terça-feira, 2 de março de 2021

vacinas que utilizam RNAm

Nos últimos dias tenho lido tantos disparates sobre as vacinas que utilizam RNAm que vou tentar fazer aquilo que a DGS já devia ter feito e explicar, de forma mesmo MUITO simples, como é que estas vacinas funcionam.


PONTOS PRÉVIOS:

1. O coronavírus tem uma proteína, chamada Spike, que lhe permite acoplar-se às células humanas.

2. O RNAm (o "m" é de mensageiro) é uma espécie de livro de instruções que explica às células como produzir proteínas.


A VACINA

1. Em laboratório, os cientistas criam um RNAm sintético programado para ensinar as nossas células a produzir essa proteína Spike igual à do vírus.

2. Quando somos vacinados esse RNAm começa a "ensinar" as nossas células musculares (a vacina é dada num músculo) e elas começam a produzir proteínas Spike.

3. O nosso sistema imunitário reconhece as proteínas Spike como invasoras e começa a produzir anticorpos e células T para as eliminar.

4. As proteínas Spike são eliminadas pelo nosso sistema imunitário, o RNAm que nos foi injectado destrói-se (tem uma vida bastante curta) e nós ficamos com o nosso sistema imunitário apto a combater uma infecção por coronavírus.


OUTROS DADOS IMPORTANTES:

1. Nas vacinas convencionais o que é injectado no nosso corpo é o próprio vírus bastante enfraquecido ou morto. Claramente as vacinas com RNAm são uma vantagem uma vez que nenhum vírus nos é inoculado e a pequena parte dele que é replicada é produzida por nós próprios.

2. O grande problema em relação a esta vacina é não sabermos ainda quanto tempo esta imunidade dura. Sabemos que estamos protegidos enquanto o nosso sistema imunitário se lembrar como eliminou as proteínas Spike. Poderão ser seis meses, um ano, ou muito mais. Mas isso só saberemos com o tempo.

3. Para quem fica paranóico por ser injectado com RNAm sintético, lembrem-se que se forem infectados por coronavírus ele vos deixa lá o RNA dele TODINHO. Não só um bocadinho para produzir uma proteína específica mas o raio do RNA todo.

4. Isto não tem nada a ver com ADN. Zero. Nicles. O nosso ADN cá vai continuar. Os morenos vão continuar morenos. Os bonitos vão continuar bonitos. E os negacionistas da ciência vão continuar burros que nem uma porta.

Pronto, espero que a explicação (bastante simplificada) tenha sido perceptível. E também espero que a DGS e o MS se encarreguem de explicar isto aos portugueses, de preferência com uma linguagem simples e acessível e com um bom comunicador a transmitir a mensagem.

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