cargo que desempenha e devida punição pela lei geral vigente», escrevem os autores da petição.

Esta alegada censura refere-se ao episódio que ocorreu na passada quinta-feira, 12, no Parlamento. Depois de uma intervenção do deputado único do partido Chega, Ferro Rodrigues repreendeu André Ventura por recorrer com «demasiada facilidade» às palavras «vergonha» e «vergonhoso» nas suas intervenções no Parlamento. Ventura intervia no debate sobre a remoção de amianto de edifícios públicos e terminou o discurso com críticas ao Executivo por ter verbas para subvenções vitalícias, mas não as despender para a remoção daquele material cancerígeno.

Em resposta a Ferro Rodrigues, o Chega colocou um cartaz com a palavra «vergonha» em frente à AR.

https://executivedigest.sapo.pt/eleitores-do-chega-lancam-peticao-para-destituir-ferro-ja-tem-28-mil-assinaturas/

Flor Pedroso deixa direcção da RTP debaixo de críticas e elogios

Polémicas com reportagens sobre lítio  e o Iscem levam a pedido de demissão já aceite. Redacção lamenta violação  de deveres deontológicos e de lealdade por parte da directora.

Acho que dos jornalistas que assinaram, alguns  só o fizeram porque desconheciam todos os factos, e portanto vingou algum corporativismo, outros por serem novos e tem medo de futuras repercussões na sua carreira, e, finalmente os avençados do regime socialista e serem de esquerda em geral ou contra a direita (o que no jornalismo dá status!).

Jornalista que se respeite e respeite o “juramento” do seu código deontológico não poderia assinar, nos termos apresentados, aquela petição!

Ver aqui : Código

“Maria Flor Pedroso esperou quase até ao fim: só a poucas horas do início do plenário de jornalistas para discutir a polémica em torno da sua actuação tanto na questão da reportagem do lítio como sobre a investigação conduzida pela equipa do programa Sexta às 9 a alegadas práticas irregulares no Iscem, e que levou ao cancelamento da reportagem, a directora de Informação da RTP pediu à administração a demissão do cargo. A equipa de Gonçalo Reis anunciou que aceitou, deixou-lhe rasgados elogios por estes 14 meses de trabalho e prometeu uma nova solução para breve. Mas a apreciação da redacção ao caso acabaria por ser diferente. Do plenário da tarde saiu uma resolução em que os jornalistas lamentam a “violação dos deveres deontológicos dos jornalistas e de lealdade” de Maria Flor Pedroso para com a redacção na investigação do caso Iscem. E sobre a directora adjunta, Cândida Pinto, que terá desvalorizado a necessidade de se fazer a investigação jornalística em “conivência” com Flor Pedroso, também lamentaram a “falta de explicações”. No comunicado divulgado já à noite, os jornalistas da televisão vincam ainda a rejeição de “qualquer tentativa de ingerência externa nas decisões que [lhes] competem exclusivamente” e reafirmam a “independência e a liberdade como pedras basilares do jornalismo”, assim como a “unidade da redacção” no compromisso de prosseguir esse caminho. Ao meio-dia, a equipa liderada por Gonçalo Reis confirmara que Maria Flor Pedroso colocara o seu lugar à disposição argumentando que, “face aos danos reputacionais causados à RTP” e à “reiterada exposição pública de insinuações, mentiras e calúnias” a que a sua equipa “é alheia”, não tinha “condições para a prossecução de um trabalho sério, respeitado e construtivo”. O conselho de administração considerou não ter “outra alternativa que não seja aceitar essa decisão”. Na carta que enviou à administração, a directora garantiu nunca ter cedido a outra motivação “que não a da causa de uma informação livre, isenta, plural e independente” e vincou não se rever na “construção de realidades alternativas a partir de meias verdades”. O PÚBLICO apurou que os directores adjuntos António José Teixeira, Cândida Pinto, Helena Garrido e Hugo Gilberto também puseram os respectivos lugares à disposição, como é habitual nestes casos. Ainda não há resposta da administração. A situação de Maria Flor Pedroso tornou-se insustentável depois de, na passada semana, se saber que havia falado com a directora do Instituto Superior de Comunicação Empresarial (Iscem), encerrado compulsivamente em Setembro, que estava a ser alvo de uma investigação pela equipa do Sexta às 9 sobre “suspeitas de corrupção”. A directora de informação da RTP, que também foi docente daquele instituto, admitiu perante o conselho de redacção que recomendou à directora Regina Moreira que respondesse às questões colocadas por escrito. 

