terça-feira, 10 de novembro de 2020

O PALHAÇO RICO!


Por

Dias Ferreira


É por demais sabido que o dinheiro não dá educação, nem dá instrução só por si, como também sabemos que apenas ler e escrever não significa que não se seja analfabeto.

Salazar era professor na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra mas pensava mal da democracia, como alguns que apenas têm a quarta classe! Odiava-a e achava as eleições uma palhaçada, como acharia palhaço alguém que emitisse uma opinião contrária à sua. Tinha, no entanto, e ao contrário de outros, o decoro de não usar a propósito tais expressões. Criou mesmo uma polícia política e a censura para melhor controlar as opiniões divergentes, nem que para isso fosse necessário dar um safanão, de vez em quando! Salazar, numa entrevista que deu, entre outras, a António Ferro e para o Diário de Notícias, quando questionado sobre os métodos de tortura da polícia política, disse tratarem-se de «meia dúzia de safanões a tempo nessas criaturas sinistras». Não sei porquê mas lembrei-me daquela palhaçada de um pequeno apertão no pescoço de um associado durante uma Assembleia Geral que manifestava uma opinião contrária ao presidente de uma conhecida instituição nacional.

Palhaçada eram realmente as eleições na outra senhora e não as que se realizam num regime democrático, em que se podem debater livremente as ideias entre aqueles que as têm. Compreendo que quem não tem ideias para debater, considere um debate uma palhaçada! Não é fácil o debate, quando não impossível, para quem está habituado a ler o que os outros escrevem ou a fazer eco das apalhaçadas cartilhas!

Aliás, há mesmo especialistas em palhaçadas! Quem não se lembra de um circo que era para ser montado no Estoril, mas foi transferido para o Algarve para poder ser maior a palhaçada! E quem não gosta das palhaçadas dos vouchers, dos emails, das toupeiras e sobretudo dos palhaços que, em sentido figurado, enchem os bolsos a uns tantos palhaços, no verdadeiro sentido?

E o que se dirá de quem consente, com o seu silêncio ruidoso, palhaçadas que consistem em imitar os sons de very-lights que causaram a morte a adeptos de futebol? E como se qualifica uma conversa gravada entre Caturno e Zé Gago, em que este disse que Vieira lhe prometera que na época seguinte não haveria polícia na zona da claque, que autorizaria o uso de tochas, que iria devolver a sede à claque, com obras custeadas pelo clube, e que iria «tratar da polícia em três tempos» e «correr com Paulo Dias» -  chefe de segurança que auxiliou a PSP a identificar vários dos 31 alegados criminosos detidos pela Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa!

E pergunto agora o que se dirá de uma jura que Jesus não voltaria ao Benfica, de uma acção que foi proposta contra este de 12 milhões de euros e o seu regresso triunfal! Há sempre os que gostam e os que não gostam de palhaçadas, porque os palhaços não são todos iguais e não são sempre os mesmos, como há maus e há bons. Há quem goste e houve quem não tenha gostado daquela palhaçada a propósito de uma Comissão de Honra de alguém que foi sócio durante muitos anos de clubes rivais, o que, de resto, só por si, pode ser considerado uma palhaçada!

Há em todos estes factos uma figura que emerge pelo seu papel destacado. Alguém que não se deve olhar ao espelho, que não respeita a democracia na sua própria casa e que trata as regras desta com um analfabetismo primário. É alguém que repete ter a consciência tranquila e chora nos momentos mais convenientes. É alguém que nos diverte, que diz e faz disparates ou coisas engraçadas, que muda constantemente de opinião e que por isso não merece consideração nem é levada a sério por outras. É este alguém que sente autoridade moral para qualificar as últimas eleições do Sporting Clube de Portugal como uma palhaçada.

Quando ouvi aquela grosseira afirmação, lembrei-me das manifestações dos lesados à porta do BES e comentei para comigo: neste circo que, por vezes, é Portugal, há sempre um palhaço rico para troçar dos pobres!

jornal A Bola

Fièvre Andalouse

Le rouge au pluriel

Aubade a choisi de composer une palette artistique, un camaïeu de rouges aux nuances subtiles et profondes.

Le rouge au plurielFièvre Andalouse

Ce rouge Amour transcende littéralement la dentelle Leavers de Calais et la rend irrésistible.



Toi Mon Amour

Aube Amoureuse


Toi Mon Amour

La nuit se fait également ardente avec la ligne de nightwear Toi Mon Amour.

O cisco no olho dos americanos e a trave no nosso

Se tudo o que Trump faz é inconcebível, nem tudo o que é inconcebível é feito por Trump. Pode não parecer, mas sobra um bocadinho de inconcebível para o nosso cantinho lusitano.


Apesar do sentimento de alívio que se sente com a vitória de Joe Biden, a verdade é que há ainda quem tenha o topete de defender Donald Trump. São pessoas que, certamente, já esqueceram o rol de malvadezas perpetradas pelo mafarrico ruivo. Eis, para refrescar memórias, algumas das obras de Trump menos conhecidas, mas nem por isso menos indignas para um Presidente:

1. No auge da primeira vaga da pandemia, enquanto os americanos tentam habituar-se às regras muito restritivas com que têm de viver, o presidente Trump é filmado a brindar e a beber cerveja com um grupo de motards. Embora lhe chamem a atenção para o facto de estar a transgredir, Trump desvaloriza com indiferença. Mais tarde, questionado por jornalistas sobre as restrições impostas nas idas à praia, o presidente Trump diz que já tem “um esquema” para furar as regras;

2. Em Junho de 2017 ocorre um assalto aos paióis do Fort Huachuca, uma base militar no estado do Arizona. Os ladrões levam armas e munições, num roubo patético de tão fácil que foi. As armas acabam por ser encontradas, numa conspiração obscura encoberta pelo Secretário da Defesa. Apesar de tudo, Trump continua a apoiá-lo e a negar que tenha havido qualquer comportamento impróprio, chegando mesmo a ironizar sobre a acusação judicial que entretanto lhe é movida;

3. Nunca criticou um seu antecessor acusado de graves crimes de corrupção e de favorecimento de empresas milionárias. Aliás, reabilitou e chamou à sua Administração inúmeros ex-colegas do corrupto (ele próprio também é), que se mantêm calados como se não tivessem estado presentes enquanto eram cometidos crimes contra o erário público americano;

4. Dias depois dos incêndios de Big Rock, no Kentucky, estando o povo americano ainda em choque perante uma das maiores tragédias recentes nos EUA, Donald Trump vai de férias. Mas não sem antes organizar um focus group para avaliar se a sua popularidade foi afectada pela calamidade. Anos mais tarde, durante uma acção de campanha eleitoral, tenta bater num idoso que o acusa de ter estado de férias durante os incêndios e não logo após. Trump não aprecia velhinhos imprecisos;

5. Entretanto, descobre-se que o sistema de telecomunicações usado pelos bombeiros e outros serviços de emergência, que falhou redondamente durante os tais incêndios, havia sido negociado por Donald Trump anos antes de ser presidente.

Bom, por esta altura o leitor já percebeu o que se passa aqui. Estou a elencar feitos de António Costa e de Marcelo Rebelo de Sousa como se fossem de Donald Trump, mostrando que somos exigentes com um presidente de um país que não é Portugal e complacentes com quem, na realidade, manda no país. Está a ver onde quero chegar, certo? Mas isto é tão divertido – e fácil! – que não resisto a acrescentar mais uns casos:

6. Uma das representantes republicanas que maior apoio presta a Trump no Congresso é considerada culpada de ter falsificado um documento, com o objectivo de se candidatar ilegitimamente a subsídios, lesando o Estado Federal. O marido da congressista, ex-republicano, perdeu recentemente o cargo, depois de se descobrir que usara contratos camarários para beneficiar uma empresa do próprio pai. Apesar disso, Trump não lhe renega o apoio. Aliás, nem nunca se refere ao caso. A congressista continua, alegremente, a representar o Partido Republicano em vários debates;

7. Sem razão aparente e invocando uma regra de limitação de mandatos que não existe na Constituição, Trump substitui a Procuradora-Geral da República, que tinha o péssimo hábito de investigar membros do círculo privado do presidente;

8. Faz o mesmo com o presidente do Tribunal de Contas, depois de este ter criticado Trump por querer flexibilizar a lei de contratação pública, potenciando a corrupção. Substitui-o por alguém que, no passado, mostrou ser um facilitador das vontades do Poder Político;

9. Trump não nomeia uma jurista para representar os EUA num organismo da ONU, apesar de ter ganho o concurso e sido escolhida por um júri internacional. Trata-se de uma jurista que encabeçou investigações incómodas para a Administração Trump. No seu lugar, é nomeado um amigo da Secretária da Justiça;

Isto deve ser suficiente para demonstrar o meu ponto de vista. Mas deixem-me só despachar mais estas:

10. Sem ganhar eleições, o filho de Trump torna-se Mayor de uma localidade perto de Washington, depois de o anterior Mayor ser cooptado pelo Partido Republicano para um lugar no Congresso;

11. Numa altura em que parece que a pandemia está controlada, Trump anuncia, em conferência de imprensa fanfarrona, que a fase final do Campeonato Mundial de Futebol vai ser realizada em Nova Iorque, uma das cidades mais afectadas, como prémio aos profissionais de saúde. Os profissionais de saúde ficam furiosos por, em primeiro lugar, preferirem aumentos salariais e melhoria de condições de trabalho; em segundo lugar, temerem que os ajuntamentos decorrentes dos jogos contribuam para a propagação do vírus;

12. Depois de meses em que todos os especialistas avisaram repetidamente para a chegada de uma segunda vaga de Covid, Trump dá uma entrevista onde explica que não estava à espera da segunda vaga de Covid. Ao que tudo indica, o coronavírus tinha combinado chegar na transição Outono/Inverno e, ao contrário de outros vírus, mais confiáveis, apareceu antes.

De facto, é curioso notar que, vertidas para a realidade americana, as acções dos nossos dirigentes deixam de ser pífias marotices e ganham logo outra dimensão de desfaçatez e incúria. Fossem americanos e cobertos pela CNN, Costa e Marcelo teriam outro destaque. E muito mais memes giros.

Não estou a dizer que António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa são iguais a Trump. É evidente que não são, não temos esse azar. Mas também é cada vez mais evidente que não temos a sorte de serem iguais a Roosevelt, a Kennedy, a Reagan ou a Obama. Nem sequer a George W. Bush ou Bill Clinton.

Donald Trump dá muito jeito. Como todo o seu comportamento é grotesco, ao seu lado os outros líderes parecem verdadeiros estadistas. Sucede que, se tudo o que Trump faz é inconcebível, nem tudo o que é inconcebível é feito por Trump. Pode não parecer, mas sobra um bocadinho de inconcebível para o nosso cantinho lusitano. Nós é que optamos por não ver. Enxergamos com muita perspicácia o cisco no olho dos americanos, mas ignoramos olimpicamente a trave no nosso.

10 nov 2020, José Diogo Quintela, ‘Observador’

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

9 de Novembro de 1989: o dia em que o Muro de Berlim caiu.

Acelerada por um lapso de comunicação, abertura da fronteira entre as Alemanhas foi o primeiro passo para a Reunificação. Separados desde 1961, cidadãos do Leste e do Oeste reconquistaram a liberdade de ir e vir.


9 de Novembro de 1989: o dia em que o Muro de Berlim caiu

Acelerada por um lapso de comunicação, abertura da fronteira entre as Alemanhas foi o primeiro passo para a Reunificação. Separados desde 1961, cidadãos do Leste e do Oeste reconquistaram a liberdade de ir e vir.

Günter Schabowski

Numa colectiva histórica, Schabowski acelerou a queda do Muro de Berlim

Em 9 de Novembro de 1989, Günter Schabowski, porta-voz do governo da então Alemanha Oriental, anunciou a nova legislação sobre viagens do país numa entrevista colectiva que entrou para a história. Após um mal-entendido, o político respondeu à pergunta de um jornalista sobre quando a lei entraria em vigor com uma frase que se tornaria famosa: "Pelo que sei, ela entra… já, imediatamente".

A entrevista foi transmitida ao vivo e acompanhada tanto na Alemanha Ocidental como na Oriental. Portanto, logo em seguida, os cidadãos da República Democrática Alemã (RDA), de regime comunista, peregrinaram até a fronteira interna em Berlim. Durante três horas, os guardas de fronteira – que não haviam sido informados do novo regulamento – contiveram o afluxo humano.

Quando a "TV do Oeste" montou suas câmaras e confirmou a sensacional notícia, ficou claro que chegava ao fim a divisão da Alemanha – marcada pela construção do Muro de Berlim, em 21 de Agosto de 1961.

Tarde da noite, os agentes de segurança deixaram de fazer resistência, abriram as passagens de fronteira berlinenses e deixaram as pessoas passarem do Leste para o Oeste e vice-versa, sem que fossem controlados.


Inspiração de Gorbachev

Durante meses, milhares de cidadãos da Alemanha Oriental vinham realizando passeatas e exigindo com veemência reformas políticas. As "manifestações de segunda-feira" pelas ruas de Leipzig já tinham se tornado famosas.

Os manifestantes gritavam: "Nós somos o povo!" e "Gorbil! Gorbil!", referindo-se ao secretário-geral do partido comunista russo, Mikhail Gorbatchev (1931). Desde 1985, ele vinha realizando reformas na União Soviética, numa nova política que os habitantes da RDA também desejavam para si.

Porém, por total falta de espírito reformista, o governo de Erich Honecker (1912-1994) bloqueara as mudanças, precipitando, assim, seu próprio fim.

Em 18 de Outubro de 1989, Honecker fora substituído por Egon Kreuz no cargo de secretário-geral do partido e presidente do Conselho de Estado. Porém, nem isso foi capaz de conter a derrocada do governo comunista da RDA.

Em 4 de Novembro, cerca de meio milhão de pessoas reuniram-se na praça Alexanderplatz, em Berlim Oriental, para protestar em prol de uma reforma do Estado.

A partir dessa poderosa manifestação, ficou claro que o novo governo não contava mais com a confiança popular. Ao mesmo tempo, tornavam-se cada vez mais fortes as exigências de que se fundissem os dois Estados da Alemanha. Cinco dias mais tarde, o Muro caiu.


Entre o povo e as potências europeias

Algumas semanas após a queda do Muro de Berlim e em meio ao clamor crescente pela reunificação, iniciou-se, às vésperas do Natal de 1989, um intenso tráfego diplomático na RDA.

A França e a Inglaterra, em especial, mostravam receio diante da perspectiva de uma Alemanha grande e economicamente forte, no centro do continente. Elas tentaram, se não impedir, pelo menos subordinar a certas condições políticas a união da República Federal da Alemanha (RFA) e da RDA.

O chanceler federal da RFA, Helmut Kohl, registrou publicamente tais temores num discurso acompanhado pelo mundo inteiro, diante das ruínas da Igreja Frauenkirche, de Dresden, em 19 de Dezembro.

Naquela noite, Kohl confirmou, por um lado, a intenção de respeitar a vontade da população da RDA, qualquer que ela fosse. Por outro lado, reconheceu que uma unidade alemã só seria possível "numa casa europeia". A unidade alemã e do continente eram, portanto, dois lados de uma mesma moeda.

Dessa forma, o chefe de governo rechaçava categoricamente uma Alemanha reunificada neutra, num posicionamento que lhe valeu o aplauso frenético dos cidadãos da RDA presentes.

Ainda assim, dois dias mais tarde, o então presidente francês, François Mitterand, voou para a RDA a fim de evitar uma "anexação" desta à RFA. No início de 1990, o processo de unificação de ambos os Estados alemães foi integrado num processo internacional, o qual considerava tanto os interesses dos alemães quanto os das potências aliadas vencedoras da Segunda Guerra Mundial.

https://www.dw.com/pt-br/9-de-novembro-de-1989-o-dia-em-que-o-muro-de-berlim-caiu/a-4474275

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

As 5 frutas mais calóricas que devem ser consumidas com moderação

É verdade que, quando falamos de frutas, é difícil pensar que elas podem ser calóricas, pois são benéficas para a saúde na maioria das vezes. Mas com certas frutas, devemos ter cuidado devido ao nível calórico, que pode ser alto e, portanto, não tão saudável quanto pensamos. Não devemos parar de comê-las, pelo contrário, as frutas fornecem fibras que melhoram o fluxo intestinal e a digestão, mas precisamos saber discernir o bom e o não tão bom para o nosso corpo. Aqui está, uma pequena lista de frutas que devem ser consumidas com moderação.

1. Tâmaras

Elas têm um sabor delicioso! As Tâmaras ficam no topo da lista com 287 calorias. Elas são uma das frutas mais calóricas! Se você realmente gosta de frutas secas, prefira damascos ou figos para seu lanche. Mas você ainda pode se cuidar comendo tâmaras pequeno almoço. A ingestão de calorias é importante durante a primeira refeição do dia, então aproveite!

2. Abacate

Sim, o abacate é uma fruta! E para apenas uma metade desta fruta deliciosa que geralmente comemos como entrada, você encontrará 200 calorias! Então você tem que ter cuidado com a quantidade quando comer um abacate. Também pode ser consumido no pequeno almoço, amassado no pão, por exemplo, mas tente limitar-se a um abacate por semana, para não consumir muitas calorias e ainda se beneficiar da ingestão de lipídios e ômega 3.

3. Bananas

Mesmo que tenham muito menos calorias do que qualquer uma das frutas anteriores, cada banana apresenta 90 calorias. É um alimento nutritivo que você precisa e que é bom para a saúde devido à sua contribuição em fibras, mas que deve ser consumida com moderação e sem adição de açúcar para preservar seus efeitos benéficos. É, no entanto, uma excelente fruta fresca. que mantém pequenos apetites!

4. Uva

Um belo cacho de uvas, vermelha ou branca, sempre faz você ficar com água na boca quando passa pelas prateleiras de frutas dos supermercados. Mas elas geralmente são muito doces e seu consumo deve, portanto, ser razoável. Um cacho de uvas contém 72 calorias e muitos carboidratos. Tente variar com outras frutas durante o dia.

5. Cereja

Ela é tão bonita e parece tão suculenta que não podemos recusar esse pequeno prazer do verão. Mas saiba que cada cereja contém 68 calorias! E é raro que nos contentemos em comer apenas uma! Ela que parece tão pequena e inocente esconde bem o jogo! A cereja é um dos piores inimigos da dieta!

5 ingredientes que evitam o aumento da acidez

Se você é uma daquelas pessoas que às vezes sofre de azia e daquela sensação indesejada como consequência de um refluxo. Todos sabemos que a acidez estomacal não é uma sensação muito agradável de enfrentar. Como resultado de uma má digestão e excesso ou falta de ácido no estômago ocorre a azia. Existem medicamentos para aliviar o mal estar, mas se você quiser experimentar alguns desses ingredientes naturais, eles certamente o ajudarão a melhorar seu fluxo intestinal e evitar a sensação desagradável de refluxo ácido.

1. Limão

Muitas pessoas pensam que o limão é ácido demais para fazer bem ao estômago. Ele, no entanto, é um alimento alcalino que é óptimo para o fluxo intestinal e contra o refluxo ácido. Tente colocar um pouco de limão em um copo grande de água morna e tomá-lo com o estômago vazio pela manhã. Escove os dentes e aproveite o seu dia com um ótimo fluxo intestinal!

2. Amêndoas

Amêndoas frescas também são alimentos alcalinos e, portanto, ajudam a combater a acidez no estômago. O óleo de amêndoas quando ingerido se adere às paredes do estômago e serve como proteção contra a acidez dos alimentos que você venha comer. O óleo de amêndoa também ajuda a regular as secreções de sucos gástricos.

3. Vinagre de maçã

Novamente, um produto que você poderia pensar que é ácido e, mas que no final das contas é alcalino e é um também um ótimo aliado contra o refluxo ácido. Os picos de ácido podem ser causados por uma falta de acidez no estômago, que não dissolve todos os alimentos, o que causa altos índices e dificulta a digestão. Portanto, tente diluir 2 colheres de sopa de vinagre de maçã em um copo grande de água e beba a mistura três vezes ao dia.

4. O bicarbonato

É um alimento conhecido por evitar o refluxo e que as mulheres grávidas conhecem bem, pois não representam perigo quando ingerido. O truque para usá-lo é muito simples. Misture meia colher de chá em um copo de água morna e adicione um pouco de limão que você tenha espremido antes. Beba tudo antes da refeição!

5. Plantas

A maioria das plantas naturais comestíveis são boas para a saúde e ajudam na digestão. Camomila, hortelã, verbena, gengibre, anis, cominho ou erva-cidreira são particularmente bons para o fluxo e agem contra o refluxo ácido e também contra  arritação estomacal. Use as plantas em infusão durante as refeições, sozinhas ou misture-as para obter melhor eficiência!

Os feirantes e o ‘recuo’ do Governo

A linguagem militar, diria bélica, ou se preferirem desportiva, ou de confronto, entrou há muito no léxico político. Mas o que era excepção tornou-se regra, e hoje já não se fala de outro modo. O que é uma forma de diminuir a política e exacerbar o combate.

Como toda a gente ouviu e leu nas notícias, no passado sábado António Costa anunciou que a partir desta quarta-feira não haveria feiras no conjunto dos concelhos mais afectados pela pandemia.

Como toda a gente ouviu e leu nas notícias, os feirantes não gostaram da medida e começaram a fazer-se ouvir. Diziam que vendendo na rua tinham, até, mais condições de higiene e circulação de ar do que os vendedores dos centros comerciais. Argumentaram que era por não terem um lóbi de interesses que ficavam prejudicados.

Como toda a gente ouviu e leu nas notícias, esta terça-feira o Governo recuou e disse que afinal, dentro de certas regras determinadas pela DGS (aliás como nos outros casos) e com autorização devida da Câmara Municipal respectiva, poderia haver feiras. Os feirantes acharam que foi feita justiça e ficaram mais felizes com a medida.

Ora aqui entra o ponto: o verbo recuar remete para conceitos de avanços e retrocessos. Mas nem a medida anunciada avançava para lado nenhum, nem a sua retirada constitui qualquer recuo.

Por que motivo se diz, então, ‘O Governo recuou’ ou ‘Costa recuou’? Porque a ideia instalada das relações políticas são as da maximização do combate, da ‘coragem’ (haverá palavras melhores, concedo), do enfrentamento, e não as do diálogo e das cedências mútuas.

Pessoalmente, acho que os feirantes tinham bastante razão nas suas demandas. E quero crer que a maioria dos governantes e o primeiro-ministro acharam o mesmo. Porque eram lógicas e porque a medida não tinha qualquer benefício claro, provocando, em contrapartida, malefícios óbvios.

Nesse sentido, seria bom interrogarmo-nos em que consiste a política; falo da política a sério, e não da politiquice costumeira. Em primeiro lugar, na busca do bem comum, algo que, em pluralismo, tem diversas leituras não condizentes. Ao contrário do belicismo com que hoje é tratada (os chefes de partidos têm ‘tropas’; delineiam estratégias; esmagam os adversários, avançam e recuam), a política é uma arte pacífica de diálogo que, em sociedades abertas, pretende alcançar o maior número de pessoas. Mais, muitas vezes, a boa política pretende conciliar interesses diversos e não opor “classe contra classe”, como definia o leninismo, ou raça contra raça, como os fascistas, ou nós e eles, como todos os totalitarismos.

O Governo, perante os feirantes, não recuou. Podíamos ter escrito e dito que o Governo deu razão ao ponto de vista dos feirantes; que reconsiderou a medida, depois de ter mais dados sobre a situação em que ficariam milhares de pessoas; que acedeu aos pedidos dirigidos por autarcas, que explicaram a pessoas que, no geral, vivem em grandes urbes, como os governantes e os burocratas da Administração Pública, a importância das feiras em terras mais pequenas; que tinha, enfim, arranjado uma solução que contenta os feirantes e previne o perigo de contágio que qualquer aglomeração pode ter.

