quarta-feira, 28 de outubro de 2020

arts and culture google

Link fabuloso

Escolhe uma cor existente na banda superior e verás uma coleção de quadros onde predomina a cor que escolheste.

E se lhes tocares eles ampliam-se, mostram o nome do pintor, ano em que foi pintado e a coleção ou o museu a que pertence.


https://artsandculture.google.com/color

Guia dos Melhores 100 SciFi e Fantasy Books

Role até o centro para iniciar... Dica #1: Segure o CTRL para baixo quando clicar em um livro para abrir uma nova guia facilmente. Dica #2: O Firefox é o melhor navegador para visualizar este documento porque lhe dá mais tempo mostrando os títulos pop-up de cada livro. O Internet Explorer só lhe dá 3 segundos, o que é realmente frusterating.

http://cliptank.com/fantasy-scifi-book-guide-with-links.html


Theodore Hook & the Berners Street Hoax

Ultimate PrankHoax Street

O Sr. Hook levou a brincadeira de "pedir pizza para um estranho" a um nível épico no ano de 1809 nas ruas de Londres. Theodore enviou milhares de cartas solicitando entregas, serviços e visitantes para vir em um determinado dia para uma casa selecionada aleatoriamente. Quando o dia chegou, ele e seu amigo assistiram de uma casa do outro lado da rua enquanto um exército de trabalhadores, prestadores de serviços e entregas bombardeava a casa a partir das 4:00 da manhã continuando até tarde da noite. Começou com doze chaminés, uma frota de carrinhos de entrega de carvão, e dezenas de bolos de casamento começaram a chegar em intervalos de uma hora. Entregas de peixes e sapatos se seguiram. Para tornar as coisas ainda mais caóticas, seis pianos e uma equipe de homens fortes chegaram para entregar um órgão. Uma série de médicos, advogados e padres também foram convocados para atender alguém que lhes foi dito que estava morrendo na casa. Quando a loucura na rua estreita atingiu o pico, dignitários como o Governador do Banco da Inglaterra, o Duque de York, o Arcebispo de Cantuária e o Senhor Prefeito da Cidade de Londres também chegaram

. Fonte

Celebridades que encontraram sucesso apesar de pareceram um camelo.

Ser bem sucedido e famoso é um trabalho duro, especialmente se você parece um camelo.

http://cliptank.com/famous-camel-look-alike.htm

As pessoas mais más que já viveram

Pintura dos Heróis e Vilões da História

Pintura Histórica com Links da Wikipédia e Mouse sobre a marcação

Uma colecção das pessoas mais boas e más que já viveram… Quem você adicionaria? Os pensadores mais influentes, cientistas, políticos, filantropos, manifestantes, defensores da liberdade e contribuintes para o bem comum foram incluídos. Os caras "maus" incluem assassinos em série, tiranos, monges de guerra, e aqueles que esmagaram o espírito humano. Esses são listados como "bons" perfeitos? Provavelmente não, mas suas contribuições para a sociedade, ou suas histórias icônicas, são difíceis de ignorar. Existem justificativas para todos os atos malignos ou são todos os mal realizados por mentes dementes.

http://cliptank.com/GoodvsEvilPainting.html

As mulheres mais inspiradoras da história

Este é um tributo a todas as mulheres políticas, guerreiras, pilotos, cientistas, artistas, dançarinas, actrizes, artistas, espiões, prisioneiros de guerra, activistas, escritores, rainhas, foras-da-lei, atletas, engenheiros, astronautas, magnatas dos negócios, inovadores, matemáticos, pilotos de carros de corrida, médicos, cirurgiões, lutadores da liberdade e mães.

http://cliptank.com/InspiringWomenPainting.html

Pintura de Pessoas Famosas - Discutindo a Divina Comédia com Dante

Pintura Histórica com Links da Wikipédia e Mouse sobre a marcação

Artistas chineses Dai Dudu, Li Tiezi e Zhang An, 2006, óleo sobre tela

Muito bom!

http://cliptank.com/PeopleofInfluencePainting.htm

As Causas. Sacudir a água do capote para cima dos cidadãos e o que mais há

A 2ª vaga está a revelar os erros de quem manda na Saúde e na luta contra a pandemia. Novos dados são finalmente divulgados, mas outros essenciais não existem. Sacudir a água do capote para cima dos cidadãos é fácil, mas não vai resultar.

O REI VAI NU (e hoje não é o PR…)

A chegada da 2ª vaga fez desaparecer a tolerância pública – tão portuguesa – com a falta de competência, arrogância e o limitado sentido democrático de quem manda na Saúde em Portugal. De repente, começou a ler-se e ouvir-se nos media o que muitos me diziam sotto voce, e de que me fiz eco, já desde finais de abril.

