domingo, 21 de abril de 2019
sexta-feira, 19 de abril de 2019
Relatório de Mueller incapaz de limpar Trump da obstrução da justiça.
Do tão aguardado relatório de Robert Mueller, ele detalha "múltiplos contactos" entre a campanha de Trump e funcionários do governo russo e estabelece 10 "episódios", em que Donald Trump possivelmente obstruiu a justiça.
Mueller disse que ele não fez um "julgamento da acusação tradicional" sobre se Trump obstruiu a justiça e acrescenta que as provas obtidas sobre "as acções e intenção do Presidente " vomitou "questões difíceis".
terça-feira, 16 de abril de 2019
Alho
Ingerir alho pode prevenir o esquecimento, sobretudo em pacientes com Alzheimer ou Parkinson. O benefício vem do sulfeto alílico.
O consumo de alho ajuda a neutralizar as mudanças relacionadas à idade nas bactérias intestinais associadas a problemas de memória, segundo um estudo recente, realizado em cobaias. O benefício vem do sulfeto alílico, um composto presente no alho e conhecido pelos seus benefícios para a saúde.
“A nossa descoberta sugere que a administração dietética de alho, contendo sulfeto alílico, pode ajudar a manter microrganismos intestinais saudáveis e melhorar a saúde cognitiva em idosos”, afirmou Jyotirmaya Behera, líder da equipa de cientistas da Universidade de Louisville, nos Estados Unidos.
Na prática, este composto restaura triliões de microrganismos, também conhecidos como microbiota, no intestino. Pesquisas anteriores já haviam sublinhado a importância da microbiota intestinal para a saúde humana, mas poucos estudos haviam explorado o bem-estar do intestino e as doenças neurológicas normalmente associadas ao envelhecimento.
“A diversidade da microbiota intestinal é diminuída em pessoas idosas, um estágio da vida em que as doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson, se desenvolvem, e as habilidades cognitivas e de memória podem diminuir”, disse Neetu Tyagi, cientista que fez parte da equipa responsável e co-autora deste estudo.
“Quisemos entender melhor como as alterações na microbiota intestinal estão relacionadas ao declínio cognitivo associado ao envelhecimento”, acrescentou, citada pelo Science Daily.
ABRUPTA E «À BRUTA»
Não é sobre o «à bruto» AO90. É sobre a mudança da hora-manequim de Verão-Inverno.
Estranho ouvir certas razões contra a manutenção da «mesma hora» (provavelmente a de Verão):ora pelo sacrifício e insegurança das crianças na ida para a escola, ora por o sol ter a desfaçatez de passar a levantar-se apenas às 9h, depois da maioria das pessoas. Quanto a este último problema (e a todos os problemas relacionados), pergunto se será possível que o sol se levante às 9h em Bragança, precisamente quando se levanta em Vigo às 10h. Pois é: parece que esquecemos que nós é que nos regulamos pelo ritmo solar, e não o sol pelos nossos relógios. Outra pergunta: será que os esquimós, lá mesmo no buraquinho polar, dormem 6 meses seguidos para trabalharem «à bruta» nos outros 6 meses? Ou só vão trabalhando à medida que a noite diminui? (Até que seria interessante esta alternativa…)
A meu ver, o problema está em se mudar «à bruta», com toda a força de uma lei, que certos especialistas apelidam de científica. Na verdade é devida a uma experiência pós-guerra com o fim de facilitar «a gestão do tempo-relógio» para rentabilização do trabalho sem a ajuda das actuais lâmpadas LED. Será que acham mais justo que toda a gente seja obrigada a experimentar os efeitos do «jetlag»? Se eu vou a Paris ver os coletes amarelos, aceito facilmente que saiam à rua pelas horas que são convenientes para Paris e não para Lisboa ou Atenas. Mas deitar-me às 23 horas em Aveiro para me levantar às 7h, e acordar na mesma cama e cidade no equivalente às 6h! Como se tivesse mudado de fuso! Não há direito!
Acho preferível tirar partido daquilo que mais nos diferencia dos outros animais: ser racional.
As razões da mudança perderam os seus fundamentos. E durante 24 horas, os transportes trans-fusos baralham os horários. Mas sobretudo aumenta-se a confusão durante vários dias e ocorrem perturbações no campo da saúde e da eficácia no trabalho.
