quinta-feira, 11 de maio de 2023

Estado Central: onde estão os boys do PS e quanto ganham

Das 119 empresas públicas que investigámos, quase 50% têm administradores do PS. Bem-vindo ao grande jogo das nomeações, das gigantescas injecções de capital e das contas em falta há anos.

Águas do Tejo Atlântico. Provavelmente só os 400 trabalhadores desta empresa da Grande Lisboa e Oeste saberão o seu nome e o que faz (tratamento de esgotos), e raros saberão quem são os seus administradores. Por exemplo, quem é o vice-presidente.

Trata-se de Hugo Xambre, um nome desconhecido do grande público, mas um homem influente no aparelho do PS. Não por ter sido o presidente da junta de freguesia do Beato (Lisboa), mas, muito mais importante, porque exerceu as funções de mandatário financeiro do partido liderado por António Costa nas Legislativas 2015 e 2019. Foi colocado nesta empresa pelo Governo com o ordenado correspondente, que no caso são €6.109 brutos por mês.


À SÁBADO. Xambre não vê aqui uma componente política: “Desempenho funções de gestão de topo, mas com forte componente técnica (dentro da minha área de formação académica – Licenciatura em Engenharia Química – Área Ciências de Engenharia e Mestrado em Gestão – e profissional) e muito pouco de política. Gostando muito da área do ambiente, tendo efectuado estágio profissional (2007) nesta área, tenho coordenado e desenvolvido trabalho, que considero com sucesso, em áreas como a reutilização de água.”
É preciso correr muito até encontrar este tipo de personalidades como Hugo Xambre, até porque tomar o pulso às empresas que são tuteladas pelo Governo equivale a manusear matrioscas de empresas dentro de outras empresas. No site da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, por exemplo, não há qualquer referência à Águas do Tejo Atlântico. Não há, aliás, qualquer referência a águas, como se estas não pertencessem ao sector público. Mas a Águas do Tejo Atlântico é uma das 19 empresas que estão dentro da Águas de Portugal (AdP), que pertence à Parpública, que por sua vez detém mais 12 empresas: além da AdP, inclui-se a Efacec (nacionalizada em 2020), a Companhia das Lezírias (presidida por António Sousa, um ex-autarca do PS no Alentejo), ou a SIMAB, que superintende os mercados abastecedores do País.

O mundo do imobiliário e SCML
Há ainda outro colosso dentro da Parpública, a Estamo, que gere mais de mil milhões de ativos imobiliários do Estado e que está na tutela das Finanças. O ministro Fernando Medina nomeou para a Estamo pessoas que conhece bem. O presidente é António Furtado, que passou dez anos (2011/21) em vários cargos de relevo na Câmara Municipal de Lisboa, governada pelo PS nesta altura, incluindo o de diretor municipal de Gestão Patrimonial e administrador de várias empresas municipais (EMEL e SRU).
Quando Medina perdeu a recandidatura à câmara, em 2021, Furtado foi para Almada, outra câmara do PS (presidida por Inês de Medeiros), para ser, durante alguns meses, diretor municipal. A meio de 2022, Medina trouxe-o para liderar a Estamo, com um ordenado mensal de €6.892 brutos. Foi substituir Alexandre Boa-Nova Santos, que estava no cargo desde 2018 e tinha um passado na banca, sem ligações partidárias conhecidas.
Para vice-presidente da Estamo, Medina escolheu Fátima Madureira. Licenciada em História, que foi sua chefe de gabinete, passando agora, com um vencimento mensal de €6.203 brutos, a gerir o imobiliário do Estado. O outro vogal, José Realinho de Matos, é mais um dos homens-fortes da governação empresarial socialista, tendo passado por várias administrações de empresas públicas.
O ministro das Finanças justifica à SÁBADO as nomeações, salientando que “tendo terminado os mandatos da anterior equipa de administração da Estamo, o Governo entendeu oportuno nomear uma nova equipa de gestão; a escolha dos novos gestores teve por base critérios de experiência, rigor e competência, critérios estes que foram confirmados pelo parecer positivo da CRESAP”.
Noutra empresa da Parpública, a Fundiestamo, que gere fundos imobiliários, um dos administradores, Nuno Filipe, era adjunto da secretária de Estado da Habitação (Marina Gonçalves, hoje ministra). Já a Cruz Vermelha (detida pela Parpública e pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa) é outro poiso do PS. O presidente do conselho de administração é um ex-ministro socialista, Adalberto Campos Fernandes, e a até 30 de abril a presidente nacional era outra ex-ministra do PS, Ana Jorge, que foi escolhida para provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), instituição tutelada pelo Governo e tingida das cores do PS
Ana Jorge substituiu no dia 2 Edmundo Martinho, também próximo do PS, sobretudo do círculo do ex-ministro Vieira da Silva e da atual ministra Ana Catarina Mendes (cujo ex-marido, Paulo Pedroso, ex-deputado socialista, foi contratado em 2020 para consultor da SCML por €3.700 brutos/mensais). Um dos administradores da SCML é Sérgio Cintra, homem-forte do aparelho do PS Lisboa (foi o presidente da concelhia até 2022). Outra administradora, Ana Azevedo, passou pelos gabinetes do Secretário de Estado do Turismo do governo de José Sócrates e da Estrutura de Missão Portugal IN, de 2017 a 2019. Também regressou João Correia, ex-chefe de gabinete de Vieira da Silva. A SCML não apresentou ainda as contas de 2021 nem 2022.
Uma nota ainda para Pedro Pinto de Jesus, que está como administrador na Empresa Pública de Águas de Lisboa. Ex-assessor parlamentar do PS, teve depois passagem por gabinetes de vereadores e administração de empresas municipais durante os recentes mandatos do PS na capital. A sua colocação na EPAL segue-se à no MARL, na GEBALIS e na Movijovem. Esta última, que é uma cooperativa do Estado, é um ninho de pessoal partidário. Na atual direção está Miguel Perestrello (irmão de Marcos Perestrello, peso-pesado do PS de Lisboa) e Inês Drummond, vereadora do PS na Câmara de Lisboa, braço-direito de Medina quando era líder do executivo.

Quatro mil/mês em viagens
Outra das empresas que estão no portfólio da Parpública é a Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), também sob tutela das Finanças. A empresa é a responsável por fazer o Cartão de Cidadão e o Passaporte de todos os portugueses, além da edição do Diário da República e de cunhar moeda, entre outros serviços. Tem 724 trabalhadores e um volume de negócios de 118 milhões de euros em 2022, mas há quase dois anos que não tem presidente. A empresa remeteu-nos explicações para a Parpública, que já no fecho deste artigo nos enviou um email a comunicar que a vogal Dora Moita passara a presidente.
Sem presidente mantém-se a FlorestGal, empresa de gestão e desenvolvimento florestal nascida após os incêndios de 2017, a NAV, que gere o espaço aéreo, e a Parque Escolar, cujo último relatório e contas é de 2018. A SÁBADO perguntou ao Ministério da Educação o que se passa. Resposta: “As contas de 2019, 2020 e 2021 estão em processo de apreciação pelo Conselho Fiscal da empresa.” Problema: o presidente deste também não está nomeado.
Recorde-se que a empresa, segundo o último relatório (2018), tinha 126 trabalhadores e continua em grande laboração nas escolas: só no mês de abril de 2023 declarou no portal Base 22 empreitadas adjudicadas, num total de €16,7 milhões. Sobre esta empresa não há nenhuma informação financeira e contabilística publicada há cinco anos.
Voltando à Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), tem uma particularidade: paga elevadas quantias em viagens aos seus administradores. Em 2022, por exemplo, a então vogal Dora Moita recebeu €48.006 (média mensal de €4.000). Já em 2021, o presidente (que esteve no cargo até novembro passado) custou €46.840 (também uma média superior a €4.000 por mês). Os outros dois vogais custaram cerca de metade: 23 e 29 mil euros em deslocações e viagens. O relatório e contas de 2020 já mostrava o mesmo padrão.
A administração respondeu à SÁBADO, via assessoria, dizendo que tais custos têm a ver com “o processo de internacionalização da INCM”, “que exige e envolve a realização de deslocações ao estrangeiro, seja nas geografias em que já opera, seja junto dos novos mercados e oportunidades que pretende conquistar”. Refere ainda que a INCM está “presente em mercados e geografias tão distintas” como Camarões, São Tomé e Príncipe, Finlândia, Estónia, Colômbia, Grécia, Arménia e Geórgia. A SÁBADO pediu a lista concreta das viagens feitas nos últimos três anos pelos administradores, mas não obteve resposta.
As empresas públicas têm diferentes classificações, em função da sua complexidade e responsabilidade, o que determina em que escalão os gestores são pagos. Daí que uns ganhem mais do que outros , mas nenhum passa o salário do primeiro-ministro (salvo exceções; ver texto principal): os presidentes dos metropolitanos e dos centros hospitalares mais importantes ganham o mesmo (€6.800), mas todos ganham menos que o presidente da RTP (€7.634) e não chegam perto (€8.012) dos presidentes da Parpública, IP, NAV, CP, IGCP, TAP, Águas de Portugal, EPAL e Águas do Norte. De referir que, regra geral, os administradores públicos têm €80 em comunicações, além de carro.
Embora os salários dos administradores públicos estejam limitados ao salário do primeiro-ministro, há exceções nas empresas em regime de concorrência no mercado. Nestes casos, os administradores podem ter o vencimento de origem (média dos últimos três anos).
Era o caso de Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP, agora demitida, que ganhava €504 mil anuais (média de €36.000), fora bónus. Segundo o relatório e contas, os administradores da TAP têm “seguro de vida, seguro de saúde, seguro de acidentes pessoais e utilização de um telemóvel em serviço. A CEO “tem também um subsídio de residência anual de até €30.000”, tal como a vogal Silvia Mosquera Gonzalez. Esta tem ainda “subsídio anual de frequência escolar até €15.000”.
Outro exemplo de quem recebe acima do primeiro-ministro é Celeste Hagatong, presidente do Banco de Fomento, que ganhará €21.428, um valor que a SÁBADO apresenta depois de ter dividido por 14 o número (€300 mil) avançado pelo Eco em 2022. O jornal digital dizia que “o Ministério da Economia recusa-se a revelar oficialmente os salários da presidente e da CEO do Banco de Fomento”. A SÁBADO também perguntou ao ministério e obteve como resposta: “As questões devem ser colocadas diretamente ao Banco Português de Fomento.” O banco nunca nos respondeu. Só será possível saber os valores exatos quando sair o relatório e contas de 2022, algures ao longo deste ano.

Gestores com cartão partidário
A 12 de abril, Carlos Guimarães Pinto, deputado da IL, dizia no hemiciclo que a atenção mediática estava focada na TAP e que pouco ou nada se sabia do resto: “Que favores se pagam nessas empresas? Como são escolhidos os seus gestores? Como é que a tutela interfere nas decisões aí tomadas? Quanto dinheiro dos contribuintes é enterrado em más decisões que nunca iremos saber como foram tomadas?” O deputado reforçava a tese dos gestores, “que são muitas vezes nomeados, não pelas suas competências, mas pela confiança política, ou pelo cartão do partido, não faltam exemplos”.
Um deles é o da Infraestruturas de Portugal (IP), “que recebeu mais injeções de capital nos últimos três anos do que a TAP”, referiu o deputado. O presidente é Miguel Cruz, que fora até 2021 secretário de Estado do Tesouro. Foi substituir António Laranjo, que saiu em 2021 - a IP disse à SÁBADO que foi “uma renúncia, a pedido do próprio, e não houve pagamento de qualquer indemnização”.
O presidente da IP está no topo dos gestores mais bem pagos (€8.012). A vice-presidente de Miguel Cruz é Maria Amália Almeida, que era a sua chefe de gabinete no anterior governo de António Costa. O outro vice-presidente da IP é Carlos Fernandes, que em 2002 (governo António Guterres) foi adjunto de Vieira da Silva, na altura secretário de Estado das Obras Públicas e o pai da atual ministra Mariana Vieira da Silva. Cada um dos vice-presidentes ganha por mês €7.181 brutos.
Das três vogais da IP (salário mensal de €6.409), uma delas, Ana Coelho, foi adjunta de Fernando Medina entre 2006 e 2009 (governo liderado por José Sócrates), quando era secretário de Estado do Emprego (o ministro era Vieira da Silva).
A saga dos chefes de gabinete atravessa o setor (como podemos ver ao longo deste artigo). Em junho de 2022, dois meses antes de se demitir, a ministra da Saúde, Marta Temido, nomeou a chefe de gabinete, Eva Falcão, para dirigir o IPO Lisboa. Em 2019, Susana Larisma, chefe de gabinete de Mourinho Félix, secretário de Estado das Finanças, foi nomeada para o board da Parvalorem, empresa que ficou com os ativos do BPN.
Algumas empresas que sempre foram poiso de militantes do partido do Governo são hoje lideradas por perfis mais técnicos, como a CP, a RTP, a TAP, ou mesmo a CGD, onde se pode detetar apenas um vogal (Nuno Martins) que veio do Governo, onde era adjunto do secretário de Estado do Tesouro e das Finanças.
€362 para fazer 8 km
Com exceção da CGD (rara empresa pública pujante), as outras empresas do Estado recebem gigantescas injeções de capital para se manterem à tona (tanto dinheiro que até podem dar lucro num determinado ano, como aconteceu agora com a TAP e a IP). Em 2021, a TAP começou a receber um pacote de €3,2 mil milhões. A IP, só em 2021, recebeu quase mil milhões, e mesmo assim tinha uma dívida que passava os quatro mil milhões. A CP recebeu €3,8 mil milhões desde 2015, segundo o Económico, para ajudar a pagar dívidas à banca e a fornecedores.
Como podemos verificar na infografia, o PS está presente em metade das empresas tuteladas pelo Governo. São raros os elementos do PSD que resistem. Além de Paulo Macedo (CEO da CGD), há Ana Paula Martins, recém-nomeada presidente do maior centro hospitalar do País (o Lisboa Norte, que inclui o Santa Maria), Luís Castro Henriques (presidente da AICEP) e Miguel Paiva (no Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga). Havia Marina Ferreira, que se demitiu em março da Transtejo depois da polémica dos barcos elétricos comprados sem baterias. Há uma vogal (Paula Pêgo) na administração do Metro do Mondego e alguns vogais nas empresas de águas (que são de âmbito local, onde entram em jogo os partidos que dominam as câmaras).
Algumas empresas do Estado têm mais do que um elemento do PS. Destacamos o caso do Centro Hospitalar do Médio Ave, onde estão o presidente (António Barbosa, ex-vereador na câmara de Famalicão) e os dois vogais (Luís Moniz, ex-vereador em Famalicão também, e Victor Boucinha, da assembleia municipal da Trofa). Sobre este último, segundo o relatório e contas de 2021, salta à vista um valor em despesas de deslocação que não encontrámos em mais nenhuma empresa: €4.351 (cerca de 362/mês).
A administração justifica à SÁBADO: “Victor Boucinha reside na Trofa, mas é a partir da Unidade de Santo Tirso que exerce o seu cargo, onde tem o seu gabinete e o seu domicílio necessário. Não há viatura afeta ao Conselho de Administração, pelo que os valores em causa se referem a todas as deslocações realizadas em serviço pelo senhor administrador.” Ou seja, além do ordenado (€2.985 mais €1.194 em despesas de representação), o vogal do PS recebe €362 mensais por residir a 8 km (Trofa-Santo Tirso) do local de trabalho.
O mesmo tom rosa do PS encontra-se na administração do Centro Hospitalar Lisboa Central: a presidente é Rosa Valente de Matos (ex-secretária de Estado da Saúde), que chegou a ter como vogais os seus dois ex-chefes de gabinete. Até nas unidades locais de saúde há socialistas, como é exemplo a da Guarda, que tinha até há pouco tempo como um dos administradores António Monteirinho, atual deputado e presidente da concelhia do PS Guarda.
Na Marina do Parque das Nações (Lisboa), o presidente é André Fernandes, ex-assessor de Paulo Campos, secretário de Estado dos Transportes no governo Sócrates. Veja-se ainda o caso de André Moz Caldas, quadro do PS/Lisboa. Em 2015 foi nomeado chefe de gabinete de Mário Centeno nas Finanças ao mesmo tempo que era presidente da junta de Alvalade. Em 2019, foi nomeado presidente da OPART (que tutela o Teatro São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado), onde ficou três meses, sendo nomeado secretário de Estado da Presidência, onde se mantém. A sua renúncia ao cargo não motivou o pagamento de indemnização, garantiu à SÁBADO a OPART.
Na Águas de Portugal, dois dos três vogais, Carla Correia e Pedro Vaz, têm também pegada socialista, sendo que este último tinha sido assessor do gabinete de Fernando Medina na câmara de Lisboa. Na Águas de Santo André, os dois vogais (Marcos Sá e Carla Cupido) têm também um passado PS, sendo que Carla Cupido foi assessora de Medina em Lisboa.
Na Administração do Porto de Aveiro, que não tem contas aprovadas, o presidente é um quadro do PS de Aveiro: Eduardo Feio, por nomeação do ministro da altura, Pedro Nuno Santos (deputado eleito por este círculo). Foi vereador da câmara até 2005, altura em que foi para cargos de chefia intermédia no ministério da Administração Interna (governo Sócrates). Com a chegada do governo Passos Coelho foi para o setor privado, até que o regresso do PS ao poder o levou de novo para o Estado central: presidente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes. Tal mereceu o júbilo dos camaradas no Facebook: “A concelhia de Aveiro do PS felicita o camarada Eduardo Feio pela sua nomeação, e endereça-lhe os votos de muito sucesso nas suas novas funções.”