Os exemplos são inúmeros. Entre os mais recentes, e por exemplo, (i) uma carta publicada no Público e assinada por 6 bastonários da Ordem dos Médicos, pelo menos um deles da área socialista, (ii) declarações numa entrevista televisiva do ex-Ministro socialista Adalberto Campos Fernandes, (iii) textos de jornalistas e comentadores respeitados, (iv) e no plano dos cidadãos uma sondagem que revela que em 4 meses, o saldo da confiança em relação à falta de confiança na DGS passou de 50% para 3% (e isto antes da passada semana).

Começaram a ouvir-se com mais insistência críticas de epidemiologistas, investigadores, médicos de saúde pública, em relação à ineficiência, caos, falta ou retenção de informação, e que ao longo dos meses as mensagens foram contraditórias, confusas, pouco ou nada transparentes.

Também nos últimos dias comecei a ler e ouvir que a estratégia de comunicação é errada, que o foco da comunicação é demasiado genérico e ineficiente, como aliás eu antes referira aqui.

A questão não é a reta intenção da Ministra e da DGS, pois de boas intenções está o inferno cheio. A questão é a incapacidade de montar e fazer executar uma estratégia, de a comunicar bem aos cidadãos, e não apenas pela necessidade de respeitar a soberania popular, mas também porque sem credibilização nunca haverá a adesão do público.

Não se esquece que a tarefa é dura e difícil, que a equipa que dirige a saúde não foi escolhida para gerir uma pandemia, que o cansaço deve ser muito elevado, como se compreende. Como disse o Secretário de Estado adjunto da Saúde, talvez pensando em nós e não no Governo, “O cansaço de todos é legítimo, mas não pode legitimar o nosso fracasso”.

Sacudir a água do capote para cima dos cidadãos não é justo, não serve para desculpabilizar e é contraproducente. Quem está na frente de batalha há quase 7 meses, mereceria melhores generais.

Foi por antecipar tudo isso (pois os sinais desde finais de abril eram óbvios) que em 5 de maio comecei a criticar a estúpida teoria de que durante uma guerra se não mudam generais, pois nessa altura já se percebia a inadequação da equipa. E depois tudo se foi agravando de um modo exponencial.

OS GRAVES EXEMPLOS DE INCOMPETÊNCIA E CAOS

Veja-se o caso do Conselho Nacional da Saúde Pública. Nunca foi convocado pela Ministra – soube-se agora – desde início de março.

E, no entanto, é esta a missão do CNSP: “é um dos pilares do Sistema de Vigilância em Saúde Pública (SP), constituindo-se como o órgão consultivo do Governo no âmbito da prevenção e do controlo das doenças transmissíveis e, em especial, para análise e avaliação das situações graves, nomeadamente surtos epidémicos de grande escala e pandemias”.

Pasme-se, os seus membros foram designados pela Ministra em 30 de janeiro de 2020. Ou seja, a Ministra nem sequer acha que valha a pena ouvir quem ela própria nomeou, o que é um sinal pouco democrático de autoritarismo e de arrogância. Aparentemente, ela não ouve ninguém que a possa criticar e por isso o Bastonário dos médicos referiu há dias que o Presidente da República está a fazer esta semana o que a Ministra nunca fez.

Mas há um exemplo mais grave – que os bastonários dos médicos referem: o “Plano Integrado Outono-Inverno para o SNS”. Em vez de ter sido apresentado em junho/julho, ainda em 7 de setembro estava em preparação, disse a Ministra, e só em 21 de setembro (ou seja, na véspera do início do Outono…) foi divulgado. Mas ontem o atual bastonário revelou que “ainda não está fechado”. Era como se a Casa Chanel lançasse a moda do outono-inverno em plena época natalícia…

Pior, e mais um sinal de arrogância, o Plano nunca foi posto a debate, e contém medidas (por exemplo criar uma “task force de resposta aos doentes não-Covid”, criar zonas “covid free”, aumentar o tempo dedicado ao atendimento nos centros de saúde) que deveriam existir e estar no terreno há meses.

Não admira por isso que o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, tenha dito de imediato – e cito do Público – que “a rede covid e não covid e os mapas de risco epidemiológico, já deveriam estar implementados” e que “falta gestão operacional”. E também que o Plano “não diz quais os recursos que vão ser afectos e quais as áreas que vão ficar dedicadas à covid, a partir de que níveis serão accionadas as unidades free covid ou quantas camas terão”. Quanto à task force para doentes não covid, refere que será constituída por membros das ARS que “têm estado sempre envolvidas e que se mostraram incapazes de reactivar a resposta”.