Então que fazer? Os Espanhóis têm vindo a desejar o «nosso fuso» (na prática, confunde-se «fuso horário» com «hora legal»). Racionalmente, ou isso ou o mesmo fuso para Portugal e Galiza… Nós fomos atrás de Inglaterra quando «brexou» do «fuso europeu». Porquê?
Seguindo o parecer de entendidos, seria desejável que praticamente toda a Europa como que tivesse «o mesmo fuso» e mesma «hora legal». Apenas seria preciso achar normal que, por exemplo, as escolas abrissem às 8h em França, às 9h na Península Ibérica e às 7h na Grécia («grosso modo»). Tirava-se igual proveito da luz solar sem deixarmos de seguir a referência horária comum à UE. Aliás, até na mesma região, devia ser possível (se razoável!) que as lojas, escolas e a maioria dos serviços abrissem em horas diferentes, de acordo com as conveniências específicas de cada tipo de trabalho e com o bem-estar da população “em geral” (pensemos nas padarias, recolectores do lixo…). Cada serviço é que sabe o horário que é mais conveniente para todos. Bem basta que padeiros, pilotos, polícias, enfermeiros e médicos, só para dizer alguns, se vejam obrigados a «trocar os fusos» volta e meia …
E as crianças: será mais seguro, mais fácil e mais «afectivo», saírem para a escola com os pais, irmãos ou amigos, mal se faz sentir a aurora (depois de bem dormirem enquanto o sol dorme profundamente), ou terem que regressar já de noite, menos acompanhados e mais cansados?
Pertence às «comunidades no mesmo fuso» estabelecer os horários de modo racional, conjugando bem-estar no lazer e no trabalho – e sem deixar tirar proveito do nosso «irmão sol» (que até tem a coragem de se levantar 8 minutos «antes da hora»…)
O próprio problema do alojamento dos estudantes, que também se faz sentir no ensino secundário, só ganhava com a flexibilidade dos horários sob parecer de cada unidade escolar. É ofensivo impor aulas às 8h da manhã, em locais com deficientes meios de transporte.
Intelligenti pauca. Este latim condensa o nosso «para bom entendedor meia palavra basta» (os «velhos» dicionários traziam uma lista de frases estrangeiras, o que não cansa o cérebro, ao contrário do que escreve Malaca Casteleiro). Não é snobismo, é reconhecer que também devemos admirar, além do sol, o brilho com que se exprime o pensamento de outros povos ou grupos sociais, com um carinho especial pela linguagem-mãe da Europa. Por isso me limito a deixar estas reflexões que até fizeram o Sol cair mais depressa.
MANUEL ALTE DA VEIGA. Aveiro.
segunda-feira, 15 de abril de 2019
RETRATO DO POLITICAMENTE CORRECTO E FAKE NEWS
Retrata bem o "politicamente correcto" dos dias de hoje!. É isto..
Nevou no Rio de Janeiro, pela primeira vez na história!!!
8:00 Eu fiz um boneco de neve.
8:10 Uma feminista passou e me perguntou porque eu não fiz uma boneca de neve.
8:15 Eu fiz uma boneca de neve.
8:17 Minha vizinha feminista reclamou do perfil voluptuoso da boneca e neve dizendo que ela ofende as bonecas da neve em todos os lugares.
8:20 O casal gay que mora nas proximidades teve um ataque de raiva e protestou, porque poderiam ter sido dois bonecos de neve.
8:22 Um transgénero da outra rua me perguntou por que não fazia um boneco com partes removíveis.
8:25 Os veganos no final da rua se queixaram do nariz de cenoura, já que os vegetais são comida e não para decorar bonecos da neve.
8:31 O cavalheiro muçulmano do outro lado da rua exige aos berros que a boneca da neve use uma burca.
8:40 A polícia chega dizendo que há uma denúncia anónima contra mim, de alguém que foi ofendido pelo meu racismo e discriminação, porque os bonecos são brancos.
8:42 A vizinha feminista reclamou novamente que a vassoura da boneca da neve deveria ser removida porque ela representa as mulheres em um papel doméstico de submissão.
8:43 Um promotor chegou e ameaçou me processar se eu não pedisse desculpas públicas pelo maldito boneco de neve.
8:45 A equipe de jornalismo da TV apareceu. Eles me perguntam se eu sei a diferença entre bonecos de neve e bonecas de neve. Eu respondo: as "bolas de neve" e agora elas me chamam de sexista.
9:00 Estou no noticiário como um suspeito, terrorista, racista, delinquente, com tendências homofóbicas, determinado a causar problemas durante o mau tempo. Estou passando por tudo isso por causa dos malditos bonecos de neve!!
9:05 Quem mandou fazer a p… dos bonecos de neve?... Estão me perguntando se eu tenho um cúmplice. Ou se alguma organização me incentivou a fazer os bonecos, nas redes sociais.
9:29 Os manifestantes da extrema esquerda e da extrema direita, ofendidos por tudo, estão marchando pelas ruas exigindo que me decapitem.
9:32 Os neonazistas marcham em frente à minha casa acusando-me de ser comunista.
9:35 As feministas me xingam e pintam a fachada da minha casa com a palavra “machista”.
9:45 Os evangélicos me acusam de querer usurpar o lugar de Deus, por criar um homem e uma mulher de neve, e querem me exorcizar, dizendo que eu realizei um ritual pagão.
9:55 Organizações ambientais me acusam de poluir a neve.
Moral da história: NÃO HÁ.
É apenas o mundo em que vivemos hoje - e vai piorar.
O que foi aqui narrado pode ocorrer, e algumas coisas já estão acontecendo.
De tudo isso, a coisa mais difícil de acontecer é… neve no Rio de Janeiro.
Autor desconhecido
quinta-feira, 11 de abril de 2019
“O Pinhal de Leiria" - A culpa foi de D. Dinis
"Foi uma ideia original de D. Afonso III e de seu filho D. Dinis, plantador de naus a haver. Estúpidos e meio boçais, nunca apresentaram um Plano de Ordenamento e Gestão Florestal. Depois deles, o filho da mãe do D. Afonso IV não mandou fazer estudos topográficos e geodésicos. D. Manuel I, desmiolado, esqueceu-se de estudar os resíduos sólidos e os recursos faunísticos. D. João V, esse palerma, desprezou os avanços da bioclimatologia e da ecofisiologia das árvores.
A maluca da D. Maria I não percebia nada de biologia vegetal e da diversidade das plantas. No fundo, era uma reaccionária.
O resultado de sete séculos de incúria está à vista: ardeu tudo.
Há-de ali nascer um novo pinhal, após rigorosos estudos académicos e científicos. Em vez do bolorento nome de Pinhal de El-Rei, irá decerto chamar-se Complexo Bio-Florestal 25 de Abril, com árvores de várias espécies para assegurar a pluralidade, esplanadas e bares, passadiços, zonas culturais — e uma ciclovia asfaltada da Marinha Grande a São Pedro de Moel.
Estou certo de que o projecto assentará numa "visão pós-moderna da natureza" e no "conhecimento da dinâmica dos sistemas vivos", além da “capacidade de análise e interpretação da paisagem como meio influenciador do homem”.
Bem vistas as coisas, tivemos muita sorte."
Bruno Santos
NOTA: O que me espanta é como foi possível. Tantas centenas de anos sem aviões para apagar fogos, sem SIRESP, sem carros de bombeiros, sem autoridade (?) da protecção civil e sem diversificação das espécies … e só agora (que já temos essa "merda" toda) é que ardeu !!!
sexta-feira, 5 de abril de 2019
Ainda Sobre a Reconfiguração da Banca Em Portugal
De há muito que os problemas relacionados com a crise do sistema financeiro são motivo de preocupação e reflexão entre nós. A tal ponto que há cerca de três anos (Abril de 2016) um grupo de cidadãos decidiu subscrever um Documento de Reflexão sobre a “Reconfiguração da Banca em Portugal”, o qual teve ampla divulgação nos órgãos de comunicação social e esteve na origem de um conjunto de artigos semanais, publicados no Diário de Notícias, ao longo de vários meses. (Ver em www.reconfiguracaodabanca.com).
Já no documento inicial se enfatizava ser “público e manifesto o desagrado e preocupação com o modo como a questão (da reconfiguração da banca em Portugal) vinha sendo abordada e decidida, e com a evolução daí resultante”. Nomeadamente, “excessivo voluntarismo, pouca transparência, deficiente gestão estratégica, falta de liderança política, destruição de valor e custos significativos e prolongados, para a economia portuguesa”.