Marco Alves

Sábado


terça-feira, 9 de maio de 2023

O PS e o país nunca fizeram a purga necessária.

por Diogo Gil Gagean

Corria o ano de 2014 quando o país foi surpreendido com a detenção de José Sócrates em pleno aeroporto de Lisboa. Para uns foi o culminar de uma serie de suspeições que incidiam sobre o ex-primeiro-ministro, para outros foi uma injustiça do tamanho do mundo.

Cabia à Justiça apurar qual dos dois sentimentos iria prevalecer no fim do denominado processo “Operação Marquês”. Tudo neste processo começou mal, desde a aparente sensação de que José Sócrates apenas foi detido para se investigar as suspeições que pendiam sobre ele, até à criação do muito em voga no nosso sistema judicial da “mega-operação”.

Só o nome “mega-operação” era suficiente para me deixar de pé atrás relativamente ao sucesso do processo judicial. Quando se junta muita coisa no mesmo saco é mais provável o saco romper e deixar cair todo o seu conteúdo. Vem este intróito a propósito da notícia da provável prescrição dos crimes de falsificação imputados a José Sócrates, já em 2024.

O juiz Ivo Rosa já deu indícios de que todo o processo está inquinado desde a sua nascença, quer tenha sido por sede de protagonismo, quer tenha sido por quezílias anteriores com o juiz Carlos Alexandre, a realidade é que Ivo Rosa deixou cair vinte e cinco dos crimes que o ministério público imputava a Sócrates. Aqui chegados temos duas hipóteses, ou confiamos na Justiça portuguesa ou não confiamos.

Por princípio confio sempre na Justiça portuguesa, mas quando sei que Ivo Rosa deixa na sua gaveta um recurso de José Sócrates durante mais de um ano, não perco a confiança na Justiça, mas sim nos homens que tem de a aplicar. O Conselho Superior da Magistratura deveria actuar pelo menos com a abertura de um processo de averiguações que invariavelmente não iria dar em nada, mas daria, pelo menos, a aparência do bom funcionamento das instituições.

Aqui chegados, não sabemos o que é pior: se Sócrates ter cometido os crimes de que é acusado, se é apenas uma perseguição da Justiça em prol de interesses ocultos. O que não pode acontecer é um ex-primeiro-ministro ser detido e depois nunca chegar a julgamento, seja por artimanha do seu poderoso exército de advogados, seja por incúria do ministério público ou por inacção dos magistrados judiciais…

O diabo

O socialismo faz sofrer o pobre

Deus não é socialista. Os homens não foram criados iguais, mas profundamente desiguais. Nada é igual no mundo. Sempre existiram ricos e pobres, cultos e ignorantes, o feio e o belo. Nada foge à realidade das pessoas, das coisas, do pensamento.

O mundo tem evoluído através da história da humanidade. O conhecimento já nos permite saber o que é certo e o que é errado, o que funciona e o que não funciona.

Em tese, concluiu-se que o regime democrático é o melhor entre os disponíveis e o sistema capitalista o que promove o progresso, o mérito e gera riqueza a ser distribuída e a servir aos necessitados. As experiências totalitárias não deram certo e as teses abraçadas pelos antecessores e sucessores do marxismo apresentam inquestionáveis saldos de pobreza, violência, ausência de liberdade política, religiosa e de empreender.

A sabedoria popular descobriu que mesmo os regimes fortes, chamados de direita ou populistas ou nacionalistas, são biodegradáveis. Dificilmente sobrevivem aos seus criadores e líderes e não possuem uma central que os coordene. Ao contrário dos socialistas e comunistas, que dispõem das suas “internacionais”, pois o pensamento é padrão para todos os povos. A direita respeita a propriedade, a livre iniciativa, o direito do ir e vir e alguma liberdade de opinião e de imprensa. Nada parecido com os governos fortes de esquerda tipo Cuba, Venezuela, Nicarágua, etc..

O mundo não se apercebe que o ponto final dos socialistas são regimes em que os povos são prisioneiros, como os cubanos há mais de 60 anos no racionamento de bens essenciais, sem liberdade, sem pão e sem a opção de sair. Milhares já perderam a vida na fuga pelo mar de Caribe. Na Europa foram décadas em que foi preciso construir muros electrificados para reter populações obrigadas ao confinamento. Em pouco tempo as nações cativas do Leste ganharam qualidade de vida, liberdade, prosperidade e podem circular pelo mundo, dando ao turismo um crescimento cuja explicação é justamente a do mercado ter sido acrescido de milhões de famílias que antes não tinham direito nem recursos para o turismo. E a actividade era limitada, contribuindo hoje para o rendimento de todos os países que viviam aprisionados na chamada Cortina de Ferro, tão bem definida por Churchill. Hoje a influência socialista nos países democráticos e com resquícios de capitalismo faz com que estes sofram, com a perda de qualidade de vida e de mercado para os asiáticos, pela legislação contrária ao investimento, à poupança, à geração de bons empregos.

A presença no poder de socialistas tem sido marcada pelo ambiente hostil ao investimento privado, a concentração da economia em poucos grupos e a população com baixos salários e muitos impostos. Os salários baixos pedem assistência estatal, excesso de funcionários, mais impostos para pagar um funcionalismo público pouco produtivo, mas identificado com governos de esquerda que são lenientes na disciplina e generosos nos salários. Antes, as carreiras púbicas eram pouco remuneradas, mas compensadas pela segurança. Hoje, há estabilidade, salários, vantagens, greves a todo o momento, sem desconto dos dias parados.

O uso da democracia clássica, eleitoral, sem controles eficientes por parte da sociedade, é facilitado pela política do “nós e eles”, em que o “nós” é o trabalhador, o funcionário e “eles” são os capitalistas exploradores, os patrões. Nas empresas estatais reinam todo tipo de escândalos, de apadrinhamento e prejuízos cobertos pelos impostos. E há parte da população explorada que acha natural. Quanto custou aos portugueses a “reestatização” da TAP? E quanto vai custar ao Brasil o regresso da intervenção do estado, pelos militantes políticos e sindicais, nas empresas? Na empresa privada o prejuízo é dos accionistas; nas estatais de todos os cidadãos contribuintes.

A busca do voto gera a gestão imprudente e irresponsável, que acaba por custar caro ao povo, aos menos favorecidos. E os políticos adoptam o discurso de prometer pontes onde não há rios. E o povo aceita.

Os exemplos de sucesso são apagados pela repetição de um discurso primário que critica os que ganham muito, desde que não sejam cantores nem jogadores de futebol. Quem investe na agricultura corre riscos, quem gera empregos na indústria, sob a pressão de no final de mês ter de pagar salários e só depois retirar o seu, é hostilizado. Quem presta serviços não merece ganhar; são todos exploradores!

No Brasil, o maior industrial têxtil do século passado, Rodolfo Crespi, foi pioneiro no amparo aos seus trabalhadores, com habitação, assistência médica e actividades recreativas para a família proletária. Em Portugal, Alfredo Silva foi o exemplo da solidariedade cristã na relação com seus empregados, sendo ele o maior empresário do país. Não precisou de leis para tratar com dignidade os seus colaboradores. Estes são os heróis verdadeiros e não os demagogos que afastam empregos e não os criam e querem distribuir o dos outros.

A pergunta que não cala: onde é que o socialismo melhorou a vida do trabalhador? Qual o mal no lucro que gera impostos, investimentos, emprego e faz circular a riqueza? O que justifica empresas do estado sempre mal geridas e com frequentes abusos e casos de corrupção? Deve-se cuidar em dotar o estado de recursos para programas sociais ou apenas punir o investidor, o proprietário, o accionista, o contribuinte?

Os homens não comprometidos com a demagogia de esquerda, que corrói as sociedades, inclusive sob o ponto de vista ético e moral, devem perguntar-se onde erraram e onde estão a errar perante a repetição de frustrantes resultados eleitorais em tantos países. ■

Aristóteles Drummond

O diabo

ABC dos Grandes Números

PORCA MISERIA

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O Estado português gastou 404 000 milhões de euros do dinheiro dos outros para chegarmos ao estado em que estamos.

Mas para muitos portugueses o que é mesmo indigno é a indemnização a Alexandra Reis.

07 mai. 2023, João Caetano Dias, ‘Observador’

Conselheiro Nacional da Iniciativa Liberal

A confusão que por vezes se estabelece entre milhões e milhares de milhões em artigos de jornais, em comentários televisivos e nas redes sociais deve-se ao facto de, para muitas pessoas, qualquer número acima de um milhão cair numa categoria de quantidades transcendentes, impossíveis de processar de forma automática. Este artigo tenta clarificar ordens de grandeza de alguns números, apresentando-os de forma crescente, em euros.

· 0,5 milhões – Também conhecido por quinhentos mil, foi o montante negociado pelo governo e pela TAP com a administradora Alexandra Reis e que causou todo o imbróglio das últimas semanas. Como referência, chamemos a este valor de meio milhão de euros um IAR (Indemnização a Alexandra Reis). Servirá de termo de comparação ao longo do artigo, numa apropriação cultural de uma intervenção do Deputado Carlos Guimarães Pinto na Assembleia da República. Apesar de ser o mais pequeno desta lista, é dos números apresentados o que gerou maiores indignações.

· 4 milhões (8 IAR) – foi o valor pelo qual foi anunciada a venda da casa onde José Sócrates residiu, no 16º arrondissement, em Paris. Corresponde a cerca de 70 anos do salário de um primeiro-ministro. Apesar de ser um valor inacessível para a maioria dos portugueses, este magnifico apartamento decorado com gosto e sofisticação estaria facilmente ao alcance da Ex-CEO da TAP. Para o pagar, é possível que Christine Ourmières-Widener nem precisasse recorrer a crédito ou quebrar o porquinho-mealheiro das poupanças acumuladas. A indemnização que os contribuintes lhe atribuirão pelo seu despedimento “com justa causa” deverá ser suficiente.

· 26 milhões (52 IAR) – É o ajuste nas contas da TAP, em 2022, pela utilização de prejuízos fiscais reportáveis, um movimento contabilístico de antecipação de resultados que não foram obtidos nas operações. Se a este valor adicionarmos “várias dezenas de milhões de euros” conseguidos com os cortes salariais e despedimentos, ficaremos próximos do lucro total declarado, que foi de 65,6 milhões. Antecipações de resultados, despedimentos e cortes salariais, são assim as principais componentes de um passo sólido nas perspectivas para o futuro da empresa e para o país.

· 33,5 milhões (67 IAR) – Valor próximo do custo do Túnel do Marquês em Lisboa, a preços actuais, incluindo apenas a construção da infra-estrutura. As indemnizações pagas ao consórcio construtor, “em larga medida como forma de compensação dos atrasos induzidos pela providência cautelar interposta por José Sá Fernandes, actual vereador do BE na equipa de António Costa (2008)”, fez aumentar esse custo em mais 36 IAR (44 IAR a preços actuais).

Na mesma ordem de grandeza estão os lucros do Pingo Doce em 2022, que foram 33 milhões de euros. Era também este o Orçamento Inicial da Casa da Música, no Porto, mas o custo final foi de 111,2 milhões de euros (222 IAR)

· 55 milhões (110 IAR) – Montante que o governo português pagou a David Neeleman, transformando-o no único empresário na área da aviação a ganhar com a pandemia. Para quem se indignou muito com este valor, 110 vezes superior à indemnização recebida por Alexandra Reis, recorde-se que representa apenas 1,7% dos custos do festim que se seguiu.

· 165 milhões (330 IAR) – O TGV, que não saiu do papel, já custou 120 milhões em estudos e projectos (240 IAR), mais 33 milhões para a RAVE (66 IAR) a que se podem adicionar 12,2 milhões de indemnizações de processos que estavam já concluídos em 2015. A valores de hoje aproxima-se de 380 IAR. Em 2022, lia-se no Observador que o “Estado pode ter de pagar 220 milhões de euros por causa do projecto de José Sócrates para o TGV”. São só mais 440 IAR, “que correspondem aos 149,6 milhões que o Estado foi condenado a pagar em 2016, acrescidos de juros”.

· 203 milhões (406 IAR) – Os números vão crescendo e atinge-se agora o montante que, segundo o Tribunal de Contas, representa as poupanças do Estado com as Parcerias Público-Privadas no sector da Saúde. O que nos vale é que já não volta a acontecer. Daqui em diante pagaremos mais milhões por menos saúde, mas jamais alguém poderá voltar a incomodar a Ex-ministra Marta Temido, proclamando que “três hospitais PPP ocupam pódio em Excelência Clínica”, como afirmava a Entidade Reguladora da Saúde.Refira-se que estas poupanças foram sol de pouca dura. Tudo o que se economizou com as PPP da saúde já não é suficiente para suportar os custos da nacionalização da Efacec, que em Fevereiro de 2023 já somavam 408 IAR. E por cada mês que passa, adicionamos 20 IAR.

· 532 milhões (1064 IAR) – Ultrapassámos agora a barreira dos 500 milhões de euros, valor que serviria para indemnizar 1000 Alexandras Reis, mas que será aplicado na construção do Hospital de Todos os Santos, também conhecido por Hospital Oriental de Lisboa. Isto é uma previsão de preço antes de se iniciar a obra. As previsões anteriores eram bem diferentes. Em 2007, quando a obra foi anunciada, estimava-se um custo de 150 milhões de euros. Cada ano que passou, a obra deslizou 50 IAR, sem nunca ter saído do papel. Em 2007 também se estimava que o hospital seria inaugurado em 2012, mas agora já se admite que será em 2027. Estamos apenas com 15 anos de atraso, cerca de 1,7% do tempo que Portugal tem de vida como nação independente. Praticamente nada.

· 760 milhões (1520 IAR) – Foi quanto ganhou o Estado Alemão ao sair da Lufthansa, passada a pandemia. Vendeu os 20% do capital que lhe tinham custado 306 milhões de euros, em 2020, por 1070 milhões de euros em 2022. Teve lucro, algo que é indesejável, como qualquer estudante do Centro de Estudos Sociais bem sabe. Felizmente, temos um Estado pouco ganancioso que prefere os prejuízos.

· 3,2 mil milhões (6400 IAR) – A TAP tinha, em finais de 2021, cerca de 6600 trabalhadores. O montante que Pedro Nuno Santos enterrou na companhia seria suficiente para pagar a todos os trabalhadores uma indemnização equivalente à que foi acordada com Alexandra Reis. Foram 3200 milhões que demonstraram à evidência a visão estratégica e a capacidade de gestão de Pedro Nuno, o homem que percebe de aviação. Os 3,2 mil milhões permitiriam também indemnizar uma Alexandra Reis todos os dias ao longo de 17 anos. Ou pagar 100.000 euros a cada trabalhador e ainda sobravam 2,5 mil milhões (5000 IAR).
Uma curiosidade: ao preço a que o Estado alemão vendeu as suas acções, o Estado português poderia ter comprado 59% da Lufthansa por 3,2 mil milhões de euros, obtendo a maioria do capital da empresa. Mudava-se o hub de Frankfurt para Lisboa e os alemães ficavam com as pernas a tremer. Como é evidente, esta ideia não teria pernas a tremer para andar. O Estado alemão e os restantes accionistas privados nunca aceitariam vender as suas participações a um dono completamente irresponsável.

· 3,3 mil milhões (6600 IAR) – Foi o montante do aumento da Dívida Pública em 2022. Sim, a dívida pública aumentou, em 2022, 3,3 mil milhões de euros. Reduziu em percentagem do PIB, beneficiando da inflação em alta e da recuperação económica pós-pandemia, mas aumentou em valor absoluto, um pouco mais que o valor que o governo injetou na TAP.

· 6,7 mil milhões (13 400 IAR) – Foi o montante que Portugal recebeu com o programa dos Vistos Gold nos primeiros 10 anos. Como é próprio de países bem capitalizados que não necessitam captar investimento estrangeiro, preparamo-nos para acabar com este programa. Não nos faz falta.

· 35 mil milhões (70 000 IAR) – Um grande salto, agora. Segundo relatórios publicados pelo Conselho das Finanças Públicas, entre 2014 e 2021, foram injetados em empresas do Sector Empresarial do Estado, através de dotações de capital e empréstimos, mais de 35 mil milhões de euros. O custo médio anual suportado pelos contribuintes com as empresas públicas neste período (4,44 mil milhões de euros por ano) permitiria reduzir o IRS a todos os portugueses em 27,5%, sem impacto nas contas públicas. (Na verdade poderia reduzir-se bem mais, uma vez que o montante adicional disponível nos bolsos dos contribuintes reverteria parcialmente para o Estado, sob a forma de IVA, impostos sobre o consumo e até IRC, com o aumento dos lucros das empresas gerado pelo incremento da actividade económica)

· 132 mil milhões (264 000 IAR) – Montante total dos Fundos Europeus recebidos por Portugal desde a adesão à União Europeia até finais de 2022. Ainda sem o PRR.