Caso relatado à ERC

O caso do Iscem foi relatado pela jornalista Sandra Felgueiras, coordenadora do programa, ao departamento de análise de media da ERC há uma semana, quando foi ouvida no âmbito do processo de averiguações aberto devido a queixas de espectadores sobre a suspensão do programa de reportagens durante o mês de Setembro, alegadamente por causa da campanha eleitoral. A jornalista e a directora foram chamadas à Assembleia da República a pedido do PSD e deram versões contraditórias: a primeira disse que a reportagem nem sequer estava pronta em Setembro; a segunda contrapôs que era possível emiti-la nessa altura. Na nota que enviou às redacções sobre a demissão da directora, a administração realça a sua “idoneidade e currículo irrepreensível” e agradece o trabalho “desenvolvido de forma dedicada, competente e séria” nos meses em que foi directora. A equipa de Gonçalo Reis vinca que esta direcção de informação estava a desenvolver uma linha editorial “assente num jornalismo objectivo e rigoroso, livre e independente, isento e plural” — a “matriz” do serviço público  —, em “absoluto contraste com a crescente tendência para um jornalismo populista e sensacionalista que [a equipa repudia] veementemente e que é imperativo combater”. O conselho de administração do canal de televisão público remata o comunicado afirmando que vai nomear “em breve” uma nova direcção, “à qual continuará a exigir a implementação das melhores práticas, para que o jornalismo feito pela RTP seja o mais complexo, o mais sério, o mais credível e o mais isento, de serviço do público”. O conselho de redacção da RTP tinha convocado para ontem um plenário de jornalistas sobre o conflito entre a equipa do Sexta às 9, coordenada pela jornalista Sandra Felgueiras, e a directora de informação da televisão pública, Maria Flor Pedroso. Numa reunião com o conselho de redacção na passada semana, a jornalista “acusou” — o termo é do próprio conselho de redacção — a directora de informação “de violação do dever de sigilo, ao transmitir à principal visada na reportagem [sobre o Instituto Superior de Comunicação Empresarial] informação privilegiada”. O Iscem estaria a exigir aos alunos pagamentos em dinheiro vivo para a transferência dos processos dos alunos após o encerramento do instituto em Setembro deste ano, que foi decretado pela Agência de Avaliação do Ensino Superior (A3ES). Seria ainda investigada uma acusação de um arquitecto que alegava que Regina Moreira, directora daquele instituto, lhe devia dois milhões de euros. Depois da intervenção de Flor Pedroso, o programa televisivo cancelou a reportagem. Segundo a directora, tratou-se apenas de uma tentativa de “ajudar” a investigação. A controvérsia motivou um pedido de debate de actualidade no Parlamento para a próxima quinta-feira, por iniciativa do PSD — o mesmo partido que tem insistido em falar do caso Sexta às 9 no plenário. Numa nota enviada ao PÚBLICO, na sexta-feira, a direcção de informação da RTP explicava que Maria Flor Pedroso foi docente de Jornalismo Radiofónico no instituto desde 2006. No final de uma “reunião de docentes”, no dia 8 de Outubro, foi interpelada por Regina Moreira, que lhe deu “conta de que tinha recebido vários contactos e chamadas do Sexta às 9 com um pedido de entrevista que ela não queria dar”. Numa tentativa de defender “os interesses da RTP” perante a “reiterada recusa da entrevista”, Maria Flor Pedroso sugeriu que a directora do Iscem respondesse por escrito, “sem nunca a ter informado da investigação do Sexta às 9” (??? a serio?). Entretanto, um abaixo-assinado em defesa da “integridade profissional” de Maria Flor Pedroso lançado na sexta-feira conta já com cerca de 150 subscrições de jornalistas de várias gerações e meios de comunicação, como Adelino Gomes, Henrique Monteiro, Anabela Neves, Francisco Sena Santos, Rita Marrafa de Carvalho, São José Almeida, Sérgio Figueiredo.  Referem o percurso de “jornalista exemplar” há mais de 30 anos, “sem mácula”, “reconhecida e respeitada pelos pares”, tendo chegado “por mérito ao cargo que actualmente ocupa” — uma referência para contrariar as acusações de falta de isenção devido aos laços familiares por afinidade com o primeiro-ministro.” maria.lopes@publico.pt

A lista dos apoiantes, segundo a SIC:

Lista completa dos subscritores (até às 21h00 de sábado 14-12):

Adelino Gomes – 123 A

Alexandra Monteiro – 2722 A

Alexandre Santos – 1845 A

Anabela Mota Ribeiro – 4113 A

Anabela Neves – 512 A

Ana Clotilde – 4650 A

Ana Daniela Soares - 7637 A

Ana de Freitas - 2197 A

Ana Gonçalves 1254 A

Ana Jordão – 1708 A

Ana Silva Fernandes 1362 A

Ana Sousa Dias 119 A

Anselmo Crespo – 4275 A

António Borga – 314 A

António Caeiro – 197

António Macedo

António Pedro Ferreira – 570 A

António Pinto Rodrigues – 594 A

Augusta Henriques - 1321 A

Bárbara Reis – 779 A

Carla Pinto – 1615 A

Carlos Andrade – 252 A

Carlos Branco – 151 A

Carolina Reis 5391 A

Célia de Sousa 2094

Cesário Borga – 37 A

Cláudia Costa – 1197 A

Cristina Ferreira - 738 A

Dina Soares - 693 A

Elsa Gonçalves – 1369 A

Emídio Fernando – Rádio Essencial (Angola)

Eugénio Alves - 58

Fernanda de Oliveira Ribeiro – 877 A

Fernando Alves – 285 A

Filipe Caetano – 2797 A

Filipe Garcia - 4224 A

Francisco Sena Santos – 333 A

Gonçalo Ventura 3677 A

Goulart Machado – 75 A

Guilhermina Sousa – 1593 A

Henrique Monteiro - 246 A

Inácio Ludgero - 63

Inês Escobar de Lima – 4367 A

Inês Forjaz – 5192 A

Isabel Cunha 1698

João Garcia – 255 A

João Paulo Guerra 302 A

João Pinheiro de Almeida – 91 A

João Torgal - 10266

Joana Garcia – 4861 A

Joana Latino – 1985 A

Joana Reis - 6609

José António Santos – 120 A

José Carlos Vasconcelos - 52

José Manuel Mestre – 566 A

José Mário Costa – 49 A

José Pedro Castanheira – 204 A

José Pedro Santos – 764 A

José Silva Pinto 4 A

Judith Menezes e Sousa – 838 A

Lígia Veríssimo – 1619 A

Lourenço Medeiros – 787 A

Luciano Alvarez – 1101 A

Luís Nascimento – 1619

Luísa Tito de Morais - 706

Luísa Meireles - 196 A

Madalena Salema – 550 A

Manolo Bello – 393 A

Manuela Pires – 2066 A

Manuela Teixeira - 8304

Marcos Borga - 1199 A

Mário Carneiro – 2225 A

Mário Galego 1105 A

Margarida Vaz 1294 A

Marta Pacheco 3943 A

Matilde Ramalho- 248

Natal Vaz – 90 A

Natália Carvalho – 510 A

Nicolau Santos – 646

Nuno Amaral – 5133 A

Nuno Simas – 807 A

Patrícia Bentes - 6033 A

Patrícia Fonseca - 2054 A

Patrícia Mouzinho – 2692 A

Paula Costa Simões - 2803-A

Paula Mesquita Lopes - 750 A

Paulo Barriga – 1333 A

Paulo Martins – 449 A

Paulo Nobre – 2539 A

Paulo Pedro Varanda – 1128 A

Pedro Coelho – 820 A

Pedro Morais Fonseca - 1163 A

Pedro Sá Guerra 2286 A

Raquel de Melo 4673 A

Rebecca Abecassis – 2910 A

Ricardo Costa – 1416 A

Ricardo Mota – 1284 A

Rita Costa – 3660 A

Rui Cardoso - 245 A

Rita Marrafa de Carvalho 3195 A

Rui Pêgo 1811 A

Rui Manuel Silva 3054 A

Sandra Antunes – 3232 A

Sara Madeira - 3234 A

São José Almeida – 909 A

Sérgio Figueiredo – 1170 A

Sérgio Infante 2549

Simão Martinho 3652 A

Sónia Ferreira 3048 A

Teresa Abecasis – 5356 A

Tiago Carrasco 5291 A

Vasco Rosendo - 1392 A

Viriato Teles – 273 A

Mário Soares e as mulheres, no livro de Joaquim Vieira

Era um homem bem resolvido. E as mulheres?