Mas isto seria retirar a combatividade de que depende a radicalização para que as políticas tenderam nos últimos tempos. A esquerda mais esquerda e a direita mais direita veem-se obrigadas a arranjar inimigos externos e internos, para justificarem as suas propostas. E o triste é que aqueles que poderiam combater esta deriva, que só pode terminar mal, demitem-se de o fazer por várias razões, que podem ser válidas do seu estrito ponto de vista, mas nenhuma delas eficaz para a construção de um terreno comum de serenidade, onde propostas possam ser discutidas e adotadas, sem que tenha de haver vencedores e vencidos, chefes e tropas, recuos e avanços.

Tanta gente preocupada com as palavras do politicamente correto, e quase nenhuma empenhada em contrariar esta deriva que, também ela, tem a ver com palavras.

HENRIQUE MONTEIRO – Expresso

Trump esbraceja contra o mundo

Henrique Monteiro pergunta por que motivo, depois de quatro anos de fanfarronada e falta de sentido, tanta gente vota Trump

Henrique Monteiro

HENRIQUE MONTEIRO


Trump ganhou as presidenciais dos EUA. Mas só na opinião muito peculiar dele próprio. Aqueles que seguem a realidade já perceberam outra coisa. E a primeira delas é que não se sabe ainda quem ganha, embora neste momento em que escrevo (sete e meia da manhã) Biden vá com vantagem de sete grandes eleitores. Ou seja, tem 220 contra 213, mas são necessários 270 para ganhar.

Nunca – e este nunca é mesmo nunca – alguém antes de Trump se declarara publicamente vencedor sem disso poder ter a certeza e o facto ser evidente para todos. Mas Trump está a ser Tump e não deixará de ser Trump, pelo menos nos próximos tempos. Enquanto puder esbracejar fa-lo-á, de modo a salpicar toda a América, todo o mundo, com as suas enormidades e falta de sentido de responsabilidade.

De qualquer modo, todos sabíamos que o candidato democrata precisava de um resultado demolidor para calar o atual presidente. E Biden não é também esse candidato. Vejamos: no estado em que estão as coisas a esta hora, Estados em que se podia esperar uma vitória democrática, como Pensilvânia, Michigan ou Wisconsin, estão a cair para o lado de Trump.

Não quer dizer nada, porque há ainda, na difícil caraterização de umas eleições nos EUA, Estados solidamente democratas - e nesses Biden ganhou (no Maine pode ainda haver surpresas) - e estados que podiam mudar de orientação. Mas só a Geórgia e a Carolina do Norte ainda podem transitar dos Republicanos para os Democratas, já que o Texas e a Flórida parecem ter caído mesmo para Trump, que confirmadamente, por todos menos por ele, até pela Fox News, perdeu o Arizona e ainda pode perder Nevada, o Estado que tem em Las Vegas a sua cidade iconográfica.

Sendo assim, ficamos como? À espera do voto por correspondência, que aquele que Trump sempre contestou e acusou de fraudulento. E se como o senhor Trump continua com essa demanda até ao Supremo, segundo avisou temos especulação para durar.

Aliás, num parêntesis, direi que a esta hora, os votos que contam para o Senado e para o Congresso revelam que nem Democratas nem Republicanos perderam um lugar que fosse. Ou seja, todos os círculos ou Estados até agora escrutinados deram resultados iguais aos da última vez. Os Republicanos lideram para o Senado, com 47 eleitos, contra 46 (precisam de mais de 50 e faltam, obviamente, escrutinar Estados); os Democratas lideram para a Câmara dos Representantes com 176 contra 168 (precisam de 219 para a maioria) e faltam fechar diversos círculos.

Resta uma questão importante: por que motivo, depois de quatro anos de fanfarronada e falta de sentido tanta gente vota Trump? Pode parecer um mistério (e confesso que do meu ponto de vista o é um pouco), mas explica-se pelas sondagens à boca da urna. Quando se pergunta quais os assuntos que determinam as escolhas dos eleitores, a economia fica largamente à frente, com 35%. O estado da economia nos EUA, antes da pandemia, era claramente favorável e por pouco que Trump tivesse a ver com isso, beneficiava desse estado de coisas. A segunda preocupação, mas só para 20% é a desigualdade racial, campo fértil para se votar Biden; depois a pandemia (17%) cuja interpretação não é clara. E por fim, dois temas com 11% que se dividem pelos dois candidatos: crime e segurança, que joga para Trump e Saúde e Segurança Social, que beneficia Biden.

E assim, ainda que convicto que Biden ganhará, embora a Flórida costume ditar o vencedor (com duas exceções nos últimos 100 anos, e nesse Estado Trump tenha ganho), temos de esperar. Não sei até quando; não sei quando se cansará Trump da sua obsessiva narrativa segundo a qual foi roubado e o vencedor foi ele.

Mas já era o que se esperava.

Expresso

50 carros que vão durar mais de 400.000 Km

A durabilidade sempre foi um dos principais factores a ser verificado antes de comprar um carro. Embora a mentalidade do consumidor moderno exija a troca de carros a cada dois ou três anos, muitas pessoas ainda consideram o carro um investimento que durará ao longo do tempo.

Não é comum encontrar um carro que continue circulando após atingir a marca de 400 mil km, mas certamente também não é impossível. Ainda existem vários modelos em diferentes categorias de mercado, que ainda oferecem esse tipo de longevidade aos seus proprietários. Aqui estão cerca de cinquenta carros novos e clássicos que certamente durarão mais de 400 mil km.

A soolide fez um estudo e chegou a esta conclusão (https://www.soolide.com/)

Vão encontrar-se nesta lista veículos que não se comercializam por cá e outros com designações diferentes.

50. Subaru Forester

49. VW Passat

48. Lexus RX350 / 450h

47. Honda CR-V

46. Lexus ES 350/450

45. Toyota Camry

44. Toyota 4Runner

43. Lincoln Town Car

42. Nissan Titan XD

41. Chevrolet Silverado 2500HD

40. Honda Odyssey

39. Acura RDX

38. Chevrolet Impala

37. Toyota Corolla

36. Honda Pilot

35. Audi Allroad

34. Herdeiro xB

33. Nissan Patrol

32. GMC Sierra 2500HD

31. Mazda 6

5. Ford Explorer

4. Toyota RAV4

3. Mercedes-Benz W123

2. Subaru Outback

1. Toyota Tundra

Um olho na história, outro no business.

Com alta probabilidade, passaremos as próximas semanas a olhar para o sistema eleitoral americano achando que é confuso, desigual e disperso. Quem o fizer estará certo, mas a esquecer as razões dessa descentralização, que estão todas na história da primeira grande república moderna.

O corte dos Estados americanos com a coroa do rei Jorge III de Inglaterra teve variadas razões. Mas foi movido por colonos que, na essência, detestavam o Estado central e a igreja central. Gente que acreditava na força da comunidade e da liberdade individual. Tinham razões de sobra para isso. Boa parte dos colonos do que hoje são os EUA eram perseguidos religiosos e políticos. Ao romperem os laços com o Império Britânico, passaram uns bons tempos a discutir que poderes os Estados concederiam a um Governo central.

Ao contrário da Europa Ocidental — que mistura nações seculares, como Portugal, com Estados ‘recentes’, como a Alemanha ou Itália —, onde os Estados centrais foram cedendo a contragosto poder aos seus cidadãos, municípios ou regiões, nos EUA o poder foi sendo cedido pelos Estados aos legisladores de Washington.

Esta enorme diferença ainda explica muito o estado da arte na política americana. É verdade que nos anos 70 a eleição do Presidente esteve a poucos passos de ser por um círculo único nacional. E é ainda mais certo que uma mudança de sistema prejudicaria seriamente as aspirações republicanas (Hillary teve mais três milhões de votos que Trump). Mas as raízes estão na autonomia estadual, um princípio irrevogável no ordenamento americano, mesmo para coisas absurdas.

Séculos depois, vota-se como em 1800. Em Novembro, porque as colheitas estão feitas, à terça, para dar tempo de ir à missa, chegar de carroça ao local de voto e regressar a tempo dos mercados de quarta, e com colégios eleitorais próprios do século XIX. Não mudou quase nada e duvido que mude.

A par desse amor pela autonomia e identidade, só o valor do negócio e da economia. É aí que está, e sempre esteve, o segredo de Donald Trump. Um businessman que diz respeitar as raízes do país enquanto garante o movimento perpétuo de criação de riqueza. As hipóteses de Trump residem aí.

RICARDO COSTA

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Trump e Jerónimo, os dois lá fora sem camisa

Cheira-me que, se calha cruzarem-se, acabam os dois a tirar a limpo, por via de um combate de artes marciais mistas no meio da rua, quem tem menos medo do coronavírus.

Descanso desde já os leitores. Sim, é verdade que o título promete dirigentes políticos em tronco nu, mas garanto que não haverá mais qualquer menção ao torso de Marcelo Rebelo de Sousa. Menos esta referência que acabei de fazer ao busto do Presidente. E agora esta. Raisparta. Vamos avançar.

Domingo passado, Jerónimo de Sousa afirmou: “Esta epidemia (…) coloca problemas sanitários, económicos e sociais, que não são resolvidos pela limitação de direitos e pela criação de climas de medo.” O líder do PCP proferiu estas declarações num comício de apoio à candidatura de João Ferreira à Presidência da República, mas podia bem ter sido num comício de apoio à candidatura de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos da América. Trump e Jerónimo foram dos muito escassos líderes políticos a não alinharem pelo diapasão da mariquice face à Covid. Cheira-me que, se calha cruzarem-se, acabam os dois a tirar a limpo, por via de um combate de artes marciais mistas no meio da rua, quem tem menos medo do coronavírus.

É um alinhamento histórico, este entre Donald Trump e Jerónimo de Sousa. Mais incomum ainda que o alinhamento dos planetas Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno, que ocorre a cada 175 anos. E é a prova que, se até um relógio parado está certo duas vezes por dia, não é menos verdade que até um político parado em Outubro de 1917, como Jerónimo, está certo, para aí, duas vezes por década.

À hora que escrevo ainda não se sabe quem será o próximo Presidente dos Estados Unidos. O que contrasta fortemente com a realidade em Portugal onde, a meses das eleições, já sabemos quem será o próximo Presidente da República. O que pode dar ideia que a realidade americana está muito distante da nossa, quando não está. Basta ver as semelhanças que existem, por exemplo, entre as redes sociais nos EUA e os treinadores de futebol em Portugal. Ambos passam de bestial a besta em menos de nada. Com as redes sociais nos Estados Unidos foi: bestiais quando ajudaram a eleger Obama; bestas quando ajudaram a eleger Trump; e agora de novo geniais, quando conluiaram para censurar a investigação do New York Post ao alegado caso de corrupção envolvendo o filho de Joe Biden e o próprio candidato. Na verdade, no único aspecto em que uma rede social nos EUA e um treinador de futebol em Portugal diferem, ficamos a ganhar. É que é mesmo difícil dar a merecida chicotada psicológica às redes sociais.

E enquanto na Europa estamos entretidos a contemplar o suposto racismo sistémico nos Estados Unidos, somos nós próprios contemplados com a violência sistémica dos fundamentalistas islâmicos. Enquanto estamos todos especados a olhar para a América, estes, nos intervalos de estarem virados para Meca, viram-se para este lado, vêm por trás e espetam-nos os seus cutelos nos lombos. Mas atenção. Espetam os seus cutelos porquê? Porque, como explicou o bispo do Porto, Manuel Linda, em relação ao atentado de Nice, este é “o resultado dos preconceitos daqueles europeus que não só não fomentam o diálogo intercultural e inter-religioso, como até estão sempre de dedo em riste a acusar as religiões”. Não, não é, Sr. Bispo. Porque, até ver, vivemos num sítio onde um indivíduo tem todo o direito, não só de se borrifar para diálogos interculturais e inter-religiosos, como também de estar, sempre que lhe aprouver, de dedo em riste a acusar as religiões, tudo sem correr o risco de ser chinado, ou levar um tiro.

Mas, na verdade, a culpa destas declarações de Manuel Linda não pode ser totalmente imputada ao bispo do Porto. O seu Patrão não está isento de responsabilidades, pois ao querer resumir os mandamentos a dez, não estabeleceu de forma suficientemente clara algo do género: “Não te acobardarás em face da força bruta e far-te-ás um homenzinho perante aqueles que não têm qualquer respeito pela vida humana.” Agora que vejo isto escrito, percebo a omissão. As tábuas que Moisés recebeu no Sinai não tinham espaço para tantos caracteres.

Tiago Dores


Triplo ataque

Em França, o radicalismo islâmico voltou a uma actividade preocupante. Depois do professor Samuel Paty houve mais dois ataques particularmente bárbaros, um deles em Nice, numa Igreja central da cidade (a basílica de Notre Dame), onde uma mulher foi decapitada com uma faca. O filósofo Alain Finkielkraut escreve que tais ataques fazem parte de um todo, contra a França e contra o Ocidente, visando a dimensão de liberdade de que os judeus gozam nos nossos países; a dimensão da nossa laicidade na política; e a dimensão da cristandade, entre os crentes. O assunto ganha maior dimensão quando o diário “La Repubblica” informa que o tunisino de 21 anos responsável pelo assassínio, entrou há cerca de um mês na ilha italiana de Lampedusa, como refugiado. Entre nós os casos são relativizados (ontem mesmo, o “Público” referia a guetização dos muçulmanos na Europa, citando especialistas que entendem ser isto uma reação a palavras de Macron). Mas o Presidente francês, que prometeu combater o “separatismo islamista”, foi apoiado por todas as forças políticas do país, incluindo comunistas e socialistas, à exceção da extrema-esquerda de Jean-Luc Mélenchon, a LFI. É triste quando se arranjam desculpas para a barbárie e a desumanidade, sobretudo quando ela tem por trás o apoio de ditaduras bárbaras como a Arábia Saudita, o Irão, ou proto-ditaduras como a Turquia, cujo regime se tornou no aríete dos ataques a Macron.

SINDIKA

O marido de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo, faleceu na sequência de um acidente de mergulho. Já há teorias da conspiração, já veio Ana Gomes dizer que “é estranho”. Convinha respeitar a dor, mesmo dos adversários, e compreender o choque que é sempre a morte de alguém aos 48 anos. Além dos problemas com a justiça que tinha, por via da mulher, com quem se casara há 18 anos, e do sogro, o ex-Presidente de Angola, Sindika desempenhou um papel importante no seu país, a República Democrática do Congo, ao alinhar com os que impediram Kabila de conseguir mais um mandato, depois de 18 anos como Presidente, o que é contra a lei do país.