· 272 mil milhões (544 000 IAR) – Dívida Pública portuguesa em finais de 2022.

· 404 mil milhões de euros (808 000 IAR) – Se somarmos os dois valores anteriores, os fundos europeus recebidos por Portugal com a dívida pública acumulada, concluímos que o Estado português gastou 404 000 milhões de euros do dinheiro dos outros, para chegarmos ao estado em que estamos.
Mas para muitos portugueses, o que é mesmo indigno é a indemnização a Alexandra Reis.
Felizmente será devolvida.
Era um escândalo.

A fábula do ESTADO

UMA REFLEXÃO

Talvez a última manifestação permitida da RAÇA BRANCA

Não era suposto sê-lo, mas foi.

Só vi ‘Diversity, Equity and Inclusion’ nos convidados.

Vi ZERO disso na manifestação espontânea do povo.

Que povo?

Era um mar de gente branca.

As tradições das minorias étnicas (em breve serão cada vez mais, maiorias localizadas geograficamente, até se apoderarem pela força do voto – dentro de alguns anos – do PODER total) não contemplam nem colaboram com a ‘tradição’ de mostrarem respeito a uma instituição que, quando existe, define e mantém viva uma NAÇÃO: a MONARQUIA.

E – além de tudo o mais – NUNCA até hoje um país de etnia dominante ‘não branca’, aceitou (ou aceitará) um branco em posição de PODER.

As etnias ‘não brancas’ são incomensuravelmente mais RACISTAS. E, se excluirmos os soviéticos - que são maioritariamente ‘brancos’ (caucasianos) – as etnias ‘não brancas’ são incomensuravelmente mais cruéis e impiedosas.

Quando atingirem o PODER terão como primeira prioridade a destruição das tradições que não são delas, impondo as suas.

Encolhendo os ombros, concluo ‘filosóficamente’, reconhecendo a minha total impotência: Já não é o meu mundo.

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A fábula do ESTADO




por Olympus Mons, em 06.05.23


Neste últimos dias, assistir á coroação do rei Carlos III tem sido, não direi penoso mas uma mistura disto com nostalgia de um mundo que não mais é ou será. Como já tinha acontecido durante o funeral da rainha tudo aquilo é um mar de “whiteness”. Sim, “whiteness”.  E não terão sido pessoas como eu que começaram a conversa nestes moldes, bem mais satisfeitos estariam pessoas como eu em deixar a resolução do novo mundo para uma solução mais “affect” deixando os princípios se adaptarem ao tempo e não esta racionalidade proto-marxista que nos governa endeusando valores que depois nem são particularmente bem definidos. Mas o mundo é como é.

Curioso ver como em alguns dos canais internacionais se acompanha as cerimónias e noutros como a Al-jazerra se dedica um espaço enorme aos protestos anti-monarquia.

E comparem lá este mar de gente contra a quantidade de pessoas em qualquer protesto climático ou político em histriónicos e por vezes violentas manifestações?

Que princípios move esta gente? 

E olhando para o mar de gente, o tal amado povo, que acompanha esta cerimónia não podemos deixar de perguntar, em Londres onde a maioria da população até não é étnica e ancestralmente britânica, onde estão as pessoas todas da “diversity"? -  Diversity, Equity e inclusion vi nos convidados escolhidos a dedo. Vi zero na manifestação espontânea do povo. Que povo?

É um mar de gente branca. Sim, caucasianos. Sim gente descendentes dos Bell Beakers, que se intitularam um dia anglo-saxónicos. Sim, onde está o mar de asiáticos do sul e da Ásia central que hoje em dia já são parte considerável e mesmo o maior grupo étnico de Londres? E os descendentes de Africanos? – Onde está essa gente muitos deles filhos de gente já nada no reino unido? Sim, onde está essa terceira geração de britânicos a celebrar o seu rei? Nada?

Claro que não estão porque mesmo neto de, continua a olhar para uma cerimónia de celebração de uma história que não é a sua. Porque o passado de todos nós conta!
E as tradições representam uma herança que nos assegura um sentimento de continuidade e algo a que determinada pessoa pertence de forma integral. Mas, acima de tudo, as tradições representam soluções encontradas no passado. Assim:

“Tradition is a set of solutions for which we have forgotten the problems. Throw away the solution and you get the problem back.”

E tudo o que eu vi aqui foi tradição milenar. Foi um evento que advém do século XIII e que representa a continuidade de um sentir de algo que aquelas outras entidades não integram como seu intrínseco porque no momento em que elas ocorriam essas etnias e culturas ainda estavam na verdade na idade do ferro ou até da pedra.

Aquela gente que ali se reúne sente “algo” que os outros não sentem, não é? “algo que já em si advém desde a formação da identidade Europeia com os Bell Beakers do 3º milénio AC. De uma formação identitária que era hierárquica, ritual e baseada em “chiefdoms” e que perdura até hoje. É aquilo que somos e curiosamente nem na terceira geração de “outros” se sente esse subconsciente de pertença.
E quando digo, somos, é esse somos que nos une, ou devia, unir a aquela gente. "aquilo" ali resulta de um conjunto de genes, que gerou um temperamento de gente que criou uma cultura que em si própria é europeia. Sim, outra vez, sim, entre aquele mar de gente ali e você português, se o for, que me lê a distância genética é quase de ... primo. 0.005 de Fst (fixation index) que mede a distância genética entre populações é nada, logo tem tendencialmente um temperamento parecido, logo uma cultura similarmente identificável! 

Mas, não se iludam. A nova geração de britânicos tal como os nossos aqui, e o futuro será sempre dos mais novos, a demografia é destino, 78% deles não se revê na Monarquia. – O futuro é tendencialmente marxista, porque o marxismo é em grande medida narcisismo e este reina no mundo de hoje – Alguém que “nasce” meu “superior” é insuportável para um narcisista. E, não nos iludamos, quem nasce para rei nasce “superior” aos restantes porque nasce com constrangimentos impostos pelas tradições milenares, não é?

Por isso uma pessoa (dizia-se um homem) só se deve ajoelhar perante Deus, o monarca (que representa a sua identidade comum) e pessoa que ama. Tudo valores aceitadamente “superiores”.

Enfim, muita gente, especialmente os mais novos, olham para isto tudo e dizem que não se ali alinha com os meus valores. Os “values”.  Os nossos valores, ou por exemplo como muito se gosta de falar hoje em dia os valores das democracias liberais… Pois, é. Mas valores até podem governar os nossos comportamentos mas não são princípios! E se valores governam ou instruem os nossos comportamentos no dia-a-dia, não se iludam, os princípios governam as consequências desses comportamentos!

Aquilo que se assistiu hoje uma das ainda visíveis manifestações de tradições milenares, mas também é muito o crepúsculo dos princípios que nasceram para ser soluções de problemas que já nos esquecemos quais eram.

sábado, 29 de abril de 2023

É inevitável: Sócrates será PR

…Portugal começa a estar preparado para ter José Sócrates como Presidente.

Tenho a certeza que se vai dar muito bem com o Primeiro-Ministro Pedro Nuno Santos.

Dizem que PNS é um grande quadro. Concordo. Capaz que seja aquele que envolve o maior cataclismo com aviões desde o Guernica.

25 abr. 2023, José Diogo Quintela, ‘Observador’

A minha filha tem 12 anos e, ultimamente, as suas listas de desejos para o aniversário e para o Natal são sempre encimadas pelo TikTok. Mais do que roupa ou dinheiro, a minha filha quer que eu a deixe instalar a aplicação no telemóvel para poder assistir a jovens idiotas a falarem de roupa e dinheiro. Tem um desejo profundo por redes sociais que, para já, tenho conseguido contrariar com sucesso através de uma estratégia proactiva que passa por mostrar que o TikTok é uma perigosa bodega. Esta semana, por exemplo, enviei-lhe uma notícia sobre um rapaz que morreu depois de fazer um desafio no TikTok que consistia em tomar doses cavalares de um medicamento para alergias.