Sim, sempre atrás de mulheres, toda a vida. Um homme a femme, é o que o define. Não perdoava uma. Ele próprio fazia gala disso nas conversas com os homens. Contava-me isso: "Estava com aquela, mas queria escrever… Mas escrever?… Eu queria era estar com ela… Mas não ponha isto no livro. Não é por causa da minha mulher, é por causa da minha filha…"

Com a mulher isso já não era um problema?

A partir de certa altura a relação já era mais de conveniência.

Há cartas de Maria Barroso nos anos 60 muito sofridas…

São muito curiosas. Ele não queria saber. Estava lá fora, a gozar a sua vida. Estava-se um pouco nas tintas. Era um homem à antiga portuguesa. Tinha a mulher e as amantes. Mas a mulher era sagrada, não se ia separar nem fazer nada contra a família. Era um bocado a lógica das profissões liberais da Baixa: arquitectos, advogados e médicos. Conheciam-se todos e as amantes uns dos outros. Era o velho macho ibérico, latino. Fazia gala de contar as suas proezas sexuais. Ele chateou-se muito comigo por ter contado tudo isto. Mas acho que ele tinha um prazer secreto em se saber. Durante os almoços em São Bento, quando estavam só homens, acabava sempre com histórias de mulheres e ele contava as suas aventuras. Classificava as mulheres: as de que tinha gostado, as de que não tinha gostado.

Soares ficou zangado com as histórias da biografia?

Uma hora depois de eu ter comentado com um antigo colaborador dele que o livro falava de mulheres e de Macau, telefonou-me furioso. "Então você anda aí a dizer nos cafés que escreveu sobre as minhas relações… Olhe que vou processá-lo! Não sabe que sou um homem casado?" Não foi possível ter uma conversa calma. Ao fim do dia, depois de ter recebido o livro, telefonou-me e disse: "Fui lá procurar ao índice remissivo e não encontrei nomes nenhuns." A preocupação dele era que aparecessem os nomes. Isso é que era terrível. Quebrava o código de honra do macho latino. O cavalheiro não ia revelar o nome das senhoras. Ainda estava zangado, mas mais calmo.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Na margem sul, toujours!

Em princípio, todos os aviões vão ser obrigados a aterrar em ponto morto. As aeronaves que se dirigirem para aquele aeroporto terão de ir mascaradas de cegonha, para não atemorizar a avifauna local.

Primeiro, um ministro do PS disse que um aeroporto, na margem sul, jamais. Depois, o presidente do PS acrescentou que fazer um aeroporto na margem sul facilitava a vida aos terroristas, porque lhes bastava dinamitar uma ponte para criar um grande problema em termos de aviação internacional. A seguir, toda a gente passou a ser intensamente ambientalista. Pilinhas ambientalistas foram medidas para verificar quem amava mais o nosso planeta e a sua biodiversidade, campeonato que decorre ainda, com participantes empenhados em demonstrar a sua devoção ecológica. E agora, ao que parece, o governo do PS vai avançar para a construção do novo aeroporto no Montijo, a seis quilómetros da Reserva Natural do Estuário do Tejo, habitat natural ou ponto de passagem migratória para milhares de aves. Os altares em talha dourada que se ergueram durante a campanha eleitoral em homenagem a Greta Thunberg precisam certamente de ser limpos, porque as imagens da santa sueca devem estar a chorar lágrimas de sangue.

A não ser que o governo tenha tomado medidas que amenizem o impacto ambiental do aeroporto. Como não duvido da sinceridade dos novos ambientalistas, até porque fico impressionado com a força com que eles batem no peito ecologista, imagino que essas medidas sejam reais e importantes. Por exemplo, em princípio, todos os aviões vão ser obrigados a aterrar em ponto morto. As aeronaves que se dirigirem para aquele aeroporto terão de ir mascaradas de cegonha, para não atemorizar a avifauna local. Cada turista, além de pagar uma taxa extra, será obrigado a trazer consigo um saquinho de alpista, para que as aves do estuário se habituem a associar a chegada dos aviões ao almoço. Antes de tudo, no entanto, os pontos cardeais serão invertidos em Portugal por decreto, para que o aeroporto fique na margem norte do Tejo, contribuindo assim para não desfeitear os governantes do passado e estragando os planos aos terroristas do presente e do futuro. Tenho a certeza de que estas e outras medidas serão tomadas, para efectiva conciliação do aeroporto do Montijo com a saúde do planeta.

Ricardo Araújo Pereira

Ricardo Araújo Pereira

( Crónica publicada na VISÃO 1392 de 7 de novembro)

Este é o teste de Q.I. mais curto do mundo.

O teste de quociente de inteligência mais curto do mundo tem apenas três perguntas.

O Teste de Reflexão Cognitiva, elaborado por um professor da Universidade de Yale, em 2005, é composto por apenas três questões mas, para o caso de estar a pensar que não pode ser assim tão difícil, diga-se que um terço das pessoas falham e que mais de 80% erram pelo menos uma.

Vamos a isso? (As respostas estão no final da página)

1 – Um taco e uma bola de basebol custam 1,10 euros no total. O taco custa mais um euro do que a bola. Quanto custa a bola?

2 – Se cinco máquinas demoram cinco minutos para produzir cinco peças, quanto tempo seria preciso para 100 máquinas produzirem 100 peças?

3 – Num lago, há um campo de nenúfares. Todos os dias o campo duplica de tamanho. Se são precisos 48 dias para que o campo cubra o lago todo, quanto tempo demoraria para o campo cobrir metade do lago?

Sinais cerebrais traduzidos, pela primeira vez, diretamente em palavras

Se já respondeu, aqui fica a solução correcta:

1 – A bola custa 5 cêntimos. Como o taco custa mais 1 euro, sabemos que o taco custa 1 euro e cinco cêntimos, o que dá o tal total de 1,10 euros.

2 – São precisos 5 minutos. Se 5 máquinas levam 5 minutos para produzir 5 peças, quer dizer que cada máquina demora 5 minutos para fazer uma peça. Nesse caso, 100 máquinas produziriam em conjunto 100 peças nesses mesmos 5 minutos.

3 – 47 dias. Se o campo de nenúfares duplica a cada dia, no 47º dia tem de estar a meio do lago para que, no dia seguinte, ao duplicar, possa cobrir todo o lago.

https://visao.sapo.pt/sociedade/2019-10-23-este-e-o-teste-de-q-i-mais-curto-do-mundo-2/

Admirável mundo Glovo.

A humanidade não gosta de calor humano mas gosta de frieza humana. Nada contra o contacto com outros seres humanos, desde que seja à distância.

Descobrir o significado de frases que eram comuns há 20 anos é agora trabalho de historiadores. Por exemplo, “discar um número”, expressão oriunda do longínquo tempo em que os números, num telefone, figuravam num disco. Ou “deixar o telefone fora do descanso”, frase contemporânea da altura em que a única maneira de evitar chatos era evitar toda a gente. Era o tempo em que, quando o telefone tocava, perguntávamos “quem será?”, porque o nome de quem contactava não estava escrito no mostrador (até porque não havia mostrador). Mesmo algumas frases que se mantêm, tais como “se pretende informações, prima 1”, são resquícios de um tempo em que as teclas do telefone se premiam – verbo que hoje é exagerado uma vez que, em geral, nem há teclas nem, em rigor, se prime uma imagem. Ah, fascinantes arqueologias linguísticas! Todas elas relativas, curiosamente, ao universo dos telefones. A humanidade resolveu desenvolver o telefone com um empenho que não dedicou a qualquer outro objecto. Isso deve-se, provavelmente, ao facto de a humanidade ter descoberto que não gosta de calor humano. Toda a gente preza calor humano em teoria, mas na prática ninguém o estima. Isso é especialmente evidente quando – e este é um dos casos em que a crueza do exemplo é desculpada pela pertinência da observação – quando, dizia, nos sentamos na retrete e a argola ainda está morna por causa do utilizador que nos antecedeu. Ninguém aprecia a sensação e, no entanto, aquilo que nos repugna não pode ser definido de outra forma: é, sem dúvida nenhuma, calor humano.

Sucede então que a humanidade não gosta de calor humano mas gosta de frieza humana. Nada contra o contacto com outros seres humanos, desde que seja à distância. Donde, o telefone. A melhor qualidade de um produto é, aliás, oferecer ao consumidor a possibilidade de não sair de casa. Trabalhe a partir de casa, adquira este sistema de cinema em casa, agora já pode ir ao ginásio sem sair de casa. O que significa que, além do telefone, a casa também mudou muito. Antigamente, o que se valorizava eram os pretextos para sair de casa. Aliás, sair de vez em quando de casa era uma condição essencial para suportar melhor a vida em casa. Tendo em conta a nova realidade, não sei para onde vai o mundo. Mas, em princípio, é para casa.

(Crónica publicada na VISÃO 1393 de 14 de Novembro)

Ricardo Araújo Pereira