terça-feira, 9 de maio de 2023

O socialismo faz sofrer o pobre

Deus não é socialista. Os homens não foram criados iguais, mas profundamente desiguais. Nada é igual no mundo. Sempre existiram ricos e pobres, cultos e ignorantes, o feio e o belo. Nada foge à realidade das pessoas, das coisas, do pensamento.

O mundo tem evoluído através da história da humanidade. O conhecimento já nos permite saber o que é certo e o que é errado, o que funciona e o que não funciona.

Em tese, concluiu-se que o regime democrático é o melhor entre os disponíveis e o sistema capitalista o que promove o progresso, o mérito e gera riqueza a ser distribuída e a servir aos necessitados. As experiências totalitárias não deram certo e as teses abraçadas pelos antecessores e sucessores do marxismo apresentam inquestionáveis saldos de pobreza, violência, ausência de liberdade política, religiosa e de empreender.

A sabedoria popular descobriu que mesmo os regimes fortes, chamados de direita ou populistas ou nacionalistas, são biodegradáveis. Dificilmente sobrevivem aos seus criadores e líderes e não possuem uma central que os coordene. Ao contrário dos socialistas e comunistas, que dispõem das suas “internacionais”, pois o pensamento é padrão para todos os povos. A direita respeita a propriedade, a livre iniciativa, o direito do ir e vir e alguma liberdade de opinião e de imprensa. Nada parecido com os governos fortes de esquerda tipo Cuba, Venezuela, Nicarágua, etc..

O mundo não se apercebe que o ponto final dos socialistas são regimes em que os povos são prisioneiros, como os cubanos há mais de 60 anos no racionamento de bens essenciais, sem liberdade, sem pão e sem a opção de sair. Milhares já perderam a vida na fuga pelo mar de Caribe. Na Europa foram décadas em que foi preciso construir muros electrificados para reter populações obrigadas ao confinamento. Em pouco tempo as nações cativas do Leste ganharam qualidade de vida, liberdade, prosperidade e podem circular pelo mundo, dando ao turismo um crescimento cuja explicação é justamente a do mercado ter sido acrescido de milhões de famílias que antes não tinham direito nem recursos para o turismo. E a actividade era limitada, contribuindo hoje para o rendimento de todos os países que viviam aprisionados na chamada Cortina de Ferro, tão bem definida por Churchill. Hoje a influência socialista nos países democráticos e com resquícios de capitalismo faz com que estes sofram, com a perda de qualidade de vida e de mercado para os asiáticos, pela legislação contrária ao investimento, à poupança, à geração de bons empregos.

A presença no poder de socialistas tem sido marcada pelo ambiente hostil ao investimento privado, a concentração da economia em poucos grupos e a população com baixos salários e muitos impostos. Os salários baixos pedem assistência estatal, excesso de funcionários, mais impostos para pagar um funcionalismo público pouco produtivo, mas identificado com governos de esquerda que são lenientes na disciplina e generosos nos salários. Antes, as carreiras púbicas eram pouco remuneradas, mas compensadas pela segurança. Hoje, há estabilidade, salários, vantagens, greves a todo o momento, sem desconto dos dias parados.

O uso da democracia clássica, eleitoral, sem controles eficientes por parte da sociedade, é facilitado pela política do “nós e eles”, em que o “nós” é o trabalhador, o funcionário e “eles” são os capitalistas exploradores, os patrões. Nas empresas estatais reinam todo tipo de escândalos, de apadrinhamento e prejuízos cobertos pelos impostos. E há parte da população explorada que acha natural. Quanto custou aos portugueses a “reestatização” da TAP? E quanto vai custar ao Brasil o regresso da intervenção do estado, pelos militantes políticos e sindicais, nas empresas? Na empresa privada o prejuízo é dos accionistas; nas estatais de todos os cidadãos contribuintes.

A busca do voto gera a gestão imprudente e irresponsável, que acaba por custar caro ao povo, aos menos favorecidos. E os políticos adoptam o discurso de prometer pontes onde não há rios. E o povo aceita.

Os exemplos de sucesso são apagados pela repetição de um discurso primário que critica os que ganham muito, desde que não sejam cantores nem jogadores de futebol. Quem investe na agricultura corre riscos, quem gera empregos na indústria, sob a pressão de no final de mês ter de pagar salários e só depois retirar o seu, é hostilizado. Quem presta serviços não merece ganhar; são todos exploradores!

No Brasil, o maior industrial têxtil do século passado, Rodolfo Crespi, foi pioneiro no amparo aos seus trabalhadores, com habitação, assistência médica e actividades recreativas para a família proletária. Em Portugal, Alfredo Silva foi o exemplo da solidariedade cristã na relação com seus empregados, sendo ele o maior empresário do país. Não precisou de leis para tratar com dignidade os seus colaboradores. Estes são os heróis verdadeiros e não os demagogos que afastam empregos e não os criam e querem distribuir o dos outros.

A pergunta que não cala: onde é que o socialismo melhorou a vida do trabalhador? Qual o mal no lucro que gera impostos, investimentos, emprego e faz circular a riqueza? O que justifica empresas do estado sempre mal geridas e com frequentes abusos e casos de corrupção? Deve-se cuidar em dotar o estado de recursos para programas sociais ou apenas punir o investidor, o proprietário, o accionista, o contribuinte?

Os homens não comprometidos com a demagogia de esquerda, que corrói as sociedades, inclusive sob o ponto de vista ético e moral, devem perguntar-se onde erraram e onde estão a errar perante a repetição de frustrantes resultados eleitorais em tantos países. ■

Aristóteles Drummond

O diabo

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