Como qualquer pré-adolescente, a minha filha tem sempre uma resposta: “Pai, mas eu não sou burra e não tomo medicamentos que podem fazer mal, eu sou esperta e penso. Só quero o TikTok para fazer danças”. Evidentemente, reagi como um pai orgulhoso pela boa capacidade de argumentação da sua filha: fui à procura de provas falaciosas que me ajudassem a ganhar a discussão. Não imaginam a quantidade de resultados que a internet devolve quando googlamos “dies while dancing”. Há muitos bailarinos a cair para o lado sem ser por fazer parte da coreografia. Sobretudo na Índia. Provavelmente, porque aquelas danças de Bollywood são muito exigentes ao nível de movimentos do pescoço. Tirei dois ou três screenshots e enviei para a minha filha. Ela respondeu: “Porque é que morreram?” E eu: “Porque desobedeceram ao pai delas”.

Portanto, acho que consegui adiar o TikTok, pelo menos até ao próximo aniversário. Mas é fatal que, mais cedo ou mais tarde, a minha filha venha a ter essa e as outras redes sociais, mais as novas que ainda hão-de inventar. O tempo não pára, ela vai crescer, não há nada que eu possa fazer quanto a isso. Resta-me deixá-la o melhor preparada possível para uma realidade que é inevitável.

No fundo, é mais ou menos a mesma coisa que, nos últimos tempos, o universo anda a fazer com o povo português. A tentar preparar-nos para uma realidade que, inexoravelmente, vai chegar. Fá-lo através de pequenas dicas, como esta, que nos indicam que José Sócrates se vai safar. É inevitável.

Para já, vão prescrever os crimes de falsificação de documentos. Sócrates tem interposto tantos recursos que vai esgotar-se o prazo para ser julgado pela simulação do contrato de arrendamento da casa de Paris, quando na realidade a casa era sua, assim como por ter forjado contratos com Domingos Farinho (que lhe escreveu a tese) e com António Peixoto (que tinha um blog de propaganda do Governo). Quando era Primeiro-Ministro, José Sócrates gostava de mostrar a sua boa forma física, fazendo jogging sempre que podia. Mas agora, da mesma maneira que há quem esteja a passar do ténis para o padel, Sócrates evoluiu e, em vez de correr, passou a recorrer. É o seu desporto de eleição. Por enquanto, tratam-se de infracções pequenas, claro, mas servem de amuse-bouche para o que se começa a aproximar: a prescrição dos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Não nos iludamos. Desde aquela noite de Novembro, em 2014, quando Sócrates foi detido à saída do avião, sabíamos que, mais dia, menos dia, ele ia-se safar. Mesmo com todas as provas, as entregas de dinheiro vivo pedidas em código, a vida de luxo, os testas de ferro, os telefonemas incriminatórios, a ligação a Ricardo Salgado, mesmo com tudo isso, sabíamos que, mais dia, menos dia, Sócrates ia safar-se. Mais dia, menos dia é hoje.

E sabemos, mesmo que não queiramos, que, depois de safo, Sócrates não se vai deixar estar sossegado a aproveitar os milhões que tem guardados. (Emprestados pelo amigo, claro! Não estou a insinuar nada. Era só o que faltava que, no fim disto tudo, eu acabasse por ser o único condenado, a ter de pagar uma indemnização de milhares de fotocópias ao ex-PM). Não, Sócrates vai querer voltar a desempenhar um papel na política do país. Sócrates vai ser Presidente da República. Em 2036, respeitável ancião de 79 anos, bronzeado pela maresia ericeirense, apoiado por adeptos já sem vergonha de o serem, orgulhosos por poderem dizer “ele é inocente, nem sequer foi julgado”, Sócrates vai esmagar na primeira-volta. Haverá alguns refilões a escrever crónicas inflamadas a repisar as escutas, a casa de Paris, o amigo Santos Silva, o Freeport, a OPA da PT, a compra da TVI, a licenciatura ao Domingo, a bancarrota e toda a ladainha botabaixista. Poucos e cada vez mais ignorados. Um leitor incauto que, por engano, se deparar com um desses textos, há-de perguntar: “Quem é o Freeport? Onde é a OPA? O que é um Santos Silva?” Estes paranóicos anti-socráticos serão, em 2036, o que os maluquinhos da conspiração de Camarate eram ainda no início deste século. Por mais bem documentados que estivessem, nem os simpatizantes os queriam ouvir. O país não estava nem aí. E, em 2036, também não vai estar nem lá.

Estou convencido que José Sócrates vai ser um bom Presidente. É bom ter um milionário como Chefe de Estado. Marcelo Rebelo de Sousa fez figura de parolo quando recebeu a Rainha de Inglaterra. Se tivesse sido José Sócrates, não se rebaixaria. Sócrates teria tratado Isabel II como sua igual. Afinal, tinham mais ou menos o mesmo dinheiro e desde pequenos que ambos sabiam que iam reinar. Quer dizer, a Rainha Isabel só soube depois do seu tio ter abdicado, mas é quase a mesma coisa.

Como a minha filha com o TikTok, Portugal começa a estar preparado para ter José Sócrates como Presidente. Tenho a certeza que se vai dar muito bem com o Primeiro-Ministro Pedro Nuno Santos. Sim, PNS também é inevitável. E se para Sócrates é preciso que haja prescrições, para Pedro Nuno basta que haja descrições. Só esta semana, houve vários notáveis socialistas a fazê-las. Francisco Assis, Vítor Ramalho e António Costa descreveram os grandes méritos e capacidades da figura. Dizem que PNS é um grande quadro. Concordo. Capaz que seja aquele que envolve o maior cataclismo com aviões desde o Guernica. Mas é inevitável.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Parlamento Europeu aprovou resolução que coloca nazismo e comunismo em pé de igualdade. 19-Set-2019.

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O regime nazi de Hitler foi culpado do genocídio de cerca de 6 milhões de pessoas, enquanto que o comunismo de Estaline foi responsável pela morte de cem milhões de pessoas!

A União Europeia colocou comunismo e nazismo em pé de igualdade, depois de o Parlamento Europeu ter aprovado em Setembro uma resolução que condena os dois regimes ditatoriais.


No passado dia 19 de Setembro, a União Europeia colocou comunismo e nazismo em pé de igualdade, depois de aprovar no Parlamento Europeu uma resolução condenando ambos os regimes por terem cometido “genocídios e deportações” e foram a causa da perda de vidas humanas e liberdade em uma escala até agora nunca vista na história da humanidade”.

A resolução Importance o European remembrance for the future o Europe contou com 535 votos a favor, 66 contra e 52 abstenções, noticia o jornal espanhol ABC esta terça-feira. Apesar do significado histórico, esta resolução passou despercebida pela maioria, ainda que este seja tema de debate recorrente entre os historiadores desde a queda da União Soviética há três décadas.

De acordo com o ABC, o jornalista polaco Ryszard Kapuscinski chegou a essa conclusão em 1995: “Se pudermos estabelecer a comparação, o poder destrutivo de Estaline era muito maior. A destruição levada a cabo por Hitler não durou mais de seis anos, enquanto o terror de Estaline começou na década de 1920 e prolongou-se até 1953.”

O debate alcançou o seu auge em 1997, com a publicação do “Livro Negro do Comunismo” que foi escrito por um grupo de historiadores sob a direcção do investigador francês Stéphane Courtois, que se esforçaram por fazer um balanço preciso e documentado das verdadeiras perdas humanas do comunismo. Os resultados foram esmagadores: cem milhões de mortos, quatro vezes mais do que o valor atribuído por esses mesmos historiadores ao regime de Hitler: o genocídio terá feito cerca de 6 milhões de vítimas.

Apesar de tudo, estes números não são uma novidade. Outros investigadores, como Zbigniew Brzezinski, Robert Conquest, Aleksandr Solzhenitsyn e Rudolph Rummel, já se tinham interessado anteriormente pelo Gulag, a fome causada por Estaline na Ucrânia e as deportações em massa dos dissidentes do regime soviético.

Uma das diferenças entre os dois regimes é que o Gulag soviético foi usado para punir e eliminar dissidentes políticos, com o objectivo de transformar as estruturas socioeconómicas do país e promover a colectivização e a industrialização. Os nazis, por seu lado, usavam os campos de concentração principalmente para extermínio de vários grupos étnicos, políticos e sociais.

O regime nazi foi culpado do genocídio de judeus, ciganos, homossexuais e comunistas.

