sexta-feira, 31 de outubro de 2025

OS GOLOS ANULADOS PELO VAR. Se forem anulados por menos de 15 cms, a decisão só está certa por mero acaso.

Aquilo que um incrédulo como eu pensa, sem pestanejar — e, já agora, informa-se que o acto de pestanejar dura 100 a 400 milissegundos, ou seja, 0,1 a 0,4 segundos —, é que o universo VAR rege-se por uma física muito própria, onde a justiça se mede à régua de costureira e a verdade desportiva é desenhada a lápis óptico.

O sistema VAR trabalha com imagens captadas a 50 ou 60 fotogramas por segundo — o que significa que a cada 16 a 20 milissegundos temos uma nova imagem. Agora façamos um pequeno exercício de física primária (sim, aquela que não cabe na ficha técnica da Liga): um jogador a correr a 30 km/h percorre cerca de 17 centímetros entre dois frames. O Cristiano Ronaldo, no seu auge, sprintava a 34 lm/h. Ou seja, a incerteza temporal, só por si, pode ser bem superior a 15 cm. Mas eis que o VAR — como se fosse um oráculo digital com vista de falcão e paciência de relojoeiro — afirma com convicção que o jogador estava três centímetros adiantado. Exactamente três. Não dois, nem quatro. Três. Uma precisão que faz corar os fabricantes de microscópios.

Mas o problema não é só o tempo. É também o espaço. Para desenhar a linha de fora-de-jogo, é preciso saber exactamente em que milésimo de segundo a bola foi tocada (com um frame que pode ter variância de 20 ms), identificar a parte mais avançada do corpo do jogador atacante que pode legalmente jogar a bola (ombro? joelho? cotovelo com intenção?) e alinhar isso com o penúltimo defensor, que por acaso também está a correr, a saltar, ou a escorregar. É uma coreografia de erros sistemáticos mascarada de infalibilidade digital.

No fundo, o VAR tornou-se uma espécie de engenheiro cartógrafo em cima de um touro mecânico. Traça linhas rectas sobre jogadores curvos, determina momentos exactos em acções fluidas, e depois oferece-nos o resultado como se fosse uma epifania científica. O futebol, esse, vai aceitando. Com fé. Porque, como se sabe, três centímetros é um escândalo quando se trata de um dedo do Goykeres, mas uma irrelevância estatística quando se trata do orçamento do Benfica.

Ironia das ironias: se a Liga (e os senhores da FIFA e UEFA) tivesse vergonha, já teria assumido que um fora-de-jogo inferior a 15 centímetros é, na prática, uma ficção óptica com pretensões de exactidão matemática. 

E introduzia uma margem de erro, validando as jogadas em que essa distância (15 centímetros) se aplicasse. Mas não. Prefere-se manter o teatro da infalibilidade, como se o VAR fosse um algoritmo sacrossanto e não um operário de consola a clicar num ombro mal ampliado.

No fim, sobra uma certeza:

o VAR está para o futebol como a fita métrica está para a poesia.

Não resolve, não encanta, e raramente acerta no espírito do jogo.

Mas continua lá, à espera de outro golo de três centímetros para anular — e outro clube para "prejudicar" hoje e "beneficiar" amanhã. Com milimétrica imparcialidade.


"Estão a expulsar-nos" - Comunicação da polícia prova que gangues de imigrantes estão a criar 'no go zones' nas cidades espanholas.

Torelló, uma cidade da Catalunha, enfrenta crescente agitação social, após a divulgação de uma comunicação via rádio da polícia que revelou que os agentes locais se sentem incapazes de lidar com grupos violentos de imigrantes em determinados bairros.

A gravação, confirmada como autêntica pelas autoridades locais, mostra um polícia a explicar como foi forçado a recuar perante cerca de 25 manifestantes na Rua Sant Josep, devido à grande desvantagem numérica. "Estão a rir-se de nós", diz o polícia. "Estão a expulsar-nos. Se não nos quisermos magoar, temos que ir embora."

Os moradores afirmam que a zona se tornou um centro de brigas, intimidação e comportamentos antissociais. A gravação espalhou-se rapidamente pela comunidade, reforçando a crescente crença de que a polícia está a perder o controlo. Em resposta, os residentes organizaram um protesto em frente à câmara municipal para exigir medidas mais duras aos líderes locais.

A Conselheira de Segurança de Torelló, Elisabet Viñas, do Partido Republicano de Esquerda, confirmou a legitimidade do áudio. "A Polícia Local está a ir para lá, eles estão lá, e já os prenderam muitas vezes. As leis não são suficientemente fortes, nem a justiça é suficientemente rápida para se livrar desta gente imunda", disse ela. Viñas atribuiu o problema sobretudo aos jovens, "maioritariamente estrangeiros do Magrebe" — o norte islâmico de África — que, segundo ela, estão a ocupar apartamentos e envolvidos em assaltos.

Fontes municipais admitem que o problema se estende para além de Torelló. Por toda a Catalunha, as preocupações com a criminalidade intensificaram-se, com as estatísticas oficiais a mostrarem que os estrangeiros estão desproporcionalmente envolvidos em crimes graves. Barcelona, ​​​​capital da Catalunha, lidera agora a Espanha em assaltos violentos.

A situação em Torelló está a ser comparada às 'no go zones', extensas áreas urbanas onde a polícia luta para fazer cumprir a lei contra grandes populações de migrantes e descendentes de migrantes.

Por exemplo, em Berlim, na Alemanha, o chefe da polícia da cidade aconselhou os residentes judeus e LGBT a serem cautelosos em bairros com uma grande população árabe, afirmando que existem zonas onde estas pessoas podem não estar seguras e nas quais a polícia não consegue agir eficazmente.

No Reino Unido, a situação é mais grave ainda, com bairros inteiramente dominados por islamitas nas duas maiores cidades britânicas: Londres e Birmingham. Em França e na Suécia são comuns estas bolsas urbanas que vivem fora do âmbito legal e do quadro constitucional dos respectivos países, e onde impera a Lei da Sharia.

Em Dearborn, no Michigan, a polícia está agora a utilizar identificadores em árabe em áreas com uma grande concentração de migrantes, enquanto o xerife local discursa em árabe nas conferências de imprensa e fala com orgulho sobre a substituição dos seus efectivos por agentes de etnia árabe. A força policial de Dearborn passou de 3% para 45% de agentes muçulmanos.

https://contra-cultura.com/2025/10/28/estao-a-expulsar-nos-comunicacao-da-policia-prova-que-gangues-de-imigrantes-estao-a-criar-no-go-zones-nas-cidades-espanholas/

https://x.com/WallStreetApes/status/1972311936357511614?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1972311936357511614%7Ctwgr%5Eb9ce5d7231ecb8eaf79d7c8c8fb508410de6ef0a%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fcontra-cultura.com%2F2025%2F10%2F28%2Festao-a-expulsar-nos-comunicacao-da-policia-prova-que-gangues-de-imigrantes-estao-a-criar-no-go-zones-nas-cidades-espanholas%2F


PCP "expulsou" administrativamente dezenas de renovadores em menos de um ano.

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

A Burca e o Passaporte

Por António Barreto

A Burca e o Passaporte têm-se revelado fontes de polémica inesgotável. Com os melhores e os piores argumentos. Como giram à volta de questões nacionais e identitárias, além de religiosas e de género, são aproveitadas pelos que gostam do conflito. É bem que assim seja, pois, sob a aparência de temas menores e de oportunidade duvidosa, dizem respeito a problemas fundamentais. 

A Burca (e o Nicab) em primeiro lugar. Tudo o que se diz sobre esta armadura de encobrimento é verdade. Questão de género. De identidade. De religião. De costume. De tradição. Os homens obrigam e as mulheres gostam, detestam ou submetem-se. Tudo o que se disser da Burca é verdade. Tradição? Sim, mas detestável. Religião? Talvez, mas opressiva. Identidade? Com certeza, mas odiosa. De costume? Claro, mas repulsivo. Questão de género? Óbvio, mas execrável.

 A permissão, no Ocidente democrático, de utilização da Burca nos espaços públicos é um exemplo de abdicação, de oportunismo e de negação dos seus próprios valores. É sinal de perversão e de corrupção moral. É o medo de existir e de afirmar. É o receio de ser quem é. É a perda de solidariedade, de compaixão e de fraternidade perante mais de metade dos seres humanos.

 A Burca é um gesto de violência, de opressão, de desumanidade e de exploração das mulheres pelos homens. Couraça repressiva e sinal de propriedade dos machos ciumentos e inseguros. Instrumento de autoridade prepotente. Afirmação da condição inferior e servil das mulheres. Garantia de que a mulher é objecto de uso sexual, criada de servir e instrumento de reprodução. O Ocidente democrático não deve tolerar. Como não deve aceitar a excisão, o casamento forçado, a venda de crianças, a poligamia, a lei de Talião, a prostituição forçada, o lenocínio, a pedofilia, a tortura e a escravatura. Todos estes actos e gestos são antigos, de tradições milenares, uns de legado nacional, outros de costumes alheios. Mas a antiguidade e a tradição não justificam que se aceite hoje. Já foram banidos pelo progresso moral e político.

 A Burca contraria um princípio da sociedade democrática: a identidade pessoal. Os direitos fundamentais são humanos e individuais, não de colectividades ou de igrejas. A identidade pessoal é afirmada pelo Bilhete de Identidade. A identificação é indispensável em actos jurídicos. O voto, o casamento, a consulta médica, a inscrição na escola, o atendimento na segurança social, o recebimento de encomendas, o pagamento de deveres ou a entrada em certos locais, tudo isso depende da identificação. É na cara que se vê a identidade, confirmada por documento com fotografia. A responsabilidade é individual, quer seja no trabalho, na política, no contrato, no comportamento ou na família. Esconder a identidade de alguém é um gesto degradante para a vítima e para todos nós que somos obrigados a conviver com tal prática desumana.

 Estranho é que tanta gente bem-intencionada, tantos democratas e tanta gente de esquerda democrática esteja disponível para tolerar esta e outras práticas opressivas. Que se passa na mente de tantos democratas dispostos a negociar princípios fundamentais e valores essenciais? Muitos democratas, a começar pela esquerda democrática, portam-se mal neste caso. Não escondem a covardia. Têm uma visão oportunista das relações entre povos e nacionalidades. Têm uma inexplicável incapacidade de se mostrar a favor dos direitos das mulheres e contra o machismo, se este for obra e graça de homens do terceiro mundo. Consideram a prepotência masculina condenável entre europeus, mas aceitável entre povos africanos e asiáticos.

 É verdade que, como sustentam os envergonhados, que a Burca não é um problema de dimensão estatística importante, que não revela uma conflitualidade actual e que não é uma situação crítica em Portugal. Tais argumentos são moralmente fracos. Tal como a pornografia infantil e a violência exercida sobre mulheres, a condenação da Burca não depende da estatística, uma é uma a mais.

 Evidentemente, a direita aproveitou o tema, desencadeou uma luta inesperada e fez a maior demagogia possível. Mas acontece que tem razão em querer proibir o uso da Burca no espaço público. E a esquerda não tem razão em tolerar ou encolher os ombros. Já cerca de vinte países europeus proibiram o uso da Burca e não consta que estejam todos dominados pela extrema-direita. Ainda por cima, esta proibição, em nome dos direitos individuais e das mulheres, convém à direita, tão defeituosa nos direitos humanos e sociais. Contra a Burca, a direita faz boa figura. Por mais que custe a alguns.

 Ao mesmo tempo que a Burca (e o Nicab) discute-se a nacionalidade. Não é por acaso. Há circunstâncias actuais que favorecem essa convergência: as questões de imigração, de integração e de multiculturalismo. Portugal e a Europa, além de outros, vivem com intensidade estes problemas. A direita, no poder em Portugal, repara que esta discussão lhe pode interessar, dar vantagens, incomodar a esquerda e esconder problemas sociais e económicos. Tudo isto é conhecido. Tudo isto é real. E não há mal nisso. Acrescente-se o facto, bem percebido pela direita, de as esquerdas estarem divididas e desconfortáveis. Em poucas palavras: para as direitas, a Burca e o Passaporte podem ser trunfos nacionalistas e incómodos para as esquerdas. Estas não têm uma posição clara, uma solução de liberdade e igualdade conjugada com um princípio de identidade.

 A proposta feita pela direita portuguesa de considerar a nacionalidade como concessão ou atribuição reversível é detestável. A direita pretende retirar a nacionalidade aos naturalizados que se portem mal, que cometam certo tipo de crime, que tenham condutas penalmente reprováveis. Tudo, nesta proposta, transpira a autoridade execrável, a falta de cultura política e a sentimento narcisista de superioridade racial. A nacionalidade obtida através da naturalização não é uma mercadoria, não é um privilégio, não é uma outorga, nem é uma vantagem distribuída aos amigos ou a quem tenha dinheiro. Depois de atribuída a quem cumpre condições legais conhecidas, a naturalização cria cidadãos iguais aos naturais. Não se imagina que poderes do dia possam retirar a nacionalidade e permitam deportar. Não é aceitável que se pretenda criar dois estatutos de nacionalidade, a definitiva e a condicional.

 Contra a Burca e contra a nacionalidade reversível: eis dois combates que nos honram.

Público, 25.10.2025

Jogos sem fronteiras

Descontados casos reais de racismo e xenofobia, não era preciso ser racista ou xenófobo para prever as consequências desastrosas de um êxodo desmesurado.

25 out. 2025, Alberto Gonçalves, 'Observador'

Não duvido que o racismo e a xenofobia são um flagelo de imensas épocas e geografias. Mas no Ocidente actual um flagelo maior tem sido o medo de se ser acusado de racismo e xenofobia. Nem falo do que acontece em democracias extintas, como a do Reino Unido, em que o medo de ser detido e condenado à prisão por ténue suspeita desses males é inteiramente justificado (a cada ano, milhares de cidadãos são no mínimo interrogados por opinar na internet – leia-se por "discurso de ódio", o disfemismo em voga). Falo do ambiente nas democracias que talvez ainda mereçam o nome, e que fez com que a Europa, sobretudo a Europa, tivesse de assistir calada a uma das maiores vagas migratórias da História sem esboço de resistência ou pio.

Na verdade, houve quem piasse, e notasse que autorizar a entrada, por exemplo em Portugal, de uma quantidade de pessoas equivalente a 11% da população numa década era capaz de não ser uma medida fantástica. Além da entrada franca, boa parte dos forasteiros carregava hábitos, valores e, digamos, visões do mundo ligeiramente incompatíveis com os praticados por cá. E quando as diferenças culturais (e as pressões económicas) não são suficientes para causar problemas, a pobreza e a marginalidade em que muitos inevitavelmente caem encarregam-se do resto. Porém, os imprudentes que ousaram questionar o arranjinho viam-se de imediato insultados de "racistas" e "xenófobos", e proscritos da sociedade "decente". Donde, por receio do desterro social, os imprudentes que cedo piaram foram raros.

Hoje, com as consequências do regabofe demográfico demasiado evidentes para se poder fingir que não existem, o número dos que alertam para os perigos da imigração descontrolada subiu consideravelmente. E desceu consideravelmente o medo de que um "painel" na Sic Notícias ou um editorial do Público os chame de "racistas" e "xenófobos", embora o "painel" e o editorial continuem a não abdicar de o fazer. Em Outubro de 2025, já vemos políticos "moderados" exibir aflição com o assunto. Vemos o parlamento aprovar uma "lei da nacionalidade" e proibir a burka em locais públicos. Vemos enfim que, à direita da extrema-esquerda, que agora começa algures no PS, a constatação de que temos estrangeiros em excesso chegou ao "mainstream". De repente, quase todos piam. Infelizmente, como "Bernie" Sanders, que esta semana aplaudiu a acção de Trump na matéria, piam tarde e a péssimas horas.

Para resumir com brutalidade, o mal está feito. Apertar as regras de admissão ou de concessão da naturalização é igual a reduzir a inflação e esperar que os preços baixem. Os preços não baixam, apenas aumentam mais devagar. É o que sucederá com a imigração. E, ao contrário da imigração, os preços não são afectados por uma taxa de natalidade superior à nativa. Ou seja, a percentagem de estrangeiros só promete crescer, para felicidade dos empresários da restauração que pagam pouco, dos exploradores de trabalho clandestino e semi-escravo, e das redes de tráfego humano. A única forma de atenuar aquela percentagem é, garantem os "racistas" e "xenófobos" exaltados, a deportação. Trata-se de um exercício retórico ou de um delírio.

Por um lado, com ou sem a invocação do "humanismo" e da decência, não há fundamento legal para expulsar a esmagadora maioria dos imigrantes, que estão aqui porque formalmente os deixaram. Por outro lado, não há condições logísticas para devolver à origem a parcela de imigrantes ilegais ou cadastrados, que talvez ultrapassem os 100 mil. Por fim, não conseguimos maneira de sequer impedir que, com habilidades jurídicas pelo meio, os 38 marroquinos que em Agosto desaguaram no Algarve se espalhassem por aí. Espremidos os "processos" e as "notificações", é plausível que desde 2024 uns trezentos sujeitos foram deportados de facto. O que não muda nada.

O que havia a mudar, mudou durante a vigência do dr. Costa e dos partidos comunistas que o espaldaram na AR, período em que abriram o país ao "multiculturalismo" [sic] a fim de salvar a Segurança Social e criar extraordinárias impressões de insegurança social. Não sei se tamanha irresponsabilidade foi motivada por razões benignas, ou pela ilusão de que os imigrantes legalizados desequilibrariam a balança eleitoral para a esquerda, ou por puro desejo de caos.

Sei que sucedeu em Portugal o que sucedera na generalidade da Europa ocidental: houve alguma coisa que se partiu, uma peça encravada na engrenagem que antes permitia que a máquina, mesmo aos safanões, funcionasse. E sei que, descontados casos reais de racismo e xenofobia, não era preciso ser racista ou xenófobo para prever as consequências desastrosas de um êxodo desmesurado. E acertar na previsão. Eu, que não reconheço a função "identitária" da raça e que não tenho no sangue uma gota de patriotismo, previ e acertei.

Remédio? Não há. A título de placebo, e dada a impossibilidade de regressarmos a 2015, podíamos pelo menos enxotar os políticos e os seus avençados nos media que, por incúria, cobardia ou perversão, alinharam com sucesso na propaganda de uma ideia criminosa: a de que a alternativa às fronteiras escancaradas seriam o "racismo" e a "xenofobia". Dois ou três voos bastariam, e o dr. Costa, que entretanto se sentou no Conselho Europeu a fingir que discute os abusos migratórios, até já foi à frente.