E os 6 bastonários dos médicos (em 14 de outubro) escrevem, e cito: “os números dispensam adjetivos: neste período covid-19, houve 100 mil cirurgias atrasadas no SNS, a que se junta um milhão de consultas nos hospitais, milhares de rastreios que ficaram por fazer, designadamente em oncologia, 17 milhões de meios e exames de diagnóstico e terapêutica, cinco milhões de consultas presenciais nos cuidados de saúde primários. O número de óbitos não-covid disparou, com mais 7144 mortes entre março e setembro do que a média dos mesmos meses dos últimos cinco anos”.

ALGUNS OS DADOS COMEÇAM A SER DIVULGADOS, MAS FALTAM OS ESSENCIAIS

Mas nem tudo é péssimo. Finalmente foi dada resposta a duas das perguntas que venho fazendo há muitas semanas: o Público pôde informar no passado sábado que cada doente ficou em média internado em enfermaria 18 dias (em março) e 10 dias (em agosto) e em UCI o número de dias passou de 28 para 15. O que são boas notícias (e seriam melhores se fossem explicadas as causas disso).

Sabe-se finalmente agora que, de março a outubro, foram apenas internados em todo o País 7186 pessoas em enfermaria e 930 em UCI, o que compara com mais de 2000 mortos e cerca de 100 000 positivos confirmados.

Até aos 60 anos somos 7,4 milhões e há 74191 pessoas confirmadas como positivos.

Assim, em 6 meses, com menos de 60 anos, terão estado, por cada 10 000 pessoas, 100 positivos, desses 3 em enfermaria (2743 pessoas), 0,4 em UCI (311 pessoas), e morreram 0,13 (100 pessoas).

Mas continuamos a não saber quantos deles tinham comorbibilidades.

Na fixa etária acima dos 60 anos, somos 2,9 milhões e há 25800 pessoas confirmadas como positivos.

Assim, em 6 meses, com mais de 60 anos, terão estado, por cada 10000 pessoas, 88 positivos (menos 12% que abaixo dos 60 anos), e desses 15 em enfermaria (4443 pessoas), 2,1 em UCI (619 pessoas), e morreram 7 (2081 pessoas).

Ou seja, e em resumo, acima dos 60 anos somos apenas 40% do total dos que têm menos de 60 anos, mas apesar disso houve ou há 500% mais em enfermaria e em UCI. E morreram 2000% mais.

Estes resultados só agora, que nos deram mais informação, se revelam. E mostram que, ao contrário do que se imaginava, a pandemia é ainda muitíssimo pior para os mais velhos do que para os menores de 60 anos.

Considero que a pandemia é perigosa, pode deixar sequelas, exige cautelas (máscaras, distanciamento social, desinfeção de mãos). Não sou “negacionista”. Mas também não sou “paniquista”.

E, graças a Deus, esta não é uma tragédia cósmica; sobretudo quando se recorda que, em 19 de janeiro de 2019, o DN noticiava a morte de 500 pessoas no dia 14 desse mês de gripe (vírus AH3), “especialmente idosos”, no que teria sido “um dos dias com mais mortes da última década”, ou seja algo evento mais recorrente do que se desejaria.

Como resulta destes dados, finalmente acessíveis, parece claro que a pandemia é grave, mas controlável com boas políticas públicas, se os recursos e energias forem aplicados na proteção dos grupos de risco, o que exigiria informação que a DGS parece que não tem ou não sabe encontrar.

É que a DGS revelou (o que o Público aceitou com acrítica compreensão) que não é possível perceber se houve alteração na idade das pessoas internadas em 6 meses, e – mais grave, e ao contrário do que ocorre noutros países - “não foi possível ter informação sobre as doenças prévias mais prevalentes”, “remetendo a DGS para os hospitais” o jornalista!

Estas minhas perguntas continuam por isso sem resposta. Mas, pior, como é possível definir uma estratégia de combate e de comunicação se estas básicas informações não são conhecidas pela DGS?

Mas tudo parece ser ainda pior: chegam-me informações fidedignas de que o tratamento dos dados é na prática impossível porque o que a DGS tem é caótico, lacunar e por vezes repetido.

Talvez isso explique a cambalhota do Primeiro-Ministro, que no dia 13 de outubro afirmava que não havia problemas e no dia 15 entrou em pânico. Ninguém o tinha informado. Razão tem o provérbio popular, “quem não sabe é como quem não vê”.

