sexta-feira, 6 de março de 2020
Impasse da OPEP acentua queda do petróleo
futuro local do Aeroporto de Alcochete.
O futuro local do aeroporto onde, há mais de vinte e cinco anos, se fez a maior concentração de TT, na europa.
A minha filha Rita, que foi comigo a essa concentração, de pé no estribo do meu Patrol…
Carnaval em Espanha - 1
fui brindado com umas coreografias muito bonitas, na minha viagem carnavalesca, aos "nuestros hermanos"
Ordens profissionais batem o pé à intenção do PS lhes tirar poder
Esta preocupação governamental se for seria é bem vista, pois as ordens, são autênticos grupos de interesses e benefícios, para alguns. São salazarentos nos princípios. Ordem dos Médicos - 1938; Ordem dos Engenheiros - 1936; Ordem dos Advogados - 1926; Ordem dos Médicos Dentistas - 1998; Ordem dos Enfermeiros - 1998; Ordem dos Economistas - 1988; e a cereja no topo é Ordem dos Notários - 2015!
Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, Ordem dos Arquitectos, Ordem dos Médicos Dentistas, Ordem dos Despachantes Oficiais, etc..
CNOP, Conselho Nacional das Ordens Profissionais foi fundada para quê?!
A regulação das profissões??? O ministério da educação e o do ensino superior servem para quê? Os órgãos que controlam o respeito pelas leis laborais servem para quê? Quem define as politicas no país, são os deputados e os governos ou são as ordens, com os seus particulares interesses? Os trabalhadores tem sindicatos para os defender, e as leis do país e das convenções internacionais, em que Portugal está assente!
Alguém já sede ao trabalho de analisar os milhões de euros que entram nestas ordens anualmente, e onde ele é gasto?
“O processo ainda nem começou mas tudo aponta para que se o PS levar avante a intenção de reformar o quadro legal das ordens profissionais abra unta frente de guerra com estas entidades. A generalidade dos bastonários ouvidos pelo Negócios. mesmo que na expectativa po ir propostas concretas, mostra reticências face a uma das poucas medidas preconizadas pela troika durante a ir ter‘ção externa que não saiu cia gaveta. 11á uma semana, o Público avançou, citando a líder parlamentar. socialista, Ana Catarina Mendes, que o PS vai lançar um debate acerca do poder das ordens profissionais para "ver como pode o parlamento conseguir uma regulação mais justa". A deputada Constança Urbano no de Sousa, coordenadora do grupo de trabalho fo >rmado na bancada do PS Lara avaliara questão. precisa que o objectivo passa por "definir os requisitos para o exercício e acesso às actividades profíssionais e avaliaraté qt te ponto existem restrições desproporcionais que não fazem sentido". O processo lera início tio próximo dia O de março com a audição do Conselho Nacional das ordens Profissionais (C NO P) e da Autoridade da Cone( >rrencia (AdC). cujo relatório e propostas de alterações legislativas às profissões liberais autorreguladas serve de base ao ) debate lançado pelo 1'S. E termina em finais
de abril.
com a apresentação das conclusões do debate e eventuais propos tas legislativas. Constança Urbano de Sousa considera que o relatório da AdC "identifica unia série de constrangin len tos limitativos do acesso e forma como as profissões são exercidas, possivelmente motivado Is pelo interesse c< )rporat ivo". E antecipa, portanto. que este "trabalho preparatório poderá conduzir a alterações legislativas que eliminem restrições que não laçam sent ido do ponto de vista do interesse público. que selam desproporcionais mobiet ivo c que Ia - cilitem o acesso de jovens a prolls sões regulamentadas.
Ordens arrasam AdC )rlando Monteiro, presidente& CNOP, parte para a discussão com vontade de "contribuir para alienar a autorregulação das ordens profissionais", porém mostra-se crítico quanto ao relatórioda Ade. "É um relatório ideológico. que segue uma cartilha de regulação que não se adapta à realidade portuguesa. Arriscamo-nos a desqualificar totalmente estas profissões-, avisa. Certo é que para o líder do CN(..)P este tema está longe de ser uma prioridade. "A autorregulação pelas ordens é í to essencial adequada e eficaz". acrescento avisai ido con t ra "a tentação do controlo político das ordens, que anda por aí". Cont reunião mareada com os deputados do l'S para 9 de março. obastonário da Ordem dos advogados fala em "miosoginias Ida AdC] altamente radicais, que pretendem uma desregulação de todos os setores regulados". Contunden te. Luís Menezes Leitão afiança que qualquer tentativa de legislação no> sentido da desregulação terá a "mais veemente oposição)" do is advogados.
"Defenderemos sempre a exclusividade das sociedades de advogados contra a mistura com profissionais de outras áreas que não tenham de respei taro mesmo códigodeontológico", afiança 1\ lenezes 1..ei tão. Na mesma linha, o bastonário da ( )rdem dos Engenheiros. CarI< ).s Alberto >Aires, considera ql R' as propostas da MC "põem em causa uma séde de princípios que têm conferido confiança aos cidadãos em relação às ordens-. "O que o relatório diz é que qualquer pessoa pode praticar atos de engenharia. Isto leva a libedização ao limite e também ao descrédito e a insegurança dos cidadãos", acusa o líder dos engenheiros at fites de ensaiar uma possível explicação) para esta iniciativa: "as ordens são) muitas vezes uma voz incómoda". Já José Carlos Resende, lias - t(>nário da ( )Riem elos Solicitadores e Agentes de Execução. mesmo temendo que os pressupostos delendidos pela AdC possam levar a uma "desregu lação ext rema e à perda de qualidade nos serviços prestados pelos profissionais", admite "que se possam melhorar os mecanismos". Mais cauteloso), o bastonário da Ordem elos Médicos, Miguel Guimarães, nota que é "o C N( que está a o )ordenar o processo" e que, nesta fase, ainda se está a tentarperceberoalcancedaquilOo que serão as propostas e o interesse dos deputados do f'S". Numa posição distinta face a outras ordens, á que médio assim enfermeiros ou psicologos, ficam, em grande medida. de fora das alterações sugeridas pela:MC, N liguei Guimarães assegura que a ()rdem dos Médio; "está solidária com as outras ordens". (O líder dos médicos mostrou-se especialmente preocupado CO1O a necessidade de corrigir uma afirmação feita pela líder parlamentar socialista. que, ao Público, disse que a Ordem dos Médicos "tem de ser ouvida e determina a contratação de médicos no Serviço Nacional de Saúde". "1;', falso", assegura Guimarães.
P5 quer evitar guerra, mas... Constança Urbano de sousa frisa que os deputados do PS não partem para a discussão "única e exclusivamente assentes no relató rio da AdC". Por isso mesmo fárã( um conjunto de audições - tão alargado". que inclui 12 ordens, o C NOP, o próprio Orgã( ) público responsável por 1n vera c'oncowrencia e ainda várias associações representantes de estudantes e de algumas categorias profissionais. Cot] tudo, a deputada social ista frisa que a avaliação da AdC "não pode ser metida na gaveta" e. quanto à possibilidade de unia eventual contenda com as ordens. sublinha que tal cenário. sendo "ainda prematuro, dependerá da boildade das posições assumidas". "Se ha requisitos absolutamente desproporei(mais e as or (lens, p‹ )1- interesse meramente corporativo, os queiram manter, então isso não (leve servir de obstáculo", avisa a ex-ministra.
04-03-2020 jornal de negócios. DAVID SANTIAGO dsantiago@negocios.pt
quarta-feira, 4 de março de 2020
Oito espécies vitais para a Terra que não podemos perder.
1. Abelhas
Não é segredo que as abelhas são vitais para o planeta, e foram, inclusive, declaradas a espécie mais importante na Terra pela Royal Geographic Society, um instituto de geografia do Reino Unido. Como os principais polinizadores do mundo, elas são fundamentais no ciclo de vida de muitas espécies de plantas. Também dependemos delas para cerca de 70% dos grãos que ingerimos.
2. Formigas
Embora comuns, as formigas são outro inseto que não devemos negligenciar. Elas podem ser encontradas em todos os continentes, exceto na Antártida, e cumprem uma variedade de papéis, desde a circulação de nutrientes no solo até a dispersão de sementes e a ingestão de outros insetos. Atualmente, os cientistas estudam os possíveis impactos das mudanças climáticas nas colônias de formigas.
3. Fungos
Eles não são plantas, animais, micróbios ou protozoários, e às vezes são descritos como o "quinto reino da vida na Terra". Os fungos podem ser encontrados na água, no solo e no ar, e atuam essencialmente como recicladores de nutrientes naturais do planeta, sendo que algumas espécies podem até mesmo absorver metais nocivos como mercúrio e digerir polímeros (plástico).
4. Fitoplâncton
É difícil expressar o quão importante são esses microrganismos para a vida na Terra. Por um lado, eles produzem cerca de dois terços do oxigênio atmosférico do planeta. Sem eles, a quantidade de oxigênio livre seria bem menor, criando um ambiente muito desconfortável. Além disso, eles são a base da cadeia alimentar nos ecossistemas marinhos.
5. Morcegos
O que bananas, baobás e tequila têm em comum? Todos dependem de morcegos para polinização e regulação de insetos. Em todo o mundo, diferentes espécies de morcegos preenchem um nicho ecológico vital para garantir que certas culturas continuem prosperando. Uma população saudável de morcegos pode economizar milhões de dólares em pesticidas e é um sinal importante de um ecossistema em equilíbrio.
6. Minhocas
A minhoca é tão importante para a biosfera da Terra que costuma ser chamada de "engenheira do ecossistema". Elas arejam e enriquecem o solo ao reciclar material orgânico - e, é claro, ocupam um lugar indispensável na cadeia alimentar. Apesar de fundamentais para muitos ecossistemas, diversas espécies de minhocas estão ameaçadas por processos de desmatamento.
7. Primatas
Como nossos parentes biológicos vivos mais próximos, os primatas oferecem muitas informações sobre a biologia humana. Eles também são vitais para a biodiversidade e são uma espécie fundamental em muitas florestas tropicais, servindo como "jardineiros" ao dispersar sementes.
8. Corais
Frequentemente chamados de florestas tropicais do mar, os corais cumprem diversos papéis na natureza, desde servir como base para intrincadas redes alimentares até proteger litorais. Pesquisadores estimam que os recifes de coral abrigam mais de um quarto de toda a vida marinha, o que faz deles um dos mais diversos ecossistemas da Terra. Perdê-los significaria perder incontáveis espécies marinhas.
Na Suécia, o dinheiro está obsoleto. E-krona é o futuro
O Riksbank, banco central da Suécia, anunciou o lançamento de um projecto-piloto de um ano da sua proposta para o “e-krona”. O projecto usará a tecnologia de contabilidade distribuída inspirada nas blockchains que executam criptomoedas.
O dinheiro físico está a caminhar para a obsolescência na Suécia. Quase toda a gente usa uma aplicação de pagamento móvel chamado Swish. Estima-se mesmo que os comerciantes possam deixar de aceitar dinheiro até 2023.
Isto está a preocupar os banqueiros centrais do país por dois motivos. Primeiro: temem que, se a infra-estrutura de pagamento for deixada completamente para o sector privado, certos grupos poderão ser excluídos. Segundo: se as pessoas perdem a capacidade de converter o que está nas suas contas bancárias comerciais numa forma de “dinheiro” apoiado pelo governo, pode minar a sua fé no sistema monetário.
É por isso que, há alguns anos, o Riksbank começou a investigar a possibilidade de uma moeda digital apoiada pelo Estado que poderia desempenhar um papel semelhante ao que o dinheiro físico desempenha hoje.
Em declarações ao Technology Review, o economista do Riksbank, Gabriel Söderberg, argumentou que, embora as empresas privadas sejam motivadas pelo lucro, o banco central estaria focado em oferecer um bem público. O objectivo é criar um sistema de pagamento digital que seja fácil de usar e acessível a todos.
“Actualmente não há decisão sobre a emissão de uma e-krona, como uma e-krona pode ser projetada ou que tecnologia pode ser usada”, disse Söderberg. “Essa decisão é demasiado grande para um banco central, pelo menos no contexto sueco”.
Assim, para ser feita esse decisão, será preciso envolver o público sueco. De acordo com um comunicado, o projecto piloto será executado até o final de Fevereiro de 2021. Porém, poderá haver mais testes.
Pela sua saúde, baixe o tampo da sanita antes de puxar o autoclismo.
Acaba aqui a discussão sobre o tampo da sanita. A ciência explica.
A ciência alerta: deve baixar sempre o tampo da sanita antes de puxar o autoclismo. Porquê? Mais do que higiene, por motivos de saúde.
Na verdade, quando puxamos o autoclismo e deixamos o tampo para cima, os germes e a matéria fecal são lançados para o ar. O chamado 'efeito aerossol' pode chegar até aos quatro metros de altura, podendo chegar às nossas toalhas e às nossas escovas de dentes.
De facto, uma revisão de estudos de 2013, publicada no American Journal of Infection Control, afirmou que o efeito aerossol pode participar na transmissão de doenças infecciosas.
Aprenda a fazer em casa um gel antibacteriano natural.
A propagação do Covid-19 pelo mundo inteiro tem aumentado a preocupação da maioria dos indivíduos com a higiene, sobretudo quando se trata de lavar e desinfetar as mãos.
O número total de vítimas mortais do novo coronavírus supera os 3.100 e mais de 90 mil pessoas estão infetadas. Este cenário tem levado à procura - muitas vezes desenfreada - de meios de proteção contra o contágio, tais como máscaras e gel antibacteriano, que por sua vez já estão ambos esgotados na maioria das farmácias e superfícies comerciais (apesar da sua eficácia ainda ser algo controversa).
Este tipo de gel é usado para desinfetar as mãos de maneira rápida e segura, quando não é possível lavar as mãos.
E felizmente, mesmo que esteja a ter alguma dificuldade em adquirir o produto, a publicação MilanosPettacoli revela que é possível fazer um gel desinfetante caseiro, com ingredientes anti-sépticos, antibacterianos e antivirais.
Eis a receita de gel antibacteriano:
Ingredientes
- 70 ml de álcool de farmácia;
- 30 ml de água de rosas;
- 10 colheres de sopa de gel de aloe vera;
Opcional: pode adicionar 10 gotas de óleo essencial de lavanda, já que este fornece mais propriedades antibacterianas.
Preparação
- Numa tigela grande, adicione o gel de aloe vera e a água de rosas, misture até obter uma textura homogénea.
- Adicione o álcool agora e mexa mais um pouco;
- De seguida adicione o óleo essencial de lavanda, se quiser, e mexa até obter um gel uniforme;
- Despeje a preparação num frasco de modo a armazenar o gel antibacteriano e está pronto a usar!
O Tratado que mais ameaça o Ambiente
O ECT protege os investimentos e infra-estruturas das energias fósseis e nuclear;
Ao incluir o mecanismo de arbitragem ISDS, o ECT dá origem à “intimidação regulatória” dos governos ameaçados de processos, e como tal impede o avanço das energias renováveis. Isto conjuga-se com o facto de o ECT inibir os reguladores de estabelecerem distinções entre diferentes fontes de energia e de privilegiarem a eficiência energética;
O ECT destrói a protecção ambiental: para além do caso referido sobre energia nuclear na Alemanha, podemos referir o processo da Aura Energy contra a Suécia pela respectiva decisão de suspender a extracção de urânio, devido às suas implicações ambientais;
O ECT expõe o erário público a riscos incalculáveis: ao abrigo do ECT, já foram pagos pelos Estados a grandes empresas 51,6 mil milhões de dólares;
O ECT destrói as medidas governamentais para baixar o preço da energia e para o controlo público da produção ou distribuição da mesma. Vários países da Europa do Leste tiveram ameaças ou processos por tentarem reduzir os lucros das grandes empresas energéticas a fim de baixar os preços da electricidade. Por vezes a nacionalização da energia destina-se a reduzir o impacto de privatizações perniciosas, mas o ECT também não consente esta medida;
O sistema de justiça paralela conhecido por ISDS é incompatível com princípios de justiça básicos: não contempla a igualdade perante a lei, enferma de graves conflitos de interesse dos seus árbitros, etc. Além disso, anula os sistemas de justiça nacionais. Com a decisão Achmea de 2018, o Tribunal de Justiça da União Europeia pôs em cheque o ISDS, e decretou a invalidade de todos os tratados bilaterais de investimento entre todos os países membros até ao final de 2019;
Os privilégios concedidos aos investidores não têm contrapartida nos benefícios económicos que estes alegam.
Quando em 2017 Nicolas Hulot foi nomeado ministro do ambiente do governo francês, houve uma onda de optimismo entre os ambientalistas e ecologistas. Era um ambientalista de renome e os franceses acreditaram que levaria a bom porto o Acordo de Paris.
Em Agosto do mesmo ano, Hulot fez uma proposta de lei que punha fim à extracção de petróleo em todo o território francês até 2030, inclusive na Guiana francesa e na Martinica (América do Sul). Proibia que fossem renovadas as autorizações de exploração. Alguns projectos terminavam já em 2021, só uns poucos se arrastavam até 2030.
Só que a França é signatária de vários acordos internacionais de investimento e as multinacionais do petróleo e do gás natural estavam preparadas para apelar às arbitragens internacionais de investimento – e o tribunal constitucional francês começou a receber cartas ameaçando a França com o ISDS (Investor-State Dispute Settlement) , entre outras da empresa canadiana Vermilion, que produz mais de 75% do petróleo oriundo de território francês. Argumentavam que a França violaria o Tratado da Carta da Energia, ao abrigo do qual os países não podem expropriar os investidores sem pagar “compensações adequadas”. Conforme tem sido denunciado por ONGs e outras organizações cidadãs, estas indemnizações abrangem a perda dos “lucros estimados”, e é isso que as faz ascender a centenas ou milhares de milhões de euros, capazes de pôr em risco qualquer orçamento de Estado.
Assim, a lei Hulot que se seguiu (Setembro do mesmo ano) já permitia renovações dos direitos de exploração até 2040, ou seja, durante mais 23 anos… Pior que isso, depois de a lei ser aprovada, Hulot deu aval a mais explorações de petróleo que o seu antecessor!
De todos os tratados internacionais que amarram os Estados e os impedem de avançar com políticas ambientalistas, o Tratado Energético, ou Tratado da Carta da Energia (ECT), é aquele que tem dado origem a mais processos de arbitragem internacional e a multas exorbitantes para os Estados. Este tratado é incompreensível aos olhos do cidadão comum, porque limita de forma grave a soberania dos Estados nas escolhas de produção de energia, protegendo os interesses das energias fósseis e nuclear. Senão, vejamos:
– Ao tentar melhorar as condições ambientais de uma central a carvão, em 2009, a Alemanha foi ameaçada com um processo ISDS envolvendo uma indemnização de 1.260 milhões de euros, o que constrangeu o governo a deter as medidas pretendidas muito aquém do necessário e a não evitar contaminações fluvial e freática.
– O segundo processo de ISDS da Vattenfall à Alemanha foi desencadeado no ano seguinte à tragédia nuclear de Fukushima e ainda decorre, por este país pretender um abandono acelerado da energia nuclear.
– Em 2017, a Rockhopper processou a Itália por impedir a extracção de petróleo no Mar Adriático junto às suas costas, operação que alegadamente implicava riscos de poluição, desastre ambiental e tsunami.
– No outono de 2019, a Uniper (alemã) ameaçou a Holanda de ISDS, caso avance com a aprovação da lei que suspende gradualmente a produção de energia a carvão.
Poderíamos ficar horas a desfiar casos dramáticos de recurso aos mecanismos ISDS, desde a indústria farmacêutica à extracção mineira, passando pelos condomínios de luxo e pela indústria madeireira. Foi o que fizeram os Friends of the Earth International e Friends of the Earth Europe ao editarem em 2019 o Relatório “Red Carpet Courts”, que em breve será publicado também em português.
E é garantido que iremos assistir a muitas mais destas situações , à medida que os governos começarem a implementar planos para a neutralidade carbónica. Isto, a menos que ocorra um “milagre” na ronda de negociações para “modernizar” o ECT, que se seguirá à Conferência da Carta de Energia, que teve lugar no dia 10 de Dezembro, em Tirana, na Albânia.
Porque se fala em “milagre”? Porque
A “modernização do ECT” agora proposta está condenada à inutilidade, visto que não prevê a suspensão da protecção aos combustíveis fósseis nem o fim das arbitragens de investimento privadas (ISDS). Assim o entende o Corporate Europe Observatory no seu Relatório de 16/4/2014 “Still not loving ISDS: 10 reasons to oppose investors’ super-rights in EU trade deals” .
Acresce que o ECT está blindado pela cláusula que estabelece que qualquer alteração tem de ser feita por unanimidade dos países signatários, muitos dos quais são os maiores produtores ou distribuidores de energia. Alguns deles já declararam que não vêem a necessidade de rever o ECT…
Pensamos que ficou claro onde está o grande travão às políticas ambientais indispensáveis à sobrevivência neste Planeta: está nos tratados e mecanismos internacionais abrangentes que são negociados supostamente em nome das populações, em NOSSO NOME. Falámos do ECT e do ISDS, poderíamos falar do CETA, que é suposto congregar União Europeia e Canadá, e neste momento está a ser negociado o MERCOSUL, que incentiva a devastação da Amazónia para se transformar em campos de soja e pastos para bovinos.
Nos últimos 150 anos, a humanidade levou a cabo uma experiência geológica gigantesca, arrasando as florestas que protegiam os solos e retirando do subsolo os produtos geradores de energia ou riqueza: petróleo, gás natural, ouro, diamantes, cobre, etc, e agora o lítio. Essa experiência geológica tem acelerado vertiginosamente à medida que os lucros aumentam (com o crescimento das indústrias e dos países emergentes) e que a população mundial cresce. Os grandes poderes políticos e económicos nunca até hoje assumiram as suas responsabilidades pelos sofrimentos e degradação causados nos países mais pobres, que tentam em vão processá-los; às populações indígenas, que nunca pararam de desalojar e exterminar; e ao Planeta Terra, que mostra estar a chegar ao limite das capacidades para lidar com tantas agressões.
O que tentámos deixar claro nestas palavras é que não é possível o combate climático sem afrontarmos e confrontarmos as grandes empresas multinacionais, assim como os governos que cedem aos interesses delas.
26 Fev 2020 | Comércio tóxico, Outros tratados, Sistemas de resolução de litígios
TAGS: ceta, ECT, MERCOSUL, Nicolas Hulot, Notícias ISDS, Tratado Carta da Energia
A maior fazenda de telhados orgânicos da Ásia — localizada na movimentada Bangkok.
3 de Março de 2020 / Karen Frances Eng
Este telhado verde e fazenda oferecem um canivete suíço de soluções — controle de inundações, energia solar, produtos frescos, espaço verde para moradores da cidade, empregos, oportunidades de aprendizagem e muito mais - para alguns dos nossos problemas urbanos mais urgentes. O paisagista Kotchakorn Voraakhom conta-nos como funciona.
As cidades poderiam realmente ser projectadas para melhorar o meio ambiente? Bangkok, Tailândia, o paisagista Kotchakorn Voraakhom, um TED Fellow,acha que sim. Seu trabalho imaginativo desafia o pensamento predominante de que a urbanização tem que ter um impacto negativo no planeta, seja na forma de inundações devido a superfícies pavimentadas, uso excessivo de energia, biodiversidade interrompida ou o efeito ilha de calor.
Com sua empresa Landprocess,Voraakhom projectou um novo telhado verde no campus Rangsit da Universidade de Thammasat, cerca de 25 milhas ao norte do centro de Bangkok. Bangkok é extremamente vulnerável a inundações catastróficas — de fato, de acordo com o Banco Mundial, quase 40% da cidade, que é construída em um delta do rio, pode inundar anualmente até 2030, e essa situação tem sido muito agravada pela terra pavimentada e pela intensificação das estações chuvosas.
O telhado verde Rangsit é o seguimento do premiado Parque Centenário da Universidade Chulalongkorn de Voraakhom, um espaço verde de 11 acres no centro de Bangkok que pode capturar e conter um milhão de litros de água em seu lago de retenção e tanques de armazenamento e impedi-lo de submergir a cidade. (Assista a sua PALESTRA TED: Como transformar cidades afundando em paisagens que combatem enchentes.)
Como se isso não fosse impressionante o suficiente, a nova estrutura de 236.806 metros quadrados da Voraakhom — inaugurada em Dezembro de 2019 — engloba um sistema de gestão de águas inundadas e também a maior fazenda orgânica do telhado da Ásia. "Combinamos os princípios da arquitectura paisagística moderna com o conhecimento agrícola tradicional para criar um canivete suíço de soluções ambientais, integrando gestão da água, energia verde, espaço público verde e muito mais", diz Voraakhom. "Enquanto isso, até 2050, 80% da população mundial viverá nas cidades, e a água será uma mercadoria escassa. Precisamos começar a usar os espaços da cidade de forma mais eficiente para garantir uma fonte segura e sustentável de produção de alimentos."
O telhado verde, contendo uma paisagem exuberante em forma de H, parece uma colina futurista com um edifício de tijolos aninhado por baixo dele. "A colina apresenta um padrão intrincado de terraços em ziguezague de camas plantadas, levando todo o caminho até o fundo", diz Voraakhom. "Quando a água da chuva atinge o telhado, ela desce os ziguezagues cortados em suas encostas enquanto é absorvida pelo solo nas camas." O excesso de água é canalizado em quatro lagoas de retenção – com capacidade de até 3 milhões de litros no fundo do monte. "O processo reduz em 20% a velocidade de fluxo de água da chuva em 20% em comparação com um telhado de concreto normal. Isso mantém uma grande quantidade de água fora dos sistemas de esgoto, evitando que a área alagá-lo durante chuvas fortes", explica. A forma do edifício também homenageia um dos fundadores do campus, o economista Puey Ungphakorn. "'Puey' significa 'monte sob a árvore' ou 'nutrição' em tailandês", acrescenta.
Inspiradas pela tradição de cultivo de arroz da Tailândia, as estruturas de terraço foram construídas usando a antiga técnica de terra amassada e são o aceno de Voraakhom para a história agrícola do terraço de arroz. "Quando estava pensando nesse projecto, tentei pensar na arquitectura vertical combinada com uma fonte de alimento, e isso me fez pensar em terraços de arroz e colinas inclinadas na parte norte da Tailândia e esse tipo de arquitectura paisagística curvada", explica. "Há um século, essa área estava fora da parte principal da cidade de Bangkok, cheia de florestas e pântanos. Cem anos atrás, o rei Rama V decidiu dedicar esta região ao cultivo de arroz, para que a Tailândia pudesse se tornar um grande produtor de arroz para o mundo. O rei encomendou canais para controlar a água, e a região ficou conhecida como Campos de Rangsit, famosa por seus vastos campos de arroz."
A expansão urbana de cimento da cidade tomou conta ao longo do século XX, culminando em grande desenvolvimento quando Bangkok sediou os jogos asiáticos de 1998, de acordo com Voraakhom. Os campos foram escavados para acomodar centenas de milhares de pessoas. Depois, a universidade transferiu uma filial de seu campus para o local, e o comércio denso e o desenvolvimento industrial surgiram ao seu redor. "Hoje, a universidade quer demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade ambiental em sua infra-estrutura, bem como seu currículo, e eu queria trazer a paisagem agrícola e a tradição de volta ao Campo Rangsit como fonte de alimento", diz ela.
O desejo de Voraakhom se tornou realidade: Rangsit Fields agora possui uma fazenda no telhado de 1,73 acres. Os terraços escalonados da cúpula estão repletos de culturas cultivadas organicamente – incluindo uma variedade tolerante à seca de arroz, e muitos vegetais e ervas indígenas, incluindo alface de folhas de carvalho vermelho e verde, beringela tailandesa, rosa verde, pimenta vermelha tailandesa, dill. "Plantamos quase 50 espécies de vegetais, ervas e arroz. Já tivemos uma rodada de colheita, e a fazenda poderá abastecer as cantinas do campus com 20 toneladas de arroz, ervas e legumes por ano, fornecendo aproximadamente 80.000 refeições", diz Voraakhom. "O desperdício de alimentos é composto para fertilizar a fazenda, e a água das lagoas de contenção é usada para as plantas de água, criando um sistema circular totalmente localizado." Como todas as plantas são cultivadas organicamente, não há poluição de pesticidas sintéticos. "A fazenda também cria um habitat para polinizadores, restaurando a biodiversidade e reduz a necessidade de transporte de alimentos, contribuindo para a saúde ambiental e também para a vida saudável", diz.
A fazenda serve como uma sala de aula ao ar livre e uma fonte de empregos locais, também. Os funcionários contratados pela universidade cuidam das culturas, e os agricultores oferecem oficinas sobre agricultura sustentável, permacultura e nutrição como parte do currículo de sustentabilidade da universidade. "Estudantes e membros da comunidade são convidados a participar da semeadura sazonal, colheita e assim por diante", diz Voraakhom. "A agricultura é uma parte crucial do património do nosso país. A fazenda urbana está treinando uma nova geração de agricultores orgânicos com habilidades reais. Também promove um senso de comunidade."
Não só o prédio oferece um pedaço de verde na cidade, como é abastecido por energia verde. Integrados ao projecto do telhado, painéis fotovoltaicos instalados no topo do monte geram 500.000 watts de electricidade por hora. Isso é usado para alimentar o edifício, incluindo as bombas de água que puxam a água para cima das lagoas de contenção para irrigar as culturas durante a estação seca. Graças ao resfriamento passivo embutido, há menos necessidade de ar condicionado intensivo em energia: o telhado trabalha para isolar o edifício do calor. Enquanto isso, brisas soprando através das lagoas de contenção esfriam o ar antes de entrar no prédio. "Quando o vento sopra sobre a água nas lagoas, cria um microclima que também esfria a atmosfera ao redor do edifício, ajudando a reverter o efeito da ilha de calor urbano, diz Voraakhom.
Este projecto, que custou cerca de US$ 31,6 milhões para construir e inclui o edifício de 538.196 metros quadrados por baixo, oferece uma demonstração convincente do que é possível à medida que repensamos como podemos viver e prosperar em nossas áreas urbanas. É possível construir resiliência climática - e até mesmo produção de alimentos e bem-estar comunitário - em todas as cidades futuras? Voraakhom acredita que muitos aspectos podem servir de modelo para urbanistas e arquitectos que estão se esforçando para construir cidades sustentáveis. "O telhado verde e a fazenda urbana da Universidade de Thammasat mostram como o desenvolvimento focado na resiliência climática pode talvez começar a contribuir com mais benefícios ambientais do que problemas", diz ela. "E talvez até ajudar a resolver alguns dos problemas do passado."
Todas as fotos e imagens: Landprocess.
SOBRE O AUTOR
Karen Frances Eng é uma escritora colaboradora do TED.com, dedicada a cobrir os feitos dos maravilhosos Companheiros TED. Sua plataforma de lançamento está localizada em Cambridge, Reino Unido.
terça-feira, 3 de março de 2020
Está de quarentena, e agora? Sete perguntas e respostas sobre o seu salário.
Os trabalhadores de quarentena devido ao coronavírus vão receber normalmente o salário, uma despesa que será assumida pelo Estado. Em sete perguntas e respostas, entenda como tudo vai funcionar.
Estado vai pagar os salários aos trabalhadores — do público ou do privado — que necessitem de ficar de quarentena em casa devido ao coronavírus. Este pagamento vai cobrir a totalidade dos salários e será assumido integralmente pela Segurança Social. Com dúvidas? O ECO preparou um conjunto de questões para ajudar a esclarecer algumas das interrogações à volta deste tema.
O salário é pago na totalidade ou terá cortes?
A primeira dúvida tem a ver com a parcela de salário que os trabalhadores vão receber. O salário será pago na totalidade. “Durante o período de isolamento, a remuneração será assegurada a 100%”, garantiu a ministra do Trabalho, em declarações à Rádio Observador.
Uma baixa “normal” prevê o pagamento de apenas 55% do salário (até aos 30 dias) mas, neste caso, o Governo decidiu aplicar o regime previsto para a situação de doença em que exista risco de contágio, como por exemplo nos casos de tuberculose, explicou Ana Mendes Godinho.
De acordo com o artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 28/2004, o subsídio de doença pago nestas situações pode ser de 80% ou 100%. Neste caso do coronavírus, o montante definido corresponde a 100% do salário, à excepção do subsídio de alimentação (ver próxima pergunta).
Esse montante inclui o subsídio de alimentação?
Apesar de o salário ser assegurado pela Segurança Social na sua totalidade, esse valor não incluirá o subsídio de alimentação, dado que, legalmente, este não é considerado uma retribuição. Esta regra funciona para o sector público e deverá ser replicada no sector privado. Mas até agora o Ministério do Trabalho ainda não esclareceu este ponto. Está previsto para esta terça-feira a publicação de um despacho com informações também para o sector privado.
A baixa começa a contar logo a partir do primeiro dia de quarentena?
Contrariamente a uma baixa “normal”, em que os primeiros três dias não estão cobertos por subsídio de doença, nesta situação de quarentena por coronavírus, o Estado vai assegurar o salário logo a partir do primeiro dia.
“Aplicamos a situação equivalente a situações de internamento, que permite que o pagamento seja feito a partir do primeiro dia dessa situação de isolamento, e não a partir do terceiro dia”, esclareceu a ministra do Trabalho.
E para quem ficar em casa a cuidar de filhos ou netos?
No caso de pessoas que necessitem de ficar em casa para cuidar dos filhos ou netos, ainda não se sabe como acontecerá o pagamento dos salários.
Mas, de acordo com o despacho publicado esta segunda-feira, nestes casos aplicam-se as regras da “assistência a filho, neto ou membro do agregado familiar, nos termos gerais”.
No caso dos funcionários públicos, diz o Público, os pais ou avós recebem 100% do salário, mas, no caso dos privados, está apenas prevista uma remuneração de 65% para os pais que fiquem em casa a cuidar de filhos com menos de 12 anos. Acima dos 12 anos não se paga nada. O despacho a publicar esta terça-feira pelo Governo deverá esclarecer se aqui também haverá equivalência entre as regras do público e privado.
Há um limite de dias para receber o salário na totalidade?
Sim, há um limite para o período de quarentena e, neste caso, é de 14 dias. Durante estes dias, o trabalhador recebe normalmente o salário, assegurado pela Segurança Social. Findo este período, o montante a ser pago corresponderá a uma baixa “normal”, ou seja, paga a 55% no privado e no público.
“Num momento posterior [aos 14 dias], será aplicado o regime legal previsto para a situação de doença dos trabalhadores do sector privado”, disse a ministra do Trabalho, à Rádio Observador.
Qual a diferença entre estar em teletrabalho e quarentena?
O Estado assumirá os salários dos trabalhadores que fiquem de quarentena em casa, porém, faz uma distinção entre quem trabalha a partir de casa — teletrabalho. Ou seja, neste último caso, continuará a ser a empresa a pagar o salário ao trabalho.
“Em teletrabalho não há nenhuma alteração da retribuição, porque a pessoa está a trabalhar normalmente”, salientou a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, em declarações à Lusa.
Preciso de apresentar algum tipo de comprovativo para que o Estado assuma o meu salário?
De acordo com o despacho conjunto, será necessário uma autoridade da Saúde preencher um formulário de “certificação de isolamento profiláctico”, disponível nos sites da Direcção Geral da Administração e Emprego Público e da Direcção-Geral da Saúde. Uma vez preenchido, será enviado a uma secretaria-geral no prazo máximo de cinco dias e caberá a esta enviar a informação aos serviços e organismos a que pertencem os trabalhadores num prazo máximo de dois dias úteis.
“Vai ser precisa uma declaração da autoridade de saúde a atestar a necessidade de isolamento”, alertou Ana Mendes Godinho em declarações à Rádio Observador, acrescentando que haverá a verificação destas situações para que se evitem fraudes.