terça-feira, 3 de novembro de 2020

Triplo ataque

Em França, o radicalismo islâmico voltou a uma actividade preocupante. Depois do professor Samuel Paty houve mais dois ataques particularmente bárbaros, um deles em Nice, numa Igreja central da cidade (a basílica de Notre Dame), onde uma mulher foi decapitada com uma faca. O filósofo Alain Finkielkraut escreve que tais ataques fazem parte de um todo, contra a França e contra o Ocidente, visando a dimensão de liberdade de que os judeus gozam nos nossos países; a dimensão da nossa laicidade na política; e a dimensão da cristandade, entre os crentes. O assunto ganha maior dimensão quando o diário “La Repubblica” informa que o tunisino de 21 anos responsável pelo assassínio, entrou há cerca de um mês na ilha italiana de Lampedusa, como refugiado. Entre nós os casos são relativizados (ontem mesmo, o “Público” referia a guetização dos muçulmanos na Europa, citando especialistas que entendem ser isto uma reação a palavras de Macron). Mas o Presidente francês, que prometeu combater o “separatismo islamista”, foi apoiado por todas as forças políticas do país, incluindo comunistas e socialistas, à exceção da extrema-esquerda de Jean-Luc Mélenchon, a LFI. É triste quando se arranjam desculpas para a barbárie e a desumanidade, sobretudo quando ela tem por trás o apoio de ditaduras bárbaras como a Arábia Saudita, o Irão, ou proto-ditaduras como a Turquia, cujo regime se tornou no aríete dos ataques a Macron.

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