Apelava-se então, para “que em futuros casos, incluindo o do Novo Banco, a solução a adoptar (tivesse) em conta a dimensão estratégica (de longo prazo) do problema e não somente os aspectos fi nanceiros de curto prazo”. E acrescentava-se, “Impõe-se por isso que, no caso do Novo Banco, o momento e a forma escolhidos para a sua eventual concretização sejam clara e objectivamente discutidos. Uma extensão do prazo de venda, até Agosto de 2019, tal como a lei permite, poderá justifi car-se, tendo em vista o estudo de soluções alternativas…
É igualmente importante que a modalidade de venda escolhida permita que entidades portuguesas relevantes possam participar no processo.
Importa, assim, que o processo seja clarifi cado, tornado público e aberto a todos os potenciais interessados, em totais condições de igualdade, sendo inadmissível qualquer forma de escolha antecipada dos vencedores”.
Em face do que precede não podemos deixar de nos surpreender com a saga em que se transformou a venda do Novo Banco, e de sermos agora informados, através do Expresso, que a 2ª Auditoria anunciada para o Novo Banco, visa “escrutinar de que forma as decisões de concessão dos créditos (problemáticos do Novo Banco) foram tomadas”. Ficamos perplexos... a ponto de não podermos deixar de pensar que tal vise essencialmente escamotear a natureza dos problemas com que nos confrontamos...!! Não é já isso, no essencial, mais do que conhecido??!!
Pensa-se que a dita Auditoria deve visar o escrutínio do processo que conduziu à venda do Novo Banco à Lone Star e às razões que motivaram que essa venda não tenha integralmente respeitado as regras do Concurso, estabelecidas no Procedimento de Venda Estratégica do Novo Banco”, uma vez que ele estabelece que “o processo de venda será conduzido de forma transparente e não discriminatória”. Com efeito:
a) Encontra-se por esclarecer “o facto do Banco de Portugal ter concedido à Lone Star exclusividade nas negociações à data de 18 de Fevereiro de 2017, quando estava ainda em fase de negociação com o outro concorrente (a Apollo/Centerbridge) tendo em conta que lhe tinha dado a data de 24 de Fevereiro de 2017, como limite para a obtenção das informações necessárias para apresentação da sua proposta. Deste modo, não só os dois candidatos não dispuseram do mesmo prazo para apresentação das suas propostas, como b) Não receberam a mesma informação quanto a poderem comprar menos de 100% do Novo Banco, ou quanto a poderem solicitar garantias sobre os activos problemáticos (imparidades) que, ao contrário do inicialmente afi rmado pelo Governo, vieram a ser concedidas e estão agora a concretizar-se com elevados custos para os cidadãos.
c) Encontra-se igualmente por esclarecer a razão que levou o Banco de Portugal a impedir o Millennium BCP de concorrer à compra do Novo Banco, o que pretendia e só podia fazer a partir de 18 de de Fevereiro de 2017, data em que reembolsou as suas obrigações CoCos e estava em condições de apresentar a sua proposta de compra.
Em resumo, e no mínimo colocando dúvidas sérias à forma como foi gerido o processo de venda, este permanece envolto em grande obscuridade, levantando interrogações quanto à existência de um acordo prévio para a entrega do Banco à Lone Star.
Acresce que não é mais transparente nem clarifi cadora a actuação do Banco de Portugal, enquanto supervisor do Novo Banco e do Fundo de Resolução, no período pós-venda. Assim:
1. Que factos determinam os prejuízos na origem dos montantes pedidos ao Estado e ao Fundo de Resolução?
2. É ou não verdade que o Banco de Portugal tem posto pressão sobre o Novo Banco, tendo em vista a rápida alienação dos activos que se não integram no “core business” do Novo Banco?
3. Como se explicam as imparidades surgidas desde 2017 no Novo Banco, tendo em conta que no período 2014-2017 (i.e., após a resolução do BES em 2014), o banco esteve: a) sob gestão controlada pelo Banco de Portugal e pelo Fundo de Resolução; b) sujeito a auditoria por parte da empresa PwC; c) sujeito a um Conselho Fiscal designado pelo Banco de Portugal. O que revelam as mesmas sobre as práticas de gestão do banco?
Como pode, assim, o Banco de Portugal eximir-se de responsabilidades, uma vez que foi a entidade que directa, ou indirectamente, acompanhou e vigiou a qualidade da gestão do Novo Banco entre 2014 e 2017?
É tudo isto que importa esclarecer, de forma objectiva e imparcial, para que fi quem devidamente claras as correspondentes responsabilidades do Governo (nomeadamente do actual) e do Banco de Portugal em todo o processo, o qual irá custar aos portugueses mais de uma dezena de milhares de milhões de euros, ou seja, mais de mil euros a cada um de nós.
É pois possível concluir que apesar do sector bancário constituir um sector estratégico para a economia nacional, o Banco de Portugal e o Governo não mostraram considerar prioritário, ao que se sabe, acautelar devidamente a participação accionista portuguesa e os interesses nacionais, nomeadamente tendo em conta a nossa participação de 25% no Fundo de Resolução. É esta uma precaução que terá de ser tida em devida consideração, numa eventual venda defi nitiva e integral do Novo Banco.
Lisboa, 21 de Março de 2019
Afonso Pereira Inácio, Alberto Regueira, Alexandre Patrício Gouveia, Ângelo Correia, António Mocho, António Mendonça Pinto, Celeste Coimbra, Fernando Gomes da Silva, Henrique Neto, João Miranda, João Salgueiro, José António Girão, José Ribeiro e Castro, José Sales Henriques, Júlio Castro Caldas,
Manuel Ramalhete, Marco Belo Galinha e Pedro Ferraz da Costa
He Ain't Heavy, He's My Brother–Ele não é um peso, ele é meu irmão.
https://www.youtube.com/watch?v=9gTENtWiM5k
He Ain't Heavy, He's My Brother
Bill Medley
A história a que, segundo certa crença popular, se terá ficado a dever a gravação desta música já foi abandonada. Mas que importa isso se a mensagem que se pretendeu transmitir com ela é intemporal e encerra um altissimo valor afectivo e humano? Nada, não importa nada! O que importa, isso sim, e esse é verdadeiro porque a letra assim o demonstra, foi o espírito que levou aquele grupo de intérpretes a cantá-la. Portanto é imperdível, tanto mais que são reconhecíveis alguns desses intérpretes, os quais são nomes maiores da música.
“Conta-se que durante a guerra americana no Vietnã um jornalista viu um garoto de 10 anos carregando outro de uns 4 anos, nas costas, fugindo do bombardeio de aviões americanos. E ele perguntou se não era muito peso pra ele, já que estavam fugindo de um bombardeio, e a resposta do garoto foi :
Ele não é um peso, é meu irmão._
Daí nasceu essa musica...
Há quem diga que foi na américa e não sendo irmãos realmente, eram irmãos de rua..
The road is long
With many a winding turn
That leads us to who knows where
Who knows when
But I'm strong
Strong enough to carry him
He ain't heavy, he's my brother
So on we go
His welfare is of my concern
No burden is he to bear
We'll get there
For I know
He would not encumber me
He ain't heavy, he's my brother
If I'm laden at all
I'm laden with sadness
That everyone's heart
Isn't filled with the gladness
Of love for one another
It's a long, long road
From which there is no return
While we're on the way to there
Why not share
And the load
Doesn't weigh me down at all
He ain't heavy, he's my brother
He's my brother
He ain't heavy,
he's my brother...
Ele Não É Um Fardo, Ele É Meu Irmão
A estrada é longa
Com muitas curvas sinuosas
Que nos leva quem sabe onde
Quem sabe onde
Mas eu sou forte
Forte o bastante para carregá-lo
Ele não é um peso, ele é meu irmão
E assim continuamos
Seu bem-estar é a minha preocupação
Não é um fardo carregá-lo
Nós chegaremos lá
Pois eu sei
Ele não seria um estorvo para mim
Ele não é um fardo, ele é meu irmão
Se estou absolutamente sobre carregado
Estou sobrecarregado de tristeza
Que o coração de todos
Não está repleto de alegria
De amor, de uns pelos outros
Esta é uma longa longa estrada
Da qual não há retorno
E enquanto estamos a caminho dela
Por que não partilhar?
E a carga
Não vai me pesar absolutamente
Ele não é um fardo, ele é meu irmão
Ele é meu irmão
Ele não é um fardo
Ele é meu irmão
quinta-feira, 4 de abril de 2019
Brexit - ATÉ 12 DE ABRIL AINDA TODAS AS OPÇÕES ESTÃO EM CIMA DA MESA
Já se sabe o que vai acontecer a 12 de Abril, para todos os efeitos a data do “Brexit”?
Por incrível que pareça, ainda não se sabe. A expectativa da União Europeia é que o Reino Unido consiga decidir até essa data se ainda pretende a separação e, nesse caso, qual é o seu plano para concretizar o divórcio. Isto é, os britânicos têm no máximo dez dias para comunicar a Bruxelas como pretendem desvincular-se da UE: se é num registo ordenado, como previsto pelo acordo de saída que está fechado desde o fim de Novembro e não será renegociado, ou se é de forma abrupta, fora do quadro desse acordo que já foi rejeitado por três vezes no Parlamento britânico. A outra hipótese, mais remota, seria os britânicos desistirem da ideia do “Brexit” e avançarem para a revogação do artigo 50.º do tratado europeu. Sabe-se pelo menos qual destas opções — deal ou no-deal — é a mais provável? Para os europeus, o cenário de uma saída abrupta e sem acordo torna-se mais provável a cada dia que passa sem uma solução para o impasse político em Londres. Ainda ontem, o negociador da UE para o “Brexit”, Michel Barnier, lembrou que se o tratado jurídico que fixa os termos do divórcio não for ratificado pelo Parlamento britânico antes do dia 12 de Abril, a mera aplicação da lei atirará o Reino Unido para o abismo do no-deal na data prevista, seja por acidente ou por escolha deliberada. Segundo o representante do Parlamento Europeu nas negociações para o “Brexit”, Guy Verhofstadt, o no-deal é agora “praticamente inevitável”.
Mas o Parlamento britânico não votou já para excluir a hipótese de uma saída sem acordo?
Sim, os parlamentares votaram uma proposta para afastar o cenário do no-deal, mas esse foi um voto político para manifestar uma posição e pressionar o Governo que não teve consequência jurídica. Hoje, a Câmara dos Comuns vai apreciar uma nova proposta, que desta feita tem carácter legislativo, para impedir uma saída da UE sem acordo — se for aprovada, obrigará a primeira-ministra, Theresa May, a negociar com Bruxelas uma nova extensão do prazo do “Brexit”.
Portanto ainda há várias maneiras de evitar o desfecho mais prejudicial do no-deal?
Sim. A maneira mais “fácil”, como não se cansam de repetir os parceiros europeus, é a aprovação do acordo de saída, que estabelece os critérios da separação e prevê um período de transição até ao fim de 2020 para que os cidadãos e as empresas se possam organizar para a nova realidade. Os deputados chumbaram o acordo três vezes, mas a convocatória de um derradeiro meaningful vote na Câmara dos Comuns pode voltar a acontecer, se Theresa May acreditar que consegue uma maioria. De resto, a outra hipótese para travar um salto no desconhecido a 12 de Abril é solicitar à UE um novo adiamento do “Brexit”, aproveitando a abertura dos líderes europeus para mudar mais uma vez a data da saída em troca de um “plano credível” dos britânicos.
É para isso que o Conselho Europeu vai voltar a reunir-se na próxima semana em Bruxelas?
A cimeira da próxima
semana será a última
oportunidade de
Theresa May
para
convencer
os chefes
de Estado
e Governo
da UE de
que ainda
existe uma maneira de concluir com
sucesso o processo do “Brexit”,
idealmente nos termos
negociados há mais de cem
dias. Foi nesse pressuposto que,
há duas semanas, os líderes
aceitaram conceder a primeira
extensão técnica pedida por
Theresa May, embora com
condições: o Reino Unido tinha
de aprovar o acordo de saída até
ao fim desta semana, para
poder deixar a UE a 22 de Maio,
ou indicar um outro caminho até
12 de Abril. Essa data não é
aleatória: nesse dia, termina o
prazo para a apresentação das
listas às eleições europeias, que
o Reino Unido terá de organizar
se permanecer na UE para além
do dia da votação.
Os líderes europeus podem
recusar a nova extensão do
prazo que Theresa May vai
pedir?
Existe essa possibilidade — o Presidente francês, Emmanuel Macron, tem insistido que a resposta dos 27 não é automática e defendido que só com um “plano concreto e credível” é que o Reino Unido deve ser autorizado a prolongar a sua permanência na UE. Como a decisão tem de ser unânime, basta um líder opor-se à proposta de Theresa May para esta ser rejeitada. E a proposta de outra extensão curta que a primeira-ministra formulou ontem bate de frente com as condições dos 27. Mas apesar da retórica mais inflamada de Macron, e do cepticismo crescente em muitas capitais com as manobras políticas de Theresa May, o mais provável é que os líderes europeus tentem compor uma nova solução de compromisso, impondo condições mais duras à primeira-ministra britânica em troca de mais tempo.
Rita Siza
quarta-feira, 3 de abril de 2019
UM CLUBE DE AMIGOS
(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 02/02/2019)
Miguel Sousa Tavares
Tenho muitas dúvidas sobre a justiça da condenação a cinco anos de prisão efectiva de Armando Vara, por crime de tráfico de influências. Certamente que uma caixa de robalos não chega como pagamento pelo crime e mesmo que os "25 quilómetros" referidos numa conversa escutada entre Manuel Godinho e Armando Vara sejam, como pretendia o Ministério Público e o tribunal aceitou reconhecer provado, 25 mil euros de pagamento por serviços de intermediação, a verdade é que Vara não exercia na altura qualquer cargo público. E se porventura terá posto o industrial de sucatas de Ovar em contacto com pessoas que lhe terão facilitado negócios, fazendo-o a troco de robalos ou de 25 mil euros, eu conheço quem o tenha feito e continue a fazer a troco de milhões, intermediando e facilitando negócios em que o Estado investe dezenas, centenas ou milhares de milhões. Aliás, conheço, todos conhecemos, quem faça disso profissão, disfarçada ou não sob o título de advogado ou outro, à vista de todos, com a maior aceitação social, pública e política. De tal forma, que chego a pensar se ser-se apanhado em crime de tráfico de influências não será apenas uma questão de interpretação, de sorte ou de azar. Ou pior.
Mas se a prisão de Vara não me incomoda por aí além é apenas porque acredito que, se não por este caso, outros há que a justificam. Estou a lembrar-me de um telefonema entre ele, na altura administrador do BCP e acabado de chegar da Caixa, e um camarada de partido, na altura secretário de Estado. Vara tentava arrolar o outro para convencer a Caixa-Geral de Depósitos, sua antiga casa, a ficar com um crédito incobrável que o BCP tinha sobre a empresa dona do Autódromo do Algarve. Se já é extraordinário que alguém possa imaginar ganhar dinheiro com um autódromo na Mexilhoeira Grande, e ainda mais extraordinário que haja um banco para financiar tal projecto, é verdadeiramente eloquente do espírito desta gente que alguém que tinha acabado de vir do banco público para um banco privado estivesse a tentar varrer o lixo deste para aquele. Mas era com este espírito que serviam a coisa pública estes "banqueiros", que viveram décadas a saltar de um lado para o outro, trocando de lugares uns com os outros, cobrindo-se uns aos outros, atribuindo-se prémios de gestão uns aos outros, mesmo quando no banco público e mesmo quando o que tinham para apresentar era prejuízos para os contribuintes pagarem. Para eles, para este clube de amigos, não tenho a menor dúvida de que lhes era absolutamente indiferente se o banco era público ou privado: tratava-se apenas de gerir as suas carreiras, de precaver as indemnizações sumptuosas em caso de saída antecipada e as reformas escandalosas no futuro. O problema com Armando Vara é que, por enquanto ele esteja sozinho na cadeia de Évora.