COSTA NO SEU LABIRINTO

Parece que os peixes começam a apodrecer pela cabeça. Políticos não são peixes, mas acabam parecidos devido ao pânico que chegou a S. Bento, com as “trapalhadas” (disse o Professor Reis Novais), e a “estupidez” (disse Daniel Oliveira e repetiu Manuel Loff) como decidem.

Realmente, a disparatada proposta de tornar obrigatório ter sempre ligado o telemóvel e nele instalada a app “Stayaway Covid” deve ter começado como uma “chico-espertice”.

Creio que a ideia seria culpar a Assembleia da República pelo que se irá passar, perante a antecipada e evidente recusa em aceitar esta solução pelos eleitos do povo. Mas hoje em dia até os ministros que estão em grupo de risco sugerem que não vão instalar a app!

António Costa – antes de recuar - tentou responder com novos disparates em cima dos velhos disparates, que evoluem desde “só é obrigatório se não cumprirem” até “é obrigatório, mas não é fiscalizado”. Ricardo Araújo Pereira tratou bem do tema (mais adequado para um humorista), que faz lembrar a histórica explicação do então comentador Marcelo sobre se o aborto era crime ou não era…

Já começam a ser erros em excesso para um grande político. Será que alguém me consegue explicar o que está a passar-se?

Ou será que quem tem razão é Fernando Pessoa: “disperso, nada é inteiro/Ó Portugal, hoje és nevoeiro...”

O ELOGIO

A Marcelo Rebelo de Sousa pelas audiências que está a fazer esta semana para tomar o pulso à Saúde, não ouvindo apenas quem a Ministra levava ao Infarmed.

Escusava era de nos oferecer o seu corpo crístico a ser vacinado. Mas, ao menos para a minha geração, isso teve uma utilidade. Apesar do exercício, afinal ele não está mais musculado do que nós…

LER É O MELHOR REMÉDIO

A excelente entrevista feita a Paulo Portas por Maria João Avillez é de leitura obrigatória. Portas lançou no domingo a sua candidatura a Belém para 2026, dando o melhor apoio possível vindo da Direita à reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa, começando assim a vestir os sapatos do futuro “defunto”.

Por vezes as respostas dele roçam a hagiografia, e outras vezes não conseguem disfarçar completamente as críticas nem as transformar em elogios. Mas não acredito que fosse ou seja possível fazer melhor.

Dada a inexistência objetiva do candidato liberal, o eleitorado que se não deixe apanhar por André Ventura e o seu populismo e que não queira abster-se, tem aqui o vademécum perfeito para se convencer a votar no presidente da República.

A PERGUNTA SEM RESPOSTA

O Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) afirmou que os testes nasofaríngeos para detetar contaminados têm “fiabilidade elevada”, pois possuem “uma sensibilidade de aproximadamente 100%” e “uma especificidade [E] de entre 91% e 100%”. Como se sabe, quanto maior for a especificidade do teste, menor é a probabilidade de um falso positivo.

O matemático Tiago Mendes (que não conheço, mas tem um doutoramento em Oxford) fez cálculos sobre uma hipótese em que a prevalência de falsos negativos é de 5% e de falsos positivos é só de 1%. Mesmo assim, conclui e explica que “para uma margem de erro pré-teste 5 vezes maior para falsos negativos do que para falsos positivos, a margem de erro pós-teste, e para valores de prevalência de 2-10% e E= a 99%, é 10 a 75 vezes menor do que a de falsos positivos”.

A pergunta é óbvia: será que o INSA pode responder ao estudo do Professor Tiago Mendes? É que, para um leigo como eu, o raciocínio deste professor é cristalino; e, se assim for, se calhar a realidade dos chamados infetados pode ser muito mais baixa do que a DGS todos os dias revela…

A LOUCURA MANSA

O Observador publicou no sábado um texto intitulado “Ana Gomes, a irresponsável e perigosa candidata que aspira a ocupar Belém”, escrito pelo ex-Embaixador da União Europeia em Cabo Verde, Pinto Teixeira.

Com base em rumores, Ana Gomes acusou-o publicamente de corrupção e crimes quejandos à volta de um terreno onde construiu uma casa na Cidade da Praia.

Dois anos depois, ele foi ilibado de todas as acusações, e o artigo descreve em detalhe tudo o que passou. Infelizmente este é o grave padrão dos populistas que também a define. Seria uma loucura mansa não ler o artigo antes de votar…

José Miguel Júdice

JOSÉ MIGUEL JÚDICE

Expresso

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A astúcia do dr. Costa, e a solidez democrática dos nossos ministr@s

CASO O DR. MARQUES MENDES NÃO ME TIVESSE EXPLICADO TUDO MUITO BEM, AINDA HOJE NÃO ENTENDERIA AQUELA IDEIA DE UMA APP SER OBRIGATÓRIA

COMENDADOR MARQUES DE CORREIA


O Dr. Marques Mendes encontrou-me na rua (ou melhor, eu encontrei o dr. Marques Mendes, porque ele é mais difícil de encontrar do que eu) e perguntei-lhe: “Ó Luís…” (eu conheço o dr. Marques Mendes ainda ele não era dr. nem Marques Mendes, conjunto que por inteira justiça pertencia a seu pai, dr. António Marques Mendes, e que ele naturalmente herdou). Mas, voltando ao tema, encontrei o ilustre vocalitivo (se plumitivo se refere a quem escreve, quem fala penso ser vocalitivo) e perguntei-lhe: “Ó Luís, o que é isto da app ser obrigatória e...” — ia eu a perguntar o que era uma app, quando ele, ainda mais rápido, respondeu: “O Costa não queria aquilo obrigatório, queria era abanar esta modorra dos portugueses, e fazer com que muitas mais pessoas instalassem a app, muitos mais médicos gerassem códigos e muitos mais infetados introduzissem esses códigos.”

Eu, sem perceber nada do que ele dizia, respondi: “Aaaahhh!” E ele disse: “Está a ver?” Respondi que não estava a ver a Clara de Sousa e despedimo-nos cordialmente.

Fui para casa estudar a resposta do ilustre aparecista (se publicista é o que publica em jornais e revistas, aparecista deve ser o que aparece na televisão). Depois de a compreender em toda a sua extensão, não tive dúvidas em concordar com ele. O dr. Costa (que também conheci antes de ser dr. e antes de ser Costa, conjunto que era pertença de seu pai, dr. Orlando da Costa, esse sim, publicista em todos os sentidos da palavra), o dr. Costa (António) é de facto habilidoso e inteligente. Numa palavra astuto! Como defensor extreme da democracia, nunca quis obrigar ninguém a nada.

Isso mesmo se verifica pelo exemplo que dá uma ministra do seu governo, ministra dileta, por ser da Modernização do Estado e da Administração Pública, a drª Alexandra Leitão (nunca a conheci noutra qualidade). A drª, quando lhe perguntaram se tinha a dita app, respondeu: “Com toda a simpatia vou declinar responder a essa pergunta. Porque acho que é uma questão do foro pessoal (...)”.

Infelizmente, o exemplo da drª Alexandra Leitão não é seguido por muitos agentes públicos que ainda não têm a modernidade do Estado interiorizada. Há poucos dias, num serviço do Estado pediram-me o Número de Identificação Fiscal e eu respondi: “Com toda a simpatia, vou declinar responder porque acho que é uma questão do foro pessoal.” Não aceitaram a resposta. O mesmo se passa quando perguntam o número da Segurança Social, já para não falar de coisas tão pessoais e íntimas como o nome do pai e da mãe (como se não pudesse passar sem eles) ou a morada (como se alguém tivesse algo a ver com isso) ou a data de nascimento (como se fosse elegante fazer uma pergunta dessas). Pelo contrário, e ao arrepio dos esforços que a drª Alexandra Leitão manifesta e publicamente faz, a Administração Pública quanto mais se moderniza, mais quer saber de nós, dos nossos segredos, das nossas entranhas. Por exemplo, para sacar um Cartão de Cidadão, coisa que só demora uns 12 anos, pedem-nos tudo, incluindo o número do telemóvel e o e-mail... depois informam-nos que podemos ir levantá-lo a um sítio qualquer, para o qual temos de telefonar para marcar; depois não atendem o telefone. Moderno deve ser, porque a malta nova nunca atende o telefone, vá lá saber-se porquê. Mas parece-me pouco eficiente.

Seja como for, o que importa é o sentimento de liberdade que perpassa todo o Governo! A defesa assoberbada da intimidade e privacidade! A batalha pela integridade de cada indivíduo, o grito inflamado contra a opressão. Eu vergo-me e vergar-me-ei diante tal maremoto de pensamentos, emoções, ações e, sobretudo, omissões. Que eu sou agradecido ao Governo por nos ensinar a liberdade e a inviolabilidade do nosso ser, do nosso eu.

