sexta-feira, 31 de maio de 2019
Pedro Marques e o bocejo do chefe.
O que os portugueses, incluindo António Costa, acharam de Pedro Marques, o "coitadinho" eleito como cabeça de lista do PS ás eleições europeias.
Soflusa. Passageiros tentaram invadir sala de embarque do terminal do Barreiro.
Com a suspensão de várias ligações da Soflusa, numa altura em que a empresa de transporte fluvial está em conflito com os mestres, os passageiros do terminal fluvial do Barreiro tentaram invadir a sala de embarque, levando a empresa a suspender as ligações por questões de segurança, avança a TSF. É mais um momento de tensão vivida nos últimos dias com a supressão de várias ligações fluviais.
Desde o dia 10 de Maio que as ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa têm registado várias perturbações devido à falta de mestres, situação que se mantém esta sexta-feira.
Mestres da Soflusa pretendem vantagem salarial apenas para a sua categoria.
Os mestres já recebem um prémio de chefia. Esta categoria de trabalhadores, que está actualmente em greve, pretende ainda reforçar esse valor com um aumento salarial exclusivo.
O secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade afirmou esta terça-feira que os mestres da Soflusa, que faz a ligação fluvial entre Barreiro e Lisboa, querem uma vantagem salarial apenas para a sua categoria e não estão a cumprir o acordado.
O serviço da Soflusa esteve esta sexta-feira interrompido durante a manhã. Assim acontecerá também na semana de 3 a 7 de Junho, para a qual está marcada uma greve parcial de três horas por turno.
Afinal, o fruto proibido de Adão e Eva não foi uma maçã
Mesmo que Adão e Eva tenham existido, o tal fruto proibido do paraíso não poderia ter sido uma maçã. A popular fruta que conhecemos hoje é resultado de uma domesticação realizada muito tempo depois da “criação do mundo”. De acordo com um estudo desenvolvido pelo Instituto Max Planck, da Alemanha, e publicado esta segunda-feira pela revista especializada Frontiers in Plant Science, foi nesse período que a maçã deixou de ser uma fruta pequena, selvagem e pouco atraente para, por meio de processos de enxertos e seleção das árvores cujos frutos eram mais graúdos e apetitosos, se transformarem numa das frutas mais populares do mundo.
Empresas não pagaram quase 50% das horas extra em 2018
Segundo o Caderno do Observatório sobre Crises e Alternativas, o recurso ao trabalho suplementar tem vindo a aumentar. No ano passado, as empresas não pagaram quase 50% das horas extra.
Quase metade das horas extraordinárias realizadas em 2018 não foram remuneradas, tendo ficado por pagar aos trabalhadores cerca de 820 milhões de euros, revela o novo Caderno do Observatório sobre Crises e Alternativas.
“Eu não devo absolutamente nada”, diz antigo dono de uma devedora da Caixa, Matos Gil.
Anteontem, o antigo dono de uma devedora da Caixa foi ao Parlamento dizer isto: "Eu não devo absolutamente nada à Caixa". E até Tomás Correia foi ao Parlamento dizer que se demitiu da administração da CGD em 2003 porque a política de crédito do banco público "tinha deixado de ser prudente". Dizem os relatos da comissão que o fez sem se rir na cara dos deputados, como fez Berardo.
Empresa Júpiter, antiga accionista da catalã La Seda, devia 89 milhões de euros à CGD em 2015. O seu antigo administrador, Matos Gil, recusa que tenha dívidas.
al como Joe Berardo, Manuel Matos Gil acusou a Caixa Geral de Depósitos de má gestão e de não ter defendido os interesses do banco. E, tal como Joe Berardo, Manuel Matos Gil diz que nada deve.
“Eu não devo absolutamente nada. A Selenis não deve absolutamente nada. A IMG não deve absolutamente nada”, afirmou o empresário português que foi parceiro da CGD na catalã La Seda, esta terça-feira, na comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco público, que tem estado a ouvir os envolvidos nas operações mais polémicas e que mais perdas causaram.
Matos Gil é o líder do grupo Imatosgil (IMG). O grupo entrou na empresa espanhola La Seda de Barcelona em 2003 e, nos cinco anos seguintes, foi reforçando a sua posição. Foi também nesse período que a CGD foi avançando na empresa catalã. E foi em 2007 que a Selenis, empresa em que o grupo IMG era accionista relevante e de que Matos Gil era presidente, fecha um contracto de financiamento com a CGD e com a Caixa Capital. O financiamento podia ir até 115 milhões de euros, garantido pelo penhor de acções de 10,9% da La Seda.
Matos Gil criticou a CGD por não ter executado esse penhor quando as garantias perderam valor (as acções da La Seda caíram), considerando irregular essa decisão do banco público: “esteve nas mãos da CGD a recuperação total do empréstimo concedido”. Aliás, também Joe Berardo tinha apontado, na sua audição, para a má gestão dos dossiês por parte das instituições financeiras.
A Selenis SGPS (que Matos Gil quis ao longo da audição deixar claro que não controlava) tornou-se em Júpiter SGPS e foi esta que, accionista de uma La Seda insolvente, viu-se sem forma de pagar ao banco público. “Não sou eu o devedor”, repetiu Matos Gil aos deputados.
No relatório da EY aos actos de gestão da Caixa, está indicado que a Júpiter devia 89,2 milhões ao banco, ainda que já todo o montante tivesse reconhecido como perdido. A empresa Júpiter foi vendida em 2009, deixando aí Matos Gil de ser accionista, mas o responsável não revelou a quem vendeu. Quem é a dona da empresa? “Não sei”, respondeu.
A La Seda, em Barcelona, foi a primeira accionista do projecto petroquímico em Sines, de que a CGD se tornou financiadora e principal accionista, e onde chegou a ter uma exposição superior a 500 milhões de euros. Conseguiu vender o empreendimento químico por 28 milhões à Indorama Ventures.
Expresso
PSD exige saber quem deve à banca
Entretanto o PSD exige saber quem deve à banca. Isso mesmo: o relatório sobre os devedores à banca que uma estranha coligação entre direita e esquerda obrigou o Banco de Portugal a divulgar não mostra, como seria de esperar, os dados sobre os devedores - estes ficaram no Excel, fechado às sete chaves e obrigando os poucos deputados que os receberão a rigoroso sigilo. Não satisfeitos, os deputados do PSD acusam o banco central de "ilegalidade". Do Bloco e PCP (para não dizer do PS) ainda não se ouviu uma palavra.
Netflix e Disney admitem deixar de filmar na Geórgia se lei anti-aborto avançar.
A Netflix está a estudar a possibilidade de deixar de gravar no estado norte-americano da Geórgia, caso as autoridades efectivaram a lei anti-aborto. Também a Disney disse que trabalhar neste local pode passar a ser “muito difícil”.
A notícia é avançada pela Variety, que recorda que a lei em causa, assinada pelo governador Brian Kemp, será promulgada em 2020.
Com a lei em vigor, as mulheres passam a ser proibidas de interromper a gravidez a partir do momento em que os batimentos cardíacos do feto pode ser detectados, algo que costuma ocorrer por volta das seis semanas de gravidez. Esta é considerada uma das leis mais restritivas dos Estados Unidos, uma vez que com este tempo de gestação muitas das mulheres nem sabem ainda que estão grávidas.
“Temos muitas mulheres a trabalhar em produções na Geórgia, cujos direitos, juntamente com outros milhões, serão severamente restringidos por esta lei”, afirmou o director de conteúdo da plataforma de streaming, Ted Sarandos, citado pela a revista.
De acordo com o Departamento de Desenvolvimento Económico da Geórgia, a Netflix está, neste momento, a produzir várias séries neste estado, entre as quais “Ozark”, “Insatiable” e “Stranger Things”, bem como o longa-metragem “Holidate”, com Emma Roberts.
“Tendo em conta que a legislação ainda não foi implementada, continuaremos a filmar lá. Ao mesmo tempo, vamos apoiar os parceiros e artistas que optarem por não gravar. Se algum dia a lei entrar em vigor, vamos reconsiderar todos os nosso investimentos na Geórgia”, acrescentou Sarandos.
A Netflix anunciou ainda que vai colaborar com a organização sem fins lucrativos American Union for Civil Liberties (ACLU), bem como com outros grupos ativistas locais na sua “luta em tribunal” contra a nova regulação do aborto.
“Muito difícil” continuar na Geórgia, diz Disney
Também a Walt Disney já admitiu deixar de gravar no estado caso a lei anti-aborto se efetive. Em declarações à agência Reuters, Bob Iger, o CEO da empresa, disse ser “muito difícil” continuar a gravar na Geórgia sob estas condições. “Black Panther” e “Avengers: Endgame” são alguns dos filmes gravados neste estado.
Iger foi questionado sobre se a sua empresa continuaria a trabalhar na Geórgia, ao que respondeu dizendo ser “muito difícil”. “Duvido (…) Acho que muitas pessoas que trabalham para nós não vão querer trabalhar lá, e teremos que atender aos seus desejos nesse sentido. Neste momento, estamos a observar [a situação] com muito cuidado”.
Caso a lei entre em vigor, “não vejo que seja prático filmar lá“, apontou.
O jornal espanhol El País aponta que a indústria do cinema e da televisão rende, anualmente, cerca de 2,7 mil milhões de dólares à Geórgia. De acordo com a Motion Picture Association of America, a indústria é ainda responsável por mais de 92.000 postos de trabalho. Só em 2018, foram filmados na Geórgia 455 produções.
ZAP //
Barcelos e IPO adjudicaram mais de um milhão à esposa do autarca de Santo Tirso.
Manuela Couta, esposa do Presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto
Serão estes contractos, que no total ascendem a mais de um milhão de euros, que estão sob suspeita da Polícia Judiciária que esta quarta-feira deteve os presidentes das câmaras de Barcelos e de Santo Tirso, Miguel Costa Gomes (PS) e Joaquim Couto (PS), o presidente do IPO do Porto, Laranja Pontes, e Manuela Couto, mulher do autarca de Santo Tirso e gestora das empresas de comunicação, revela o Diário de Notícias.
De acordo com a PJ, estão em causa práticas de corrupção, tráfico de influências e participação económica em negócio no âmbito da contratação pública.
Segundo escreve o DN, a Mediana, a Make It Happen e a My Press, empresas de Manuela Couto que operam no setor da comunicação e da organização de eventos, receberam da autarquia de Barcelos cerca de 860 mil euros por serviços na área da comunicação pública.
A My Press, cujo capital é deito 60% por Manuela Couto e 40% pela MIT – Make It Happen, a Câmara de Barcelos realizou sete contratos de aquisição de serviços por ajuste direito entre 2014 e 2018. Ao todo, escreve o jornal, são mais de 400 mil euros.
Já a Make It Happen (outra empresa do universo Couto, com Manuela Couto a deter 75% e Luís Couto (filho de Joaquim Couto) 25%), realizou dois ajustes diretos em 2012 que valem 150 mil euros, segundo aponta o site Base.Gov, consultado pelo DN.
A Mediana é a terceira empresa prestadora de serviços à Câmara de Barcelos. O contrato mais recente, aponta o DN, é datado de 26 de fevereiro deste ano e corresponde a um ajuste direto no qual a autarquia se compromete a pagar 19.400 euros pelo fornecimento de “serviços de coordenação de imagem e produção de conteúdos”. Desde 2012, contabilizar-se, pelo menos, oito contratos. Ao todo, valem 310 mil euros.
Também o IPO contratou os serviços da esposa do autarca de Santo Tirso. Na totalidade, foram celebrados 13 contratos, todos por ajuste direto, com a Mediana no valor de 360 mil euros no último ano e meio. O primeiro dos contratos, relativo à consultoria de imagem, foi celebrado em junho de 2017 por 33.740 euros.
O matutino recorda ainda que Joaquim Couto, também médico, foi colega de curso de Laranja Pontes na Faculdade de Medicina do Porto. Laranja Pontes, frisa a SIC Notícias, foi detido poucos dias antes de se reformar ao fim de 30 anos de carreira no hospital.
Quanto à Câmara de Santo Tirso, não foram encontrados contratos com as empresas de comunicação acima mencionadas. Em comunicado, a autarquia presidida por Joaquim Couto afirma que “de acordo com os autos apresentados pelos inspetores, estão a ser solicitadas informações sobre três assuntos: utilização de viaturas municipais por parte de elementos do executivo municipal; viagens de trabalho realizadas pelo executivo municipal; contratação de dois projetos de arquitetura”.
Escreve o jornal Público esta quinta-feira que Laranja Pontes é suspeito de favorecer empresas de Manuela Couto em troca da influência política do casal para se manter em funções. Uma suspeita similar é apontada ao presidente de Barcelos, que beneficiaria as várias empresas de Manuela Couto, para obter a ajuda do casal no campo político.
O jornal recorda que Miguel Costa Gomes se encontra a terminar o terceiro mandato na câmara e não pode concorrer novamente por ter atingido o limite legal.
“A investigação, centrada nas autarquias de Santo Tirso, Barcelos e Instituto Português de Oncologia do Porto, apurou a existência de um esquema generalizado, mediante a atuação concertada de autarcas e organismos públicos, de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto, com o objetivo de favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos com vista à satisfação de interesses de natureza particular”, informou a PJ em comunicado sobre a operação que foi apelidada de Operação Teia.
Manuela Couto já tinha sido detida no âmbito da Operação Éter, que investiga factos muito semelhantes envolvendo o Turismo do Porto e do Norte de Portugal, entidade a quem as suas empresas também prestavam serviços.
Neste momento, Manuela conta é arguida nessa investigação, tendo ficado em liberdade depois de pagar uma caução de 70 mil euros. O presidente do Turismo do Norte, Melchior Moreira, permanece em prisão preventiva no âmbito do mesmo processo.
A “Teia vai parir um rato”
O advogado Nuno Cerejeira Namora revelou que o presidente da Câmara de Barcelos está acusado de um crime de corrupção passiva, sublinhando que “a ‘Teia’ vai parir um rato”.
“À medida que começo a ter contacto com o processo, a nossa revolta, a minha e do senhor presidente da Câmara de Barcelos cresce de hora para hora. Na verdade, a ‘Teia’ [nome da operação da PJ em curso] vai parir um rato“, disse, em declarações aos jornalistas à saída das instalações da PJ.
“O processo está cheio de nada, de uma mão cheia de nada e de coisa nenhuma (…) Já sei [dos ajustes diretos em causa], mas não vos vou dizer porque se iam partir a rir com o ridículo desta acusação. É na realidade vergonhoso brincar com as autarquias, brincar com o poder local, brincar com a democracia, com um processo que não tem matéria absolutamente nenhuma”, acrescentou.
Já advogado Nuno Brandão, que representa Joaquim Couto e Manuela Couto, disse que as detenções são “ilegais”, considerando que as mesmas foram “injustificadas, desnecessárias e desproporcionais”.
“Gostaria de manifestar alguma incompreensão pelo facto de se proceder à detenção de pessoas cujo paradeiro é conhecido, sabe-se onde é que moram e não há razão para recear que se subtraiam à ação da justiça. Não se compreende a razão pela qual são detidas sem que sequer se comunique nos mandados de detenção os motivos que justificam a sua privação da liberdade (…) Parece-me que é uma privação da liberdade injustificada, desnecessária, desproporcionada”, defendeu.
Por sua vez, Pedro Ávila disse que Laranja Pontes “está tranquilo”, sublinhando que “normalmente os inocentes estão tranquilos”. Em declarações à saída das instalações da PJ do Porto, o advogado escusou-se a comentar o caso em concreto, dizendo apenas que o seu constituinte está “tranquilo, a tranquilidade dos inocentes”.
“Os inocentes normalmente estão tranquilos“, reiterou.
MP não entregou aos deputados informações sobre aviso para o assalto de Tancos
Já não é só a opinião publica, que não nutre grande respeito pelos deputados…
O Ministério Público (MP) não entregou à comissão parlamentar de inquérito ao caso de Tancos os documentos pedidos pelos deputados relativamente ao processo aberto em Abril de 2017, no Porto, que dava conta de informações de que estaria a ser preparado um assalto a instalações militares no centro do País.
O relatório preliminar da comissão será apresentado esta sexta-feira pelo relator Ricardo Bexiga, deputado do PS, e os partidos poderão pronunciar-se sobre ele contribuindo para o relatório final.
De acordo com o Observador, os deputados fizeram dois pedidos ao MP, que tem em mãos um processo que conta já com 21 arguidos — entre os envolvidos no assalto de Junho de 2017 aos paióis de Tancos e os militares que acabaram a recuperar as armas meses depois, num descampado na zona da Chamusca, numa acção que a PJ vê como encenada e à revelia do que tinha sido determinado pela então procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, ao atribuir a investigação à Judiciária civil.
Um dos pedidos foi o memorando que o ex-director geral da Polícia Judiciária Militar e o investigador Major Brazão entregaram em Outubro de 2018 ao chefe de gabinete do ministro da Defesa — um documento descrito de diversas formas ao longo da comissão e que teria inscrita a forma como a PJM preparou a acção que levaria ao “achamento” do material de guerra furtado.
A acção partiu de uma chamada anónima feita pelo próprio major Vasco Brazão, a pedido, segundo ele, do informador com quem trabalhavam numa investigação que admitiu ser “paralela”.
Esse documento chegou a 16 de Maio à comissão, quando já todos os governantes, especialistas, magistrados, militares e polícias tinham sido ouvidos. Durante os trabalhos, foram ouvidas pelo menos três pessoas que conheciam o documento (o chefe de gabinete do então ministro da Defesa, Martins Pereira, o major Brazão e o coronel Luís Vieira), mas nenhum o quis disponibilizar por causa do processo-crime onde está integrado.
O memorando será acompanhado de um segundo documento que terá uma cronologia do que aconteceu. Acabou por chegar via Ministério Público cerca de dez dias depois de o chefe de gabinete do primeiro-ministro António Costa, Francisco André, ter deixado uma cópia aos deputados.
Já o segundo pedido nunca foi satisfeito. Trata-se dos despachos de três juízes de instrução criminal sobre um inquérito aberto em Abril de 2017, dois meses antes do furto, baseado em informações que davam conta de que estava a ser planeado um assalto a instalações militares no centro do País.
O primeiro juiz de instrução a pronunciar-se sobre o caso, no Porto, declarou-se incompetente territorialmente. Em Leiria, um segundo juiz optou por argumentos idênticos. O caso chegaria a Lisboa e ao Tribunal Central de Instrução Criminal, onde o juiz Ivo Rosa acabou por concluir que a informação era demasiado escassa para se recorrer a meios de investigação mais invasivos, como é o caso das escutas telefónicas.
Esta informação acabou por nunca chegar ao Exército, como se concluiu na comissão de inquérito. Já à Polícia Judiciária Militar não ficou claro de que forma ou quando chegou.
Vasco Brazão informou que “a PJ tinha recebido uma informação de um eventual planeamento de um furto a uma instituição militar de um raio de 50 quilómetros de Leiria”.
Já o agora director nacional da PJ, Luís Neves, explicou que essa informação partiu de “uma fonte humana que transmite uma informação não muito rica em elementos que permitam iniciar uma investigação, tem características vagas, não diz quem, quando, onde, as conivências…”, e que entregou essa informação à PJM através do major Pinto da Costa, também arguido no processo.
Os três processos abertos sobre Tancos foram todos incorporado num só, que ainda está em segredo de justiça e cujo despacho final poderá ser proferido em breve.
Boris Johnson vai a tribunal por “mentir e enganar a opinião pública britânica” sobre o Brexit na campanha para o Brexit
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros vai depor por ter dito, há três anos, durante a campanha do Brexit, que a UE custava aos britânicos 350 milhões de libras por semana.
EXPRESSÕES POPULARES
Significado: Erro grosseiro.
Origem: Na Roma antiga havia o Triunvirato: o poder dos generais era dividido por três pessoas. No primeiro destes Triunviratos , tínhamos: Caio Júlio, Pompeu e Crasso. Este último foi incumbido de atacar um pequeno povo chamado Partos. Confiante na vitória, resolveu abandonar todas as formações e técnicas romanas e simplesmente atacar. Ainda por cima, escolheu um caminho estreito e de pouca visibilidade. Os partos, mesmo em menor número, conseguiram vencer os romanos, sendo o general que liderava as tropas um dos primeiros a cair.
Desde então, sempre que alguém tem tudo para acertar, mas comete um erro estúpido, dizemos tratar-se de um "erro crasso".
Significado: Ter dinheiro para viver.
Origem: Em outros tempos, os alfinetes eram objecto de adorno das mulheres e daí que, então, a frase significasse o dinheiro poupado para a sua compra porque os alfinetes eram um produto caro. Os anos passaram e eles tornaram-se utensílios, já não apenas de enfeite, mas utilitários e acessíveis. Todavia, a expressão chegou a ser acolhida em textos legais. Por exemplo, o Código Civil Português, aprovado por Carta de Lei de Julho de 1867, por D. Luís, dito da autoria do Visconde de Seabra, vigente em grande parte até ao Código Civil actual, incluía um artigo, o 1104, que dizia: «A mulher não pode privar o marido, por convenção antenupcial, da administração dos bens do casal; mas pode reservar para si o direito de receber, a título de alfinetes, uma parte do rendimento dos seus bens, e dispor dela livremente, contanto que não exceda a terça dos ditos rendimentos líquidos.»
DO TEMPO DA MARIA CACHUCHA
Significado: Muito antigo.
Origem: A cachucha era uma dança espanhola a três tempos, em que o dançarino, ao som das castanholas, começava a dança num movimento moderado, que ia acelerando, até terminar num vivo volteio. Esta dança teve uma certa voga em França, quando uma célebre dançarina, Fanny Elssler, a dançou na Ópera de Paris. Em Portugal, a popular cantiga Maria Cachucha (ao som da qual, no séc. XIX, era usual as pessoas do povo dançarem) era uma adaptação da cachucha espanhola, com uma letra bastante gracejadora, zombeteira.
À GRANDE E À FRANCESA
Significado: Viver com luxo e ostentação.
Origem: Relativa aos modos luxuosos do general Jean Andoche Junot, auxiliar de Napoleão que chegou a Portugal na primeira invasão francesa, e dos seus acompanhantes, que se passeavam vestidos de gala pela capital.
COISAS DO ARCO-DA-VELHA
Significado: Coisas inacreditáveis, absurdas, espantosas, inverosímeis.
Origem: A expressão tem origem no Antigo Testamento; arco-da-velha é o arco-íris, ou arco-celeste, e foi o sinal do pacto que Deus fez com Noé: "Estando o arco nas nuvens, Eu ao vê-lo recordar-Me-ei da aliança eterna concluída entre Deus e todos os seres vivos de toda a espécie que há na terra." (Génesis 9:16)
Arco-da-velha é uma simplificação de Arco da Lei Velha, uma referência à Lei Divina.
Há também diversas histórias populares que defendem outra origem da expressão, como a da existência de uma velha no arco-íris, sendo a curvatura do arco a curvatura das costas provocada pela velhice, ou devido a uma das propriedades mágicas do arco-íris - beber a água num lugar e enviá-la para outro, pelo que velha poderá ter vindo do italiano bere (beber).
DOSE PARA CAVALO
Significado: Quantidade excessiva; demasiado.
Origem: Dose para cavalo, dose para elefante ou dose para leão são algumas das variantes que circulam com o mesmo significado e atendem às preferências individuais dos falantes.
Supõe-se que o cavalo, por ser forte; o elefante, por ser grande, e o leão, por ser valente, necessitam de doses exageradas de remédio para que este possa produzir o efeito desejado.
Com a ampliação do sentido, dose para cavalo e suas variantes é o exagero na ampliação de qualquer coisa desagradável, ou mesmo aquelas que só se tornam desagradáveis com o exagero.
DAR UM LAMIRÉ
Significado: Sinal para começar alguma coisa.
Origem: Trata-se da forma aglutinada da expressão «lá, mi, ré», que designa o diapasão, instrumento usado na afinação de instrumentos ou vozes; a partir deste significado, a expressão foi-se fixando como palavra autónoma com significação própria, designando qualquer sinal que dê começo a uma actividade. Historicamente, a expressão «dar um lamiré» está, portanto, ligada à música (cf. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).
Nota: Escreve-se lamiré, com o r pronunciado como em caro.
MEMÓRIA DE ELEFANTE
Significado: Ter boa memória; recordar-se de tudo.
Origem: O elefante fixa tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atracções do circo.
LÁGRIMAS DE CROCODILO
Significado: Choro fingido.
Origem: O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima.
NÃO PODER COM UMA GATA PELO RABO
Significado: Ser ou estar muito fraco; estar sem recursos.
Origem: O feminino, neste caso, tem o objectivo de humilhar o impotente ou fraco a que se dirige a referência. Supõe-se que a gata é mais fraca, menos veloz e menos feroz em sua própria defesa do que o gato. Na realidade, não é fácil segurar uma gata pelo rabo, e não deveria ser tão humilhante a expressão como realmente é.
MAL E PORCAMENTE
Significado: Muito mal; de modo muito imperfeito.
Origem: «Inicialmente, a expressão era "mal e parcamente". Quem fazia alguma coisa assim, agia mal e eficientemente, com parcos (poucos) recursos.
Como parcamente não era palavra de amplo conhecimento, o uso popular tratou de substituí-la por outra, parecida, bastante conhecida e adequada ao que se pretendia dizer. E ficou " mal e porcamente", sob protesto suíno.»(1)
(1) in A Casa da Mãe Joana, de Reinaldo Pimenta, vol. 1 (Editora Campus, Rio de Janeiro)
JÁ A FORMIGA TEM CATARRO
Significado: Diz-se a quem pretende ser mais do que é, sobretudo dirigido a crianças ou inexperientes.
FAZER TIJOLO
Significado: Morrer.
Origem: Segundo se diz, existiu um velho cemitério mouro para as bandas das Olarias, Bombarda e Forno do Tijolo. O almacávar, isto é, o cemitério mourisco, alastrava-se numa grande extensão por toda a encosta, lavado de ar e coberto de arvoredo.
Após o terramoto de 1755, começando a reedificação da cidade, o barro era pouco para as construções e daí aproveitar-se todo o que aparecesse.
O cemitério árabe foi tão amplamente explorado que, de mistura com a excelente terra argilosa, iam também as ossadas para fazer tijolo. Assim, é frequente ouvir-se a expressão popular em frases como esta: 'Daqui a dez anos já eu estou a fazer tijolo '.
in 'Dicionário de Expressões Correntes' ; Orlando Neves
FILA INDIANA
Significado: enfiada de pessoas ou coisas dispostas uma após outra.
Origem: Forma de caminhar dos índios da América que, deste modo, tapavam as pegadas dos que iam na frente.
ANDAR À TOA
Significado: Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.
Origem: Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está "à toa" é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar.
EMBANDEIRAR EM ARCO
Significado: Manifestação efusiva de alegria.
Origem: Na Marinha, em dias de gala ou simplesmente festivos, os navios embandeiram em arco, isto é, içam pelas adriças ou cabos (vergueiros) de embandeiramento galhardetes, bandeiras e cometas quase até ao topo dos mastros, indo um dos seus extremos para a proa e outro para a popa. Assim são assinalados esses dias de regozijo ou se saúdam outros barcos que se manifestam da mesma forma.
CAIR DA TRIPEÇA
Significado: Qualquer coisa que, dada a sua velhice, se desconjunta facilmente.
Origem: A tripeça é um banco de madeira de três pés, muito usado na província, sobretudo junto às lareiras. Uma pessoa de avançada idade aí sentada, com o calor do fogo, facilmente adormece e tomba.
FAZER TÁBUA RASA
Significado: Esquecer completamente um assunto para recomeçar em novas bases.
Origem: A tabula rasa, no latim, correspondia a uma tabuinha de cera onde nada estava escrito. A expressão foi tirada, pelos empiristas, de Aristóteles, para assim chamarem ao estado do espírito que, antes de qualquer experiência, estaria, em sua opinião, completamente vazio. Também John Locke (1632 1704), pensador inglês, em oposição a Leibniz e Descartes, partidários do inatismo, afirmava que o homem não tem nem ideias nem princípios inatos, mas sim que os extrai da vida, da experiência. «Ao começo», dizia Locke, «a nossa alma é como uma tábua rasa, limpa de qualquer letra e sem ideia nenhuma. Tabula rasa in qua nihil scriptum. Como adquire, então, as ideias? Muito simplesmente pela experiência.»
AVE DE MAU AGOURO
Significado: Diz-se de pessoa portadora de más notícias ou que, com a sua presença, anuncia desgraças.
Origem: O conhecimento do futuro é uma das preocupações inerentes ao ser humano. Quase tudo servia para, de maneiras diversas, se tentar obter esse conhecimento. As aves eram um dos recursos que se utilizava. Para se saberem os bons ou maus auspícios (avis spicium) consultavam-se as aves. No tempo dos áugures romanos, a predição dos bons ou maus acontecimentos era feita através da leitura do seu voo, canto ou entranhas. Os pássaros que mais atentamente eram seguidos no seu voo, ouvidos nos seus cantos e aos quais se analisavam as vísceras eram a águia, o abutre, o milhafre, a coruja, o corvo e a gralha. Ainda hoje perdura, popularmente, a conotação funesta com qualquer destas aves.
VERDADE DE LA PALISSE
Significado: Uma verdade de La Palice (ou lapalissada / lapaliçada) é evidência tão grande, que se torna ridícula.
Origem: O guerreiro francês Jacques de Chabannes, senhor de La Palice (1470-1525), nada fez para denominar hoje um truísmo. Fama tão negativa e multissecular deve-se a um erro de interpretação.
Na sua época, este chefe militar celebrizou-se pela vitória em várias campanhas. Até que, na batalha de Pavia, foi morto em pleno combate. E os soldados que ele comandava, impressionados pela sua valentia, compuseram em sua honra uma canção com versos ingénuos:
"O Senhor de La Palice / Morreu em frente a Pavia; / Momentos antes da sua morte, / Podem crer, inda vivia."
O autor queria dizer que Jacques de Chabannes pelejara até ao fim, isto é, "momentos antes da sua morte", ainda lutava. Mas saiu-lhe um truísmo, uma evidência.
Segundo a enciclopédia Lello, alguns historiadores consideram esta versão apócrifa. Só no século XVIII se atribuiu a La Palice um estribilho que lhe não dizia respeito. Portanto, fosse qual fosse o intuito dos versos, Jacques de Chabannes não teve culpa.
Nota: Em Portugal, empregam-se as duas grafias: La Palice ou La Palisse.
TER OUVIDOS DE TÍSICO
Significado: Ouvir muito bem.
Origem: Antes da II Guerra Mundial (l939 a l945), muitos jovens sofriam de uma doença denominada tísica, que corresponde à tuberculose. A forma mais mortífera era a tuberculose pulmonar.
Com o aparecimento dos antibióticos durante a II Guerra Mundial, foi possível combater esta doença com muito maior êxito.
As pessoas que sofrem de tuberculose pulmonar tornam-se muito sensíveis, incluindo uma notável capacidade auditiva. A expressão «ter ouvidos de tísico» significa, portanto, «ouvir tão bem como aqueles que sofrem de tuberculose pulmonar».
COMER MUITO QUEIJO
Significado: Ser esquecido; ter má memória.
Origem: A origem desta expressão portuguesa pode explicar-se pela relação de causalidade que, em séculos anteriores, era estabelecida entre a ingestão de lacticínios e a diminuição de certas faculdades intelectuais, especificamente a memória.
A comprovar a existência desta crença existe o excerto da obra do padre Manuel Bernardes "Nova Floresta", relativo aos procedimentos a observar para manter e exercitar a memória: «Há também memória artificial da qual uma parte consiste na abstinência de comeres nocivos a esta faculdade, como são lacticínios, carnes salgadas, frutas verdes, e vinho sem muita moderação: e também o demasiado uso do tabaco».
Sabe-se hoje, através dos conhecimentos provenientes dos estudos sobre memória e nutrição, que o leite e o queijo são fornecedores privilegiados de cálcio e de fósforo, elementos importantes para o trabalho cerebral. Apesar do contributo da ciência para desmistificar uma antiga crença popular, a ideia do queijo como alimento nocivo à memória ficou cristalizada na expressão fixa «comer (muito) queijo».
ACORDO LEONINO
Significado: Um «acordo leonino» é aquele em que um dos contratantes aceita condições desvantajosas em relação a outro contratante que fica em grande vantagem.
Origem: «Acordo leonino» é, pois, uma expressão retórica sugerida nomeadamente pelas fábulas em que o leão se revela como todo-poderoso.
QUE MASSADA*!
Significado: Exclamação usada para referir uma tragédia ou contra-tempo.
Origem: É uma alusão à fortaleza de Massada na região do Mar Morto, Israel, reduto de Zelotes, onde permaneceram anos resistindo às forças romanas após a destruição do Templo em 70 d.C., culminando com um suicídio colectivo para não se renderem, de acordo com relato do historiador Flávio Josefo.
PASSAR A MÃO PELA CABEÇA
Significado: perdoar ou acobertar erro cometido por algum protegido.
Origem: Costume judaico de abençoar cristãos-novos, passando a mão pela cabeça e descendo pela face, enquanto se pronunciava a bênção.
GATOS-PINGADOS
Significado: Tem sentido depreciativo usando-se para referir uma suposta inferioridade (numérica ou institucional), insignificância ou irrelevância.
Origem: Esta expressão remonta a uma tortura procedente do Japão que consistia em pingar óleo a ferver em cima de pessoas ou animais, especialmente gatos. Existem várias narrativas ambientais na Ásia que mostram pessoas com os pés mergulhados num caldeirão de óleo quente. Como o suplício tinha uma assistência reduzida, tal era a crueldade, a expressão "gatos pingados" passou a denominar pequena assistência sem entusiasmos ou curiosidade para qualquer evento.
METER UMA LANÇA EM ÁFRICA
Significado: Conseguir realizar um empreendimento que se afigurava difícil; levar a cabo uma empresa difícil.
Origem: Expressão vulgarizada pelos exploradores europeus, principalmente portugueses, devido às enormes dificuldades encontradas ao penetrar o continente africano. A resistência dos nativos causava aos estranhos e indesejáveis visitantes baixas humanas. Muitas vezes retrocediam face às dificuldades e ao perigo de serem dizimados pelo inimigo que eles mal conheciam e, pior de tudo, conheciam mal o seu terreno. Por isso, todos aqueles que se dispusessem a fazer parte das chamadas "expedições em África", eram considerados destemidos e valorosos militares, dispostos a mostrar a sua coragem, a guerrear enfrentando o incerto, o inimigo desconhecido. Portanto, estavam dispostos a " meter uma lança em África".
QUEIMAR AS PESTANAS
Significado: Estudar muito.
Origem: Usa-se ainda esta expressão, apesar de o facto real que a originou já não ser de uso. Foi, inicialmente, uma frase ligada aos estudantes, querendo significar aqueles que estudavam muito. Antes do aparecimento da electricidade, recorria-se a uma lamparina ou uma vela para iluminação. A luz era fraca e, por isso, era necessário colocá-las muito perto do texto quando se pretendia ler o que podia dar azo a " queimar as pestanas".



