quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Indústria alemã em queda livre: emprego no sector automóvel atinge mínimos históricos.

A força de trabalho industrial da Alemanha encolheu significativamente no último ano, com o sector automóvel a enfrentar as perdas mais severas, de acordo com novos dados divulgados pelo Gabinete Federal de Estatística (Destatis) na quinta-feira.

No final do terceiro trimestre de 2025, a indústria automóvel empregava menos 48.700 pessoas do que no ano anterior, uma queda de 6,3% — a maior entre todos os principais sectores industriais com mais de 200.000 colaboradores.

Com 721.400 pessoas empregadas, o número de colaboradores do sector desceu para o nível mais baixo desde o segundo trimestre de 2011, quando era de 718.000. Apesar da contracção, a indústria automóvel mantém-se como o segundo maior empregador industrial da Alemanha, atrás da engenharia mecânica, que contava com aproximadamente 934.200 colaboradores no final do terceiro trimestre.

Em todo o sector da indústria transformadora, cerca de 5,43 milhões de pessoas estavam empregadas — uma quebra de 120.300, ou 2,2%, face ao ano anterior.

Os fornecedores sofreram os cortes mais acentuados no sector automóvel. Os fabricantes de veículos e motores empregavam 446.800 pessoas, uma queda de 3,8% em relação ao ano anterior. O emprego no segmento de fabrico de carroçarias e reboques caiu 4%, para 39.200. A contracção mais acentuada ocorreu entre os produtores de peças e acessórios para veículos automóveis, onde o emprego caiu 11,1%, para pouco menos de 235.400. Os cortes também se espalharam pela maioria dos outros grandes sectores industriais. A produção e o processamento de metal registaram uma quebra de 5,4%, restando 215.400 colaboradores no final do terceiro trimestre. O emprego no fabrico de equipamentos de processamento de dados, electrónicos e ópticos, caiu 3%, para 310.300. A indústria dos plásticos teve uma contracção de 2,6%, para 321.400, enquanto os fabricantes de produtos metálicos registaram uma quebra de 2,5%, para 491.500.

A engenharia mecânica apresentou uma tendência em linha com a média do sector, com o emprego a cair 2,2%, para cerca de 934.200. Alguns sectores tiveram cortes mais moderados: a indústria química contraiu 1,2%, para 323.600 colaboradores, e o emprego no fabrico de equipamento eléctrico caiu 0,4%, para 387.500.

Das Balkendiagramm mit der Überschrift 'Beschäftigte in der Industrie' zeigt die prozentuale Veränderung der Beschäftigtenzahlen ausgewählter Industriezweige zum Ende des 3. Quartals 2024 gegenüber dem Ende des 3. Quartals 2025. Die Balken sind horizontal angeordnet und farblich in Blautönen dargestellt. Die Automobilindustrie weist mit -6,3 % den stärksten Rückgang auf, gefolgt von der Metallerzeugung und -bearbeitung mit -5,4 %. Weitere Branchen mit Rückgängen sind die Herstellung von Datenverarbeitungsgeräten, elektronischen und optischen Erzeugnissen (-3,0 %), die Kunststoffindustrie (-2,6 %), die Herstellung von Metallerzeugnissen (-2,5 %), der Maschinenbau (-2,2 %), das verarbeitende Gewerbe insgesamt (-2,2 %), die chemische Industrie (-1,2 %) und die Herstellung von elektrischer Ausrüstung (-0,4 %). Einzig die Nahrungsmittelindustrie zeigt einen Anstieg von 1,8 %. Unten links befindet sich das Logo des Statistischen Bundesamts (Destatis) mit dem Jahr 2025.

A indústria alimentar destaca-se como o único grande sector industrial a registar crescimento de emprego, que aumentou em 8.800 postos de trabalho, ou 1,8%, atingindo 510.500 trabalhadores no final do terceiro trimestre.

O Destatis observa que, embora o sector automóvel continue a ser um pilar da indústria alemã, a escala das recentes perdas de emprego representa o nível mais baixo em 14 anos.

Nos últimos anos, o panorama geral da economia alemã tem sido de estagnação. Nos últimos oito trimestres, quatro registaram contracção, incluindo crescimento nulo no terceiro trimestre e -0,2% no segundo trimestre de 2025.

Apesar das suas vãs promessas, o chanceler Friedrich Merz está a observar uma economia em ruínas, com as falências a aumentarem 20% em Julho e o desemprego a atingir quase 3 milhões de alemães, sendo que ambos os números representam máximos de 10 anos.

Embora o país não esteja tecnicamente em recessão — o que exigiria dois trimestres consecutivos de contracção do crescimento —, os líderes empresariais deram o alarme e apelaram a medidas radicais para conter a crise, por parte do governo de coligação liderado pela CDU.

Em Agosto, a Câmara de Comércio e Indústria da Alemanha (DIHK) enviou um sério alerta ao chanceler Friedrich Merz, argumentando que "as coisas não podem continuar assim". A CEO Helena Melnikov escreveu a este propósito:

"A economia alemã está mais mergulhada na crise do que muitos gostariam de admitir. Isto não pode continuar. É crucial que a produtividade e o desempenho económico cresçam mais rapidamente do que as despesas sociais. Isto não pode ser conseguido através de aumentos de impostos, mas apenas através de reformas estruturais. Numa situação em que já estão a ser contraídos milhares de milhões em empréstimos, o aumento de impostos é um sinal completamente errado".

Mas Merz, como globalista empedernido, parece muito mais interessado em fazer a guerra à Rússia e em reprimir a liberdade de expressão do que em desenvolver aquela que já foi uma das mais dinâmicas economias do mundo.

Sem comentários: