sexta-feira, 26 de julho de 2019

Fecharam 16 instituições privadas no ensino superior em cinco anos.

Outras quatro vão encerrar dentro de dois anos, quando os alunos actualmente inscritos terminarem
as suas formações. Intervenção da Agência de Avaliação tem sido decisiva.

Nos últimos dias, vieram a público os casos de duas instituições de Lisboa forçadas a encerrar pelo Governo, por não cumprirem as regras de funcionamento. Tanto o Instituto Superior de Comunicação Empresarial como a Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa não tiveram acreditação institucional. A estas junta-se ainda o Conservatório Superior de Música de Gaia. Instituto Superior de Línguas e Administração
de Bragança
, ao qual se juntaram, no ano seguinte, outras quatro instituições (Instituto Superior de Educação
e Trabalho, no Porto
, Escola Superior de Educação de Torres Novas, Instituto Superior de Espinho e Instituto
Superior Bissaya Barreto, em Coimbra
). Em 2016, foram três (Instituto Superior D. Afonso III, em Loulé,
Escola Superior de Saúde Jean Piaget do Nordeste e Escola Superior de Educação Jean Piaget do Nordeste,
ambos de Macedo de Cavaleiros) e, no ano seguinte, mais dois (Instituto Superior Autónomo de Estudos Poli-
técnicos, em Lisboa
, e a Escola Universitária das Artes de Coimbra). No final do ano passado, a Fundação Ricardo Espírito Santo decidiu encerrar a Escola Superior de Artes Decorativas, em Lisboa. Já neste ano
fecharam o Instituto Superior Politécnico do Oeste e o Instituto Superior de Gestão Bancária, que era propriedade da Associação Portuguesa de Bancos. O Governo autorizou-as, porém, a continuar a funcionar mais dois anos, para que os alunos possam terminar os cursos. São os casos do Instituto Superior de Novas Profissões e da Escola Superior de Educação Almeida Garrett, sediados em Lisboa e pertencentes ao Grupo Lusófona, da Escola Superior de Educação Jean Piaget de Arcozelo, em Gaia, e da Escola Superior Artística de Guimarães.

Ministro quer reverter fusão e separar rede de ferrovia da rodovia.

Pedro Nuno Santos comunicou a intenção à comissão de trabalhadores da Infra-Estruturas de Portugal.

Comissão de trabalhadores diz que o governante tenciona, num eventual segundo mandato, separar as duas empresas — a Refer e a Estradas de Portugal — que deram origem à Infra-Estruturas de Portugal.

Pedro Nuno Santos poderá avançar com esta medida de duas maneiras: criar uma holding IP com uma empresa dedicada às infra-estruturas ferroviárias e outra às infra-estruturas rodoviárias (IP Ferrovia e IP Rodovia), ou criar uma holding CP que acomode uma CP Serviços destinada ao transporte de passageiros e uma CP Infra-Estruturas, ficando, neste cenário, a parte rodoviária numa empresa própria.

Faz todo o sentido, pois com essa separação, sempre compra ou aluga, umas novas instalações, ajuda a economia, com a compra de equipamento para toda a gente, pois o que está nas anteriores instalações deixa de ser útil – como é norma no Estado – e assim, ajuda ainda a EDP, Águas de Portugal, etc.

O dinheiro publico também não importa, pois o realmente importante para uma serie de gente, ligada a cada uma destas empresas e apoiante desta medida, não é a concertação permanente das soluções enquadradas no espirito nacional, mas apenas as capelinhas que sempre existiram, em cada uma destas empresas, e outros interesses privados.

Finalmente, ao ministro interessa acima de tudo “asilar” mais uns amigos.

Dados oferecidos

Ricardo Araújo Pereira

Antigamente, os burlões tentavam enganar velhos; agora tentam enganar utilizadores que desejam saber como vão ser quando forem velhos.

segundo os jornais, a aplicação para telemóvel que revela às pessoas a aparência que terão quando forem velhas acede aos dados privados do utilizador e vende-os. É um passo em frente na já rica História Universal da Burla: antigamente, os burlões tentavam enganar velhos; agora, tentam enganar utilizadores que desejam saber como vão ser quando forem velhos. A velhice está sempre em causa, mas os burlões conseguem apanhar os burlados cada vez mais cedo.

Quando descarrega a aplicação, o utilizador concorda em oferecer os seus dados privados. Dada a frequência com que são oferecidos, faz cada vez mais sentido que os dados se chamem dados. No entanto, é surpreendente que o fornecimento de dados privados a grandes empresas continue a gerar alarme: depois de terem oferecido os seus dados privados ao Facebook, ao Instagram, ao Twitter e à Google, os utilizadores estão agora a oferecê-los a uma outra empresa. Não sei se é possível continuar a falar em dados privados. Há anos que os dados são, no mínimo, semipúblicos. O meu telefone sabe exactamente para onde é que eu vou e a que horas. Assim que me sento no carro (e ele sabe que eu acabei de me sentar no carro), diz-me qual é o melhor caminho para o meu destino.

A Amazon sabe quais são os tipos de livros que me interessam. O YouTube sabe que vídeos é que me apetece ver. Portanto, não há muita coisa que o mundo desconheça sobre mim. Estou a dar uma entrevista contínua às grandes multinacionais.

O facto mais surpreendente desta aplicação que revela como seremos daqui a 30 anos é que dá a toda a gente uma esperança de vida de, pelo menos, 30 anos. Em princípio, a aplicação já sabe o suficiente para deduzir o tempo que nos resta.

À pergunta “Como serei eu em 2049?”, a aplicação deveria responder: “Tendo em conta os seus hábitos alimentares e a sua relutância em praticar exercício físico, nessa altura terá o aspecto deste monte de cinzas.” Mas não, continua a mostrar uma cara enrugada. Ou seja, têm os nossos dados mas não fazem verdadeiro uso deles. Pelo menos para o nosso bem. Mas isso já nós sabíamos.

Boca do Inferno – Visão

quinta-feira, 25 de julho de 2019

"A Geringonça": Pedro Nuno Santos, o esquerdista do Porsche, e António Costa, o "Pater Familias"


O pivot da Geringonça: MFA, Povo e Porsche

Pedro Nuno de Oliveira Santos nasceu em São João da Madeira, em abril de 1977. Começou, como tantos, pela política associativa. Foi presidente da associação de estudantes da sua escola secundária, em São João da Madeira, presidente da mesa da reunião geral de alunos (RGA) do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), onde se licenciou em Economia, e pertenceu à direção da sua associação de estudantes. Foi presidente da Assembleia de Freguesia de São João da Madeira, deputado da respetiva assembleia municipal, presidente da Federação de Aveiro da Juventude Socialista e secretário-geral da Juventude Socialista entre 2004 e 2008. Eleito deputado na X e XII Legislaturas, foi responsável pela Comissão de Economia e pela Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso BES. Foi vice-presidente do grupo parlamentar do PS e membro da comissão permanente da Assembleia da República. Presidiu ainda à Federação de Aveiro do PS.

Numa fotografia publicada pela revista Sábado em 2017 e tirada em casa de Pedro Nuno Santos, por trás dele que, embevecido, pega no filho Sebastião, vê-se um cartaz revolucionário, emoldurado, com a representação da chamada aliança POVO, MFA dos tempos do PREC. A sério: o cartaz da revolução está pendurado na cozinha de Pedro Nuno de Oliveira Santos, ele que nasceu depois do 25 de Abril de 1974, no dia em que Jerónimo fazia 30 anos, longe de redutos comunistas, numa família que lhe deu uma infância confortável própria da alta burguesia abastada.

Este é o perfil de um homem de esquerda. Ninguém se engane com o Maserati do pai e com o Porsche que ele próprio tinha – e que, fazendo um mea culpa, entretanto vendeu. Pedro Nuno Santos é o socialista mais à esquerda dos socialistas portugueses. Costuma rejeitar o rótulo, dizendo que é apenas socialista, que não existe ala esquerda no PS – só uma ala direita, e pequena. Para bom entendedor, bastará.

Começou a trabalhar na atual solução governativa antes de ela ser, sequer, Geringonça. Esteve sempre nas negociações dos socialistas com os comunistas, que começaram no dia 7 de outubro de 2015, na sede do PCP, na Soeiro Pereira Gomes, em Lisboa.

Não dormia enquanto não eram discutidas com os «primos» as medidas mais emblemáticas que teriam de ser aprovadas pelos socialistas, quer no governo, quer no Parlamento. Não descansava enquanto não recebia uma mensagem confirmando que o texto de uma proposta de lei fora aprovado ou que a reunião entre o ministro da Economia e o líder parlamentar do PCP estava confirmada.

Podia pensar-se que essa vida de mediador negocial entre o governo e os «primos» do Bloco e do PCP acabaria quando, em fevereiro de 2018, subiu a ministro das Infraestruturas e deixou na secretaria de Estado o seu grande amigo Duarte Cordeiro, que o governo foi buscar à Câmara de Lisboa, onde estava como «vice» de Fernando Medina. Nada mais errado. O seu talento e a experiência como negociador continuaram a ser de uma utilidade extrema. Foi ele que mediou o conflito entre a ANTRAM e o novo Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas, que praticamente paralisou o país em janeiro de 2019 e obrigou o governo da Geringonça a decretar uma requisição civil.

Pedro Nuno lidera o chamado grupo dos jovens turcos do PS, que cresceu tendo como companheiros e amigos jovens do PCP e do Bloco.

Tem uma característica que costuma sair cara na política: tende a dizer o que pensa. Com o passar dos anos e a necessidade de vir a corrigir declarações, afirmando estarem «fora de contexto» e outros eufemismos para recuar sem perder a face, Pedro Nuno tem aprendido a conter-se. Mas nem sempre consegue.

Uma das suas características marcantes é a ambição. Não entrou na política para ser deputado. Quer suceder a António Costa. E, naturalmente, tentará ser primeiro-ministro.

Quando em outubro de 2018, preparando a terceira remodelação do governo, o primeiro-ministro António Costa o convidou para seu ministro dos Assuntos Parlamentares, ele disse que não. Pedro Nuno, dizem no PS, queria ser ministro da Economia. E não ia aceitar um «prémio de consolação».Fonte próxima do antigo secretário de Estado explica: «Pedro Nuno Santos queria a Indústria, que é a sua área. Em outubro foram-lhe oferecidas três possibilidades. O cargo era apenas um “caramelo”, uma forma de António Costa fingir que o promovia, sem lhe dar uma verdadeira pasta.» Como ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno limitar-se-ia a fazer o mesmo trabalho que fizera nos três anos anteriores. Não teria mais peso, nem mais orçamento. Nem mais poder.

«Eu simplesmente achei que não fazia sentido nenhum passar a ministro porque não me acrescentava nada», explica Pedro Nuno Santos.

António Costa tinha outros planos para o Ministério da Economia. O primeiro-ministro sabe que para tentar a maioria absoluta precisa de votos do centro. Daqueles eleitores que votam indistintamente no PS ou no PSD – e mesmo daqueles que, votando no PSD, ciclicamente se zangam com o partido, castigando-o com o voto no PS. Ainda por cima, apesar da estabilidade da Geringonça, muito do eleitorado de centro continuava a desconfiar de uma solução de governo apoiada por partidos de extrema-esquerda. Para tentar captar esses votos era preciso um ministro da Economia moderado, que tivesse bom nome junto dos empresários e junto do centro-direita. Nada melhor para isso do que o seu amigo Pedro Siza Vieira, advogado que foi managing partner da Linklaters, sociedade de advogados com uma faturação e um leque de clientes bastante respeitável. Inês Serra Lopes, in A geringonça – Poligrafo

Já fomos à Lua, talvez um dia saibamos apagar fogo

Os americanos foram em Julho porque sabiam que nesta altura do ano, com grande parte do país a arder e na vasta escuridão do espaço, Portugal seria como uma tocha a iluminar o caminho dos astronautas.

Mais um Verão em Portugal, mais uma prova inequívoca de que o paleolítico homo erectus lusitano falhou a aula mais importante logo a seguir àquela em que se ensinou a fazer fogo: a lição sobre como apagar fogo. Das duas uma, nesse dia ou houve greve dos professores, ou houve greve da CP e Soflusa. Quer dizer, também pode ter sucedido o homo erectus português ter-se baldado à aula para pôr em prática o que aprendeu na véspera, indo fumar às escondidas para trás do pavilhão de educação física. O que, embora demonstrativo de interesse pela matéria, resultou expectavelmente em incêndio incontrolável.

Com um currículo destes não admira que o nosso país tenha passado ao lado de eventos cruciais na história da humanidade, como a ida do Homem à Lua há 50 anos. Ao lado, ao lado, não será exactamente verdade. Sim porque não foi à toa que os americanos escolheram Julho para a alunagem, apesar do Presidente Kennedy ter dado até ao fim de 1969 para cumprirem esse desígnio. E também não foi por temerem que os russos lá chegassem primeiro. Nesse caso tinham ido logo em Janeiro. Não, os americanos avançaram em Julho porque sabiam que nesta altura do ano, com grande parte do país a arder e na vastíssima escuridão do espaço, Portugal seria uma espécie de tocha a iluminar o caminho dos astronautas. Naquele momento histórico o nosso país não só era governado por um facho como foi um facho para estes intrépidos exploradores. É que nem precisaram de fazer máximos naquela caranguejola em que alunaram.

Infelizmente não é apenas dos americanos que estamos a anos-luz. Também estamos condenados a invejar os russos, que agora inventaram aquela aplicação de telemóvel que — para nos distrair enquanto furta todo o tipo de dados pessoais — mostra como vamos estar daqui a 40 anos. Enquanto isso, por cá, uma aplicação de alerta de fogos chamada Firerisk, galardoada no prestigioso concurso Startup Simplex da agência para a Modernização Administrativa, fechou este ano por falta de financiamento. Qual a parte boa de tudo isto? É que pelo menos tendo a aplicação russa podemos antecipar o aspecto que vamos ter quando finalmente existir uma tecnologia portuguesa que funcione em caso de incêndio.

Agora, não há dúvida que por estes dias são os chineses que estão mais bem colocados para enviar pessoas à Lua. Parece que copiaram toda a tecnologia dos russos. Não posso dizer que esteja surpreendido. Ficarei admirado, isso sim, se quinze dias depois de porem alguém no satélite natural da Terra os chineses ainda não tiverem feito já meia dúzia de cópias da Lua para porem em órbitas mais próximas do nosso planeta e cobrarem 1 euro por viagem. De ida e volta se as réplicas dos equipamentos soviéticos forem mesmo muito fidedignas.

Quem está na peugada dos chineses são os indianos. O foguetão Chandrayaan 2 – Jessica Filipa 2, em hindi – já descolou e se a missão for bem sucedida a Índia vai tornar-se no quarto país a pousar na superfície da Lua. E esta é a prova definitiva que, ao contrário do que afirmam as teorias da conspiração, a alunagem de 1969 não foi filmada num estúdio em Hollywood. Se tivesse sido os indianos já teriam feito há imenso tempo uma nova versão do acontecimento em Bollywood, transformando por exemplo o pequeno e cauteloso passo de Neil Armstrong numa espectacular cena de dança na superfície lunar com alguma hora e meia de duração.

E a nós, portugueses, afinal o que resta? Eu diria que beber para esquecer é das mais reconfortantes perspectivas, pelo menos enquanto o vinho não é retirado da Roda dos Alimentos. O que dá vontade de perguntar: qual o problema deste país com as grandes descobertas e invenções da história da humanidade? Já tínhamos percebido que o domínio do fogo não é para nós, mas agora também vamos dar cabo da roda? É que retirar o vinho da Roda dos Alimentos é a das ideias mais tristes desde a invenção da pedra lascada.

Tiago Dores

Da Margem Sul? Empresas hesitam na hora de contratar. E a culpa é dos transportes públicos.

A culpa não é dos transportes públicos - pois eles não andam sozinhos - é de uma classe politica, que faz dos transportes públicos o seu meio de afirmação prejudicando sistematicamente o povo trabalhador, da iniciativa privada, com a sua agenda ideológica.

“M.M. não vai ter o contracto renovado. A zona residencial de Rita "não era desejada". Sandra já nem procura emprego em Lisboa. Seis relatos mostram que viver na margem sul do Tejo pode ser um problema.

M.M., 39 anos e com uma filha de 7, já sabe que, em Setembro, não terá o contracto de trabalho renovado, num call center em Lisboa. “Naquelas reuniões de feedback que temos ao fim de um tempo na empresa, disseram-me que estava tudo bem em relação ao meu trabalho. Como tive a minha filha doente, falámos das faltas, mas principalmente dos atrasos, porque muitas vezes não conseguia chegar a horas“, conta ao Observador. Como não cumpria o horário de entrada, as chamadas dos clientes não eram atendidas. “E isso é um prejuízo para a empresa.”

O turno de M.M., que mora na Moita, deveria começar às 9 horas. Só que as sucessivas supressões, “que se intensificaram nos últimos meses”, nos barcos da Soflusa — o transporte que, a par do metro, usa para chegar ao Marquês de Pombal — dificultam a tarefa de entrar a horas. “Houve duas semanas em Maio em que as supressões foram constantes. Cheguei vários dias atrasada. Agora em Julho foram três dias de greve dos mestres.”

Nesses dias acabou por chegar sempre 15 minutos depois da hora de entrada. “Somados, são 45 minutos… 45 minutos que não posso recuperar e que me são descontados do ordenado“. Em três dias, entre boleias que pagou para a estação de comboios, porque não tinha barcos, e os descontos no salário, M.M. estima ter perdido “mais dinheiro do que os 60 euros que eles [os mestres] reivindicam”.

O caso de M.M. não é único. Nas redes sociais, o Observador encontrou testemunhos de vários trabalhadores, que garantem terem sido informados pelos recrutadores de que o facto de residirem na Margem Sul seria tido como um problema, ou que não viram o contracto de trabalho renovado devido aos atrasos frequentes, motivados por constrangimentos nos transportes.

Mal disse que vinha de barco para o trabalho fizeram uma cruz no meu nome“, diz mesmo Ana (nome fictício). E Sandra Soares, 41 anos, já nem procura trabalho em Lisboa porque “neste momento, para quem vive nesta zona [Margem Sul] é impossível”. Falam numa situação de caos, que se tem agravado nos últimos meses — embora os problemas, garantem, sempre terem existido. Tanto que já obrigaram Maria de Jesus, 56 anos, a ter de dormir “num colchão numa arrecadação”, no hospital onde trabalha.

Com poucas oportunidades de trabalho naquele lado do Tejo — os Quadros de Pessoal do Ministério do Trabalho davam conta de que, em 2017, todo o distrito de Setúbal empregava 161 mil pessoas e o de Lisboa 847 mil — a alternativa, para muitos, é a capital. E para 30 mil é a Soflusa. Como reagem as empresas quando essa e outras opções falham?

“O meu chefe disse-me: ‘Mas tu vives numa ilha? Antes eram problemas com o autocarro, agora são com o barco…”

M.M. começou a trabalhar num call center em Lisboa, em Abril deste ano. Até Junho, a empresa estava localizada no Oriente, pelo que M.M. preferia apanhar o autocarro 333, que ali chegava partindo do Vale da Amoreira (Moita). Só que entre 10 de Maio e o final do mesmo mês, as ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa registaram várias perturbações devido à falta de mestres. Por isso, as filas para o autocarro cresceram.

O cenário piorou com uma paralisação parcial de dois dias na Soflusa e com a greve às horas extraordinárias iniciada a 23 de Maio pelos mestres. Resultado? “Os autocarros, quando chegavam à minha paragem, já estavam cheios. Ainda tentei apanhar duas estações antes, mas as filas eram enormes. Se não conseguia apanhar o primeiro, o seguinte era meia hora depois.”

Em Junho, a empresa onde trabalha mudou-se para o Marquês de Pombal. Por isso, passou a apanhar a Soflusa no Barreiro até ao Terreiro do Paço e depois o metro. Só que as greves — ainda que parciais — continuaram. Mais recentemente, em Julho, três dias de greve paralisaram as ligações. “O meu chefe olhou para mim e disse: ‘Então mas tu vives numa ilha? Antes eram problemas com o autocarro, agora são problemas com o barco…'” Sair mais cedo de casa em dia de paralisação não é alternativa — a escola da filha só abre às 7h30 e não tem ninguém com quem a deixar antes.

Não é a primeira vez que M.M. tem complicações no trabalho por perturbações nos transportes. No final do ano passado, esteve dois meses numa outra seguradora para substituir um trabalhador de baixa. Ao início garantiram-lhe que havia a possibilidade de ficar. “Só que foi num mês em que apanhei vários atrasos nos barcos e uma greve no metro. Podia apanhar o 333, mas depois como ia até ao Saldanha, estando o metro em greve? Cheguei três ou quatro vezes atrasada. Foi o suficiente.”

Também em entrevistas de emprego, ser da Margem Sul era visto como uma desvantagem. M.M., fluente em francês, chegou a ir a uma entrevista numa seguradora francesa, na Avenida da Liberdade. “Eles precisavam mesmo que eu entrasse às 8h30, porque em França seriam 9h30 e eu teria de atender chamadas de clientes franceses. Disse que morava mesmo do outro lado [na altura, na Baixa da Banheira], que não havia problema. Depois disseram-me: ‘Mora na Baixa da Banheira… então deve ter dificuldade em chegar às 8h30’. Por mais que eu garantisse que conseguia, disseram que tinham tido más experiências com trabalhadores da Margem Sul: quando o problema não eram os barcos, eram os autocarros ou os comboios”. M. M. não foi aceite.

Em Março de 2018, já os utentes da Transtejo e da Soflusa se manifestavam contra a degradação dos serviços.

Situação semelhante conta Ana (nome fictício). Desta vez foi uma agência de recrutamento a ter dúvidas. “Na entrevista leram o meu CV e a minha morada. ‘Ah, é do Barreiro? Vinha de barco, então? Mal eu respondi que sim, [o recrutador] fez uma cruz e explicou que a empresa onde eu ia prestar serviços tinha vários colaboradores do Barreiro que chegavam várias vezes atrasados por essa situação [os atrasos na Soflusa]. Disseram que iriam mesmo assim mostrar o meu CV e que, se a resposta fosse positiva, me ligavam novamente.” A entrevista foi em Abril. Até então não obteve resposta.

Discriminação? Empresas negam

Durante 12 anos, e até ao início de 2018, Ana trabalhou em Lisboa. Ao Observador, relata que o serviço da Soflusa se deteriorou durante esse período. Até 2017, “chegava atrasada entre 8 e 9 vezes” por ano por causa de atrasos e greves nos barcos. Depois, o cenário foi mudando — para ela e para os colegas da Margem Sul. “Posso dizer que, só em Outubro ou Novembro de 2017, foi uma semana e meia de atrasos”.

Foi por opção própria que saiu da empresa na capital e foi trabalhar para a outra margem. “Esta situação [os atrasos] causava mau ambiente entre chefias e aqui [na Margem Sul] não apanhava essa confusão” — como “pessoas a saltar cancelas e seguranças aos berros”. Além disso, “passava mais tempo com a minha filha, de 3 anos”. Só que a empresa entrou em falência e Ana ficou desempregada. Desde então que envia vários currículos por mês, mesmo para Lisboa. A última vez que foi chamada para uma entrevista foi em Abril, por uma agência de recrutamento, a Egor.

Segundo Ana, em duas entrevistas para duas empresas através da Egor os recrutadores mostraram hesitação assim que os informou onde morava. Contactada pelo Observador, fonte oficial da Egor nega que o facto de um trabalhador morar na Margem Sul seja para a empresa um motivo de exclusão. “É uma situação que nos é completamente estranha. Essa informação não faz sentido — aliás, vai ao arrepio das nossas práticas“, disse a mesma fonte. “Durante o processo, apresentamos ao cliente vários candidatos e o cliente toma a decisão com base nos critérios de escolha”, afirmou, acrescentando “não encarar como possível” que um trabalhador tenha sido excluído por morar na Margem Sul.

Ana tinha a informação de que as empresas para as quais concorria, em regime de outsourcing, eram a EDP e a Galp. Ambas foram igualmente contactadas pelo Observador, negando que exista algum tipo de discriminação.

Numa resposta por escrito, a EDP assegura que nunca deu indicações a uma agência de recrutamento para que fossem excluídos trabalhadores da Margem Sul e que esses profissionais não são preteridos face a outros que morem do outro lado do Tejo. “O processo de recrutamento para a EDP é feito de forma estruturada, com o objectivo de garantir a selecção dos candidatos mais adequados às funções e com as competências identificadas como mais importantes para o grupo – e essas orientações são também garantidas pelos parceiros, nomeadamente agências de recrutamento, com os quais trabalhamos“, refere fonte oficial.

Salienta ainda que “esse processo de avaliação, através de um conjunto de testes e entrevistas, além das competências técnicas necessárias ao desempenho da função, analisa a formação académica, o percurso profissional e também outras experiências relevantes que demonstrem proatividade e iniciativa, abertura a novos desafios, curiosidade e vontade de aprender e de trabalhar em áreas diversificadas”.

Já a Galp sublinha, por sua vez, que “respeita e promove a diversidade das suas pessoas e usa critérios objectivos e não discriminatórios para a selecção de novos colaboradores. Temos e continuaremos a procurar as pessoas mais competentes nas suas áreas de especialidade, seja qual for a sua morada de residência ou qualquer outro factor.” A empresa diz mesmo que “mais de 200 pessoas com residência na Margem Sul de Lisboa trabalham diariamente na sede da empresa”.

É difícil averiguar

Carmo Sousa Machado, sócia da Abreu Advogados e especialista em direito laboral, é perentória: “Conseguindo-se provar que efectivamente as pessoas não são selecionadas apenas pelo local de residência, é claramente uma situação de violação do direito à igualdade no acesso ao emprego”.

Na primeira alínea do artigo 24.º do Código do Trabalho pode ler-se que:

“O trabalhador ou candidato a emprego tem direito a igualdade de oportunidades e de tratamento no que se refere ao acesso ao emprego, à formação e promoção ou carreira profissionais e às condições de trabalho, não podendo ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão, nomeadamente, de ascendência, idade, sexo, orientação sexual, identidade de género, estado civil, situação familiar, situação económica, instrução, origem ou condição social, património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência, doença crónica, nacionalidade, origem étnica ou raça, território de origem, língua, religião, convicções políticas ou ideológicas e filiação sindical, devendo o Estado promover a igualdade de acesso a tais direitos.”

A eventual discriminação com base no local de residência, “de tão bizarra que é”, não está prevista no artigo, mas a legislação “não é taxativa, é exemplificativa”. A violação do direito à igualdade no acesso ao emprego é uma contra-ordenação muito grave e o valor das multas depende do volume de negócio da empresa. Por exemplo, uma firma com um volume de negócio de 500 mil euros pode chegar a ter de pagar entre 4590 e 9690 euros, em caso de dolo, por cada contra-ordenação.

A especialista avança ainda que as empresas podem reagir aos atrasos de forma disciplinar, mas “em casos limites” (em que os atrasos sejam efectivamente recorrentes), ou cessar o contracto por justa causa. Para que isso aconteça, tem de tratar-se de uma “uma situação que determine de alguma forma prejuízo para o empregador e que determine que seja impossível a manutenção do contracto de trabalho” — por exemplo, nos casos em que um trabalhador responsável por abrir um estabelecimento a uma determinada hora se atrasa frequentemente.

José João Abrantes, advogado e especialista em direito do trabalho, concorda que “tem de haver um racional” na escolha dos candidatos e que o candidato não pode “ser discriminado por um factor que não tem nada a ver com a sua aptidão com trabalho”. Mas tem dúvidas quanto à determinação de situações de discriminação.

“O problema está na prova. A entidade patronal não vai admitir que excluiu um candidato por ser ou não da Margem Sul”, diz ao Observador. Até porque é difícil averiguar que, efectivamente, um trabalhador foi excluído com base nesse critério. “No acesso ao emprego há mais liberdade contratual. Não se pode contratar toda a gente e, portanto, há uma selecção. Por vezes intervém não só o domínio do racional mas também do emocional, porque se simpatiza mais com esta ou aquela pessoa”, considera. Ainda assim: “Custa-me a admitir que o local de residência possa ser um critério legítimo”.

Carmo Sousa Machado acrescenta que “não é completamente impossível” provar que uma empresa discriminou um candidato durante o processo de recrutamento, até porque as firmas são obrigadas a preservar os papéis de recrutamento durante cinco anos. “É possível perceber se todos os rejeitados são da Margem Sul, ou se são mulheres, ou se têm mais de 40 anos”, exemplifica. Mas, para que isso aconteça, “o caso tem de ser denunciado”.

O Observador procurou saber junto da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) se há registo de denúncias, mas fonte oficial respondeu que a entidade “não tem conhecimento de situações de discriminação por parte de empregadores com base na residência na Margem Sul”.

Ainda assim, a questão tem sido colocada em entrevistas de emprego. “Tenho uma filha pequena e sempre achei que, para as empresas, se houvesse algum ‘problema’ seria esse. Mas não. É o facto de eu morar na outra margem. ‘Então como é que vem trabalhar? Vem de barco, comboio, tem carro próprio?’ São logo essas perguntas”, atira M.M.

Rita (nome fictício) também mora na Margem Sul. E garante que a justificação que lhe foi apresentada para não continuar num processo de recrutamento foi precisamente essa.

Quando disse que morava no outro lado do Tejo “referiram a minha zona residencial como não desejada, devido à situação mediática” da Soflusa, conta ao Observador. “Eu estava em fase de recrutamento com uma série de entrevistas sequenciais previstas. A justificação para não avançar foi essa. Não pude refutar. De facto, utilizo os barcos como transporte. Não possuo outra alternativa rápida para me movimentar, neste caso, para Lisboa.”

Rita estava a concorrer para uma posição numa empresa (como se encontrava numa fase inicial do processo, não sabe para qual) através de uma agência de recrutamento, a Adecco, que, ao Observador, garante não ter “registo declarado de quaisquer políticas de exclusão de candidatos“. “A Adecco respeita a igualdade de tratamento e não discriminação, pelo que se guia pela igualdade de oportunidades e de tratamento no que se refere ao acesso ao emprego”, acrescenta.

Há quem tenha de dormir no trabalho

Sandra Soares, 41 anos, está desde Junho a trabalhar na Margem Sul — “num emprego que não corresponde às minhas qualificações”, conta.  “Trabalhar em Lisboa, neste momento, para quem vive nesta zona é impossível”, atira. Por isso, já nem procura trabalho na capital.

Sandra não foi discriminada pela empresa onde trabalhava, em Lisboa, da qual saiu recentemente. Foi, aliás, a própria a decidir pôr um ponto final devido aos atrasos frequentes. “Da primeira vez que faltei porque não tinha barcos disseram-me ‘tudo bem’, depois faltei uma segunda vez, também deixaram passar. À terceira eu própria tive o bom senso de dizer que ia sair, senão seriam eles a dizer, mais dia menos dia”, refere. Frisa, no entanto, que a empresa lhe deixou as portas abertas para voltar.

Foi o “chegar à estação e não haver barcos” e “o nunca saber se tinha transporte para casa” que motivaram Sandra. “Num dia de greve, uma pessoa que entrasse às 10 horas, por exemplo, chegava a ter de apanhar o barco das 6h30, porque depois só havia pelas 14h30. Isso era impensável para mim”.

Desde o início do ano e até final de Junho, foram suprimidas 1117 ligações na Soflusa, de entre as quais: 646 por falta de operacionais e 385 por motivo de greves/plenários, revelou a empresa ao Observador. Na Transtejo, o número ficou pelas 299 supressões.

A empresa informou ainda que, para efeitos de justificação de faltas ou atrasos no local de trabalho, o passageiro deverá efectuar o pedido no momento, junto do chefe de terminal, caso não tenha validado o título de transporte. Se houver validação, pode efectuar o pedido de justificação posteriormente, num dos terminais afectos à ligação fluvial, “uma vez que mediante consulta do registo de validações é possível verificar a sua presença à hora do atraso/supressão”.

Numa entrevista recente à Rádio Observador, Marina Ferreira, presidente da Transtejo/Soflusa, garantiu que a partir do final deste mês vão entrar novos mestres na empresa, “que vão ajudar a corrigir os problemas com as horas extraordinárias”. “Entrando ao serviço estes quatro novos mestres, esta variabilidade total dos horários que tem ocorrido por causa da greve às horas extraordinárias deixará de existir, porque os horários passam a ser feitos pelos trabalhadores.”

Por agora, para muitos utentes, todos os dias são uma incerteza. Maria de Jesus, 56 anos, procura prevenir-se como pode. “Nesta altura de supressões, a Soflusa afixa nas estações as carreiras que vão ser suprimidas. Há sempre alguém que tira uma fotografia à noite e mete no Facebook. É lá que vejo”, conta. Mas mesmo assim as travessias podem ser canceladas.

Auxiliar num hospital em Lisboa, já chegou a ter de dormir num “colchão numa arrecadação” das instalações onde trabalha — se não apanhar um barco às 23h30 perde o comboio e o autocarro até casa. Em Junho aconteceu duas vezes. “Quando saí do trabalho às 23 horas, cheguei ao cais e não tinha barco. Voltei para trás [para o hospital]. No outro dia, nem sequer arrisquei.”

“Uma falta, mesmo que justificada, é cadastro”

Sandra conta ao Observador que já chegou a recusar entrevistas porque sabia que não ia ter barco. “Acho que nem toda a gente sabe o que é que realmente está a acontecer. Só quem vive na Margem Sul e falta ou chega atrasado e depois tem de sair mais cedo para apanhar o barco é que sabe”. O problema, diz, é que naquele lado do Tejo há poucas oportunidades. “Aqui o que é que fazemos? Num call center são 500 candidatos a um osso. Depois há a Autoeuropa, mas não pode ir para lá toda a gente.”

Pedro (nome fictício), 35 anos, agora só procura trabalho no estrangeiro. Até ao início de Julho trabalhava num call center em Lisboa, mas o contracto não foi renovado. “Eu perguntei porquê e disseram-me que tinha sido pelas faltas e pelos atrasos. Eles nunca tiveram problemas com o meu trabalho”. Admite que essas faltas e atrasos não tiveram só origem nas perturbações da Soflusa, mas também com problemas de saúde do pai. “O problema às vezes não é só a Soflusa. É a maneira como as empresas trabalham, porque uma falta, mesmo que justificada, fica sempre marcado, é cadastro“, critica.

Formado em informática, o barco era a opção de Pedro para chegar ao trabalho. “Num dia de greve, a empresa até esteve a ver o preço para o Uber ou o táxi. Ida e volta ficava entre 75 e 100 euros. Como o transporte era mais dispendioso do que terem-me lá a trabalhar, e para eles eu não ia fazer lucro mas perdas, disseram-me que não precisava de ir trabalhar”. Ao início, a empresa ainda “foi impecável”. Mas as supressões foram aumentando, assim como a pressão sobre Pedro. “Disseram-me: ‘Se tens problemas com a Soflusa, a empresa não tem nada a ver com isso. Arranja outra maneira de vires para o trabalho’.”

E Pedro tentava. Em dias de greves a alternativa era o comboio — mas, antes da entrada em vigor dos novos passes a 40 euros, só tinha acesso a uma rede limitada. Tudo o que não fosse barco, acrescia na despesa. “Acabava por ir para o comboio, mas num dia de greve está à pinha. Cheguei a sair às 6 horas da manhã de casa e mesmo assim chegava pelas 8h30 [a hora de entrada era às 8 horas].”

E o carro não é opção? “A não ser que se receba muito mais do que o salário mínimo, não é. Entre o que se gasta em gasolina, portagem, combustível no pára arranca, estacionamento em Lisboa…”

“Há lutas para entrar no barco”

As supressões na Soflusa têm sido frequentes nos últimos meses, devido a avarias das embarcações, falta de pessoal ou paralisações — totais ou parciais. Desde 6 de Julho que os mestres estão em greve às horas extraordinárias, situação que se deverá prolongar até 31 de Dezembro, caso as negociações não evoluam. Exigem o aumento do prémio de chefia, em cerca de 60 euros, que dizem ter sido numa primeira fase acordado e depois suspenso.

Os 30 mil utentes são apanhados neste medir de forças — queixam-se da degradação do serviço e dos desacatos a que muitas vezes assistem de passageiros desesperados por conseguirem apanhar o barco.

M.M. lembra as situações mais extremas: “Há lutas para entrar no barco. Já tive crises de ansiedade e de pânico, já não me consigo ver numa fila apertada. Parece que somos vacas a ir para um matadouro. Estamos fartos. Temos de nos sujeitar a essas coisas para podermos ir trabalhar. Claro que fico nervosa… e isso interfere no meu trabalho. Chego a casa muito saturada. Na sala de embarque tem sempre havido confusão, as pessoas a gritar e a bater contra os vidros e as portas. Depois, é uma interrogação saber quando vou buscar a minha filha, quando lhe vou dar jantar, quando é que lhe vou dar banho. Os meus colegas dizem ‘Muda-te para Lisboa’, mas eu só olho para eles e digo ‘Como?’ Na Moita, pago 300 euros por três quartos, e em Lisboa não tenho sequer a garantia de ter um contracto fixo. Já saí do trabalho a chorar. Dizem-me: ‘Porque é que não deixas a tua filha na casa de alguém às 6h30?’ Mas em casa de quem?”.

Pedro é ainda mais directo: “Se os transportes páram, nós paramos na Margem Sul“.

Vereador diz não conhecer ninguém que não possa trabalhar em Lisboa por causa dos transportes

Em entrevista à Rádio Observador, Miguel Gaspar desresponsabiliza as pessoas pela descriminação de que estarão a ser alvo por viverem na margem sul.

Em Dezembro do ano passado, vários utentes da Transtejo invadiram um barco, que devia fazer a ligação Seixal-Lisboa.

“Se há pessoas prejudicadas é porque, cada vez mais, as entidades empregadoras têm que se preocupar com a mobilidade dos empregadores. E isso nas empresas mais maduras começa-se a ver cada vez mais”, afirma o vereador. A não renovação de contractos e a eliminação de candidatos às vagas de emprego da margem sul das listas não é legal.

Este cenário não é comum a todas as empresas, ressalva Miguel Gaspar, acrescentando que Lisboa é procurada por multinacionais que perguntam como podem adquirir passes para os trabalhadores.

O vereador da mobilidade também considerou que, apesar de as greves serem um direito previsto na Constituição, “é preciso ponderar e convidar aquelas 18 pessoas que constantemente fazem greves a pensar quando é que é razoável continuar a condicionar 36 mil pessoas todos os dias”.

https://youtu.be/SdSKtlrsKzo (Perturbações da greve na Soflusa)

Miguel Gaspar alertou ainda para o papel dos passes sociais e a forma como estes podem ajudar as pessoas que vivem fora da capital a aceitarem empregos na zona de Lisboa.

“As pessoas faziam contas e não podiam aceitar aquele emprego. Agora com passes de 40 euros passam a aceitar”, adiantou Miguel Gaspar, confessando que não conhece moradores da margem sul que não possam trabalhar em Lisboa por causa das dificuldades nos transportes.

Paralisações em Junho provocaram constrangimentos aos 30 mil utentes da Soflusa.

À Rádio Observador, o vereador da mobilidade ainda acrescenta que vai haver um aumento de 40% do investimento nos transportes suburbanos e os municípios vão passar a colocar no sistema 40 milhões de euros para reforçar o transporte público. Até 2020, o número de carreiras vai crescer.

Beatriz Ferreira – Observador

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Agora sol na rua a fim de me melhorar a disposição, me reconciliar com a vida.

Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda compramos coisas, que injusto tanta queixa, tanto lamento.

Isto é internacional, meu caro, internacional e nós, estúpidos, culpamos logo os governos.

Quem nos dá este solzinho, quem é? E de graça. Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal agradecidos, protestamos.

Deixam de ser ministros e a sua vida um horror, suportado em estoico silêncio. Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único. Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade.

O senhor Rui Pedro Soares, os senhores Penedos pai e filho, que isto da bondade as vezes é hereditário, dúzias deles.

Tenham o sentido da realidade, portugueses, sejam gratos, sejam honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem. Uns sacrificados, uns Cristos, que pecado feio, a ingratidão.

O senhor Vale e Azevedo, outro santo, bem o exprimiu em Londres. O senhor Carlos Cruz, outro santo, bem o explicou em livros. E nós, por pura maldade, teimamos em não entender. Claro que há povos ainda piores do que o nosso: os islandeses, por exemplo, que se atrevem a meter os beneméritos em tribunal.

Pelo menos nesse ponto, vá lá, sobra-nos um resto de humanidade, de respeito.

Um pozinho de consideração por almas eleitas, que Deus acolherá decerto, com especial ternura, na amplidão imensa do Seu seio. Já o estou a ver:

- Senta-te aqui ao meu lado ó Loureiro- Senta-te aqui ao meu lado ó Duarte Lima

- Senta-te aqui ao meu lado ó Azevedo

que é o mínimo que se pode fazer por esses Padres Américos, pela nossa interminável lista de bem-aventurados, banqueiros, coitadinhos, gestores, que o céu lhes dê saúde e boa sorte e demais penitentes de coração puro, espíritos de eleição, seguidores escrupulosos do Evangelho. E com a bandeirinha nacional na lapela, os patriotas, e com a arraia miúda no coração. E melhoram-nos obrigando-nos a sacrifícios purificadores, aproximando-nos dos banquetes de bem-aventuranças da Eternidade.As empresas fecham, os desempregados aumentam, os impostos crescem, penhoram casas, automóveis, o ar que respiramos e a maltosa incapaz de enxergar a capacidade purificadora destas medidas. Reformas ridículas, ordenados mínimos irrisórios, subsídios de cacaracá? Talvez. Mas passaremos sem dificuldade o buraco da agulha enquanto os Loureiros todos abdicam, por amor ao próximo, de uma Eternidade feliz. A transcendência deste acto dá-me vontade de ajoelhar à sua frente. Dá-me vontade? Ajoelho à sua frente, indigno de lhes desapertar as correias dos sapatos.

Vale e Azevedo para os Jerónimos, já!Loureiro para o Panteão já!

Jorge Coelho para o Mosteiro de Alcobaça, já!

Sócrates para a Torre de Belém, já! A Torre de Belém não, que é tão feia.

Para a Batalha. Fora com o Soldado Desconhecido, o Gama, o Herculano, as criaturas de pacotilha com que os livros de História nos enganaram. Que o Dia de Camões passe a chamar-se Dia de Armando Vara. Haja sentido das proporções, haja espírito de medida, haja respeito.

Estátuas equestres para todos, veneração nacional. Esta mania tacanha de perseguir o senhor Oliveira e Costa: libertem-no. Esta pouca vergonha contra os poucos que estão presos, os quase nenhuns que estão presos como provou o senhor Vale e Azevedo, como provou o senhor Carlos Cruz, hedionda perseguição pessoal com fins inconfessáveis.

Admitam-no. E voltem a pôr o senhor Dias Loureiro no Conselho de Estado, de onde o obrigaram, por maldade e inveja, a sair.

Quero o senhor Mexia no Terreiro do Paço, no lugar do D.José que, aliás, era um pateta. Quero outro mártir qualquer, tanto faz, no lugar do Marquês de Pombal, esse tirano. Acabem com a pouca vergonha dos Sindicatos. Acabem com as manifestações, as greves, os protestos, por favor deixem de pecar.

Como pedia o doutor João das Regras, olhai, olhai bem, mas vêde. E tereis mais fominha e, em consequência, mais Paraíso. Agradeçam este solzinho.

Agradeçam a Linha Branca.

Agradeçam a sopa e a peçazita de fruta do jantar.

Abaixo o Bem-Estar.Vocês falam em crise mas as actrizes das telenovelas continuam a aumentar o peito: onde é que está a crise, então? Não gostam de olhar aquelas generosas abundâncias que uns violadores de sepulturas, com a alcunha de cirurgiões plásticos, vos oferecem ao olhinho guloso? Não comem carne mas podem comer lábios da grossura de bifes do lombo e transformar as caras das mulheres em tenebrosas máscaras de Carnaval.

Para isso já há dinheiro, não é? E vocês a queixarem-se sem vergonha, e vocês cartazes, cortejos, berros. Proíbam-se os lamentos injustos.Não se vendem livros? Mentira. O senhor Rodrigo dos Santos vende e, enquanto vender o nível da nossa cultura ultrapassa, sem dificuldade, a Academia Francesa.

Que queremos? Temos peitos, lábios, literatura e os ministros e os ex-ministros a tomarem conta disto.

Sinceramente, sejamos justos, a que mais se pode aspirar?O resto são coisas insignificantes: desemprego, preços a dispararem, não haver com que pagar ao médico e à farmácia, ninharias. Como é que ainda sobram criaturas com a desfaçatez de protestarem? Da mesma forma que os processos importantes em tribunal a indignação há-de, fatalmente, de prescrever. E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de litro e beijando-nos uns aos outros com os bifes das bocas seremos, como é nossa obrigação, felizes.


António Lobo Antunes

A FCT manipula um concurso público contra o Centro de História Religiosa?

A composição do júri tem por efeito excluir do júri os académicos que tenham a menor empatia com o tema avaliado. Não inclui ninguém com competência substancial para julgar as produções do Centro: é como convidar um judoca a avaliar uma equipa de futebol
Ler mais: http://visao.sapo.pt/opiniao/2019-07-13-A-FCT-manipula-um-concurso-publico-contra-o-Centro-de-Historia-Religiosa-

terça-feira, 23 de julho de 2019

E se a Constituição ficar nas mãos da esquerda?

Quando olhamos para os números das sondagens, todas elas catastróficas para a direita, costumamos fazer as contas em termos de maioria absoluta para o PS, centrando a nossa atenção no próximo executivo. Contudo, para além da discussão sobre quem vai governar o país nos próximos quatro anos, e a forma como o irá fazer, há um outro número a que convém começar a prestar a devida atenção: 66,7%.
As sondagens mais recentes dão o PSD a uma distância de mais de 15 pontos percentuais do PS; mas dão mais do que isso — dão também a esquerda (PS, Bloco, PCP e PAN) próxima de somar os 67% que colocarão dois terços dos lugares no Parlamento à sua disposição. Ou seja, pela primeira vez na história da democracia portuguesa, podem acontecer duas coisas, ambas trágicas para o equilíbrio do sistema político tal como o conhecemos:

1) A direita ficar à margem de uma revisão constitucional.

2) O Tribunal Constitucional ficar com uma supermaioria de juízes escolhidos em exclusivo pela esquerda.

Dir-se-á que António Costa não está interessado em promover uma revisão constitucional à boleia da esquerda radical, até porque o eleitorado que o elegeu não compreenderia isso — não estou assim tão certo, mas suspendamos essa hipótese por hoje. Concentremo-nos antes em algo que já poderia ser bastante mais tentador para António Costa na era pós-“geringonça”: nomear os próximos juízes do Tribunal Constitucional através de negociações com a esquerda, em vez de negociar, como até agora sempre aconteceu, à direita.
O Tribunal Constitucional é constituído por 13 juízes. Dez são eleitos pelo Parlamento (com maioria de dois terços), três são cooptados pelos seus pares. Todos estão sujeitos a um mandato único de nove anos. Neste momento, existe paridade perfeita entre esquerda e direita: cinco juízes propostos por partidos de esquerda; cinco juízes propostos por partidos de direita; três juízes cooptados, um mais à direita, outro mais à esquerda, outro mais ao centro (isto não significa, naturalmente, que as suas votações sejam “ideologicamente puras”, como vimos na altura da troika).
Na próxima legislatura (2019-2023), e segundo as datas que estão inscritas no site do Tribunal Constitucional, seis desses 13 juízes terão de ser substituídos, quatro dos quais já em Julho de 2021: Fernando Vaz Ventura, eleito por proposta do PS;
Maria de Fátima Mata-Mouros, eleita por proposta do CDS; Maria José Rangel de Mesquita, eleita por proposta do PS; e Pedro Machete, cooptado. Um quinto juiz (Lino Ribeiro) e um sexto juiz (João Caupers), ambos cooptados, sairão em 2022 e 2023, respectivamente.
Entre os sete juízes que prolongarão o seu mandato para além da próxima legislatura, há quatro que foram propostos pelo PS e três pelo PSD.
Como diria António Guterres, é fazer as contas. Se a direita ficar reduzida a um terço dos votos, e se a esquerda unida decidir tomar o Tribunal Constitucional de assalto, é teoricamente possível que em 2023 existam dez juízes do TC oriundos da esquerda, e apenas três propostos pela direita. Sim, eu sei que Portugal não é os Estados Unidos, e que o Constitucional não tem o peso, nem a tradição, do Supremo. Mas recordo que o Tribunal Constitucional foi a grande paixão da esquerda durante o Governo de Passos Coelho. Não foi por acaso. O estado calamitoso da direita portuguesa não vai custar apenas a cabeça a Rui Rio — pode muito bem vir a custar uma alteração radical nos equilíbrios políticos do país.

João Miguel Tavares - Jornalista
jmtavares@outlook.com

As mentiras mais comuns que todas as pessoas dizem

Escusa de mentir, é certo que já disse alguma destas falsidades pelo menos uma vez na vida.

As mentiras mais comuns que todas as pessoas dizem - Desde muito novos que somos ensinados a não mentir, no entanto por vezes parece ser quase impossível não dizer aquela mentira 'inocente'. Já alguma vez combinou um encontro com alguém e acabou por dizer que estava quase a chegar, quando na verdade não estava? Pois é, trata-se de uma pequena mentira. Por mais que não queiramos, ao longo da vida acabamos por mentir nas mais diversas ocasiões e pelos mais variados motivos. Por vezes mentimos porque não queremos magoar a outra pessoa, porque temos vergonha de algo ou simplesmente porque a verdade não assentaria tão bem. Não importa o motivo, a verdade é que existem mentiras que são muito comuns. Clique e fique a conhecer as mentiras que todas as pessoas dizem.

"Apanhei muito trânsito" - O trânsito só é bom para uma coisa e funciona como uma óptima desculpa.

"O meu telefone morreu" - Infelizmente esta é a melhor forma de evitar magoar os sentimentos de outra pessoa.

"Não vejo televisão" - Ver Netflix no ecrã do seu computador, ao invés de ver na televisão, não significa que veja menos TV.

"Não és tu, sou eu" - Não tenha dúvidas de que é você.

"Adoro" - Uma lupa! Que útil! Muito obrigado.

"Estou quase a chegar" - Também existe a clássica mentira, "cinco minutos e estou aí".

"Não te preocupes, está tudo bem" - Não, não está tudo bem, mas não quer fazer um escândalo em público.

"Deve ter ido para a pasta de spam" - Viu o e-mail e provavelmente até o leu. No entanto, decidiu que iria lidar mais tarde com o e-mail mas esse 'mais tarde' nunca aconteceu.

"Estou bem" - É uma espécie de resposta automática à questão "como estás?". É mentira, mas prefere não descrever todos os seus problemas.

"Já tenho planos" - Apesar de ter a agenda vazia, inventar uma consulta ou outro compromisso parece ser sempre a melhor opção.

"Sim, uso o fio dental diariamente" - O que será que nos leva a dizer coisas que agradam aos nossos dentistas, mesmo que não seja verdade?

"Esqueci-me" - É apenas uma forma mais simples de dizer "não me apetecia fazê-lo e achei que não te fosses lembrar".

"Não foi muito caro" - É muito eficiente quando o parceiro pergunta quanto está a gastar em determinada compra extravagante. Adicionar "estava em saldos" poderá ajudar ainda mais.

"Ia dizer que o teu cabelo está bonito" - Esta mentira é uma bela ajuda quando só repara que um amigo cortou o cabelo depois deste dizer-lhe.

"Que bom ver-te!" - Já reparou que esta frase sai quase de forma automática quando vê alguém que já não via há muito tempo?

"O teu bebé é lindo" - Dizer a uma mãe que o filho não é bonito é uma forma de conseguir perder um amigo.

"Sim, lembro-me de ti" - É demasiado embaraçoso quando alguém se lembra de si, do seu nome e de onde se conheceram e você simplesmente não consegue se lembrar de nada.

"Ligo mais ao interior do que ao visual" - As aplicações de encontros são a garantia de que a maior parte das pessoas liga mais ao visual do que à personalidade.

"Era o último" - Quantas vezes já deu esta resposta quando alguém lhe pediu uma pastilha elástica ou um cigarro?

"É interessante" - Isto é o que muitas pessoas dizem a qualquer história que lhes contem.

"Nem te vi" - Viu e ignorou a pessoa em questão, no entanto esta foi ao seu encontro.

"Tenho de ir" - Pode até dizer que tem de dar comida ao gato ou que tem alguém à sua espera, mas esta mentira é sem dúvida uma das mais utilizadas.

"Tenho estado muito ocupado" - Um mês sozinho, apenas a fazer o que mais gosta, conta como estar ocupado?

"Estava a brincar" - Acidentalmente acabou por dizer algo de forma muito honesta, deixando as pessoas ao seu redor em choque. Dizer que estava a brincar parece ser a melhor forma de corrigir isso.

"Somos apenas amigos" - Sim, são apenas bons amigos. É normal dizer isto quando tem sentimentos por alguém, mas simplesmente ainda não te coragem de revelá-los.

"Está uma delícia" - Em determinado dia conseguirá ter a coragem para dizer que certa pessoa não sabe cozinhar, mas hoje simplesmente não é o dia.

"Isso fica-te muito bem" - Sabe que está ridículo, no entanto o seu amigo gosta imenso do visual. A mentira parece ser a melhor opção.

"Sim, faz sentido" - Na verdade não faz sentido, mas pretende acabar com a conversa o mais rápido possível.

"A minha maior fraqueza é..." - É provável que ao partilhar a sua verdadeira fraqueza acabe por não conseguir o emprego, por isso é melhor dizer algo como "a minha maior fraqueza é ser perfecionista".

"Li isso há muito tempo" - Alguém falou sobre determinado livro e você não o leu mas deveria tê-lo feito. Ao dizer que leu há muito tempo ninguém achará suspeito que não se lembre de nada.

Lifestyle

Quatro partes do corpo que não deve lavar com muita frequência.

Facto: a higiene não é sinónimo de quantas vezes toma banho. Tudo o que é em excesso faz mal e a limpeza diária não é excepção.

Está entre aqueles que toma dois ou mais banhos por dia? Então este artigo é para si.

Para ter uma boa higiene pessoal, não é necessário 'viver' na banheira.

Há algumas partes do corpo, que têm propriedades de autolimpeza e não necessitam de ser lavadas com tanta frequência para serem saudáveis.

Vagina

A limpeza excessiva dos genitais femininos pode resultar em infecções como a vaginose bacteriana, que podem provocar odores extremamente desagradáveis. Normalmente, é suficiente limpar a vulva com água e se usar sabonete opte por um produto neutro.

Rosto

"É aconselhável lavar o rosto duas vezes por dia. Porém, uma limpeza profunda não deve fazer parte da rotina diária", alerta a dermatologista norte-americana Jody Levine. A esfoliação é fundamental para a eliminação das células mortas, mas deve ser apenas realizada duas vezes por semana.

Nariz

Poeira, muco, poluição da rua, espirros ou comichão - sim, é extremamente tentador estar frequentemente a limpar o nariz. Todavia, há que ter em conta que quanto mais mexe no nariz maior é a probabilidade de sofrer de hemorragias e de surgirem feridas. Se sentir o nariz congestionado e sujo opte por utilizar soro fisiológico num pouco de algodão para eliminar as impurezas.

Cabelo

Lava o cabelo todos os dias? Errado. Para os fios e o couro cabeludo se manterem saudáveis necessitam dos óleos que produzem naturalmente. Comece por lavar o cabelo dia sim, dia não e depois de dois em dois dias - passado algum tempo nem vai notar a diferença!

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Rússia dá luz verde. Auto-estrada com 2.000 quilómetros vai ligar Europa à China.

O Governo russo aprovou os planos de construção de uma auto-estrada com mais de dois mil quilómetros de extensão que vai ligar a Europa à China.

A “Meridian highway” vai passar por toda a Rússia e ligar o continente europeu à China

De acordo com o Moscow Times, que cita o jornal russo de economia Vedimosti, a primeira secção da nova auto-estrada, que vai atravessar a Rússia de um lado ao outro, já começou a ser construída, junto à fronteira com o Cazaquistão.

A nova infra-estrutura rodoviária, chamada de “Meridian Highway” (que se pode traduzir como “Auto-estrada Meridiana”), vai desembocar na Bielorússia. O primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, deu luz verde ao projecto no mês passado e solicitou que seja atraído mais investimento, incluindo da China.

O promotor desta ideia, o ex-vice-presidente da empresa de energia Gazprom, Alexander Ryazanov, estimou que o projecto inicial custasse 594 mil milhões rublos russos, cerca de oito mil milhões de euros.

O objectivo é que esta auto-estrada encurte de forma considerável a distância por terra entre a China ocidental e o centro da Europa e que constitua mais uma alternativa para o transporte de bens e pessoas.

Em declarações ao Moscow Times, o chefe da Centro Analítico Russo-Chinês, Sergei Sanakoyev, afirma que esta auto-estrada é economicamente justificada e pode criar mais empregos e novas receitas para o país. ZAP

Arrogância

https://www.youtube.com/watch?v=jll4ASUCKkE&feature=youtu.be