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quarta-feira, 4 de setembro de 2019
A concentração de poder em 5 capítulos
Metade da sociedade, a que paga a conta, é confrontada com a desigualdade de oportunidades, a degradação dos serviços públicos, a estagnação económica e um peso cada vez mais esmagador dos impostos.
1. Como todos sabemos, Portugal é uma das nações mais antigas da Europa e um dos traços distintivos ao longo da sua história tem sido a recorrente concentração de poder. Temos uma tradição de contar com instituições económicas e políticas de natureza extrativa, que concentram o poder nas mãos de alguns, que focados no curto prazo, extraem o máximo de dividendos económicos, para por sua vez consolidarem e perenizarem o seu poder político. A chegada da democracia, 45 anos atrás, deveria ter permitido resolver este flagelo, mas infelizmente apenas o mitigou.
2. Comecemos pela História. A Época dos Descobrimentos foi essencialmente marcada por um Monopólio da Coroa, que recebia em primeira mão as colossais rendas resultantes do comércio colonial. Para manter o controlo destas rendas, a Coroa e a Igreja procuraram manter um domínio político absoluto, centralizando, na medida do possível, todas as decisões fundamentais.
Depois, quando em várias partes da Europa, os filósofos começavam a pensar em sistemas económicos e políticos mais inclusivos e sustentáveis, como o que viria a ficar conhecido como Democracia Liberal, Portugal continuava a insistir na velha lógica extrativa, já convertida em cultura nacional, degradando progressivamente o Império, que por altura das Invasões Francesas já era incapaz de se defender sozinho. Seguiu-se uma guerra civil, e uma sucessão de bancarrotas igualmente relacionadas à construção de infra-estruturas modernas (estradas e linhas de caminhos-de-ferro) sem sustentabilidade financeira. A decadência continuou e a monarquia foi finalmente substituída por uma República incapaz de dar resposta aos anseios da população e gerar o tão aguardado progresso. A desastrosa participação na Primeira Guerra Mundial e o decorrente caos político levaram a que o poder acabasse entregue ao Estado Novo com o seu referencial fascista. E o Dr. Salazar, juntamente com o Cardeal Cerejeira, reforçaram com zelo uma estrutura política e económica baseada em monopólios, ferozmente defensora de um status-quo económico e social que fechou o País sobre si mesmo, numa economia sem concorrência, num ambiente político asfixiante, com uma população pouco letrada e qualificada, onde muitos passavam fome, não encontrando melhor remédio que a emigração em massa.
3. Finalmente, a 25 de Abril de 1974, veio a Revolução que poria termo a 48 anos de Ditadura. Contudo a cultura extractiva adaptou-se, simplesmente mudando de protagonistas. A direita ultra-conservadora do Estado Novo foi substituída pela esquerda, que começou por ocupar a indústria e os campos alentejanos e acabou a nacionalizar praticamente todas as grandes empresas que existiam na altura, reforçando os monopólios, impondo decisões de cima para baixo, e instrumentalizando a sociedade civil para reforçar e manter o seu poder, tal como tinham feito praticamente todos os regimes políticos anteriores.
Ainda assim, a democracia que resultou do 25 de Abril de 1974 conseguiu melhorar substancialmente o nível de vida das pessoas e recentrar Portugal no espaço europeu. Mas, infelizmente o regime Democrático, que tem na sua essência o princípio da separação de poderes, não trouxe o fim a esta história.
A cultura extrativa foi-se adaptando às novas realidades e manteve-se viva nas instituições políticas, no tecido económico e social, estando à vista de todos.
4. Resultando em que do lado político temos o Estado, que continua a ser a principal fonte de financiamento no país, como se o dinheiro fosse seu, e que gere essa vantagem para ganhar eleições, focado no curto prazo, muitas vezes sem preocupação pelo crescimento e sustentabilidade da economia. Do outro lado temos uma parte da sociedade que quer extrair o máximo de recursos do Estado, sem contrapartida de mérito ou aumento da produtividade e que vota em quem der o que eles querem. Para que o extrativismo funcione é preciso alguém para pagar a conta, a fonte de dinheiro. Que primeiro foi encontrada na União Europeia e na dívida e que agora inclui também os contribuintes. O extrativismo inclui o desprezo por quem paga a conta, seja esquecendo que o dinheiro do Estado vem dos contribuintes portugueses e europeus, seja no desrespeito das boas práticas de administração dos recursos do estado, nomeadamente na extrema opacidade relativa aos processos de tomada de decisão, na produção de demasiadas leis que chegam imprecisas, incompletas ou impossíveis de aplicar, cheias de convenientes buracos que permitem a perpetuação de esquemas e a impunidade dos infractores, ou no investimento em comunicação do estado para premiar os órgãos de comunicação mais amigáveis e menos curiosos.
E enquanto esta lógica extrativa se autoalimenta, a outra metade da sociedade, a que paga a conta, é confrontada com crescente desigualdade de oportunidades, o enfraquecimento da sociedade civil, a degradação dos serviços públicos, a estagnação económica e um peso cada vez mais esmagador dos impostos.
5. Por tudo isto é fundamental continuar a reforçar a sociedade civil e limitar a concentração de poder à volta do Estado. Um dos alicerces de uma Democracia Liberal é a separação de poderes, mas para além disso, o Liberalismo defende que numa sociedade evoluída e dinâmica, o poder deve estar realmente partilhado com a sociedade civil. Esse poder deve primeiramente fluir dos cidadãos para o Estado e não exclusivamente do Estado para os cidadãos. O Estado deve servir todos os cidadãos de forma equitativa e não apenas as suas clientelas políticas, desprezando todos os outros. O Estado tem que se preocupar com os mais desfavorecidos e ajudá-los a ultrapassar momentos difíceis, e não perpetuar situações de dependência. Deve promover a meritocracia e não o carreirismo por simples antiguidade. Deve promover o dinamismo empresarial e a sã concorrência e não esmagar as empresas e os seus funcionários com impostos e leis mal feitas que aumentam os riscos e os custos. Deve ser absolutamente transparente na forma como gasta o dinheiro dos contribuintes.
Está na hora de dar mais um passo no desenvolvimento da nossa Democracia. Eu decidi lutar por um Estado mais pequeno, simples, eficiente, meritocrático, transparente e ao serviço de todos. Por isso decidi envolver-me no novo partido Iniciativa Liberal.
Que o próximo capítulo seja o último e afirme a separação de poderes e tenhamos uma sociedade, um país, onde a Liberdade e a Responsabilidade sejam uma realidade.
Paulo Chaves Alves
Membro da Iniciativa Liberal
terça-feira, 3 de setembro de 2019
As noivas do Babush
Há muito se antecipava a aproximação entre PS e PAN. Depois do PS do "animal feroz", ainda agora Costa assegurou que “a causa de sucesso desta solução governativa é que ninguém teve de engolir sapos".
É a grande novidade saída das Eleições Europeias. Depois do romance com o Bloco de Esquerda e o PCP, o PS do babush António Costa tem nova companhia para futuros flirts coligativos, o PAN. O facto dos votos no Pessoas-Animais-Natureza terem procriado como coelhos deixa o partido à espreita, qual suricata, de uma oportunidade para integrar uma coligação vindoura. Até porque em relação aos actuais parceiros de geringonça o primeiro- ministro afirmou que “Aquilo em que conseguimos convergir tem sido suficiente para uma muito boa amizade, mas insuficiente para podermos ter um casamento.” Ou seja, para já não há casório, mas BE, PCP e agora PAN são uma espécie de noivas de Santo António Costa, vá.
No entanto, a julgar pela votação alcançada domingo passado, para o PCP isto de ser uma noiva do Babush revelou-se mais parecido com ser uma noiva do Daesh. De início deve ter sido muito emocionante, sim senhor, havia aquela excitação da transgressão e do perigo e tal, mas para os comunistas, em menos de nada, tudo se transformou num resultado eleitoral verdadeiramente aterrador.
Agora, já se antecipava há muito esta aproximação entre PS e PAN. Desde logo porque inevitavelmente o PAN tem um fraquinho pelo partido outrora dirigido pelo “animal feroz”. Depois porque ainda anteontem António Costa assegurou que “a causa de sucesso desta solução governativa é que ninguém teve de engolir sapos. Acho que isto é uma qualidade importante.” Não há dúvida que o primeiro-ministro escolheu o momento exacto para destacar a importância que dá ao facto de nenhum batráquio ter sido deglutido durante a vigência da actual coligação, tocando assim fundo o coração dos militantes da defesa dos animais.
Bom, mas se é verdade que PAN, PS e BE estiveram bem neste acto eleitoral, quem esteve assombrosa foi a abstenção. O que me leva a crer que é altura de ratificar a proposta do PAN de alargar a idade de voto para os 16 anos. Aliás, para mim alargava-se a idade para os 13 anos. É sabido que a única coisa que agrada mais aos jovens destas idades do que borrifarem- se para o que os pais dizem é borrifarem-se para o que os pais dizem enquanto contrariam de propósito os seus progenitores. Ora, podendo votar, esta canalhada iria às urnas aos magotes só para provocar os pais abstencionistas. E na volta, para azucrinarem ainda mais um bocadinho, votavam em partidos que realmente apresentassem projectos para o país. Se o encontrassem no boletim.
Mas atenção, esta não é a única iniciativa inovadora do PAN. O eurodeputado eleito pelo partido, Francisco Guerreiro, é apaixonado por plogging, actividade que, dizem, consiste em recolher lixo ao mesmo tempo que se faz exercício. Lá está, isto não é mera reciclagem de detritos. É aqui que o PAN é disruptivo. Não há dúvida que o plogging também é reciclar lixo, mas é fundamentalmente reciclar terminologia laboral gasta. No meu tempo recolher lixo enquanto se fazia exercício era ser almeida. Mas não, agora vai-se a ver e é plogging.
A propósito de porcaria, o resultado eleitoral do PSD e do CDS foi aquilo a que em ciência política se convencionou designar por “bosta”. Realmente os partidos de extrema-esquerda fartaram-se de avisar para a chegada da extrema-direita. Parecia descabido, mas afinal a previsão não falhou por muito. É facto que nestas eleições não assistimos à afirmação da extrema-direita, mas pode-se afirmar que assistimos à extrema-unção da direita.
- Tiago Dores 29/5/2019,
Solidariedade com a feira do fumeiro
A greve dos motoristas de matérias perigosas já causou transtorno, designadamente sob a forma de notícias sobre o facto de a greve dos motoristas de matérias perigosas ainda não ter causado transtorno
Ilustração: João Fazenda
No momento em que escrevo, a greve dos motoristas de matérias perigosas já causou transtorno, designadamente sob a forma de notícias sobre o facto de a greve dos motoristas de matérias perigosas ainda não ter causado transtorno.
É possível que, quando este número da VISÃO for publicado, o País já esteja em pleno apocalipse energético. É possível, aliás, que este número da VISÃO não chegue a ser publicado, por falta de combustível necessário para escrever, imprimir e distribuir a revista – e, nesse caso, o leitor não conseguirá ler este texto. Aí, sim, não tenho dúvidas de que o governo enfrentará protestos sangrentos. Mas até chegarmos a essa situação de rotura, a esse ponto extremo de barbárie em que o público se vê privado das minhas baboseiras semanais, por enquanto não se passa nada. Ou melhor, já há gente que sofre, e muito. Os organizadores de festivais do caracol, feiras do fumeiro e festas do marisco, que nesta altura do ano costumam receber a visita de diligentes jornalistas estagiários, perdem a oportunidade de preencher horas de emissão dedicada aos seus certames. Quem diz certames diz iniciativas. Ou mostras. Esta costuma ser a época dos certames, das iniciativas e das mostras. E dos eventos.
Por falta de assunto, a comunicação social dedica-lhes bastante tempo de antena. Este ano, no entanto, a greve dos motoristas obscurece tudo o resto. Primeiro, porque é mais importante do que o festival do caracol; segundo, porque em princípio ninguém vai ter gasolina para ir ao festival do caracol. O problema é que, como já disse, ainda não aconteceu nada de especial. O que significa que as peças jornalísticas que estão a substituir as reportagens sobre o festival do caracol não valem um caracol. Em vez de observações concretas sobre o caracol (também ele concreto), especulações sobre o que poderá acontecer se os abastecimentos se fizerem a passo de caracol. Muito menos interessante. Mesmo que a greve dos motoristas paralise todo o País, esta cobertura intensiva dos postos de abastecimento desertos não parece uma estratégia acertada: impedidas de sair à rua por falta de gasolina, as pessoas ficam em casa a ver que as ruas estão vazias por falta de gasolina. Dá vontade de ir para longe. Infelizmente, não há gasolina.
(Crónica publicada na VISÃO 1380 de 15 de Agosto)
Museu de Salazar: uma excelente ideia
Há muito que sou favorável à criação de um Museu de Salazar. Mais precisamente, desde 1928. Creio que já nessa altura Salazar merecia um museu, onde ele pudesse figurar, devidamente empalhado, para alegria de todos
Ilustração: João Fazenda
A autarquia socialista de Santa Comba Dão deseja criar um Museu de Salazar. A iniciativa revela grandeza, porque Salazar não desejaria criar uma autarquia socialista em Santa Comba Dão.
Os amores não correspondidos são sempre comoventes. No entanto, é possível que este raciocínio não esteja correcto: se soubesse que a autarquia socialista quereria criar o Museu de Salazar, talvez Salazar não tivesse nada contra autarquias socialistas. É como se costuma dizer: o ódio nasce da ignorância, e provavelmente Salazar não gostava de socialistas apenas por não os conhecer bem.
Pessoalmente, há muito que sou favorável à criação de um Museu de Salazar. Mais precisamente, desde 1928. Creio que já nessa altura Salazar merecia um museu, onde ele pudesse figurar, devidamente empalhado, para alegria de todos. E julgo, aliás, que a ideia do Museu de Salazar peca por defeito. Devia ser criada uma grande Disneylândia do fascismo, em que os visitantes pudessem encontrar diversões tais como viver duas horas nos calabouços da PIDE, frente a um inspector munido de um martelo, ou passar uma tarde na frigideira no campo de concentração do Tarrafal; onde fosse possível denunciar amigos e conhecidos (aproveitando a experiência obtida junto do botão “denunciar”, das redes sociais), vestir a farda da bufa e fazer piqueniques em que uma sardinha dá para três. Além disso, iniciativas deste tipo resolvem um problema antigo: como taxar a estupidez? Muitas vezes se lamenta: “Ah, se a estupidez pagasse imposto…” Pois bem, cobrar bilhetes para o Museu de Salazar pode ser finalmente um modo eficaz de sacar dinheiro a idiotas.
Por outro lado, a criação do Museu de Salazar gera confusão, e eu sou um velho apreciador de confusões. Por exemplo, todos os saudosistas do Estado Novo, até aqui estridentemente receosos de que o poder socialista criasse em Portugal uma Venezuela, afinal tinham razão: por causa de um socialista, Portugal passa a ser um país em que, tal como na Venezuela, se idolatram ditadores. Não deve ser fácil, para um salazarista, ver-se na posição de ter de agradecer a um socialista uma linda homenagem ao doutor Salazar.
Do lado socialista também haverá confusão, de certeza. O PS assinalou – e bem – que a escolha de André Ventura para a autarquia de Loures era significativa do posicionamento ideológico de Passos Coelho, pelo que agora irá – até aposto – assinalar que a manutenção da confiança política no autarca de Santa Comba é significativa do posicionamento ideológico de António Costa. Também deste ponto de vista, a criação de um Museu de Salazar é extremamente pedagógica.
(Crónica publicada na VISÃO 1381 de 22 de Agosto)
António Costa, o da memória má
A questão não é os portugueses terem má memória da maioria absoluta do PS, antes é os portugueses não se lembrarem bem do que aconteceu nesse tempo. Se se lembrassem, não votariam nos mesmos marotos.
Depois de António Costa ter dito que “os portugueses têm má memória das maiorias absolutas, quer as do PSD, quer a do PS”, José Sócrates reagiu, em artigo no Expresso, confirmando que quem não se sente, não é filho de boa gente – e não há razão para achar que a gente de Sócrates não é boa, mesmo que não seja rica como na altura ele dizia para enganar os colegas, jornalistas, namoradas e papalvos em geral, que se embasbacavam com o dinheiro que um político esbanjava por Lisboa.
Sócrates entendeu as palavras de Costa como uma crítica pessoal. Mas, convenhamos, aquilo que o PM disse não é bem uma crítica a Sócrates. Criticar José Sócrates por causa da maioria absoluta é como criticar Jack, o Estripador, por ter mau hálito. Não é bem uma crítica, é um mero reparo a juntar ao rol de patifarias. Se Costa quisesse realmente criticar Sócrates, teria dito qualquer coisa como “os portugueses têm má memória do Eng. Sócrates – que, aproveito para referir, não é engenheiro – porque gamou e gamou bem”. Isso, sim, seria uma crítica digna de resposta. Mas, para isso, Costa teria de acrescentar “e eu sei bem do que falo, estava lá e vi”….
https://observador.pt/opiniao/antonio-costa-o-da-memoria-ma/
José Diogo Quintela
sexta-feira, 30 de agosto de 2019
A última Aula de um Grande Professor que desistiu de dar aulas a péssimos alunos.
”Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”
Leonardo Haberkorn, jornalista e escritor, era professor numa universidade de Montevideo. Corre na internet um artigo seu publicado em papel, em 2015, com o título "Me cansé… me rindo…", onde declara ter deixado o ensino, que antes o apaixonava, e explica porquê.
Tomámos a liberdade de o traduzir, pois, por certo, ele tocará muitos professores e directores de escolas portuguesas. Desejável é que tocasse instâncias superiores e, de modo mais alargado, a sociedade.
"Depois de muitos e muitos anos, hoje dei a última aula na Universidade.
Cansei-me de lutar contra os telemóveis, contra o whatsapp e contra o facebook. Ganharam-me. Rendo-me. Atiro a toalha ao chão.
Cansei-me de falar de assuntos que me apaixonam perante jovens que não conseguem desviar a vista do telemóvel que não pára de receber selfies.
Claro que nem todos são assim. Mas cada vez são mais
Até há três ou quatro anos a advertência para deixar o telemóvel de lado durante 90 minutos, ainda que fosse só para não serem mal-educados, ainda tinha algum efeito.
Agora não. Pode ser que seja eu, que me desgastei demasiado no combate. Ou que esteja a fazer algo mal.
Mas há algo certo: muitos desses jovens não têm consciência do efeito ofensivo e doloroso do que fazem. Além disso, cada vez é mais difícil explicar como funciona o jornalismo a pessoas que o não consomem nem vêem sentido em estar informadas.
Esta semana foi tratado o tema Venezuela. Só uma estudante entre 20 conseguiu explicar o básico do conflito. O muito básico. O resto não fazia a mais pequena ideia. Perguntei-lhes (…) o que se passa na Síria? Silêncio. Que partido é mais liberal ou que está mais à 'esquerda' nos Estados Unidos, os democratas ou os republicanos? Silêncio. Sabem quem é Vargas Llosa? Sim!
Alguém leu algum dos seus livros? Não, ninguém! Lamento que os jovens não possam deixar o telemóvel, nem na aula. Levar pessoas tão desinformadas para o jornalismo é complicado.
É como ensinar botânica a alguém que vem de um planeta onde não existem vegetais. Num exercício em que deviam sair para procurar uma notícia na rua, uma estudante regressou com a notícia de que se vendiam, ainda, jornais e revista na rua.
Chega um momento em que ser jornalista é colocar-se na posição do contra. Porque está treinado a pôr-se no lugar do outro, cultiva a empatia como ferramenta básica de trabalho.
E então vê que estes jovens, que continuam a ter inteligência, simpatia e afabilidade, foram enganados, a culpa não é só deles. Que a incultura, o desinteresse e a alienação não nasceram com eles.
Que lhes foram matando a curiosidade e que, com cada professor que deixou de lhes corrigir as faltas de ortografia, os ensinaram que tudo é mais ou menos o mesmo. Então, quando compreendemos que eles também são vítimas, quase sem darmos conta vamos baixando a guarda.
E o mau é aprovado como medíocre e o medíocre passa por bom, e o bom, as poucas vezes que acontece, celebra-se como se fosse brilhante. Não quero fazer parte deste círculo perverso. Nunca fui assim e não serei assim.
O que faço sempre fiz questão de o fazer bem. O melhor possível. E não suporto o desinteresse face a cada pergunta que faço e para a qual a resposta é o silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Eles queriam que a aula terminasse. Eu também."
“Talvez o pior de tudo isto, seja o facto de aqueles alunos irem ser Adultos amanhã, sem terem crescido nem amadurecido, cheios de Direitos, sem Deveres nem Responsabilidade… alguns até Políticos ou Governantes”
O homem precisa da Natureza para sobreviver,
mas a Natureza não precisa do homem para nada…!
Salgado, um vereador que finge sair da Câmara
O PS criou uma mini-câmara, na qual Manuel Salgado já não pretende dar o lugar a outros, mantendo-se à frente da SRU. Por algum motivo quererá sair da luz dos holofotes, mas não quer alienar o poder.
Nos últimos anos de geringonça o PS acabou com o denominado período de silly season, sem que isso seja propriamente uma boa notícia. Dos incêndios e mortes de 2017 às golas inflamáveis de 2019, percebeu-se como a incompetência, desresponsabilização e nepotismo eram as principais marcas que o socialismo trazia para o Estado.
Este ano nem Lisboa escapou. Quando o país se preparava para ir a banhos, o vereador do urbanismo de Lisboa, Manuel Salgado, anunciou a saída definitiva do lugar que ocupa, desde 2007, à frente do planeamento urbanístico lisboeta e que lhe valeu o cognome de DDT (Dono Disto Tudo).
O homem que, em mais de uma década, mandou em Lisboa, relegando Fernando Medina para um papel secundário, afirma que está na hora de dar o lugar a outros no momento em que atinge 75 anos.
Numa leitura simplista, de renovação e mudança, não deixa de ser positiva a saída do homem que está ligado a projectos urbanísticos fortemente contestados e, também, à criação do sistema de créditos de construção que, como tive oportunidade de alertar, podem e estão a ser colocados ao serviço de um péssimo planeamento da nossa cidade.
Esta saída também revela algo grave e profundo para além da avaliação do trabalho desenvolvido por Salgado. Mostra a reiterada táctica socialista de ludibriar os lisboetas, em particular aqueles que votaram no PS (apesar de suspeitar que muitos destes não se importam).
A entrevista ao Expresso não deixa espaço para dúvidas: a saída de Salgado foi planeada antes da apresentação das listas candidatas às autárquicas de 2017 e a sua sucessão está a ser premeditada desde então, o que demonstra a mentira eleitoralista dos socialistas: o homem que se candidata a vereador do urbanismo, afinal, não o será nem tem vontade de cumprir o mandato até ao fim, de resto, acordado com Medina. Ou seja, os lisboetas que votaram no PS caíram num esquema que, de resto, já faz escola em Lisboa.
Recorde-se a renúncia ao mandato do presidente da junta de freguesia de Alvalade, invocando o facto de ser chefe de gabinete do ministro das Finanças, condição essa que já usufruía quando decidiu candidatar-se. O PS quis garantir a vitória naquela freguesia e sabia que a mesma só poderia ser alcançada mantendo a mesma figura presidencial como candidato, mesmo que se traduzisse num acto premeditado de enganar o eleitorado.
A esta manipulação socialista acresce o anúncio de que o sucessor de Salgado será Ricardo Veludo. Entre o último eleito socialista e Veludo estão quatro suplentes, um deles o independente Rui Franco (Cidadãos por Lisboa) – que já tem substituído a vereadora Paula Marques – e a secretária-geral da JS, Maria Begonha. Assim, decide o PS excluir da equação dois elementos importantes para a estrutura partidária e para o movimento independente para colocar aquele que a dupla Salgado & Medina prepararam para a sucessão. Regista-se o desrespeito e a falta de transparência com os lisboetas, para que tudo fique na mesma. Porquê?
Além de Salgado deixar o pelouro do urbanismo e o planeamento delineados estrategicamente para o novo sucessor, os socialistas insuflaram a empresa municipal SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana com milhões, com mais competências, aumentando significativamente o quadro de pessoal da empresa e substituíram a anterior administração por outra onde figuram o próprio Salgado e o vice-presidente do município.
O PS criou deliberadamente uma mini-câmara, na qual Manuel Salgado já não pretende dar o lugar a outros, manifestando a intenção de manter-se à frente da SRU. Por algum motivo quer sair da luz dos holofotes, mas não pretende alienar o poder que controla na sombra.
Este modus operandi do PS, com paralelo na estrutura do Estado, não é aceitável. E muito menos o é para o futuro sadio da cidade.
O CDS reforça o desafio lançado a Salgado: se não tiver unanimidade de votos para continuar na administração da SRU não deve aceitar o cargo.
No momento que se discute o direito à habitação, fica explícito que em 12 anos de governação de Lisboa o PS não teve uma única política pública de habitação. A extinção da EPUL foi a última machadada na habitação; depois disso, só assistimos ao lançamento do falhado programa “Reabilita Primeiro, Paga Depois” e a um “Programa de Renda Acessível” (da responsabilidade de Veludo) ao qual o Tribunal de Contas não emitiu, até à presente data e com meses de espera, parecer favorável.
Não se pode esperar muito de quem, durante anos, pouco fez. E a situação é mais preocupante quando, com mais de uma década de atraso, Helena Roseta revela que António Costa, enquanto presidente da câmara, quis vender os bairros municipais sociais, o único instrumento de habitação para socorrer quem mais necessita. Que mais nos falta saber?
Aos poucos, o engodo socialista é revelado. Só cai quem quer.
Diogo Moura é presidente da concelhia de Lisboa do CDS e líder de bancada na AML
Cocóspotting
Daniel Nunes, o amigo do filho de António Costa, é um Fiscaliza Fezes. Recebe 1300 euros por mês para fazer cocóspotting. Deve ser, ao dia de hoje, dos Assinala Detritos mais bem pagos do país.
Segundo a revista Sábado, o filho de António Costa, Pedro, contratou três amigos para as Juntas de Freguesia onde exerceu (São Domingos de Benfica) e exerce actualmente (Campo de Ourique) o cargo de vereador. Um deles, Daniel Nunes, é assessor da pasta da Higiene Urbana. Pedro Costa revela que precisa do seu compincha Daniel Nunes porque: “Grande parte do trabalho deste pelouro é verificar no terreno a limpeza das ruas. Andar na rua a ver o que está limpo e o que não está. Eu não consigo dedicar-me a isso a 100%, até porque tenho outros pelouros”. Ou seja, Daniel Nunes é um Fiscaliza Fezes. Recebe 1300 euros por mês para fazer cocóspotting. Deve ser, ao dia de hoje, dos Assinala Detritos mais bem pagos do país.
Como a maioria dos portugueses, fiquei indignado por um vereador, ainda para mais filho do PM, arranjar ao amigo um emprego bem pago de Topa Bostas. Ia até fazer os sempre divertidos e oportunos jogos de palavras, tipo “filho de peixe, sabe nomear”, “quem tem filhos, tem caciques” ou “quem sai aos seus, não enjeita oportunidade de usar o poder para ajudar os amigos”. Só que, entretanto, lembrei-me que vivo em Campo de Ourique, logo, sou beneficiado por ter um Vigia Cagalhões de alto coturno a laborar na freguesia. E porque é que sei que se trata de um estupendo Detecta Entulhos? Porque é o próprio Pedro Costa que diz que o cargo é “de confiança”. Ora, se o trabalho de Indica Imundices é tão importante que necessita de ser desempenhado por alguém da confiança política do vereador, é porque é levado bastante a sério. Não é uma mera sinecura, levada à cabo por alguém que se limita a olhar distraidamente para o chão, sem a minúcia que se exige a um Aponta Resíduos de qualidade. Acima de tudo, um Visiona Vasilhames que está politicamente alinhado com o seu vereador, de modo a produzir boa análise de lixo socialista.
Se Pedro Costa tivesse de escolher, para Vislumbra Bodega, entre o seu amigo e um licenciado em Observação de Lixo, com Pós-Graduação em Manchas de Xixi no Chão e Mestrado em Pichagem de Caixas de Electricidade, mas de direita, é claro que optaria pelo camarada. Seria muito difícil trabalhar com alguém que olha para uma rua suja a partir de outro ponto de vista ideológico. Na hora de abrir o contentor, tem de haver sintonia. Se já é difícil na mesma família, quanto mais em partidos diferentes. Discuto muitas vezes com a minha mulher sobre a natureza do lixo. Coisas que eu considero estarem em bom estado, ela considera estarem em condições de ir para o caixote. E, muitas vezes, obriga-me a despi-las para deitar fora.
Apesar da relação de cumplicidade que tem de existir entre o vereador e o seu Contempla Poias, criticou-se o facto de Daniel Nunes desempenhar a função de Acha Trampa sendo apenas formado em Cultura e Comunicação. Como se fossem más habilitações para Anota Borras. A especialização em Cultura e Comunicação fornece ferramentas únicas de interpretação do lixo. Uma caminhada de Daniel Nunes pela Rua Ferreira Borges é suficiente para um relatório de 150 páginas com dados fundamentais como a dureza da água da EPAL em de Campo de Ourique (através da análise da secura das caganitas dos cães) ou os níveis de sal do pão consumido no bairro (mediante o exame da cor dos dejectos dos pombos). Daniel Nunes é responsável por uma espécie de Pordata do lixo, o Porcariadata.
É injusto dizer-se que Daniel Nunes só foi contratado por ser amigo de Pedro Costa. É evidente que não é o caso. Até porque não me parece que sejam assim tão amigos. Quem é que dá a um amigo a função de ir para a rua ver se está suja? É como o proverbial “vai lá fora ver se chove”, mas com caca em vez de água.
Agora que se descobriu a importância da função de Examina Sarros, milhares de jovens já sabem como responder às mães que os azucrinam por estarem a ver porcaria na Internet. Só têm de dizer: “Estou a preparar o meu futuro. Ver porcaria na Internet para, um dia, inscrever-me no Partido Socialista e ser bem pago a ver porcaria na rua”.
Resumindo: enquanto freguês de Campo de Ourique, aprovo a contratação deste Enxerga Sujeiras. O meu único receio é que os militantes socialistas se lembrem agora do keynesianismo e desatem a encher as ruas de lixo, só para poderem criar mais empregos para Descortina Nódoas.
José Diogo Quintela – Observador
O pulmão está na Amazónia, do cérebro nem sinal.
Está tudo tão inquieto com o alegado pulmão do mundo e não sobra nem um bocadinho de histeria para o hipotético esfíncter do planeta, de seu nome China? Curioso.
Assim como Roma teve Nero, o Brasil tem Bolsonaro. Os dois mais notáveis pirómanos da História. Nero incendiou Roma e, consta, tocou lira enquanto assistia ao fogo. De Bolsonaro não há indícios que tenha tocado fogo à Amazónia — para já, mas deixem os activistas trabalhar! –, agora a forma como incendiou as relações internacionais à conta deste tema foi espectacular. E o pódio da piromania internacional não ficaria completo sem um representante lusitano. Num honroso terceiro lugar fica o bem português Pirómano Desconhecido, em homenagem à horda de ateadores de incêndios não identificados que todos os anos provocam os fogos que indignam os portugueses. Menos, desde 2015, Catarina Martins, que enquanto é toda ela compreensão para com os fogos nacionais se indigna forte e feio com os fogos brasileiros num escandaloso assomo de intolerável xenofobia.
De entre os líderes internacionais irados com Bolsonaro a bicicleta vai para Emmanuel Macron. Perante a suposta passividade do governo brasileiro face à destruição do “pulmão do mundo que produz 20% do oxigénio do planeta” o presidente francês não escondeu a sua indignação. Já o verdadeiro motivo da indignação o estadista ocultou bem ocultado. E a revolta tem a ver de facto com oxigénio, mas apenas na medida em que Macron receia que o Brasil de Bolsonaro, tendo mais área para produzir fruta tropical da bem docinha e podendo exportá-la para a Europa, sufoque a indústria das desenxabidas pêras e maçãs gaulesas. Como sempre, são as grandes questões geopolítico-hortifrutícolas que definem o destino das nações. “Sim, pá, mas o Bolsonaro é um grunho!” É, mas as duas questões não são mutuamente exclusivas.
Além de que mesmo a ser verdade que a Amazónia produz 20% do oxigénio do planeta — não quero estragar a surpresa a quem ainda não googlou, mas sim, trata-se de um barrete de todo o tamanho — e se esse oxigénio desaparecesse todo por culpa do Bolsonaro qual era o drama? Não só não era um problema como até era bom para a saúde. Por exemplo, para uma pessoa com uma pulsação de 80 batimentos por minuto bastava treinar um bocadinho e baixar esse valor em 20% para as 64 pulsações por minuto. E pronto, gastávamos menos oxigénio, andávamos mais relaxados e ainda corríamos menos riscos de contrair problemas cardíacos. “Tudo bem, agora o Bolsonaro é uma besta, pá!” Certo, mas de que forma isso invalida o meu sagaz argumento?
Mas o mais surpreendente neste achaque internacional com o Brasil do tipo “O ar é de todos”, além do travozinho a neocolonialismo, é o óbvio preconceito orgânico que ele encerra. Então está tudo tão preocupado com a qualidade do ar e com a Amazónia, está tudo tão inquieto com o alegado pulmão do mundo e não sobra nem um bocadinho de histeria para o hipotético esfíncter do planeta, responsável por 30% do dióxido de carbono libertado para a atmosfera, de seu nome China? Curioso.
Talvez por ser mais seguro fazer bullying ao miúdo que ainda é primo afastado do que ao puto desconhecido que é especialista a passar indivíduos a ferro com um tanque no Grand Theft Auto Tiananmen e para quem Hong Kong significa Porrada Neles. “Eh pá, mas o que é inegável é que o Bolsonaro é um bronco!” Sem dúvida, embora isso em nada desvalorize este importante ponto.
Enfim, saudade para os governos de Lula da Silva. Com o Lula os fogos na Amazónia eram estupendos fogos. Eram fogos fecundos que geravam habitats com ainda mais diversidade de espécies ao permitirem que os nutrientes das plantas voltassem ao solo onde, graças ao calor gerado pelo lume, germinavam novos tipos de sementes criando assim condições benéficas para que a vida selvagem prosperasse. “Sim, sim, pá, só que o Lula é um corrupto de todo o tamanho!” Pois, lá isso é verdade.
Tiago Dores – Observador
Quem se mete com o PS leva
Os socialistas continuam a agir como se se considerassem donos naturais do regime.
23 de Fevereiro de 2016.
Em Março de 2001, o bastonário da Ordem dos Advogados, António Pires de Lima (pai do ex-ministro da Economia), criticou de forma violenta o governo socialista e a sua política de justiça, então sob o comando do ministro António Costa. Dias depois, num encontro de militantes e autarcas socialistas, um possante Jorge Coelho cunhava uma expressão que ficou para a História da política portuguesa: “Quem se meter com o PS leva!”
e recordarmos que naquela época também José Sócrates era ministro do governo de António Guterres, temos de concluir que toda uma geração de políticos socialistas levou muito a sério as palavras de Coelho, num exercício progressivamente trauliteiro que atingiu o seu apogeu no reinado do “animal feroz”. Augusto Santos Silva resumi-lo-ia de modo exemplar em 2009: “eu cá gosto é de malhar na direita”. Claro está que depois da tragédia de 2011 uma pessoa ponderada acharia que os socialistas iriam repensar o estilo e cortar na arrogância. Erro nosso. Não por acaso, António Costa sempre se recusou a seguir os passos de António José Seguro na tentativa de se afastar do legado do seu antecessor. Costa também gosta de malhar.
E assim, os tiques arrogantes perpetuam-se e os socialistas continuam a agir como se se considerassem donos naturais do regime, assumindo o desejo de tomar o Estado de assalto com espantoso despudor. Os resultados das últimas eleições colocaram o PS numa posição de fragilidade política, mas nem isso levou o governo de António Costa a ser mais prudente na sua acção. O governo passou a regoverno com um entusiasmo extraordinário, demoliu o esforço de ajustamento de quatro anos, e agora começa a atirar-se impiedosamente a todos aqueles que não prestam vassalagem ao novo poder socialista. Isto não vos faz lembrar nada?
João Miguel Tavares - Publico
quinta-feira, 29 de agosto de 2019
Lex Talionis
Origem da lei
Na verdade esse princípio não nasce com o texto bíblico, pois encontramo-lo fora da Bíblia, antes dela ter sido escrita. De fato, no Código de Hamurabi (lista de leis elaboradas por Hamurabi cerca de 1700 anos antes de Cristo) já aparece escrito que a pena para um crime é, normalmente, idêntica ao dano provocado. A pena, por exemplo, para um homicídio é a morte: se a vítima, porém, é o filho de um outro homem, será dado à morte o filho do assassino; se é um escravo, o homicida pagará uma multa, correspondente ao preço do escravo assassinado.
O nome "talião"
O termo "lei do talião" não aparece nem na Bíblia e nem no Código de Hamurabi. Deriva da expressão latina lex talionis (Lei do Talião). O termo "talião" vem do latim "talis" (tal) que significa "idêntico" ou "semelhante". Portanto a pena para os crimes aos quais se aplica essa lei não é uma pena equivalente, mas idêntica, semelhante.
Trata-se da primeira tentativa de controlar a vingança, estabelecendo uma proporção entre o dano recebido num crime e o dano produzido com o castigo.