Posto isto, vou revalidar a carta de condução, introduzindo o meu Cartão do Cidadão com um chip num computador para que tenham a certeza de que sou eu. O procedimento é simples para mim, pois já o tive de fazer para renovar o Cartão do Cidadão. Depois, vou ao sítio da Segurança Social, onde eles têm o meu nome, morada, números de contribuinte, da conta bancária, e do Cartão do Cidadão; endereço, endereço eletrónico, números do telefone fixo e do telemóvel e data de nascimento. Ocorre-me que não sabem das minhas doenças, mas que no BI-CSP (Bilhete de Identidade dos Cuidados de Saúde Primários) já devem saber as que tenho e as que vou ter. Não me peçam para revelá-las, porque é pessoal!

620 mil dias.

O que todos de uma forma ou outra podemos constatar! Ou como eu já constatei, quando precisei, e as portas se me fecharam.


Miguel Sousa Tavares

“Como é óbvio, o país inteiro não fala e não pensa noutra coisa que não nesta malfadada pandemia que veio para nos roubar um ano de vida a todos, desgraçando a economia, as relações familiares e sociais e arruinando cada projecto pessoal. Acordamos com o sonho de uma vacina ou de uma solução à vista e adormecemos para o mesmo pesadelo sem fim. Mas, paralelamente e como se habitasse num mundo à parte, a classe política — ou, para ser mais preciso, a esquerda da nossa classe política — entretém-se há meses com um filme, visto e revisto, ensaiado e repetido até à náusea, que ameaça prolongar-se ainda por mais um mês e de cujo fastio apenas ela parece não se dar conta: o Orçamento do Estado. Todos os dias, e várias vezes ao dia, escutamos os mesmos actores repetirem o mesmo texto, tentando convocar-nos para o dramatismo de um filme que já ninguém consegue acompanhar. Lá vem Jerónimo de Sousa jurar que o Orçamento serve o “grande capital” — onde quer que essa mítica entidade hoje se esconda entre nós; lá vem Catarina Martins insistir em vírgulas e décimas — que, todavia, podem valer milhares de milhões lançados ao vento; lá vem Inês Sousa Real, do PAN, exigir hospitais veterinários públicos (enquanto há hospitais públicos para humanos que se mantêm fechados) e queixar-se, espantada, de que o Orçamento é “marcadamente do PS” — como se não fosse o PS que tivesse ganho as eleições; e lá vem o infatigável António Costa, numa estratégia de polvo — ora tentando assustar, ora fugindo, ora espalhando tinta, ora torcendo-se e retorcendo-se —, sem jamais largar a rocha a que está agarrado. E, no fim, dando a tudo isto o tom de filme cómico, ainda vem o escudeiro socia­lista José Luís Carneiro acusar Rui Rio — escorraçado por Costa de todo o processo — de esquecer o “interesse nacional”, quando ele, logicamente, anunciou o voto do PSD contra o Orçamento. Os meninos brincam à volta da fogueira, enquanto os velhos morrem nos lares, a epidemia cresce todos os dias e multiplicam-se os alertas sobre a situação no SNS.

Justamente, uma das reivindicações da extrema-esquerda para deixar passar o OE é o reforço do SNS, em dinheiro e em meios humanos. Parece uma exigência consensual, sobretudo nos tempos que correm. Consensual e já garantida: vão ser mais 450 milhões para o SNS e mais 4200 profissionais, entre médicos, enfermeiros e auxilia­res, fora os milhares que o Governo diz já ter acrescentado nos quatro anos anteriores. Não chega, diz o BE. Mas será verdade? Num artigo publicado no jornal “Público” do passado sábado, António Barreto, socorrendo-se de dados oficiais da Pordata, INE e Eurostat, diz: “Preparem-se para algumas surpresas”, ao analisar os números referentes ao corpo clínico e ao corpo docente português, que contrariam todo o discurso sindical e corporativo, que a imprensa e a esquerda adoptaram, sem questionar. Eis alguns dados que cita, referentes à situação na Saúde: na Europa a 27, Portugal ocupa o 8º lugar em termos de despesa com a Saúde relativamente ao PIB — gastamos 8%, nem sequer muito longe do país que mais gasta, a Alemanha, com 9,5%; em número de médicos, espantem-se, estamos em 3º lugar entre os 27 (e em 1º lugar em médicos de clínica geral), sendo o 1º lugar ocupado pela Grécia, o que parece indicar que não há uma relação directa entre a quantidade de médicos e a qualidade do serviço; e onde estamos pior, em 20º lugar, é no número de enfermeiros, porque os baixos salários os convidam à emigração.

Estes números, por si sós, deve­riam merecer uma reflexão séria e um mínimo de coragem política. Alguém — um partido, um deputado — deveria erguer-se tranquilamente e dizer: “Somos um país pobre e endividado que não se pode dar ao luxo de pagar necessidades que não tem. Não temos falta de meios nem de dinheiro na Saú­de pública; temos, portanto, falta de outras coisas que é preciso enfrentar: organização, planeamento, disciplina, empenho e dedicação.” Mas quem se atreverá a dizer isto?

Durante meses, vivemos com a doce fábula do notável êxito do SNS no combate à pandemia na Primavera passada, aquando do seu primeiro assalto. Hoje sabemos que esse suposto êxito se ficou a dever a dois factores essenciais: ao confinamento voluntário e maciço a que os portugueses se entregaram muito antes de ele ser obrigatório e ao abandono a que o SNS votou os doentes não-covid. Esse abandono, em parte, foi também voluntário: houve doentes que tiveram medo de ir aos hospitais ou Centros de Saúde; mas os doentes graves não podiam evitar ir. E a grande maioria, que se sentia realmente doente, que precisava de consultas urgentes, que tinha cirurgias marcadas e algumas inadiáveis sem graves riscos para a sua saúde, não encontrou uma porta aberta nem sequer quem lhe atendesse o telefone. Claro que eu sei de médicos que deram tudo à luta contra a covid, alguns até voluntariando-se; mas também sei de outros que estiveram meses sem pôr um pé no hospital e sei de serviços que fecharam e mandaram os doentes para casa a pretexto da covid, da qual nunca viriam a ocupar-se. Uns, de facto, estiveram lá para fazer frente ao novo inimigo; outros fugiram. Foi assim e foi por isto que 1 milhão e 200 mil consultas e 230 mil cirurgias ficaram por fazer entre Março e Agosto. Não há volta a dar a esta verdade terrível, não há palavrinhas mansas para suavizar o que se passou: para atender a uma minoria de doentes covid, o SNS abandonou a esmagadora maioria dos seus doentes, sem nenhuma justificação razoável para tal. E o balanço final — que não se pode afirmar com segurança absoluta que seja resultado disso, mas cuja probabilidade de o ser é imensa — são 6 mil mortos a mais do que em igual período do ano passado.

Tudo isto é doloroso de dizer, mas pior ainda é tentar escondê-lo ou fingir que nada de grave se passou. Um estudo encomendado pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) a uma consultora externa e divulgado esta semana quis perceber se havia uma relação directa entre o número de consultas e cirurgias que ficaram por fazer e o absentismo anormal verificado no mesmo período (Março a Agosto) no SNS. Os resultados foram avassaladores: em seis meses de uma crise de Saúde pública, quando os portugueses mais precisavam dos seus serviços, os profissionais do SNS faltaram 64% mais do que em igual período de 2019. Todas as justificações tiveram um acréscimo, incluindo as faltas não justificadas, mas o grosso dos motivos invocados foi… doença. No total, foram mais 467 mil dias de faltas por doença ou 620 mil juntando todos os motivos. Mas, ao mesmo tempo que dizia que era preciso uma “investigação aprofundada” para encontrar uma “explicação para um aumento tão significativo do absentismo por doença”, a APAH foi adiantando algumas explicações habituais, tais como o burnout ou “exaustão e sobrecarga”. Exaustão e sobrecarga? Mas como, se o horário no SNS, e em todo o funcionalismo público, passou de 40 para 35 horas com este Governo? Como, se o absentismo no sector já é dos maiores em toda a Função Pública? Como, se sobejam médicos? Como, se as faltas ao serviço aumentaram 64%, deixando mais de 1 milhão de consultas e mais de 200 mil cirurgias por fazer? Como, se, felizmente, nunca vivemos nada que se parecesse com a situação dramática vivida nos hospitais de Espanha, Itália, França, Inglaterra, Brasil, Estados Unidos?

Na semana passada, ao escutar a ministra da Saúde afastar veementemente o recurso aos hospitais privados no tratamento de doenças não-covid, em caso de saturação do SNS, julguei que a movia apenas um preconceito ideológico contra a medicina privada. E, embora eu também não goste nada de ver dinheiros públicos a financiar negócios privados, entendo que aqui se sobrepõe o dever do Estado de assegurar a cobertura da saúde a todos os portugueses. Mas agora que li este estudo percebo a resistência de Marta Temido. É que o SNS não está saturado, nem exausto, nem sobrecarregado. Com os meios e o dinheiro (8 mil milhões de euros por ano) que os contribuintes põem à sua disposição, tem perfeita capacidade e estrita obrigação de não deixar ninguém para trás. Portanto, o que está errado no discurso de Marta Temido, o que lhe falta dizer — a ela e a todos os políticos que tenham coragem para tal — é a outra parte do discurso: que o SNS tem de cumprir o seu dever sem esperar pela ajuda dos privados.

As proclamações grandiloquentes, as juras de amor ao SNS, as palmas às janelas… tudo isso é muito bonito, mas não apaga o resto: as insuportáveis listas de espera por consultas e cirurgias que podiam e deviam estar em dia, as vergonhosas filas de velhinhos e doentes na rua para serem atendidos ou vacinados, os telefonemas que ninguém atende, as indignas condições que perduram nos hospitais civis, a soberba indiferença perante o sofrimento com que tantos são tratados. Tudo isso, apesar das louváveis excepções, existe ainda no nosso tão louvado SNS. E, 8 mil milhões depois, tudo isso é demasiado feio e injustificável.”


Expresso – 24-10-2020 - Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia

Um Hospital novo está pronto para estrear em Miranda do Corvo há um ano e meio. Mas o governo não o quer nem dado!...

Sabiam que há um hospital feito de raiz por privados em Miranda do Corvo que o GOVERNO não aceita pôr a funcionar?

Já lá vão 18 meses!

Veja o vídeo…e espante-se…

https://www.youtube.com/watch?v=ck_E1aoeK4k&feature=youtu.be



São uns bardamerdas!E o 'chefe máximo' deles todos, é um CHICHIMECO.

Dos dicionários:bardamerda’é um nome de 2 géneros:(interjeição que ‘exprime irritação e desprezo’e é usado para adjectivar pessoas insignificantes, sem valor)


‘CHICHIMECO’:Aquele que atua de jeito miserável.

Lua

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Eleições americanas

O ideal seria que na terça feira da próxima semana o apuramento de votos fosse de modo a não permitir dúvidas sobre se Trump fica na Casa Branca ou entrega as chaves da mesma a Joe Biden. É isso que apostam ambos, numa altura em que já terão votado perto de 60 milhões de cidadãos. O renomeado site FiveThirtyEight, que analisa sondagens e tendências de voto, crê mais provável um triunfo do antigo vice-presidente de Obama.

Se assim for, um dos motivos terá sido o coronavírus. Na semana em que Trump assegurou num debate que a vacina chegará antes do fim do ano e em que o seu chefe de gabinete assumiu, contrariando o Presidente, que a pandemia não vai ser controlada, os Estados Unidos aproximaram-se dos nove milhões de casos, naquela que é uma indesmentível terceira vaga de covid-19. Sem esta doença a reeleição estava bem encaminhada, graças aos bons indicadores económicos. Agora fica tudo no ar, fruto de uma gestão vista como errática por parte do Presidente e do impacto económico da crise global. Mas, como escreve o correspondente do Expresso nos EUA, Ricardo Lourenço (que visitou o Ohio, estado que há 60 anos acerta sempre no vencedor das presidenciais), a pandemia é uma dor de cabeça entre outras. Já agora, nesse Estado decisivo a diferença entre os candidatos, na média dos vários estudos de opinião, é inferior a um ponto percentual. Na Florida, por onde ando, é um pouco maior.

Há dias estive em Nashville, no Tennessee. O Estado pende para o lado republicano, o que não impede que haja quem pense de outra forma, numa América que cada vez mais são duas, como deixara entender o presidente do American Club de Lisboa, Patrick Siegler-Lathrop, com quem conversei no mais recente episódio do podcast O Mundo a Seus Pés, da secção internacional do Expresso. Assisti ao debate de quinta-feira passada, naquela cidade, num ato da campanha trumpista, o que só contribuiu para me convencer do fosso sem pontes que se aprofunda no país. O Hélder Gomes e o David Dinis (que está prestes a juntar-se-me deste lado do oceano, com um trajeto diferente) acompanharam a contenda televisiva (melhor do que a anterior, segundo opinião geral) e a Mafalda Ganhão andou à pesca das falsidades e contradições dos candidatos.

Com a campanha a entrar na semana final, a última notícia é a contaminação de adidos do vice-presidente Mike Pence, que ainda assim planeia manter a agenda, sem anular deslocações. Trump e Biden já deram a habitual entrevista ao programa ‘60 minutes’ da CBS, que o Presidente abandonou antes do fim e de que divulgou excertos antes da própria estação. Sobram poucas cartadas a jogar nos oito dias que nos separam do dia da grande decisão do povo americano. Oxalá não passem muitos mais entre esse dia e aquele em que saberemos quem vai mandar no país mais poderoso do mundo. Termino aconselhando esta útil explicação do politólogo Pedro Magalhães sobre a falta de confiança no sistema eleitoral americano.