terça-feira, 29 de novembro de 2022

Das Kapital, sempre! Descapitalizar, nunca!

O PCP é tão bem gerido que tinha lugar num daqueles índices bolsistas. Podia perfeitamente ser a empresa estrela do PSICOPATA-20.

29 Nov 2022, José Diogo Quintela, ‘Observador’

Estive a fazer contas e reparei que há quase 6 meses que não me alivio aqui de um pouco de anti-comunismo primário. É imenso tempo. De vez em quando, convém vazar o caixote de anti-comunismo, não vá o mais antigo começar a encrustar-se nas paredes. Depois só sai com aguarrás. Confesso que não percebo esta minha preguiça em fazer pouco de comunistas. É capaz de ser fastio. Há demasiadas razões para ser anti-comunista e eu pareço uma criança no corredor de bolachas de um supermercado (num país não comunista, claro). É tramado escolher. Por exemplo, como estamos em Novembro, posso recordar algumas façanhas do comunismo que se comemoram neste mês, como a Revolução Russa (um sucesso!), o Holodomor (idem!) ou o 25 de Novembro (não correu tão bem na altura, mas agora diz que é vintage). Além dessas efemérides, há a recente nomeação de Paulo Raimundo para vencedor das eleições para Secretário-Geral, a que se juntou a polémica em torno da sua biografia e do uso do termo “operário” para descrever um “burocrata” – o que, francamente, só escandalizou quem ainda não tinha percebido que o PCP também usa “operação” para “guerra” e “democracia” para “Coreia do Norte”.

No frenesim mediático a que Paulo Raimundo teve de se submeter para passar de “aquele desconhecido careca que é o novo boneco de ventríloquo da Comissão Política do Comité Central” para “aquele careca chamado Paulo que é o novo boneco de ventríloquo da Comissão Política do Comité Central”, destacou-se esta afirmação, no podcast “Perguntar não ofende”: “Não temos qualquer país capitalista no mundo, desde o mais pequeno ao maior, que tenha tido o objectivo concretizado de acabar com a fome. É um facto. A China, independentemente da forma como olhamos para ela, este objectivo foi traçado e foi concretizado”. Foi uma declaração que mostrou as dificuldades que Paulo Raimundo, com pouca experiência em lidar com a comunicação social, ainda tem em fazer-se entender. Houve quem achasse que Paulo Raimundo tinha dito que não havia fome na China, o que é uma crítica injusta, pois nem o mais aldrabão dos comunistas seria capaz de tentar impingir essa peta. Obviamente, o que Paulo Raimundo pretendia dizer era que a China acabou com a fome, no sentido em que já não a utiliza como ferramenta política. Essa já é uma declaração aceitável. De facto, há algum tempo que o PCC não mata de fome propositadamente. Até porque agora dispõe de outros meios mais discretos. No, fundo, a China não acabou com a fome. Deixou foi de causar a fome. Paulo Raimundo vai aprender a navegar estas subtilezas semânticas que são a base da comunicação do marxismo-leninismo.

Porém, se tiver de eleger um predilecto, não é nenhum destes temas que hoje anima o meu anti-comunismo primário. É antes esta notícia do Expresso, de dia 18: Cortes de pessoal ajudam finanças do PCP.

Trata-se de uma notícia tão favorável para o PCP, que podia perfeitamente estar no caderno de Economia. Começa logo pelo título. “Cortes de pessoal ajudam finanças do PCP” é jargão financeiro para o habitual estribilho “o capital expropria o trabalho”. Só que, desta vez, apresentado como aspecto positivo. Depois, logo a abrir, somos informados que “o PCP gastou, no ano passado, €2,6 milhões para pagar os salários dos seus funcionários, o que representa uma quebra de 17% face ao ano anterior”. Ou seja, o PCP está a despedir gente. Por outro lado, “(…) foi também graças a esta redução que as contas do PCP apresentaram, em 2021, um recorde estatístico e um saldo positivo de €1,6 milhões”. Ou seja, o PCP está a despedir gente e isso é muito bem jogado. Incrível. Está explicado porque é que o patronato nunca votaria nos comunistas para liderarem o país: os patrões querem os comunistas livres de incumbências, para os poderem contratar para as suas empresas. Uma companhia gerida pelo camarada responsável pelas contas do PCP não só dá lucro, como não tem contestação laboral.

O máximo que se ouviu a um funcionário do PCP foi, curiosamente, ao próprio Paulo Raimundo, na RTP, a lamentar o que o aumento da prestação da casa vai fazer ao seu orçamento doméstico. Recorde-se que o salário de um colaborador do PCP anda à volta dos 750 euros líquidos. Quer dizer, na realidade é um pouco menos. Segundo o Expresso, “Este ano, o partido vai mais longe e propõe, «com a mesma audácia e confiança», que os militantes entreguem «um dia de salário ao partido», a somar à quota habitual que já pagam (e que tem como referência 1% do ordenado), mais a contribuição sindical (com o mesmo valor de referência) e a obrigatória assinatura do «Avante!», que custa €64 por ano ou €65 para quem preferir a versão digital.” Ora, se um dia de salário são 34 euros (750 euros a dividir por 22 dias úteis), 1% do ordenado são 7,5 euros e a assinatura do Avante! vale 5 euros por mês, tudo somado dá 46,5 euros. Logo, na realidade, um funcionário do PCP, responsável por andar a entregar panfletos a exigir o aumento do salário mínimo para o valor digno de 850 euros, acaba por receber uns indignos 703,5 euros. Conseguir que um funcionário funcione assim é uma medida de gestão que tem de ser ensinada num daqueles MBA caros na Nova School o Business and Economics and Stuff. O CFO do PCP devia andar a fazer palestras sobre liderança motivacional. Se pensar no dízimo que pode sacar dos cachês, de certeza que o Partido não se opõe.

A mestria da gestão comunista também se vê nestes indicadores económicos: embora a redução da despesa com funcionários entre 2005 (primeiro ano da liderança de Jerónimo) e 2021 tenha sido de 41% (de 4,5 para 2,6 milhões de euros), a redução do património global do PCP no mesmo período foi de apenas 19% (de 23,3 para 18,7 milhões de euros – atenção, que estes valores são aquelas ninharias que aparecem na factura do IMI, nem sequer são os valores que se obtêm no mercado. Na realidade, estes 18 milhões devem ser alguns 180 milhões que o PCP tem em prédios). O que quer dizer que, sem levantar ondas, o PCP foi mandando malta para a rua em vez de descapitalizar um bocadinho só para preservar postos de trabalho. Aqui se vê o génio dos comunistas. Mantêm a fortuna ao mesmo tempo que correm com empregados – que, ainda por cima, são famosos por serem particularmente contestatários. Por exemplo, bastava o PCP vender um imóvel por 750 mil euros (valor patrimonial de 100 mil euros), ainda ficava com muitos milhões, e só essa operação dava para pagar a 71 funcionários durante um ano. Era muito giro, mas o que é que o Partido ganhava com isso? Assim, consegue fazer o mesmo trabalho com menos gente e, ao mesmo tempo, aumenta o número de desempregados para poder atirar à cara do Governo. É juntar o útil ao agradável.

O PCP é tão bem gerido que, se quisesse, tinha lugar num daqueles índices bolsistas, tipo NASDAQ-100 ou S&P-500. Podia perfeitamente ser a empresa estrela do PSICOPATA-20.


terça-feira, 22 de novembro de 2022

Os dias e horários de todos os jogos do Mundial 2022

De 20 Novembro a 2 de Dezembro, vai decorrer a fase de grupos do Mundial deste ano. Fique a saber, por dia, que jogos vai haver e a que horas vão acontecer

Mundial 2022 arrancou este domingo, dia 20 de Novembro, no Qatar, com o pontapé de saída da competição a ser dado no estádio Al Bayt, em Al Khor. O jogo da inauguração foi entre as seleções do país anfitrião e do Equador, mas a bola ainda vai rolar durante vários dias.

21 nov, segunda

13h Grupo B:Inglaterra-Irão (Estádio Internacional Khalifa, Al Rayyan) Sport TV
16h Grupo A: Senegal-Holanda (Estádio Al Thumama, Doha) Sport TV
19h Grupo B: Estados Unidos-País de Gales (Estádio Ahmed bin Ali, Al Rayyan) RTP 1

22 nov, terça

10h Grupo C:Argentina-Arábia Saudita (Estádio Nacional Lusail, Lusail) Sport TV
13h Grupo D: Dinamarca-Tunísia (Estádio da Cidade da Educação, Al Rayyan) Sport TV
16h Grupo C: México-Polónia (Estádio 974, Doha) Sport TV
19h Grupo D: França-Austrália (Estádio Al Janoub, Al Wakrah) SIC

23 nov, quarta

10h Grupo F: Marrocos-Croácia (Estádio Al-Bayt, Al Khor) Sport TV
13h Grupo E:Alemanha-Japão (Estádio Internacional Khalifa, Al Rayyan) RTP 1
16h Grupo E:Espanha-Costa Rica (Estádio Al Thumama, Doha) SIC
19h Grupo F: Bélgica-Canadá (Estádio Ahmed bin Ali, Al Rayyan) Sport TV

24 nov, quinta

10h Grupo G: Suíça-Camarões (Estádio Al Janoub, Al Wakrah) Sport TV
13h Grupo H:Uruguai-Coreia do Sul (Estádio da Cidade da Educação, Al Rayyan) Sport TV
16h Grupo H: PORTUGAL-Gana (Estádio 974, Doha) TVI
19h Grupo G:Brasil-Sérvia (Estádio Nacional Lusail, Lusail) RTP 1

25 nov, sexta

10h Grupo B:País de Gales-Irão (Estádio Ahmed bin Ali, Al Rayyan) Sport TV
13h Grupo A: Qatar-Senegal (Estádio Al Thumama, Doha) Sport TV
16h Grupo A: Países Baixos-Equador (Estádio Internacional Khalifa, Al Rayyan) RTP 1
19h Grupo B:Inglaterra-Estados Unidos (Estádio Al-Bayt, Al Khor) RTP 1

26 nov, sábado

10h Grupo D: Tunísia-Austrália (Estádio Al Janoub, Al Wakrah) Sport TV
13h Grupo C: Polónia-Arábia Saudita (Estádio da Cidade da Educação, Al Rayyan) Sport TV
16h Grupo: França-Dinamarca (Estádio 974, Doha) RTP 1
19h Grupo C:Argentina-México (Estádio Nacional Lusail, Lusail) TVI

27 nov, domingo

10h Grupo E: Japão-Costa Rica (Estádio Ahmed bin Ali, Al Rayyan) Sport TV
13h Grupo F: Bélgica-Marrocos (Estádio Al Thumama, Doha) RTP 1
16h Grupo F: Croácia-Canadá (Estádio Internacional Khalifa, Al Rayyan) RTP 1
19h Grupo E: Espanha-Alemanha (Estádio Al-Bayt, Al Khor) Sport TV

28 nov, segunda

10h Grupo G: Camarões-Sérvia (Estádio Al Janoub, Al Wakrah) Sport TV
13h Grupo H: Coreia do Sul-Gana (Estádio da Cidade da Educação, Al Rayyan) Sport TV
16h Grupo G: Brasil-Suíça (Estádio Nacional Lusail, Lusail) TVI
19h Grupo H: PORTUGAL-Uruguai (Estádio Nacional Lusail, Lusail) RTP 1

29 nov, terça

15h Grupo A: Países Baixos-Qatar (Estádio Al-Bayt, Al Khor) RTP 1
15h Grupo A: Equador-Senegal (Estádio Internacional Khalifa, Al Rayyan) Sport TV
19h Grupo B: País de Gales-Inglaterra (Estádio Ahmed bin Ali, Al Rayyan) Sport TV
19h Grupo B: Irão-Estados Unidos (Estádio Al Thumama, Doha) RTP 1

30 nov, quarta

15h Grupo D: Austrália-Dinamarca ( Estádio Al Janoub, Al Wakrah) RTP 1
15h Grupo D: Tunísia-França (Estádio da Cidade da Educação, Al Rayyan) Sport TV
19h Grupo C: Arábia Saudita-México (Estádio Nacional Lusail, Lusail) Sport TV
19h Grupo C: Polónia-Argentina (Estádio 974, Doha) SIC

1 dezembro, quinta

15h Grupo F: Croácia-Bélgica (Estádio Ahmed bin Ali, Al Rayyan) RTP 1
15h Grupo F: Canadá-Marrocos (Estádio Al Thumama, Doha) Sport TV
19h Grupo E: Japão-Espanha (Estádio Internacional Khalifa, Al Rayyan) RTP 1
19h Grupo E: Costa Rica-Alemanha Estádio Al-Bayt, Al Khor) Sport TV

2 dez, sexta

15h Grupo H: Coreia do Sul-PORTUGAL (Estádio da Cidade da Educação, Al Rayyan) SIC
15h Grupo H: Gana-Uruguai (15h, Estádio Al Janoub, Al Wakrah) Sport TV
19h Grupo G: Camarões-Brasil (Estádio Nacional Lusail, Lusail) RTP 1
19h Grupo G: Sérvia-Suíça (Estádio 974, Doha) Sport TV

https://visao.sapo.pt/atualidade/desporto/mundial2022/2022-11-20-os-dias-horarios-e-emissoes-de-todos-os-jogos-do-mundial-2022/

Vem dizer o quê, o vídeo?

Não vou dizer nada sobre este vídeo. Faça o favor de procurar Les Petits Chanteurs d’Asniéres rendent hommage à Serge Gainsbourg.

Não vou dizer nada sobre este vídeo. Se estiver a ler em papel, faça o favor de procurar Les Petits Chanteurs d'Asniéres rendent hommage à Serge Gainsbourg.

A gravação é de 1988. Gainsbourg morreria em 1991, com 62 anos. A canção, escolhida (e adaptada) para a homenagem, chama-se Je suis venu te dire que je m'en vais e foi escrita em 1973, depois de ele ter sofrido um enfarte.

Gainsbourg, cujos hábitos hepáticos e pulmonares sugeriam a imortalidade ou o suicídio, pensava que ia desta para melhor. Tinha 45 anos e continuava apaixonado por Jane Birkin, com quem tinha gravado, em 1969, Je t'aime... moi non plus.

Em 1973, a filha deles, Charlotte Gainsbourg, ainda era muito pequenina, tendo nascido no Verão de 1971. Foi assim que escreveu e cantou Je suis venu te dire que je m'en vais, a lembrar-se da Chanson d'automne de Verlaine, que acaba assim:

Tout suffocant

Et blême, quand

Sonne l'heure,

Je me souviens

Des jours anciens

Et je pleure;

Et je m'en vais

Au vent mauvais

Qui m'emporte

Deçà, delà,

Pareil à la

Feuille morte.

Ouvem-se os soluços de Jane Birkin ao longo da gravação, mas, segundo o jornalista Yann Plougastel, que é o especialista em Gainsbourg do Le Monde, a canção foi escrita para Françoise Pancrazzi, com quem foi casado entre 1964 e 1966, e com quem teve dois filhos.

Estes são os dados mínimos e as datas mínimas para poder situar minimamente a homenagem feita a Gainsbourg num programa muito popular da televisão francesa, com os muito populares pequenos cantores d'Asniéres.

Agora, sim, posso perguntar: qual foi a sua primeira reacção ao vídeo? E a segunda? É que é muito mais interessante saber como se reage, aqui em Portugal em 2022, do que estar a impor uma só interpretação pessoal.

Riu-se? Ficou chocado? Comoveu-se? Ou tudo ao mesmo tempo? Ou primeiro uma coisa e depois outra? Acha que seria possível hoje? Em França? E aqui em Portugal, em 1988? E nos EUA?

Tem sempre muita graça, o tempo. Resta saber qual.

Miguel Esteves Cardoso
O autor é colunista do PÚBLICO

A força do primeiro-ministro e a fraqueza das instituições

O mais interessante na polémica entre os dois Costas é aquilo que esse episódio revela da forma como o primeiro-ministro exerce o poder.

Esqueçam a árvore e olhem para a floresta. O mais interessante na polémica entre os dois Costas, a propósito do caso Isabel dos Santos, não está em saber quais as exactas palavras que saíram da boca de um ou de outro, mas aquilo que esse episódio revela da forma como o primeiro-ministro exerce o poder. Era a tese do meu último artigo: a devoção de António Costa às portas fechadas — a que ele chama “sentido de Estado” — deriva de uma opção fundamental pelo exercício informal do poder em detrimento do exercício institucional, uma prática que tem longa — e péssima — tradição na democracia portuguesa.
Foi sobre isso que prometi falar hoje, e começo por uma passagem significativa do livro de Luís Rosa, que José Manuel Fernandes lembrou na sua última
newsletter. Após os primeiros contactos com o actual primeiro-ministro, o então governador do Banco de Portugal ficou convencido, segundo escreve Luís Rosa, de que tinha diante de si “uma personalidade política muito mais interventiva” do que Passos Coelho, “com um certo perfil autoritário”, que o predispunha a “uma espécie de subordinação de instituições independentes por natureza ao comando do poder político do Partido Socialista”.
Mesmo que os dois Costas gostem tanto um do outro como Touro Sentado gostava do general Custer, o retracto dificilmente pode ser considerado injusto, porque o currículo de António Costa está aí para o provar. António Costa
recusou manter Joana Marques Vidal no cargo de procuradora-geral da República em 2018, quando ela tinha feito um trabalho extraordinário na recuperação do prestígio do Ministério Público, substituindo-a por uma PGR de perfil muito mais apagado e politicamente cauteloso. O mesmo, sem tirar nem pôr, aconteceu ao presidente do Tribunal de Contas Vítor Caldeira em 2020, substituído pelo bem mais avisado José Tavares. No Banco de Portugal, deu-se a homérica vergonha de Mário Centeno transitar directamente do Ministério das Finanças para a cadeira de governador. E não faltam exemplos de choques frontais com reguladores, como aconteceu nas telecomunicações, ou de nomeações políticas sem qualquer pudor, como no caso da energia.

Os nomes que António Costa apresentou para esses lugares não são súbditos ostensivos ou pessoas incompetentes. Mas são invariavelmente gente com “sentido de Estado”, ou seja, da sua confiança e com a justa “sensibilidade política” — aquela que Carlos Costa não teve. E isso mina as instituições que nos deveriam estar a proteger contra os abusos do poder. Sim, continua a existir alguma dose de independência na PGR, no Tribunal de Contas ou no Banco de Portugal. Mas é a dose certa. Não a excessiva. Não a incómoda. Não a dose que o país realmente precisava para as suas instituições ganharem músculo e o sistema de freios e contrapesos funcionar como devia.

É tudo gente que atende o telefone a António Costa, que escuta as suas irritações, as engole e dois anos depois não vai contar em livro. A isso ele chama “respeito institucional”. Mas não é. É apenas a institucionalização da informalidade — coisa que o primeiro-ministro adora, porque assim consolida o seu imenso poder. Problema: a diferença para uma autocracia light é apenas o carácter do primeiro-ministro e não os seus métodos. É nesse sentido que se pode dizer que a cultura socrática de domínio do Estado nunca chegou a ser desmantelada. Claro que António Costa não é José Sócrates. Mas não é porque não quer. Não é porque não possa.

João Miguel Tavares

O autor é colunista do PÚBLICO


quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Duzentos e oitenta e oito

Constituição da República Portuguesa


PARTE IV - Garantia e revisão da Constituição

TÍTULO II - Revisão constitucional

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Artigo 288.º - (Limites materiais da revisão)

As leis de revisão constitucional terão de respeitar:
              a) A independência nacional e a unidade do Estado;
              b) A forma republicana de governo;
              c) A separação das Igrejas do Estado;
              d) Os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos;
              e) Os direitos dos trabalhadores, das comissões de trabalhadores e das associações sindicais;
              f) A coexistência do sector público, do sector privado e do sector cooperativo e social de propriedade dos meios de produção;
              g) A existência de planos económicos no âmbito de uma economia mista;
              h) O sufrágio universal, directo, secreto e periódico na designação dos titulares electivos dos órgãos de soberania, das regiões autónomas e do poder local, bem como o sistema de representação proporcional;
              i) O pluralismo de expressão e organização política, incluindo partidos políticos, e o direito de oposição democrática;
              j) A separação e a interdependência dos órgãos de soberania;
              l) A fiscalização da constitucionalidade por acção ou por omissão de normas jurídicas;
              m) A independência dos tribunais;
              n) A autonomia das autarquias locais;
              o) A autonomia político-administrativa dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

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Joana Amaral Dias
Activista política

  • 12.11.2022

TÓPICOS

REFORMA CONSTITUCIONAL

Preparar-se-á um golpe de Estado em Portugal? Talvez sim. Senão, vejamos: porquê e para quê todo este afã com a revisão constitucional numa altura em que se discute o Orçamento do Estado e num ano em que o país será duramente castigado pela inflação, com a pobreza a cavar fundo e a fome a roer? Por alma de quem será a revisão da lei fundamental, neste momento, um tema prioritário? Qual é a pressa, para empregar uma das perguntas mais famosas da política nacional? Que urgência nacional está em causa, que política governativa está adiada ou comprometida? Na verdade, nenhuma, e - como parece assumido pelos partidos do centrão - trata-se sobretudo de “responder à questão dos metadados e das emergências sanitárias”. Ou seja, urgirá garantir a devassa das comunicações digitais de qualquer cidadão e que se podem impor os confinamentos e os isolamentos profiláticos sem os engulhos que, até hoje, foram aduzidos pelo Tribunal Constitucional. Numa só frase, e em bom português, trata-se de eliminar direitos fundamentais.

Repare-se que em nenhuma circunstância, mesmo que se reúnam dois terços dos deputados ou a totalidade dos parlamentares, é permitido alterar ou abolir esses mesmos direitos. O artigo 288.º da Constituição da República Portuguesa (CRP) constitui uma barreira intransponível, bloqueia em absoluto qualquer tentativa de os adulterar. A razão é simples: mexer-lhes, alterar o contemplado no artigo 24.º, é atacar o magma da democracia. Sem esses direitos não há Estado de direito e, por isso, o tal 288 não o permite em circunstância alguma. Nunca.

Antes pelo contrário. Na lei relativa aos crimes da responsabilidade de titulares de cargos políticos está previsto o “atentado contra a Constituição da República”: “O titular de cargo político que no exercício das suas funções atente contra a CRP, visando alterá-la ou suspendê-la por forma violenta ou por recurso a meios que não os democráticos nela previstos, será punido com prisão de cinco a quinze anos, ou de dois a oito anos, se o efeito se não tiver seguido.” Também se contempla o “atentado contra o Estado de direito” que se reporta à tentativa por parte de um titular de cargo político de “destruir, alterar ou subverter o Estado de direito constitucionalmente estabelecido, nomeadamente os direitos, liberdades e garantias estabelecidos na CRP, na Declaração Universal dos Direitos do Homem e na Convenção Europeia dos Direitos do Homem”. Este crime também é punido com prisão.

Portanto, quem tem a aleivosia de propor uma revisão constitucional para legalizar tudo o que até agora foi inconstitucional - como confinamentos e isolamentos - não apenas está a admitir que defendeu o fora-da-lei durante estes insanos anos Covid como está a confessar que novas crises de saúde pública serão fabricadas para adestrar cidadãos e como, por fim, está a cometer um crime: a prisão domiciliária de cidadãos saudáveis ou o impedimento da sua circulação, bem como o acesso a metadados sem dificuldades de maior, constituem uma subversão dos nossos direitos e, enquanto tal, prefiguram um golpe de Estado. Escusado será dizer que, possivelmente, o centrão a isto juntará o aumento dos poderes do PM e do PR (inclusive da duração dos seus mandatos e do poder de nomeação para reguladores e tribunais). Está visto qual é a pressa. E também está visto que ninguém nos acode. Teremos de ser mesmo nós mesmos.

Teste rápido

Na COP 27 - que corresponde a 30 anos de cimeiras que não baixaram emissões de gases com efeito de estufa -, os dirigentes vão de bicicleta e evitam comer carne importada?

Resposta: Claro que não, Frei Tomás. A sua pegada de carbono é brutal.

Autoteste

Vieira da Silva contratou o jovem Tiago porque:

1. Não tem CV nem experiência, mas tem amigos, uma vasta rede social, recurso inestimável;

2. É um prodígio, um portento, um génio que irá revelar-se em breve;

3. Isso não interessa. Chega de invejas;

4. Já é maior de idade;

5. A Mariana também chegou lá sabemos nós como.

Antigénio

O problema não é o secretário de Estado Miguel Alves. O problema é mesmo o próprio António Costa, que o recrutou conhecendo o seu perfil e as suspeitas. Um PM sem ética e sem deontologia é o quê?

Progénio

Há funcionários judiciais que, perante a falta de papel nos tribunais (que nem para imprimir mandados de captura existe), vão mesmo à rua comprar folhas para permitir “o normal funcionamento das instituições”. Haja quem.

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Comentário Pessoal ao artigo.

Um dos objectivos prioritários dos REGIMES PODRES é a retirada de direitos fundamentais aos cidadãos e a sua concentração nos detentores ocasionais do PODER.

O problema não é o secretário de Estado Miguel Alves. O problema é mesmo o próprio António Costa, que o recrutou conhecendo o seu perfil e as suspeitas. Um PM sem ética e sem deontologia é o quê?

Quando o PS e o PSD entendem ser uma prioridade, transferir para a esfera do PODER, o direito fundamental dos cidadãos a não serem confinados ou ‘internados’, o REGIME ESTÁ PODRE.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Como António Costa tem posto as mãos no sector bancário

Expresso
Diogo Cavaleiro

Jornalista

O primeiro-ministro foi responsável por uma reconfiguração dos bancos nacionais nos últimos anos

Houve leis alteradas para desbloquear os impasses accionistas em bancos portugueses, casos do BCP e do BPI, ou para facilitar contratações para a administração, exemplo da CGD. António Costa surgiu em eventos sobre temas de que o governo antecessor se afastava, dando a cara pela resolução do Banif e pela venda do Novo Banco.

Até houve ensaios para se poder vir a afastar Carlos Costa da liderança do Banco de Portugal, e foi para governador que António Costa nomeou um ministro que ao seu lado esteve no Conselho de Ministros durante quatro anos.

Na prática, foi com António Costa no poder – e também com a sua intervenção – que a CGD ganhou músculo e passou a pagar bem aos administradores, que o BCP ganhou a Fosun como maior acionista, que o Santander cresceu com o Banif (e depois o Popular), que o Novo Banco passou para a Lone Star, que o BPI ficou só nas mãos do CaixaBank, que a Associação Montepio (dona do banco com o mesmo nome) resolveu (mesmo que temporariamente) a situação que a atirava para um desequilíbrio preocupante.

Assim passaram anos de Governo de António Costa e da sua relação com a banca, um sector que agora o levará aos tribunais por considerar que Carlos Costa ofendeu o seu bom nome.

Esta é uma passagem do livro “O Governador”, escrito pelo jornalista Luís Rosa e onde constam memórias de Carlos Costa, ex-governador, sobre os 10 anos que esteve à frente do Banco de Portugal, entre 2010 e 2020, e que é apresentado esta terça-feira, 15 de novembro.

A passagem refere-se a uma carta enviada por António Costa ao Banco Central Europeu (BCE) e à Comissão Europeia em dezembro de 2015, que o ex-governador diz ter precipitado o trágico fim do Banif. E mostra um primeiro-ministro que logo naquela altura, mal tinha tomado posse, assumia a banca como um sector onde tinha “preocupações”: não só o Banif, como o Novo Banco, que tinha passado por um concurso de venda que falhara.

AS RESOLUÇÕES

No caso do Banif, no fim de 2015, foi António Costa que disse que a resolução, com divisão do banco em três e venda da parte saudável ao Santander, era, “no quadro das soluções [então] possíveis, a que melhor defende o interesse nacional”.

Foi também o primeiro-ministro que deu a cara, ao lado do ministro das Finanças, Mário Centeno, pela decisão de venda do Novo Banco à Lone Star, em março de 2017: “O Banco de Portugal decidiu a venda ao investidor norte-americano Lone Star”, disse, referindo que o fez porque ficaram salvaguardadas “três condições fundamentais” definidas pelo Governo.

O Governo de António Costa assumiu um papel que Passos Coelho e a sua ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, sempre recusaram, dizendo que tudo o que era relativo ao BES e à resolução bancária era decidido pelo Banco de Portugal (exceto a disponibilização de verbas públicas).

RETIRAR AMARRAS À CGD

Mas a intervenção do Executivo não se ficou por aqui, porque foram as alterações legislativas que acabaram por resolver muitos dos problemas que existiam na banca.

Foi em março de 2017 que ficou concluída a capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), cuja negociação começara no verão anterior. Uma capitalização que permitiu a limpeza dos seus ativos tóxicos e hoje em dia possibilita apresentar os maiores lucros do sector e anunciar dividendos recorde.

Para isso, em julho de 2016, quando já queria contratar António Domingues, vindo do BPI, o Governo de António Costa teve de alterar o Estatuto do Gestor Público para dali retirar a CGD: só assim conseguiria pagar remunerações mais elevadas, sem terem de estar associadas ao salário do primeiro-ministro, ou ao lugar de origem do contratado (o que criava distorções nas administrações). Foi este diploma que depois pôs quase a sair do Governo o então ministro das Finanças, Mário Centeno, por desentendimentos sobre o acordo com Domingues relativamente à entrega de declarações de património e rendimento dos gestores.

Curiosamente, quando criou o Banco Português de Fomento, em 2020, o Governo de Costa e o seu antigo ministro Pedro Siza Vieira quiseram pôr o banco sob as amarras salariais do Estatuto do Gestor Público. A instituição acabou por ficar liberta dessas amarras este ano, porque o Executivo não conseguia contratar para a administração da entidade.

DIPLOMA BPI

Recuando à CGD, alterou-se a lei para favorecer os seus salários, mas antes já tinha havido uma experiência. Em abril de 2016, o Governo de Costa, com Mário Centeno nas Finanças (e Ricardo Mourinho Félix ao seu lado), já tinha publicado um diploma para tentar resolver um impasse acionista no BPI.

O banco tinha um limite aos direitos de voto, aquilo a que se chama a blindagem dos estatutos, que impedia um acionista de votar com mais de 20% dos votos, mesmo que tivesse capital acima dessa percentagem, como acontecia com os espanhóis do La Caixa/CaixaBank, que, tendo maior peso no capital, votavam praticamente com o mesmo poder de Isabel dos Santos, segunda maior acionista.

Depois de uma tentativa de compra falhada dos espanhóis, o Governo fez uma lei que determinava que a cada cinco anos os bancos têm de rever a blindagem de estatutos (e, nessa decisão, sem que se aplicasse os limites de votos).

Essa lei foi um passo para permitir ao BPI eliminar o limite aos estatutos (que colocava entraves a ofertas públicas de aquisição) e para resolver a necessidade ditada pelo BCE de reduzir o seu peso em Angola, onde tinha o Banco de Fomento Angola. Foi também uma negociação difícil com a investidora angolana Isabel dos Santos, num jogo de compensações que nunca foi totalmente claro (chegou a ser noticiada uma linha de crédito do CaixaBank a Angola, que depois acabou por nunca ser executada).

No programa “O Princípio da Incerteza”, transmitido no passado domingo pela CNN Portugal, o vice-presidente do BPI, António Lobo Xavier, frisou que “António Costa atravessou-se” neste processo, “interveio ativamente para desbloquear” o impasse no BPI, “contra os interesses” da filha do falecido presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.

A consideração de Lobo Xavier (tinha sido também ele uma das vozes na polémica entre Domingues e Centeno por causa da CGD) foi feita para mostrar que António Costa não estava ao serviço de Isabel dos Santos – uma resposta ao trecho do livro “O Governador”, em que Carlos Costa censura o primeiro-ministro por o ter pressionado quando quis afastar Isabel dos Santos da administração do Banco BIC (hoje conhecido como Eurobic).

Segundo relata o ex-governador, António Costa terá dito que “não se pode tratar mal a filha de um Presidente de um país amigo de Portugal”, o que foi desmentido pelo primeiro-ministro – um desmentido que já passou para a ameaça do processo judicial.

Entretanto, o Observador noticiou esta terça-feira, 15 de novembro, uma mensagem escrita do primeiro-ministro ao ex-governador em que António Costa - que recusa ter dito a frase - diz que era “inoportuno” afastar Isabel dos Santos da administração do BIC naquela altura, quando se tentava também solucionar o BPI.

O que é certo é que Isabel dos Santos, que em junho de 2016 passou para a liderança da Sonangol, não continuou administradora do Banco BIC, mas continuou sua acionista até hoje. Mesmo depois do Luanda Leaks, em 2020, a investidora mantém-se na estrutura acionista do banco, numa venda que teima em demorar a acontecer (em cima da mesa está, agora, a alienação do banco aos espanhóis do Abanca).

DIPLOMA BCP

Foi também o Governo socialista, apoiado pela “geringonça”, que ajudou a resolver a fragilidade de capital que o BCP vivia em 2016, sendo que a sua resolução foi um pouco mais tarde que no BPI, mais precisamente em setembro daquele ano.

O BCP, com ações a valerem muito pouco (na casa dos cêntimos), queria fundir títulos, e a chinesa Fosun, que era já a dona da Fidelidade, queria investir no banco, com várias condições, uma delas precisamente a fusão de ações do BCP.

Só que para haver certezas jurídicas sobre esse reagrupamento de ações, foi preciso aprovar um diploma. O Governo de António Costa fê-lo.

PRESIDENTE INTERVENTIVO

Em todas as matérias, também Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, teve um papel relevante, nem que fosse em matéria de calendário – por exemplo, no caso do BCP, aprovou o diploma governamental em 24 horas. No caso da CGD, a intervenção foi até mais evidente.

O Governo sempre foi recusando intervenções diretas (desde logo porque não pode fazer leis com um destinatário específico), dizendo que os diplomas tinham alcances para lá dos bancos em causa, mas a verdade é que ficou claro que foram esses diplomas que abriram as portas do controlo exclusivo do BPI aos catalães do CaixaBank e que permitiram à Fosun assumir-se como principal acionista do BCP.

OS CRÉDITOS AO MONTEPIO

Foi também no Governo de António Costa que se deu uma complexa operação fiscal e contabilística na Associação Mutualista Montepio Geral, a dona do Banco Montepio, que também a tirou de uma situação de desequilíbrio.

Uma decisão interna da equipa de António Tomás Correia foi o pretexto para que a entidade deixasse de ser isenta em sede de IRC – e tal passo, validado pelo Fisco, criou um grande balão de oxigénio que levou à constituição de créditos fiscais que engrossaram os seus ativos, dando força aos capitais próprios enfraquecidos.

O QUE NÃO ACONTECEU: BAD BANK E A REFORMA

O envolvimento no sector foi ainda mais além, mas também nem tudo foi concretizado. O Executivo de António Costa quis desenhar uma solução com um banco “mau”, que ficasse com os ativos tóxicos dos bancos comerciais, mas foi contra as exigências da Comissão Europeia – houve depois uma plataforma que pretendeu a renegociação com credores comuns dos principais bancos, que não correu bem.

Costa entrou com tanta vontade de mudar o sector que logo quis promover uma reforma da supervisão financeira. Foi muita promessa de mudança, que depois acabou por demorar anos a ser elaborada, e esbarrou nos prazos da Assembleia da República - e o Governo não insistiu.

O AFASTAMENTO QUE NUNCA ACONTECEU

Ao longo do seu mandato, o Governo foi criticando Carlos Costa, o primeiro governador com quem coexistiu, e que, embora tivesse sido inicialmente convidado pelo Governo socialista de José Sócrates, em 2010, não contou com o apoio do PS na sua recondução, em 2015, por decisão do Governo então liderado por Pedro Passos Coelho.

António Costa era contra a manutenção de Carlos Costa, depois da derrocada do BES e das dúvidas levantadas sobre a supervisão bancária, e o Executivo foi de vez em quando levantando dúvidas sobre a sua atuação.

Ricardo Mourinho Félix, que era então secretário de Estado das Finanças e está hoje no Banco Europeu de Investimentos (de onde tinha vindo Carlos Costa em 2010), chegou a acusá-lo de cometer uma “falha grave” de informação, devido aos últimos dias de vida do Banif, sendo que uma “falha grave” é a única forma de se poder exonerar banqueiros centrais a meio dos seus mandatos. O tema da possível exoneração regressou depois por conta dos créditos polémicos da CGD (de que Carlos Costa fora administrador).

Apesar do ensaio, o Governo nunca seguiu em frente nessas considerações, e não tentou o afastamento. Mas foi uma nuvem que por ali sempre deixou.

A PROMOÇÃO DO MINISTRO

Quando Carlos Costa acabou o mandato, foi o ministro das Finanças de António Costa, Mário Centeno, que ganhou lugar na liderança do Banco de Portugal, de que era quadro. Centeno, cuja promoção interna no supervisor tinha anos antes sido travada pelo então governador, acabava por ser o seu sucessor.

Durante mais de quatro anos no Conselho de Ministros português, e depois da presidência do Eurogrupo (que junta os ministros das Finanças do euro), o primeiro responsável pelas Finanças de Costa passou a ser governador do Banco de Portugal e a ter assento no Conselho do BCE, que junta a comissão executiva de Christine Lagarde com todos os outros governadores da zona euro, e onde são tomadas as principais decisões monetárias, como a subida de juros - que o primeiro-ministro agora frontalmente critica.

O mundo visto da cadeira.


É SÓ CLICAR E VER O MUNDO!!!

> Velence.         https://www.youtube.com/watch?v=ka-ZgwCXKho

> Róma:           https://www.youtube.com/watch?v=DEJx0CYrDHk

> Firenze:         https://www.youtube.com/watch?v=ACplPj5CC-k

> Budapest:    https://www.youtube.com/watch?v=dZYpHr1wDmY

> Berlin:           https://www.youtube.com/watch?v=hVfBQNENS9s

> Prága:          https://www.youtube.com/watch?v=idg6vW3vXtE

> Bécs:          https://www.youtube.com/watch?v=MRI8ffYKA8c

> Salzburg:     https://www.youtube.com/watch?v=owI1QBHhbS0

> Varsó:         https://www.youtube.com/watch?v=esJ_l1b_Ni0

> Moszkva:     https://www.youtube.com/watch?v=pnN2BNrSrXY

> St.Pétervár:  https://www.youtube.com/watch?v=N3ISUUO0CSo

> Tokió:          https://www.youtube.com/watch?v=cS-hFKC_RKI

> Hongkong:   https://www.youtube.com/watch?v=72__Mdioty8

> New York:    https://www.youtube.com/watch?v=MtCMtC50gwY

> Washington:   https://www.youtube.com/watch?v=7dilTLvbHxc

> Chicago:         https://www.youtube.com/watch?v=QSwvg9Rv2EI

> San Francisco:  https://www.youtube.com/watch?v=Oo6iAxf4si0

> Los Angeles:    https://www.youtube.com/watch?v=bTvr_2v-0HI

> Las Vegas:      https://www.youtube.com/watch?v=gasI6cyjkvM

> Miami:             https://www.youtube.com/watch?v=58iT2L4VQj4

> Orlando:          https://www.youtube.com/watch?v=LfCsOwMc3hk

> Dubai:             https://www.youtube.com/watch?v=nPOO1Coe2DI

> London:           https://www.youtube.com/watch?v=45ETZ1xvHS0

> Dublin:            https://www.youtube.com/watch?v=LcKnx7I97yk

> Páris:             https://www.youtube.com/watch?v=AQ6GmpMu5L8

> Amszterdam:  https://www.youtube.com/watch?v=ey_L_VzPwEI

> Koppenhága:  https://www.youtube.com/watch?v=yHZlNfWuA7g

> Vancouver:     https://www.youtube.com/watch?v=a4d5CbK0b3A

> Toronto:          https://www.youtube.com/watch?v=7uY0Ab5HlZ0

> Montreal:        https://www.youtube.com/watch?v=poe2cLKw9ko

> Ottawa:           https://www.youtube.com/watch?v=DtW0VqNkM9U

> Quebec:          https://www.youtube.com/watch?v=XXhmblzSAeU

> Sao Paulo:       https://www.youtube.com/watch?v=mXk5-2u0kw0

> Rio de Janeiro:  https://www.youtube.com/watch?v=ieWNzZPfZzk

> Sydney:             https://www.youtube.com/watch?v=OrIDTJH2ZZM

> Melbourne:         https://www.youtube.com/watch?v=RLOsQViPLhw

> Brisbane:           https://www.youtube.com/watch?v=0Mv48ZM7gu4

> Perth:               https://www.youtube.com/watch?v=KtRsk4Bjs9s

> Adelaide:        https://www.youtube.com/watch?v=kf3_U0MLs

> Cape Town:  https://www.youtube.com/watch?v=srP7RFVdjWc

> Mexico City:  https://www.youtube.com/watch?v=GUMXv0VEtoc

A VERDADE ESCONDIDA – MAIS UMA DE QUE ‘NINGUÉM’ FALA

Mesmo que os pensionistas recebessem aumentos de 8% em Janeiro de 2023, a ‘almofada’ para responder a um défice eventual – mas nunca existente até agora – da SEGURANÇA SOCIAL – não se esgotaria até 2060.

(30.10.2022)


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A PERGUNTA QUE NINGUÉM QUER FAZER:

Porque é que desde sempre a Segurança Social dá um lucro fabuloso, ano atrás de ano?


A RESPOSTA:

Porque é mais um imposto disfarçado.

O resto…o resto, é só conversa ‘política’ para enganar o eleitor (e manter este imposto).

Já agora: Para que são os ‘impostos visíveis’ que pagamos? Não chegam para cobrir o ‘eventual’ – mas nunca existente – défice com as pensões?

‘PORCA MISERIA’!

A propósito, uma anedota que corre na Rússia:

Um russo decidiu emigrar e foi tratar de pedir o seu passaporte, tratou das papeladas todas, tirou as fotos do costume e depois foi chamado para uma entrevista.

Entrevistador: Então o senhor quer emigrar, é?

Emigrante: Sim, quero tentar a minha sorte noutro lado.

- Mas porquê? Você não gosta do nosso país?

- Não me posso queixar.

- Não me diga que você não gosta da nossa comida?

- Não me posso queixar.

- E do tempo? Você não gosta do nosso clima?

- Não me posso queixar.

- Diga lá, só aqui entre nós dois. Você não gosta dos nossos políticos?

- Não me posso queixar.

- Então se você não tem queixas de nada, porque é que quer emigrar?

- Porque lá fora eu posso queixar-me!

Carlos III não quer que André ou Harry o substituam. Até já pediu ajuda ao Parlamento britânico

Carlos III quer evitar a todo o custo ser substituído em funções pelos membros mais polémicos da sua família. O rei britânico pediu ao Parlamento que mude a Lei da Regência para que jamais o seu irmão André ou o seu filho Harry sejam chamados na sua ausência ou incapacidade. Quer, em vez disso, ver empossados os seus irmãos Ana e Eduardo.

No trono há pouco mais de dois meses, o monarca quer que os deputados alterem a designação dos conselheiros de Estado. Estes são actualmente, por lei, o cônjuge do chefe de Estado e os primeiros quatro nomes da linha sucessória que sejam maiores de 21 anos. Que é como quem diz, a rainha consorte Camila; os dois filhos do rei: William, príncipe de Gales; e Harry; o irmão André; e a filha mais velha deste, Beatriz. A lei estipula que o monarca nomeie dois dos conselheiros de Estado para o substituir quando estiver impedido de cumprir funções.

Acontece que dos actuais cinco conselheiros, só Camila e William são membros activos da família real. Seria estranho, dados os motivos para André e Harry se terem afastado, que fossem chamados a representar Carlos em actos como, por exemplo, receber credenciais de embaixadores ou assinar documentos em nome do rei.

 UM SAIU POR OPÇÃO, O OUTRO FOI OBRIGADO

Harry afastou-se por vontade própria. Aos 37 anos, vive na Califórnia com a mulher, Meghan Markle, e os filhos Archie e Lilibet, e dedica-se a iniciativas que vão de podcasts a conferências. Não abdicou de direitos dinásticos, mas foi afastado de deveres oficiais e honras militares por Isabel II.

O também duque de Sussex está prestes a lançar um livro de memórias com o título “Spare” (Suplente), que causa inquietação no palácio de Buckingham pelas revelações polémicas que possa conter. Na memória de todos estará a curta frase “As recordações podem variar” com que a agora defunta avó de Harry reagiu à entrevista que o casal deu e 2021 à apresentadora televisiva Oprah Winfrey.

Já André — 62 anos, terceiro dos quatro filhos de Isabel II — foi obrigado a sair da ribalta devido ao seu envolvimento com o abusador de menores Jeffrey Epstein, que se suicidou na prisão em 2019. O príncipe e também duque de Iorque (título a que a cidade em causa pede que renuncie) era amigo de Epstein, milionário americano.

Uma vítima das redes pedófilas montadas por este último, Virgínia Giuffre, afirmou ter sido obrigada a sexo com André quando tinha 17 anos. O príncipe negou conhecê-la, mas aparece em fotos com Giuffre, em casa de Ghislaine Maxwell, amiga comum de André e Epstein, que atualmente cumpre pena de cadeia por ter sido a recrutadora de menores depois abusadas.

André evitou ir a tribunal através de acordo extrajudicial com a acusadora, de valor não revelado, que a imprensa britânica calcula em 12 milhões de libras (13,6 milhões de euros), no ano passado. Parte do montante foi subsidiado pela fortuna pessoal da rainha. Abandonou a vida pública, perdeu honras militares e só no funeral da mãe teve licença para aparecer.

Beatriz, filha de André, não está envolvida em controvérsias, mas escolheu uma vida independente. Trabalhou em galerias de arte e faz palestras, tendo intervindo várias vezes na Web Summit, em Lisboa, sobre assuntos ligados ao cyberbullying.

NÃO FERIR SUSCETIBILIDADES

Com 74 anos feitos esta segunda-feira, Carlos é o mais velho rei de sempre a subir ao trono, pelo que a questão da substituição é pertinente. Em vez de afastar André e Harry de conselheiros de Estado, o que poderia agravar os relacionamentos já frágeis com dois parentes próximos, opta por pedir a promoção a esse estatuto dos dois irmãos que efetivamente prestam funções oficiais: Ana, Princesa Real (72 anos) e Eduardo, conde de Wessex e Forfar (58 anos).

O pedido do soberano foi “assinado pela mão de Sua Majestade”, segundo o registo parlamentar, e endereçado ao Parlamento. “Para assegurar a eficiência continuada das funções públicas quando estiver indisponível, nomeadamente quando cumpro deveres oficiais no estrangeiro, posso confirmar que ficaria muito contente se o Parlamento aceitasse um aumento do número de pessoas que podem ser chamadas a atuar como conselheiros de Estado ao abrigo dos termos da Leis de Regência de 1937 e 1953, passando a incluir a minha irmã e o meu irmão, a Princesa Real e o conde de Wessex e Forfar, ambos os quais já desempenharam esse papel”, escreve Carlos III. Durante o reinado de Isabel II, Ana e Eduardo já foram conselheiros de Estado.

A missiva régia foi lida e bem recebida na Câmara dos Lordes e na Câmara dos Comuns. “Haverá legislação relacionada com esta mensagem para a Câmara dos Comuns ponderar atempadamente”, anunciou a ministra dos Assuntos Parlamentares, Penny Mordaunt. Entre os lordes ouviram-se vivas. Carlos, que será coroado a 6 de maio na abadia de Westminster, pretende viajar a partir do próximo ano e precisará de ser substituído. Daí a urgência consensual entre palácio e Parlamento em fazer as mudanças pertinentes à lei.

expresso

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Unidades térmicas britânicas (Btu)

O que é uma unidade térmica britânica?

Uma unidade térmica britânica (Btu) é uma medida do conteúdo de calor de combustíveis ou fontes de energia. É a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de uma libra de água líquida em 1 grau Fahrenheit na temperatura em que a água tem sua maior densidade (aproximadamente 39 graus Fahrenheit).

Uma unidade térmica britânica (Btu) é aproximadamente igual à energia libertada pela queima de um fósforo.

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Um único Btu é muito pequeno em termos da quantidade de energia que uma única casa ou um país inteiro usa. Em 2021, os Estados Unidos usaram cerca de 97,33 quatrilhões de Btu de energia. Escrito, 1 quatrilhão é um 1 seguido por 15 zeros: 1.000.000.000.000.000.

Por que usar unidades térmicas britânicas?

O conteúdo de energia ou calor pode ser usado para comparar fontes de energia ou combustíveis em bases iguais. Os combustíveis podem ser convertidos de unidades físicas de medida (como peso ou volume) para uma unidade comum de medida do conteúdo de energia ou calor de cada combustível. A US Energy Information Administration (EIA) usa Btu como uma unidade de conteúdo de energia.

O EIA colecta dados sobre as quantidades físicas (volume ou peso) das fontes de energia produzidas, importadas, exportadas e consumidas. A EIA converte esses valores em equivalentes de Btu para comparar as fontes em bases iguais.

Por exemplo, os volumes físicos de combustíveis fósseis consumidos nos Estados Unidos em 2021 e equivalentes em Btu foram:

  • Petróleo — 7,22 bilhões de barris — 35,07 quatrilhões de Btu
  • Gás natural — 30,29 trilhões de pés cúbicos — 31,34 quatrilhões de Btu
  • Carvão—545,67 milhões de toneladas curtas—10,55 quatrilhões de Btu

Exemplos de factores de conversão de Btu

Fonte de energia/combustível
Unidades físicas e Btu 1

Electricidade
1 quilowatt-hora = 3.412 Btu

Gás natural
1 pé cúbico = 1.039 Btu 2
1 therm = 100.000 Btu

Gasolina
1 galão = 120.238 Btu 3

Combustível diesel
1 galão = 137.381 Btu 4

Óleo de aquecimento
1 galão = 138.500 Btu 5

Propano
1 galão = 91.452 Btu

Madeira
1 cabo = 20.000.000 Btu 6

1 Os factores de Btu são para consumo de uso final em 2021 da Revisão Mensal de Energia , Maio de 2022, excluindo madeira; dados preliminares para 2021.

2 Gás natural consumido por sectores de uso final (excepto sector de energia eléctrica).

3 Gasolina acabada de motor vendida no varejo nos Estados Unidos, incluindo o teor de etanol combustível.

4 Combustível destilado com 15 partes por milhão (ppm) de enxofre ou menos.

5 Combustível destilado com teor de enxofre de 15 ppm a 500 ppm.

6 Esta conversão é uma estimativa. Um cordão de madeira é uma unidade de volume e não leva em consideração a densidade da madeira ou o teor de umidade. O teor de calor da madeira varia significativamente com o teor de umidade.

https://www.eia.gov/

Unidades e calculadoras explicadas Calculadoras de conversão de energia

Calculadoras de energia usada nos Estados Unidos

Ver aqui: https://www.eia.gov/energyexplained/units-and-calculators/energy-conversion-calculators.php

Tem alergia a flores? Temos uma boa novidade: conheças algumas flores não alérgicas

Alergia ao pólen de algumas flores é um mal que incomoda muita gente mas estas espécies florais podem ser a solução certa.

Por Sandra M. Pinto

Cravos
Favorecem a prevenção de alergias, sendo que o que os torna seguros para os alérgicos é o fato de não possuírem pólen em abundância.

Girassóis
Alegres, brilhantes e encantadores, os girassóis são hipoalergênicos pois possuem pólen pegajoso. Essas flores exuberantes têm o poder de iluminar o ambiente e são uma excelente escolha

Orquídeas
São flores ornamentais e tropicais que impressionam. Existem diversos tipos de orquídeas, e muitas delas são perfeitas para pessoas alérgicas, pois também têm baixo teor de pólen. Variedades como Paphiopedilum, Phalaenopsis e Dendrobium são consideradas as melhores para pessoas que têm sensibilidade a cheiros.

Lírios Asiáticos
Os lírios asiáticos são uma incrível alternativa para pessoas alérgicas.

Hortênsias
Tradicionais, são muito usadas no paisagismo, pois não causam alergias respiratórias. São uma escolha popular devido à sua versatilidade e resistência. Hortênsias têm pólen pegajoso, ou seja, o pólen não se espalha no ar e não causa reações alérgicas.

Rosas
Variedades com aromas mais suaves são mais favoráveis ​​para evitar as alergias. O pólen de uma rosa é muito grande. Ou seja, é improvável que ele seja transportado pelo ar, e é por isso que as rosas não costumam causar alergias.

Tulipa
São uma opção adequada para dar para pessoas que têm alergia. Têm uma baixa quantidade de pólen.

https://foreveryoung.sapo.p

Quanto carvão há nos Estados Unidos?

A quantidade de carvão que existe nos Estados Unidos é difícil de estimar porque está enterrada no subsolo. Em 1975, o US Geological Survey (USGS) publicou a avaliação nacional mais abrangente dos recursos de carvão dos EUA, que indicava que, em 1º de janeiro de 1974, os recursos de carvão nos Estados Unidos totalizavam 4 trilhões de toneladas curtas. Embora o USGS tenha realizado avaliações regionais mais recentes dos recursos de carvão dos EUA, uma nova avaliação em nível nacional dos recursos de carvão dos EUA não foi realizada.

A US Energy Information Administration (EIA) publica três medidas de quanto carvão resta nos Estados Unidos. As medidas são baseadas em vários graus de certeza geológica e na viabilidade econômica da mineração do carvão.

As estimativas da EIA para a quantidade de reservas de carvão em 1º de janeiro de 2022, por tipo de reserva são:

    • A Base de Reserva Demonstrada (DRB) é a soma do carvão nas categorias de recursos medidos e indicados de confiabilidade. O DRB representa 100% do carvão in loco que poderia ser extraído comercialmente em um determinado momento. A EIA estima o DRB em cerca de 471 bilhões de toneladas curtas, das quais cerca de 69% é carvão lavrável subterrâneo.

    • As reservas recuperáveis ​​estimadas incluem apenas o carvão que pode ser extraído com a tecnologia de mineração atual, após considerar as restrições de acessibilidade e os fatores de recuperação. A EIA estima as reservas recuperáveis ​​de carvão dos EUA em cerca de 251 bilhões de toneladas curtas, das quais cerca de 58% são carvão lavrável subterrâneo.

    • As reservas recuperáveis ​​nas minas produtoras são a quantidade de reservas recuperáveis ​​que as empresas de mineração de carvão relatam à EIA para suas minas de carvão nos EUA que produziram mais de 25.000 toneladas curtas de carvão em um ano. A EIA estima essas reservas em cerca de 12 bilhões de toneladas curtas de reservas recuperáveis, das quais 53% são carvão lavrável de superfície.

        Com base na produção de carvão dos EUA em 2021, de cerca de 0,577 bilhão de toneladas curtas, as reservas recuperáveis ​​de carvão durariam cerca de 435 anos, e as reservas recuperáveis ​​nas minas produtoras durariam cerca de 21 anos. O número real de anos que essas reservas durarão depende das mudanças nas estimativas de produção e reservas.

        EIA.ORG

        Qual é a quantidade de reservas mundiais de carvão?

        Em 31 de Dezembro de 2021, as estimativas do total mundial de reservas comprovadas de carvão eram de cerca de 1,161 bilhão de toneladas curtas (ou cerca de 1,16 trilhão de toneladas curtas), e cinco países tinham cerca de 75% das reservas provadas de carvão do mundo.

        • Os cinco principais países e sua participação percentual nas reservas mundiais comprovadas de carvão em 31/12/2021 foram:
        • Estados Unidos 22%
        • Rússia 15%
        • Austrália 14%
        • China 14%
        • Índia 11%

        Última actualização: 19 de Outubro de 2022 com os dados mais recentes disponíveis no momento da actualização. EIA.GOV

        Carvão explicado

        Carvão leva milhões de anos para se formar

        O carvão é uma rocha sedimentar preta ou acastanhada combustível com uma grande quantidade de carbono e hidrocarbonetos. O carvão é classificado como uma fonte de energia não renovável porque leva milhões de anos para se formar. O carvão contém a energia armazenada por plantas que viveram centenas de milhões de anos atrás em florestas pantanosas.

        Camadas de terra e rocha cobriram as plantas ao longo de milhões de anos. A pressão e o calor resultantes transformaram as plantas na substância que chamamos de carvão.



        Tipos de carvão

        O carvão é classificado em quatro tipos principais, ou categorias: antracito, betuminoso, subbetuminoso e linhita. A classificação depende dos tipos e quantidades de carbono que o carvão contém e da quantidade de energia térmica que o carvão pode produzir. A classificação de um depósito de carvão é determinada pela quantidade de pressão e calor que atuou nas usinas ao longo do tempo.

        O antracito contém 86% a 97% de carbono e geralmente tem o maior poder calorífico de todos os tipos de carvão. O antracito representou menos de 1% do carvão extraído nos Estados Unidos em 2021. Todas as minas de antracito nos Estados Unidos estão no nordeste da Pensilvânia. Nos Estados Unidos, o antracito é usado principalmente pela indústria metalúrgica.

        O carvão betuminoso contém 45%–86% de carbono. O carvão betuminoso nos Estados Unidos tem entre 100 milhões e 300 milhões de anos. O carvão betuminoso é o tipo mais abundante de carvão encontrado nos Estados Unidos e representou cerca de 45% da produção total de carvão dos EUA em 2021. O carvão betuminoso é usado para gerar eletricidade e é um importante combustível e matéria-prima para fazer carvão de coque ou uso na indústria de ferro e aço. O carvão betuminoso foi produzido em pelo menos 16 estados em 2021, mas cinco estados responderam por cerca de 78% do total da produção betuminosa: West Virginia (30%), Pensilvânia (16%), Illinois (14%), Kentucky (10%), e Indiana (7%).

        O carvão subbetuminoso normalmente contém 35% a 45% de carbono e tem um poder calorífico inferior ao carvão betuminoso. A maior parte do carvão subbetuminoso nos Estados Unidos tem pelo menos 100 milhões de anos. Cerca de 46% da produção total de carvão dos EUA em 2021 foi sub-betuminosa e cerca de 88% foi produzida em Wyoming e 8% em Montana. O restante foi produzido no Alasca, Colorado e Novo México.

        Lignite contém 25%-35% de carbono e tem o menor teor de energia de todas as categorias de carvão. Os depósitos de carvão de linhita tendem a ser relativamente jovens e não foram submetidos a calor ou pressão extremos. A linhita é quebradiça e possui alto teor de umidade, o que contribui para seu baixo poder calorífico. A lignite representou 8% da produção total de carvão dos EUA em 2021. Cerca de 56% foi extraído em Dakota do Norte e cerca de 36% foi extraído no Texas. Os outros 8% foram produzidos em Louisiana, Mississippi e Montana. Lignite é usado principalmente para gerar eletricidade. Uma instalação em Dakota do Norte também converte linhita em gás natural sintético que é enviado em gasodutos para consumidores no leste dos Estados Unidos.

        Última atualização: 19 de outubro de 2022 com os dados mais recentes disponíveis no momento da atualização.

        https://www.eia.gov/energyexplained/coal/