A resolução aprovada pelo Parlamento Europeu é bastante incisiva, nela se apelando, nomeadamente “a uma cultura comum da memória que rejeite os crimes dos regimes fascista e estalinista e de outros regimes totalitários e autoritários do passado como forma de promover a resiliência contra as ameaças modernas à democracia, em particular entre a geração mais jovem”. Também se manifesta “profundamente preocupado com os esforços envidados pela actual liderança russa para distorcer os factos históricos e para «branquear» os crimes cometidos pelo regime totalitário soviético, e considera que estes esforços constituem um elemento perigoso da guerra de informação brandida contra a Europa democrática com o objectivo de dividir a Europa”.

https://observador.pt/

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Alimentos para soltar o intestino do bebé

Alguns alimentos que podem ser incluídos na alimentação do bebé a partir dos 6 meses, para ajudar a soltar o intestino, são:

  • Frutas, como mamão, laranja, abacate, banana nanica, uva, kiwi, melão, figo, ameixa, melancia, manga, abacaxi;
  • Legumes, como abóbora, almeirão, tomate, pepino, couve, espinafre, batata doce, vagem e vegetais folhosos;
  • Cereais integrais, como aveia em flocos, arroz integral, macarrão integral e milho;
  • Leguminosas, como grão de bico, ervilha, lentilha e feijão.

Além disso, bebés acima de 1 ano também já podem consumir iogurte natural, que contém probióticos que melhoram a flora intestinal e combatem a prisão de ventre. Veja alguns laxantes caseiros para bebés.


4 laxantes naturais e seguros para bebés e crianças

A prisão de ventre é comum em bebés e crianças, principalmente nos primeiros meses de vida, porque o sistema digestivo ainda não está bem desenvolvido, e por volta dos 4 a 6 meses, quando começam a ser introduzidos novos alimentos. Existem alguns remédios caseiros que são considerados seguros e que podem ser usados para regular o trânsito intestinal da criança, auxiliando no tratamento da prisão de ventre, como a água de ameixa ou o xarope de figo com ameixa.

No entanto, no caso dos bebés com menos de 4 meses os remédios caseiros podem não ser indicados, sendo recomendado pelo pediatra medidas que ajudam a melhorar o funcionamento do intestino do bebé e aliviar as cólicas, como massagem na barriga do bebé, e que a mão evite o consumo de alimentos que podem causar gases. Veja mais dicas do que fazer para aliviar as cólicas no bebé.

Mesmo com a ajuda destes remédios caseiros, se o bebé não ganhar peso, se chorar com dores e não conseguir evacuar, deve-se estar atento para levá-lo ao pediatra, caso o problema se mantenha.

1. Água de ameixa

Colocar 1 ameixa num copo com cerca de 50 ml de água e deixar descansar durante a noite. Dar ½ colher de sopa da água ao bebé pela manhã e repetir o processo 1 vez por dia, até o intestino voltar a funcionar.

Para bebés com mais de 4 meses, pode-se espremer a ameixa através de uma peneira e dar 1 colher de chá por dia do suco.

2. Xarope de figo e ameixa

O xarope de figo e ameixa está indicado para crianças maiores de 3 anos de idade.

Ingredientes

  • 1/2 xícara de figos picados com casca;
  • 1/2 xícara de ameixas picadas;
  • 2 xícaras de água;
  • 1 colher de melaço

Modo de preparo

Colocar numa panela os figos, as ameixas e a água e deixar descansar por aproximadamente 8 horas. Em seguida, levar a panela ao fogo, acrescentar o melaço e deixar ferver por alguns minutos, até que as frutas amoleçam e o excesso de água evapore. Retirar do fogo, bater tudo no liquidificador e guardar num pote de vidro com tampa, que tenha sido esterilizado em água a ferver por 10 minutos.

Pode-se tomar 1 colher do xarope por dia, sempre que houver necessidade.

3. Papa de aveia

Substituir as papas de arroz, trigo ou maisena pela papa de aveia, pois é rico em fibras que ajudam a melhorar o trânsito intestinal do bebé e da criança.

Além disso, é importante oferecer bastante água no intervalo das refeições, que ajuda a hidratar as fezes e tornar mais fácil a sua passagem pelo intestino.

4. Suco de laranja e ameixa

Espremer 50 ml de sumo de laranja lima, adicionar 1 ameixa preta e bater no liquidificador. Para crianças maiores de 1 ano, dar o sumo 1 vez por dia, por, no máximo, 3 dias consecutivos. Se a prisão de ventre persistir, deve-se falar com o pediatra.

Para crianças menores de 1 ano, deve-se oferecer de 10 a 30 colheres de chá apenas do sumo de laranja lima.

Quando usar supositórios e levar ao médico

Deve-se procurar o pediatra se a prisão de ventre durar mais de 48 horas, pois ele pode recomendar o uso de supositórios e lavagem intestinal.

Além disso, é preciso estar atento à presença de feridas no ânus do bebé ou de sangue nas evacuações, pois as fezes ressecadas podem causar fissuras anais. Essas fissuras fazem a evacuação ser muito dolorosa para o bebé, e ele automaticamente retém as fezes para evitar a dor. Nestes casos, também é preciso procurar o pediatra o mais brevemente possível. Saiba mais sobre fissura anal.

Veja outros alimentos que são bons para soltar o intestino do bebé.

https://www.tuasaude.com/

10 alimentos laxantes que soltam o intestino

Os alimentos ricos em fibra, como mamão, ameixa, abóbora, laranja, aveia e chia, têm efeito laxante, pois contribuem para a formação do bolo fecal, sendo uma excelente opção para soltar o intestino.



Muitos destes alimentos também têm óptimas quantidades de água, outro elemento fundamental para ajudar na eliminação das fezes. Por isso, é também recomendado beber

É importante incluir esses alimentos laxantes diariamente numa dieta balanceada não só para ajudar a soltar o intestino, mas também para evitar as crises de prisão de ventre.

Principais alimentos

Alguns dos principais alimentos com efeito laxante que que ajudam a soltar o intestino são:

1. Mamão

Cada 100 g de mamão tem em torno de 2g de fibras, além de ter boas quantidades de magnésio, um mineral que estimula os movimentos intestinais, ajudando na eliminação das fezes. Além disso, o mamão também é rico em água, elemento essencial para ajudar a soltar o intestino.

Como consumir: para manter uma dieta variada e balanceada, a quantidade recomendada da fruta é de ½ mamão papaia ou 1 fatia pequena de mamão formosa por dia, na forma natural, que pode ser consumido no pequeno almoço, lanche da manhã ou da tarde. Outras formas de incluir mamão na alimentação é em salada de frutas, sucos ou vitaminas.

2. Aveia

A aveia é um cereal rico em beta-glucanas, uma fibra solúvel com funções pré-bióticas, que serve de alimento para as bactérias benéficas do intestino, os probióticos, ajudando a equilibrar a flora intestinal, regulando o funcionamento do intestino.

Como consumir: para ajudar a soltar o intestino, é importante consumir 1 colher de sopa de aveia em flocos por dia, que pode ser usada em mingaus ou adicionada a frutas ou iogurte.

3. Iogurte natural

O iogurte natural é um alimento probiótico, pois contém as bactérias benéficas Bifidobactérias e Lactobacilos, que ajudam a equilibrar a flora intestinal, mantendo o bom funcionamento do intestino.

Como consumir: é importante priorizar a forma mais natural do iogurte, evitando as versões com adição de corantes, açúcar ou adoçantes, podendo ser consumido 1 vez por dia, junto com frutas, aveia ou sementes, no pequeno almoço, no lanche da manhã ou da tarde.

4. Ameixa

Por ser uma fruta com boas quantidades de fibra, a ameixa é um alimento que ajuda a soltar o intestino. Além disso, a versão fresca da fruta também é rica em água, amolecendo e facilitando a eliminação das fezes.

Como consumir: a ameixa pode ser consumida na forma fresca, sendo aconselhada a ingestão de 1 a 2 unidades por dia, ou na forma desidratada (sem açúcar), sendo recomendada a ingestão de no máximo 2 unidades por dia.

5. Laranja

A laranja é uma fruta com óptimas quantidades de água, que ajuda a amolecer as fezes, facilitando o trânsito intestinal. O bagaço da fruta também é rico em fibras, que ajudam a formar o bolo fecal, soltando o intestino.

Como consumir: para ajudar a soltar o intestino, a laranja deve ser consumida inteira e com o bagaço, sendo sugerido consumir 1 laranja por dia, que pode ser após o almoço ou jantar.

6. Abóbora

Por ser um vegetal com óptimas quantidades de fibra e água, a abóbora é importante para formar e umedecer as fezes, melhorando o trânsito intestinal.

Como consumir: a abóbora pode ser consumida assada ou ainda pode ser usada em ensopados, sopas e saladas, ao longo da semana, intercalando com outros vegetais com propriedades laxantes.

7. Sementes

As sementes, como chia, linhaça, girassol e gergelim contêm boas quantidades de ómega 3, uma gordura saudável que, entre outros benefícios, ajuda a lubrificar o intestino, facilitando a eliminação das fezes.

Por serem ricas em fibras, as sementes também ajudam na formação do bolo fecal e melhoram o trânsito intestinal.

Como consumir: a quantidade de ingestão diária das sementes pode variar, sendo normalmente recomendada 1 colher de sopa por dia, que pode ser adicionada em saladas, iogurtes ou frutas.

8. Vegetais folhosos

Os vegetais folhosos, como espinafre, bertalha, acelga, rúcula, alface e couve são ricos em fibras com propriedades laxantes, soltando o intestino. Além disso, quando esses vegetais são consumidos crus, fornecem óptimas quantidades de água, facilitando a eliminação das fezes.

Como consumir: os vegetais folhosos podem ser consumidos diariamente no almoço e jantar e de preferência na forma crua, quando possível, como saladas ou em sumos. Outra possível forma de consumo desses vegetais é como refogados ou ensopados.

9. Leguminosas

As leguminosas, como feijão, grão de bico, tremoço ou lentilha são ricos em fibras solúveis que promovem a formação das fezes, ajudando a soltar o intestino. Além disso, as leguminosas também possuem boas quantidades de magnésio, um mineral importante para estimular o movimento do intestino.

Como consumir: a recomendação de ingestão diária de leguminosas é de 3 a 6 colheres de sopa por dia, que pode ser na forma de caldos, sopas ou saladas, no almoço e no jantar.

10. Cereais integrais

Os cereais integrais naturais, como o arroz integral, o trigo integral ou quinoa, têm óptimas quantidades de fibras insolúveis que aumentam o volume das fezes e estimulam o movimento peristáltico, soltando o intestino.

Como consumir: os cereais integrais, como arroz integral, pão integral, quinoa ou amaranto, podem ser consumidos diariamente no pequeno almoço, almoço e jantar.

Cardápio para soltar o intestino

A tabela a seguir traz o exemplo de um cardápio de 3 dias com alimentos laxantes para ajudar a soltar o intestino:

Este cardápio é apenas um exemplo que varia de acordo com o estado de saúde actual e as preferências individuais, sendo aconselhado realizar uma consulta com um nutricionista para uma avaliação completa e elaboração de um cardápio personalizado.

Além dos alimentos laxantes, é fundamental beber de 1,5 a 2,0 litros de água por dia, para hidratar as fezes, soltando o intestino e evitando a prisão de ventre.

Veja com a nutricionista Tatiana Zanin outras dicas para soltar o intestino:

https://youtu.be/9774cBPI-2Q

Como fazer: Panqueca de banana com linhaça

Receitas saudáveis com semente de linhaça.



Ingredientes:

    • 1 banana;

    • 2 colheres de sopa de aveia;

    • 1 ovo;

    • 1 colher de chá de linhaça triturada;

    • Canela a gosto;

    • 1 fio de mel.

      Modo de preparo:

      Amassar a banana com um garfo. Adicionar o ovo, a aveia, a linhaça e misturar bem com uma colher, ou espátula. Aquecer, no fogo, uma frigideira antiaderente e fazer a panqueca, dourando dos dois lados. Transferir a panqueca para um prato, polvilhar com a canela em pó, colocar o mel e servir.


      https://www.tuasaude.com/

      Como fazer: Pão de linhaça

        Receitas saudáveis com semente de linhaça.



        Ingredientes:

        • 2 ½ xícaras de chá de farinha de trigo integral;

        • 2 ½ xícaras de chá de farinha de trigo comum;

        • 2 xícaras de chá de farinha de centeio;

        • 1 xícara de chá de semente de linhaça triturada;

        • 1 colher de sopa de fermento químico em pós;

        • 1 colher de chá de mel;

        • 2 colheres de chá de manteiga;

        • 2 ½ xícaras de chá de água morna;

        • 2 colheres de chá de sal;

        • 1 ovo para pincelar.

          • Modo de preparo:

            Misturar todos os ingredientes em uma bacia e sovar até a massa ficar homogênea e lisa. Cobrir a massa com um pano e deixar descansar por 30 minutos. Modelar os pães e colocá-los em forma untada, assando em forno pré-aquecido a 180ºC por 40 minutos.

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          segunda-feira, 24 de abril de 2023

          Os ‘americanos’

          Em Lisboa, a linha de transportes colectivos sobre carris – os ‘Americanos’ – foi inaugurada a 17 de Novembro de 1873 entre a Estação da linha Férrea Norte e Leste (Stª. Apolónia) e o então extremo oeste do Aterro da Boa Vista (Santos). A rede cresceu nas décadas seguintes, foi alterada na sua bitola, e finalmente alterada em 1900 para tracção eléctrica.

          Um ‘Americano’ a passar em frente ao teatro Nacional, no Rossio.

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          …A lanterna vermelha do ‘americano’, ao longe, no escuro, parara. E foi em Carlos e em João da Ega uma esperança, outro esforço.

          Ainda o apanhamos! Ainda o apanhamos!

          De novo a lanterna deslizou e fugiu. Então, para apanhar o ‘americano’, os dois amigos romperam a correr desesperadamente pela Rampa de Santos e pelo Aterro, sob a primeira claridade do luar que subia.

          (Assim termina, em Janeiro de 1887, esse extraordinário romance ‘OS MAIAS’, de Eça de Queiroz).

          Os ‘Chora’

          Os maiores concorrentes dos “Americanos” de tracção animal na Lisboa do século XIX eram os carros do “Chora”, propriedade de Eduardo Jorge, que nunca os vendeu, nem à Carris.

          Nos anos 30 do século XIX, começaram a circular em Lisboa os primeiros transportes públicos de tracção animal, formando-se algumas décadas depois várias companhias dos chamados “Americanos”, comprados a uma empresa de Nova Iorque.

          A primeira linha de “Americanos” começou a funcionar na capital em 1873, concorrendo com estes os “Jacintos”, os “Simplícios”, os “Florindos” ou os carros do “Chora”. Estes, criados por Eduardo Jorge em 1888, e não recorrendo a carris, transformaram-se nos mais famosos concorrentes dos “Americanos”.

          Eduardo Jorge era um rapaz pobre que tinha vindo da província trabalhar para Lisboa, como moço de cavalariça dos “Americanos”, e o nome dado aos seus carros tem duas versões. Ou era uma corruptela da firma ‘Shore’, que os fabricava; ou então a alcunha que os empregados de Eduardo Jorge lhe puseram, por ele se estar sempre a chorar de ter poucos lucros com a empresa.

          Em 1901, apareceram os eléctricos da Carris. Em 1905, com toda a rede já electrificada, os únicos carros de tracção animal que ainda resistiam eram os do “Chora”. Eduardo Jorge só desistiu em 1917, por causa das dificuldades trazidas pela I Guerra Mundial. Vendeu os cavalos e as mulas, pagou a todos os empregados e mandou incendiar os seus “Chora”, para a Carris não ficar com eles.

          Em 1929, fundou na Amadora a Viação Eduardo Jorge, com as suas célebres camionetas amarelas, que duraria até 1995.

          Comentário a "Habituámo-nos"

          Ao ler uma lista de membros do governo, a fraca qualidade de algumas das muitas afirmações mentirosas que fazem e a ‘estupidez e incompetências visíveis’ do que dizem, aparece-me, logicamente, uma pergunta:

          Porquê (‘Meu Deus’)?

          A explicação é simplesmente um facto da vida (e com que deparei várias vezes ao longo das minhas quatro décadas de actividade profissional).          

          Detalhando:

          (De vez em quando) Alguém consegue obter uma posição hierárquica de PODER, que está nitidamente acima da sua capacidade de a desempenhar com o nível de inteligência que essa posição exige e que ‘ele’ não tem.

          ‘ele’na realidade não consigo lembrar-me de nenhum caso em que o ‘promovido’ nesta situação, tenha sido uma ‘ela’ (certamente existem; mas acho que só são frequentes na política).

          Há muitos factores que contribuíram para essa situação. Desde o ‘Princípio de Peter’, em que o ‘promovido está inocente’ pois limitou-se a estar por acaso no local certo à hora certa sem ter feito nada de específico para tal, até outros factores – em que já não são tão inocentes – como uma ambição desmedida, demonstrações públicas de subserviência (fingida ou não), elogiosos comentários defendendo o PODER, esperteza e dinamismo, e até ‘deslealdade e traição’ para conseguir a abertura de uma ‘vaga’ no nível acima do seu.

          Em TODOS estes casos há uma característica que se mantém inalterável:

          NUNCA os ‘promovidos’ escolhem para assessores/adjuntos, colegas de profissão mais inteligentes que eles. É simplesmente um procedimento básico de auto-defesa.

           Não, não tenho razões para me espantar perante a mediocridade generalizada, a incompetência visível e a estupidez e falta de inteligência que emanam dos membros do governo.