Durante sete meses, o Banco de Portugal e a CGD calaram-se muito caladinhos sobre o relatório da Ernst & Young, pedido pelo Ministério das Finanças. É de crer que jamais teriam sequer revelado a sua existência, se uma fuga de informação o não tivesse feito. Aos deputados da CPI da Caixa recusaram-se inclusivamente a revelar a lista dos principais devedores, com o estafado e hipócrita argumento do sigilo bancário — depois e a coberto do inquérito aberto pelo MP, logo oportunamente acrescentado com o do segredo de justiça, esse manto protector que tanto jeito dá quando invocado em benefício de quem tem alguma coisa a esconder. Bem a propósito também, e segundo relata o jornal "Público", o Banco de Portugal terá já lembrado que as contra-ordenações motivadas por eventuais actos de gestão danosa praticadas na Caixa já prescreveram, decorridos os respectivos prazos. Um verdadeiro alívio — não apenas para os antigos gestores da Caixa, mas também para o governador e membros à época da administração do BdP, mais uma vez dispensados de explicar porque nada viram, ano após ano, nada estranharam, nada vigiaram. Também não admira: consultar os nomes constantes do relatório da E&Y é como folhear um álbum de família: o actual governador do BdP foi também administrador da Caixa e o actual presidente da Caixa, Paulo Macedo, foi vice-presidente da mesma com Carlos Santos Ferreira — o homem que, juntamente com Armando Vara, se aventuraria na mais inacreditável operação bancária de todos os tempos: o financiamento, pelo banco público, do assalto ao BCP, lançado por um grupo de mavericks do sector privado. A operação, garantida apenas pelas próprias acções adquiridas pelos "assaltantes" ao BCP, redundaria no maior desastre financeiro da Caixa até hoje. Entre esses "assaltantes", e como terceiro maior devedor actual da Caixa, está Manuel Fino, cliente do escritório de advogados Vieira de Almeida (VdA), também conhecido como o "EET" (Está Em Todas. Fino e outros dos seus companheiros de assalto foram assessorados pela VdA na tentativa falhada de conquista do BCP, cujos prejuízos gerados para a Caixa vão agora ser investigados, entre outras entidades e por dever de ofício (ou de sacrifício), pela própria Caixa. E quem é a autoridade externa que a Caixa escolheu para levar a cabo uma auditoria aos actos de gestão então praticados pelas anteriores administrações, entre as quais a que tão levianamente emprestou milhões a perder literalmente de vista ao cliente da VdA? Quem, quem foi? Pois, não se riam: foi a VdA, nem mais! É ou não é um clube de amigos? Dizem que foi por concurso e que a púdica VdA assinou uma declaração a jurar que não, nunca, jamais, olha como!, tem, teve ou terá nisto qualquer conflito de interesses. Como se houvesse concurso ou declaração alguma que pudesse disfarçar o que está para lá de tudo o que é admissível. Como se uma jura de insuspeitos cavalheiros, ou outro segredo bancário ou de justiça, ou até um véu islâmico, uma burqa, uma pele de tigre, pudesse disfarçar a indecente nudez deste rei nu na praça pública!
Não nos dêem hospitais miseráveis, bairros da Jamaica, comboios de Terceiro Mundo, quando chegamos a pagar 50% de impostos e o dinheiro vai para tapar os buracos cavados na banca por um grupo de gente deixada à solta a tratar de uma coisa da maior importância: o dinheiro dos outros
O que revolta em toda esta história e todas as demais a que já assistimos — o BES, o Novo Banco e a sua desastrosa Resolução (de que não convém falar muito, mas nos vai custar entre 10 mil a 12 mil milhões), o BPN, o Banif, a CGD, (e esperando que a coutada do senhor Tomás Correia não desabe para nós também no dia em que correr mal) — é saber que Portugal é o segundo país da Europa em que, em percentagem do PIB, os contribuintes mais dinheiro tiveram de investir a acorrer à banca, pública e privada.
Aprendemos todos na escola que os bancos existem para financiar a economia, mas em Portugal aprendemos à nossa custa que é ao contrário: a economia existe para financiar a banca. E o que resta é quase tudo para financiar o Estado: não admira que nunca mais nos livremos do nosso ancestral atraso. Todos viveríamos melhor se não tivéssemos de pagar os impostos que pagamos e se parte deles, parte substancial deles, não fosse usada para pagar os desmandos, as malfeitorias ou os crimes do nosso clube de amigos da banca. Para mim, que nunca fui jogador, é pior do que se me obrigassem a perder dinheiro no casino: ao menos sempre me divertia a jogar, em vez de ver os outros divertirem-se a jogar o meu dinheiro. Querem comprar o BCP? Paguem-no com o dinheiro deles! Querem um autódromo no Algarve? Paguem-no com o dinheiro deles! Querem inventar um negócio impossível em Vale do Lobo, depois de terem urbanizado e vendido cada metro quadrado disponível? Paguem-no com o dinheiro deles! Mas não nos dêem hospitais miseráveis, bairros da Jamaica, comboios de Terceiro Mundo, quando chegamos a pagar 50% de impostos, só de IRS, e o dinheiro, em vez de ir para hospitais, habitação social e transportes decentes, vai para tapar os buracos cavados na banca por um grupo de gente deixada à solta a tratar de uma coisa da maior importância: o dinheiro dos outros. Enquanto eles, depois, saboreiam em paz as sempre oportunas prescrições e as sempre generosas pensões de reforma.
Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia